RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões
Região

Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões

No Relatório do Orçamento do Estado para 2026, que deverá ser aprovado nos próximos dias na Assembleia da República, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda surge inscrito no “Quadro 4.20 – Investimentos estruturantes: Administração Central e Segurança Social (Parte III)”, com uma verba prevista de 47 milhões de euros, acompanhada da nota de que “inclui PRR”. De acordo com o portal ‘Mais Transparência’ do Governo, o projeto apresenta um custo total de 46,9 milhões de euros, totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com data de início em 9 de junho de 2022 e conclusão prevista para 31 de dezembro de 2025. Contudo, o prazo já não corresponde à realidade. O concurso para a empreitada ainda está em fase de lançamento e os diferentes intervenientes admitem que a execução irá prolongar-se para além dos prazos definidos no PRR. A par disso, o valor da obra evoluiu substancialmente. A Câmara Municipal de Aveiro (CMA), numa informação publicada no seu site a 3 de outubro de 2025, referia que o volume total de investimento municipal previsto para 2025-2027 ascendia a 125 milhões de euros, aos quais se “espera acrescentar os 143 milhões de euros correspondentes ao projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, em desenvolvimento”. Ou seja, o custo total estimado triplicou face à candidatura inicial - de cerca de 47 milhões para mais de 140 milhões de euros -, deixando claro que o financiamento previsto no PRR já não cobre a totalidade da obra. A situação não é isolada. Numa auditoria publicada em junho, o Tribunal de Contas alertava para “atrasos significativos na execução dos investimentos previstos” em vários projetos de municípios portugueses, financiados pelo PRR, advertindo que “a sua conclusão já não se mostra compatível com as datas-limite definidas” e que existe “um sério risco de incumprimento da data-limite de 30-06-2026”. No caso do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, somam-se aos atrasos do planeamento da obra a insuficiência das verbas do PRR. Consciente desta realidade, Firmino Ferreira, presidente do PSD-Aveiro e deputado à Assembleia da República, aproveitou a audição do secretário de Estado das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do Orçamento do Estado para 2026, para questionar o ponto de situação do financiamento para esta obra. Mas a resposta do Governo deixou margem para dúvidas e gerou alguma apreensão em diferentes agentes políticos locais. “O Eixo Aveiro-Águeda é absolutamente fundamental. Basta passar na região para perceber que é. Estamos, neste momento, a analisar quais são as opções, quer para assegurar o financiamento, quer para assegurar a prossecução e a concretização desta obra que está, neste momento, a ser analisada pelo Governo”, esclareceu o secretário de Estado Hugo Espírito Santo. A expressão “a analisar opções” foi suficiente para agitar a região e, nesse sentido, a Ria contactou os diferentes intervenientes para explicar-lhe tudo. Em declarações à Ria, o deputado do PSD eleito por Aveiro, Firmino Ferreira, confirma que o valor inicialmente previsto para o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda está hoje completamente desajustado face à realidade. “Em 2022, o valor que estava previsto - e para o qual se tinham conseguido fundos comunitários - apontava para um valor a rondar os 46 milhões de euros. Só que (…) é completamente inviável fazer a obra pelo valor que estava pensado. O valor é significativamente mais elevado e, por isso, é preciso reequacionar como é que se vai conseguir captar fundos para a concretização da mesma”, afirma. O também presidente do PSD de Aveiro explica que a sua pergunta ao Governo visava precisamente perceber como será assegurado o novo modelo de financiamento da obra. “Portanto, é preciso perceber como é que se vai fazer o financiamento da obra. E a minha preocupação era nesse sentido. Perceber como vamos fazer isso e, inclusivamente, se os municípios envolvidos poderiam vir aqui a ter alguma implicação nos seus orçamentos também, se a sua participação tivesse que ser revista. O sentido da minha questão era também, de alguma forma, pressionar que o Governo ande com este processo para a frente e procure a melhor forma de o financiar”, sublinha. Questionado sobre a existência de garantias concretas, o deputado admite que a resposta só chegará com a aprovação de um futuro Orçamento do Estado. “Garantia vamos sabê-la com a aprovação do Orçamento do Estado. Isso é que é a garantia se este valor estará ou não estará”, refere, reconhecendo que o Governo “está ciente da necessidade da concretização desta obra”, mas que “a probabilidade maior será a afetação do dinheiro do Estado”. Já o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, garante que o financiamento do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda “está assegurado”. “Eu diria que o interessante era perguntar ao secretário de Estado o que é que ele queria dizer, porque há uma coisa que eu sei, que efetivamente o assunto estava a ser tratado a nível ministerial, com o envolvimento do primeiro-ministro, que deixou absolutamente claro aos ministros que esta obra é para fazer e ponto”, afirma o autarca. Segundo Jorge Almeida, o Governo já assumiu o compromisso de garantir o financiamento para além do PRR. “Quanto ao financiamento, como toda a gente sabe, há uma resolução do Conselho de Ministros de 20 de março a garantir o financiamento para além do PRR, porque a obra não vai acabar nos prazos do PRR”, reconhece, acrescentando que “a única coisa que teve que ser minimamente decidida foi a questão da plurianualidade do financiamento”. Contudo, a verificação feita pela Ria à Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/2025 de 20 de março mostra que o documento não contém qualquer autorização de encargos ou inscrição orçamental para esta obra - apenas a classificação como “projeto prioritário” e instruções à CCDR-Centro e à Infraestruturas de Portugal para “prosseguir com os estudos”. O presidente da Câmara de Águeda adianta, tal como já tinha feito a 3 de outubro de 2025 a Câmara Municipal de Aveiro, que “a obra vai custar mais de 100 milhões de euros” e que “a única coisa que estamos a articular com o Governo é a plurianualidade”, ou seja, a distribuição do financiamento público pelos próximos anos. Sobre os atrasos no avanço da obra, Jorge Almeida recorda que este “é um projeto que teve a avaliação de impacto ambiental”. “Só em termos de avaliação de impacto ambiental, teve que recolher a opinião das mais de 20 entidades. E a coordenação de todas essas coisas foi quase um ano e meio”, esclarece, relembrando que este é “um projeto com uma envergadura muito grande, com múltiplas especialidades”, mas deixando a garantia que “a obra será repartida ao longo dos exercícios de 2026, 2027 e 2028 - que será o término da obra. Em 2028 vamos chegar de Águeda a Aveiro muito rápido”, garante. O presidente da Câmara Municipal de Águeda explica ainda à Ria a diferença significativa entre o valor inicialmente submetido no âmbito da candidatura ao PRR e o custo atualmente previsto para a execução do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda. O autarca recorda que o projeto começou praticamente do zero. “Repare numa coisa: nós começamos a fazer o projeto - não havia absolutamente nada - em setembro de 2022. Foi quando nós entregamos ao gabinete projetista o início do projeto. E o início começou por levantamentos topográficos, como todos os projetos. Portanto, nessa altura, o valor da obra era uma incógnita para todos”, justifica. Segundo Jorge Almeida, só com o projeto finalizado foi possível perceber a verdadeira dimensão do investimento necessário. “[Tivemos noção de que a obra custaria mais do que os 47 milhões previstos no PRR] quando passamos a ter o projeto completo. E quando o projeto estava pronto, ficamos com a noção de que a obra custa 100 e tal milhões de euros”, revela. O autarca justifica o aumento expressivo com a complexidade técnica e estrutural do traçado. “Pois claro, 40 milhões era uma autêntica 'pechincha'. Estamos a falar de uma obra com perfil de autoestrada, com uma enorme passagem superior sobre a linha de alta velocidade, sobre a A1, com a duplicação do nó da A17, com aquela ponte altíssima sobre o rio Águeda... Estamos a falar disto. E estamos a falar de 15 quilómetros de estrada com estas características, numa zona urbana, a passar por zonas urbanas... Portanto, é uma obra cara, claro que sim.” Desta forma, Jorge Almeida sustenta que o orçamento inicial de 47 milhões de euros do PRR era insuficiente e meramente indicativo, tendo o valor real da empreitada sido apurado apenas após a conclusão do projeto técnico. Essa diferença, aliada ao atraso no lançamento de uma obra “complexa” e de “grande envergadura”, acabou por colocar o projeto numa posição de dependência face às verbas do Orçamento do Estado, uma vez que o financiamento comunitário já não é suficiente nem compatível com o novo calendário de execução. O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Luís Souto, em declarações à Ria depois da última reunião de Câmara, também abordou o tema e garantiu que o projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua a ser uma prioridade. “Como eu expliquei aqui, é um assunto prioritário. Para a semana vamos reunir com a Câmara de Águeda para fazer o ponto da situação e empenharmo-nos ao máximo para que o projeto avance”, afirmou o autarca. Luís Souto sublinha a dimensão técnica e os desafios que o projeto envolve. “É uma obra complexa, é uma obra muito complexa. E atenção que temos ali o atravessamento do rio Vouga, há ali uma complexidade muito grande”, reconhece. Apesar das incertezas sobre o financiamento, o presidente da Câmara de Aveiro mostra-se confiante de que o projeto não será travado. “Eu acredito que não haja retrocesso, porque seria muito mal que o Eixo Aveiro-Águeda tivesse um retrocesso. E, portanto, as coisas acabarão por se compor, de uma forma ou de outra, porque a vontade política existe, eu acredito que existe, a vontade política que se mantém, não há dados contrários a isso, é uma aspiração regional dos nossos deputados, também, obviamente, e, portanto, agora, pode ter que haver alterações, vamos aguardar, em termos do formato de financiamento, ou quer que seja, para a semana vamos fazer um ponto da situação sobre isso”, conclui. Três anos depois do anúncio público do acordo de financiamento e de inscrição do projeto no PRR, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua sem obra, sem concurso e com o financiamento indefinido. O Governo reconhece a importância, mas admite estar ainda a “analisar opções de financiamento”. Águeda garante que há uma resolução que cobre o excedente, mas o documento não o confirma. A indefinição repete-se noutros investimentos estruturantes da região. O novo Hospital de Aveiro, por exemplo, tem apenas 30 milhões de euros garantidos através do Portugal 2030, apesar de o custo total previsto rondar os 150 milhões de euros, um valor muito próximo do necessário para o Eixo Rodoviário. Dois projetos considerados prioritários, mas ambos dependentes de verbas do Orçamento do Estado para poderem avançar em pleno. Quanto ao Eixo Aveiro-Águeda há vontade política, consenso regional, um projeto tecnicamente pronto e um concurso de obra em vias de ser lançado. Quanto a garantias de financiamento, só com os próximos Orçamentos do Estado.

Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
Cidade

Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta

Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA
Universidade

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA

Pelo bloco 13, a convivência com as formigas já não é uma novidade. Muito pelo contrário. Tornou-se até mais um dia para a maioria destes estudantes. Mara, nome fictício, está no último ano de licenciatura. No dia em que conversamos com esta estudante, na parte exterior, encontrava-se a sair do edifício para ir para as aulas. Optou por vir para a residência universitária, pelo primeiro ano, por não ter opção de pagar um quarto na cidade. Partilha à Ria, entre risos, que quando decidiu vir para cá já sabia o que a esperava: “Quase todas as residências têm problemas com formigas”, afirmou, assinalando que o bloco “mais crítico” é o sétimo. “Temos formigas nas camas, nas paredes, no meio da comida, em cima do fogão, no frigorífico. (…) Toda a gente se queixa disto. Já é recorrente de malta dos anos anteriores”, admitiu. Em conversa com antigos estudantes, Mara confidencia-nos até que já lhe tinham sugerido, antes de ir para ali residir, que comprasse inseticida para resolver o problema das formigas. “Eu só estou há um ano nas residências, mas tenho colegas minhas que já estão aqui há bastante tempo e a realidade das formigas já vem desde sempre. Já fizeram várias queixas”, contou. A estudante assegurou ainda que, quando o problema das formigas se agrava, o serviço de limpeza - assegurado nos espaços comuns - além de vir de manhã, passa também à noite. No entanto, as formigas continuam a ser uma presença constante. Já dentro da residência, na zona da cozinha, Mara apresenta-nos a outros estudantes que, naquele momento, se encontravam a almoçar. Uma delas, mal nos identificamos e mencionamos as queixas sobre as formigas, responde-nos imediatamente: “Sim, é verdade”. Está ali a morar há três anos. “Tem formigas e à noite [na cozinha] não sei se é por causa da luz, mas fica repleto de bichos. Tem acontecido com frequência”, assinalou. “Todos os dias temos formigas”, continua. Questionada sobre se já tentaram contactar alguém responsável dos SASUA, Mara diz não saber se alguém daquele bloco já o fez, mas refere ter conhecimento de que o bloco 7 já procurou reportar a situação. Decidimos confirmar. Vanessa, nome fictício, foi colocada no bloco 7 há cerca de dois anos. Conta à Ria que o problema das formigas persiste há, pelo menos, um ano. Confidencia, inclusive, que para si a situação já se tornou “rotina”. “Elas aparecem, maioritariamente, nas zonas comuns: Na cozinha, na casa de banho e em alguns quartos”, descreve. Para fazer face ao problema, a estudante relata que também eles - naquele bloco - estão ‘munidos’ de “inseticida”. Tal como Mara, nunca apresentou reclamação, mas confirma saber que há “várias pessoas do bloco” que o fizeram. Conta que optaram por contactar diretamente os SASUA e por enviar um email à vice-reitora para a Cultura e Vida nos Campi da UA, Alexandra Queirós, na passada quarta-feira, 5 de novembro. A Ria teve, entretanto, acesso ao email. Nesse email, enviado pela “Comissão de Residentes do Bloco 7”, as estudantes começam por dar nota da infestação de formigas que “afeta diversos quartos e áreas comuns (como casas de banho e cozinha) do edifício, assim como, outros blocos do Complexo Residencial de Santiago, nomeadamente o Bloco 5”. “Este problema tem vindo a gerar grande desconforto e indignação entre os residentes, não só por colocar em causa a qualidade de vida dos estudantes, mas também por representar um risco à saúde pública e uma clara violação das obrigações contratuais assumidas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro, enviadas sempre formalmente por correio eletrónico no contrato de alojamento universitário aos estudantes”, escrevem. No seguimento, recordam o contrato - entre os estudantes e os SASUA - realçando que o mesmo é “explícito” quanto às responsabilidades da Universidade em matéria de higiene e manutenção. Apontam a garantia da limpeza e arrumação das áreas comuns, a manutenção de equipamentos e a disponibilização dos produtos de limpeza necessários para a higiene da habitação. “A situação atual representa uma violação destas obrigações contratuais e regulamentares, colocando os estudantes numa posição inaceitável, dado que cumprem os seus deveres, incluindo o pagamento pontual das mensalidades”, defendem os estudantes. A Comissão de Residentes dá ainda nota de que reuniu “provas documentais” - fotografias e vídeos - “que atestam a gravidade da infestação e que serão apresentadas, caso seja necessário, a instâncias externas”. Os estudantes solicitam ainda, “com urgência”, a resolução “imediata do problema”, sugerindo a “desinfestação profissional e medidas preventivas adequadas”, como a “garantia da manutenção regular das condições de higiene e salubridade, conforme estipulado contratualmente”. No final, os estudantes anexam ainda um abaixo-assinado que conta com assinaturas de 19 residentes. Em conversa com uma das estudantes responsáveis pelo abaixo-assinado, a residente explica que, além do email recentemente enviado, já haviam tentado comunicar o problema tanto “há dois anos” como “no ano passado” à “dona Rosa”, atualmente responsável por estas residências. “Os SASUA começaram a ter conhecimento do assunto, mas nada foi feito. Insistimos para resolverem o problema e dissemos que estava pior, mas continuaram sem fazer nada”, atirou. A estudante acrescentou ainda que chegaram a ser responsabilizados pela situação: “Chegaram a dizer que a culpa era nossa por causa dos lixos da cozinha e que não podíamos colocar o lixo ali, mas isso não corresponde à realidade. Nós vivemos aqui, temos de usar o lixo e os sítios para o depositar corretamente”, desabafou. Além disso, partilhou que soube que, no verão, os SASUA tinham intenção de realizar uma desinfestação, mas a medida acabou por não avançar. "O que chegou ao nosso conhecimento é que no verão os SASUA queriam de facto fazer uma desinfestação, mas que a reitoria não deixou, porque alojou cá um grupo”, esclareceu. Segundo contou, apesar do edifício já ter sido alvo de intervenções recentes, com obras “pontuais” e a reparação de “alguma humidade”, a situação não foi resolvida. “Trocaram as janelas e foi isso que fizeram”, frisou. Com a situação a “piorar” e sem respostas concretas, a residente explicou que sentiram necessidade de recorrer a medidas mais “extremas”, enviando email à reitoria. “Por enquanto, a única resposta que tivemos foi da vice-reitora (…) a pedir para reencaminhar o documento e que ia tentar solucionar o problema o mais breve possível”, sublinhou. A Ria esteve também à conversa com Alexandra Queirós que confirmou o envio do email. Esta terça-feira, 11 de novembro, afirmou estar a aguardar “alguns esclarecimentos adicionais” por parte dos SASUA. “Da conversa que tive com o senhor diretor dei instruções para se proceder às desinfeções e limpezas no imediato. (…) Sugeri que se tomassem as medidas corretivas imediatas e que depois também fizessem um processo de melhoria contínua: O que é que levou a esta situação? Qual o estado da situação?”, explicou. A vice-reitora garantiu ainda que só tomou conhecimento da situação “agora”, com a reclamação formal dos estudantes. “Também disse que deveríamos iniciar, em conjunto com as encarregadas e com as próprias comissões de residentes, algumas sessões de sensibilização e de informação, relativamente a esta questão. (…) Isto pode acontecer nas nossas casas e temos de ser parte da solução, tomando as medidas necessárias”, partilhou. Além do mais, Alexandra Queirós adiantou que está também em “averiguação” a necessidade de eventuais alterações no “processo interno” das residências. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), afirmou também à Ria que teve conhecimento da infestação de formigas “no final da última semana”. Na altura, segundo afirma, comunicou de imediato a situação ao provedor do estudante, aos SASUA e também à vice-reitora. “Após termos conhecimento, fizemos uma chamada para a vice-reitora e o que nos foi dito é que todas as diligências para terminar com esta infestação estavam a ser tomadas. (…) Fizemos questão de referir que isto não faz sentido acontecer, porque são questões associadas a problemas de higiene e de limpeza”, recordou. Para a presidente da direção da AAUAv, é “necessário” garantir aos estudantes “condições aceitáveis” nas residências. “A maior parte dos focos que foram encontrados são em espaços comuns e é necessário tomar medidas”, insistiu. “Sei que elas [medidas] estariam a ser tomadas. Sei que, entretanto, já houve queixas de outros blocos e que não seria algo localizado. Sei também que tem sido algo comum. É necessário tomar alguma medida para evitar que isto continue”, acrescentou. Joana Regadas relembrou ainda que, durante a última visita da AAUAv às residências, realizada “no final do último semestre”, os estudantes não apontaram o problema das formigas. “Foram mais questões de manutenção e de degradação dos edifícios”, reconheceu. Atualmente, face à tomada de posse das novas comissões de residentes, a associação está a planear a aplicação de um inquérito sobre as condições das residências. “Não só as de Santiago ou da cidade, mas também as de Águeda para percebermos e conseguirmos, com dados concretos, falar com a vice-reitora e com os Serviços de Ação Social para perceberem aquilo que é a opinião dos estudantes que vivem lá todos os dias”, avançou. João Ribeiro reconheceu à Ria que a situação das formigas é “permanente” e acontece “desde sempre”. “Posso referir que eu fui residente e já, nessa altura, havia formigas nos quartos, que apareciam esporadicamente”, lembrou. No caso do Complexo Residencial de Santiago admite até que, face à antiguidade dos edifícios, “haja instalação permanente de colónias de formigas”. “No interior das paredes e nos espaços entre os tijolos é de admitir que isso existe”, assinalou. No seguimento, explicou a dinâmica da infestação: “Todos nós temos a experiência de que, no final do verão, em setembro, as colónias se propagam. Todos nós assistimos ao voar das formigas para a colonização e para a constituição de novas colónias. É essa emergência. Portanto, há épocas do ano que são particularmente adequadas ou próprias para a emergência das formigas. Admitimos que elas ocorram porque elas estão lá, mas é difícil debelar”. Perante esta realidade, o diretor delegado afirmou que o papel dos SASUA passa “não só pela mitigação”, mas também pela “tentativa de reivindicação”. “Não só pela contratação das empresas de combate a esses tipos de ocorrências, como também, considerando que há essa possibilidade, já é prática do serviço [de limpeza] fazer-se acompanhar dos componentes necessários ao combate imediato. Assim que é detetada, os serviços atuam e nem precisa de ser comunicado”, resumiu. No caso das desinfestações, João Ribeiro garantiu que a universidade tem uma empresa contratada para esse fim, normalmente, acionada uma vez por ano, fora do “período de ocupação”, durante o verão. Contudo, este ano houve um “caso particular”, já que as residências permaneceram “ocupadas durante todo o verão”. “Foi feito parcialmente, mas dada a ocupação que tínhamos, não conseguíamos deslocar os estudantes de algumas residências para as outras e, portanto, não tivemos disponibilidade, nem janela temporal, para fazer aquilo que é usual fazer”, justificou. “Em anos anteriores, essa ocupação existia, mas não com tanta intensidade. Nós fazíamos com que isso coincidisse com o mês de julho, ou seja, no fim do ano letivo naquele período. Sempre evitamos que isto ocorresse durante o mês de agosto. Este ano, foi impossível porque a universidade foi tão solicitada que para dar resposta a estas solicitações que nós tivemos de ceder durante o mês de agosto. Criou-nos condicionantes”, admitiu. Questionado sobre se a falta do serviço de desinfestação este ano poderia justificar o aumento das queixas verificadas na última semana, o diretor delegado preferiu não “particularizar” nem estabelecer uma “relação direta”. “Não queria fazer isso. O que eu quero dizer é que esta ocupação permanente deve fazer-se no equilíbrio que permita corresponder às necessidades da comunidade e à relação da Universidade com a comunidade, mas também com as nossas necessidades de manutenção e de limpeza”, respondeu. “Este ano serviu como experiência e constatação de que uma ocupação deste género não é adequada porque, se for repetida, a probabilidade de que situações como a que ocorreu se repitam com maior frequência é possível de acontecer”, reconheceu. Apesar desta consciência, João Ribeiro disse não compreender o intuito do envio do email à reitoria e do abaixo-assinado. “Foi a primeira vez que aconteceu e surpreende, dada a relação que existe entre os responsáveis da gestão do alojamento, nomeadamente, encarregadas e dada a estrutura que está organizada por comissões de residentes por bloco. A interação é feita diretamente com a encarregada, que por sua vez comunica com os responsáveis dos serviços centrais. Portanto, este processo foi ultrapassado e não se compreende por que motivo aconteceu”, exprimiu. Quanto ao email, o diretor delegado classificou-o como “vago”, por não especificar o “local”, “piso”, “quarto”, “hora” ou “dia”. Apesar de ter tomado conhecimento das fotos e vídeos que os estudantes têm vindo a partilhar, admitiu que o facto é “dificilmente comprovável”. “Das nossas averiguações não se verifica infestação de formigas nos blocos referidos de forma genérica. Mesmo no bloco em questão, admitimos a emergência das formigas, nem que tenha sido em setembro, eventualmente. É natural que aconteça: se a colónia existe e não foi erradicada, ela vai emergir. Portanto, pode acontecer”, assumiu. Como causa para a ocorrência, apontou também a “falta de limpeza” dos espaços comuns e dos quartos, por parte dos estudantes. “A não limpeza de uma cozinha, que também é frequente acontecer, com resíduos alimentares, vai promover o aparecimento das formigas. Há uma fonte de alimento, e a formiga aparece. A comida que os estudantes levam para o quarto”, apontou. Para ilustrar, deu um exemplo: “Estou a falar do pão que levaram da cantina. (…) Estão a comer, fica a migalha. É normal que isso aconteça. Pousaram o pão em cima da secretária, não limparam e ficaram as migalhas. Portanto, ela emerge e vai à procura da comida e da subsistência”. No seguimento, alertou ainda que os SASUA não são responsáveis pela limpeza dos quartos, mas apenas dos espaços comuns. “É o estudante que limpa ao abrigo do novo regulamento. Portanto, se o estudante não o faz estão criadas as condições para que isto tenha expressão. Nos lugares-comuns, onde nós tratamos, diariamente, com a limpeza que fazemos nós atuamos de imediato, e já é prática os funcionários fazerem-se acompanhar do produto que aplicam no imediato”, resumiu. Perante isto, descartou que possa existir uma “infestação” no Complexo Residencial de Santiago, conforme relatam os estudantes. “É uma ocorrência no nosso ponto de vista”, particularizou. “Ela é combatida no imediato e, no dia seguinte, já não existe. Dizer-se, como vem referido, nessa reclamação, que é contínua, não é de todo verdade… Tanto mais se lá formos neste momento, não há nenhuma ocorrência. Portanto, não é contínua”, justificou. De seguida, questionou ainda: “Se é conhecido o esforço de intervenção da Universidade [nas residências] - e as obras estão a decorrer - porquê isto, neste momento?”. Segundo o diretor delegado, “estamos convencidos de que as obras de reabilitação que vão decorrer vão eliminar grande parte do foco do problema, nomeadamente com a colmatação das fendas que é por onde elas entram”. Apesar desta observação, João Ribeiro preferiu olhar para o lado positivo deste episódio: “Isto é um ensinamento a retirar”, afirmou. “Temos de aproveitar a janela da oportunidade para fazer aquilo que temos de fazer. (…) Temos de definir qual é o limite de ocupação que podemos permitir, durante o verão, de forma a não condicionar estes trabalhos que se impõem”, concretizou. Em resposta às reclamações, o diretor delegado reforçou, novamente, o papel dos SASUA: “Podem fazer aquilo que estão a fazer e que farão sempre - atuar no imediato. Como eu disse, a atuação é imediata, a situação não é protelada, e, no dia seguinte, a ser detetada a ocorrência já não existe”, rematou.

UNIVERSIDADE

UA: Primeira edição do “ShiftE” espera “casa cheia” durante quatro dias e ir “além-fronteiras”
Universidade

UA: Primeira edição do “ShiftE” espera “casa cheia” durante quatro dias e ir “além-fronteiras”

Ao longo de quatro dias, o evento da UA, em parceria com a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), pretende “promover a inovação, a empregabilidade e o empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única que reflete a diversidade das áreas científicas da UA”. Em entrevista à Ria, à margem da sessão de abertura, João Veloso, vice-reitor para a Cooperação da UA, salientou a importância do “ShiftE”- ao unir a Semana do Empreendedorismo à Feira de Emprego- , nomeadamente, para a fomentação do espírito empreendedor dos estudantes.  “Ser proativo, pensar fora da caixa e contribuir de um modo significativo para aquilo que é a produtividade das empresas”, descreveu. “Hoje, em média, [a produtividade das empresas] em Portugal está na cauda da Europa. Temos de inverter isto e criar pessoas que façam diferença dentro do mercado de trabalho”, alertou. Sem esquecer a estratégia de promoção de empreendedorismo que a UA tem vindo a seguir, que culminou, em 2024, com a criação da STEP UP, João Veloso referiu ainda que este conceito se projeta “nesta semana do empreendedorismo”. “Tentamos agregar tudo num único bolo de forma a podermos interagir com as diferentes especificidades do empreendedorismo que, muitas vezes, estavam desagregadas. É um grande passo que se está a dar e que pensamos que vai dar frutos para o futuro”, desejou. Fazendo uma reflexão sobre a atualidade, o vice-reitor notou ainda que os jovens estão a enfrentar uma época de “empregabilidade facilitada” em que “há mais dificuldade no estímulo dos jovens e não jovens que queiram construir o seu próprio emprego”. “Temos de continuar esse esforço porque temos visto que no próprio país a componente associada ao Produto Interno Bruto (PIB), relativa ao desenvolvimento das startups, já começa a ter alguma expressão. Ainda é pequeno, mas nota-se um crescimento muito rápido e, por isso, sentimos que era uma obrigação da UA promover e estimular o empreendedorismo”, realçou. Em relação à Feira de Emprego Universidade 5.0, que só arranca amanhã, 18 de novembro, João Veloso deixou ainda a garantia de que, ao longo dos três dias, vão passar pela Nave UA “cerca de 110 empresas”. “No ano passado, tivemos 112 empresas, mas tem sido um número constante também devido às limitações do espaço”, disse, realçando que a expectativa é ter “sempre casa cheia”. Também em entrevista à Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, caraterizou a primeira edição do ‘ShiftE’ como ir “além-fronteiras”. “É isso que queremos transmitir, ao longo do evento, a todos os participantes que venham aqui. Quer sejam estudantes, quer sejam pessoas da comunidade académica ou até mesmo pessoas da cidade. É pensarem que ao juntarem-se a alguém, a algum projeto, é muito mais fácil irem além-fronteiras. (…) É procurarem no desconforto aquilo que pode ser um futuro ainda melhor e que dê resposta a muitas mais perguntas”, exprimiu. Debruçando-se também sobre a Feira de Emprego Universidade 5.0, a presidente da AAUAv destacou que, até ao momento, já têm “mais de 400 inscrições” para as entrevistas de emprego com as empresas confirmadas. Ao longo do evento, estará ainda a decorrer o “Shark Thesis”. Inspirado no formato “pitch”, o Shark Thesis convida estudantes e recém-graduados da UA a apresentarem, em apenas três minutos, as suas teses, dissertações ou projetos finais de forma “clara, criativa e acessível”. “Tivemos um aumento de 20% de participantes [em relação a maio] para o Shark Thesis. (…) O que pretendemos com este momento é dar a oportunidade a todos para explicarem que aquilo que é produzido em contexto académico pode ser replicado em contexto de mercado de trabalho”, reforçou. À Ria, Joana Regadas deixou ainda a garantia de que haverá várias empresas presentes “pela primeira vez”. “Fizemos uma recolha junto do núcleo de estudantes para perceber que empresas é que faziam mais sentido para certas áreas”, partilhou. Tal como avançado pela Ria, a primeira edição do “ShiftE” estará dividido entre a Semana do Empreendedorismo e a Feira do Emprego. Consultando a programação, a 7ª edição da Semana do Empreendedorismo arrancou esta segunda-feira, 17 de novembro, com a sessão de abertura, seguindo-se uma mesa sobre o “Empreendedorismo: O futuro começa agora” com João Afonso (UPTEC). A iniciativa prossegue amanhã, 18 de novembro, com uma palestra sobre “Produtividade com IA”, das 9h00 às 11h00, com André F. Costa (Super_Humano AI); seguindo-se uma conversa sobre “IntraEmpreendedorismo – Inovação e Proatividade, das 14h30 às 16h00, com César Henriques (ECOX), Gonçalo de Macedo (SONAE), Nuno Silva (Altice Labs) e com a moderação de Ana Estima (UA). O dia encerra com um encontro de mentores entre as 18h00 e as 20h00. Na quarta-feira, 19 de novembro, o dia começa com “Técnicas de Negociação”, das 9h30 às 11h00, com João Catalão (Vitamina Catalão). Da parte de tarde, segue-se a conversa “Negócios com Propósito”, das 14h30 às 18h00, com Ana Pais (Beesweat), Rute Cruz (Phenix), Narciso Moreira (Betweien) e com a moderação de Ana Moutas (Aveiro Impact Hub). O último dia, contará com um “Pitch Your Thing”, 10h00 às 12h30, com João Magalhães (Super.brand consultants); com um “Manual de Boas Ideias”, das 16h30 às 17h30, com Diogo Pires (podcast Manual de Boas Ideias) e um “Happy Hour & Networking” pelas 17h30. A programação da Semana do Empreendedorismo pode ser consultada na íntegra aqui.  Além disto, a Nave UA estará ainda a acolher as atividades da Feira de Emprego U5.0. As empresas que estarão presentes- já amanhã- podem ser consultadas aqui.

AAUAv/UA sagra-se campeã nacional universitária de natação em piscina curta
Universidade

AAUAv/UA sagra-se campeã nacional universitária de natação em piscina curta

No campeonato, onde competiram 199 estudantes-atletas e 25 clubes-FADU, a academia aveirense foi quem somou o maior número de pontos, o que lhe valeu o título de campeã nacional universitária. A equipa da UA somou um total de 15 medalhas - sete de ouro, seis de prata e duas de bronze. À Ria, Hugo Carola conta que, inicialmente, os estudantes de Aveiro “não estavam à espera de ganhar”, embora note que “cedo se provou que podiam fazer um bom resultado”. Finda a competição e já depois de arrecadar o ouro, o nadador que aponta que toda a gente ficou “orgulhosa” do resultado. Sendo um resultado inédito para os aveirenses, Hugo Carola lembra que, quando começou a competir em representação da UA, “ia a competições em que eram só quatro ou cinco” os atletas vindos de Aveiro. Agora, com cerca de “25” nadadores em competição, destaca o crescimento do grupo. “Tem sido mais divulgado e tem aparecido mais gente com mais qualidade. Isso tem proporcionado melhores resultados […] O empenho dos estudantes e da Universidade tem melhorado”, garante o nadador. Os destaques da competição vão para Diogo Silva, João Rodrigues – que venceram, cada um, duas medalhas de ouro - e Maria Almeida – que conquistou um ouro e uma prata. As estafetas masculinas e femininas da equipa, constituídas por Diogo Silva, Tiago Brandão, João Rodrigues e Hugo Carola e Carolina Cabral, Margarida Lopes, Maria Almeida e Lara Vasconcelos, respetivamente, também chegaram ao ouro nos 4x50m estilos.

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA
Universidade

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA

Pelo bloco 13, a convivência com as formigas já não é uma novidade. Muito pelo contrário. Tornou-se até mais um dia para a maioria destes estudantes. Mara, nome fictício, está no último ano de licenciatura. No dia em que conversamos com esta estudante, na parte exterior, encontrava-se a sair do edifício para ir para as aulas. Optou por vir para a residência universitária, pelo primeiro ano, por não ter opção de pagar um quarto na cidade. Partilha à Ria, entre risos, que quando decidiu vir para cá já sabia o que a esperava: “Quase todas as residências têm problemas com formigas”, afirmou, assinalando que o bloco “mais crítico” é o sétimo. “Temos formigas nas camas, nas paredes, no meio da comida, em cima do fogão, no frigorífico. (…) Toda a gente se queixa disto. Já é recorrente de malta dos anos anteriores”, admitiu. Em conversa com antigos estudantes, Mara confidencia-nos até que já lhe tinham sugerido, antes de ir para ali residir, que comprasse inseticida para resolver o problema das formigas. “Eu só estou há um ano nas residências, mas tenho colegas minhas que já estão aqui há bastante tempo e a realidade das formigas já vem desde sempre. Já fizeram várias queixas”, contou. A estudante assegurou ainda que, quando o problema das formigas se agrava, o serviço de limpeza - assegurado nos espaços comuns - além de vir de manhã, passa também à noite. No entanto, as formigas continuam a ser uma presença constante. Já dentro da residência, na zona da cozinha, Mara apresenta-nos a outros estudantes que, naquele momento, se encontravam a almoçar. Uma delas, mal nos identificamos e mencionamos as queixas sobre as formigas, responde-nos imediatamente: “Sim, é verdade”. Está ali a morar há três anos. “Tem formigas e à noite [na cozinha] não sei se é por causa da luz, mas fica repleto de bichos. Tem acontecido com frequência”, assinalou. “Todos os dias temos formigas”, continua. Questionada sobre se já tentaram contactar alguém responsável dos SASUA, Mara diz não saber se alguém daquele bloco já o fez, mas refere ter conhecimento de que o bloco 7 já procurou reportar a situação. Decidimos confirmar. Vanessa, nome fictício, foi colocada no bloco 7 há cerca de dois anos. Conta à Ria que o problema das formigas persiste há, pelo menos, um ano. Confidencia, inclusive, que para si a situação já se tornou “rotina”. “Elas aparecem, maioritariamente, nas zonas comuns: Na cozinha, na casa de banho e em alguns quartos”, descreve. Para fazer face ao problema, a estudante relata que também eles - naquele bloco - estão ‘munidos’ de “inseticida”. Tal como Mara, nunca apresentou reclamação, mas confirma saber que há “várias pessoas do bloco” que o fizeram. Conta que optaram por contactar diretamente os SASUA e por enviar um email à vice-reitora para a Cultura e Vida nos Campi da UA, Alexandra Queirós, na passada quarta-feira, 5 de novembro. A Ria teve, entretanto, acesso ao email. Nesse email, enviado pela “Comissão de Residentes do Bloco 7”, as estudantes começam por dar nota da infestação de formigas que “afeta diversos quartos e áreas comuns (como casas de banho e cozinha) do edifício, assim como, outros blocos do Complexo Residencial de Santiago, nomeadamente o Bloco 5”. “Este problema tem vindo a gerar grande desconforto e indignação entre os residentes, não só por colocar em causa a qualidade de vida dos estudantes, mas também por representar um risco à saúde pública e uma clara violação das obrigações contratuais assumidas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro, enviadas sempre formalmente por correio eletrónico no contrato de alojamento universitário aos estudantes”, escrevem. No seguimento, recordam o contrato - entre os estudantes e os SASUA - realçando que o mesmo é “explícito” quanto às responsabilidades da Universidade em matéria de higiene e manutenção. Apontam a garantia da limpeza e arrumação das áreas comuns, a manutenção de equipamentos e a disponibilização dos produtos de limpeza necessários para a higiene da habitação. “A situação atual representa uma violação destas obrigações contratuais e regulamentares, colocando os estudantes numa posição inaceitável, dado que cumprem os seus deveres, incluindo o pagamento pontual das mensalidades”, defendem os estudantes. A Comissão de Residentes dá ainda nota de que reuniu “provas documentais” - fotografias e vídeos - “que atestam a gravidade da infestação e que serão apresentadas, caso seja necessário, a instâncias externas”. Os estudantes solicitam ainda, “com urgência”, a resolução “imediata do problema”, sugerindo a “desinfestação profissional e medidas preventivas adequadas”, como a “garantia da manutenção regular das condições de higiene e salubridade, conforme estipulado contratualmente”. No final, os estudantes anexam ainda um abaixo-assinado que conta com assinaturas de 19 residentes. Em conversa com uma das estudantes responsáveis pelo abaixo-assinado, a residente explica que, além do email recentemente enviado, já haviam tentado comunicar o problema tanto “há dois anos” como “no ano passado” à “dona Rosa”, atualmente responsável por estas residências. “Os SASUA começaram a ter conhecimento do assunto, mas nada foi feito. Insistimos para resolverem o problema e dissemos que estava pior, mas continuaram sem fazer nada”, atirou. A estudante acrescentou ainda que chegaram a ser responsabilizados pela situação: “Chegaram a dizer que a culpa era nossa por causa dos lixos da cozinha e que não podíamos colocar o lixo ali, mas isso não corresponde à realidade. Nós vivemos aqui, temos de usar o lixo e os sítios para o depositar corretamente”, desabafou. Além disso, partilhou que soube que, no verão, os SASUA tinham intenção de realizar uma desinfestação, mas a medida acabou por não avançar. "O que chegou ao nosso conhecimento é que no verão os SASUA queriam de facto fazer uma desinfestação, mas que a reitoria não deixou, porque alojou cá um grupo”, esclareceu. Segundo contou, apesar do edifício já ter sido alvo de intervenções recentes, com obras “pontuais” e a reparação de “alguma humidade”, a situação não foi resolvida. “Trocaram as janelas e foi isso que fizeram”, frisou. Com a situação a “piorar” e sem respostas concretas, a residente explicou que sentiram necessidade de recorrer a medidas mais “extremas”, enviando email à reitoria. “Por enquanto, a única resposta que tivemos foi da vice-reitora (…) a pedir para reencaminhar o documento e que ia tentar solucionar o problema o mais breve possível”, sublinhou. A Ria esteve também à conversa com Alexandra Queirós que confirmou o envio do email. Esta terça-feira, 11 de novembro, afirmou estar a aguardar “alguns esclarecimentos adicionais” por parte dos SASUA. “Da conversa que tive com o senhor diretor dei instruções para se proceder às desinfeções e limpezas no imediato. (…) Sugeri que se tomassem as medidas corretivas imediatas e que depois também fizessem um processo de melhoria contínua: O que é que levou a esta situação? Qual o estado da situação?”, explicou. A vice-reitora garantiu ainda que só tomou conhecimento da situação “agora”, com a reclamação formal dos estudantes. “Também disse que deveríamos iniciar, em conjunto com as encarregadas e com as próprias comissões de residentes, algumas sessões de sensibilização e de informação, relativamente a esta questão. (…) Isto pode acontecer nas nossas casas e temos de ser parte da solução, tomando as medidas necessárias”, partilhou. Além do mais, Alexandra Queirós adiantou que está também em “averiguação” a necessidade de eventuais alterações no “processo interno” das residências. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), afirmou também à Ria que teve conhecimento da infestação de formigas “no final da última semana”. Na altura, segundo afirma, comunicou de imediato a situação ao provedor do estudante, aos SASUA e também à vice-reitora. “Após termos conhecimento, fizemos uma chamada para a vice-reitora e o que nos foi dito é que todas as diligências para terminar com esta infestação estavam a ser tomadas. (…) Fizemos questão de referir que isto não faz sentido acontecer, porque são questões associadas a problemas de higiene e de limpeza”, recordou. Para a presidente da direção da AAUAv, é “necessário” garantir aos estudantes “condições aceitáveis” nas residências. “A maior parte dos focos que foram encontrados são em espaços comuns e é necessário tomar medidas”, insistiu. “Sei que elas [medidas] estariam a ser tomadas. Sei que, entretanto, já houve queixas de outros blocos e que não seria algo localizado. Sei também que tem sido algo comum. É necessário tomar alguma medida para evitar que isto continue”, acrescentou. Joana Regadas relembrou ainda que, durante a última visita da AAUAv às residências, realizada “no final do último semestre”, os estudantes não apontaram o problema das formigas. “Foram mais questões de manutenção e de degradação dos edifícios”, reconheceu. Atualmente, face à tomada de posse das novas comissões de residentes, a associação está a planear a aplicação de um inquérito sobre as condições das residências. “Não só as de Santiago ou da cidade, mas também as de Águeda para percebermos e conseguirmos, com dados concretos, falar com a vice-reitora e com os Serviços de Ação Social para perceberem aquilo que é a opinião dos estudantes que vivem lá todos os dias”, avançou. João Ribeiro reconheceu à Ria que a situação das formigas é “permanente” e acontece “desde sempre”. “Posso referir que eu fui residente e já, nessa altura, havia formigas nos quartos, que apareciam esporadicamente”, lembrou. No caso do Complexo Residencial de Santiago admite até que, face à antiguidade dos edifícios, “haja instalação permanente de colónias de formigas”. “No interior das paredes e nos espaços entre os tijolos é de admitir que isso existe”, assinalou. No seguimento, explicou a dinâmica da infestação: “Todos nós temos a experiência de que, no final do verão, em setembro, as colónias se propagam. Todos nós assistimos ao voar das formigas para a colonização e para a constituição de novas colónias. É essa emergência. Portanto, há épocas do ano que são particularmente adequadas ou próprias para a emergência das formigas. Admitimos que elas ocorram porque elas estão lá, mas é difícil debelar”. Perante esta realidade, o diretor delegado afirmou que o papel dos SASUA passa “não só pela mitigação”, mas também pela “tentativa de reivindicação”. “Não só pela contratação das empresas de combate a esses tipos de ocorrências, como também, considerando que há essa possibilidade, já é prática do serviço [de limpeza] fazer-se acompanhar dos componentes necessários ao combate imediato. Assim que é detetada, os serviços atuam e nem precisa de ser comunicado”, resumiu. No caso das desinfestações, João Ribeiro garantiu que a universidade tem uma empresa contratada para esse fim, normalmente, acionada uma vez por ano, fora do “período de ocupação”, durante o verão. Contudo, este ano houve um “caso particular”, já que as residências permaneceram “ocupadas durante todo o verão”. “Foi feito parcialmente, mas dada a ocupação que tínhamos, não conseguíamos deslocar os estudantes de algumas residências para as outras e, portanto, não tivemos disponibilidade, nem janela temporal, para fazer aquilo que é usual fazer”, justificou. “Em anos anteriores, essa ocupação existia, mas não com tanta intensidade. Nós fazíamos com que isso coincidisse com o mês de julho, ou seja, no fim do ano letivo naquele período. Sempre evitamos que isto ocorresse durante o mês de agosto. Este ano, foi impossível porque a universidade foi tão solicitada que para dar resposta a estas solicitações que nós tivemos de ceder durante o mês de agosto. Criou-nos condicionantes”, admitiu. Questionado sobre se a falta do serviço de desinfestação este ano poderia justificar o aumento das queixas verificadas na última semana, o diretor delegado preferiu não “particularizar” nem estabelecer uma “relação direta”. “Não queria fazer isso. O que eu quero dizer é que esta ocupação permanente deve fazer-se no equilíbrio que permita corresponder às necessidades da comunidade e à relação da Universidade com a comunidade, mas também com as nossas necessidades de manutenção e de limpeza”, respondeu. “Este ano serviu como experiência e constatação de que uma ocupação deste género não é adequada porque, se for repetida, a probabilidade de que situações como a que ocorreu se repitam com maior frequência é possível de acontecer”, reconheceu. Apesar desta consciência, João Ribeiro disse não compreender o intuito do envio do email à reitoria e do abaixo-assinado. “Foi a primeira vez que aconteceu e surpreende, dada a relação que existe entre os responsáveis da gestão do alojamento, nomeadamente, encarregadas e dada a estrutura que está organizada por comissões de residentes por bloco. A interação é feita diretamente com a encarregada, que por sua vez comunica com os responsáveis dos serviços centrais. Portanto, este processo foi ultrapassado e não se compreende por que motivo aconteceu”, exprimiu. Quanto ao email, o diretor delegado classificou-o como “vago”, por não especificar o “local”, “piso”, “quarto”, “hora” ou “dia”. Apesar de ter tomado conhecimento das fotos e vídeos que os estudantes têm vindo a partilhar, admitiu que o facto é “dificilmente comprovável”. “Das nossas averiguações não se verifica infestação de formigas nos blocos referidos de forma genérica. Mesmo no bloco em questão, admitimos a emergência das formigas, nem que tenha sido em setembro, eventualmente. É natural que aconteça: se a colónia existe e não foi erradicada, ela vai emergir. Portanto, pode acontecer”, assumiu. Como causa para a ocorrência, apontou também a “falta de limpeza” dos espaços comuns e dos quartos, por parte dos estudantes. “A não limpeza de uma cozinha, que também é frequente acontecer, com resíduos alimentares, vai promover o aparecimento das formigas. Há uma fonte de alimento, e a formiga aparece. A comida que os estudantes levam para o quarto”, apontou. Para ilustrar, deu um exemplo: “Estou a falar do pão que levaram da cantina. (…) Estão a comer, fica a migalha. É normal que isso aconteça. Pousaram o pão em cima da secretária, não limparam e ficaram as migalhas. Portanto, ela emerge e vai à procura da comida e da subsistência”. No seguimento, alertou ainda que os SASUA não são responsáveis pela limpeza dos quartos, mas apenas dos espaços comuns. “É o estudante que limpa ao abrigo do novo regulamento. Portanto, se o estudante não o faz estão criadas as condições para que isto tenha expressão. Nos lugares-comuns, onde nós tratamos, diariamente, com a limpeza que fazemos nós atuamos de imediato, e já é prática os funcionários fazerem-se acompanhar do produto que aplicam no imediato”, resumiu. Perante isto, descartou que possa existir uma “infestação” no Complexo Residencial de Santiago, conforme relatam os estudantes. “É uma ocorrência no nosso ponto de vista”, particularizou. “Ela é combatida no imediato e, no dia seguinte, já não existe. Dizer-se, como vem referido, nessa reclamação, que é contínua, não é de todo verdade… Tanto mais se lá formos neste momento, não há nenhuma ocorrência. Portanto, não é contínua”, justificou. De seguida, questionou ainda: “Se é conhecido o esforço de intervenção da Universidade [nas residências] - e as obras estão a decorrer - porquê isto, neste momento?”. Segundo o diretor delegado, “estamos convencidos de que as obras de reabilitação que vão decorrer vão eliminar grande parte do foco do problema, nomeadamente com a colmatação das fendas que é por onde elas entram”. Apesar desta observação, João Ribeiro preferiu olhar para o lado positivo deste episódio: “Isto é um ensinamento a retirar”, afirmou. “Temos de aproveitar a janela da oportunidade para fazer aquilo que temos de fazer. (…) Temos de definir qual é o limite de ocupação que podemos permitir, durante o verão, de forma a não condicionar estes trabalhos que se impõem”, concretizou. Em resposta às reclamações, o diretor delegado reforçou, novamente, o papel dos SASUA: “Podem fazer aquilo que estão a fazer e que farão sempre - atuar no imediato. Como eu disse, a atuação é imediata, a situação não é protelada, e, no dia seguinte, a ser detetada a ocorrência já não existe”, rematou.

António Filipe reflete sobre problemas do Ensino Superior em encontro com a AAUAv
Universidade

António Filipe reflete sobre problemas do Ensino Superior em encontro com a AAUAv

Tal como noticiado pela Ria, António Filipe esteve esta quinta-feira de visita à Universidade de Aveiro e à AAUAv. O encontro estava inicialmente agendado para as 12h00, mas acabou por realizar-se cerca de duas horas mais tarde, já que o candidato presidencial aproveitou para almoçar com os estudantes universitários na cantina do Crasto. Já na sede da AAUAv, o candidato presidencial, ao longo de cerca de meia hora, ouviu algumas das reflexões partilhadas pela associação e transmitidas por Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv. Depois de uma “breve, mas extensa reflexão”, a presidente começou por questionar António Filipe sobre a necessidade de se rever o sistema de Ensino Superior como um todo e o seu papel na formação das próximas gerações, que “terão imensas dificuldades para enfrentar”. Face à questão, António Filipe não tem dúvidas de que “há desafios”, admitindo que houve “muitos erros” no Processo de Bolonha. “Não foi um processo positivo. Abriu diferenças entre instituições e contribuiu para aumentar a seletividade no acesso aos órgãos derivados do ensino, designadamente, no acesso daquilo que era a licenciatura pré-bolonha passou a corresponder, basicamente, o mestrado bolonha. Isto não foi positivo. Criou dificuldades”, expôs. O mesmo disse sobre o RJIES: “O RJIES também não”, declarou. O candidato presidencial defendeu a necessidade de “recuar”. “Nós tivemos uma geração que lutou pela autonomia universitária, que garantia a autonomia das instituições do Ensino Superior, nos anos 80, não só com a eleição dos órgãos próprios da universidade e também, nesse aspeto, até chegarmos ao RJIES foi uma degradação da democracia das instituições que temos hoje”, opinou. “Onde existiam órgãos eleitos com a participação e gestão, nos vários níveis de participação da escola, passamos a ter um poder muito mais concentrado nas equipas reitorais”, continuou insistindo que “esta espécie de empresarialização, na gestão das universidades, não tem sido positiva”. No seguimento, António Filipe acrescentou: “Vale a pena refletir sobre o funcionamento da democraticidade e das instituições”. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, o Conselho de Ministros aprovou, no passado dia 4 de setembro, um pacote legislativo que marca uma reforma profunda no sistema de Ensino Superior e na política científica e de inovação em Portugal. Entre as medidas, destacou-se a tão anunciada proposta de lei que altera o RJIES. De acordo com o documento a que a Ria teve acesso, o Conselho Geral mantém-se como o órgão máximo de governo das Instituições de Ensino Superior (IES), mas passa a ter novas regras de composição que representam uma alteração estrutural.  Ainda no encontro, António Filipe atentou para a realidade da “ação social escolar”. Insistiu que a mesma “tem de ser levada muito a sério”, nomeadamente, com a questão do alojamento. Da sua experiência pelo Politécnico de Santarém contou que: “Todos os anos (…) a falta de alojamento levava que houvesse dezenas de estudantes que, por ano, abandonavam a escola”. Face à partilha, a presidente da direção da AAUAv destacou que esta é uma realidade que tem também bem “presente”. “Nós temos muitos estudantes que entram no ensino, que se matriculam, e ao final de dois meses estão a desistir porque não conseguem ter condições de permanência”, atentou. “Não é suficiente garantir o acesso. É necessário garantir a permanência dos estudantes e uma permanência com qualidade”, continuou Joana Regadas. Sem esquecer o associativismo, a presidente da AAUAv expôs também ao candidato presidencial a dificuldade em envolver os estudantes “em atividades”. “Nós somos uma estrutura muito grande. Somos cerca de 600 dirigentes na estrutura. (…) Notamos que é cada vez mais difícil pedir aos estudantes para se envolverem nestas estruturas porque requer tempo, às vezes deixar um ano para trás, colocar isto em prioridade, e sentimos que há, cada vez mais, algo de impeditivo a este envolvimento dos estudantes”, sublinhou Joana. Na opinião da presidente, os estudantes enfrentam, cada vez mais, uma pressão “socioeconómica” em terminar o curso, que se junta à “pressa de arranjar um emprego e se emanciparem dos pais”. “Uma saída que não valoriza os cidadãos, mas que valoriza as capacidades do profissional acaba por fazer com que estes estudantes tenham menos interesse em envolver-se porque quando se põe na balança tende a cair mais para o negativo”, expôs, alertando para a necessidade de se discutir “soluções concretas”. Atento à reflexão, António Filipe reconheceu que a fraca participação dos estudantes na associação constitui um “problema complicado”. Voltando a partilhar a sua experiência académica, desta vez no âmbito do “Conselho Diretivo”, e tendo por base aquilo que observava nos seus colegas, referiu: “É um custo pessoal que se tem e para as famílias pode ser um pouco penoso (…), mas é uma experiência que se leva para a vida e que nos enriquece muito”. “Eu tenho o maior apreço por vocês”, confessou. Como último tema do encontro, Joana Regadas questionou ainda o candidato presidencial sobre: “O que será de Portugal pós PRR?”. António Filipe não tem dúvidas de que será “um risco” já que o país vive “muito de financiamentos comunitários”. “A primeira geração de financiamentos foi o PRODEP”, recordou, reconhecendo que “muitas infraestruturas” do Ensino Superior “cresceram imenso” por causa deste apoio. António Filipe caraterizou ainda o investimento do país, sem fundos comunitários, como “muito exíguo”. Como causa atribuiu as “contas certas”. “Há muito pouco investimento público e os que existem são uma contrapartida nacional para financiamentos comunitários”, analisou. “Acho que devemos utilizar as possibilidades todas de financiamento, mas não podemos perder de vista o investimento público próprio nosso”, rematou o candidato presidencial. A sessão terminou com a entrega, por parte da AAUAv, de um kit de caloiro a António Filipe. Entre os vários elementos que o saco continha, destacou-se uma ‘bola anti-stress’, que acabou por chamar a atenção do próprio. Questionado à margem da sessão pela Ria sobre o significado deste encontro, o candidato presidencial sublinhou que o “contacto com a juventude é fundamental” para o futuro. “São as pessoas que estão no Ensino Superior, esta geração, que vai ter de tomar conta do país e que vai ter de encontrar as soluções para levar por diante as políticas públicas que viabilizem o desenvolvimento nacional e que o defendam”, partilhou. “Estes tipos de iniciativas são muito importantes para uma campanha eleitoral que se pretende próxima das pessoas”, insistiu. Como “mensagem fundamental”, António Filipe referiu ainda: “Estamos a falar que tivemos uma reunião com pessoas que conciliam os seus estudos, com uma participação ativa na vida da escola e da associação, e que têm consciência de como isso é enriquecedor para a sua própria vida”. “Um grande pensador português, Bento de Jesus Caraça, considerava a formação integral do indivíduo como algo fundamental no sistema educativo. Eu acho que isto é um exemplo disso mesmo. A formação integral do indivíduo passa, não apenas por estudar, mas também por saber mais da vida para além do que se estuda nos livros e nos manuais”, comparou. Pela segunda vez a acolher um candidato presidencial na Casa do Estudante, Joana Regadas referiu à Ria a importância destes encontros para uma “auscultação contínua” dos estudantes. “O mais importante é valorizarem e perceberem que de facto nós continuamos aqui não só nestes momentos, mas também durante todo o resto do ano. As nossas posições mantêm-se e é importante uma auscultação contínua. Não só momentânea”, afirmou. Tanto com António Filipe, como com Luís Marques Mendes, que passou pela AAUAv em julho, as preocupações foram transversais. “Tenho feito questão que as perguntas que levo a um sejam as mesmas que levo a outro. A lógica é perceber quais é que são as posições, onde há divergências, e qual é a visão nestes tópicos que consideramos que são mais importantes: o futuro das universidades, o futuro do país pós PRR, aquilo que são os apoios e o futuro do ensino superior”, expôs. Além destes dois candidatos presidenciais, a presidente da direção da AAUAv adiantou que já teve também a oportunidade de conversar com Gouveia e Melo e António José Seguro, num outro contexto, com todo o movimento associativo. “Algo que posso partilhar dos quatro candidatos (…) é que há uma motivação comum entre todos: há um reconhecimento de que o país não pode estar pendente de fundos como é o caso do PRR e que é necessária uma estratégia conjunta para alavancar o país como um todo no seu futuro”, frisou. Joana Regadas acrescentou ainda que todos eles têm também consciência do papel do Ensino Superior “na construção de uma sociedade do futuro”. “Estas duas grandes preocupações que partilhamos garantimos que estão também na agenda deles e que enquanto figura do Presidente da República farão pressão para que esteja incluída numa agenda de futuros governos”, rematou.

Ranking internacional coloca três investigadores entre os mais influentes do mundo
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Ranking internacional coloca três investigadores entre os mais influentes do mundo

Entre as instituições portuguesas, a Universidade de Aveiro é aquela que vê mais investigadores serem reconhecidos pelo ranking. Dos sete cientistas listados a trabalhar em Portugal, três trabalham na UA: Armando da Costa Duarte, Teresa Rocha Santos e João Pinto da Costa, todos investigadores no do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM). Os dois primeiros já são repetentes na lista – ao passo que Armando Duarte já é mencionado há cinco anos consecutivos, Teresa Santos soma agora a sua quarta presença no ranking. No total, a lista conta com 6.868 investigadores de 60 países diferentes. Conforme explica a nota, o objetivo é “reconhecer os cientistas mais influentes em todo o mundo, com contributos relevantes nas suas áreas científicas e para o futuro da ciência, da tecnologia e da academia a nível mundial, divulgar o impacto da investigação mundial e promover a inovação em colaboração, assim como fornecer insights sobre as tendências globais de investigação e inovação”.

Estudantes da UA elegem Lista A, única candidata, para o Conselho Pedagógico
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Estudantes da UA elegem Lista A, única candidata, para o Conselho Pedagógico

De acordo com os dados divulgados na página do Conselho Pedagógico, no caso da primeira circunscrição, que contempla os Departamentos de Ambiente e Ordenamento, de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, de Engenharia de Materiais e Cerâmica, de Engenharia Civil e de Engenharia Mecânica e as Escolas Superiores de Design, Gestão e Tecnologias da Produção de Aveiro-Norte e de Tecnologia e Gestão de Águeda, votaram “427 estudantes”, tendo sido validados “399 votos” e registados “13” votos em branco e “15” nulos. Tal como anteriormente divulgado, a primeira circunscrição tinha como mandatário e efetivo Guilherme Carola da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, seguindo-se também como membros efetivos: Catarina Martins do Departamento de Engenharia Civil; Flávio Correia da Escola Superior de Aveiro Norte; Matilde Antunes do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica; Diogo Pires do Departamento de Engenharia Mecânica; Gabriel Silva do Departamento de Eletrónica e Telecomunicações e Ana Cunha do Departamento de Ambiente e Ordenamento. No que toca à segunda circunscrição, referente aos Departamentos de Biologia, de Física, de Geociências, de Matemática, de Química e de Ciências Médicas e a Escola Superior de Saúde, votaram “484” estudantes, tendo sido validados “450 votos”, registados “19” votos em branco e “15” votos nulos. A segunda circunscrição apresentava como mandatário e efetivo Bárbara Costa do Departamento de Física, seguindo-se também como membros efetivos: Samuel da Cruz da Escola Superior de Saúde; Renato Rodrigues do Departamento de Ciências Médicas; Juliana Castanheira do Departamento de Matemática; Mariana Nunes do Departamento de Geociências; Bernardo Afonso do Departamento de Biologia e Bernardo Ferreira do Departamento de Química. Por fim, a terceira circunscrição, relativa aos departamentos de Educação e Psicologia, de Comunicação e Arte, de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, de Línguas e Culturas e de Ciências Sociais, Políticas e do Território e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração, registou “270 votantes”. Desses, “264” votos foram considerados válidos e "três" em branco e nulos. A última circunscrição tinha como mandatário e efetivo Gonçalo Lourenço do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, seguindo-se também como efetivos: Maria Pereira do Instituto Superior de Contabilidade e Administração; Matilde Picado do Departamento de Educação e Psicologia; André Martins do Departamento de Comunicação e Arte; Pedro Magalhães do Departamento de Economia, Festão, Engenharia Industrial e Turismo e Marisa Rodrigues do Departamento de Línguas e Culturas. Segundo o regulamento para a eleição, o Conselho Pedagógico é o “órgão de gestão pedagógica” da UA, sendo constituído por 40 membros: 20 representantes dos docentes e 20 representantes dos estudantes. No caso dos docentes, a duração do mandato é de “três anos” e no caso dos estudantes é de “dois anos”, “não podendo em qualquer caso ser exercidos mais do que dois mandatos consecutivos”. Cabe a este órgão, segundo o site da UA, entre outros objetivos, “pronunciar-se sobre as orientações pedagógicas e os métodos de ensino e de avaliação” e “apreciar as queixas relativas a falhas pedagógicas e propor as providências necessárias”.

Eleições para o Conselho Científico UA: Reitor decide segunda circunscrição; terceira vai a votos
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Eleições para o Conselho Científico UA: Reitor decide segunda circunscrição; terceira vai a votos

Tal como noticiado pela Ria, ontem a Universidade de Aveiro foi a votos para o Conselho Científico. Em disputa estiveram dois movimentos de docentes e investigadores: A lista ‘Construir o Futuro, Cuidar a UA’, mais próxima da atual equipa reitoral, e a ‘futUrA: Ciência, Comunidade e Inovação’, associada à oposição à atual liderança da Universidade. No caso concreto destas eleições, as mesmas decorreram em três circunscrições eleitorais, subdividas nos subgrupos ‘A’ (relativo a professores e investigadores de carreira) e ‘B’ (relativo a restantes docentes e investigadores em regime de tempo integral, com contrato de duração não inferior a um ano, que sejam titulares do grau de doutor, qualquer que seja a natureza do seu vínculo à instituição). Na primeira circunscrição, que contemplou os departamentos de Ambiente e Ordenamento, de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, de Engenharia de Materiais e Cerâmica, de Engenharia Civil e de Engenharia Mecânica, segundo dados obtidos junto da Comissão Eleitoral esta quarta-feira, 12 de novembro, a eleição de ontem determinou, no subgrupo A, três mandatos para a lista ‘Construir’ e um mandato para a lista ‘futUrA'. Já no subgrupo B, a votação determinou dois mandatos para a lista ‘Construir’ e um mandato para a lista ‘futUrA’. Neste caso, o processo eleitoral decorreu normalmente. No entanto, o caso muda de figura quando analisamos os resultados da segunda circunscrição. De acordo com a Comissão Eleitoral, no subgrupo A, a lista ‘Construir’ obteve três mandatos e a lista ‘futUrA’ um mandato. No subgrupo B, a lista ‘futUrA’ conseguiu dois mandatos e a lista ‘Construir’ um mandato. Porém, conforme confirmado pela Comissão Eleitoral, nem todos os mandatos foram efetivamente atribuídos, uma vez que não foi possível completar a distribuição pelas diferentes unidades orgânicas que integram esta circunscrição. Neste caso, e consultando o mapa de apuramento dos resultados já disponível, online, ficou por atribuir um quarto mandato à lista ‘Construir’ e um terceiro mandato à lista ‘futUrA’. Esta limitação decorre do que está previsto no artigo 10.º do “Regulamento para a Eleição e Designação dos Membros do Conselho Científico da Universidade de Aveiro”, disponível também online, que determina que não pode haver mais do que um representante da mesma unidade orgânica dentro da mesma circunscrição. Em termos práticos, isto significa que, depois de uma unidade orgânica eleger um representante, os restantes candidatos dessa mesma unidade deixam de poder ocupar lugares, mesmo que tenham obtido votos suficientes. O objetivo desta regra é garantir uma representatividade equilibrada. Contudo, esta regra pode criar dificuldades na atribuição de todos os mandatos, sobretudo quando as listas concorrentes não apresentam candidatos suficientes de unidades diferentes. Foi precisamente isso que aconteceu nesta segunda circunscrição: no processo de atribuição dos mandatos, não foi possível garantir a representação de todas as unidades orgânicas, e, por isso, ficaram mandatos por preencher. Perante esta situação, o regulamento prevê, no artigo 24.º, que, quando não seja possível completar a composição de uma circunscrição, pode haver uma nova eleição “parcial” apenas para preencher os mandatos em falta. Além disso, o mesmo artigo estabelece que a decisão sobre esse procedimento cabe ao reitor, que deve avaliar se o nível de representatividade atingido é suficiente ou se é necessário repetir parte do processo eleitoral. Na última circunscrição, segundo os dados divulgados pela Comissão, no subgrupo A, a atribuição de mandatos determinou dois mandatos para a lista ‘Construir’ e um mandato para a lista ‘futUrA’. No entanto, no subgrupo B, face a um “empate técnico” não foi possível atribuir qualquer mandato. De acordo com o artigo 22.º, na alínea 6 do regulamento, sempre que não se possa determinar a quem cabem os mandatos, a votação deve ser repetida. O regulamento especifica ainda que essa repetição deve ocorrer “no mesmo dia da semana seguinte” e apenas no âmbito da circunscrição ou subgrupo afetado. Isto significa que, no caso deste empate no subgrupo B, o ato eleitoral será repetido exclusivamente para esse subgrupo, mantendo-se válidos os resultados já apurados no subgrupo A. Neste caso, as eleições acontecerão na próxima terça-feira, 18 de novembro. O Conselho Científico é o órgão responsável pela definição e coordenação da política científica da Universidade de Aveiro, competindo-lhe, entre outras funções, apreciar o plano e as atividades científicas da instituição, pronunciar-se sobre a criação de novas áreas e unidades científicas, deliberar sobre a distribuição do serviço docente, aprovar planos de estudos, propor prémios e distinções honoríficas, ou definir júris e participar nos processos de recrutamento de docentes e investigadores. Tem ainda competência para se pronunciar sobre a nomeação do diretor da Escola Doutoral e sobre acordos ou parcerias internacionais, exercendo todas as demais funções previstas nos Estatutos e na Lei. De acordo com os Estatutos da UA, recentemente alterados, o Conselho Científico é composto por 20 representantes eleitos entre docentes e investigadores e 5 representantes das unidades de investigação. Os resultados destas eleições podem ser consultados, na íntegra, na página do Conselho Científico. Particularizando nos candidatos, na primeira circunscrição, no subgrupo A foram eleitos: Armando Pinho (DETI) da lista 'Construir'; João Dias (ESTGA) da lista 'futUrA'; Maria Alexandra Monteiro (DAO) da lista 'Construir' e Soraia Ala (ESAN) da lista 'Construir'. No que toca ao subgrupo B foram eleitos Idalina Gonçalves (DEMaC) da lista 'Construir', Eloísa Macedo (DEM) da'futUrA' e Guilherme Ascensão (DECivil) da 'Construir'. Na segunda circunscrição, no subgrupo A, foram eleitos António Nogueira (DBio) da lista 'Construir', Marco Alves (DCM) da 'futUrA', Manuel Martins (DMat) da 'Construir', faltando eleger um representante da lista 'Constuir'. No subgrupo B foram eleitos: João Rodrigues (DQ) da lista 'futUrA', Lara Carramate (DFIS) da lista 'Construir', restante eleger também um representante da lista 'futUrA'. Já na terceira circunscrição foram eleitos, no subgrupo A, Jorge Abreu (DeCA) da lista 'Construir', restando ainda atribuir dois mandatos: um à lista 'futUrA' e outro à lista 'Construir'. No subgrupo B, as eleições da próxima semana ditarão os candidatos eleitos. *Texto alterado no dia 13 de novembro, pelas 13h21, no 6º parágrafo, onde se lia: "Foi precisamente isso que aconteceu nesta segunda circunscrição: as listas não tinham candidatos elegíveis de todas as unidades orgânicas, e, por isso, ficaram mandatos por preencher", para: "Foi precisamente isso que aconteceu nesta segunda circunscrição: no processo de atribuição dos mandatos, não foi possível garantir a representação de todas as unidades orgânicas, e, por isso, ficaram mandatos por preencher".

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“SAÚD´AVEIRO – Saúde na Praça” sensibiliza sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica na quarta-feira
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“SAÚD´AVEIRO – Saúde na Praça” sensibiliza sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica na quarta-feira

O evento de sensibilização assume o lema “CapacitAR para melhor RespirAR” e integra atividades de promoção de literacia em saúde, sendo nesta data o enfoque na prevenção da DPOC e doenças respiratórias associadas. O evento é de acesso livre e destina-se ao público em geral. As atividades, que partem de uma organização conjunta entre Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULS-RA) e Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), incluem várias abordagens sobre a função respiratória através de seis “estações” distintas que vão informar os participantes sobre como prevenir, identificar e viver com a doença. O tema vai ser também debatido numa mesa-redonda com a professora Alda Marques, da ESSUA, e Andreia Andrade, do Serviço de Pneumologia da ULS-RA.

Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro
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Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro

Apesar do projeto “Plantar o Futuro” se encontrar em “pausa”, tal como avançado anteriormente pela Ria, a Agora Aveiro refere, numa nota de imprensa enviada às redações, que nem assim quer deixar de “fazer crescer esta ideia”. Assim, aproveitando a época de chuvas, a associação desafia toda a comunidade académica da UA- alunos, docentes e funcionários- a participar na ação de reflorestação em Estarreja, no próximo dia 3 de dezembro. “Num mundo onde as alterações climáticas e a degradação ambiental se tornaram uma ameaça cada vez mais real, é fundamental agir para proteger o nosso planeta e garantir um futuro para as próximas gerações. Apesar da complexidade e dimensão do desafio que enfrentamos, muitas vezes é nas ações mais simples que encontramos a solução. Como cidadãos do mundo, cada um de nós tem um papel a desempenhar na preservação do meio ambiente”, alerta na nota. Nesta iniciativa, serão plantadas “500 árvores” - carvalhos-alvarinhos, pilriteiro, medronheiros e sobreiros- cujo objetivo é promover a recuperação ecológica do município e da região. Os interessados em participar devem inscrever-se aqui. O ponto de encontro será na Reitoria da UA, pelas 14h00, seguindo-se a partida de autocarro pelas 14h30 e a chegada ao local pelas 15h00. O regresso a Aveiro está marcado para as 18h00. “No cenário global esta é apenas uma pequena ação, mas uma com o potencial para ser replicada noutras universidades, escolas e comunidades, demonstrando que ações individuais, embora pequenas, quando repetidas por centenas ou até milhares de pessoas, têm o potencial para mudar as nossas comunidades e o mundo”, continua a nota. No comunicado, a Agora Aveiro relembra ainda que o projeto “Plantar o Futuro”, surgiu em 2014, como “Biologia a Plantar o Futuro” e estava integrado no programa de receção e integração dos novos alunos da Licenciatura em Biologia da Universidade de Aveiro. O seu objetivo era promover a responsabilidade social e ambiental, bem como contribuir para a recuperação da Floresta Nativa Portuguesa. Em 2018, na sequência dos devastadores incêndios que assolaram Portugal, com especial incidência em Pedrógão Grande, nasceu o “Plantar o Futuro”. O projeto passou a abranger toda a comunidade académica da Universidade de Aveiro, incluindo alunos, docentes e funcionários, com as atividades de reflorestação agora focadas no Município de Estarreja. Desde 2014, somando os resultados do “Biologia a Plantar o Futuro” e do “Plantar o Futuro”, contabilizam-se mais de 5600 “adotantes” - pessoas que adotaram uma árvore nativa - e mais de 7800 árvores plantadas por cerca de 850 voluntários na Mata Nacional do Buçaco e nos Municípios de Albergaria-a-Velha, Lousada e Estarreja.

Presidenciais: Seguro apela à participação de progressistas e humanistas
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Presidenciais: Seguro apela à participação de progressistas e humanistas

“Nenhum Presidente ou líder transforma um país sozinho” disse, deixando o apelo para que os democratas, progressistas e humanistas participem ativamente nas eleições presidenciais, pois “a democracia é uma responsabilidade pessoal e Portugal merece o melhor de cada um”.  António José Seguro falava em Aveiro, na apresentação e debate do “Contrato de Confiança” com os portugueses para o mandato presidencial, assumindo as suas raízes socialistas, de uma “esquerda moderada e moderna”, mas salientando que será o Presidente de todos e lembrando que se soube afastar quando podia dividir e regressa “para unir”. O candidato presidencial sublinhou que a democracia “enfrenta novos desafios, como a polarização, a desinformação e a indiferença cívica”, afirmando mesmo que a estabilidade democrática, o respeito institucional e a confiança estão ameaçados, numa época em que “as redes sociais amplificam o antagonismo com falsidades valorizadas por algoritmos”. “É preciso cuidar da democracia e assegurar que a política seja um espaço de construção, esperança, e não de medo ou divisão”, declarou. Para António José Seguro é preciso reconstruir a confiança entre eleitos e eleitores, referindo no seu discurso a necessidade de acabar com a discriminação das mulheres e combater a emigração de talentos, porque “Portugal não pode conformar-se com a perda dos seus melhores”. Caso seja eleito, garantiu, não será “um Presidente de gestão diária ou de manutenção do ‘status quo’, mas sim o Presidente para um "tempo novo", mas leal e cumpridor da Constituição. Comprometeu-se a dar ao país “estabilidade, confiança e sentido de direção”, referindo, por exemplo, que o chumbo de um Orçamento não tem de implicar dissolver o parlamento. “Serei um Presidente próximo, retomando as "presidências abertas", trabalhando em todos os distritos e regiões, e atento às comunidades portuguesas no mundo”, adiantou. Assumiu-se como defensor do Estado Social, da Saúde e da Educação para todos e da centralidade da cultura e reafirmou o seu europeísmo, “acreditando que problemas comuns exigem soluções comuns e que os nacionalismos não são a solução”. “Aprofundar a integração europeia é essencial para responder aos desafios globais, na segurança, economia, ambiente, demografia” e puxou da sua experiência política europeia para afirmar ser o candidato melhor preparado a esse nível. As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.   Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia. Às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), André Ventura (apoiado pelo Chega), Catarina Martins (apoiada pelo BE), Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD). Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.

Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos
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Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos

“Faleceu o cineasta aveirense Manuel Paula Dias, que iria completar 91 anos no próximo dia de Natal. Figura ímpar da memória cultural de Aveiro, dividiu a sua longa vida entre a indústria de fundição — onde trabalhou desde muito cedo — e o cinema, que assumiu como paixão profunda e constante”, afirmou o Cine Clube numa nota enviada à agência Lusa. Manuel Paula Dias filmou, sobretudo, nas décadas de 1960 e 1970, recorrendo aos formatos reduzidos característicos do cinema amador da época e, através da sua câmara, “documentou como poucos a vida da cidade, da região e da ria de Aveiro, criando um vasto e valioso arquivo audiovisual que preserva tradições, paisagens e modos de vida hoje desaparecidos”. Na nota de imprensa, o Cine Clube de Avanca, com sede em Estarreja, no distrito de Aveiro, destaca que Manuel Paula Dias “deixa um legado maior no cinema documental português e uma memória artística profundamente entrelaçada com a história de Aveiro e da sua gente”. “A sua obra mais conhecida, o documentário “Sal, Duro Sal”, capta com intensidade e autenticidade a dureza do trabalho nas marinhas de sal aveirenses. Este filme, juntamente com outros da sua autoria, integrou a retrospetiva que o 3º Mar Film Festival lhe dedicou em 2019, no Museu Marítimo de Ílhavo”, destacou o documento. Em 2013, tinha também sido exibido no ciclo “Fitas da Ria”, organizado pelo grupo “uariadeaveiro” da Universidade de Aveiro e apresentado no Teatro Aveirense. Nesse mesmo ano, o RIOS – 2º Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, realizado em Vila Real por Anabela Branco de Oliveira, acolheu uma retrospetiva dedicada ao cinema de Aveiro, exibindo “Sal, Duro Sal” e “Um Olhar Diferente pela Ria de Aveiro”, contribuindo para dar nova visibilidade à sua obra. Em 2009, Manuel Paula Dias realizou um remake de “Decomposição”, um filme originalmente rodado em 1972, uma ficção experimental que, no seu início, “relembra as dificuldades que o cinema amador e independente enfrentava com a ação da censura”. “Em colaboração com Ernesto Barros, realizou ainda ‘Derrame’, filme rodado em 1975 e concluído em 1977, que inclui imagens únicas do funeral do soldado morto no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português, num momento particularmente tenso do pós-Revolução”, lê-se. O Cine Clube de Avanca realçou ainda que Manuel Paula Dias e Ernesto Barros integraram o chamado “Grupo de Aveiro”, núcleo que marcou o cinema não-profissional português dos anos 60 e 70, ao lado de nomes como Vasco Branco e Manuel Matos Barbosa. “Este grupo deixou um importante legado fílmico profundamente ligado à identidade cultural de Aveiro e da sua região”, considerou o Cine Clube. O “AVANCA – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia”, festival no qual participou várias vezes como membro de júris da competição internacional, homenageou, em 2014, o cineasta. Em 2018 foi igualmente júri do “Paisagens – Festival Internacional de Cinema de Sever do Vouga”, continuando a ser reconhecido pela sua experiência e contributo. “Nos últimos anos, dedicava-se à escrita de um livro sobre a história da sua família e o início da indústria de fundição em Aveiro — um relato marcado pelo episódio dramático de um avião que, saído da Base Aérea de São Jacinto, se despenhou nos terrenos pertencentes ao seu pai”, escreveu o Cine Clube de Avanca que lamentou a morte do cineasta.

Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
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Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta

Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.

KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro
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KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro

O navio, que se encontra a realizar operações de descarga e deve seguir hoje com destino a Roterdão, nos Países Baixos, tem quase 184 metros de comprimento e 28 metros de largura. Numa operação da PRIO, a embarcação chegou ao Porto de Aveiro com cerca de 24 mil toneladas de combustível com origem no Médio Oriente. Segundo apontam os responsáveis, “a escala deste navio demonstra a capacidade operacional e a competitividade do Terminal de Granéis Líquidos […] no ano passado, o Porto de Aveiro substituiu as defensas e cabeços de amarração da Ponte Cais 26, precisamente com o objetivo de dotar esta infraestrutura das condições necessárias para receber navios até 40 mil toneladas de deslocamento. Com a conclusão da obra, o Porto de Aveiro passou a poder receber navios de maior porte, com total segurança, dando resposta às necessidades crescentes do mercado”.

Espetáculo “Penso, Logo Danço” estreia amanhã no Teatro Aveirense
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Espetáculo “Penso, Logo Danço” estreia amanhã no Teatro Aveirense

Conforme escrevem os responsáveis, a obra “apresenta a dança como extensão do pensamento, mostrando como a arte nos ajuda a observar, questionar e compreender o mundo”. Com a parte musical a cargo do maestro Jan Wierzba e com coreografia da responsabilidade de Lara Pereira, o espetáculo quer “aproximar crianças e jovens da música e da dança, enquanto linguagens de expressão, pensamento crítico e sensibilidade cultural”.

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Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões
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Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões

No Relatório do Orçamento do Estado para 2026, que deverá ser aprovado nos próximos dias na Assembleia da República, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda surge inscrito no “Quadro 4.20 – Investimentos estruturantes: Administração Central e Segurança Social (Parte III)”, com uma verba prevista de 47 milhões de euros, acompanhada da nota de que “inclui PRR”. De acordo com o portal ‘Mais Transparência’ do Governo, o projeto apresenta um custo total de 46,9 milhões de euros, totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com data de início em 9 de junho de 2022 e conclusão prevista para 31 de dezembro de 2025. Contudo, o prazo já não corresponde à realidade. O concurso para a empreitada ainda está em fase de lançamento e os diferentes intervenientes admitem que a execução irá prolongar-se para além dos prazos definidos no PRR. A par disso, o valor da obra evoluiu substancialmente. A Câmara Municipal de Aveiro (CMA), numa informação publicada no seu site a 3 de outubro de 2025, referia que o volume total de investimento municipal previsto para 2025-2027 ascendia a 125 milhões de euros, aos quais se “espera acrescentar os 143 milhões de euros correspondentes ao projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, em desenvolvimento”. Ou seja, o custo total estimado triplicou face à candidatura inicial - de cerca de 47 milhões para mais de 140 milhões de euros -, deixando claro que o financiamento previsto no PRR já não cobre a totalidade da obra. A situação não é isolada. Numa auditoria publicada em junho, o Tribunal de Contas alertava para “atrasos significativos na execução dos investimentos previstos” em vários projetos de municípios portugueses, financiados pelo PRR, advertindo que “a sua conclusão já não se mostra compatível com as datas-limite definidas” e que existe “um sério risco de incumprimento da data-limite de 30-06-2026”. No caso do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, somam-se aos atrasos do planeamento da obra a insuficiência das verbas do PRR. Consciente desta realidade, Firmino Ferreira, presidente do PSD-Aveiro e deputado à Assembleia da República, aproveitou a audição do secretário de Estado das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do Orçamento do Estado para 2026, para questionar o ponto de situação do financiamento para esta obra. Mas a resposta do Governo deixou margem para dúvidas e gerou alguma apreensão em diferentes agentes políticos locais. “O Eixo Aveiro-Águeda é absolutamente fundamental. Basta passar na região para perceber que é. Estamos, neste momento, a analisar quais são as opções, quer para assegurar o financiamento, quer para assegurar a prossecução e a concretização desta obra que está, neste momento, a ser analisada pelo Governo”, esclareceu o secretário de Estado Hugo Espírito Santo. A expressão “a analisar opções” foi suficiente para agitar a região e, nesse sentido, a Ria contactou os diferentes intervenientes para explicar-lhe tudo. Em declarações à Ria, o deputado do PSD eleito por Aveiro, Firmino Ferreira, confirma que o valor inicialmente previsto para o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda está hoje completamente desajustado face à realidade. “Em 2022, o valor que estava previsto - e para o qual se tinham conseguido fundos comunitários - apontava para um valor a rondar os 46 milhões de euros. Só que (…) é completamente inviável fazer a obra pelo valor que estava pensado. O valor é significativamente mais elevado e, por isso, é preciso reequacionar como é que se vai conseguir captar fundos para a concretização da mesma”, afirma. O também presidente do PSD de Aveiro explica que a sua pergunta ao Governo visava precisamente perceber como será assegurado o novo modelo de financiamento da obra. “Portanto, é preciso perceber como é que se vai fazer o financiamento da obra. E a minha preocupação era nesse sentido. Perceber como vamos fazer isso e, inclusivamente, se os municípios envolvidos poderiam vir aqui a ter alguma implicação nos seus orçamentos também, se a sua participação tivesse que ser revista. O sentido da minha questão era também, de alguma forma, pressionar que o Governo ande com este processo para a frente e procure a melhor forma de o financiar”, sublinha. Questionado sobre a existência de garantias concretas, o deputado admite que a resposta só chegará com a aprovação de um futuro Orçamento do Estado. “Garantia vamos sabê-la com a aprovação do Orçamento do Estado. Isso é que é a garantia se este valor estará ou não estará”, refere, reconhecendo que o Governo “está ciente da necessidade da concretização desta obra”, mas que “a probabilidade maior será a afetação do dinheiro do Estado”. Já o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, garante que o financiamento do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda “está assegurado”. “Eu diria que o interessante era perguntar ao secretário de Estado o que é que ele queria dizer, porque há uma coisa que eu sei, que efetivamente o assunto estava a ser tratado a nível ministerial, com o envolvimento do primeiro-ministro, que deixou absolutamente claro aos ministros que esta obra é para fazer e ponto”, afirma o autarca. Segundo Jorge Almeida, o Governo já assumiu o compromisso de garantir o financiamento para além do PRR. “Quanto ao financiamento, como toda a gente sabe, há uma resolução do Conselho de Ministros de 20 de março a garantir o financiamento para além do PRR, porque a obra não vai acabar nos prazos do PRR”, reconhece, acrescentando que “a única coisa que teve que ser minimamente decidida foi a questão da plurianualidade do financiamento”. Contudo, a verificação feita pela Ria à Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/2025 de 20 de março mostra que o documento não contém qualquer autorização de encargos ou inscrição orçamental para esta obra - apenas a classificação como “projeto prioritário” e instruções à CCDR-Centro e à Infraestruturas de Portugal para “prosseguir com os estudos”. O presidente da Câmara de Águeda adianta, tal como já tinha feito a 3 de outubro de 2025 a Câmara Municipal de Aveiro, que “a obra vai custar mais de 100 milhões de euros” e que “a única coisa que estamos a articular com o Governo é a plurianualidade”, ou seja, a distribuição do financiamento público pelos próximos anos. Sobre os atrasos no avanço da obra, Jorge Almeida recorda que este “é um projeto que teve a avaliação de impacto ambiental”. “Só em termos de avaliação de impacto ambiental, teve que recolher a opinião das mais de 20 entidades. E a coordenação de todas essas coisas foi quase um ano e meio”, esclarece, relembrando que este é “um projeto com uma envergadura muito grande, com múltiplas especialidades”, mas deixando a garantia que “a obra será repartida ao longo dos exercícios de 2026, 2027 e 2028 - que será o término da obra. Em 2028 vamos chegar de Águeda a Aveiro muito rápido”, garante. O presidente da Câmara Municipal de Águeda explica ainda à Ria a diferença significativa entre o valor inicialmente submetido no âmbito da candidatura ao PRR e o custo atualmente previsto para a execução do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda. O autarca recorda que o projeto começou praticamente do zero. “Repare numa coisa: nós começamos a fazer o projeto - não havia absolutamente nada - em setembro de 2022. Foi quando nós entregamos ao gabinete projetista o início do projeto. E o início começou por levantamentos topográficos, como todos os projetos. Portanto, nessa altura, o valor da obra era uma incógnita para todos”, justifica. Segundo Jorge Almeida, só com o projeto finalizado foi possível perceber a verdadeira dimensão do investimento necessário. “[Tivemos noção de que a obra custaria mais do que os 47 milhões previstos no PRR] quando passamos a ter o projeto completo. E quando o projeto estava pronto, ficamos com a noção de que a obra custa 100 e tal milhões de euros”, revela. O autarca justifica o aumento expressivo com a complexidade técnica e estrutural do traçado. “Pois claro, 40 milhões era uma autêntica 'pechincha'. Estamos a falar de uma obra com perfil de autoestrada, com uma enorme passagem superior sobre a linha de alta velocidade, sobre a A1, com a duplicação do nó da A17, com aquela ponte altíssima sobre o rio Águeda... Estamos a falar disto. E estamos a falar de 15 quilómetros de estrada com estas características, numa zona urbana, a passar por zonas urbanas... Portanto, é uma obra cara, claro que sim.” Desta forma, Jorge Almeida sustenta que o orçamento inicial de 47 milhões de euros do PRR era insuficiente e meramente indicativo, tendo o valor real da empreitada sido apurado apenas após a conclusão do projeto técnico. Essa diferença, aliada ao atraso no lançamento de uma obra “complexa” e de “grande envergadura”, acabou por colocar o projeto numa posição de dependência face às verbas do Orçamento do Estado, uma vez que o financiamento comunitário já não é suficiente nem compatível com o novo calendário de execução. O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Luís Souto, em declarações à Ria depois da última reunião de Câmara, também abordou o tema e garantiu que o projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua a ser uma prioridade. “Como eu expliquei aqui, é um assunto prioritário. Para a semana vamos reunir com a Câmara de Águeda para fazer o ponto da situação e empenharmo-nos ao máximo para que o projeto avance”, afirmou o autarca. Luís Souto sublinha a dimensão técnica e os desafios que o projeto envolve. “É uma obra complexa, é uma obra muito complexa. E atenção que temos ali o atravessamento do rio Vouga, há ali uma complexidade muito grande”, reconhece. Apesar das incertezas sobre o financiamento, o presidente da Câmara de Aveiro mostra-se confiante de que o projeto não será travado. “Eu acredito que não haja retrocesso, porque seria muito mal que o Eixo Aveiro-Águeda tivesse um retrocesso. E, portanto, as coisas acabarão por se compor, de uma forma ou de outra, porque a vontade política existe, eu acredito que existe, a vontade política que se mantém, não há dados contrários a isso, é uma aspiração regional dos nossos deputados, também, obviamente, e, portanto, agora, pode ter que haver alterações, vamos aguardar, em termos do formato de financiamento, ou quer que seja, para a semana vamos fazer um ponto da situação sobre isso”, conclui. Três anos depois do anúncio público do acordo de financiamento e de inscrição do projeto no PRR, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua sem obra, sem concurso e com o financiamento indefinido. O Governo reconhece a importância, mas admite estar ainda a “analisar opções de financiamento”. Águeda garante que há uma resolução que cobre o excedente, mas o documento não o confirma. A indefinição repete-se noutros investimentos estruturantes da região. O novo Hospital de Aveiro, por exemplo, tem apenas 30 milhões de euros garantidos através do Portugal 2030, apesar de o custo total previsto rondar os 150 milhões de euros, um valor muito próximo do necessário para o Eixo Rodoviário. Dois projetos considerados prioritários, mas ambos dependentes de verbas do Orçamento do Estado para poderem avançar em pleno. Quanto ao Eixo Aveiro-Águeda há vontade política, consenso regional, um projeto tecnicamente pronto e um concurso de obra em vias de ser lançado. Quanto a garantias de financiamento, só com os próximos Orçamentos do Estado.

Oliveira de Azeméis: Património Cultural inicia classificação do Monte Calbo e do Castro de Ul
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Oliveira de Azeméis: Património Cultural inicia classificação do Monte Calbo e do Castro de Ul

Segundo recorda, à agência Lusa, o Rui Luzes Cabral, vereador da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis com o pelouro da cultura, é recente a descoberta de que o Monte Calbo poderá ter acolhido um povoado no período do Bronze Final, na transição do segundo para o primeiro milénio a.C. Essa suspeita, aponta, é reforçada pelo facto de, nas zonas onde houve revolvimento de terras para plantação de árvores, foram recolhidos “fragmentos de cerâmica e um pequeno machado de anfibolito”. O vereador afirma que a escolha do Monte Calbo para instalação de antigos povos dever-se-á às condições favoráveis da zona, já que esse topo da serra do Pinheiro, situado a uma cota de 460 metros, tem “um amplo domínio da paisagem dos vales envolventes”, que, por sua vez, também apresentam “boa capacidade agrícola”. Além disso, “do ponto mais alto é possível, em dias sem neblina, avistar a linha de costa”, o que, em paralelo à componente contemplativa dessa posição geográfica, teria a vantagem de ajudar a identificar possíveis perigos, como a aproximação por mar de povos invasores. Um aspeto a investigar em futuras prospeções é particularmente nessa perspetiva: “O povoado seria delimitado por uma estrutura tipo muralha em pedra, que não foi ainda escavada”. Já no que se refere ao Castro de Ul, Rui Luzes Cabral explicou que está situado num local “razoavelmente conservado, embora tenha algumas zonas afetadas por trabalhos agrícolas e de silvicultura realizados ao longo do tempo, ao que se junta alguma afetação devido à construção de habitações numa das encostas do cabeço”. Localizado num pequeno monte com cota máxima de 105 metros, na confluência dos rios Antuã e Ul, o Castro de Ul não possui o domínio da paisagem que é característico dos povoados castrejos fortificados da Idade do Ferro, mas apresenta “vertentes relativamente íngremes que lhe garantem uma boa defensabilidade natural”. Ainda assim, os vestígios identificados no sítio – que terá tido uma ocupação mais alargada no tempo, “desde o primeiro milénio a.C. até ao século V d.C.” – revelam sinais de edificado defensivo: “As escavações realizadas até à data têm deixado à vista um conjunto de estruturas em pedra associadas a um troço de muralha com uma porta”. As prospeções aí levadas a cabo no século XX também identificaram “algumas estruturas relacionadas com a ocupação romana” e um conjunto de artefactos que “sugerem a existência de ocupações anteriores, tanto da Idade do Ferro como da Pré-história”. Rui Luzes Cabral quer continuar a estudar o local porque, face aos achados do Calcolítico e Idade do Bronze já descobertos no Castro de Ul, acredita que haverá mais a conhecer: “Foram recolhidos utensílios em sílex, nomeadamente lascas, lâminas, raspadores e núcleos, assim como um machado em pedra polida. Apesar de não terem sido identificadas estruturas habitacionais, há pelo menos uma base de lareira que corresponderá à ocupação do sítio durante este vasto período”.

Club Pardilhoense vai “celebrar as tradições” da vila de Pardilhó em evento de Natal
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Club Pardilhoense vai “celebrar as tradições” da vila de Pardilhó em evento de Natal

É com o lema “Unir gerações, celebrar tradições” que o Club Pardilhoense se propõe a, na sua sede, organizar uma “jornada cultural e afetiva que atravessa todas as idades, com atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária”. Entre as 14h00 e as 23h15, vão decorrer uma série de atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária. A iniciativa, que nasce do desafio lançado pela direção do Club Pardilhoense, foi desenhado com o envolvimento de todas as instituições, associações, projetos e grupos da vila de Pardilhó. Neste momento, o clube assegura a participação direta de mais de 380 participantes diretos e uma passagem de público estimada de cerca de até 1000 pessoas.

Aveiro entre os distritos com maior número de acidentes nas estradas portuguesas este ano
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Aveiro entre os distritos com maior número de acidentes nas estradas portuguesas este ano

No caso do distrito de Aveiro registaram-se “9.545” acidentes, seguindo-se o Porto com “20.644” e Lisboa com “21.543”. Os dados provisórios da ANSR mostram ainda que Portalegre (1.270), Bragança (1.278) e Guarda (1.524) foram os distritos que registaram menor número de desastres nas estradas. A nível nacional, a ANSR refere que ocorreram “mais de 125 mil acidentes rodoviários”, provocando “379 mortos”. Ainda assim, os dados provisórios mostram que este ano morreram menos pessoas nas estradas portuguesas em relação ao mesmo período de 2024, mas os acidentes, feridos graves e ligeiros aumentaram. Segundo a ANSR, entre 01 de janeiro e 13 de novembro ocorreram "125.621 acidentes rodoviários", mais 3.730 do que em igual período do ano anterior (121.891), e morreram 379 pessoas, menos 41 em relação ao ano passado (420). Os acidentes provocaram ainda este ano 2.451 feridos graves, mais 40 do que em igual período de 2024, e 39.316 feridos ligeiros, mais 686. Este ano, o distrito onde morreram mais pessoas em acidentes rodoviários foi Lisboa (43), a seguir foi Porto (41) e em terceiro está Setúbal (31). Por sua vez, os distritos com menos mortos são a Guarda (seis), Évora (nove) e Vila Real (11).

Anadia cria gabinete de apoio à migração e internacionalização até final do ano
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Anadia cria gabinete de apoio à migração e internacionalização até final do ano

“Queremos apostar e investir muito naquilo que é a relação com a nossa emigração, os nossos emigrantes, que têm uma ligação muito forte a Anadia e que estão pelo mundo inteiro. Temos, primeiro, de garantir que esta ligação não se quebre e que haja vontade de eles manterem esta relação com a sua origem”, apontou, em declarações à agência Lusa. O gabinete de apoio à migração e internacionalização deverá ser criado até ao final do ano e servirá para ajudar os emigrantes, mas também os imigrantes. “Iremos apoiá-los [aos emigrantes] quando eles cá vêm, ajudando-os naqueles que são os seus problemas aqui, estando eles fora. E, depois, também aproveitarmo-nos um bocadinho deles, aproveitarmos o lado positivo, que é transformá-los em embaixadores de Anadia, da nossa economia, das nossas empresas, da nossa cultura”. Segundo o autarca, este gabinete irá também ajudar e apoiar os imigrantes a integrarem-se. “Precisamos de ajudar e que se sintam em casa aqueles que são imigrantes e que escolheram a Anadia para viver. Nós precisamos deles cá”. À Lusa, Jorge Sampaio disse ainda que o seu concelho tem uma grande comunidade de imigrantes, sendo exemplo disso o elevado número de alunos imigrantes que frequentam as escolas do Agrupamento de Anadia. “Só o Agrupamento de Escolas da Anadia tem 600 alunos não portugueses de 43 países”, num universo total de quase 4.000 alunos. “E se formos à nossa Escola Profissional, que tem quase 300 alunos, metade são não portugueses. Tantas vezes isto é visto como um problema, mas eu gosto de ver isto como uma coisa extremamente positiva: o cruzar de culturas, esta globalização que os nossos alunos, logo desde miúdos, se começam a habituar a ter, porque no futuro eles vão ser cidadãos do mundo”. Neste gabinete irão encontrar resposta em termos de integração “na parte da formação, da qualificação e da língua”. “Como podem integrar os seus filhos nas escolas, como se podem integrar nas empresas, trabalhar a parte da empregabilidade, da habitação”, acrescentou. O presidente da Câmara de Anadia disse ainda que pretendem “levar jovens e menos jovens ao mundo”, através do Programa Erasmus e de outros programas que existam.

IPSS de Águeda vai construir 16 casas de habitação colaborativa para idosos
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IPSS de Águeda vai construir 16 casas de habitação colaborativa para idosos

O anúncio do procedimento relativo à empreitada para a construção de 16 habitações colaborativas individuais e respetivas áreas de apoio, na Quinta do Capitão Mor, foi publicado na terça-feira em Diário da República, com o preço base de 915 mil euros e um prazo de execução de 180 dias. Este projeto visa expandir a resposta social desta Instituição Particular de Solidariedade Social, sediada em Mourisca do Vouga, que já conta com uma espécie de aldeia social com 10 casas pré-fabricadas de madeira, onde os idosos vivem com independência e autonomia. O projeto, financiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem como objetivo geral a construção de casas em madeira para acolher no máximo 29 idosos com alguma independência e que, mediante um apoio mínimo, possuem capacidade de viver autonomamente, partilhando serviços comunitários. As habitações serão geminadas com zona de dormir, os quartos são duplos ou simples, permitindo a personalização pelos utentes. As habitações propostas terão acesso a alguns espaços comuns, usufruindo de todas as áreas deste, nomeadamente áreas de administração, lavandaria com tratamento de roupa e arrumos próprios, área de refeições com cozinha equipada, para festas ou eventos familiares, e sala de atividades/convívio, bem como casas de banho para ambos os sexos e para pessoas de mobilidade condicionada. A proposta visa “garantir condições de bem-estar e qualidade de vida dos residentes, assegurar um ambiente seguro, confortável, acessível e humanizado, promover estratégias de desenvolvimento da vivência em comum, numa lógica comunitária, com o respeito pela individualidade, interesses e privacidade de cada pessoa, prolongando a autonomia e a vida independente, prevenindo o isolamento social e ou solidão”, lê-se na memória descritiva.

Festival Gastronomia de Bordo volta a Ílhavo para “homenagear cozinheiros e pescadores do Município”
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Festival Gastronomia de Bordo volta a Ílhavo para “homenagear cozinheiros e pescadores do Município”

Ao longo dos 11 dias do festival, um total de 16 restaurantes "apresentam propostas inspiradas nas receitas confecionadas em alto-mar, recriando a essência da gastronomia de bordo com pelo menos três pratos ou entradas dedicadas ao tema", segundo a autarquia. O menu é composto por pratos que assumem “abordagens tradicionais”, como as pataniscas, a chora, o bacalhau com grão e chouriço e a feijoada de samos, e “novas criações que reinventam a gastronomia de bordo”, como é o caso da salada de ovas de bacalhau, calhos (ou samos) de bacalhau ou massada de bacalhau com cricos. Para além de se assumir como uma “uma homenagem às tradições, aos cozinheiros e aos pescadores do município de Ílhavo”, o Festival Gastronomia de Bordo afirma a intenção de “celebrar os sabores e tradições das cozinhas dos navios bacalhoeiros”. Como complemento ao Festival Gastronomia de Bordo, também nesta altura, de 04 a 07 de dezembro, decorre o Leme – Festival de Circo Contemporâneo, em Ílhavo, Gafanha da Nazaré e Vista Alegre, e os Concertos no Natal, de 9 a 11 e de 16 a 18 de dezembro, nas Igrejas Matrizes do Município de Ílhavo. No sentido de “valorizar o património cultural”, o Município oferece aos clientes do Festival um ‘voucher’ de entrada gratuita no Museu Marítimo de Ílhavo ou no Centro de Religiosidade Marítima.

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Ex-reitor da UA Júlio Pedrosa é o mandatário da candidatura de António José Seguro em Aveiro
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Ex-reitor da UA Júlio Pedrosa é o mandatário da candidatura de António José Seguro em Aveiro

Segundo explica o mandatário, “o apoio à candidatura do Doutor António José Seguro à Presidência da República decorre do conhecimento que tenho do seu percurso pessoal, profissional e político, feito com desprendimento, com coerência, conhecimento do País na sua diversidade humana, territorial e social, bem das sua capacidades e competências”. Júlio Pedrosa adianta ainda que, “nos tempos que vivemos, a confiança mútua é um bem escasso e António José Seguro é um cidadão em que se pode confiar, acreditando que, sendo eleito Presidente, ele servirá o País e os Portugueses com toda a atenção e empenho”. Como reitor da UA, o Júlio Pedrosa assumiu o papel de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) entre 1998 e 2001, tendo estado por isso envolvido nas atividades da Confederação dos Conselhos de Reitores Europeus (CRE) nomeadamente nos trabalhos de institucionalização da Associação de Universidades Europeias (EUA). Júlio Pedrosa fez parte do XIV Governo Constitucional de Portugal entre 2001 e 2002 como ministro da Educação, tendo sido o terceiro do executivo liderado por António Guterres, depois de Guilherme d’Oliveira Martins e de Augusto Santos Silva. O mandatário de António José Seguro já foi agraciado com distinções como a Grã-Cruz da Ordem de Instrução Pública, em 2009, o diploma de reconhecimento de mérito profissional do Rotary Club de Aveiro, em 2003, ou a medalha de mérito municipal do Município de Aveiro, em 2002.

Cinemas portugueses com quebra de espectadores em outubro para níveis de pós-pandemia
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Cinemas portugueses com quebra de espectadores em outubro para níveis de pós-pandemia

Se se retirar o primeiro ano da pandemia de covid-19 da equação, quando foram ao cinema, em outubro de 2020, 253 mil pessoas, os 560 mil espectadores verificados em outubro de 2025 são o número mais baixo para aquele mês desde que o ICA divulga registos, ou seja, desde 2004. Os espectadores de outubro deste ano são ainda o número mais reduzido desde fevereiro de 2022, quando se registaram 518 mil entradas nos cinemas portugueses. Em termos de receita, em outubro deste ano, os cinemas encaixaram 3,7 milhões de euros, uma descida de 24,5% face ao mês homólogo de 2024 e o valor mais baixo desde setembro de 2021. No acumulado, até outubro, face a igual período de 2024, os cinemas perderam 6,5% de espectadores (mais de 600 mil entradas) e 2,6% de receita (mais de 1,5 milhões de euros). A lista de filmes mais vistos do mês é liderada por “Batalha Atrás de Batalha”, de Paul Thomas Anderson, com 88 mil espectadores, seguindo-se o filme de animação “A Casa de Bonecas da Gabby”, de Ryan Crego, com 46 mil. O filme mais visto do ano em Portugal é o mais recente capítulo de “Lilo e Stitch”, com mais de 665 mil espectadores, seguido do filme de “Minecraft”, acima de 500 mil espectadores. O brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, está no terceiro lugar, com 384 mil entradas. O filme português mais visto do ano é “O Pátio da Saudade”, de Leonel Vieira, com 68 mil espectadores.

Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas
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Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas

“Para fazer face a esta demanda e dado a diminuição das reservas de sangue nomeadamente do 0+, apelamos a todas as pessoas saudáveis que é muito importante contribuir com a sua dádiva para o bem-estar e saúde dos milhares de doentes que dela necessitam”, refere o presidente da FEPODABES, em comunicado. Alberto Mota lembra que a necessidade de sangue é uma constante nos hospitais, já que os doentes oncológicos, os que são submetidos às mais diversas cirurgias ou aqueles que são vítimas de acidentes recorrem muitas vezes à transfusão sanguínea. “As pessoas, infelizmente, cada vez doam menos e os dadores regulares, são gerações que estão a envelhecer, que já não podem dar sangue a partir dos 65 anos e, portanto, isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue", refere. Na nota, a Federação recorda que o processo de recolha de sangue é um procedimento rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas. “Todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis podem dar sangue. Esse gesto simples contribui para salvar muitas vidas”, apela Alberto Mota. Segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), de novembro, Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos 10 mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia.

Governo vai investir 52 ME em equipamentos para prevenir os fogos
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Governo vai investir 52 ME em equipamentos para prevenir os fogos

“Em boa hora fizemos uma reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Agora entregamos motorroçadoras. Depois teremos tratores, bulldozers, máquinas de rasto, o transporte respetivo destas máquinas que as Comunidades Intermunicipais (CIM) se vão responsabilizar a garantir a manutenção e de encontrar manobradores. Estes últimos concursos estão a andar”, afirmou José Manuel Fernandes. O governante falava no hangar do centro de meios aéreos de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, onde o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) entregou 135 motorroçadoras a 27 equipas de Sapadores Florestais dos 10 concelhos do distrito, naquele que é o primeiro lote a ser entregue no âmbito do reequipamento dos Sapadores Florestais. Na área da prevenção, o Ministro da Agricultura e Mar destacou ainda “o plano para pastorícia extensiva, dotado com 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para reduzir o material combustível e, em simultâneo, colocar pessoas no território, criando riqueza”. “Tudo isto está englobado no Pacto para a Floresta, que está aprovado. É absolutamente essencial, para termos sucesso, que toda a legislação relativa à propriedade, em 2026, esteja pronta. A Assembleia da República será fundamental para esse objetivo e eu espero um grande consenso para podermos atuar”, afirmou. Outro aspeto preventivo enfatizado por José Manuel Fernandes prende-se com o fogo controlado. O ministro da Agricultura e Pescas disse que o objetivo do Governo é “mais que duplicar” a área de aplicação dessa técnica, que em 2025 rondou os 2.500 hectares. “Queremos atingir os mais de cinco mil hectares”, reforçou, acrescentando que em muitos sítios onde se devia ter feito fogo controlado, e não se fez, houve uma destruição enorme. Fazer fogo controlado significa usarmos um meio técnico para protegermos, cuidarmos, para evitarmos que os incêndios depois tenham material combustível de tal ordem que ninguém os consegue controlar. Será um trabalho a realizar em conjunto com as CIM”, sublinhou. Segundo o ministro, “há muitos locais onde as pessoas sabem que o fogo vai passar se nada se fizer e muitos locais que sabem que o fogo se pode agarrar”. “É absolutamente essencial que esse trabalho de planeamento do fogo controlado se faça. É tecnicamente, não só, defensável, como, em termos ambientais, é uma necessidade e uma exigência”, frisou Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, José Manuel Fernandes disse que o Governo “tudo fará para valorizar o trabalho dos sapadores florestais, para que eles tenham o rendimento justo e digno de um trabalho árduo, que não é fácil”. “Quando chegámos ao Governo, havia dívidas às equipas de sapadores que nós regularizámos. Passámos o montante de cada equipa de sapadores florestais, composta por cinco elementos, de 55 para 61 mil euros. Tudo o que pudermos fazer dentro legalidade, mas também com o objetivo de valorização dos sapadores florestais iremos fazê-lo. A compra de equipamento é também uma forma a ajudarmos a que o trabalho seja mais facilitado e menos árduo. A formação conta 100% como serviço público. Antes, não contava. São passos que estamos a dar que os sapadores florestais merecem”, referiu. Além das 135 motorroçadoras hoje entregues aos sapadores florestais do Alto Minho, ao todo, serão entregues 2.060 motorroçadoras, numa ação financiada pelo PRR, sendo um investimento destinado a mais de 400 equipas de Sapadores Florestais, contribuindo para o melhoramento e otimização da maquinaria de trabalho e para o reforço da capacidade operacional destas equipas na prevenção da floresta.

Operadoras proibidas de cobrar portabilidade de números de telemóvel a partir de hoje
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Operadoras proibidas de cobrar portabilidade de números de telemóvel a partir de hoje

Em janeiro, foram publicadas, em Diário da República, as novas regras para o processo que permite manter o número de telemóvel quando se muda de operador. Em declarações à Lusa, fonte oficial da Anacom explicou, na altura, que as alterações pretendem “reforçar a proteção dos consumidores”. Entre estas medidas está a proibição de as empresas cobrarem encargos diretos pela portabilidade aos utilizadores finais titulares de contratos associados aos números. A introdução de uma nova compensação aos clientes por incumprimento do agendamento da “intervenção física na rede”, que obrigue à remarcação da mesma para outro dia, foi outro dos pontos destacados pelo regulador. O valor desta compensação foi fixado em 10 euros no novo regulamento, mas a Anacom alertou que só haverá lugar ao pagamento dessa compensação pelo prestador, isto é, da nova operadora contratada, “quando o incumprimento não se deva a motivos imputáveis ao utilizador final”. Entre as principais mudanças está ainda a obrigação do prestador recetor (PR) assegurar que a portabilidade e a subsequente ativação de números ocorram na data expressamente acordada com o cliente “no prazo mais curto possível e até um dia útil a contar daquela data”. Além disso, “em caso de cessação do contrato, e salvo se renunciar a esse direito no momento da desativação do serviço, o utilizador final mantém o direito de portar números do PNN [Plano Nacional de Numeração] para outra empresa”, acrescentou. Outras das alterações introduzidas no regulamento da portabilidade que não decorrem da entrada em vigor da LCE são direcionadas para as empresas do setor, nomeadamente a limitação do custo grossista que os operadores podem repercutir nas concorrentes pelo serviço. Agora, passa a ter um valor máximo de um euro.

Governo apoia com 44ME agricultores afetados pelos incêndios entre 02 de maio e 15 de outubro
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Governo apoia com 44ME agricultores afetados pelos incêndios entre 02 de maio e 15 de outubro

De acordo com um despacho do Governo, assinado pelo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e publicado hoje em Diário da República (DR), o montante global do apoio disponível é de 44 milhões de euros. No mesmo documento, o Governo reconhece como catástrofe natural os incêndios de grandes dimensões ocorridos entre 02 de maio e 15 outubro de 2025, em Portugal continental, considerando que afetaram um numeroso conjunto de freguesias com “consequências graves ao nível do potencial produtivo de várias explorações agrícolas”. Em causa estão mais de 600 freguesias de 130 concelhos maioritariamente das regiões Norte e Centro, mas também Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e ainda Algarve. O Governo refere que a ocorrência destas “situações críticas justifica” o recurso ao apoio no âmbito da tipologia C.4.1.3 “Restabelecimento do Potencial Produtivo”, da intervenção C.4.1 “Gestão de Riscos” do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) no continente. O despacho especifica que o apoio é destinado ao restabelecimento do potencial produtivo danificado, por efeito da catástrofe natural, nas explorações agrícolas situadas nos concelhos e respetivas freguesias elencadas no documento publicado no DR. Esclarece ainda que são elegíveis as despesas efetuadas a partir de 02 de maio de 2025, mas estas têm de ser confirmadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, territorialmente competente, dos prejuízos declarados. O procedimento de verificação e confirmação dos prejuízos declarados deve estar concluído no prazo máximo de 30 dias após o fim do período de submissão das candidaturas. Os beneficiários só podem apresentar uma candidatura e o despacho produz efeitos desde 30 de outubro. O Governo aprovou o Decreto-Lei n.º 98-A/2025, de 24 de agosto, que estabelece medidas de apoio e mitigação do impacto de incêndios rurais e que atribui, nomeadamente, um apoio excecional aos agricultores para compensação de prejuízos até ao valor de 10 mil euros através de procedimento de candidatura simplificado. O despacho publicado hoje refere que, atendendo à complementaridade existente entre aquela medida e o apoio no âmbito da tipologia C.4.1.3 – “Restabelecimento do Potencial Produtivo”, é possível aos agricultores que beneficiaram de apoios ao abrigo do Decreto-Lei n.º 98-A/2025, de 24 de agosto, candidatarem-se, igualmente, ao apoio anunciado hoje. No entanto, adianta que nestas situações os montantes recebidos ao abrigo daquelas candidaturas são deduzidos do apoio a atribuir no âmbito da tipologia C.4.1.3 – “Restabelecimento do Potencial Produtivo”. O apoio é concedido na forma de subvenção não reembolsável e os níveis de apoio a conceder às operações elegíveis repartem-se por diferentes escalões: 100% da despesa elegível até 10 mil euros, 80% da despesa elegível superior a 10 mil euros (no caso de beneficiários detentores de seguros no âmbito do Sistema de Seguros Agrícolas, criado pelo Decreto-Lei n.º 162/2015, de 14 de agosto) e 50% da despesa elegível superior a 10 mil euros (no caso de beneficiários não abrangidos pelo ponto anterior). Se o valor global das candidaturas elegíveis ultrapassar a dotação orçamental, o montante individual a conceder é objeto de redução proporcional entre os respetivos candidatos.  Do apoio a conceder são deduzidos os montantes das indemnizações de seguros ou outros mecanismos de gestão de risco, sendo apoiado o valor correspondente à franquia exigida no contrato de seguro agrícola. Esta época de fogos fica marcada com cerca de 270.000 hectares de área ardida, o quarto pior ano em termos de área depois de 2017, 2003 e 2025, e quatro mortos, incluindo um bombeiro, vários feridos e destruição total ou parcialmente de casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Valor do cheque-livro para jovens vai subir para 30 euros em 2026
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Valor do cheque-livro para jovens vai subir para 30 euros em 2026

Numa audição parlamentar sobre a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2026, Margarida Balseiro Lopes disse que o valor do cheque-livro – um vale para jovens utilizarem na compra de livros em livrarias – "é baixo" e que, por isso, terá um aumento de 50% para 30 euros. Segundo a ministra, a segunda edição do programa cheque-livro será lançada até ao final do ano – como já tinha sido anunciado antes – “mas a operacionalização de adesão” será a partir de janeiro. “Tão importante como” o aumento para 30 euros, Margarida Balseiro Lopes disse que “é preciso resolver os problemas técnicos”, porque “houve vários constrangimentos” e que estão a ser feitos testes para melhorias na plataforma para a emissão dos cheques-livros. De acordo com a nota explicativa sobre o Orçamento do Estado de 2026 para a área da Cultura, a segunda edição do programa cheque-livro terá um orçamento de 2,3 milhões de euros. A primeira edição do programa cheque-livro decorreu até 15 de julho, tendo sido emitidos mais de 47 mil vales, com uma taxa de execução de 20%, de acordo com dados preliminares da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) divulgados em julho. Em julho, no encontro Book 2.0 promovido pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, Margarida Balseiro Lopes admitiu que teria de ser feito “um esforço maior para divulgar esta medida, para que chegue a mais jovens, em mais lugares, de norte a sul do país”. Na audição parlamentar, Margarida Balseiro Lopes explicou que a segunda edição do cheque-livro "será para residentes em Portugal" e volta a ser pedida a autenticação de cada utilizador através da chave móvel digital. As idades abrangidas pelo programa "serão definidas no regulamento", disse. A ministra sublinhou que o programa cheque-livro "não é uma medida isolada" na área da promoção do livro e da leitura, referindo ainda a atribuição de Bolsas Anuais de Criação Literária, Banda Desenhada e Literatura Infantil e Juvenil, cujo prazo de candidatura termina na quinta-feira. Segundo a responsável, os resultados das bolsas de criação artística de 2025 serão anunciados em março e nessa altura abrirá a candidatura às bolsas de 2026. Margarida Balseiro Lopes falava no parlamento no âmbito da apreciação na especialidade da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2026, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, com a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

OPINIÃO

"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro
Opinião

"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro

Já passou mais de um mês desde o dia das eleições para os diferentes órgãos das nossas autarquias locais, em Aveiro, e praticamente todas as tomadas de posse estão concluídas - faltando apenas a Freguesia de Aradas. Muito pouco li e nada ouvi, sobre os resultados das eleições, e parece ter passado despercebida a consumação de um facto: o PS, em Aveiro, ganhou. Conhecemos todos a maior vitória - para alguns, a única - da noite eleitoral: a conquista da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz, a maior do município, liderada agora por Bruno Ferreira, que, mesmo sem maioria, devolve aos socialistas a responsabilidade de dirigir uma autarquia em Aveiro - algo perdido após as eleições intercalares de São Jacinto, em 2022. As pequenas vitórias, secundárias, mas relevantes, resumem-se à retirada da maioria absoluta em outros quatro órgãos: a Câmara Municipal de Aveiro e as Freguesias de Aradas, Esgueira e Eixo-Eirol. Isto permite exercer pressão e influência sobre quem lidera estes órgãos, mas obriga também a uma oposição responsável e construtiva - e não meramente “do contra” -, exigindo uma comunicação mais consistente das suas posições políticas. Mas o PS, em Aveiro, ganhou mais do que isto: Ganhou a oportunidade de perceber, novamente, que eleições não são atos de messianismo caído do céu, onde se deposita mais fé do que realismo e em que se olha mais para os eleitos do que para os eleitores. Ganhou a oportunidade de entender que um ato eleitoral não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma estafeta 4x365, onde o trabalho contínuo entre eleições define quem cruza a meta em primeiro. Ganhou a oportunidade de conhecer, tarde e a más horas, as associações, clubes e IPSS que sustentam o nosso tecido social, e das quais se afastou nos últimos anos, perdendo contacto com a realidade e com o trabalho árduo destas instituições. Ganhou a oportunidade de descobrir, no terreno, muitos dos problemas que as pessoas enfrentam diariamente, em locais muitas vezes esquecidos do município, onde as autarquias têm obrigação de intervir. Ganhou a oportunidade de aprender - veremos se aprendeu - que a comunicação próxima, digital e sobretudo presencial, é hoje indispensável para criar confiança e explicar aos eleitores os dossiês em discussão e as posições assumidas. Ganhou a oportunidade de confirmar que a comunicação social é um meio útil e fiável, mesmo após anos a criticá-la, e que deve ser usada como veículo de comunicação e não como bode expiatório. Ganhou a oportunidade de iniciar um novo ciclo, de mudar, e de ser capaz de responder ao atual contexto autárquico, às exigências de fiscalização próprias da oposição, mas também de apresentar propostas e construir um programa de mudança. Ganhou a oportunidade de regressar ao essencial: aos problemas reais das pessoas, aos mais vulneráveis e à classe média, que precisa de crescer e ter mais respostas sociais e económicas. Esquecer esta base social é esquecer os fins para os quais a política nos convoca. Saberá o PS Aveiro aproveitar tantas oportunidades?

"O ultraje do aumento das propinas", opinião de Gonçalo Santiago
Opinião

"O ultraje do aumento das propinas", opinião de Gonçalo Santiago

O Governo anunciou o descongelamento das propinas das licenciaturas e mestrados para o próximo ano letivo. Algo, de certa forma, insólito, dado que o valor não se alterava desde 2021. A reação dos estudantes a este aumento não foi a melhor, visto que já estavam acostumados ao valor que, até então, estava fixado nos 697 €. Para esclarecer esta atualização, o Governo emitiu um comunicado com a justificação de que o aumento tem como base a taxa de inflação de 2025, de maneira a “garantir mais autonomia às universidades”, como afirma o Ministro da Educação, Fernando Alexandre. Esta notícia não teve o parecer favorável da maioria dos estudantes, tendo já provocado manifestações por parte destes. De facto, a expressão “aumento das propinas” é suscetível de causar descontentamento. Mas será que há razão para isso? É verdade que, preferencialmente, as propinas deviam ser gratuitas. Contudo, para tal acontecer, seria necessário um investimento brusco, atualmente incomportável para o Estado. Este aumento refletir-se-á num esforço extra de 13 € por ano que os alunos do ensino superior terão de pagar — cerca de 1,08 € (1 € e 8 cêntimos) por mês. Algo que é quase mínimo. Algo que o ministro da Educação também revelou, e que passou despercebido aos olhos da maioria, foi que o apoio social a estudantes vai aumentar 43%. São mais 30 milhões de euros investidos no apoio a estudantes com poucas condições financeiras, para que não fiquem excluídos do ensino superior. Sem falar de todos os apoios dados pelo Governo, não só a estudantes como também a jovens, como, por exemplo, o Porta 65 (programa dedicado ao apoio a jovens no arrendamento de casa) e, ainda, como foi apresentado no Orçamento do Estado, uma medida que prevê que jovens desempregados possam acumular o salário com até 35% do subsídio de desemprego. Os estudantes não estão a ser prejudicados pelo Governo. Aliás, o que este Governo está a fazer, não só pelos estudantes como pelos jovens em geral, é gratificante. O aumento das propinas não impossibilitará nenhum aluno de frequentar o ensino superior; a falta de apoios a estudantes é que o fará. Por isso mesmo, o PSD tem demonstrado a necessidade de refletir sobre esses temas e, mais do que isso, não apenas prometer, mas também executar, algo que o distingue dos últimos anos.

"Os órfãos da IL em Aveiro", opinião de Leonel Almeida
Opinião

"Os órfãos da IL em Aveiro", opinião de Leonel Almeida

Com estas eleições autárquicas a Iniciativa Liberal (IL) Aveiro no concelho elege 3 autarcas em Aveiro, 2 na Assembleia Municipal e 1 na Assembleia de freguesia Gloria e Vera cruz. Fica aquém do resultado obtido nas legislativas, mas em ambiente de apelo ao voto útil entre irmãos demostrou resiliência e bom desempenho. É um degrau abismal para qualquer partido, entra pela primeira vez no circuito político local ativo. É um redobrar de atenção, de exposição e de responsabilidade. João Manuel Oliveira em artigo de opinião na RIA referencia a IL como “partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições”, é uma recorrência, não vou contra-argumentar, compartilho da sua opinião, mas a admoestação carece de maior contexto e é base do meu verdadeiro intuito. Esta observação deve ser acompanhada pelas características dos pequenos partidos sem presença nos órgãos locais. Estruturas locais pequenas e frágeis, implantação social descontinua e sem histórico. Em eleições não há maior liberdade do que a liberdade de participar e opinar, cada qual com as suas carolices e ideias. A participação formal no ato eleitoral é embrião de crescimento, é fator diferenciador nas nossas democracias liberais. Novos pensamentos livres e novas personagens que o eleitor pode ou não fazer evoluir, mas sendo autêntica é legitima. Vem isto a propósito das possibilidades de escolha do eleitor e no caso que aqui importa da IL e da orfandade nestas eleições autárquicas. A IL é um partido ideológico com princípios definidores da sua identidade, há e haverá discussão forte sobre as suas matrizes, mas é identificável e acima de tudo valorizado por isso mesmo. A geografia social tendencialmente mais urbana, menos próxima do indivíduo eleito pessoa, mas mais próxima do indivíduo eleito político reforça a importância da procura e escolha na identidade do partido. Na Região de Aveiro não encontraram. Estamos certos de que não há transferência ou continuidade direta na opção de escolha, porém pior do que isso, não houve possibilidade de continuidade de bandeira, ideologia e pensamento. Não obstante o bom desempenho nacional, houve orfandade de IL no voto em muitos concelhos e muitas mais freguesias. É sobretudo relevante em ambiente urbano como é o da envolvência da cidade de Aveiro, onde há registo de resultados eleitorais bem acima da média nacional nas legislativas. Na Região de Aveiro com 12 concelhos e vários núcleos constituídos, apenas 1 apresentou candidatura própria e um outro em coligação, foi Albergaria, conseguindo 1 eleito. Estes dados sobressaem sobretudo quando comparados com os restantes concelhos do círculo eleitoral de Aveiro (Aveiro Norte / AMP como queiram designar), em 7 concelhos, 4 apresentaram candidaturas próprias e 1 em coligação. Os eleitores dos 12 concelhos da Região de Aveiro contribuíram com 12.200 votos para eleger nas Legislativas o deputado Mário Amorim Lopes, desses apenas 4.100 tiveram possibilidade de votar na IL nas Autárquicas, se assim o desejassem, colocando de parte outros novos que optassem. Em modo especulação direta, significa isto que haveria um potencial de triplicar a eleição de Liberais nos órgãos políticos locais. Ademais, como compreenderão, neste tema não há fronteiras estanques e a força do coletivo de proximidade é sempre mais larga do que a soma das partes distantes, especialmente em boa partilha e com interesses comuns. Isto tudo reforçado pela interação e envolvimento nas redes sociais, que incrementa o seu potencial quando há volume afunilado localmente, que neste caso é o que importa. Em boa reflexão, urge à IL combater esta orfandade. O continuo crescimento do partido necessita de reforçar as suas estruturas locais em ato sistemático e estruturado. Novos 4 anos virão. Voltando à referência inicial, sabemos bem a dificuldade que é manter ativas as estruturas locais dos partidos, sabemos bem a importância da abertura à maior participação, sabemos ainda que é relevante deixar florir novos indivíduos com novas contribuições. Sobretudo sabemos, que é dessa forma que o partido cresce e injustamente, não haverá quem se queixe de só ter aparecido 6 meses antes das eleições. Localmente o eleitorado IL é lebre e pede corrida.

"Região de Aveiro – E quem será o próximo presidente?", opinião de João Manuel Oliveira
Opinião

"Região de Aveiro – E quem será o próximo presidente?", opinião de João Manuel Oliveira

Neste segundo artigo, como referido ontem, aprofundo a situação da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). Também me foco no modelo distrital anacrónico que ainda usamos para votar nas Eleições Legislativas, e que distorce a realidade das populações e dos relacionamentos intermunicipais. Do mapa autárquico regional, podemos tirar algumas conclusões simples: O Partido Social Democrata (PSD) domina de forma inequívoca e irá escolher o próximo presidente da CIRA e a larga maioria na Assembleia Intermunicipal, como tem acontecido nos últimos anos. O CDS manteve as suas duas autarquias, embora tenha perdido mandatos em quase toda a linha. Já o Partido Socialista (PS) não tem voto na matéria no panorama da Região de Aveiro, tendo-se dividido em Estarreja, onde poderia ter ambicionado a um bom resultado. O PSD conseguiu substituir os presidentes que estavam em final de mandato, sendo que a maioria saiu antes. Os seus substitutos naturais (ou escolhidos, como no caso de Vagos, com o regresso de Rui Cruz) venceram em Ovar, Murtosa, Estarreja e, como mencionado, em Vagos. O PSD reforçou a sua posição em Sever do Vouga e em Águeda (onde é sabido que quem governa são independentes aliados ao PSD). Recuperou também Anadia, o filho pródigo que voltou ao seio da família natural, com Jorge Sampaio a transitar de 3 mandatos como vice-presidente para Presidente da autarquia anadiense. Em Aveiro, a coligação liderada pelo PSD venceu, mas perdeu a maioria absoluta. Em Ílhavo, os independentes liderados por João Campolargo não conseguiram assegurar a autarquia para um segundo mandato. Isto deveu-se a uma forte aposta do PSD em Rui Dias, que é extremamente reconhecido localmente e que venceu sem maioria, por menos de um por cento. Um dado histórico que se mantém muito atual: nos municípios a sul do eixo Aveiro/Águeda (Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia) o PS obtém resultados fraquíssimos. Embora em Anadia atinja os 22 por cento, em Ílhavo consegue apenas 13 por cento e nas outras duas autarquias ficam abaixo dos 10 por cento e é suplantado pelo Chega. Na parte norte da Região de Aveiro, a Murtosa foi mais disputada, mercê de uma forte candidatura independente. Por essa razão, o PSD perdeu o título de melhor votação (o resultado de há quatro anos foi acima dos 70 por cento) , apesar de ter conquistado a maioria absoluta. Já em Estarreja, a única mulher líder de uma autarquia na região de Aveiro deve a sua maioria absoluta a uma divisão no seio socialista. Em Albergaria-a-Velha, a saída do presidente (agora presidente da assembleia municipal) foi compensada a contento, e o CDS manteve a maioria. O mesmo ocorreu em Oliveira do Bairro, com Duarte Novo a iniciar o seu último mandato com maioria absoluta. Em Águeda, Jorge Almeida aumentou a sua votação, ganhou mais freguesias e será o decano dos presidentes da Região de Aveiro. Aliás, e quem será o próximo presidente da CIRA? Duarte Novo poderá ser um dos vice-presidentes, tendo em conta o peso institucional do CDS, mas o presidente e o outro vice-presidente serão certamente do PSD, já que o número de câmaras é sintomático: 9-2. Tendo em conta a renovação dos mandatos e o peso relativo das autarquias, veremos quem se candidata. Poderá existir uma proposta de rotatividade, como aconteceu mais recentemente, em que a presidência muda a cada dois anos. Contudo, a minha aposta pessoal recai entre Jorge Almeida, o mais antigo e conhecedor dos dossiers, e nomes como Jorge Sampaio, Januário Cunha ou Rui Dias. A palavra está com o PSD. No que respeita ao distrito, a sul, o único município que não integra a Região de Aveiro é a Mealhada, onde António Jorge Franco se mantém à frente de forma absolutíssima – o que é fácil quando o PSD parece não existir ou aguarda pela lei de limitação de mandatos. A norte, Castelo de Paiva mudou para o PS de forma categórica – tornando-se num município “swing state” com mudanças regulares. Já Arouca é um caso diferente. O trabalho desenvolvido pela oposição dará frutos quando a incumbente, do PS, tiver de sair nas próximas eleições. Continuando a norte, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis mantiveram as cores políticas. Se a primeira sempre foi laranja, Oliveira de Azeméis mantém-se rosa mais uma vez. Será mais uma autarquia interessante de seguir em 2029. Por outro lado, São João da Madeira virou laranja, destronando Jorge Vultos Sequeira do seu terceiro mandato. Veremos como correrá o mandato ao vencedor. Por fim, deixei dois concelhos muito diferentes e curiosos para o final. Em Espinho, Jorge Ratola tinha uma tarefa difícil, mas o PS também a tinha, dado que havia duas candidaturas dessa área: a da ainda presidente da autarquia e a do candidato oficial. Jorge, que foi uma escolha pessoal de Luís Montenegro, ganhou. Em Vale de Cambra, o PSD apostou forte, com um empresário de sucesso e uma deputada, Adriana Rodrigues, como candidata à Assembleia. No final, o CDS ainda celebrou o sucesso, mas sem maioria na autarquia – e perdeu a Assembleia Municipal Em jeito de conclusão final: o distrito parece pintado de laranja. Em 19 concelhos, há apenas um independente (Mealhada), quando havia três. O PS e o CDS dominam três municípios cada. E o PSD, com diferentes nuances (sozinho ou líder de coligação), irá chefiar 12 municípios. As tendências, no entanto, são ainda mais curiosas para o futuro: O PS terá duas autarquias em fim de ciclo, o CDS uma e o PSD nenhuma. Mas, como fui referindo, há tendências para análise profunda pelos partidos. O Chega suplantou o PS no sul do distrito e elegeu seis vereadores, incluindo em Aveiro. Há autarquias sem maioria onde o trabalho da oposição poderá ser interessante de observar (Ílhavo). O CDS foi varrido do mapa autárquico em Águeda (e suplantado pelo Chega), em Sever do Vouga e perdeu vereadores em Vale de Cambra, Albergaria e Aveiro. O PS terá de preparar as suas sucessões, ou corre o risco de ver o distrito ainda mais pintalgado de laranja. Boa sorte a todos, porque os cidadãos precisam de bons autarcas.

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira
Opinião

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira

Decorreram no passado domingo as eleições autárquicas no país. No entanto, nesta sequência de artigos irei escalpelizar a nossa região. Primeiro, Aveiro, depois a CIRA e por fim, aquele, ainda existente, e no entanto anacrónico limite territorial, o distrito. Em síntese, a Aliança com Aveiro teve um resultado satisfatório, Alberto Souto atingiu, mais uma vez, o seu limiar de resistência, o resultado máximo que ele poderia almejar, o Chega entra na vereação, algo histórico e a IL passa a estar presente na Assembleia Municipal. O Livre passa a ter um deputado municipal único e o Bloco de Esquerda e o PCP perdem os seus representantes. Não tenho a certeza absolutíssima, mas acho que é a primeira vez que este partido não tem representação em Aveiro. A Aliança com Aveiro ganhou as eleições e conseguiu fazer um 9-1 nas freguesias, demonstrando a sua presença e consistência. Desde 2005, em que historicamente o CDS e o PSD se uniram em Aveiro – mas mesmo antes, com a exceção de 2001 – o resultado destes dois partidos dá sempre para vencer em Aveiro e na quase totalidade das suas freguesias (o centro da cidade, com a união, é um caso à parte). Alberto Souto atingiu quase o seu limiar de resistência, aqueles votantes que teve em 2005 e em 1997. É alguém que ultrapassa a base do partido e entra em todo o lado, mas também tem um conjunto de resistências que não conseguiu ultrapassar durante a campanha. Em termos comunicacionais, passou uma mensagem de Messias (o cartaz junto à rotunda da Salineira é o melhor exemplo), de alguém que tinha e tem um desígnio para a cidade. Ora, isso não batia certo com a mensagem-slogan “um futuro com todos, com as pessoas”. Demasiados projetos e ideias – algumas com vinte e cinco anos e que estão ultrapassadas ou erradas – voltaram a passar a mensagem de despesista, que se colocou como supercola, embora ele se tentasse libertar. O Chega quase que cumpria o desígnio do seu líder André Ventura. Diogo Soares Machado utilizou os chavões todos mas esqueceu-se que, a exemplo dos irmãos, também ele faz parte de uma família com pergaminhos na cidade, uma elite. E que também ele tem um passado. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar os resultados absolutos da última campanha em que tinha sido mentor, em 2013 e segurar o seu lugar de vereador. Será um erro a Aliança com Aveiro se unir a ele, de forma permanente. Em relação aos partidos que não entraram na vereação, mas sim na Assembleia: a IL conseguiu solidificar a sua presença, garante um resultado sólido e consegue 2 elementos na Assembleia Municipal. Ainda tem uma presença fraca nas freguesias, algo muito parecido com todos os outros partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições – o trabalho político, ao contrário do que se pesa, deve começar três anos antes… O candidato do Livre conseguiu atingir um dos seus três resultados e será deputado municipal. Quem merecia lá estar era a Aurora Cerqueira, porque foi ela que andaram a mostrar em todo o lado, para que as pessoas não se esquecessem que ele era o candidato triplo. Receberam os votos dos que, à esquerda, quiseram castigar o BE e PCP. Quanto a João Moniz, basta dizer que não chega ser o melhor nos debates e um dos mais bem preparados quando se cola a uma extrema-esquerda em plena crise de identidade… Se continuar com vontade e for independente, será alguém a ter debaixo de olho para 2029. Quanto ao PCP, precisa olhar para dentro. Perdeu a sua representação em Aveiro, pela primeira na sua história. Terá sido a última? Não refiro o PAN, pois a sua presença na Assembleia Municipal em 2021 foi, somente, devido ao acordo maravilhoso feito com o PS. A representatividade real está expressa nos resultados deste ano. Candidatos à última da hora dão nisto. Em relação às freguesias e a resultados específicos, é de salientar que poderemos ainda vir a ter novidades, dada a evidente dificuldade da Aliança com Aveiro (e Catarina Barreto, que ganhou com larga margem, mas sem maioria) fazer executivo em Aradas. Se a mesma situação acontece em Esgueira e Eixo Eirol, as campanhas nesses dois locais pareceram mais pacíficas e que darão lugar a negociações mais simples para formar o executivo. São Jacinto foi uma vitória forte da Aliança, demonstrativa que a mensagem do caos anterior afetará o PS nos próximos tempos. Em 2029, Cacia poderá ser um problema grave para a Aliança. Os últimos dados ideológicos (votos as legislativas) levam-me a analisar que a mudança de presidente poderá levar outro tipo de mudanças. Nas outras freguesias (com exceção de Aradas, caso Catarina Barreto se mantenha) os presidentes ainda se poderão recandidatar e por isso, poderemos antecipar eleições mais calmas, em condições normais. Luis Souto de Miranda vai ter um mandato mais fácil do que se julga. Com quatro vereadores e uma assembleia municipal maioritária, basta aguardar para as mudanças que o PS terá no executivo e na sua liderança partidária, e cumprir os mínimos olímpicos. Saiba auscultar as pessoas e resolver alguns assuntos, sendo que o mais crítico em Aveiro será o do estacionamento – com aquilo que está previsto e no terreno. Aveiro, em termos noticiosos, foi tratado como um fait-divers. Fomos falados, nos meios de comunicação, pela “curiosidade” de termos dois irmãos, um contra o outro. Mas não fomos alvo de sondagens, estudos de opinião ou cobertura. Demonstrativo da falta de peso nacional, e de figuras nacionais, mas também da crença no que poderia acontecer. Já em termos noticiosos regionais, vou dar uns enormes parabéns a todos. Numa altura em que a comunicação social nacional passa por uma crise estrutural e de confiança, notei uma evolução positiva em todos os meios, com debates, podcasts, análises e muito trabalho de casa. Parabéns ao Diário de Aveiro, à AveiroMag, ao Noticias de Aveiro, Rádio Terranova e, claro, à Rádio Ria. Amanhã publicarei um segundo artigo, sobre as eleições em termos regionais/distritais e conclusões.

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes
Opinião

“Aveiro entre o passado e o futuro”, opinião de Diogo Gomes

As eleições autárquicas de 2025 em Aveiro são mais do que uma disputa local — são um espelho de duas formas de encarar o tempo: entre quem insiste em reviver o passado e quem ousa pensar o futuro. Este fim de semana, Aveiro vai a votos numas eleições autárquicas dominadas pelo passado. A candidatura da coligação “Aliança Mais Aveiro” parte para o sufrágio, assombrada pelo legado de 12 anos de Ribau Esteves, a quem a cidade deve estabilidade financeira, após o descalabro herdado de anos de má gestão do PS e do próprio PSD. Mas esses três mandatos também ficaram marcados por polémicas, decisões contestadas e por uma notória incapacidade de ouvir a sociedade civil. Essa tensão entre o agradecimento e o desgaste está bem espelhada no slogan da coligação liderada pelo PSD: “continuidade & inovação”. O projeto de Luís Souto é, pois, indissociável do passado — sem o seu protagonista principal é uma mão cheia de nada. Na candidatura socialista reencontramos o seu irmão. Alberto Souto encarna como poucos a ideia de círculo fechado que tem marcado a política aveirense. Autarca entre 1997 e 2005, regressa agora, vinte anos depois, movido por um impulso quase revanchista — uma tentativa de reabilitar a imagem de despesismo e de ruína financeira que se lhe seguiu. O slogan “Um futuro com todos” promete futuro, mas a campanha vive do passado: do que fez, do que diz ter feito e da vontade de reescrever a memória de um tempo em que Aveiro mergulhou na estagnação orçamental. Há ainda outro nome que remete para o passado: Diogo Machado, candidato do CHEGA, autointitulado herdeiro de Girão Pereira, histórico autarca aveirense do CDS. Mais um representante de velhas famílias e dinastias políticas, preso a uma retórica de nostalgia que idealiza a Aveiro dos anos 80 e 90 — uma cidade que já não existe, nem deve existir. Em contraste com este panorama, surge a Iniciativa Liberal (IL), que se apresenta como a verdadeira candidatura do futuro. Sob o lema “Somos a diferença que Aveiro precisa”, a IL apresenta uma equipa com perfis jovens e profissionais: Miguel Gomes para a Câmara e Cláudia Rocha para a Assembleia Municipal. Esta mudança geracional é, por si só, um sinal de esperança: menos carreirismo político, mais mérito, mais trabalho e mais ideias. A IL distingue-se pelo compromisso com a modernização institucional, pela defesa de uma gestão municipal mais leve, transparente e orientada para resultados, e pela aposta na liberdade individual, na competitividade e na inovação como motores de progresso. Em vez de repetir as fórmulas do passado, propõe uma nova relação entre a autarquia, os cidadãos e as empresas. O PSD, o PS e o CHEGA representam, cada um à sua maneira, a nostalgia de um tempo que já passou — uns pela herança familiar, outros pela inércia, outros ainda pela crítica sem proposta. A Iniciativa Liberal é a única força política que fala a linguagem do futuro: habitação, mobilidade inteligente, cultura, empreendedorismo e participação cívica real. Aveiro precisa disso, de ideias novas, de políticas modernas, de energia transformadora. Porque o futuro da cidade constrói-se com a coragem de redesenhar.

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo
Opinião

"A ciência e a investigação são um bem público, não são mercadoria", opinião de Miguel Pedro Araújo

A proposta orçamental para a Ciência e Tecnologia em 2025 já tinha marcado um retrocesso preocupante: 607 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2018. A herança deixada pelo Governo de António Costa - um orçamento de 675 milhões de euros, mais 2,5% do que em 2023 - foi desperdiçada, revelando não só falta de ambição, mas também um desrespeito profundo pelo papel estratégico da ciência. Mas este Governo preferiu continuar a escolher enfraquecer deliberadamente um setor vital para o desenvolvimento do país. Depois da não inclusão de uma Secretaria de Estado para o Ensino Superior na orgânica do Governo, em 2024, surgiu a decisão de extinguir a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), fundindo-a numa nova estrutura orgânica (Agência para a Investigação e Inovação) sem identidade, nem referência, diluindo e esvaziando a missão de uma instituição que, com as suas limitações, era central para a consolidação do sistema científico português. A ciência precisa de estabilidade, previsibilidade e autonomia, não de reformas administrativas que se traduzem em incerteza, perda de história institucional e riscos para a continuidade de projetos, bolsas e, nomeadamente, para as carreiras profissionais, aumentando a precaridade laboral que marca o setor da investigação. Como se tudo isto não fosse, por si só, preocupante, ainda mais inquietante e revelador da ideologia estratégica do Governo é a visão que o atual ministro da Educação deixou clara, no jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD (curiosamente, uma alegada iniciativa de formação de jovens quadros) ao afirmar que “a sociedade tem que perceber que é importante e os cientistas têm que perceber que têm a obrigação de devolver à sociedade o investimento que é feito neles”. Esta declaração encerra uma conceção mercantilista e economicista da investigação, como se o valor da ciência pudesse ser medido apenas como retorno imediato ou em ganhos financeiros. A comunidade científica já devolve à sociedade o investimento que recebe. Fá-lo através da produção de conhecimento, da formação qualificada, da inovação que capacita empresas e instituições públicas, e sobretudo pela construção de uma cidadania crítica e informada. O conhecimento científico não é um luxo nem um custo: é um bem público, indispensável para o ensino superior, para a saúde, para a cultura, para a economia, para a justiça social e para que a sociedade seja mais capacitada para enfrentar os grandes desafios do século XXI: das alterações climáticas às desigualdades, da transição digital à defesa da democracia. A imprevisibilidade nos apoios, a instabilidade das carreiras científicas e a instrumentalização da investigação para fins conjunturais fragilizam um sistema que levou (e leva ainda) tempo a consolidar-se. O risco é claro: transformar a ciência e a investigação numa engrenagem subalterna (subsidiodependente) de curto prazo, sem autonomia, incapaz de planear e de responder com liberdade às necessidades da sociedade. Está em causa uma visão do país que queremos ser. E este Governo parece escolher a via de desvalorização do conhecimento, onde a ciência é reduzida a mercadoria, em vez de ser reconhecida como pilar do saber e do desenvolvimento humano, social, económico e cultural de Portugal. É preciso defender a ciência e a investigação, defender o conhecimento, defender o futuro. E isso faz-se com mais investimento, mais estabilidade e mais respeito pelos que dedicam a sua vida à investigação. Porque sem ciência não há futuro. E sem respeito pelos cientistas e investigadores não há democracia digna desse nome.

ESTAGIÁRIO

Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo
Estagiário

Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo

Luís Souto, aproveitou este domingo de Páscoa para lançar um vídeo onde ensina os seguidores a cozinhar chanfana. O vídeo é tão longo e didático que a dada altura fazia lembrar as suas aulas de Genética ainda com Power Point em Comic Sans. Fontes próximas admitem que só a introdução demorou mais do que as promessas de Luís Montenegro para a requalificação do Hospital de Aveiro. O vídeo acumula já 13 visualizações, das quais 11 são da esposa do próprio Luís, que o partilhou em todos os grupos de Facebook onde é admin e comentou “meu presidente <3” em cada publicação. Já Alberto Souto, armado em chef rústico, atirou-se ao tradicional cabrito no forno de lenha. Só que a lenha estava molhada - tal como os olhos dos eleitores aveirenses sempre que se lembram do seu último mandato. O vídeo, filmado ao estilo "como acender um forno com zero dignidade", mostra Alberto a soprar brasas com a mesma convicção com que se defendia das críticas sobre endividamento municipal. A dada altura, ouvimos “isto com a antiga equipa da Câmara não acontecia”, mas o cabrito continuou cru e o almoço parece que vai passar a lanche. Fontes próximas garantem que os irmãos não falaram entre si sobre o menu, o que resultou numa quantidade de carne suficiente para alimentar todas as demissões no PSD-Aveiro. A comida era tanta que tiveram de improvisar um novo convidado: Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, que, agora em fim de mandato, anda a aceitar tudo o que seja petiscos e tainadas. Os irmãos Souto, sempre atentos às oportunidades, ponderam agora lançar um outro familiar para reitor da UA. Entretanto, Ribau Esteves, depois de uma semana de recuperação em casa pelas violentas dores de costas que o impediram de sair da cadeira no Hotel Meliá na apresentação de Luís Souto, já foi visto novamente muito irritado com toda a situação. Fontes próximas afirmam que já viu os vídeos e deixou claro que não apoia nenhum dos irmãos. Sobre Alberto diz que “continua igualzinho, a gastar dinheiro em lenha sem critério”. De Luís afirma que “tem mais vocação para chefe de cozinha do que para presidente”. Ribau terá ainda acrescentado: “o Luís foi o único aveirense que acreditou que as obras do Hospital arrancam esta ano… deve pensar que a Câmara é como a Bimby: é carregar num botão e esperar milagres”. O almoço terminou sem intoxicações alimentares, mas não por falta de sorte. Felizmente, como as urgências do Hospital de Aveiro estão encerradas neste domingo de Páscoa, ninguém se atreveu a repetir o prato. “Mais vale prevenir do que precisar de médico”, terá dito um dos convivas, enquanto escondia o tupperware com sobras de cabrito no porta-bagagens.

PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025
Estagiário

PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025

“A maior festividade do concelho está a ser gerida com mais segredo do que a escolha de Luís Souto de Miranda como candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA)", acusou o partido em comunicado, reforçando que "a Feira de Março deve pertencer ao povo e não ser um privilégio das elites que sabem o cartaz antes do resto da população". Apesar de oficialmente ainda não haver confirmações, o PCP-Aveiro jura a pés juntos que já sabe que Diogo Piçarra, Bárbara Tinoco e Richie Campbell fazem parte do alinhamento. “Se nós já descobrimos, não nos venham com histórias de que ainda estão a fechar contratos”, disparou um dirigente comunista, visivelmente indignado por não haver ainda um anúncio oficial. Quem não perdeu tempo a reagir foi o atual presidente da CMA. Ribau Esteves garantiu que "o cartaz será revelado quando for a altura certa”, mas relembrando os aveirenses que “se fosse pelo PCP, a Feira de Março era animada pelos Cante Alentejano e terminava com um debate sobre a luta sindical”. Fontes internas do município garantem que o grande motivo para o atraso na divulgação do cartaz tem nome: MC Soutinho, a dupla escolhida para cabeça de cartaz. A escolha não terá agradado a todos os elementos do Executivo Municipal. Segundo as mesmas fontes, Ribau Esteves terá mostrado algum desagrado, confessando que a sua escolha para cabeça de cartaz seriam os Irmãos Verdades, pois, segundo ele, "o alinhamento político e musical seria mais consistente". Perante a insistência da sua equipa, Ribau terá admitido: "Se queriam uma dupla de irmãos, ao menos que fosse uma que tivesse êxitos nos tops e não nas jogatanas políticas”. Já Rogério Carlos, atual vice-presidente da autarquia, mostrou-se mais soltinho depois de ter sido afastado da corrida à liderança da CMA. “Se querem animar o cartaz da Feira de Março deste ano, pelo menos que sejam mais originais. Eu sugiro um dia dedicado aos cantares ao desafio com um despique amigável entre Catarina Barreto e Ângela Almeida ou Filipe Neto Brandão e Manuel Sousa”, afirmou no meio de gargalhadas irónicas enquanto se preparava para assistir ao debate parlamentar que poderá ditar novas eleições legislativas em Portugal. Outro momento alto será o show "Banda das Coligações", onde diferentes partidos políticos se juntam em leilão ao som do hit musical “eu estou à venda”. Fontes próximas garantem que será uma atuação curta, porque nem sempre conseguem tocar a mesma música até ao fim. Entretanto, os aveirenses continuam sem cartaz oficial, mas já têm uma certeza: o verdadeiro espetáculo da Feira de Março não está no palco, está mesmo na política local.

Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro
Estagiário

Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro

Em exclusivo para a página do Estagiário da Ria, Sérgio quis juntar-se ao “verdadeiro espetáculo circense que se assiste na cidade” e declarou que “num momento particularmente difícil para o meu irmão, eu não podia deixar de dizer presente”. “Os Soutos querem mostrar que controlam esta cidade, mas se estamos nessa onda, então vão ter que levar com os Ribaus”, afirmou enquanto apertava um fato axadrezado emprestado pelo seu irmão, relembrando que, tal como Luís Souto, também ele é cronista no Diário de Aveiro. Ribau Esteves também quis prestar declarações ao Estagiário da Ria: "Sim, posso confirmar que o meu mano avisou-me previamente da sua candidatura." Confrontando pelo Estagiário da Ria relativamente ao facto de Luís Souto não ter contactado Alberto Souto antes do anúncio da sua candidatura, Ribau Esteves afirmou no meio de gargalhadas irónicas: "Olhe, essa pergunta tem que fazer ao Luís Souto, não é ele que se apresenta como especialista em genética?" Enquanto isso, o recém-lançado candidato Sérgio Ribau Esteves parece apostado em criar uma “irmandade eleitoral” para melhorar a imagem da cidade, recordando os aveirenses que tem experiência muito útil em gestão de irmandades. “Se sei gerir a irmandade dos ovos moles, acha que será muito diferente gerir um Município? É tudo uma questão de doçura”, afirmou.  O candidato independente aproveitou para dizer, com aquele sorriso de quem domina matemática, que, diferentemente do Alberto Souto – "que se contenta com 101 ideias para Aveiro" – ele tem “mil e uma ideias”. “Não acha que as minhas ultrapassam as do candidato socialista? E não são apenas devaneios mirabolantes, são planos de verdade para mudar a cidade", afirmou enquanto olhava para o programa eleitoral desenhado pelo seu irmão com 1001 árvores preparadas para abate. Agora, Aveiro aguarda ansiosamente para ver se esta súbita multiplicação de irmãos candidatos irá resultar numa revolução familiar na política local… ou apenas num almoço de domingo com demasiadas conversas sobre urnas de voto e propostas mirabolantes. O Estagiário da Ria continua atento a mais novidades, enquanto espreita para ver se ainda resta alguma vaga para ser candidato a sobrinho, primo ou cunhado dos Soutos & Ribaus.

Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro
Estagiário

Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro

"Durante os meus mandatos batemos todos os recordes de turismo. Demos uma nova vida aos nossos canais com os moliceiros elétricos e amigos do ambiente. Agora está na altura de dar o próximo passo: Aveiro precisa de marisco premium e quem melhor que o Fábio Coentrão para ser o rosto desta nova fase?", declarou Ribau Esteves, enquanto tirava uma fotografia ao lado de uma lagosta gigante, com Rogério Carlos a tentar reproduzir o movimento. Entretanto, o reitor da Universidade de Aveiro também já reagiu à mais recente notícia, revelando interesse em localizar o novo viveiro nas marinhas da UA. “Já falei com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro e dei-lhe nota da nossa intenção”, declarou Paulo Jorge Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a reação de Ribau Esteves, o reitor da UA realçou: “Gostou muito da iniciativa. Afinal de contas, ainda há dias anunciou o início da construção de uma nova residência privada para os estudantes. Ora todos sabemos o tipo de estudantes que procuram estas residências. Colocar o novo viveiro junto à UA pode ser uma excelente oportunidade para atrair ainda mais estudantes deste mercado”. Quem já reagiu a esta nova investida do edil aveirense foi Alberto Souto de Miranda. “Com sinceridade, desta vez tenho que reconhecer que é uma excelente iniciativa de Ribau Esteves. Todos nós vimos a cara avermelhada com que o presidente terminou a arruada de São Gonçalinho. Penso que se continuar a tirar fotos ao lado de lagostas, certamente que o seu tom de pele não irá dar tanto nas vistas” atirou o candidato à CMA, enquanto escrevia a centésima segunda ideia do livro que só ele leu.

Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria
Estagiário

Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria

No restante campus, a realidade é bem mais glacial. Nos departamentos, estudantes, funcionários e docentes testam, involuntariamente, o conceito de "resiliência climática". Cobertores, luvas e até gorros de lã fazem agora parte do novo traje académico da Universidade de Aveiro. “Estamos a trabalhar na técnica do pinguim: encostadinhos uns aos outros para preservar o calor", revelou um estudante de Engenharia Mecânica, enquanto bufava nas mãos. Mas nem todos têm essa sorte. Em alguns departamentos, mesmo que ligassem o aquecimento o efeito seria mais simbólico do que prático, fruto do estado dos equipamentos. “Temos consciência disso, mas mesmo assim o calor na UA escapa mais rápido do que o nosso orçamento anual”, desabafou um funcionário da área da manutenção dos Serviços de Gestão Técnica. Os aquecedores, que não sentem uma revisão desde o tempo do Renato Araújo (primeiro reitor eleito da UA), são hoje peças de museu que só aquecem corações… de saudade. Quando questionada sobre a disparidade climática entre a Reitoria e o resto do campus, uma fonte anónima (que se identificou apenas como "Manuel Mãos Frias") disse: “É uma questão de prioridades. As decisões importantes para a universidade precisam de mentes quentes e corações confortáveis. Os estudantes? Esses que usem cachecol." Entretanto, os estudantes preparam um novo protesto, já batizado de "Marcha dos Pinguins", para exigir "calor para todos" e "mantas polares para cada departamento". “Se isto continuar assim, o meu próximo Erasmus vai ser no Polo Norte. Ao menos lá, sabemos ao que vamos”, afirmou uma estudante de Economia, enquanto tentava escrever com luvas de ski. Enquanto isso, o Estagiário da Ria recomenda: se for para a Reitoria, leve protetor solar. Nos departamentos? Gorros, cachecóis e, se possível, um saco de água quente.

Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar
Estagiário

Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar

“Se já consegui pôr Aveiro no mapa com a ria, os moliceiros e o monumento do Siza, imaginem o que posso fazer com um clube de futebol. Isto é uma oportunidade para internacionalizar a marca Ribau”, terá dito o presidente entre vários apertos de mão ao adeptos do Beira-Mar. Entre as ideias mais arrojadas está a escolha de Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal, para treinador principal. "É a oportunidade perfeita para ele ganhar notoriedade. Eu tenho-lhe dado mais palco, mas com uma época desastrosa no futebol é certo que o nome dele vai estar em todas as capas de jornal. O futebol é o palco ideal para ele aprender a lidar com pressão…”, afirmou Ribau Esteves. “E se falhar?”, perguntaram os jornalistas. “É só dizer que o árbitro estava comprado”, respondeu prontamente Ribau. Rogério, por sua vez, mostrou entusiasmo contido: "Eu adoro futebol… Embora seja mais de ver do que de jogar. Ainda recentemente meti-me em aventuras e fui parar ao bloco operatório”, brincou o provável futuro treinador principal que tem aparecido em público com muletas. Quem já reagiu a esta novidade foi a presidente da concelhia do PS-Aveiro. "Não há palavras para mais uma tentativa de Ribau Esteves secar tudo à sua volta. Mas bem, se ele conseguir manter o Beira-Mar nos nacionais, já é mais do que aquilo que fez na Câmara", ironizou Paula Urbano Antunes. Nuno Quintaneiro, atual presidente do clube, tem resistido ao tradicional “braço longo” de Ribau e insiste em gerir o clube com independência. “Nós queremos um Beira-Mar sustentável, não um palco político”, declarou recentemente. Contudo, segundo rumores, essa postura mais firme pode ter acelerado os planos de Ribau tomar as rédeas da SAD. "O Quintaneiro está sempre a falar de sustentabilidade financeira, mas o que é isso comparado com um plano de expansão mediática? O Beira-Mar precisa de mediatismo e eu sou o único que pode garantir isso", terá dito Ribau numa reunião privada. Enquanto Ribau sonha com o Beira-Mar a brilhar nos palcos internacionais, os aveirenses esperam para ver se este novo projeto será um golaço ou mais um remate ao lado. A única certeza? Com Ribau no jogo, o espetáculo está garantido – com ou sem eucaliptos no relvado.

Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus
Estagiário

Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus

O reitor da Universidade de Aveiro surpreendeu a comunidade académica ao declarar, sem apresentar qualquer dado concreto, que o aumento da insegurança no campus está ligado ao crescente número de estudantes internacionais. “Nunca tivemos tantos estudantes internacionais. Coincidência? Não acredito em coincidências”, afirmou, com ar sério, enquanto segurava um relatório... em branco. “Não há razões para alarme. Os vigilantes estão a ser treinados para identificarem ‘comportamentos suspeitos’, como por exemplo estudantes que falem idiomas que não sejam português”, afirmou José Russo Ferreira, responsável pela segurança no campus, que ignorou o facto do seu próprio apelido causar insegurança no campus. A comunidade internacional não demorou a reagir. “Cheguei aqui há três meses e a única coisa que aumentei foi a venda de pastéis de nata no CUA. Insegurança? Só sinto quando tenho exames de Cálculo”, comentou uma estudante vinda da Polónia. Esta medida já foi muito elogiada pelo diretor do Departamento de Física da UA que terá agora os seus meios reforçados para percorrer todas as salas do seu departamento à procura de estudantes que estejam a utilizar as salas de estudo para jogar League of Legends. Já Wilson Carmo, presidente da Associação Académica, rapidamente reagiu à declaração do reitor, classificando-a como “criativa, mas desinformada”. “Queremos dados concretos ou, pelo menos, uma explicação plausível para a correlação entre o aumento de insegurança e os estudantes internacionais. Não vamos aceitar que o barulho de um estudante espanhol a pedir uma caña seja considerado ‘ameaça ao bem-estar do campus’.” Entretanto Manuel Assunção, antigo reitor da UA, veio a público afirmar que a compra já estava prevista nos mandatos anteriores, com um sorriso que parecia ensaiado em frente ao espelho. A Ria sabe que os atrasos no processo de compra das trotinetes foram atribuídos à burocracia habitual da contratação pública, com piadas de bastidores a sugerirem que os vigilantes receberão as trotinetes na mesma altura em que terminarem as filas nos almoços da cantina – ou seja, nunca.

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Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?
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Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?

As eleições autárquicas em Aveiro continuam a gerar polémica. Os candidatos Luís Souto (coligação 'Aliança Mais Aveiro') e Alberto Souto (PS) procuram disputar espaço e influência na Universidade de Aveiro, tentando atrair figuras prestigiadas da comunidade académica para reforçar a sua credibilidade junto do eleitorado. O socialista Alberto Souto anunciou, ao longo dos últimos meses, o apoio de dois antigos reitores da Universidade de Aveiro como membros da sua Comissão de Honra: Júlio Pedrosa (reitor entre 1994 e 2001) e Helena Nazaré (reitora entre 2002 e 2010). Em resposta, Luís Souto revelou, numa sessão pública no Teatro Aveirense, que o mandatário da sua candidatura será Manuel Assunção, reitor da UA entre 2010 e 2018. Durante a apresentação, Luís Souto destacou a Fábrica Centro Ciência Viva e o PCI – Parque de Ciência e Inovação como exemplos do “fortíssimo impacto” da “ação governativa” de Manuel Assunção. A mesma ideia foi reforçada na nota de imprensa enviada à comunicação social. “A ação governativa do professor Manuel Assunção teve um fortíssimo impacto em Aveiro e na região. Destacando-se, a título de exemplo, a Fábrica Ciência Viva, o Parque Ciência e Inovação da região de Aveiro.” Luís Souto, 20 de junho de 2025 “O Prof. Manuel Assunção (...) foi vice-reitor (de 1994 a 2009) e reitor da Universidade de Aveiro (de 2010 a 2018), promovendo a criação de estruturas como a Fábrica - Centro Ciência Viva e o PCI - Parque de Ciência e Inovação.” Nota de imprensa da candidatura ‘Aliança Mais Aveiro’. A Fábrica Centro Ciência Viva foi inaugurada a 1 de julho de 2004, como indica uma publicação recente da própria Universidade de Aveiro nas redes sociais. Na altura, a UA era liderada por Helena Nazaré, que foi reitora de 2002 a 2010. Na foto da inauguração - onde se vê a presença de Mariano Gago, então ministro da Ciência - é possível ver Helena Nazaré em lugar de destaque. Ou seja, o projeto nasceu e foi concretizado sob a liderança de Helena Nazaré. Já o PCI - Parque de Ciência e Inovação foi inaugurado em 2018, durante o mandato de Manuel Assunção, mas começou a ser desenvolvido em 2007 e materializado em 2009. A informação consta no suplemento “Especial PCI”, publicado no dia 10 de março de 2021 no Diário de Aveiro, mas também o site da Câmara Municipal de Ílhavo relembra o momento: “No seguimento da aprovação da candidatura liderada pela UA do Parque da Ciência e Inovação foi assinado o contrato de financiamento no dia 15 de dezembro de 2009, entre a Universidade de Aveiro e o Programa Operacional da Região Centro. Trata-se de um investimento de 35 milhões de euros, com o apoio do QREN no valor de 15,5 milhões de euros”. O documento foi assinado por Helena Nazaré que à data era ainda a reitora da Universidade de Aveiro. A candidatura de Luís Souto atribui a Manuel Assunção um protagonismo que não corresponde inteiramente aos factos históricos. A Fábrica Centro Ciência Viva foi criada sob a liderança de Helena Nazaré, que integra atualmente a Comissão de Honra da candidatura adversária, do PS. Quanto ao PCI, Manuel Assunção teve um papel relevante na fase de concretização, mas o projeto nasceu e foi financiado durante o mandato anterior, também de Helena Nazaré. A classificação final é ENGANADOR. As declarações de Luís Souto exageram o papel de Manuel Assunção, omitindo o envolvimento determinante de Helena Nazaré na criação das duas infraestruturas referidas. O enquadramento apresentado serve um objetivo político, mas não respeita o rigor histórico dos processos citados.

Ribau diz que todas as estruturas desportivas precisam de parecer do IPDJ. É verdade?
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Ribau diz que todas as estruturas desportivas precisam de parecer do IPDJ. É verdade?

“Tudo o que são estruturas para a atividade desportiva têm que ter parecer obrigatoriamente de um instituto público, chamado Instituto Português do Desporto e Juventude”. José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, 17 de junho de 2025, Assembleia Municipal de Aveiro A legislação nacional é clara: não são todas as infraestruturas desportivas que exigem parecer do IPDJ. O Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 110/2012, de 21 de maio, estabelece o Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID). Neste documento pode-se ler no artigo 11.º que “compete ao IPDJ exercer as competências especialmente previstas no presente decreto-lei relativamente às instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo”. Ora, no mesmo decreto-lei, no seu artigo 5.º são definidas as diferentes tipologias de instalações desportivas: “instalações desportivas de base” (que podem ser “instalações desportivas recreativas” e “instalações formativas”), “instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares” e “instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo”. Ou seja, as duas primeiras tipologias de instalações desportivas (recreativas e formativas) não carecem de parecer do IPDJ. Esta informação também é corroborada pelo site do IPDJ que, no separador do licenciamento de instalações desportivas esclarece que são apenas as “instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo” que dependem “do parecer favorável do IPDJ”. Também no número 3 do artigo 4.º do RJID é referida uma exclusão importante: “3 - O regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau; b) Instalações desportivas integradas nos empreendimentos turísticos referidos no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de Março, exceto as que são citadas nas alíneas a), e) e g) do n.º 2 do artigo 15.º do mesmo decreto-lei.” A afirmação de Ribau Esteves é falsa. A lei não exige parecer do IPDJ para todas as estruturas desportivas, apenas para algumas tipologias específicas. A generalização feita pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro não tem base legal e pode induzir em erro o público.

Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?
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Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?

Já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto assinou um artigo de opinião no Diário de Aveiro, na edição de 24 de fevereiro 2010, onde começa por recordar que, durante os seus mandatos como presidente da CMA, construiu cinco pontes entre a Antiga Capitania e o Lago da Fonte Nova, três no Canal de S. Roque e uma sobre a eclusa do Canal das Pirâmides. Mas é logo de seguida que o candidato socialista às próximas autárquicas dá nota que construir uma ponte no Canal Central não foi uma opção para não “estragar”. “Mas, quando pensámos no Canal Central não ousámos estragar: estudámos, estudámos, estudámos e optámos por localizá-la no Canal das Pirâmides”, acrescentou. Também numa carta aberta dirigida ao então presidente da CMA, Élio Maia, o candidato socialista voltou a expressar a sua oposição a uma ponte nessa localização, chamando-a de "casmurrice", "funcionalmente desnecessária" e um "aleijão urbanístico gravíssimo". Agora, na campanha para as eleições autárquicas de 2025, Alberto Souto anunciou uma proposta para uma nova ponte pedonal precisamente no Canal Central, a menos de 50 metros da anterior proposta de Élio Maia. Para justificar a sua ideia, Alberto Souto dá nota que o conceito difere ao ser apresentada como uma "ponte-praça", ou seja, não apenas uma estrutura de atravessamento, mas também um espaço público de lazer. Apesar dessa diferença no conceito, a mudança de posição é evidente. Antes, Alberto Souto via uma ponte no Canal Central como um erro urbanístico, uma "fantasia sem sentido" e afirmava que os “estudos” dessa opção tinham-no ajudado a tomar a decisão de não “estragar” este canal; agora, considera que a nova ponte vai "criar mais Aveiro". Conclusão: é VERDADEIRO que Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e que agora propõe uma nova. A mudança de posição é clara, ainda que a proposta atual tenha um conceito diferente.

Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva
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Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva

"Para o SC Beira-Mar participar nas competições profissionais de futebol tem que se constituir, obrigatoriamente, como uma sociedade desportiva." A afirmação é: VERDADEIRA. Com este momento muito importante na vida do clube, acende-se novamente o debate sobre a relevância da criação de uma sociedade desportiva, muitas vezes levando à desinformação dos sócios, simpatizantes ou simples cidadãos. Ora, segundo a Lei n.º 39/2023, de 4 de agosto, que estabelece o novo regime jurídico das sociedades desportivas, “a participação em competições profissionais de modalidades coletivas é reservada a sociedades desportivas”. A par disso, segundo o artigo 9.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “os clubes participantes na Liga NOS e na LEDMAN LigaPro devem constituir-se, nos termos da lei, sob a forma de sociedade desportiva”. Deste modo, se o SC Beira-Mar atingir competições como a segunda e primeira liga de futebol – que são ambições conhecidas dos órgãos sociais do clube, bem como dos seus sócios e adeptos – terá que obrigatoriamente estar constituído como sociedade desportiva. Recorde-se, neste ponto, que as imposições legais em vigor no que diz respeito à constituição de sociedades desportivas sofreram alterações durante o ano de 2023, precisamente para evitar situações como aquelas que ocorreram no passado com o SC Beira-Mar. No momento da aprovação do novo regime jurídico das sociedades desportivas, o Governo deu nota que que “cerca de 20% das sociedades anónimas desportivas” constituídas até então foram ou estavam “a caminho da extinção, insolvência ou dissolução”. Para evitar que estes cenários se repitam foram várias as alterações introduzidas nesse sentido, destacando-se as seguintes: os investidores passam a ter de demonstrar capacidade económica para fazer o investimento; os detentores de participações sociais e os órgãos de administração não podem ter sido condenados em processos-crime por uma série de crimes; o administrador nomeado pelo clube tem direito a participar em todas as reuniões da sociedade desportiva (uma coisa que até então não estava clara); a introdução de uma figura de um observador (sem direito de voto) nomeado pelos sócios; a impossibilidade de participação em competições a todas as sociedades desportivas que violem de forma grave e continuada os acordos parassociais que celebraram com o clube; ou ainda o facto relevante de que, se a sociedade desportiva não tiver a situação tributária regularizada, isso não irá prejudicar o direito do clube desportivo obter apoio desportivo para outras modalidades.

Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25
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Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25

A afirmação é falsa. “O próprio PSD e o CDS votaram contra porque viram logo na proposta inicial que ela não era justa, porque não contemplava este três pórticos”, afirmou ontem Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e vogal da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro, em declarações à SIC, depois de criticar Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, pela não inclusão da concessão da Costa de Prata da A25 (que liga a Barra a Albergaria-a-Velha e inclui três pórticos com portagens durante o seu troço) na proposta para a abolição das portagens em várias autoestradas do país. Na ata da reunião plenária da Assembleia da República, datada de 2 de maio de 2024, onde se procedeu à discussão do Projeto de Lei n.º 72/XVI do Partido Socialista, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, os deputados do PSD Hugo Soares e Cristóvão Norte afirmam que o seu partido defende “um sistema integrado que respeite o princípio do utilizador-pagador” e uma “redução gradual” das portagens. Na mesma ata não é referido, em nenhum momento, que PSD/CDS iriam votar contra a proposta do PS por esta não incluir os pórticos de Aveiro. Recorde-se que, tal como noticiou a Resnascença, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, durante uma reunião do seu grupo parlamentar, invocou “disciplina de voto” a todos os deputados do seu partido, argumentado que “o PSD nunca defendeu a eliminação imediata das portagens e que o projeto de lei da AD que irá a votos no debate prevê a redução de 50% e que a abolição significa uma despesa na ordem dos 200 milhões de euros”. A afirmação é verdadeira. A atual deputada do PSD à Assembleia da República que é ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e vice-presidente da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro é uma das autoras do Projeto de Resolução nº 61/XVI/1ª com o título “Pela redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, datado de 26 de abril de 2024. Neste Projeto de Resolução, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP recomendam ao Governo “uma redução de portagens ambiciosa”, “com respeito pela sustentabilidade das finanças públicas” e que não coloque “em causa os princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador (...) contemplando as vias A22, A23, A24, A25, A28, A4, A13”. A afirmação é verdadeira. No Projeto de Lei n.º 72/XVI, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, datado de 22 de abril de 2024, o Partido Socialista (PS) apenas colocou na proposta a abolição das portagens no troço da A25 – Beiras Litoral e Alta que liga Albergaria-a-Velha a Vilar Formoso. Durante a discussão na reunião plenária da Assembleia da República, como se pode ler na ata, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, aproveitou para atacar diretamente Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, por este ser deputado pelo círculo de Aveiro e se ter esquecido de colocar os acessos a Aveiro no projeto de lei do PS para abolição das portagens.

17 NOV 2025

UA: Primeira edição do “ShiftE” espera “casa cheia” durante quatro dias e ir “além-fronteiras”
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UA: Primeira edição do “ShiftE” espera “casa cheia” durante quatro dias e ir “além-fronteiras”

Ao longo de quatro dias, o evento da UA, em parceria com a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), pretende “promover a inovação, a empregabilidade e o empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única que reflete a diversidade das áreas científicas da UA”. Em entrevista à Ria, à margem da sessão de abertura, João Veloso, vice-reitor para a Cooperação da UA, salientou a importância do “ShiftE”- ao unir a Semana do Empreendedorismo à Feira de Emprego- , nomeadamente, para a fomentação do espírito empreendedor dos estudantes.  “Ser proativo, pensar fora da caixa e contribuir de um modo significativo para aquilo que é a produtividade das empresas”, descreveu. “Hoje, em média, [a produtividade das empresas] em Portugal está na cauda da Europa. Temos de inverter isto e criar pessoas que façam diferença dentro do mercado de trabalho”, alertou. Sem esquecer a estratégia de promoção de empreendedorismo que a UA tem vindo a seguir, que culminou, em 2024, com a criação da STEP UP, João Veloso referiu ainda que este conceito se projeta “nesta semana do empreendedorismo”. “Tentamos agregar tudo num único bolo de forma a podermos interagir com as diferentes especificidades do empreendedorismo que, muitas vezes, estavam desagregadas. É um grande passo que se está a dar e que pensamos que vai dar frutos para o futuro”, desejou. Fazendo uma reflexão sobre a atualidade, o vice-reitor notou ainda que os jovens estão a enfrentar uma época de “empregabilidade facilitada” em que “há mais dificuldade no estímulo dos jovens e não jovens que queiram construir o seu próprio emprego”. “Temos de continuar esse esforço porque temos visto que no próprio país a componente associada ao Produto Interno Bruto (PIB), relativa ao desenvolvimento das startups, já começa a ter alguma expressão. Ainda é pequeno, mas nota-se um crescimento muito rápido e, por isso, sentimos que era uma obrigação da UA promover e estimular o empreendedorismo”, realçou. Em relação à Feira de Emprego Universidade 5.0, que só arranca amanhã, 18 de novembro, João Veloso deixou ainda a garantia de que, ao longo dos três dias, vão passar pela Nave UA “cerca de 110 empresas”. “No ano passado, tivemos 112 empresas, mas tem sido um número constante também devido às limitações do espaço”, disse, realçando que a expectativa é ter “sempre casa cheia”. Também em entrevista à Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, caraterizou a primeira edição do ‘ShiftE’ como ir “além-fronteiras”. “É isso que queremos transmitir, ao longo do evento, a todos os participantes que venham aqui. Quer sejam estudantes, quer sejam pessoas da comunidade académica ou até mesmo pessoas da cidade. É pensarem que ao juntarem-se a alguém, a algum projeto, é muito mais fácil irem além-fronteiras. (…) É procurarem no desconforto aquilo que pode ser um futuro ainda melhor e que dê resposta a muitas mais perguntas”, exprimiu. Debruçando-se também sobre a Feira de Emprego Universidade 5.0, a presidente da AAUAv destacou que, até ao momento, já têm “mais de 400 inscrições” para as entrevistas de emprego com as empresas confirmadas. Ao longo do evento, estará ainda a decorrer o “Shark Thesis”. Inspirado no formato “pitch”, o Shark Thesis convida estudantes e recém-graduados da UA a apresentarem, em apenas três minutos, as suas teses, dissertações ou projetos finais de forma “clara, criativa e acessível”. “Tivemos um aumento de 20% de participantes [em relação a maio] para o Shark Thesis. (…) O que pretendemos com este momento é dar a oportunidade a todos para explicarem que aquilo que é produzido em contexto académico pode ser replicado em contexto de mercado de trabalho”, reforçou. À Ria, Joana Regadas deixou ainda a garantia de que haverá várias empresas presentes “pela primeira vez”. “Fizemos uma recolha junto do núcleo de estudantes para perceber que empresas é que faziam mais sentido para certas áreas”, partilhou. Tal como avançado pela Ria, a primeira edição do “ShiftE” estará dividido entre a Semana do Empreendedorismo e a Feira do Emprego. Consultando a programação, a 7ª edição da Semana do Empreendedorismo arrancou esta segunda-feira, 17 de novembro, com a sessão de abertura, seguindo-se uma mesa sobre o “Empreendedorismo: O futuro começa agora” com João Afonso (UPTEC). A iniciativa prossegue amanhã, 18 de novembro, com uma palestra sobre “Produtividade com IA”, das 9h00 às 11h00, com André F. Costa (Super_Humano AI); seguindo-se uma conversa sobre “IntraEmpreendedorismo – Inovação e Proatividade, das 14h30 às 16h00, com César Henriques (ECOX), Gonçalo de Macedo (SONAE), Nuno Silva (Altice Labs) e com a moderação de Ana Estima (UA). O dia encerra com um encontro de mentores entre as 18h00 e as 20h00. Na quarta-feira, 19 de novembro, o dia começa com “Técnicas de Negociação”, das 9h30 às 11h00, com João Catalão (Vitamina Catalão). Da parte de tarde, segue-se a conversa “Negócios com Propósito”, das 14h30 às 18h00, com Ana Pais (Beesweat), Rute Cruz (Phenix), Narciso Moreira (Betweien) e com a moderação de Ana Moutas (Aveiro Impact Hub). O último dia, contará com um “Pitch Your Thing”, 10h00 às 12h30, com João Magalhães (Super.brand consultants); com um “Manual de Boas Ideias”, das 16h30 às 17h30, com Diogo Pires (podcast Manual de Boas Ideias) e um “Happy Hour & Networking” pelas 17h30. A programação da Semana do Empreendedorismo pode ser consultada na íntegra aqui.  Além disto, a Nave UA estará ainda a acolher as atividades da Feira de Emprego U5.0. As empresas que estarão presentes- já amanhã- podem ser consultadas aqui.

Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões
Região

Eixo Aveiro-Águeda sem verba garantida: Governo “analisa opções” e custo triplica para 140 milhões

No Relatório do Orçamento do Estado para 2026, que deverá ser aprovado nos próximos dias na Assembleia da República, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda surge inscrito no “Quadro 4.20 – Investimentos estruturantes: Administração Central e Segurança Social (Parte III)”, com uma verba prevista de 47 milhões de euros, acompanhada da nota de que “inclui PRR”. De acordo com o portal ‘Mais Transparência’ do Governo, o projeto apresenta um custo total de 46,9 milhões de euros, totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com data de início em 9 de junho de 2022 e conclusão prevista para 31 de dezembro de 2025. Contudo, o prazo já não corresponde à realidade. O concurso para a empreitada ainda está em fase de lançamento e os diferentes intervenientes admitem que a execução irá prolongar-se para além dos prazos definidos no PRR. A par disso, o valor da obra evoluiu substancialmente. A Câmara Municipal de Aveiro (CMA), numa informação publicada no seu site a 3 de outubro de 2025, referia que o volume total de investimento municipal previsto para 2025-2027 ascendia a 125 milhões de euros, aos quais se “espera acrescentar os 143 milhões de euros correspondentes ao projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, em desenvolvimento”. Ou seja, o custo total estimado triplicou face à candidatura inicial - de cerca de 47 milhões para mais de 140 milhões de euros -, deixando claro que o financiamento previsto no PRR já não cobre a totalidade da obra. A situação não é isolada. Numa auditoria publicada em junho, o Tribunal de Contas alertava para “atrasos significativos na execução dos investimentos previstos” em vários projetos de municípios portugueses, financiados pelo PRR, advertindo que “a sua conclusão já não se mostra compatível com as datas-limite definidas” e que existe “um sério risco de incumprimento da data-limite de 30-06-2026”. No caso do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, somam-se aos atrasos do planeamento da obra a insuficiência das verbas do PRR. Consciente desta realidade, Firmino Ferreira, presidente do PSD-Aveiro e deputado à Assembleia da República, aproveitou a audição do secretário de Estado das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do Orçamento do Estado para 2026, para questionar o ponto de situação do financiamento para esta obra. Mas a resposta do Governo deixou margem para dúvidas e gerou alguma apreensão em diferentes agentes políticos locais. “O Eixo Aveiro-Águeda é absolutamente fundamental. Basta passar na região para perceber que é. Estamos, neste momento, a analisar quais são as opções, quer para assegurar o financiamento, quer para assegurar a prossecução e a concretização desta obra que está, neste momento, a ser analisada pelo Governo”, esclareceu o secretário de Estado Hugo Espírito Santo. A expressão “a analisar opções” foi suficiente para agitar a região e, nesse sentido, a Ria contactou os diferentes intervenientes para explicar-lhe tudo. Em declarações à Ria, o deputado do PSD eleito por Aveiro, Firmino Ferreira, confirma que o valor inicialmente previsto para o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda está hoje completamente desajustado face à realidade. “Em 2022, o valor que estava previsto - e para o qual se tinham conseguido fundos comunitários - apontava para um valor a rondar os 46 milhões de euros. Só que (…) é completamente inviável fazer a obra pelo valor que estava pensado. O valor é significativamente mais elevado e, por isso, é preciso reequacionar como é que se vai conseguir captar fundos para a concretização da mesma”, afirma. O também presidente do PSD de Aveiro explica que a sua pergunta ao Governo visava precisamente perceber como será assegurado o novo modelo de financiamento da obra. “Portanto, é preciso perceber como é que se vai fazer o financiamento da obra. E a minha preocupação era nesse sentido. Perceber como vamos fazer isso e, inclusivamente, se os municípios envolvidos poderiam vir aqui a ter alguma implicação nos seus orçamentos também, se a sua participação tivesse que ser revista. O sentido da minha questão era também, de alguma forma, pressionar que o Governo ande com este processo para a frente e procure a melhor forma de o financiar”, sublinha. Questionado sobre a existência de garantias concretas, o deputado admite que a resposta só chegará com a aprovação de um futuro Orçamento do Estado. “Garantia vamos sabê-la com a aprovação do Orçamento do Estado. Isso é que é a garantia se este valor estará ou não estará”, refere, reconhecendo que o Governo “está ciente da necessidade da concretização desta obra”, mas que “a probabilidade maior será a afetação do dinheiro do Estado”. Já o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, garante que o financiamento do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda “está assegurado”. “Eu diria que o interessante era perguntar ao secretário de Estado o que é que ele queria dizer, porque há uma coisa que eu sei, que efetivamente o assunto estava a ser tratado a nível ministerial, com o envolvimento do primeiro-ministro, que deixou absolutamente claro aos ministros que esta obra é para fazer e ponto”, afirma o autarca. Segundo Jorge Almeida, o Governo já assumiu o compromisso de garantir o financiamento para além do PRR. “Quanto ao financiamento, como toda a gente sabe, há uma resolução do Conselho de Ministros de 20 de março a garantir o financiamento para além do PRR, porque a obra não vai acabar nos prazos do PRR”, reconhece, acrescentando que “a única coisa que teve que ser minimamente decidida foi a questão da plurianualidade do financiamento”. Contudo, a verificação feita pela Ria à Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/2025 de 20 de março mostra que o documento não contém qualquer autorização de encargos ou inscrição orçamental para esta obra - apenas a classificação como “projeto prioritário” e instruções à CCDR-Centro e à Infraestruturas de Portugal para “prosseguir com os estudos”. O presidente da Câmara de Águeda adianta, tal como já tinha feito a 3 de outubro de 2025 a Câmara Municipal de Aveiro, que “a obra vai custar mais de 100 milhões de euros” e que “a única coisa que estamos a articular com o Governo é a plurianualidade”, ou seja, a distribuição do financiamento público pelos próximos anos. Sobre os atrasos no avanço da obra, Jorge Almeida recorda que este “é um projeto que teve a avaliação de impacto ambiental”. “Só em termos de avaliação de impacto ambiental, teve que recolher a opinião das mais de 20 entidades. E a coordenação de todas essas coisas foi quase um ano e meio”, esclarece, relembrando que este é “um projeto com uma envergadura muito grande, com múltiplas especialidades”, mas deixando a garantia que “a obra será repartida ao longo dos exercícios de 2026, 2027 e 2028 - que será o término da obra. Em 2028 vamos chegar de Águeda a Aveiro muito rápido”, garante. O presidente da Câmara Municipal de Águeda explica ainda à Ria a diferença significativa entre o valor inicialmente submetido no âmbito da candidatura ao PRR e o custo atualmente previsto para a execução do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda. O autarca recorda que o projeto começou praticamente do zero. “Repare numa coisa: nós começamos a fazer o projeto - não havia absolutamente nada - em setembro de 2022. Foi quando nós entregamos ao gabinete projetista o início do projeto. E o início começou por levantamentos topográficos, como todos os projetos. Portanto, nessa altura, o valor da obra era uma incógnita para todos”, justifica. Segundo Jorge Almeida, só com o projeto finalizado foi possível perceber a verdadeira dimensão do investimento necessário. “[Tivemos noção de que a obra custaria mais do que os 47 milhões previstos no PRR] quando passamos a ter o projeto completo. E quando o projeto estava pronto, ficamos com a noção de que a obra custa 100 e tal milhões de euros”, revela. O autarca justifica o aumento expressivo com a complexidade técnica e estrutural do traçado. “Pois claro, 40 milhões era uma autêntica 'pechincha'. Estamos a falar de uma obra com perfil de autoestrada, com uma enorme passagem superior sobre a linha de alta velocidade, sobre a A1, com a duplicação do nó da A17, com aquela ponte altíssima sobre o rio Águeda... Estamos a falar disto. E estamos a falar de 15 quilómetros de estrada com estas características, numa zona urbana, a passar por zonas urbanas... Portanto, é uma obra cara, claro que sim.” Desta forma, Jorge Almeida sustenta que o orçamento inicial de 47 milhões de euros do PRR era insuficiente e meramente indicativo, tendo o valor real da empreitada sido apurado apenas após a conclusão do projeto técnico. Essa diferença, aliada ao atraso no lançamento de uma obra “complexa” e de “grande envergadura”, acabou por colocar o projeto numa posição de dependência face às verbas do Orçamento do Estado, uma vez que o financiamento comunitário já não é suficiente nem compatível com o novo calendário de execução. O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Luís Souto, em declarações à Ria depois da última reunião de Câmara, também abordou o tema e garantiu que o projeto do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua a ser uma prioridade. “Como eu expliquei aqui, é um assunto prioritário. Para a semana vamos reunir com a Câmara de Águeda para fazer o ponto da situação e empenharmo-nos ao máximo para que o projeto avance”, afirmou o autarca. Luís Souto sublinha a dimensão técnica e os desafios que o projeto envolve. “É uma obra complexa, é uma obra muito complexa. E atenção que temos ali o atravessamento do rio Vouga, há ali uma complexidade muito grande”, reconhece. Apesar das incertezas sobre o financiamento, o presidente da Câmara de Aveiro mostra-se confiante de que o projeto não será travado. “Eu acredito que não haja retrocesso, porque seria muito mal que o Eixo Aveiro-Águeda tivesse um retrocesso. E, portanto, as coisas acabarão por se compor, de uma forma ou de outra, porque a vontade política existe, eu acredito que existe, a vontade política que se mantém, não há dados contrários a isso, é uma aspiração regional dos nossos deputados, também, obviamente, e, portanto, agora, pode ter que haver alterações, vamos aguardar, em termos do formato de financiamento, ou quer que seja, para a semana vamos fazer um ponto da situação sobre isso”, conclui. Três anos depois do anúncio público do acordo de financiamento e de inscrição do projeto no PRR, o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda continua sem obra, sem concurso e com o financiamento indefinido. O Governo reconhece a importância, mas admite estar ainda a “analisar opções de financiamento”. Águeda garante que há uma resolução que cobre o excedente, mas o documento não o confirma. A indefinição repete-se noutros investimentos estruturantes da região. O novo Hospital de Aveiro, por exemplo, tem apenas 30 milhões de euros garantidos através do Portugal 2030, apesar de o custo total previsto rondar os 150 milhões de euros, um valor muito próximo do necessário para o Eixo Rodoviário. Dois projetos considerados prioritários, mas ambos dependentes de verbas do Orçamento do Estado para poderem avançar em pleno. Quanto ao Eixo Aveiro-Águeda há vontade política, consenso regional, um projeto tecnicamente pronto e um concurso de obra em vias de ser lançado. Quanto a garantias de financiamento, só com os próximos Orçamentos do Estado.

“SAÚD´AVEIRO – Saúde na Praça” sensibiliza sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica na quarta-feira
Cidade

“SAÚD´AVEIRO – Saúde na Praça” sensibiliza sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica na quarta-feira

O evento de sensibilização assume o lema “CapacitAR para melhor RespirAR” e integra atividades de promoção de literacia em saúde, sendo nesta data o enfoque na prevenção da DPOC e doenças respiratórias associadas. O evento é de acesso livre e destina-se ao público em geral. As atividades, que partem de uma organização conjunta entre Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULS-RA) e Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), incluem várias abordagens sobre a função respiratória através de seis “estações” distintas que vão informar os participantes sobre como prevenir, identificar e viver com a doença. O tema vai ser também debatido numa mesa-redonda com a professora Alda Marques, da ESSUA, e Andreia Andrade, do Serviço de Pneumologia da ULS-RA.

Oliveira de Azeméis: Património Cultural inicia classificação do Monte Calbo e do Castro de Ul
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Oliveira de Azeméis: Património Cultural inicia classificação do Monte Calbo e do Castro de Ul

Segundo recorda, à agência Lusa, o Rui Luzes Cabral, vereador da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis com o pelouro da cultura, é recente a descoberta de que o Monte Calbo poderá ter acolhido um povoado no período do Bronze Final, na transição do segundo para o primeiro milénio a.C. Essa suspeita, aponta, é reforçada pelo facto de, nas zonas onde houve revolvimento de terras para plantação de árvores, foram recolhidos “fragmentos de cerâmica e um pequeno machado de anfibolito”. O vereador afirma que a escolha do Monte Calbo para instalação de antigos povos dever-se-á às condições favoráveis da zona, já que esse topo da serra do Pinheiro, situado a uma cota de 460 metros, tem “um amplo domínio da paisagem dos vales envolventes”, que, por sua vez, também apresentam “boa capacidade agrícola”. Além disso, “do ponto mais alto é possível, em dias sem neblina, avistar a linha de costa”, o que, em paralelo à componente contemplativa dessa posição geográfica, teria a vantagem de ajudar a identificar possíveis perigos, como a aproximação por mar de povos invasores. Um aspeto a investigar em futuras prospeções é particularmente nessa perspetiva: “O povoado seria delimitado por uma estrutura tipo muralha em pedra, que não foi ainda escavada”. Já no que se refere ao Castro de Ul, Rui Luzes Cabral explicou que está situado num local “razoavelmente conservado, embora tenha algumas zonas afetadas por trabalhos agrícolas e de silvicultura realizados ao longo do tempo, ao que se junta alguma afetação devido à construção de habitações numa das encostas do cabeço”. Localizado num pequeno monte com cota máxima de 105 metros, na confluência dos rios Antuã e Ul, o Castro de Ul não possui o domínio da paisagem que é característico dos povoados castrejos fortificados da Idade do Ferro, mas apresenta “vertentes relativamente íngremes que lhe garantem uma boa defensabilidade natural”. Ainda assim, os vestígios identificados no sítio – que terá tido uma ocupação mais alargada no tempo, “desde o primeiro milénio a.C. até ao século V d.C.” – revelam sinais de edificado defensivo: “As escavações realizadas até à data têm deixado à vista um conjunto de estruturas em pedra associadas a um troço de muralha com uma porta”. As prospeções aí levadas a cabo no século XX também identificaram “algumas estruturas relacionadas com a ocupação romana” e um conjunto de artefactos que “sugerem a existência de ocupações anteriores, tanto da Idade do Ferro como da Pré-história”. Rui Luzes Cabral quer continuar a estudar o local porque, face aos achados do Calcolítico e Idade do Bronze já descobertos no Castro de Ul, acredita que haverá mais a conhecer: “Foram recolhidos utensílios em sílex, nomeadamente lascas, lâminas, raspadores e núcleos, assim como um machado em pedra polida. Apesar de não terem sido identificadas estruturas habitacionais, há pelo menos uma base de lareira que corresponderá à ocupação do sítio durante este vasto período”.

AAUAv/UA sagra-se campeã nacional universitária de natação em piscina curta
Universidade

AAUAv/UA sagra-se campeã nacional universitária de natação em piscina curta

No campeonato, onde competiram 199 estudantes-atletas e 25 clubes-FADU, a academia aveirense foi quem somou o maior número de pontos, o que lhe valeu o título de campeã nacional universitária. A equipa da UA somou um total de 15 medalhas - sete de ouro, seis de prata e duas de bronze. À Ria, Hugo Carola conta que, inicialmente, os estudantes de Aveiro “não estavam à espera de ganhar”, embora note que “cedo se provou que podiam fazer um bom resultado”. Finda a competição e já depois de arrecadar o ouro, o nadador que aponta que toda a gente ficou “orgulhosa” do resultado. Sendo um resultado inédito para os aveirenses, Hugo Carola lembra que, quando começou a competir em representação da UA, “ia a competições em que eram só quatro ou cinco” os atletas vindos de Aveiro. Agora, com cerca de “25” nadadores em competição, destaca o crescimento do grupo. “Tem sido mais divulgado e tem aparecido mais gente com mais qualidade. Isso tem proporcionado melhores resultados […] O empenho dos estudantes e da Universidade tem melhorado”, garante o nadador. Os destaques da competição vão para Diogo Silva, João Rodrigues – que venceram, cada um, duas medalhas de ouro - e Maria Almeida – que conquistou um ouro e uma prata. As estafetas masculinas e femininas da equipa, constituídas por Diogo Silva, Tiago Brandão, João Rodrigues e Hugo Carola e Carolina Cabral, Margarida Lopes, Maria Almeida e Lara Vasconcelos, respetivamente, também chegaram ao ouro nos 4x50m estilos.

Club Pardilhoense vai “celebrar as tradições” da vila de Pardilhó em evento de Natal
Região

Club Pardilhoense vai “celebrar as tradições” da vila de Pardilhó em evento de Natal

É com o lema “Unir gerações, celebrar tradições” que o Club Pardilhoense se propõe a, na sua sede, organizar uma “jornada cultural e afetiva que atravessa todas as idades, com atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária”. Entre as 14h00 e as 23h15, vão decorrer uma série de atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária. A iniciativa, que nasce do desafio lançado pela direção do Club Pardilhoense, foi desenhado com o envolvimento de todas as instituições, associações, projetos e grupos da vila de Pardilhó. Neste momento, o clube assegura a participação direta de mais de 380 participantes diretos e uma passagem de público estimada de cerca de até 1000 pessoas.

Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro
Cidade

Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro

Apesar do projeto “Plantar o Futuro” se encontrar em “pausa”, tal como avançado anteriormente pela Ria, a Agora Aveiro refere, numa nota de imprensa enviada às redações, que nem assim quer deixar de “fazer crescer esta ideia”. Assim, aproveitando a época de chuvas, a associação desafia toda a comunidade académica da UA- alunos, docentes e funcionários- a participar na ação de reflorestação em Estarreja, no próximo dia 3 de dezembro. “Num mundo onde as alterações climáticas e a degradação ambiental se tornaram uma ameaça cada vez mais real, é fundamental agir para proteger o nosso planeta e garantir um futuro para as próximas gerações. Apesar da complexidade e dimensão do desafio que enfrentamos, muitas vezes é nas ações mais simples que encontramos a solução. Como cidadãos do mundo, cada um de nós tem um papel a desempenhar na preservação do meio ambiente”, alerta na nota. Nesta iniciativa, serão plantadas “500 árvores” - carvalhos-alvarinhos, pilriteiro, medronheiros e sobreiros- cujo objetivo é promover a recuperação ecológica do município e da região. Os interessados em participar devem inscrever-se aqui. O ponto de encontro será na Reitoria da UA, pelas 14h00, seguindo-se a partida de autocarro pelas 14h30 e a chegada ao local pelas 15h00. O regresso a Aveiro está marcado para as 18h00. “No cenário global esta é apenas uma pequena ação, mas uma com o potencial para ser replicada noutras universidades, escolas e comunidades, demonstrando que ações individuais, embora pequenas, quando repetidas por centenas ou até milhares de pessoas, têm o potencial para mudar as nossas comunidades e o mundo”, continua a nota. No comunicado, a Agora Aveiro relembra ainda que o projeto “Plantar o Futuro”, surgiu em 2014, como “Biologia a Plantar o Futuro” e estava integrado no programa de receção e integração dos novos alunos da Licenciatura em Biologia da Universidade de Aveiro. O seu objetivo era promover a responsabilidade social e ambiental, bem como contribuir para a recuperação da Floresta Nativa Portuguesa. Em 2018, na sequência dos devastadores incêndios que assolaram Portugal, com especial incidência em Pedrógão Grande, nasceu o “Plantar o Futuro”. O projeto passou a abranger toda a comunidade académica da Universidade de Aveiro, incluindo alunos, docentes e funcionários, com as atividades de reflorestação agora focadas no Município de Estarreja. Desde 2014, somando os resultados do “Biologia a Plantar o Futuro” e do “Plantar o Futuro”, contabilizam-se mais de 5600 “adotantes” - pessoas que adotaram uma árvore nativa - e mais de 7800 árvores plantadas por cerca de 850 voluntários na Mata Nacional do Buçaco e nos Municípios de Albergaria-a-Velha, Lousada e Estarreja.