RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG
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Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG

Na convocatória da Assembleia Geral Ordinária do SC Beira-Mar do próximo dia 31 de outubro pode ler-se no ponto quatro que volta a estar prevista nova “informação aos sócios sobre o processo de constituição da sociedade desportiva para o futebol”. Recorde-se que o clube já chegou a anunciar Breno Dias Silva como investidor, mas, entretanto, a direção diz ter perdido a confiança no parceiro e decidiu recuar. Na última Assembleia, que se realizou no final do passado mês de julho, Nuno Quintaneiro disse à Ria que esperava ter um novo investidor para apresentar até que os sócios se voltassem a reunir. Contactado pela Ria, o presidente garante agora que há “novidades” que espera que sejam “consistentes” até ao próximo dia 31 de outubro, data da próxima AG. Para já, Quintaneiro prefere não adiantar qualquer detalhe sobre o projeto que o SC Beira-Mar está a considerar e deixa os esclarecimentos para a Assembleia. Outro dos pontos em destaque da reunião é o ponto dois: “Informação aos sócios sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, respeitante ao triénio 2021-2024, nos termos e para os efeitos previstos no art. 27º, nº 4 dos Estatutos”. De acordo com os estatutos do clube, cada direção deve ter como “regra de ouro” que, “no final do seu mandato, a situação líquida do S. C. Beira-Mar, seja, se nada de anormal e extraordinário ocorrer, pelo menos igual à existente aquando da sua tomada de posse, devendo o eventual agravamento da mesma, após confirmação por auditoria promovida pela nova Direção, ser assumido solidariamente pelos membros em funções da Direção cessante”. Traduzida pelo presidente Nuno Quintaneiro, a norma determina que “aquando da transmissão dos mandatos, se a situação líquida do clube for negativa em comparação com o início do mandato […] os elementos da direção podem ser responsabilizados pessoalmente e solidariamente, ou seja, têm que se chegar à frente com o seu património para pagar ao clube e compensar o clube financeiramente por essa variação negativa”. No entanto, diz o presidente, o principal problema que o clube tem tido em relação a esta regra é a sua não aplicação. Para que se cumpram os estatutos, é necessário que a situação líquida do clube seja certificada – algo que, por intermédio de Luís Leitão, presidente do Conselho Fiscal cessante, já aconteceu em outubro passado – e, depois, que a nova direção decida sobre a aplicação ou não da regra – que a direção deixou pendente aquando da aceitação da certificação da situação líquida do clube. Em causa está uma variação líquida negativa de 289.086,71 euros. “Se fizéssemos uma aplicação cega da regra, o Afonso [Miranda] e os seus colegas de direção teriam de suportar esse encargo financeiro junto do clube”, explica Nuno Quintaneiro, que aponta que “aquilo que nós, ao longo deste período, estivemos a fazer foi um levantamento de onde é que teve origem esse endividamento e a compreender bem a atividade do clube para perceber se faz ou não sentido aplicar a ‘regra de ouro’ à luz daquilo que era o elemento teleológico da norma”. Por ser uma matéria que exige “algum cuidado” e por “respeito aos sócios”, o presidente da direção do SC Beira-Mar prefere não comunicar a decisão antes da Assembleia Geral. No entanto, por “dever institucional”, o ex-presidente Afonso Miranda e a sua direção já foram informados daquela que foi a decisão. Nesse sentido, o presidente assume que “não há qualquer problema institucional” e que a decisão foi tomada em “concordância” com os antigos titulares dos órgãos sociais do clube, pelo que se vive um “clima de paz”. No passado dia 16, uma notícia publicada no Diário de Aveiro sobre o tema motivou um comunicado da direção do clube. Depois de o jornal escrever que “A direção do Beira-Mar vai aplicar a ‘regra de ouro’”, o clube reagiu: “o agendamento de um ponto da Ordem de Trabalhos da próxima Assembleia Geral […] dedicado a informação sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, resultou de um entendimento conjunto sobre a necessidade de comunicar aos sócios, em local próprio, o entendimento partilhado sobre a natureza e o alcance daquela disposição estatutária”. Nesse sentido, os responsáveis do clube clarificam, como disse Nuno Quintaneiro à Ria, que a discussão tem sido articulada em diálogo com o antigo presidente Afonso Miranda. No seguimento da notícia, o ex-presidente fez uma publicação no Facebook onde afirma ter feito chegar a informação ao Diário de Aveiro de que “a ata da convocatória para a Assembleia Geral refere apenas “informar sobre a regra de ouro” e não “aplicar” tal medida”. Depois de, segundo afirma, o diretor do jornal ter reconhecido o erro e retirado momentaneamente a notícia da internet, a informação voltou a ser publicada. Para além de dizer que nunca é mencionado “qualquer indício de “maus resultados” da anterior direção” – algo que diz saber não ser intenção dos atuais responsáveis – Afonso Miranda frisa ser também credor do clube e diz estar disponível para “não cobrar ou negociar a longo prazo o pagamento dessas verbas”. Por defender que, durante o seu mandato à frente dos destinos do clube, “enfrentou o período financeiro mais conturbado de sempre” e depois de enaltecer que a sua direção “teve a coragem de pegar num clube moribundo, saqueado por vários que fugiram, e nele investiu dinheiro, tempo e suor”, Afonso Miranda diz “recusar aceitar que o jornalismo continue a ser praticado com tamanha falta de rigor, na busca incessante por sensacionalismo, mesmo à custa de denegrir a imagem de quem verdadeiramente trabalha”. Assim, o ex-presidente da direção afirma ter avançado com uma ação judicial por difamação. Na Assembleia Geral do próximo dia 31 vai ser também apreciado e votado o Relatório de Atividades e Contas do exercício respeitante à época desportiva 2024-2025.

Firmino Ferreira elogia desempenho da ‘Aliança’, mas já se discute o futuro dentro do PSD-Aveiro
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Firmino Ferreira elogia desempenho da ‘Aliança’, mas já se discute o futuro dentro do PSD-Aveiro

No passado domingo, 12 de outubro, Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) à Câmara de Aveiro, venceu as eleições autárquicas, mas perdeu a maioria para o partido, elegendo quatro vereadores face a outros quatro do PS e um do Chega. Em comparação com as autárquicas de 2021, a candidatura de Luís Souto viu a diferença para o Partido Socialista passar de 9.000 para 2.000 votos. Recorde-se que até agora o município era liderado por José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara, que não se recandidatou por ter atingido o limite de mandatos. No que respeita às juntas de freguesia, onde até agora todas eram lideradas pela coligação, o resultado traduziu-se também em algumas perdas. A ‘Aliança’ perdeu a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, agora conquistada pelo Partido Socialista (PS), e deixou de ter maioria em três juntas do concelho: Esgueira, Eixo e Eirol e Aradas. Em declarações à Ria, Firmino Ferreira afirmou não estar surpreendido com o resultado eleitoral, reconhecendo que se tratava de “eleições autárquicas muito disputadas”. “Por isso, é que todos se empenharam até ao último dia para a obtenção dos melhores resultados”, exprimiu. Ainda assim, considerou o resultado “excelente”. “Sabemos que os fins de ciclo suscitam sempre algumas dúvidas. (…) Gostava que tivéssemos vencido as dez freguesias e que tivéssemos segurado a maioria na Câmara e, infelizmente, não conseguimos”, lamentou. Sobre a perda da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz para o PS, o presidente da concelhia do PSD-Aveiro atribuiu o resultado ao candidato socialista Bruno Ferreira, que anteriormente integrara as listas da ‘Aliança’ nas autárquicas de 2021. “Ele estando em serviço e em permanência é natural que isso lhe tenha dado alguma vantagem. A professora Glória Leite estava completamente fora da área política e, portanto, teve um trabalho muito mais difícil pela frente e isso terá sido a desvantagem. Não foi qualquer outro motivo”, assegurou. Confrontado sobre se, após o ato eleitoral, a concelhia do PSD-Aveiro iria a votos face à instabilidade verificada ao longo destas eleições autárquicas, Firmino Ferreira afastou essa hipótese "para já”, defendendo que “a estrutura está consolidada”. Ainda assim, deixou a nota que, por imposição “da própria nacional, que terá em breve um Conselho Nacional, que irá determinar o calendário eleitoral das concelhias e das distritais, vamos ter que (…) convocar novas eleições, porque serão eventualmente realizadas em todo o país”. Interpelado sobre quando ocorrerão, Firmino Ferreira garantiu que terão de ser marcadas “para o próximo ano”. Interpelado ainda sobre uma eventual candidatura sua à liderança da concelhia do PSD-Aveiro, Firmino Ferreira não descartou nem confirmou a hipótese. “Eu acho que não é o momento certo”, respondeu. “Eu não quero falar sobre decisões, porque essas só virão posteriormente. Portanto, prefiro, neste momento, ter tudo em aberto”, continuou. A Ria apurou que, tal como acontece no PS-Aveiro, também no seio do PSD-Aveiro começaram a surgir conversas nos bastidores sobre o futuro do partido. Depois da escolha de Luís Souto ter provocado uma vaga de demissões e um clima de instabilidade interna, vários militantes sociais-democratas optaram, nos últimos meses, por afastar-se da vida partidária ativa - uma decisão tomada com o objetivo de não prejudicar a candidatura à Câmara Municipal. Agora, com as eleições concluídas, muitos consideram ter chegado o momento de promover uma reflexão interna e preparar o futuro do PSD no concelho. Entre os militantes, há um consenso crescente de que os presidentes de junta terão um papel determinante nessa nova fase. No rescaldo das eleições autárquicas, é amplamente reconhecido que, na larga maioria das freguesias do concelho, Luís Souto obteve menos votos para a Câmara Municipal do que os candidatos às respetivas juntas de freguesia. Para muitos sociais-democratas, esta situação representa uma inversão face às últimas autárquicas e demonstra que a quebra do PSD só não foi maior graças à força e à implantação local dos candidatos às juntas, cuja popularidade terá sido crucial para conter a ascensão de Alberto Souto. Paralelamente, os críticos internos sublinham que, nos poucos casos em que os candidatos às juntas foram escolhidos diretamente por Luís Souto, os resultados ficaram aquém das expectativas - uma leitura que coincide com a análise feita por Ribau Esteves, que, logo após as eleições, destacou precisamente esse fator. O exemplo mais referido é o da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz, onde a candidatura de Glória Leite é apontada como um dos casos em que a estratégia de Luís Souto “não resultou”. Por outro lado, há uma preocupação evidente no seio do partido relativamente à perda das maiorias nas freguesias de Esgueira, Eixo e Eirol e Aradas, onde o PSD enfrenta agora cenários de governação minoritária, não sendo garantido que o partido consiga aprovar os executivos. Entre os militantes, cresce o descontentamento com a forma como o partido - e o próprio Luís Souto - têm gerido este dossier. Logo após a vitória nas eleições, Luís Souto entrou num período de férias, deixando instruções para que cada presidente de junta eleito definisse autonomamente a estratégia política a adotar na sua freguesia. Esta decisão, vista internamente como uma forma de dissociar a governação da Câmara Municipal das juntas de freguesia, tem gerado críticas dentro do partido: vários sociais-democratas consideram que Luís Souto está a deixar os presidentes de junta “à sua sorte”, num momento em que a articulação política seria essencial para consolidar o poder local do PSD no concelho. Por tudo isto, anteveem-se meses politicamente intensos dentro do PSD-Aveiro, com vários militantes a reconhecer que não está afastada a hipótese de uma disputa interna pela liderança da concelhia. O futuro político de Luís Souto será, aliás, um dos fatores determinantes nesse processo: a forma como gerir a instabilidade em várias freguesias - e até a governabilidade muito frágil na Câmara Municipal - poderá ser decisiva na reflexão que o partido se prepara para fazer nas suas bases.

IL Aveiro: “A política local precisa de mais transparência, (…) não de livros pagos pelos munícipes”
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IL Aveiro: “A política local precisa de mais transparência, (…) não de livros pagos pelos munícipes”

Na nota, a IL Aveiro refere que se trata de um “ato de autopromoção política à custa dos contribuintes, num momento em que o autarca cessou funções por limitação de mandatos”. O partido vai mais além e afirma que a “utilização de dinheiros públicos para enaltecer o legado pessoal de um político é eticamente reprovável e contrária aos princípios de transparência e responsabilidade que devem pautar a gestão pública”. “O respeito pelos cidadãos exige que os recursos municipais sejam usados em benefício da comunidade, em obras, serviços e políticas públicas com impacto real, e não em publicações de natureza laudatória e claramente política”, afirma a IL. No comunicado, o partido sugere que o balanço dos mandatos de um autarca “deve ser feito pela história, pelos resultados e, sobretudo, pelos cidadãos que viveram as consequências das suas decisões, e não através de uma narrativa financiada pelo erário público”. “A Iniciativa Liberal Aveiro considera este episódio um símbolo da cultura política que urge mudar: uma cultura que confunde o interesse público com o interesse pessoal e que utiliza os meios da autarquia para perpetuar a imagem de quem nela exerceu cargos”, continua. Num apelo direto a Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ que venceu as eleições autárquicas no passado domingo, a IL apela que o mesmo se “demarque publicamente desta situação, garantindo que este tipo de práticas não voltará a repetir-se”. “A política local precisa de mais transparência, rigor e prestação de contas, não de livros pagos pelos munícipes”, remata a nota. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, o Município de Aveiro anunciou esta quinta-feira, 16 de outubro, que irá lançar um novo livro, desta vez, com o título “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”. Trata-se do último livro - lançado e pago pela autarquia - de José Ribau Esteves enquanto presidente cessante da Câmara de Aveiro.

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UA: ISCA volta a acolher mais um seminário de literacia financeira em novembro
Universidade

UA: ISCA volta a acolher mais um seminário de literacia financeira em novembro

Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, pelas 9h30, terá início a sessão de abertura que contará com as intervenções de Artur Silva, vice-reitor da UA, Francisco Picado, diretor do ISCA-UA e Pedro Oliveira, presidente da AAAUA. De seguida, Inês Drumond, vice-presidente do Conselho de Administração da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), abordará a “perspetiva do regulador sobre a importância do tema da literacia financeira na sociedade”. A iniciativa terá ainda a participação da “Reorganiza, que procurará evidenciar como conhecendo as necessidades individuais ou familiares, se podem negociar as melhores condições para se poder tirar o maior partido possível do dinheiro de cada um”. “Haverá, igualmente, um espaço para a SAGE e o ITM na vertente de literacia digital, centrada na formação tecnológica e na disponibilização de produtos comerciais aplicados à empregabilidade e à transformação digital”, aponta a nota. O evento incluirá ainda a apresentação de André Freitas do projeto Cash Hunters relacionada com o cash-back. A inscrição é gratuita e está disponível aqui.  É ainda assegurado a emissão do certificado de participação.

GrETUA faz balanço positivo do primeiro mês do ano letivo e garante “renovação” da sua atividade
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GrETUA faz balanço positivo do primeiro mês do ano letivo e garante “renovação” da sua atividade

Na nota, o GrETUA começa por recordar as várias atividades que promoveu ao longo do primeiro mês. No que toca à apresentação do Curso de Formação Teatral, o grupo dá nota que o momento reuniu “mais de uma centena” de interessados que compareceram para conhecer o calendário e o formato do curso. Na ocasião, assistiram ainda ao documentário “Antes de mais, parabéns atrasados”, que retrata os 45 anos de história do grupo. “A adesão significativa permitirá ao grupo formar a turma que constituirá este curso, no qual os formandos poderão ter acesso a uma experiência teatral que culminará, como vem sendo hábito, na apresentação de um espetáculo”, explica. No seguimento, o GrETUA dá ainda nota que esta adesão é também o reflexo de um culminar de um início de “temporada no qual o grupo se empenhou numa abordagem apelativa aos novos alunos da Universidade de Aveiro (UA), integrando a programação da integração da AAUAv [Associação Académica da Universidade de Aveiro] e da UA”. Além do curso, o grupo recorda ainda o início do ciclo de percursos sonoros Field Stages, que convidou várias dezenas de novos estudantes a caminhar pelo campus universitário; o arranque da rubrica de leituras Boca a Boca, na Biblioteca da Universidade, com a presença de Mário Coelho, que apresentou também o espetáculo I’m Still Excited, no GrETUA; a nova rubrica Fora do Armário, que em parceria com a Ria – Rádio da Universidade de Aveiro promove a livraria mantida pelo GrETUA em parceria com a Livraria Snob; o ciclo de cinema “Anatomia da Errância” que teve início com a exibição de quatro curtas metragens no exterior do Complexo Pedagógico da UA e que contou com um DJ set de Maria Nolasco e o habitual “Regresso às Jaulas”, uma noite de concertos que tem como mote ser um momento de arranque do ano letivo. “Após um mês de contacto com estes estudantes, o GrETUA consegue agora renovar a sua atividade, as suas equipas e o seu curso. Num quadrimestre que se iniciou sob o mote de ‘o futuro chegará pelos teus passos’, o grupo parece ouvi-los cada vez mais perto”, remata. O GrETUA foi fundado em 1979, sendo constituído por vários alunos da respetiva Universidade.

“Um mundo colorido de aranhas” invade esta terça-feira a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro
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“Um mundo colorido de aranhas” invade esta terça-feira a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, esta exposição pretende revelar a “diversidade morfológica e ecológica” das aranhas. “O universo das aranhas é tão fascinante quanto incompreendido. Predadoras fundamentais na regulação das populações de insetos, são essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas”, explica. Com a curadoria de Aldiro Pereira, a exposição contou com a revisão científica de Jorge Henriques e de Cristóvão Belperin, que identificaram as espécies de aranhas e legendaram cada uma das imagens. Após a inauguração, a mostra ficará ainda patente ao público até ao “dia 31 de dezembro de 2025”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. A entrada é gratuita. “Através das lentes dos três autores, somos convidados a explorar um mundo fascinante, repleto de cores, formas e texturas únicas. Cada fotografia é uma janela para um universo de descobertas, onde a natureza se revela em toda a sua grandiosidade e diversidade”, reforça ainda a nota.

“O Desenho como Pensamento” traz à UA duas performances e uma conversa já esta quarta-feira
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“O Desenho como Pensamento” traz à UA duas performances e uma conversa já esta quarta-feira

A primeira atividade terá lugar na sala Hélène de Beauvoir (Biblioteca da UA), a partir das 16h00, e será uma performance de Júlio Cerdeira com o nome “Linhas coreográficas #3”. De acordo com uma nota de imprensa enviada às redações, a iniciativa pretende ser um “diálogo entre o corpo do performer e as obras que ocupam a sala, através de uma luta num emaranhado de linhas de restrição e prazer, onde o corpo se (des)amarra sucessivamente”.  Meia hora depois, desta vez, no átrio do Edifício Central e da Reitoria, decorrerá a performance de Inês Nêves, “Cavalo cansado”, que procura refletir sobre o conceito “ser forte”. “Será que a força se calcula apenas pelo peso que erguemos, ou haverá alguma métrica de análise mais subjetiva?”, questiona. A performance, segundo a nota, é um “devaneio sobre onde começa o vigor e termina a fraqueza” e divagará entre os conceitos do “absurdo” de Albert Camus e do fenómeno da “divisão” de Valter Hugo Mãe. Por fim, terá lugar a conversa "O Corpo como Território: Feminismos e Identidades na Coleção Figueiredo Ribeiro", pelas 17h00, na sala do Senado, no edifício Central e da Reitoria. A atividade propõe uma cartografia crítica dos feminismos contemporâneos através das obras da Coleção Figueiredo Ribeiro, questionando como os corpos se constituem enquanto territórios de resistência, poder e transformação social. “Os temas desta conversa com Maria Manuel Baptista, Liliana Rodrigues, Helena Mendes Pereira e moderação de Helena Ferreira, situam-se na interseção entre estudos de género, teoria queer e pensamento descolonial, propondo uma leitura crítica das políticas corporais contemporâneas”, adianta a nota. A participação na conversa é gratuita, mas requer inscrição.  As três atividades estão associadas à exposição "O corpo no desenho das identidades: reflexões a partir da coleção Figueiredo Ribeiro", marcante no ciclo “O Desenho como Pensamento”. Esta é a 3ª edição do ciclo “O Desenho como Pensamento” de exposições e conversas, um projeto inovador que tem nos seus objetivos a democratização da cultura, levando-a dos grandes centros para cidades de menor dimensão. O ciclo “O Desenho como Pensamento” (DcP) nasceu em 2020 por iniciativa de Alexandre Baptista, que assume a direção artística do projeto.

UA: Fernando Mendes nomeado membro da EurASc
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UA: Fernando Mendes nomeado membro da EurASc

Segundo uma nota imprensa enviada às redações, esta nomeação pretende reconhecer a “vitalidade científica” do seu trabalho, bem como o impacto que o seu grupo de investigação tem no panorama internacional na área da física de sistemas complexos. A eleição baseia-se num processo seletivo e na nomeação e apoio por membros da EurASc, seguida de uma avaliação pelo seu Conselho Geral. “No caso de José Fernando Mendes, a nomeação foi proposta por colegas da comunidade científica e aprovada pela direção da EurASc”, esclarece. Citado na nota, Fernando Mendes refere que a distinção é um “enorme privilégio e uma responsabilidade acrescida”, mas também um “reconhecimento coletivo” dos seus pares. O docente salienta ainda que esta nomeação reflete “o contributo constante” de colaboradores, colegas e estudantes, “os quais partilham comigo o entusiasmo pela ciência e pela descoberta”. “Este reconhecimento é, portanto, tanto deles como meu”, exprime. A EurASc promove, no campo da Física, a investigação interdisciplinar, apoia políticas de ciência e tecnologia e distingue contribuições científicas de grande impacto. Colabora também com outras entidades europeias para aconselhar sobre políticas de investigação e desenvolvimento. José Fernando Mendes obteve o seu doutoramento (1995) e agregação (2002) em Física pela Universidade do Porto, onde iniciou a sua carreira académica antes de ingressar na UA, em 2002. Aqui foi vice-Reitor para a Investigação (2010-2018), diretor do Departamento de Física (2004-2010) e é atualmente diretor do i3N/Aveiro.

Caixa UA recebe Campeonato Nacional Universitário de Basquetebol 3x3 na próxima semana
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Caixa UA recebe Campeonato Nacional Universitário de Basquetebol 3x3 na próxima semana

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a UA vai acolher a competição na próxima terça-feira, 21 de outubro, das 10h00 às 19h00, e na quarta-feira, 22 de outubro, das 10h00 às 17h00 e das 20h00 às 23h00. Além da competição, terão ainda lugar um “leque de iniciativas com o objetivo de reforçar a ligação entre a Universidade, a comunidade escolar e as instituições desportivas na promoção do desporto e, em particular, do basquetebol, em Aveiro”. A organização do Campeonato Nacional Universitário de Basquetebol 3x3 está a cargo da UA, da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), da Associação Distrital de Basquetebol de Aveiro (ABA), do Desporto Escolar (DE) e da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv).

Beatriz Gosta encerra primeira edição do Festival Política na Universidade de Aveiro
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Beatriz Gosta encerra primeira edição do Festival Política na Universidade de Aveiro

A comunicadora apresentou-se na UA com um espetáculo que abordou temas como o feminismo, discriminação, preconceito e maternidade. Durante o espetáculo, não faltaram momentos de humor e até um inesperado “beijo a três”, protagonizado por dois estudantes, que arrancou gargalhadas do público. Sem fugir à polémica que marcou o anúncio do Festival Política em Aveiro, quando surgiram críticas pela presença de convidados associados à esquerda política, Beatriz Gosta abordou o tema com ironia. Em tom descontraído, brincou com o público ao admitir que chegou a temer que ninguém aparecesse e que pudesse “levar com tomates” naquela noite. Em entrevista à Ria, no balanço da primeira edição do Festival Política, Alexandra Queirós, vice-reitora da UA para a Cultura e Vida nos Campi, começou por destacar o número elevado de participantes que a iniciativa registou, ao longo dos dois dias, nos vários momentos de programação. “O importante aqui é fazer as pessoas pensar em algumas situações e ver como nós podemos melhorar a nossa ação. (…) O Festival Política traz também, para cima da mesa, estas discussões e é isso que queremos fomentar: uma discussão cívica, participada e numa lógica de construir algo melhor”, exprimiu. Recorde-se que além de Beatriz Gosta, o evento trouxe ainda Hugo van der Ding, ilustrador e humorista, também ao Auditório Renato Araújo e António Brito Guterres, investigador e especialista em estudos urbanos, ao Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA) e à Fábrica Centro Ciência Viva. Sobre a escolha dos três espaços, a vice-reitora voltou a sublinhar que o Festival teve também o intuito de “promover um acolhimento diferente aos novos estudantes”. Interpelada pela Ria sobre a possibilidade de o Festival Política voltar a passar, no próximo ano, por Aveiro, Alexandra Queirós não descartou a possibilidade lançando, entre risos: “Vamos ver”. O Festival Política teve a sua primeira edição em 2017 e é uma iniciativa da Associação Isonomia (ONG) que tem como objetivo promover a participação cívica, a defesa dos direitos humanos e o combate à abstenção. Sob o tema “Revoluções em Curso- na sociedade portuguesa e além-fronteiras”, a iniciativa segue agora para as cidades de Loulé, de 23 a 25 de outubro, e Coimbra, de 13 a 15 de novembro.

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Município de Aveiro edita livro comemorativo dos 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador
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Município de Aveiro edita livro comemorativo dos 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador

O livro, que vai ser enviado de forma gratuita a todos os artistas vencedores e merecedores de menções honrosas ao longo dos anos, bem como a todos os que fizeram parte do júri, marca os 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador. A iniciativa é, nas palavras da autarquia, “uma oportunidade para dezenas de jovens que ousaram imaginar, experimentar e partilhar as suas visões e talentos artísticos com os outros” e “representa uma política de continuidade” do Município no setor da cultura. De acordo com a autarquia, o livro não só celebra um “instrumento capacitador, ao serviço da arte e da criatividade”, como “pretende congregar toda a história deste Concurso que passou já por várias mudanças”.

Projeto colaborativo entre utentes e funcionários de lares de Aveiro regressa ao Teatro Aveirense
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Projeto colaborativo entre utentes e funcionários de lares de Aveiro regressa ao Teatro Aveirense

A criação, que conta com orientação artística de Beatriz Mendes, Daniel Almeida e Ana Raquel Tavares, envolve 51 utentes e funcionários das instituições que participam e que, ao longo de meses, se envolveram na criação do espetáculo. As oficinas realizadas serviram para recolher “recordações, canções e expressões locais que serviram de ponto de partida para composições originais”, agora transformadas em “matéria criativa”. De acordo com a autarquia, este quarto concerto traz a palco novos assuntos – como os coradouros antigos e a lavagem da roupa – e espaços icónicos – como a Praça do Peixe. Não obstante, o público vai também poder ouvir músicas que já se têm afirmado no repertório da comunidade. A iniciativa passa também pela gravação de um CD que vai levar os elementos de estúdio para as próprias instituições. Recorde-se que o “Canta-o-Lar” foi criado no âmbito de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura e íntegra desde aí a programação do Teatro Aveirense.

Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG
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Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG

Na convocatória da Assembleia Geral Ordinária do SC Beira-Mar do próximo dia 31 de outubro pode ler-se no ponto quatro que volta a estar prevista nova “informação aos sócios sobre o processo de constituição da sociedade desportiva para o futebol”. Recorde-se que o clube já chegou a anunciar Breno Dias Silva como investidor, mas, entretanto, a direção diz ter perdido a confiança no parceiro e decidiu recuar. Na última Assembleia, que se realizou no final do passado mês de julho, Nuno Quintaneiro disse à Ria que esperava ter um novo investidor para apresentar até que os sócios se voltassem a reunir. Contactado pela Ria, o presidente garante agora que há “novidades” que espera que sejam “consistentes” até ao próximo dia 31 de outubro, data da próxima AG. Para já, Quintaneiro prefere não adiantar qualquer detalhe sobre o projeto que o SC Beira-Mar está a considerar e deixa os esclarecimentos para a Assembleia. Outro dos pontos em destaque da reunião é o ponto dois: “Informação aos sócios sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, respeitante ao triénio 2021-2024, nos termos e para os efeitos previstos no art. 27º, nº 4 dos Estatutos”. De acordo com os estatutos do clube, cada direção deve ter como “regra de ouro” que, “no final do seu mandato, a situação líquida do S. C. Beira-Mar, seja, se nada de anormal e extraordinário ocorrer, pelo menos igual à existente aquando da sua tomada de posse, devendo o eventual agravamento da mesma, após confirmação por auditoria promovida pela nova Direção, ser assumido solidariamente pelos membros em funções da Direção cessante”. Traduzida pelo presidente Nuno Quintaneiro, a norma determina que “aquando da transmissão dos mandatos, se a situação líquida do clube for negativa em comparação com o início do mandato […] os elementos da direção podem ser responsabilizados pessoalmente e solidariamente, ou seja, têm que se chegar à frente com o seu património para pagar ao clube e compensar o clube financeiramente por essa variação negativa”. No entanto, diz o presidente, o principal problema que o clube tem tido em relação a esta regra é a sua não aplicação. Para que se cumpram os estatutos, é necessário que a situação líquida do clube seja certificada – algo que, por intermédio de Luís Leitão, presidente do Conselho Fiscal cessante, já aconteceu em outubro passado – e, depois, que a nova direção decida sobre a aplicação ou não da regra – que a direção deixou pendente aquando da aceitação da certificação da situação líquida do clube. Em causa está uma variação líquida negativa de 289.086,71 euros. “Se fizéssemos uma aplicação cega da regra, o Afonso [Miranda] e os seus colegas de direção teriam de suportar esse encargo financeiro junto do clube”, explica Nuno Quintaneiro, que aponta que “aquilo que nós, ao longo deste período, estivemos a fazer foi um levantamento de onde é que teve origem esse endividamento e a compreender bem a atividade do clube para perceber se faz ou não sentido aplicar a ‘regra de ouro’ à luz daquilo que era o elemento teleológico da norma”. Por ser uma matéria que exige “algum cuidado” e por “respeito aos sócios”, o presidente da direção do SC Beira-Mar prefere não comunicar a decisão antes da Assembleia Geral. No entanto, por “dever institucional”, o ex-presidente Afonso Miranda e a sua direção já foram informados daquela que foi a decisão. Nesse sentido, o presidente assume que “não há qualquer problema institucional” e que a decisão foi tomada em “concordância” com os antigos titulares dos órgãos sociais do clube, pelo que se vive um “clima de paz”. No passado dia 16, uma notícia publicada no Diário de Aveiro sobre o tema motivou um comunicado da direção do clube. Depois de o jornal escrever que “A direção do Beira-Mar vai aplicar a ‘regra de ouro’”, o clube reagiu: “o agendamento de um ponto da Ordem de Trabalhos da próxima Assembleia Geral […] dedicado a informação sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, resultou de um entendimento conjunto sobre a necessidade de comunicar aos sócios, em local próprio, o entendimento partilhado sobre a natureza e o alcance daquela disposição estatutária”. Nesse sentido, os responsáveis do clube clarificam, como disse Nuno Quintaneiro à Ria, que a discussão tem sido articulada em diálogo com o antigo presidente Afonso Miranda. No seguimento da notícia, o ex-presidente fez uma publicação no Facebook onde afirma ter feito chegar a informação ao Diário de Aveiro de que “a ata da convocatória para a Assembleia Geral refere apenas “informar sobre a regra de ouro” e não “aplicar” tal medida”. Depois de, segundo afirma, o diretor do jornal ter reconhecido o erro e retirado momentaneamente a notícia da internet, a informação voltou a ser publicada. Para além de dizer que nunca é mencionado “qualquer indício de “maus resultados” da anterior direção” – algo que diz saber não ser intenção dos atuais responsáveis – Afonso Miranda frisa ser também credor do clube e diz estar disponível para “não cobrar ou negociar a longo prazo o pagamento dessas verbas”. Por defender que, durante o seu mandato à frente dos destinos do clube, “enfrentou o período financeiro mais conturbado de sempre” e depois de enaltecer que a sua direção “teve a coragem de pegar num clube moribundo, saqueado por vários que fugiram, e nele investiu dinheiro, tempo e suor”, Afonso Miranda diz “recusar aceitar que o jornalismo continue a ser praticado com tamanha falta de rigor, na busca incessante por sensacionalismo, mesmo à custa de denegrir a imagem de quem verdadeiramente trabalha”. Assim, o ex-presidente da direção afirma ter avançado com uma ação judicial por difamação. Na Assembleia Geral do próximo dia 31 vai ser também apreciado e votado o Relatório de Atividades e Contas do exercício respeitante à época desportiva 2024-2025.

Aveiro: CEO da Trofa Saúde garante que novo hospital do grupo deve abrir em 2028
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Aveiro: CEO da Trofa Saúde garante que novo hospital do grupo deve abrir em 2028

A ideia de um novo hospital da Trofa Saúde em Aveiro começou a nascer, disse José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), em 2016. Entretanto, o projeto chegou mesmo a ser anunciado, mas, segundo o autarca, foi “abalroado” pela covid-19. Recorde-se que o projeto foi anunciado em 2017 e que o objetivo anunciado era de que o hospital estivesse em funcionamento a partir de 2019. Depois da pandemia, Ribau Esteves afirma que a Trofa Saúde deu uma “péssima notícia” e decidiu “rasgar” o projeto que já tinha sido licenciado pela Câmara Municipal. Explica Bruno Gomes que o novo projeto agora apresentado serviu para aumentar o hospital: “Achámos que era preciso dimensioná-lo [ao projeto] de uma forma diferente para poder dar resposta às necessidades da população de Aveiro”. Não obstante, o responsável anunciou que a unidade deve criar “400 novos postos de trabalho”, menos 100 do que os 500 anteriormente anunciados. O novo hospital, de acordo com o CEO do grupo, vai ter atendimento permanente “24 horas para adultos e crianças”, “bloco operatório com três salas para cirurgia”, “100 camas de internamento”, “100 gabinetes de consulta e serviços de enfermagem”, análises clínicas e endoscopia e com suporte de uma imagiologia equipada com tecnologia de última geração, incluindo ressonância magnética, TAC, mamografia e ecografia. O edifício vai ter “sete andares à superfície e dois subterrâneos”. Bruno Gomes destacou que esta não foi a primeira aposta do grupo no distrito de Aveiro: já existem unidades da Trofa Saúde em São João da Madeira, Ovar, Santa Maria da Feira e Espinho. No total, o grupo conta já com 23 hospitais e clínicas em todo o país. Ribau Esteves não deixou escapar a oportunidade para falar da ampliação e requalificação do hospital público, de que Aveiro ainda continua à espera. O presidente espera que o projeto da Trofa Saúde seja “inspirador e estimulador” para que “o Ministério da Saúde […] seja bem melhor que todos os outros que nos andaram a empurrar para a frente numa inércia absurda que tem que tem prejuízo para os cidadãos”. Foi também nesse sentido que o autarca voltou a defender as entidades privadas. No seu entender, Portugal ainda não “ultrapassou alguns preconceitos” e o serviço privado “está sempre sob alguma suspeição”. “O motor da nossa atividade económica é o setor privado. O nosso Município seria muito diferente, para muito pior, se fosse o setor público o seu motor principal. Como eu gosto de dizer, nós somos motor auxiliar”, rematou o autarca. A “primeira pedra” do hospital foi um exemplar da edição do Diário de Aveiro de ontem, dia 20, em que no destaque de primeiro página vai para “Primeira pedra de hospital privado é lançada hoje”. O jornal foi encapsulado e enterrado por todos os responsáveis presentes, como Bruno Gomes, José Ribau Esteves ou Luís Souto, presidente da CMA eleito.

Ribau Esteves defende que livro pago pela Câmara é um “investimento de solidariedade cultural”
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Ribau Esteves defende que livro pago pela Câmara é um “investimento de solidariedade cultural”

Na passada quinta-feira, 16 de outubro, o Município de Aveiro anunciava que iria lançar um novo livro, desta vez, com o título “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”. Tal como noticiado pela Ria, trata-se do último livro - lançado e pago pela autarquia - de José Ribau Esteves enquanto presidente cessante da Câmara de Aveiro. Logo após ter sido anunciado, a obra gerou polémica por representar um custo de “13.350 euros” para a Câmara Municipal de Aveiro, ao contrário, por exemplo, do livro de balanço dos mandatos autárquicos de Élio Maia, presidente da autarquia entre 2005 e 2013, que não teve qualquer financiamento público.  Questionado esta segunda-feira, pela Ria, sobre a opção, Ribau Esteves reforçou que o presidente Élio Maia “não é uma referência de gestão autárquica” para si e justificou a aposta com o facto de a Câmara de Aveiro ser, atualmente, “investidora”. “Obviamente que uma Câmara investidora, com qualidade, de uma terra rica, em termos de património histórico, de atividade, tem a obrigação de publicar o livro”, sublinhou. Recorde-se que, tal como noticiado, a autarquia aveirense gastou, só no último ano, mais de 100 mil euros na produção de livros. Confrontado com isto, o autarca respondeu: “E são muito mais do que aqueles que estão na notícia da Rádio Ria e (…) com muito mais investimento do que aquilo que foi feito”. Recordando o dia da apresentação do livro “Avenida: uma história com futuro”, que decorreu na Livraria Bertrand, Ribau Esteves sublinhou que estes livros são “investimentos de solidariedade cultural”. “Nesse âmbito, nós entendemos que a história única destes 12 anos de uma Câmara numa situação de falência, (…) num tempo em que vivemos coisas tão dramáticas como o combate à covid, em que pusemos esta Câmara como altamente investidora, como a Câmara que deixou de ser (…) gestora do Município de Aveiro e passou a ser (…) cogestora da região de Aveiro, da Associação Nacional de Municípios Portugueses, do Comité das Regiões da União Europeia, [justificava este livro]”, reforçou o autarca. Em relação às outras obras, anteriormente, publicadas pela autarquia, sublinhou ainda que a única diferença é que esta foi escrita por si.  “Foram cerca de 300 horas de trabalho que tirei à minha família, que deixei de ir à missa, deixei de correr, etc. Deixei de fazer uma série de coisas porque nunca escrevi uma linha daquele livro que não fosse aos domingos ou nos meus voos para Bruxelas”, partilhou. “Portanto, é uma edição da Câmara Municipal, como tantas outras que fizemos, com toda a legitimidade democrática”, continuou. Sobre as críticas da oposição, José Ribau Esteves disse ter “toda a tolerância democrática”. “Aliás, eu tive o cuidado (…) que o livro fosse lançado entre as eleições e a tomada de posse, precisamente, para não ser minimamente parte, protagonista ou influenciador do processo eleitoral”, exprimiu. “Só para ter a noção, a partir do momento que disse que estava a escrever um livro, eu já tenho anotado os pedidos do meu livro de 400 pessoas (…)  A maior parte das pessoas são positivas, sabem que o presidente Ribau Esteves escreveu um livro próprio, a contar histórias, algumas delas que as vou contar pela primeira vez, em público, (…) e mandaram-me logo uma coisa qualquer, um SMS, uma carta, um e-mail, a dizer: ‘guarda para mim porque eu quero um’”, partilhou. Numa fase final da conversa, o presidente da Câmara adiantou ainda que o livro será para oferta e que apenas a Editora ‘Afrontamento’ [responsável pela edição do mesmo] o venderá. “Não há lucro nenhum. A Câmara não vai vender… E mesmo a empresa que o vai vender dá pouco mais do que para pagar os custos que a empresa teve”, frisou. Saliente-se que este não é o primeiro livro escrito pelo autarca. A primeira vez que o fez era ainda presidente da Câmara de Ílhavo e, na altura, lançou a obra: “10 Anos de Mudança - Município de Ílhavo”. Segundo uma notícia do Correio da Manhã, datada de 18 de janeiro de 2008, a obra gerou polémica já que os partidos da oposição acusaram Ribau Esteves de se “autopromover gastando 2800 euros ao erário público”. Sobre este episódio, Ribau Esteves recordou que na “Câmara de Ílhavo era diferente porque, por um lado, decidi que eram sobre os dez anos e lançamos o livro a menos de um ano de eleições e eu era recandidato”. O livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves” vai ser apresentado este sábado, 25 de outubro, pelas 18h00, no Teatro Aveirense.

Cais do Porto promove quarta edição do Brazil Tech Days em novembro
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Cais do Porto promove quarta edição do Brazil Tech Days em novembro

Em relação às edições anteriores, segundo uma nota enviada às redações, o evento marcará a chegada de “14 novas empresas brasileiras de tecnologia ao ecossistema português através do Programa de Internacionalização do Cais do Porto, reforçando a cooperação empresarial e tecnológica entre os dois países”. Além do mais, a iniciativa contará com a participação de estudantes do ensino secundário das escolas de Pernambuco, no Brasil. De acordo com Marcela Valença, gerente de operações do Cais do Porto, ao longo dos três dias, o evento terá  “palestras e debates de muita relevância com o objetivo de unir mercados e governos do Brasil e de Portugal em torno da inovação e da tecnologia como ferramentas de transformação social”. “É a primeira vez que o Brazil Tech Days traz mesas exclusivas sobre mulheres e tecnologia dos dois lados do Atlântico”, avança a nota.  Até ao momento, estão já confirmadas as presenças de: Alexandre Amorim, presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Pierre Lucena, presidente do Porto Digital e de Mauricélia Montenegro, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. Apesar da programação na íntegra ainda não estar disponível, a organização adianta que o primeiro dia, 6 de novembro, terá como temas em destaque, por exemplo, as “tendências globais de consumo em marketing e comunicação”; o segundo dia, o “diferencial do ecossistema de inovação da região de Aveiro, reconhecido pela sua gestão colaborativa e protagonismo feminino” e o último dia “será dedicado a atividades exclusivas das empresas embarcadas”. “Em breve, serão divulgados novos nomes de palestrantes e convidados especiais, reforçando o caráter internacional e colaborativo do Brazil Tech Days 2025”, finaliza. A inscrição é gratuita e está disponível aqui.  Criado em 2022, o Brazil Tech Days é uma iniciativa do Cais do Porto e do Porto Digital, que visa impulsionar a internacionalização de empresas brasileiras de tecnologia, fomentar o intercâmbio de conhecimento e inovação e promover debates estratégicos entre líderes públicos e privados do Brasil e de Portugal. O Cais do Porto é o hub de internacionalização de empresas de tecnologia brasileiras em Portugal, uma iniciativa do Porto Digital do Recife, que conecta ecossistemas, acelera negócios e fomenta a inovação entre o Brasil e a Europa. O espaço, localizado em Aveiro, atua como ponto de encontro de empreendedores, instituições e investidores interessados em fortalecer a cooperação tecnológica entre os dois países.

Galitos/Bresimar vence Taça ANCNP
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Galitos/Bresimar vence Taça ANCNP

O troféu organizado pela Associação de Natação Centro Norte de Portugal foi disputado por 356 atletas em representação de 17 clubes diferentes. O Galitos conquistou cerca de mais oito mil pontos do que o Clube Desportivo Feirense, que acabou no segundo posto da tabela classificativa. O pódio ficou fechado com o Clube Desportivo de Estarreja. A equipa do Galitos/Bresimar sai de Castro Daire com 88 novos recordes pessoais, dos quais destaque também três novos recordes regionais em séries de estafetas: no escalão de Infantis A, Tomás Ferreira, Matias Pereira, João Rebola e Cristofer Alarcon terminaram a prova de 4x100 metros livres em quatro minutos e 24,27 segundos; no escalão Juvenis B, Miguel Fernandes, Santiago Valente, Daniel Volkov e Francisco Vale acabaram a prova de 4x50 metros livres em um minuto e 46,97 segundos; no escalão de Juniores, Vicente Vale, Rodrigo Meireles, António Fardilha e Nuno Anjos terminaram a prova de 4x50 metros livres em um minuto e 39,28 segundos.

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Município de Águeda avança com reabilitação ecológica do Rio Cértima
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Município de Águeda avança com reabilitação ecológica do Rio Cértima

A intervenção vai decorrer até ao final do ano e incide na remoção e controlo de espécies invasoras aquáticas e na recuperação e reabilitação das margens. Os trabalhos estendem-se ao longo de cerca de cinco quilómetros, desde a ponte do Parque Ribeirinho até Espinhel, à entrada da lagoa da Pateira de Fermentelos. “O projeto inclui a contenção e remoção de espécies invasoras, o corte seletivo e poda de formação de árvores, a plantação de espécies nativas, e a aplicação de técnicas de base natural para reabilitação dos habitats”, explicita o texto difundido pela autarquia. O principal objetivo é “promover a recuperação do corredor fluvial do Rio Cértima, reforçando a sua função ecológica e protegendo a Pateira de Fermentelos”, que é classificada como Zona Húmida de Importância Internacional pela Convenção de Ramsar e integra a Rede Natura 2000. "Este projeto representa mais um passo firme na nossa estratégia de proteção ambiental e valorização do território", declarou o Presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida. O autarca sublinhou que a preservação do Rio Cértima e da Pateira "é essencial não só para a biodiversidade, mas também para o bem-estar das comunidades e para a sustentabilidade futura da região". Os trabalhos em curso no Rio Cértima articulam-se com as ações previstas no âmbito do projeto “LIFE Revive”, que contempla também intervenções nos rios Águeda, Alfusqueiro e Vouga, procurando reduzir as "pressões hidromorfológicas", correspondentes às alterações causadas por barragens ou dragagens. Jorge Almeida, revelou ainda que, no âmbito dessa estratégia e com apoio do Fundo Ambiental, a câmara irá também avançar com a reabilitação do Rio Alfusqueiro, infraestruturação do Parque Fluvial e a criação de uma Reserva Natural nessa área.

Ílhavo promove mais uma “oficina do luto” esta terça-feira
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Ílhavo promove mais uma “oficina do luto” esta terça-feira

Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, Márcia Amorim propõe uma “abordagem profundamente humana e transformadora”. O seu percurso passa por acompanhar pessoas no “processo de reencontro consigo próprias após uma perda”, sendo a sua obra descrita como um “abraço em forma de palavras, uma luz para quem atravessa a dor da perda”. “Num tempo em que tantas perdas são vividas em silêncio, este encontro propõe um espaço de escuta, empatia e partilha, essencial para quem procura acolhimento e compreensão”, explica a nota. As “Oficinas de Luto”, que integram o Programa de Apoio a Pessoas em Luto de Ílhavo, realizam-se mensalmente, proporcionando apoio emocional e reflexões sobre o luto, através de atividades temáticas conduzidas por especialistas. As inscrições podem ser efetuadas através do número 234 329 636 ou do email [email protected].

Porto de Aveiro investe 280 mil euros para reforçar segurança da navegação
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Porto de Aveiro investe 280 mil euros para reforçar segurança da navegação

A operação visa, de acordo com a nota, “garantir as normais condições de segurança da navegação e reflete, simultaneamente, o compromisso da Administração do Porto com a sustentabilidade e a proteção do litoral”. Os sedimentos dragados, “num volume máximo estimado de 135.000 metros cúbico”, estão a ser “depositados a sul do 1.º esporão da Barra/Costa Nova” e serão utilizados para “reforçar o cordão dunar, através da repulsão direta por tubagem na praia emersa”. “Embora os sedimentos provenientes das dragagens de manutenção, imersos ao largo da Costa Nova, tenham como objetivo contribuir para mitigação dos efeitos da erosão costeira, esta intervenção distingue-se por ter um impacto mais direto e imediato na recuperação e estabilização do cordão dunar”, explica o Porto de Aveiro em nota. A intervenção, desenvolvida em estreita colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), está a ser concretizada pela empresa Rohde Nielsen A/S e encontra-se integrada no “plano de dragagens de manutenção do porto representando um investimento na ordem dos 280 mil euros, estimando-se a sua conclusão no prazo máximo de um mês”. Paralelamente, estão ainda a decorrer os trabalhos de dragagem do Porto de Pesca do Largo e da doca de recreio do Jardim Oudinot, “destinados a melhorar as condições de navegabilidade e segurança dessas zonas, utilizadas pelas empresas da pesca do largo e para atividades náuticas de recreio”.

Museu Marítimo de Ílhavo lança nova loja online
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Museu Marítimo de Ílhavo lança nova loja online

O grande destaque dado pelo Museu Marítimo de Ílhavo vai para as publicações dedicadas ao mar e à cultura marítima – uma aposta que, dizem os responsáveis, tem “títulos dirigidos a públicos de todas as idades, incluindo livros infantojuvenis”. Na loja é também apresentada uma linha de produtos de merchandising ligados à história e memória da pesca do bacalhau, “símbolo identitário do território e da comunidade ilhavense”. A nova loja é uma forma do Museu reforçar a sua presença digital e “democratizar o acesso aso produtos […] promovendo e divulgando a cultura marítima nacional à escala global”. O espaço online pode ser consultado em lojamuseumaritimo.cm-ilhavo.pt.

Autárquicas: Rui Dias (PSD/CDS) espera ter condições para governar Câmara de Ílhavo
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Autárquicas: Rui Dias (PSD/CDS) espera ter condições para governar Câmara de Ílhavo

Rui Dias dá como referência os quatro anos em que o movimento Unir para Fazer dirigiu a autarquia sem maioria absoluta, em que “teve condições semelhantes para governar”. “Não tem que haver necessariamente mais vereadores, porque basta-nos fazer um entendimento com quem tem menos vereadores para construirmos uma maioria absoluta”, disse. O novo presidente da Câmara referia-se às condições de governabilidade de que o seu antecessor, João Campolargo, do movimento de cidadãos Unir para Fazer, que perdeu as eleições para a Câmara, beneficiou, reclamando agora reciprocidade. A coligação PSD/CDS ganhou as eleições no município de Ílhavo, mas sem maioria absoluta, obtendo para a Câmara 6.580 votos (35,74%), encanto o movimento Unir para Fazer foi o segundo mais votado, obtendo 6.405 votos (34,79%) e o PS foi a terceira força mais votada, com 2.458 votos (13,35%). No executivo municipal, a coligação PSD/CDS liderada por Rui Dias elegeu três mandatos, os mesmos do Unir para Fazer, enquanto o PS mantém um eleito. “O processo está no início, sendo fundamental identificar pontos de convergência entre os projetos políticos envolvidos”, comentou Rui Dias, considerando que “há que perceber os possíveis alinhamentos”. O novo presidente da Câmara de Ílhavo, que recuperou a autarquia que foi PSD até 2021, mencionou a experiência anterior de quatro anos na Câmara, liderada por João Campolargo do movimento Unir para Fazer, agora na oposição. “Nós estamos a começar, estamos a arrancar, temos que perceber que pontos de convergência existem entre os nossos projetos e os outros e perceber o alinhamento possível”, concluiu.

Autárquicas: Campolargo assume derrota em Ílhavo e lugar de vereador da oposição
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Autárquicas: Campolargo assume derrota em Ílhavo e lugar de vereador da oposição

A coligação PSD/CDS-PP ganhou as eleições no município de Ílhavo, no distrito de Aveiro, mas sem maioria absoluta, obtendo para a Câmara 6.580 votos (35,74%), enquanto o movimento Unir para Fazer foi o segundo mais votado, obtendo 6.405 votos (34,79%) e o PS foi a terceira força política mais votada, com 2.458 votos (13,35%). No próximo executivo municipal, liderado por Rui Dias, a coligação PSD/CDS-PP tem três mandatos, os mesmos do Unir para Fazer, enquanto o PS mantém um vereador. “Tomarei posse e estarei entre os vereadores, e estaremos disponíveis para trabalhar em conjunto com o executivo que irá ser formado”, disse João Campolargo. Sobre o papel do movimento Unir para Fazer nos órgãos autárquicos onde está representado, João Campolargo diz não abdicar do papel fiscalizador que lhe cabe, agora na oposição. “Faremos a nossa avaliação, a nossa fiscalização, desejamos sempre que seja um mandato dessa aliança com um serviço muito próximo e de responsabilidade”, afirmou em declarações à Lusa.  Refletindo sobre os resultados eleitorais, o presidente cessante da Câmara de Ílhavo reconhece que o seu movimento “sofreu uma derrota, apesar de um apoio significativo”. “O movimento de cidadãos perdeu por uma escassa diferença de votos para uma coligação de dois partidos, o que foi um sinal de reconhecimento e admiração pelo trabalho feito, e houve uma aproximação significativa em território e mesas de voto, mas não foi suficiente para a vitória”, declarou. Quanto ao futuro, garante que “o movimento atuará como força de fiscalização, reconhecimento do que é bem feito e usará o conhecimento adquirido para se preparar para dar melhor resposta e participação na discussão democrática ao longo dos próximos quatro anos”.

Autárquicas: Jorge Ratola com maioria absoluta para devolver “qualidade e confiança” a Espinho
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Autárquicas: Jorge Ratola com maioria absoluta para devolver “qualidade e confiança” a Espinho

“Depois de tanto que aconteceu, é realmente uma felicidade que tenham reconhecido a minha disponibilidade para servir Espinho, para que a cidade volte a ter qualidade de vida para quem cá reside e quem nos visita, e de modo a que o município aproveite um conjunto de oportunidades que viu desperdiçadas nos últimos anos”, declara à Lusa o vencedor das eleições nesse concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto. Essa estratégia passará por valorizar a frente de mar, por reabilitar infraestruturas e equipamentos “que são únicos na região e no país” e por desenvolver projetos de habitação a custos controlados. Quanto à sua primeira medida quando iniciar funções, já está definida: “Pôr a Câmara a funcionar e a corresponder ao que se espera dela, para que os habitantes e os investidores possam voltar a ter confiança nos serviços municipais”. A vitória de Jorge Ratola marca o fim de uma campanha eleitoral particularmente disputada em Espinho, onde na corrida às urnas também participava Maria Manuel Cruz – que ainda é a presidente em funções e avançou como independente depois de ser preterida pelo PS – e Luís Canelas – que, tendo começado por integrar o executivo dessa autarca, acabou por liderar a candidatura socialista. Para o próprio PSD, o percurso também foi irregular, já que a concelhia começou por indicar Ricardo Sousa, mas a direção nacional do partido avocou o processo e impôs o nome de Jorge Ratola, adjunto do primeiro-ministro, ex-vice-presidente da Câmara de Aveiro e ex-chefe dos gabinetes da presidência tanto de Joaquim Pinto Moreira na Câmara de Espinho como de Emídio Sousa na de Santa Maria da Feira. Agora, com 35,46% dos votos em Espinho, num total de 6.532 boletins, o candidato do PSD elegeu quatro elementos para o executivo da autarquia, que tem cerca de 21,4 quilómetros quadrados e 33.000 habitantes. A Oposição ficou-se pelos 24,39% e 4493 votos do PS, que elegeu Luís Canelas e Nuno Almeida, e pelos 15,3% e 2819 boletins do movimento independente liderado por Maria Manuel Cruz, que assim passa de presidente da Câmara a vereadora minoritária. Natural de Aveiro e atualmente com 59 anos, Jorge Ratola tem o 12.º ano de escolaridade e, segundo a sua nota curricular, quase sempre exerceu funções em serviços públicos, iniciando a carreira como vice-presidente da Casa da Cultura da Juventude de Aveiro e adjunto do Instituto Português da Juventude, em ambos os casos logo aos 23 anos e pelo período de 1989 a 1997. A partir de 2000 trabalhou dois anos como comercial da companhia de seguros Tranquilidade, após o que, de 2002 a 2005, foi chefe de gabinete do então Governo Civil de Aveiro e, nos quatro anos seguintes, adjunto da presidência na Câmara Municipal de Vale de Cambra. Daí passou para a autarquia de Espinho, onde de 2009 a 2013 assumiu a chefia do gabinete da presidência, e para a Câmara de Aveiro, onde foi vereador de 2013 a 2015 e vice-presidente de 2015 até 2021. Os últimos cargos que assumiu foram o de chefe do gabinete da presidência na Câmara da Feira, de 2021 a 2024, e o de adjunto do gabinete de Luís Montenegro, que exerce desde maio de 2024. Nas autárquicas de 2021, e após 12 anos de gestão PSD por Pinto Moreia, foi o PS a ganhar as eleições, com 40,23% dos votos, o que deu a presidência da Câmara ao arquiteto Miguel Reis. Os quatro eleitos socialistas estavam então em maioria face aos três vereadores do PSD, que se ficaram por 37,35% dos votos, mas Miguel Reis renunciou ao cargo na sequência da sua detenção no âmbito da Operação Vórtex, por alegada corrupção em negócios imobiliários.

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Mais de 23.700 infrações rodoviárias detetadas na campanha "Viajar sem Pressa"
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Mais de 23.700 infrações rodoviárias detetadas na campanha "Viajar sem Pressa"

A campanha decorreu entre 14 e 20 de outubro e visou alertar os condutores para o risco da condução e excesso de velocidade, uma das principais causas de acidentes nas estradas. No total, foram fiscalizados 5.603.754 veículos e registadas 23.724 infrações rodoviárias, das quais 14.829 relativas ao excesso de velocidade. A campanha foi desenvolvida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, GNR e PSP e envolveu igualmente as regiões autónomas dos Açores e Madeira. Aos condutores abordados diretamente, as autoridades transmitiram mensagens relativas aos perigos do excesso de velocidade, causa de um em cada três acidentes mortais.

Ordem Psicólogos diz que a maioria das vítimas de cyberbullying não procura ajuda dos adultos
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Ordem Psicólogos diz que a maioria das vítimas de cyberbullying não procura ajuda dos adultos

A maioria das vítimas não procura ajuda dos mais próximos por receio do que possam vir a pensar e por receio de perderem o acesso às tecnologias digitais, afirma a OPP em comunicado divulgado, no qual recomenda a pais, mães e cuidadores a falarem com as crianças e jovens sobre ‘cyberbullying’. Os psicólogos recordam que o ‘cyberbullying’ pode acontecer em qualquer local, a qualquer hora, de forma persistente, estando em risco qualquer criança e jovem a partir do momento em que têm um telemóvel/computador/tablet sem supervisão. No novo guia para pais e cuidadores, que será lançado na segunda-feira, Dia Mundial de Combate ao Bullying, são enumerados alguns dos sinais de alerta, como mostrar tristeza, ansiedade ou perturbação durante ou após a utilização da internet, fazer da sua vida digital um segredo, isolar-se e evitar a família, amigos ou as atividades habituais e mostrar nervosismo e ansiedade quando surge uma mensagem. Perante uma situação de ‘cyberbullying’, recomenda-se oferecer apoio e conforto, garantindo à criança/jovem que não tem culpa e recordando que não está sozinho e que vão encontrar uma solução juntos. Deve ainda limitar-se o acesso à internet enquanto a situação não se resolve, denunciar e/ou bloquear o ‘cyberbully’, encorajar a não responder ao ‘cyberbullying’ mas guardar as mensagens/fotografias/interações que possam servir de evidências junto da escola ou mesmo da polícia. Outras recomendações são procurar a ajuda da escola, junto do diretor de turma ou psicólogo da escola, contactar as autoridades e, caso as agressões forem graves (ameaças de violência, tentativas de chantagem/extorsão, incentivo à automutilação ou suicídio) deve contactar a PSP ou GNR – Escola Segura e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens local. Para prevenir situações de cyberbullying os psicólogos recomendam que sejam estabelecidas regras e horários de utilização das tecnologias digitais, em função dos horários de aulas, estudo e lazer, e conhecido como a criança ou jovem ocupa o tempo online, mas respeitando a sua privacidade.

Emagrecimento, cancro e saúde mental dominam desinformação em saúde
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Emagrecimento, cancro e saúde mental dominam desinformação em saúde

“Há temas muito comuns sobre os quais há muita desinformação, um deles é a área da nutrição e do emagrecimento, porque no mundo ocidental há um grande problema com a obesidade e excesso de peso”, começa por explicar a diretora do projeto de desinformação em saúde Viral Check. Na área do cancro, a jornalista explica que “há imensa desinformação sobre isso, desde mezinhas e questões mais espirituais relacionadas com a cura da doença”. “No tratamento do cancro a desinformação pode afastar as pessoas do tratamento correto e diminuir a probabilidade de sobrevivência”, alerta Sara Beatriz Monteiro. A jornalista refere também que a saúde mental tornou-se recentemente uma área alvo de desinformação, com a proliferação de narrativas que envolvem “ervas para a depressão, suplementos para a depressão ou gomas que acabam com a ansiedade”. Assim, “a nutrição, o emagrecimento, o cancro e a saúde mental são muito atacadas” pela desinformação, afirma a jornalista. Em agosto, o Polígrafo e o Viral Check anunciaram o lançamento do projeto "Vital - O Portal do Cancro", dedicado a informar sobre boas práticas clínicas e combater mitos nocivos sobre o cancro e "promover informação rigorosa, verificar factos e desmistificar mitos sobre a oncologia". Desta forma, a jornalista explica que a desinformação em saúde “pode ter um impacto direto nas decisões que as pessoas tomam", o que levanta vários riscos, como a ineficácia de tratamentos. “Muita desinformação em saúde tem a ver com produtos naturais que muitas pessoas acham que se não fizer bem, mal também não vão fazer”, explica a diretora do Viral. “Há alimentos e produtos naturais que podem interagir com a medicação, potenciando os seus efeitos secundários ou anulando a sua eficácia. Uma das plantas que é muito promovida como sendo supostamente eficaz no tratamento da depressão é a erva de São João, que tem interações com vários medicamentos, portanto também há esse risco”, explica. Além destes, o risco do abandono do tratamento convencional pode não só levar a um diagnóstico mais tardio, como influenciar as opções de tratamento. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para que a desinformação sobre esta área está a crescer à medida que mais pessoas obtêm informações de saúde em media digitais, como mecanismos de pesquisa ou redes sociais. "Embora o aumento do acesso à informação sobre questões de saúde possa ser visto como geralmente positivo, a disseminação de informações médicas imprecisas é problemático. Pode levar a um estilo de vida prejudicial ou a escolhas alimentares inadequadas, a automedicação, ao abandono do tratamento médico e a diagnósticos incorretos", lê-se no estudo. Nesta perspetiva, e em comparação com a desinformação política, Sara Beatriz Monteiro remata que a desinformação na área da saúde tem riscos mais diretos e imediatos. Sara Beatriz Monteiro é diretora do Viral Check, um jornal de 'fact-checking' totalmente vocacionado para a clarificação da desinformação em saúde, nomeadamente a que é partilhada através das redes sociais, pretendendo ser um agente ativo na promoção da literacia em saúde.

Habitação: Ministro diz que falta mão-de-obra em Portugal para construir
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Habitação: Ministro diz que falta mão-de-obra em Portugal para construir

Na audição regimental na Comissão de Reforma do Estado e Poder Local, o ministro admitiu que “muitos edifícios estão a ter dificuldades em ir para o terreno por carência de mão-de-obra”. “Quando se fala com as empresas, muitas delas dizem ‘não, não é falta de mão-de-obra, os senhores estão é a pôr os preços muito baixos’ e as obras só são adjudicadas, nalguns casos, ao segundo, terceiro, quarto ou quinto concurso, com bases de licitação cada vez maiores. A minha convicção é que há mesmo falta de mão-de-obra. Se houvesse mão-de-obra abundante, as obras seriam adjudicadas a outros preços”, insistiu, perante os deputados. Para colmatar a ausência de mão-de-obra, o antigo autarca de São João da Madeira sublinhou a importância da imigração, seja por iniciativa espontânea, seja promovida por associações empresariais ou de grandes empresas que têm “uma via facilitada de integração de imigrantes para trabalhar em Portugal”. O ministro sublinhou que esta “via facilitada” apenas ocorre se os imigrantes tiverem garantido “um posto de trabalho, um contrato de trabalho e um local digno em que possam viver”. Apesar de ter começado “muito devagar”, o governante sublinhou que é algo que está agora a “avançar um pouco mais rápido” e que “já há muitíssimas pessoas a vir para Portugal por esta via, com processos de integração mais rápidos” por terem garantido trabalho e casa. Além destas medidas, o ministro abordou a cooperação com alguns países africanos de língua oficial portuguesa em que é dada formação profissional e parte dos formandos vem para Portugal “já com formação adequada às necessidades das empresas”. O ministro abordou ainda algumas medidas aprovadas pelo Governo com o objetivo de baixar os preços da habitação em Portugal, como alterações aos Planos Diretores Municipais para construir em terrenos rústicos, alterações em impostos para a construção e arrendamento ou a intenção de lançar uma linha do Banco Europeu de Investimento (BEI) para as autarquias. O índice de preços da habitação aumentou 17,2% no segundo trimestre, acelerando 0,9 pontos percentuais face aos três meses anteriores, tendo sido transacionados mais de 10.000 milhões de euros, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo o INE, os preços das casas existentes subiram 18,3% e das habitações novas 14,5% entre abril e junho. Face aos três meses anteriores, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 4,7%, contra 4,8% no trimestre precedente, tendo as casas existentes tido um aumento de 5,1% e as habitações novas uma subida de 3,8%.

Autárquicas: Núcleo duro da direção do PSD reúne-se hoje dois dias depois de vitória eleitoral
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Autárquicas: Núcleo duro da direção do PSD reúne-se hoje dois dias depois de vitória eleitoral

De acordo com uma nota à imprensa, a Comissão Permanente Nacional reúne-se a partir das 10:30 num hotel em Lisboa, prevendo-se que Leonor Beleza, primeira vice-presidente do partido, faça uma declaração à imprensa no final. Este órgão integra o presidente do PSD e também primeiro-ministro, Luís Montenegro, os seis ‘vices’ do partido, o secretário-geral e líder parlamentar Hugo Soares e, como convidado, o coordenador nacional autárquico Pedro Alves. Apesar de não ter sido indicado qualquer tema para a convocatória à imprensa, a reunião acontece dois dias depois das autárquicas de domingo que o PSD venceu. Sozinho e em coligações, os sociais-democratas conseguiram eleger o maior número presidentes de câmara, 136, de acordo com os resultados provisórios do Ministério da Administração Interna, sendo que em 109 concelhos governarão com maioria absoluta. Destes, 78 foram eleitos em listas apenas do PSD e 58 em coligações. No total, o PSD conseguiu perto de 1,9 milhões de votos e 34,31% do total. Em relação às anteriores autárquicas, em 2021, o partido conquistou mais 22 câmaras (tinha 114) e inverteu a liderança do poder local, com mais câmaras e freguesias do que o PS, o que lhe permitirá liderar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (Anafre), o objetivo traçado por Luís Montenegro. O PSD, sozinho ou em coligações, ganhou os cinco municípios com mais população no país – mantém Lisboa e Cascais, recuperando Porto, Vila Nova de Gaia e Sintra -, vencendo também no bastião socialista Guimarães. No entanto, os sociais-democratas perderam capitais de distrito em relação há quatro anos (lideram agora sete, contra nove em 2021): o PSD ficou sem os bastiões de Bragança e Viseu e câmaras que detinha como Coimbra e Faro; em contrapartida, ganhou Beja pela primeira vez e recuperou o Porto, mantendo Aveiro, Braga, Lisboa, Portalegre e Santarém. Nas autárquicas de 10 de outubro, o PS foi o segundo partido e conquistou, sozinho, 126 câmaras, e mais duas em coligação com o Livre e PAN.

PSP realiza até dia 24 em todo o país operação “Bullying é Para Fracos”
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PSP realiza até dia 24 em todo o país operação “Bullying é Para Fracos”

Em comunicado, a PSP adianta que durante duas semanas serão intensificadas “as ações de sensibilização”, realizadas através das suas Equipas do Programa Escola Segura (EPES), "sobre as temáticas do 'bullying' e 'cyberbullying' junto da comunidade escolar”. Com a campanha a PSP pretende "chamar a atenção para o impacto negativo que estes comportamentos têm na vida das vítimas, bem como para a importância de identificar comportamentos e sinais que permitam detetar, de forma precoce, vítimas que estejam a ser alvo destes fenómenos, promovendo assim a sua proteção e encaminhamento para as entidades competentes”. Segundo o comunicado, no ano letivo 2024/2025, a PSP realizou 6.336 ações de sensibilização sobre 'bullying' e 'cyberbullying' que contaram com a participação de mais de 131.200 alunos. Durante esse período, as EPES registaram 2.791 ocorrências criminais, 130 das quais relacionadas com situações de 'bullying' e 21 com situações de 'cyberbullying', “representando um decréscimo residual em comparação com o ano letivo 2023/2024”. “Estas 151 ocorrências correspondem a 5,4% do total das ocorrências criminais verificadas no último ano letivo”. A PSP apela à denúncia de todas as situações de 'bullying/cyberbullying' de que se tenha conhecimento e, numa tentativa de identificar as vítimas, aconselha os pais a estarem atentos a alterações de comportamentos ao nível alimentar ou do sono, bem como do rendimento escolar, ao desinteresse por atividades que as cativavam, mudança de amigos e tentativas e/ou ameaças de suicídio. Deverão ainda prestar atenção a sinais como hematomas, cortes, arranhões, dores de cabeça e de barriga, material escolar danificado ou que desaparece, ansiedade/depressão, agressividade/timidez ou isolamento, acrescenta. Segundo a PSP, não discriminar nem censurar as vítimas, inclui-las nas atividades do grupo e promover a sua autoestima pode ajudá-las. “A operação pretende ainda assinalar o Dia Mundial de Combate ao 'Bullying', que se celebra anualmente a 20 de outubro, relembrando que a luta contra este fenómeno não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas, tratando-se sim de uma luta diária e constante, cuja responsabilidade cabe a toda a comunidade”.

Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro
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Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro

“Não, nós no PSD não damos orientações aos nossos autarcas. Nós, no PSD, defendemos a autonomia do poder local, que está plasmada e consagrada na Constituição da República e nós levamos isso a sério. Quem tem de gerir os municípios são os autarcas Não somos nós. O que nós damos aos autarcas são orientações estratégicas, são orientações políticas de base”, disse Luís Montenegro. Antes de rumar a Espinho, onde vive e onde vai cumprimentar o social-democrata Jorge Ratola que ganhou a presidência da câmara local com maioria absoluta, após uma campanha acidentada para PSD e PS, Luís Montenegro que esteve a acompanhar a noite autárquica no Porto, parou m Vila Nova de Gaia para dar os parabéns a Luís Filipe Menezes pelo regresso a um concelho que liderou durante 16 anos. Numa passagem curta de menos de 15 minutos, depois de um abraço logo à saída do carro e ao som de gritos de “vitória”, o líder do PSD elogiou o autarca histórico de Vila Nova de Gaia que recupera a autarquia ao fim de 12 anos de liderança socialista, mas sem maioria absoluta. “Nós somos amigos há muitos anos, muitos mesmo. E conversámos e perspetivámos esta possibilidade [de regresso a uma candidatura em Gaia] aqui em Francelos, sem ninguém saber, longe da atenção quer dos dirigentes partidários, quer da imprensa, com um conjunto de pressupostos que depois se vieram a verificar, mas sobretudo com um espírito de reconhecimento pelo trabalho que ele já fez nos 16 anos”, disse Montenegro. Mas, recordando o passado, deixou uma promessa: “Ele não veio para contemplar o que já fez. Ele veio para fazer muita coisa nova”. Referindo-se a esta eleição, na qual PSD concorria coligado com CDS-PP e IL, Luís Montenegro disse que “o PSD é, efetivamente, hoje o maior partido português”, algo “indiscutível” que o torna “o partido mais português de Portugal”, confessando-se “muito satisfeito”. “Eu só posso ficar muito satisfeito por termos conseguido, de uma vez, ganhar duas eleições relativas, ganhar três eleições regionais, ganhar as eleições autárquicas e, pela primeira vez na nossa história, termos presidências de Câmara Municipal em todos os distritos do país”, resumiu. Já questionado sobre o que poderá estar a faltar ao PS para alcançar vitórias semelhantes, Montenegro disse que não é comentador ou analista político e que por “respeito democrático” não responderia à pergunta, mas acabou por sugerir reflexão aos socialistas. “Efetivamente, alguma coisa está mal quando se quer, no fundo, negar uma realidade política que muitas vezes ultrapassa algumas barreiras ideológicas mais fechadas, mais dogmáticas, mas isso é uma questão que o Partido Socialista terá de analisar. Eu já tenho muito com o que me preocupar para gerir o PSD, não vou estar agora a dedicar-me àquilo que é a gestão dos outros partidos. Como português, como cidadão, tenho a minha leitura, mas fica para mim”, disse. Voltando a possíveis acordos de governabilidade, o presidente social-democrata reiterou que são os autarcas quem tem “condições de poder executar nos seus territórios as balizas da orientação política” que o PSD defende para Portugal. “Porque o país será tão mais competitivo e desenvolvido se nas autarquias houver a mesma capacidade de transformação, de reforma, de arrojo, de ambição que nós queremos implementar e estamos a implementar no Governo (…). Naqueles casos em que localmente seja necessário aproximar posições, cultivar o diálogo político, os autarcas estão habituados a isso”, referiu.

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"Região de Aveiro – E quem será o próximo presidente?", opinião de João Manuel Oliveira
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"Região de Aveiro – E quem será o próximo presidente?", opinião de João Manuel Oliveira

Neste segundo artigo, como referido ontem, aprofundo a situação da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). Também me foco no modelo distrital anacrónico que ainda usamos para votar nas Eleições Legislativas, e que distorce a realidade das populações e dos relacionamentos intermunicipais. Do mapa autárquico regional, podemos tirar algumas conclusões simples: O Partido Social Democrata (PSD) domina de forma inequívoca e irá escolher o próximo presidente da CIRA e a larga maioria na Assembleia Intermunicipal, como tem acontecido nos últimos anos. O CDS manteve as suas duas autarquias, embora tenha perdido mandatos em quase toda a linha. Já o Partido Socialista (PS) não tem voto na matéria no panorama da Região de Aveiro, tendo-se dividido em Estarreja, onde poderia ter ambicionado a um bom resultado. O PSD conseguiu substituir os presidentes que estavam em final de mandato, sendo que a maioria saiu antes. Os seus substitutos naturais (ou escolhidos, como no caso de Vagos, com o regresso de Rui Cruz) venceram em Ovar, Murtosa, Estarreja e, como mencionado, em Vagos. O PSD reforçou a sua posição em Sever do Vouga e em Águeda (onde é sabido que quem governa são independentes aliados ao PSD). Recuperou também Anadia, o filho pródigo que voltou ao seio da família natural, com Jorge Sampaio a transitar de 3 mandatos como vice-presidente para Presidente da autarquia anadiense. Em Aveiro, a coligação liderada pelo PSD venceu, mas perdeu a maioria absoluta. Em Ílhavo, os independentes liderados por João Campolargo não conseguiram assegurar a autarquia para um segundo mandato. Isto deveu-se a uma forte aposta do PSD em Rui Dias, que é extremamente reconhecido localmente e que venceu sem maioria, por menos de um por cento. Um dado histórico que se mantém muito atual: nos municípios a sul do eixo Aveiro/Águeda (Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia) o PS obtém resultados fraquíssimos. Embora em Anadia atinja os 22 por cento, em Ílhavo consegue apenas 13 por cento e nas outras duas autarquias ficam abaixo dos 10 por cento e é suplantado pelo Chega. Na parte norte da Região de Aveiro, a Murtosa foi mais disputada, mercê de uma forte candidatura independente. Por essa razão, o PSD perdeu o título de melhor votação (o resultado de há quatro anos foi acima dos 70 por cento) , apesar de ter conquistado a maioria absoluta. Já em Estarreja, a única mulher líder de uma autarquia na região de Aveiro deve a sua maioria absoluta a uma divisão no seio socialista. Em Albergaria-a-Velha, a saída do presidente (agora presidente da assembleia municipal) foi compensada a contento, e o CDS manteve a maioria. O mesmo ocorreu em Oliveira do Bairro, com Duarte Novo a iniciar o seu último mandato com maioria absoluta. Em Águeda, Jorge Almeida aumentou a sua votação, ganhou mais freguesias e será o decano dos presidentes da Região de Aveiro. Aliás, e quem será o próximo presidente da CIRA? Duarte Novo poderá ser um dos vice-presidentes, tendo em conta o peso institucional do CDS, mas o presidente e o outro vice-presidente serão certamente do PSD, já que o número de câmaras é sintomático: 9-2. Tendo em conta a renovação dos mandatos e o peso relativo das autarquias, veremos quem se candidata. Poderá existir uma proposta de rotatividade, como aconteceu mais recentemente, em que a presidência muda a cada dois anos. Contudo, a minha aposta pessoal recai entre Jorge Almeida, o mais antigo e conhecedor dos dossiers, e nomes como Jorge Sampaio, Januário Cunha ou Rui Dias. A palavra está com o PSD. No que respeita ao distrito, a sul, o único município que não integra a Região de Aveiro é a Mealhada, onde António Jorge Franco se mantém à frente de forma absolutíssima – o que é fácil quando o PSD parece não existir ou aguarda pela lei de limitação de mandatos. A norte, Castelo de Paiva mudou para o PS de forma categórica – tornando-se num município “swing state” com mudanças regulares. Já Arouca é um caso diferente. O trabalho desenvolvido pela oposição dará frutos quando a incumbente, do PS, tiver de sair nas próximas eleições. Continuando a norte, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis mantiveram as cores políticas. Se a primeira sempre foi laranja, Oliveira de Azeméis mantém-se rosa mais uma vez. Será mais uma autarquia interessante de seguir em 2029. Por outro lado, São João da Madeira virou laranja, destronando Jorge Vultos Sequeira do seu terceiro mandato. Veremos como correrá o mandato ao vencedor. Por fim, deixei dois concelhos muito diferentes e curiosos para o final. Em Espinho, Jorge Ratola tinha uma tarefa difícil, mas o PS também a tinha, dado que havia duas candidaturas dessa área: a da ainda presidente da autarquia e a do candidato oficial. Jorge, que foi uma escolha pessoal de Luís Montenegro, ganhou. Em Vale de Cambra, o PSD apostou forte, com um empresário de sucesso e uma deputada, Adriana Rodrigues, como candidata à Assembleia. No final, o CDS ainda celebrou o sucesso, mas sem maioria na autarquia – e perdeu a Assembleia Municipal Em jeito de conclusão final: o distrito parece pintado de laranja. Em 19 concelhos, há apenas um independente (Mealhada), quando havia três. O PS e o CDS dominam três municípios cada. E o PSD, com diferentes nuances (sozinho ou líder de coligação), irá chefiar 12 municípios. As tendências, no entanto, são ainda mais curiosas para o futuro: O PS terá duas autarquias em fim de ciclo, o CDS uma e o PSD nenhuma. Mas, como fui referindo, há tendências para análise profunda pelos partidos. O Chega suplantou o PS no sul do distrito e elegeu seis vereadores, incluindo em Aveiro. Há autarquias sem maioria onde o trabalho da oposição poderá ser interessante de observar (Ílhavo). O CDS foi varrido do mapa autárquico em Águeda (e suplantado pelo Chega), em Sever do Vouga e perdeu vereadores em Vale de Cambra, Albergaria e Aveiro. O PS terá de preparar as suas sucessões, ou corre o risco de ver o distrito ainda mais pintalgado de laranja. Boa sorte a todos, porque os cidadãos precisam de bons autarcas.

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira
Opinião

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira

Decorreram no passado domingo as eleições autárquicas no país. No entanto, nesta sequência de artigos irei escalpelizar a nossa região. Primeiro, Aveiro, depois a CIRA e por fim, aquele, ainda existente, e no entanto anacrónico limite territorial, o distrito.  Em síntese, a Aliança com Aveiro teve um resultado satisfatório, Alberto Souto atingiu, mais uma vez, o seu limiar de resistência, o resultado máximo que ele poderia almejar, o Chega entra na vereação, algo histórico e a IL passa a estar presente na Assembleia Municipal. O Livre passa a ter um deputado municipal único e o Bloco de Esquerda e o PCP perdem os seus representantes. Não tenho a certeza absolutíssima, mas acho que é a primeira vez que este partido não tem representação em Aveiro.  A Aliança com Aveiro ganhou as eleições e conseguiu fazer um 9-1 nas freguesias, demonstrando a sua presença e consistência. Desde 2005, em que historicamente o CDS e o PSD se uniram em Aveiro – mas mesmo antes, com a exceção de 2001 – o resultado destes dois partidos dá sempre para vencer em Aveiro e na quase totalidade das suas freguesias (o centro da cidade, com a união, é um caso à parte). Alberto Souto atingiu quase o seu limiar de resistência, aqueles votantes que teve em 2005 e em 1997. É alguém que ultrapassa a base do partido e entra em todo o lado, mas também tem um conjunto de resistências que não conseguiu ultrapassar durante a campanha. Em termos comunicacionais, passou uma mensagem de Messias (o cartaz junto à rotunda da Salineira é o melhor exemplo), de alguém que tinha e tem um desígnio para a cidade. Ora, isso não batia certo com a mensagem-slogan “um futuro com todos, com as pessoas”. Demasiados projetos e ideias – algumas com vinte e cinco anos e que estão ultrapassadas ou erradas – voltaram a passar a mensagem de despesista, que se colocou como supercola, embora ele se tentasse libertar. O Chega quase que cumpria o desígnio do seu líder André Ventura. Diogo Soares Machado utilizou os chavões todos mas esqueceu-se que, a exemplo dos irmãos, também ele faz parte de uma família com pergaminhos na cidade, uma elite. E que também ele tem um passado. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar os resultados absolutos da última campanha em que tinha sido mentor, em 2013 e segurar o seu lugar de vereador. Será um erro a Aliança com Aveiro se unir a ele, de forma permanente. Em relação aos partidos que não entraram na vereação, mas sim na Assembleia: a IL conseguiu solidificar a sua presença, garante um resultado sólido e consegue 2 elementos na Assembleia Municipal. Ainda tem uma presença fraca nas freguesias, algo muito parecido com todos os outros partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições – o trabalho político, ao contrário do que se pesa, deve começar três anos antes… O candidato do Livre conseguiu atingir um dos seus três resultados e será deputado municipal. Quem merecia lá estar era a Aurora Cerqueira, porque foi ela que andaram a mostrar em todo o lado, para que as pessoas não se esquecessem que ele era o candidato triplo. Receberam os votos dos que, à esquerda, quiseram castigar o BE e PCP. Quanto a João Moniz, basta dizer que não chega ser o melhor nos debates e um dos mais bem preparados quando se cola a uma extrema-esquerda em plena crise de identidade… Se continuar com vontade e for independente, será alguém a ter debaixo de olho para 2029. Quanto ao PCP, precisa olhar para dentro. Perdeu a sua representação em Aveiro, pela primeira na sua história. Terá sido a última? Não refiro o PAN, pois a sua presença na Assembleia Municipal em 2021 foi, somente, devido ao acordo maravilhoso feito com o PS. A representatividade real está expressa nos resultados deste ano. Candidatos à última da hora dão nisto. Em relação às freguesias e a resultados específicos, é de salientar que poderemos ainda vir a ter novidades, dada a evidente dificuldade da Aliança com Aveiro (e Catarina Barreto, que ganhou com larga margem, mas sem maioria) fazer executivo em Aradas. Se a mesma situação acontece em Esgueira e Eixo Eirol, as campanhas nesses dois locais pareceram mais pacíficas e que darão lugar a negociações mais simples para formar o executivo. São Jacinto foi uma vitória forte da Aliança, demonstrativa que a mensagem do caos anterior afetará o PS nos próximos tempos. Em 2029, Cacia poderá ser um problema grave para a Aliança. Os últimos dados ideológicos (votos as legislativas) levam-me a analisar que a mudança de presidente poderá levar outro tipo de mudanças. Nas outras freguesias (com exceção de Aradas, caso Catarina Barreto se mantenha) os presidentes ainda se poderão recandidatar e por isso, poderemos antecipar eleições mais calmas, em condições normais. Luis Souto de Miranda vai ter um mandato mais fácil do que se julga. Com quatro vereadores e uma assembleia municipal maioritária, basta aguardar para as mudanças que o PS terá no executivo e na sua liderança partidária, e cumprir os mínimos olímpicos. Saiba auscultar as pessoas e resolver alguns assuntos, sendo que o mais crítico em Aveiro será o do estacionamento – com aquilo que está previsto e no terreno. Aveiro, em termos noticiosos, foi tratado como um fait-divers. Fomos falados, nos meios de comunicação, pela “curiosidade” de termos dois irmãos, um contra o outro. Mas não fomos alvo de sondagens, estudos de opinião ou cobertura. Demonstrativo da falta de peso nacional, e de figuras nacionais, mas também da crença no que poderia acontecer. Já em termos noticiosos regionais, vou dar uns enormes parabéns a todos. Numa altura em que a comunicação social nacional passa por uma crise estrutural e de confiança, notei uma evolução positiva em todos os meios, com debates, podcasts, análises e muito trabalho de casa. Parabéns ao Diário de Aveiro, à AveiroMag, ao Noticias de Aveiro, Rádio Terranova e, claro, à Rádio Ria. Amanhã publicarei um segundo artigo, sobre as eleições em termos regionais/distritais e conclusões.

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes
Opinião

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes

As eleições autárquicas de 2025 em Aveiro são mais do que uma disputa local — são um espelho de duas formas de encarar o tempo: entre quem insiste em reviver o passado e quem ousa pensar o futuro. Este fim de semana, Aveiro vai a votos numas eleições autárquicas dominadas pelo passado. A candidatura da coligação “Aliança Mais Aveiro” parte para o sufrágio, assombrada pelo legado de 12 anos de Ribau Esteves, a quem a cidade deve estabilidade financeira, após o descalabro herdado de anos de má gestão do PS e do próprio PSD. Mas esses três mandatos também ficaram marcados por polémicas, decisões contestadas e por uma notória incapacidade de ouvir a sociedade civil. Essa tensão entre o agradecimento e o desgaste está bem espelhada no slogan da coligação liderada pelo PSD: “continuidade & inovação”. O projeto de Luís Souto é, pois, indissociável do passado — sem o seu protagonista principal é uma mão cheia de nada. Na candidatura socialista reencontramos o seu irmão. Alberto Souto encarna como poucos a ideia de círculo fechado que tem marcado a política aveirense. Autarca entre 1997 e 2005, regressa agora, vinte anos depois, movido por um impulso quase revanchista — uma tentativa de reabilitar a imagem de despesismo e de ruína financeira que se lhe seguiu. O slogan “Um futuro com todos” promete futuro, mas a campanha vive do passado: do que fez, do que diz ter feito e da vontade de reescrever a memória de um tempo em que Aveiro mergulhou na estagnação orçamental. Há ainda outro nome que remete para o passado: Diogo Machado, candidato do CHEGA, autointitulado herdeiro de Girão Pereira, histórico autarca aveirense do CDS. Mais um representante de velhas famílias e dinastias políticas, preso a uma retórica de nostalgia que idealiza a Aveiro dos anos 80 e 90 — uma cidade que já não existe, nem deve existir. Em contraste com este panorama, surge a Iniciativa Liberal (IL), que se apresenta como a verdadeira candidatura do futuro. Sob o lema “Somos a diferença que Aveiro precisa”, a IL apresenta uma equipa com perfis jovens e profissionais: Miguel Gomes para a Câmara e Cláudia Rocha para a Assembleia Municipal. Esta mudança geracional é, por si só, um sinal de esperança: menos carreirismo político, mais mérito, mais trabalho e mais ideias. A IL distingue-se pelo compromisso com a modernização institucional, pela defesa de uma gestão municipal mais leve, transparente e orientada para resultados, e pela aposta na liberdade individual, na competitividade e na inovação como motores de progresso. Em vez de repetir as fórmulas do passado, propõe uma nova relação entre a autarquia, os cidadãos e as empresas. O PSD, o PS e o CHEGA representam, cada um à sua maneira, a nostalgia de um tempo que já passou — uns pela herança familiar, outros pela inércia, outros ainda pela crítica sem proposta. A Iniciativa Liberal é a única força política que fala a linguagem do futuro: habitação, mobilidade inteligente, cultura, empreendedorismo e participação cívica real. Aveiro precisa disso, de ideias novas, de políticas modernas, de energia transformadora. Porque o futuro da cidade constrói-se com a coragem de redesenhar.

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo
Opinião

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo

A proposta orçamental para a Ciência e Tecnologia em 2025 já tinha marcado um retrocesso preocupante: 607 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2018. A herança deixada pelo Governo de António Costa - um orçamento de 675 milhões de euros, mais 2,5% do que em 2023 - foi desperdiçada, revelando não só falta de ambição, mas também um desrespeito profundo pelo papel estratégico da ciência. Mas este Governo preferiu continuar a escolher enfraquecer deliberadamente um setor vital para o desenvolvimento do país. Depois da não inclusão de uma Secretaria de Estado para o Ensino Superior na orgânica do Governo, em 2024, surgiu a decisão de extinguir a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), fundindo-a numa nova estrutura orgânica (Agência para a Investigação e Inovação) sem identidade, nem referência, diluindo e esvaziando a missão de uma instituição que, com as suas limitações, era central para a consolidação do sistema científico português. A ciência precisa de estabilidade, previsibilidade e autonomia, não de reformas administrativas que se traduzem em incerteza, perda de história institucional e riscos para a continuidade de projetos, bolsas e, nomeadamente, para as carreiras profissionais, aumentando a precaridade laboral que marca o setor da investigação. Como se tudo isto não fosse, por si só, preocupante, ainda mais inquietante e revelador da ideologia estratégica do Governo é a visão que o atual ministro da Educação deixou clara, no jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD (curiosamente, uma alegada iniciativa de formação de jovens quadros) ao afirmar que “a sociedade tem que perceber que é importante e os cientistas têm que perceber que têm a obrigação de devolver à sociedade o investimento que é feito neles”. Esta declaração encerra uma conceção mercantilista e economicista da investigação, como se o valor da ciência pudesse ser medido apenas como retorno imediato ou em ganhos financeiros. A comunidade científica já devolve à sociedade o investimento que recebe. Fá-lo através da produção de conhecimento, da formação qualificada, da inovação que capacita empresas e instituições públicas, e sobretudo pela construção de uma cidadania crítica e informada. O conhecimento científico não é um luxo nem um custo: é um bem público, indispensável para o ensino superior, para a saúde, para a cultura, para a economia, para a justiça social e para que a sociedade seja mais capacitada para enfrentar os grandes desafios do século XXI: das alterações climáticas às desigualdades, da transição digital à defesa da democracia. A imprevisibilidade nos apoios, a instabilidade das carreiras científicas e a instrumentalização da investigação para fins conjunturais fragilizam um sistema que levou (e leva ainda) tempo a consolidar-se. O risco é claro: transformar a ciência e a investigação numa engrenagem subalterna (subsidiodependente) de curto prazo, sem autonomia, incapaz de planear e de responder com liberdade às necessidades da sociedade. Está em causa uma visão do país que queremos ser. E este Governo parece escolher a via de desvalorização do conhecimento, onde a ciência é reduzida a mercadoria, em vez de ser reconhecida como pilar do saber e do desenvolvimento humano, social, económico e cultural de Portugal. É preciso defender a ciência e a investigação, defender o conhecimento, defender o futuro. E isso faz-se com mais investimento, mais estabilidade e mais respeito pelos que dedicam a sua vida à investigação. Porque sem ciência não há futuro. E sem respeito pelos cientistas e investigadores não há democracia digna desse nome.

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas
Opinião

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas

Habituámo-nos enquanto seres humanos a diferentes épocas ao longo do ano. Vemos nas épocas festivas o aconchego da família, nos Santos Populares o festejo do início do verão, do convívio entre amigos e família, e na época balnear o prazeroso agosto que promete repor todas as energias, realinhar as ideias e deixar todas e quaisquer preocupações para trás. Há, no entanto, uma época bastante característica em Portugal, que ao contrário das outras três vem carregada de muita reflexão e notícias preocupantes: a época educacional, traduzida como o único período do ano em que se ouve falar sobre o ensino. Todas estas quatro épocas, apesar de muito diferentes, têm alguns fatores em comum: são sazonais, previsíveis e repetem-se de ano para ano. Porém, seria de esperar que a educação e o ensino - o fundamento do crescimento de qualquer sociedade - não aparecessem apenas em duas ocasiões ao longo do ano e sempre com as mesmas motivações. Vemos entre meados de junho/julho um acordar para a importância da educação, ouvimos falar da preocupação dos estudantes que irão realizar os exames nacionais, avalia-se o grau de dificuldade dos mesmos, discute-se a falta de preparação dos alunos, o desajuste dos programas curriculares e um ensino focado apenas para estes momentos, refletem-se anos de estudo nos resultados e estabelece-se um ranking das melhores escolas. Nas primeiras semanas de agosto o interesse na educação volta a reduzir (não caindo para os seus mínimos, isso só é atingido ao longo do ano letivo), discutindo-se com apreensão o número de candidatos ao Ensino Superior. Até que chega o final de agosto e início de setembro, onde o apogeu das notícias, preocupações, deambulações, opiniões, introspeções sobre o ensino acontece. Ficamos cercados com a informação previsível, sazonal e repetitiva, falta de professores e resultados das candidaturas ao Ensino Superior. Chamam-se peritos, dá-se palco a estudantes, professores, quem durante todo o ano se encontra esquecido, mas que nesta altura tem lugar cativo em horário nobre, tentam-se encontrar justificações para o que continua a falhar e em outubro esquecemo-nos de novo desta problemática. Este ano a sazonalidade das épocas mantêm-se, os Santos Populares decorreram da mesma forma, a época balnear com os já tradicionais incêndios florestais (mais uma época sazonal, que fica bem guardada na gaveta quando não é o seu tempo) e o ensino encontra-se com visualizações acima do normal. Apesar da normalidade no decorrer do ano é de notar que as notícias sobre o ensino sofreram algumas alterações, no entanto estas não trazem com elas dados que nos apaziguem. No início de agosto relatava-se uma diminuição significativa no número de candidatos ao Ensino Superior, próximo dos valores de há 7 anos e no passado domingo as preocupações agravaram-se ainda mais, com menos 6 mil alunos a entrarem no Ensino Superior, 11.500 vagas por preencher e com muitos cursos com nenhum estudante colocado. Estes são de facto números alarmantes, números para os quais se discutem inúmeras justificações. Serão os custos associados ao Ensino Superior que explicam estes resultados, ou terá sido a alteração no modelo de acesso? Será um desajuste do ensino superior à procura das novas gerações, ou falta de esperança de que a aposta numa educação superior se reflita numa carreira profissional melhor? Poderá este número inverter-se na segunda fase, havendo mais estudantes que estão habilitados a candidatar-se ao Ensino Superior? Podemos tentar ser pragmáticos e fazer o exercício de analisar cada uma das possíveis justificações de forma individual. A primeira hipótese, e talvez mais consensual entre os comentadores, está relacionada com os custos associados ao Ensino Superior, custos estes que vão desde a habitação, aos transportes, à socialização e à alimentação, que chegam a rondar em Lisboa os cerca de 900 €, sabendo que em Aveiro um quarto ronda os 350€-400€, é expectável que o orçamento mensal não fique muito longe deste valor. É necessário partir esta questão em duas. Se por um lado este ano não se verificou um aumento significativo no alojamento, por outro o poder de compra das famílias tem vindo a diminuir, o que levanta a questão: “Será este o primeiro ano onde as famílias estejam a sentir as dificuldades económicas anunciadas já desde há algum tempo?”. Esta pode ser de facto uma justificação, principalmente para os resultados obtidos na Universidade de Aveiro, maioritariamente composta por estudantes deslocados. As questões que se colocam, caso seja esta a principal razão, são diversas, os complementos atuais deixaram de ser suficientes, estes estudantes deslocados optaram pelo Ensino Superior Privado devido aos custos associados à permanência enquanto estudante deslocado ser superior às propinas no privado, existe informação suficiente dos apoios existentes. Uma conclusão é certa, sendo esta a principal razão, ou só mais uma no bolo é de facto urgente reformular o sistema de ação social! É preciso, também, refletir sobre as implicações das alterações do modelo de acesso, modelo alterado em 2023 e que regressa com os exames obrigatórios para a conclusão do ensino secundário e que passou a obrigar a ter dois exames como prova de ingresso valendo cada um pelo menos 50%. Esta decisão foi fundamentada como necessária para nivelar a inflação das notas, promovidas em diferentes contextos escolares, no entanto, quando esta hipótese é colocada em cima da mesa é necessário de facto questionar se os exames nacionais são um fator nivelador ou não. Alguns dados importantes revelam-nos que os resultados dos exames nacionais subiram no ensino privado e desceram no público, e no acesso ao Ensino Superior verificou-se também uma diminuição dos estudantes em situações socioeconómicas desfavorecidas. A combinação destes dois fatores deve iniciar uma reflexão sobre se este modelo está de facto a cumprir o objetivo ou a perpetuar o distanciamento entre classes sociais mais baixas (com menos poder económico para investir num percurso com diferentes pedagogias e metodologias de apoio) e o acesso ao ensino superior. Estarão de facto os exames nacionais a colocar todos os alunos nas mesmas circunstâncias? A outra questão levantada encontra-se relacionada com o reconhecimento de valor no ensino superior pelas novas gerações, e para isso é importante, também, recordar dados recolhidos aquando da inscrição nos exames nacionais, onde o número de estudantes que respondeu positivamente se pretendiam ingressar no Ensino Superior, e se iam usar os exames nacionais para tal, diminuiu face a 2024. Porque estará a diminuir o interesse dos jovens em ir para o Ensino Superior, estarão à priori conscientes das dificuldades económicas familiares, estarão a optar por soluções fora de Portugal ou têm receio de que ter uma licenciatura em Portugal já não seja o suficiente para ter um emprego de qualidade? No meio de toda a discussão instaurada, e com a cautela necessária para não tirar conclusões antes dos resultados da 2º fase, não pode ficar esquecido o futuro. Daqui a 3, 5 anos teremos menos pessoas com um grau superior a entrar no mercado do trabalho, representarão estes menos 6 mil alunos de agora, menos 6 mil postos de trabalho qualificado no futuro de Portugal? Que futuro podemos esperar se esta tendência não for invertida? Será Portugal capaz de atingir o objetivo até 2030 de 45 % da população entre os 25 e 30 anos com licenciatura, ou irá, uma vez mais permanecer na cauda da Europa? As teorias são diversas, e as problemáticas enfrentadas agora são reflexo da sazonalidade da discussão do ensino em Portugal, que não tem palco nos programas eleitorais e que não é discutida a longo prazo. Resta-nos a esperança de saber que, pelo menos, durante o próximo mês o ensino estará na agenda do país.

"Afinal o que está errado com o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso?", opinião de Fernando Nogueira
Opinião

"Afinal o que está errado com o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso?", opinião de Fernando Nogueira

Quase tudo! O Plano de Pormenor é um ardil para dar legitimidade política e legal a um processo de licenciamento “por antecipação”, engrenado num cálculo privado de viabilidade financeira. 1 - A proposta de elaboração do Plano de Pormenor (PP) decorre da vontade política do presidente da Câmara e da sua governação de verem concretizado um hotel naquele espaço da cidade, assumida previamente a qualquer discussão estruturada sobre a conveniência de autorizar o referido empreendimento ou sobre os pressupostos e objetivos que deviam orientar a transformação daquela parcela de território. 2 - O PP é um “fato à medida” para o referido empreendimento. Mesmo antes da decisão de elaborar o plano, em janeiro de 2019, Ribau Esteves assumiu publicamente a necessidade de acomodar “os pressupostos dos promotores do investimento em causa [que] não parecem flexíveis em relação à ideia ‘em cima da mesa’” porque, como afirmou, “Se não for assim, não o vamos ter”. Não é inusitado um PP servir para apoiar intenções de investimento privadas, se acautelado o interesse coletivo. Mas esse foi atropelado desde os pressupostos: o projeto, inflexível, dos investidores estabelece a altura e volumetria e a Câmara dá o seu aval, defendendo que o mesmo decorre “da inerente viabilidade económico financeira da intervenção”. O Plano de Pormenor é um ardil para dar legitimidade política e legal a um processo de licenciamento “por antecipação”, engrenado num cálculo privado de viabilidade financeira. 3 - É boa prática urbanística que a execução de um PP seja feita por meio de perequação. Ou seja, todos os que têm capacidade de edificação devem ser considerados na proposta de urbanização. A Câmara considerou desnecessário proceder dessa maneira, adiantando ter sido adotado o sistema de “cooperação” (aspas no original) para a execução do plano. Da leitura do relatório do PP fica claro que a referida “cooperação” é apenas uma astúcia semântica, uma vez que aos restantes proprietários restará escolherem entre venderem as suas parcelas aos investidores do hotel, se estes lhas quiserem comprar, ou serem expropriados nos termos da lei, por força do próprio PP. Talvez por causa deste expediente de retórica, escape à CCDR a ultrapassagem de direitos consignados na lei que aqui se prefigura. 4 - Noutro registo, é curioso que seja a própria autoridade do Turismo a considerar que a solução edificatória pode não contribuir para a valorização turística da cidade. O parecer da Turismo de Portugal I. P. refere “Sobre o número de pisos previsto (12) para a Parcela P6, significativamente acima da envolvente, afigura-se que tal solução poderá traduzir-se numa dissonância urbanística, não concorrendo para a qualidade da paisagem urbana e, por esta via, para a valorização turística da cidade, matéria que, contudo, competirá à Câmara Municipal melhor aferir”. Este parecer, remete para o facto de a cidade ser território comum e para a maneira como ela pode ser apropriada por alguns com impactos na urbanidade de todos. Remete também a decisão para a CMA. A volumetria é discutível em termos estéticos e paisagísticos, mas também quanto às cargas sobre as infraestruturas e serviços urbanos e sobre as questões económicas e ambientais. É meu entendimento que matérias desta natureza não deveriam ser decididas pela Câmara de forma unilateral, nem sustentadas num processo de discussão pública de “faz de conta”. 5 - Oportunisticamente, o período de participação dos cidadãos e entidades da sociedade civil ocorre em agosto e está sujeito ao costumeiro processo de receção de “críticas e sugestões” pelo executivo, que as ponderará a recato de qualquer discussão coletiva, com base em “racionalidades prévias”. Cinicamente, refere-se no preâmbulo do PP que “Contamos, como sempre, com a participação ativa dos Cidadãos, das Empresas, das Instituições Públicas e de todos os que acreditam no potencial de crescimento e de desenvolvimento de Aveiro.” O princípio, esse, é o mesmo de sempre: se não houver nada ilegal, pode (e deve) fazer-se. 6 - Finalmente, o debate que decorre na esfera pública está enviesado. É voz corrente de que ali se fará um hotel e esse tem sido o “objeto” da discussão. O relatório do PP, referencia o conteúdo funcional do empreendimento como tratando-se de “um novo edifício destinado a hotel com oferta de serviços complementares, integrando, nomeadamente, valências funcionais de apoio ao turismo de negócios, eventos e atividades culturais.” Escapará ao leitor menos atento, que não se debruce sobre o Regulamento do PP, que no seu artigo 16º, nº2, se estabelece que “A capacidade máxima do empreendimento turístico é de 600 (seiscentas) camas instaladas em 300 (trezentas) unidades de alojamento (UA), das quais 50, no máximo, podem ser apartamentos.” Na verdade, até podem ser apartamentos em regime de apart-hotel, mas negócio bem diferente do da hotelaria, e da posição assumida pela Câmara em defesa da promoção do hotel, resultará da autonomização e promoção imobiliária destes 50 apartamentos. Cumpre-me denunciar, enquanto cidadão, professor de urbanismo e vereador em exercício, que a CMA promove, com sentido de propósito, a entorse de direitos privados e do direito de todos à cidade, usando os instrumentos de urbanismo em sentido contrário ao dos pressupostos que, em primeira instância, levaram à criação dos mesmos.

"Porquê orgulho? Porque ainda não é seguro viver sem medo", opinião de Hugo Filipe Nunes
Opinião

"Porquê orgulho? Porque ainda não é seguro viver sem medo", opinião de Hugo Filipe Nunes

Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+. É um mês de visibilidade, de luta, de memória e de celebração. Mas, ano após ano, há quem insista em perguntar: “E o orgulho hetero, quando é?” Como se fosse comparável. Como se a história fosse igual para todas as pessoas. Como se o orgulho de quem foi silenciado, perseguido, ridicularizado ou agredido fosse um capricho — e não um ato de resistência. É importante dizer o óbvio: ninguém precisa de um “orgulho hetero” porque ninguém foi jamais espancado por ser heterossexual. Ninguém perdeu o emprego, foi expulso de casa ou ameaçado na rua por andar de mão dada com alguém do sexo oposto. Ninguém se viu forçado a esconder quem é — para sobreviver. O orgulho LGBTQIA+ não nasce da arrogância. Nasce da dor e da recusa da vergonha. É o contrário da superioridade; é uma resposta à humilhação imposta. Estamos em 2025. Portugal é, em muitos aspetos, um país progressista. Temos casamento igualitário, possibilidade de adoção por casais do mesmo sexo, reconhecimento legal da identidade de género, e algumas proteções anti-discriminação. Mas quem acha que “está tudo resolvido” vive numa bolha. As agressões homofóbicas continuam a acontecer. O bullying nas escolas é uma realidade. O acesso a cuidados de saúde competentes e respeitadores da identidade de género continua desigual. E há cada vez mais discursos públicos que ridicularizam ou atacam os direitos conquistados. Este ano, o mês do Orgulho acontece num contexto político particularmente preocupante. Com a extrema-direita a almejar cada vez mais poder, os direitos das pessoas LGBTQIA+ voltaram a ser alvo. Com linguagem disfarçada de “liberdade de expressão” ou “defesa da família”, o que se vê é o retorno de preconceitos já combatidos: a ideia de que somos uma ameaça à infância, de que devemo-nos “manter discretos”, de que exigir respeito é impor uma “agenda”. É neste contexto que surgem também os ataques ao chamado “wokismo”. A palavra “woke”, que começou por significar consciência social e atenção às injustiças, foi capturada e transformada num insulto. Sempre que alguém se indigna com o racismo, com a homofobia, com o sexismo ou com a desigualdade, é imediatamente apelidado de “woke”. Como se lutar por direitos fosse uma moda. Como se combater a exclusão fosse uma fraqueza. É uma estratégia velha: gozar com a linguagem para deslegitimar a causa. Mas as causas permanecem. E são justas. Não é coincidência que, em todos os países onde a extrema-direita governa ou tem alta influencia, os direitos LGBTQIA+ estejam entre os primeiros a serem atacados. A lógica é simples: criar inimigos internos, dividir a sociedade, impor uma moral única. Em nome da tradição, retiram-se direitos. Em nome da ordem, persegue-se a diferença. Mas a resposta a este avanço não pode ser o silêncio. Não podemos baixar os braços, nem tratar a igualdade como garantida. O Orgulho existe precisamente porque o perigo ainda existe. Porque, mesmo com avanços legislativos, o preconceito não desapareceu. Porque cada gesto público de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo ainda é, muitas vezes, um ato corajoso. Porque os adolescentes LGBTQIA+ continuam a crescer com medo, sem referências, sem apoio. Enquanto existir medo, vergonha, discriminação ou violência, o orgulho é necessário. Não é provocação; é defesa. Não é espetáculo; é sobrevivência. É dizer “estamos aqui” num mundo que tantas vezes nos quis apagar. E sim, este combate é político. Porque a liberdade e a igualdade não se defendem apenas com boas intenções. Exigem leis, políticas públicas, financiamento a organizações de apoio, campanhas de sensibilização. Exigem coragem de quem governa e de quem representa, mesmo em assembleias de freguesia. Neste junho, que ninguém se cale. Que se pinte, que se dance, que se ocupe o espaço público, que se abracem causas e pessoas. Porque o orgulho não é só de quem é LGBTQIA+. É de todas e todos os que acreditam que ninguém deve ser tratado como cidadão de segunda. Se ser woke é defender quem sempre foi silenciado, então que nunca me falte orgulho de o ser.

ESTAGIÁRIO

Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo
Estagiário

Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo

Luís Souto, aproveitou este domingo de Páscoa para lançar um vídeo onde ensina os seguidores a cozinhar chanfana. O vídeo é tão longo e didático que a dada altura fazia lembrar as suas aulas de Genética ainda com Power Point em Comic Sans. Fontes próximas admitem que só a introdução demorou mais do que as promessas de Luís Montenegro para a requalificação do Hospital de Aveiro. O vídeo acumula já 13 visualizações, das quais 11 são da esposa do próprio Luís, que o partilhou em todos os grupos de Facebook onde é admin e comentou “meu presidente <3” em cada publicação. Já Alberto Souto, armado em chef rústico, atirou-se ao tradicional cabrito no forno de lenha. Só que a lenha estava molhada - tal como os olhos dos eleitores aveirenses sempre que se lembram do seu último mandato. O vídeo, filmado ao estilo "como acender um forno com zero dignidade", mostra Alberto a soprar brasas com a mesma convicção com que se defendia das críticas sobre endividamento municipal. A dada altura, ouvimos “isto com a antiga equipa da Câmara não acontecia”, mas o cabrito continuou cru e o almoço parece que vai passar a lanche. Fontes próximas garantem que os irmãos não falaram entre si sobre o menu, o que resultou numa quantidade de carne suficiente para alimentar todas as demissões no PSD-Aveiro. A comida era tanta que tiveram de improvisar um novo convidado: Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, que, agora em fim de mandato, anda a aceitar tudo o que seja petiscos e tainadas. Os irmãos Souto, sempre atentos às oportunidades, ponderam agora lançar um outro familiar para reitor da UA. Entretanto, Ribau Esteves, depois de uma semana de recuperação em casa pelas violentas dores de costas que o impediram de sair da cadeira no Hotel Meliá na apresentação de Luís Souto, já foi visto novamente muito irritado com toda a situação. Fontes próximas afirmam que já viu os vídeos e deixou claro que não apoia nenhum dos irmãos. Sobre Alberto diz que “continua igualzinho, a gastar dinheiro em lenha sem critério”. De Luís afirma que “tem mais vocação para chefe de cozinha do que para presidente”. Ribau terá ainda acrescentado: “o Luís foi o único aveirense que acreditou que as obras do Hospital arrancam esta ano… deve pensar que a Câmara é como a Bimby: é carregar num botão e esperar milagres”. O almoço terminou sem intoxicações alimentares, mas não por falta de sorte. Felizmente, como as urgências do Hospital de Aveiro estão encerradas neste domingo de Páscoa, ninguém se atreveu a repetir o prato. “Mais vale prevenir do que precisar de médico”, terá dito um dos convivas, enquanto escondia o tupperware com sobras de cabrito no porta-bagagens.

PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025
Estagiário

PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025

“A maior festividade do concelho está a ser gerida com mais segredo do que a escolha de Luís Souto de Miranda como candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA)", acusou o partido em comunicado, reforçando que "a Feira de Março deve pertencer ao povo e não ser um privilégio das elites que sabem o cartaz antes do resto da população". Apesar de oficialmente ainda não haver confirmações, o PCP-Aveiro jura a pés juntos que já sabe que Diogo Piçarra, Bárbara Tinoco e Richie Campbell fazem parte do alinhamento. “Se nós já descobrimos, não nos venham com histórias de que ainda estão a fechar contratos”, disparou um dirigente comunista, visivelmente indignado por não haver ainda um anúncio oficial. Quem não perdeu tempo a reagir foi o atual presidente da CMA. Ribau Esteves garantiu que "o cartaz será revelado quando for a altura certa”, mas relembrando os aveirenses que “se fosse pelo PCP, a Feira de Março era animada pelos Cante Alentejano e terminava com um debate sobre a luta sindical”. Fontes internas do município garantem que o grande motivo para o atraso na divulgação do cartaz tem nome: MC Soutinho, a dupla escolhida para cabeça de cartaz. A escolha não terá agradado a todos os elementos do Executivo Municipal. Segundo as mesmas fontes, Ribau Esteves terá mostrado algum desagrado, confessando que a sua escolha para cabeça de cartaz seriam os Irmãos Verdades, pois, segundo ele, "o alinhamento político e musical seria mais consistente". Perante a insistência da sua equipa, Ribau terá admitido: "Se queriam uma dupla de irmãos, ao menos que fosse uma que tivesse êxitos nos tops e não nas jogatanas políticas”. Já Rogério Carlos, atual vice-presidente da autarquia, mostrou-se mais soltinho depois de ter sido afastado da corrida à liderança da CMA. “Se querem animar o cartaz da Feira de Março deste ano, pelo menos que sejam mais originais. Eu sugiro um dia dedicado aos cantares ao desafio com um despique amigável entre Catarina Barreto e Ângela Almeida ou Filipe Neto Brandão e Manuel Sousa”, afirmou no meio de gargalhadas irónicas enquanto se preparava para assistir ao debate parlamentar que poderá ditar novas eleições legislativas em Portugal. Outro momento alto será o show "Banda das Coligações", onde diferentes partidos políticos se juntam em leilão ao som do hit musical “eu estou à venda”. Fontes próximas garantem que será uma atuação curta, porque nem sempre conseguem tocar a mesma música até ao fim. Entretanto, os aveirenses continuam sem cartaz oficial, mas já têm uma certeza: o verdadeiro espetáculo da Feira de Março não está no palco, está mesmo na política local.

Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro
Estagiário

Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro

Em exclusivo para a página do Estagiário da Ria, Sérgio quis juntar-se ao “verdadeiro espetáculo circense que se assiste na cidade” e declarou que “num momento particularmente difícil para o meu irmão, eu não podia deixar de dizer presente”. “Os Soutos querem mostrar que controlam esta cidade, mas se estamos nessa onda, então vão ter que levar com os Ribaus”, afirmou enquanto apertava um fato axadrezado emprestado pelo seu irmão, relembrando que, tal como Luís Souto, também ele é cronista no Diário de Aveiro. Ribau Esteves também quis prestar declarações ao Estagiário da Ria: "Sim, posso confirmar que o meu mano avisou-me previamente da sua candidatura." Confrontando pelo Estagiário da Ria relativamente ao facto de Luís Souto não ter contactado Alberto Souto antes do anúncio da sua candidatura, Ribau Esteves afirmou no meio de gargalhadas irónicas: "Olhe, essa pergunta tem que fazer ao Luís Souto, não é ele que se apresenta como especialista em genética?" Enquanto isso, o recém-lançado candidato Sérgio Ribau Esteves parece apostado em criar uma “irmandade eleitoral” para melhorar a imagem da cidade, recordando os aveirenses que tem experiência muito útil em gestão de irmandades. “Se sei gerir a irmandade dos ovos moles, acha que será muito diferente gerir um Município? É tudo uma questão de doçura”, afirmou.  O candidato independente aproveitou para dizer, com aquele sorriso de quem domina matemática, que, diferentemente do Alberto Souto – "que se contenta com 101 ideias para Aveiro" – ele tem “mil e uma ideias”. “Não acha que as minhas ultrapassam as do candidato socialista? E não são apenas devaneios mirabolantes, são planos de verdade para mudar a cidade", afirmou enquanto olhava para o programa eleitoral desenhado pelo seu irmão com 1001 árvores preparadas para abate. Agora, Aveiro aguarda ansiosamente para ver se esta súbita multiplicação de irmãos candidatos irá resultar numa revolução familiar na política local… ou apenas num almoço de domingo com demasiadas conversas sobre urnas de voto e propostas mirabolantes. O Estagiário da Ria continua atento a mais novidades, enquanto espreita para ver se ainda resta alguma vaga para ser candidato a sobrinho, primo ou cunhado dos Soutos & Ribaus.

Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro
Estagiário

Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro

"Durante os meus mandatos batemos todos os recordes de turismo. Demos uma nova vida aos nossos canais com os moliceiros elétricos e amigos do ambiente. Agora está na altura de dar o próximo passo: Aveiro precisa de marisco premium e quem melhor que o Fábio Coentrão para ser o rosto desta nova fase?", declarou Ribau Esteves, enquanto tirava uma fotografia ao lado de uma lagosta gigante, com Rogério Carlos a tentar reproduzir o movimento. Entretanto, o reitor da Universidade de Aveiro também já reagiu à mais recente notícia, revelando interesse em localizar o novo viveiro nas marinhas da UA. “Já falei com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro e dei-lhe nota da nossa intenção”, declarou Paulo Jorge Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a reação de Ribau Esteves, o reitor da UA realçou: “Gostou muito da iniciativa. Afinal de contas, ainda há dias anunciou o início da construção de uma nova residência privada para os estudantes. Ora todos sabemos o tipo de estudantes que procuram estas residências. Colocar o novo viveiro junto à UA pode ser uma excelente oportunidade para atrair ainda mais estudantes deste mercado”. Quem já reagiu a esta nova investida do edil aveirense foi Alberto Souto de Miranda. “Com sinceridade, desta vez tenho que reconhecer que é uma excelente iniciativa de Ribau Esteves. Todos nós vimos a cara avermelhada com que o presidente terminou a arruada de São Gonçalinho. Penso que se continuar a tirar fotos ao lado de lagostas, certamente que o seu tom de pele não irá dar tanto nas vistas” atirou o candidato à CMA, enquanto escrevia a centésima segunda ideia do livro que só ele leu.

Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria
Estagiário

Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria

No restante campus, a realidade é bem mais glacial. Nos departamentos, estudantes, funcionários e docentes testam, involuntariamente, o conceito de "resiliência climática". Cobertores, luvas e até gorros de lã fazem agora parte do novo traje académico da Universidade de Aveiro. “Estamos a trabalhar na técnica do pinguim: encostadinhos uns aos outros para preservar o calor", revelou um estudante de Engenharia Mecânica, enquanto bufava nas mãos. Mas nem todos têm essa sorte. Em alguns departamentos, mesmo que ligassem o aquecimento o efeito seria mais simbólico do que prático, fruto do estado dos equipamentos. “Temos consciência disso, mas mesmo assim o calor na UA escapa mais rápido do que o nosso orçamento anual”, desabafou um funcionário da área da manutenção dos Serviços de Gestão Técnica. Os aquecedores, que não sentem uma revisão desde o tempo do Renato Araújo (primeiro reitor eleito da UA), são hoje peças de museu que só aquecem corações… de saudade. Quando questionada sobre a disparidade climática entre a Reitoria e o resto do campus, uma fonte anónima (que se identificou apenas como "Manuel Mãos Frias") disse: “É uma questão de prioridades. As decisões importantes para a universidade precisam de mentes quentes e corações confortáveis. Os estudantes? Esses que usem cachecol." Entretanto, os estudantes preparam um novo protesto, já batizado de "Marcha dos Pinguins", para exigir "calor para todos" e "mantas polares para cada departamento". “Se isto continuar assim, o meu próximo Erasmus vai ser no Polo Norte. Ao menos lá, sabemos ao que vamos”, afirmou uma estudante de Economia, enquanto tentava escrever com luvas de ski. Enquanto isso, o Estagiário da Ria recomenda: se for para a Reitoria, leve protetor solar. Nos departamentos? Gorros, cachecóis e, se possível, um saco de água quente.

Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar
Estagiário

Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar

“Se já consegui pôr Aveiro no mapa com a ria, os moliceiros e o monumento do Siza, imaginem o que posso fazer com um clube de futebol. Isto é uma oportunidade para internacionalizar a marca Ribau”, terá dito o presidente entre vários apertos de mão ao adeptos do Beira-Mar. Entre as ideias mais arrojadas está a escolha de Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal, para treinador principal. "É a oportunidade perfeita para ele ganhar notoriedade. Eu tenho-lhe dado mais palco, mas com uma época desastrosa no futebol é certo que o nome dele vai estar em todas as capas de jornal. O futebol é o palco ideal para ele aprender a lidar com pressão…”, afirmou Ribau Esteves. “E se falhar?”, perguntaram os jornalistas. “É só dizer que o árbitro estava comprado”, respondeu prontamente Ribau. Rogério, por sua vez, mostrou entusiasmo contido: "Eu adoro futebol… Embora seja mais de ver do que de jogar. Ainda recentemente meti-me em aventuras e fui parar ao bloco operatório”, brincou o provável futuro treinador principal que tem aparecido em público com muletas. Quem já reagiu a esta novidade foi a presidente da concelhia do PS-Aveiro. "Não há palavras para mais uma tentativa de Ribau Esteves secar tudo à sua volta. Mas bem, se ele conseguir manter o Beira-Mar nos nacionais, já é mais do que aquilo que fez na Câmara", ironizou Paula Urbano Antunes. Nuno Quintaneiro, atual presidente do clube, tem resistido ao tradicional “braço longo” de Ribau e insiste em gerir o clube com independência. “Nós queremos um Beira-Mar sustentável, não um palco político”, declarou recentemente. Contudo, segundo rumores, essa postura mais firme pode ter acelerado os planos de Ribau tomar as rédeas da SAD. "O Quintaneiro está sempre a falar de sustentabilidade financeira, mas o que é isso comparado com um plano de expansão mediática? O Beira-Mar precisa de mediatismo e eu sou o único que pode garantir isso", terá dito Ribau numa reunião privada. Enquanto Ribau sonha com o Beira-Mar a brilhar nos palcos internacionais, os aveirenses esperam para ver se este novo projeto será um golaço ou mais um remate ao lado. A única certeza? Com Ribau no jogo, o espetáculo está garantido – com ou sem eucaliptos no relvado.

Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus
Estagiário

Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus

O reitor da Universidade de Aveiro surpreendeu a comunidade académica ao declarar, sem apresentar qualquer dado concreto, que o aumento da insegurança no campus está ligado ao crescente número de estudantes internacionais. “Nunca tivemos tantos estudantes internacionais. Coincidência? Não acredito em coincidências”, afirmou, com ar sério, enquanto segurava um relatório... em branco. “Não há razões para alarme. Os vigilantes estão a ser treinados para identificarem ‘comportamentos suspeitos’, como por exemplo estudantes que falem idiomas que não sejam português”, afirmou José Russo Ferreira, responsável pela segurança no campus, que ignorou o facto do seu próprio apelido causar insegurança no campus. A comunidade internacional não demorou a reagir. “Cheguei aqui há três meses e a única coisa que aumentei foi a venda de pastéis de nata no CUA. Insegurança? Só sinto quando tenho exames de Cálculo”, comentou uma estudante vinda da Polónia. Esta medida já foi muito elogiada pelo diretor do Departamento de Física da UA que terá agora os seus meios reforçados para percorrer todas as salas do seu departamento à procura de estudantes que estejam a utilizar as salas de estudo para jogar League of Legends. Já Wilson Carmo, presidente da Associação Académica, rapidamente reagiu à declaração do reitor, classificando-a como “criativa, mas desinformada”. “Queremos dados concretos ou, pelo menos, uma explicação plausível para a correlação entre o aumento de insegurança e os estudantes internacionais. Não vamos aceitar que o barulho de um estudante espanhol a pedir uma caña seja considerado ‘ameaça ao bem-estar do campus’.” Entretanto Manuel Assunção, antigo reitor da UA, veio a público afirmar que a compra já estava prevista nos mandatos anteriores, com um sorriso que parecia ensaiado em frente ao espelho. A Ria sabe que os atrasos no processo de compra das trotinetes foram atribuídos à burocracia habitual da contratação pública, com piadas de bastidores a sugerirem que os vigilantes receberão as trotinetes na mesma altura em que terminarem as filas nos almoços da cantina – ou seja, nunca.

RIA-CHECK

Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?
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Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?

As eleições autárquicas em Aveiro continuam a gerar polémica. Os candidatos Luís Souto (coligação 'Aliança Mais Aveiro') e Alberto Souto (PS) procuram disputar espaço e influência na Universidade de Aveiro, tentando atrair figuras prestigiadas da comunidade académica para reforçar a sua credibilidade junto do eleitorado. O socialista Alberto Souto anunciou, ao longo dos últimos meses, o apoio de dois antigos reitores da Universidade de Aveiro como membros da sua Comissão de Honra: Júlio Pedrosa (reitor entre 1994 e 2001) e Helena Nazaré (reitora entre 2002 e 2010). Em resposta, Luís Souto revelou, numa sessão pública no Teatro Aveirense, que o mandatário da sua candidatura será Manuel Assunção, reitor da UA entre 2010 e 2018. Durante a apresentação, Luís Souto destacou a Fábrica Centro Ciência Viva e o PCI – Parque de Ciência e Inovação como exemplos do “fortíssimo impacto” da “ação governativa” de Manuel Assunção. A mesma ideia foi reforçada na nota de imprensa enviada à comunicação social. “A ação governativa do professor Manuel Assunção teve um fortíssimo impacto em Aveiro e na região. Destacando-se, a título de exemplo, a Fábrica Ciência Viva, o Parque Ciência e Inovação da região de Aveiro.” Luís Souto, 20 de junho de 2025 “O Prof. Manuel Assunção (...) foi vice-reitor (de 1994 a 2009) e reitor da Universidade de Aveiro (de 2010 a 2018), promovendo a criação de estruturas como a Fábrica - Centro Ciência Viva e o PCI - Parque de Ciência e Inovação.” Nota de imprensa da candidatura ‘Aliança Mais Aveiro’. A Fábrica Centro Ciência Viva foi inaugurada a 1 de julho de 2004, como indica uma publicação recente da própria Universidade de Aveiro nas redes sociais. Na altura, a UA era liderada por Helena Nazaré, que foi reitora de 2002 a 2010. Na foto da inauguração - onde se vê a presença de Mariano Gago, então ministro da Ciência - é possível ver Helena Nazaré em lugar de destaque. Ou seja, o projeto nasceu e foi concretizado sob a liderança de Helena Nazaré. Já o PCI - Parque de Ciência e Inovação foi inaugurado em 2018, durante o mandato de Manuel Assunção, mas começou a ser desenvolvido em 2007 e materializado em 2009. A informação consta no suplemento “Especial PCI”, publicado no dia 10 de março de 2021 no Diário de Aveiro, mas também o site da Câmara Municipal de Ílhavo relembra o momento: “No seguimento da aprovação da candidatura liderada pela UA do Parque da Ciência e Inovação foi assinado o contrato de financiamento no dia 15 de dezembro de 2009, entre a Universidade de Aveiro e o Programa Operacional da Região Centro. Trata-se de um investimento de 35 milhões de euros, com o apoio do QREN no valor de 15,5 milhões de euros”. O documento foi assinado por Helena Nazaré que à data era ainda a reitora da Universidade de Aveiro. A candidatura de Luís Souto atribui a Manuel Assunção um protagonismo que não corresponde inteiramente aos factos históricos. A Fábrica Centro Ciência Viva foi criada sob a liderança de Helena Nazaré, que integra atualmente a Comissão de Honra da candidatura adversária, do PS. Quanto ao PCI, Manuel Assunção teve um papel relevante na fase de concretização, mas o projeto nasceu e foi financiado durante o mandato anterior, também de Helena Nazaré. A classificação final é ENGANADOR. As declarações de Luís Souto exageram o papel de Manuel Assunção, omitindo o envolvimento determinante de Helena Nazaré na criação das duas infraestruturas referidas. O enquadramento apresentado serve um objetivo político, mas não respeita o rigor histórico dos processos citados.

Ribau diz que todas as estruturas desportivas precisam de parecer do IPDJ. É verdade?
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Ribau diz que todas as estruturas desportivas precisam de parecer do IPDJ. É verdade?

“Tudo o que são estruturas para a atividade desportiva têm que ter parecer obrigatoriamente de um instituto público, chamado Instituto Português do Desporto e Juventude”. José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, 17 de junho de 2025, Assembleia Municipal de Aveiro A legislação nacional é clara: não são todas as infraestruturas desportivas que exigem parecer do IPDJ. O Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 110/2012, de 21 de maio, estabelece o Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID). Neste documento pode-se ler no artigo 11.º que “compete ao IPDJ exercer as competências especialmente previstas no presente decreto-lei relativamente às instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo”. Ora, no mesmo decreto-lei, no seu artigo 5.º são definidas as diferentes tipologias de instalações desportivas: “instalações desportivas de base” (que podem ser “instalações desportivas recreativas” e “instalações formativas”), “instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares” e “instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo”. Ou seja, as duas primeiras tipologias de instalações desportivas (recreativas e formativas) não carecem de parecer do IPDJ. Esta informação também é corroborada pelo site do IPDJ que, no separador do licenciamento de instalações desportivas esclarece que são apenas as “instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo” que dependem “do parecer favorável do IPDJ”. Também no número 3 do artigo 4.º do RJID é referida uma exclusão importante: “3 - O regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau; b) Instalações desportivas integradas nos empreendimentos turísticos referidos no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de Março, exceto as que são citadas nas alíneas a), e) e g) do n.º 2 do artigo 15.º do mesmo decreto-lei.” A afirmação de Ribau Esteves é falsa. A lei não exige parecer do IPDJ para todas as estruturas desportivas, apenas para algumas tipologias específicas. A generalização feita pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro não tem base legal e pode induzir em erro o público.

Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?
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Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?

Já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto assinou um artigo de opinião no Diário de Aveiro, na edição de 24 de fevereiro 2010, onde começa por recordar que, durante os seus mandatos como presidente da CMA, construiu cinco pontes entre a Antiga Capitania e o Lago da Fonte Nova, três no Canal de S. Roque e uma sobre a eclusa do Canal das Pirâmides. Mas é logo de seguida que o candidato socialista às próximas autárquicas dá nota que construir uma ponte no Canal Central não foi uma opção para não “estragar”. “Mas, quando pensámos no Canal Central não ousámos estragar: estudámos, estudámos, estudámos e optámos por localizá-la no Canal das Pirâmides”, acrescentou. Também numa carta aberta dirigida ao então presidente da CMA, Élio Maia, o candidato socialista voltou a expressar a sua oposição a uma ponte nessa localização, chamando-a de "casmurrice", "funcionalmente desnecessária" e um "aleijão urbanístico gravíssimo". Agora, na campanha para as eleições autárquicas de 2025, Alberto Souto anunciou uma proposta para uma nova ponte pedonal precisamente no Canal Central, a menos de 50 metros da anterior proposta de Élio Maia. Para justificar a sua ideia, Alberto Souto dá nota que o conceito difere ao ser apresentada como uma "ponte-praça", ou seja, não apenas uma estrutura de atravessamento, mas também um espaço público de lazer. Apesar dessa diferença no conceito, a mudança de posição é evidente. Antes, Alberto Souto via uma ponte no Canal Central como um erro urbanístico, uma "fantasia sem sentido" e afirmava que os “estudos” dessa opção tinham-no ajudado a tomar a decisão de não “estragar” este canal; agora, considera que a nova ponte vai "criar mais Aveiro". Conclusão: é VERDADEIRO que Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e que agora propõe uma nova. A mudança de posição é clara, ainda que a proposta atual tenha um conceito diferente.

Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva
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Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva

"Para o SC Beira-Mar participar nas competições profissionais de futebol tem que se constituir, obrigatoriamente, como uma sociedade desportiva." A afirmação é: VERDADEIRA. Com este momento muito importante na vida do clube, acende-se novamente o debate sobre a relevância da criação de uma sociedade desportiva, muitas vezes levando à desinformação dos sócios, simpatizantes ou simples cidadãos. Ora, segundo a Lei n.º 39/2023, de 4 de agosto, que estabelece o novo regime jurídico das sociedades desportivas, “a participação em competições profissionais de modalidades coletivas é reservada a sociedades desportivas”. A par disso, segundo o artigo 9.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “os clubes participantes na Liga NOS e na LEDMAN LigaPro devem constituir-se, nos termos da lei, sob a forma de sociedade desportiva”. Deste modo, se o SC Beira-Mar atingir competições como a segunda e primeira liga de futebol – que são ambições conhecidas dos órgãos sociais do clube, bem como dos seus sócios e adeptos – terá que obrigatoriamente estar constituído como sociedade desportiva. Recorde-se, neste ponto, que as imposições legais em vigor no que diz respeito à constituição de sociedades desportivas sofreram alterações durante o ano de 2023, precisamente para evitar situações como aquelas que ocorreram no passado com o SC Beira-Mar. No momento da aprovação do novo regime jurídico das sociedades desportivas, o Governo deu nota que que “cerca de 20% das sociedades anónimas desportivas” constituídas até então foram ou estavam “a caminho da extinção, insolvência ou dissolução”. Para evitar que estes cenários se repitam foram várias as alterações introduzidas nesse sentido, destacando-se as seguintes: os investidores passam a ter de demonstrar capacidade económica para fazer o investimento; os detentores de participações sociais e os órgãos de administração não podem ter sido condenados em processos-crime por uma série de crimes; o administrador nomeado pelo clube tem direito a participar em todas as reuniões da sociedade desportiva (uma coisa que até então não estava clara); a introdução de uma figura de um observador (sem direito de voto) nomeado pelos sócios; a impossibilidade de participação em competições a todas as sociedades desportivas que violem de forma grave e continuada os acordos parassociais que celebraram com o clube; ou ainda o facto relevante de que, se a sociedade desportiva não tiver a situação tributária regularizada, isso não irá prejudicar o direito do clube desportivo obter apoio desportivo para outras modalidades.

Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25
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Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25

A afirmação é falsa. “O próprio PSD e o CDS votaram contra porque viram logo na proposta inicial que ela não era justa, porque não contemplava este três pórticos”, afirmou ontem Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e vogal da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro, em declarações à SIC, depois de criticar Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, pela não inclusão da concessão da Costa de Prata da A25 (que liga a Barra a Albergaria-a-Velha e inclui três pórticos com portagens durante o seu troço) na proposta para a abolição das portagens em várias autoestradas do país. Na ata da reunião plenária da Assembleia da República, datada de 2 de maio de 2024, onde se procedeu à discussão do Projeto de Lei n.º 72/XVI do Partido Socialista, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, os deputados do PSD Hugo Soares e Cristóvão Norte afirmam que o seu partido defende “um sistema integrado que respeite o princípio do utilizador-pagador” e uma “redução gradual” das portagens. Na mesma ata não é referido, em nenhum momento, que PSD/CDS iriam votar contra a proposta do PS por esta não incluir os pórticos de Aveiro. Recorde-se que, tal como noticiou a Resnascença, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, durante uma reunião do seu grupo parlamentar, invocou “disciplina de voto” a todos os deputados do seu partido, argumentado que “o PSD nunca defendeu a eliminação imediata das portagens e que o projeto de lei da AD que irá a votos no debate prevê a redução de 50% e que a abolição significa uma despesa na ordem dos 200 milhões de euros”. A afirmação é verdadeira. A atual deputada do PSD à Assembleia da República que é ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e vice-presidente da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro é uma das autoras do Projeto de Resolução nº 61/XVI/1ª com o título “Pela redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, datado de 26 de abril de 2024. Neste Projeto de Resolução, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP recomendam ao Governo “uma redução de portagens ambiciosa”, “com respeito pela sustentabilidade das finanças públicas” e que não coloque “em causa os princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador (...) contemplando as vias A22, A23, A24, A25, A28, A4, A13”. A afirmação é verdadeira. No Projeto de Lei n.º 72/XVI, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, datado de 22 de abril de 2024, o Partido Socialista (PS) apenas colocou na proposta a abolição das portagens no troço da A25 – Beiras Litoral e Alta que liga Albergaria-a-Velha a Vilar Formoso. Durante a discussão na reunião plenária da Assembleia da República, como se pode ler na ata, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, aproveitou para atacar diretamente Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, por este ser deputado pelo círculo de Aveiro e se ter esquecido de colocar os acessos a Aveiro no projeto de lei do PS para abolição das portagens.

21 OUT 2025

Município de Aveiro edita livro comemorativo dos 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador
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Município de Aveiro edita livro comemorativo dos 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador

O livro, que vai ser enviado de forma gratuita a todos os artistas vencedores e merecedores de menções honrosas ao longo dos anos, bem como a todos os que fizeram parte do júri, marca os 25 anos do Concurso Aveiro Jovem Criador. A iniciativa é, nas palavras da autarquia, “uma oportunidade para dezenas de jovens que ousaram imaginar, experimentar e partilhar as suas visões e talentos artísticos com os outros” e “representa uma política de continuidade” do Município no setor da cultura. De acordo com a autarquia, o livro não só celebra um “instrumento capacitador, ao serviço da arte e da criatividade”, como “pretende congregar toda a história deste Concurso que passou já por várias mudanças”.

Projeto colaborativo entre utentes e funcionários de lares de Aveiro regressa ao Teatro Aveirense
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Projeto colaborativo entre utentes e funcionários de lares de Aveiro regressa ao Teatro Aveirense

A criação, que conta com orientação artística de Beatriz Mendes, Daniel Almeida e Ana Raquel Tavares, envolve 51 utentes e funcionários das instituições que participam e que, ao longo de meses, se envolveram na criação do espetáculo. As oficinas realizadas serviram para recolher “recordações, canções e expressões locais que serviram de ponto de partida para composições originais”, agora transformadas em “matéria criativa”. De acordo com a autarquia, este quarto concerto traz a palco novos assuntos – como os coradouros antigos e a lavagem da roupa – e espaços icónicos – como a Praça do Peixe. Não obstante, o público vai também poder ouvir músicas que já se têm afirmado no repertório da comunidade. A iniciativa passa também pela gravação de um CD que vai levar os elementos de estúdio para as próprias instituições. Recorde-se que o “Canta-o-Lar” foi criado no âmbito de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura e íntegra desde aí a programação do Teatro Aveirense.

Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG
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Presidente do SC Beira-Mar garante “novidades” sobre processo da sociedade desportiva na próxima AG

Na convocatória da Assembleia Geral Ordinária do SC Beira-Mar do próximo dia 31 de outubro pode ler-se no ponto quatro que volta a estar prevista nova “informação aos sócios sobre o processo de constituição da sociedade desportiva para o futebol”. Recorde-se que o clube já chegou a anunciar Breno Dias Silva como investidor, mas, entretanto, a direção diz ter perdido a confiança no parceiro e decidiu recuar. Na última Assembleia, que se realizou no final do passado mês de julho, Nuno Quintaneiro disse à Ria que esperava ter um novo investidor para apresentar até que os sócios se voltassem a reunir. Contactado pela Ria, o presidente garante agora que há “novidades” que espera que sejam “consistentes” até ao próximo dia 31 de outubro, data da próxima AG. Para já, Quintaneiro prefere não adiantar qualquer detalhe sobre o projeto que o SC Beira-Mar está a considerar e deixa os esclarecimentos para a Assembleia. Outro dos pontos em destaque da reunião é o ponto dois: “Informação aos sócios sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, respeitante ao triénio 2021-2024, nos termos e para os efeitos previstos no art. 27º, nº 4 dos Estatutos”. De acordo com os estatutos do clube, cada direção deve ter como “regra de ouro” que, “no final do seu mandato, a situação líquida do S. C. Beira-Mar, seja, se nada de anormal e extraordinário ocorrer, pelo menos igual à existente aquando da sua tomada de posse, devendo o eventual agravamento da mesma, após confirmação por auditoria promovida pela nova Direção, ser assumido solidariamente pelos membros em funções da Direção cessante”. Traduzida pelo presidente Nuno Quintaneiro, a norma determina que “aquando da transmissão dos mandatos, se a situação líquida do clube for negativa em comparação com o início do mandato […] os elementos da direção podem ser responsabilizados pessoalmente e solidariamente, ou seja, têm que se chegar à frente com o seu património para pagar ao clube e compensar o clube financeiramente por essa variação negativa”. No entanto, diz o presidente, o principal problema que o clube tem tido em relação a esta regra é a sua não aplicação. Para que se cumpram os estatutos, é necessário que a situação líquida do clube seja certificada – algo que, por intermédio de Luís Leitão, presidente do Conselho Fiscal cessante, já aconteceu em outubro passado – e, depois, que a nova direção decida sobre a aplicação ou não da regra – que a direção deixou pendente aquando da aceitação da certificação da situação líquida do clube. Em causa está uma variação líquida negativa de 289.086,71 euros. “Se fizéssemos uma aplicação cega da regra, o Afonso [Miranda] e os seus colegas de direção teriam de suportar esse encargo financeiro junto do clube”, explica Nuno Quintaneiro, que aponta que “aquilo que nós, ao longo deste período, estivemos a fazer foi um levantamento de onde é que teve origem esse endividamento e a compreender bem a atividade do clube para perceber se faz ou não sentido aplicar a ‘regra de ouro’ à luz daquilo que era o elemento teleológico da norma”. Por ser uma matéria que exige “algum cuidado” e por “respeito aos sócios”, o presidente da direção do SC Beira-Mar prefere não comunicar a decisão antes da Assembleia Geral. No entanto, por “dever institucional”, o ex-presidente Afonso Miranda e a sua direção já foram informados daquela que foi a decisão. Nesse sentido, o presidente assume que “não há qualquer problema institucional” e que a decisão foi tomada em “concordância” com os antigos titulares dos órgãos sociais do clube, pelo que se vive um “clima de paz”. No passado dia 16, uma notícia publicada no Diário de Aveiro sobre o tema motivou um comunicado da direção do clube. Depois de o jornal escrever que “A direção do Beira-Mar vai aplicar a ‘regra de ouro’”, o clube reagiu: “o agendamento de um ponto da Ordem de Trabalhos da próxima Assembleia Geral […] dedicado a informação sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, resultou de um entendimento conjunto sobre a necessidade de comunicar aos sócios, em local próprio, o entendimento partilhado sobre a natureza e o alcance daquela disposição estatutária”. Nesse sentido, os responsáveis do clube clarificam, como disse Nuno Quintaneiro à Ria, que a discussão tem sido articulada em diálogo com o antigo presidente Afonso Miranda. No seguimento da notícia, o ex-presidente fez uma publicação no Facebook onde afirma ter feito chegar a informação ao Diário de Aveiro de que “a ata da convocatória para a Assembleia Geral refere apenas “informar sobre a regra de ouro” e não “aplicar” tal medida”. Depois de, segundo afirma, o diretor do jornal ter reconhecido o erro e retirado momentaneamente a notícia da internet, a informação voltou a ser publicada. Para além de dizer que nunca é mencionado “qualquer indício de “maus resultados” da anterior direção” – algo que diz saber não ser intenção dos atuais responsáveis – Afonso Miranda frisa ser também credor do clube e diz estar disponível para “não cobrar ou negociar a longo prazo o pagamento dessas verbas”. Por defender que, durante o seu mandato à frente dos destinos do clube, “enfrentou o período financeiro mais conturbado de sempre” e depois de enaltecer que a sua direção “teve a coragem de pegar num clube moribundo, saqueado por vários que fugiram, e nele investiu dinheiro, tempo e suor”, Afonso Miranda diz “recusar aceitar que o jornalismo continue a ser praticado com tamanha falta de rigor, na busca incessante por sensacionalismo, mesmo à custa de denegrir a imagem de quem verdadeiramente trabalha”. Assim, o ex-presidente da direção afirma ter avançado com uma ação judicial por difamação. Na Assembleia Geral do próximo dia 31 vai ser também apreciado e votado o Relatório de Atividades e Contas do exercício respeitante à época desportiva 2024-2025.

Município de Águeda avança com reabilitação ecológica do Rio Cértima
Região

Município de Águeda avança com reabilitação ecológica do Rio Cértima

A intervenção vai decorrer até ao final do ano e incide na remoção e controlo de espécies invasoras aquáticas e na recuperação e reabilitação das margens. Os trabalhos estendem-se ao longo de cerca de cinco quilómetros, desde a ponte do Parque Ribeirinho até Espinhel, à entrada da lagoa da Pateira de Fermentelos. “O projeto inclui a contenção e remoção de espécies invasoras, o corte seletivo e poda de formação de árvores, a plantação de espécies nativas, e a aplicação de técnicas de base natural para reabilitação dos habitats”, explicita o texto difundido pela autarquia. O principal objetivo é “promover a recuperação do corredor fluvial do Rio Cértima, reforçando a sua função ecológica e protegendo a Pateira de Fermentelos”, que é classificada como Zona Húmida de Importância Internacional pela Convenção de Ramsar e integra a Rede Natura 2000. "Este projeto representa mais um passo firme na nossa estratégia de proteção ambiental e valorização do território", declarou o Presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida. O autarca sublinhou que a preservação do Rio Cértima e da Pateira "é essencial não só para a biodiversidade, mas também para o bem-estar das comunidades e para a sustentabilidade futura da região". Os trabalhos em curso no Rio Cértima articulam-se com as ações previstas no âmbito do projeto “LIFE Revive”, que contempla também intervenções nos rios Águeda, Alfusqueiro e Vouga, procurando reduzir as "pressões hidromorfológicas", correspondentes às alterações causadas por barragens ou dragagens. Jorge Almeida, revelou ainda que, no âmbito dessa estratégia e com apoio do Fundo Ambiental, a câmara irá também avançar com a reabilitação do Rio Alfusqueiro, infraestruturação do Parque Fluvial e a criação de uma Reserva Natural nessa área.

Aveiro: CEO da Trofa Saúde garante que novo hospital do grupo deve abrir em 2028
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Aveiro: CEO da Trofa Saúde garante que novo hospital do grupo deve abrir em 2028

A ideia de um novo hospital da Trofa Saúde em Aveiro começou a nascer, disse José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), em 2016. Entretanto, o projeto chegou mesmo a ser anunciado, mas, segundo o autarca, foi “abalroado” pela covid-19. Recorde-se que o projeto foi anunciado em 2017 e que o objetivo anunciado era de que o hospital estivesse em funcionamento a partir de 2019. Depois da pandemia, Ribau Esteves afirma que a Trofa Saúde deu uma “péssima notícia” e decidiu “rasgar” o projeto que já tinha sido licenciado pela Câmara Municipal. Explica Bruno Gomes que o novo projeto agora apresentado serviu para aumentar o hospital: “Achámos que era preciso dimensioná-lo [ao projeto] de uma forma diferente para poder dar resposta às necessidades da população de Aveiro”. Não obstante, o responsável anunciou que a unidade deve criar “400 novos postos de trabalho”, menos 100 do que os 500 anteriormente anunciados. O novo hospital, de acordo com o CEO do grupo, vai ter atendimento permanente “24 horas para adultos e crianças”, “bloco operatório com três salas para cirurgia”, “100 camas de internamento”, “100 gabinetes de consulta e serviços de enfermagem”, análises clínicas e endoscopia e com suporte de uma imagiologia equipada com tecnologia de última geração, incluindo ressonância magnética, TAC, mamografia e ecografia. O edifício vai ter “sete andares à superfície e dois subterrâneos”. Bruno Gomes destacou que esta não foi a primeira aposta do grupo no distrito de Aveiro: já existem unidades da Trofa Saúde em São João da Madeira, Ovar, Santa Maria da Feira e Espinho. No total, o grupo conta já com 23 hospitais e clínicas em todo o país. Ribau Esteves não deixou escapar a oportunidade para falar da ampliação e requalificação do hospital público, de que Aveiro ainda continua à espera. O presidente espera que o projeto da Trofa Saúde seja “inspirador e estimulador” para que “o Ministério da Saúde […] seja bem melhor que todos os outros que nos andaram a empurrar para a frente numa inércia absurda que tem que tem prejuízo para os cidadãos”. Foi também nesse sentido que o autarca voltou a defender as entidades privadas. No seu entender, Portugal ainda não “ultrapassou alguns preconceitos” e o serviço privado “está sempre sob alguma suspeição”. “O motor da nossa atividade económica é o setor privado. O nosso Município seria muito diferente, para muito pior, se fosse o setor público o seu motor principal. Como eu gosto de dizer, nós somos motor auxiliar”, rematou o autarca. A “primeira pedra” do hospital foi um exemplar da edição do Diário de Aveiro de ontem, dia 20, em que no destaque de primeiro página vai para “Primeira pedra de hospital privado é lançada hoje”. O jornal foi encapsulado e enterrado por todos os responsáveis presentes, como Bruno Gomes, José Ribau Esteves ou Luís Souto, presidente da CMA eleito.

Mais de 23.700 infrações rodoviárias detetadas na campanha "Viajar sem Pressa"
País

Mais de 23.700 infrações rodoviárias detetadas na campanha "Viajar sem Pressa"

A campanha decorreu entre 14 e 20 de outubro e visou alertar os condutores para o risco da condução e excesso de velocidade, uma das principais causas de acidentes nas estradas. No total, foram fiscalizados 5.603.754 veículos e registadas 23.724 infrações rodoviárias, das quais 14.829 relativas ao excesso de velocidade. A campanha foi desenvolvida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, GNR e PSP e envolveu igualmente as regiões autónomas dos Açores e Madeira. Aos condutores abordados diretamente, as autoridades transmitiram mensagens relativas aos perigos do excesso de velocidade, causa de um em cada três acidentes mortais.

20 OUT 2025

Ribau Esteves defende que livro pago pela Câmara é um “investimento de solidariedade cultural”
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Ribau Esteves defende que livro pago pela Câmara é um “investimento de solidariedade cultural”

Na passada quinta-feira, 16 de outubro, o Município de Aveiro anunciava que iria lançar um novo livro, desta vez, com o título “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”. Tal como noticiado pela Ria, trata-se do último livro - lançado e pago pela autarquia - de José Ribau Esteves enquanto presidente cessante da Câmara de Aveiro. Logo após ter sido anunciado, a obra gerou polémica por representar um custo de “13.350 euros” para a Câmara Municipal de Aveiro, ao contrário, por exemplo, do livro de balanço dos mandatos autárquicos de Élio Maia, presidente da autarquia entre 2005 e 2013, que não teve qualquer financiamento público.  Questionado esta segunda-feira, pela Ria, sobre a opção, Ribau Esteves reforçou que o presidente Élio Maia “não é uma referência de gestão autárquica” para si e justificou a aposta com o facto de a Câmara de Aveiro ser, atualmente, “investidora”. “Obviamente que uma Câmara investidora, com qualidade, de uma terra rica, em termos de património histórico, de atividade, tem a obrigação de publicar o livro”, sublinhou. Recorde-se que, tal como noticiado, a autarquia aveirense gastou, só no último ano, mais de 100 mil euros na produção de livros. Confrontado com isto, o autarca respondeu: “E são muito mais do que aqueles que estão na notícia da Rádio Ria e (…) com muito mais investimento do que aquilo que foi feito”. Recordando o dia da apresentação do livro “Avenida: uma história com futuro”, que decorreu na Livraria Bertrand, Ribau Esteves sublinhou que estes livros são “investimentos de solidariedade cultural”. “Nesse âmbito, nós entendemos que a história única destes 12 anos de uma Câmara numa situação de falência, (…) num tempo em que vivemos coisas tão dramáticas como o combate à covid, em que pusemos esta Câmara como altamente investidora, como a Câmara que deixou de ser (…) gestora do Município de Aveiro e passou a ser (…) cogestora da região de Aveiro, da Associação Nacional de Municípios Portugueses, do Comité das Regiões da União Europeia, [justificava este livro]”, reforçou o autarca. Em relação às outras obras, anteriormente, publicadas pela autarquia, sublinhou ainda que a única diferença é que esta foi escrita por si.  “Foram cerca de 300 horas de trabalho que tirei à minha família, que deixei de ir à missa, deixei de correr, etc. Deixei de fazer uma série de coisas porque nunca escrevi uma linha daquele livro que não fosse aos domingos ou nos meus voos para Bruxelas”, partilhou. “Portanto, é uma edição da Câmara Municipal, como tantas outras que fizemos, com toda a legitimidade democrática”, continuou. Sobre as críticas da oposição, José Ribau Esteves disse ter “toda a tolerância democrática”. “Aliás, eu tive o cuidado (…) que o livro fosse lançado entre as eleições e a tomada de posse, precisamente, para não ser minimamente parte, protagonista ou influenciador do processo eleitoral”, exprimiu. “Só para ter a noção, a partir do momento que disse que estava a escrever um livro, eu já tenho anotado os pedidos do meu livro de 400 pessoas (…)  A maior parte das pessoas são positivas, sabem que o presidente Ribau Esteves escreveu um livro próprio, a contar histórias, algumas delas que as vou contar pela primeira vez, em público, (…) e mandaram-me logo uma coisa qualquer, um SMS, uma carta, um e-mail, a dizer: ‘guarda para mim porque eu quero um’”, partilhou. Numa fase final da conversa, o presidente da Câmara adiantou ainda que o livro será para oferta e que apenas a Editora ‘Afrontamento’ [responsável pela edição do mesmo] o venderá. “Não há lucro nenhum. A Câmara não vai vender… E mesmo a empresa que o vai vender dá pouco mais do que para pagar os custos que a empresa teve”, frisou. Saliente-se que este não é o primeiro livro escrito pelo autarca. A primeira vez que o fez era ainda presidente da Câmara de Ílhavo e, na altura, lançou a obra: “10 Anos de Mudança - Município de Ílhavo”. Segundo uma notícia do Correio da Manhã, datada de 18 de janeiro de 2008, a obra gerou polémica já que os partidos da oposição acusaram Ribau Esteves de se “autopromover gastando 2800 euros ao erário público”. Sobre este episódio, Ribau Esteves recordou que na “Câmara de Ílhavo era diferente porque, por um lado, decidi que eram sobre os dez anos e lançamos o livro a menos de um ano de eleições e eu era recandidato”. O livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves” vai ser apresentado este sábado, 25 de outubro, pelas 18h00, no Teatro Aveirense.