Inova-Ria inaugura esta sexta-feira um novo laboratório de eletrónica e robótica em Aveiro
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, o novo espaço pretende “promover a aprendizagem ativa em tecnologias emergentes e despertar o interesse pelas áreas de eletrónica e robótica, essenciais para o futuro digital”. A inauguração contará com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves e do presidente da estrutura de missão “Recuperar Portugal”, Fernando Alfaiate, contando ainda com representantes do sistema científico e tecnológico. O espaço é promovido no âmbito da Agenda Microeletrónica, uma iniciativa financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e reafirma o compromisso da Inova-Ria em impulsionar o desenvolvimento tecnológico e educacional em Portugal. Com o Electronic Labs, a associação visa proporcionar uma nova plataforma que promova o contato dos jovens com as Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE), despertando seu interesse por áreas essenciais para o futuro do país. A Inova-Ria é uma associação sem fins lucrativos que tem como missão contribuir para o reconhecimento da região como o epicentro tecnológico do país, potenciando os seus associados e a comunidade envolvente através da criação de sinergias que promovem o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento e o crescimento económico.
Atletas da AAUAv conquistam medalhas no Campeonato Universitário de Taekwondo
Na modalidade de combate, a estudante Lara Moreira sagrou-se campeã universitária na categoria +73 kg feminino, enquanto Renata Morgado alcançou a medalha de bronze na categoria -62 kg feminino. Na categoria Kup Pares Mistos, a dupla Matilde Cunha e Francisco Luís garantiram o primeiro lugar no pódio. Fora do pódio, mas em competição estiveram também os estudantes Maria João Mendes, Lucas Vieira, Vera Fonseca e Diana Peralta. A competição, organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), atribuiu um total de 23 títulos nacionais entre as modalidades de técnica e combate, com o troféu coletivo a ser conquistado pela Universidade do Porto. Os novos campeões nacionais universitários qualificaram-se para a próxima edição do Campeonato Europeu Universitário de Taekwondo 2025 que irão decorrer de 22 a 25 de agosto, na cidade de Varsóvia, na Polónia.
Carolina Fernandes conquista prata no Meeting Internacional pelo Galitos/Bresimar
Maria Emília Almeida, Tiago Lopes Brandão, Carolina Miranda Fernandes e Diogo Miguel Silva foram os quatro atletas da equipa aveirense Galitos/Bresimar que nadaram, sob o comando técnico do treinador Rui Santos, no Meeting Internacional. A competição que decorreu no complexo de Natação do Centro Desportivo Nacional, no Jamor (Lisboa), contou com a participação de 800 atletas, 278 dos quais oriundos de sete países diferentes. Carolina Fernandes alcançou a prata na Final A dos 100 Mariposa, tendo obtido um tempo de 1:02.53, ficado apenas atrás de Mariana Pacheco Cunha (59.85), que correu pela Colegio Efanor. Carolina foi ainda a 5ª classificada nas Finais A dos 50 Livres e 50 Mariposa e a 7ª na Final A dos 100 Livres. Diogo Silva foi o 6º classificado na Final A dos 200 Costas e 5º nas Finais B dos 50 e 100 Costas. Tiago Brandão ficou classificado em 6º na Final B dos 50 Mariposa. Já Maria Emília Almeida foi 9ª classificada na Final A dos 200 Mariposa e 6ª na Final B dos 100 Mariposa. Em dois dias de prova, os atletas do Galitos/Bresimar marcaram presença em 6 Finais A, tendo obtido 10 melhores tempos e em 4 Finais B, pontuando do 11º aos 20º melhores tempos. Os atletas alcançaram ainda cinco novos recordes pessoais e a equipa aveirense alcançou ainda a 17ª posição na classificação geral, sendo que a competição contou com 59 equipas pontuadas e 78 equipas participantes.
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UNIVERSIDADE
Atletas da AAUAv conquistam medalhas no Campeonato Universitário de Taekwondo
Na modalidade de combate, a estudante Lara Moreira sagrou-se campeã universitária na categoria +73 kg feminino, enquanto Renata Morgado alcançou a medalha de bronze na categoria -62 kg feminino. Na categoria Kup Pares Mistos, a dupla Matilde Cunha e Francisco Luís garantiram o primeiro lugar no pódio. Fora do pódio, mas em competição estiveram também os estudantes Maria João Mendes, Lucas Vieira, Vera Fonseca e Diana Peralta. A competição, organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), atribuiu um total de 23 títulos nacionais entre as modalidades de técnica e combate, com o troféu coletivo a ser conquistado pela Universidade do Porto. Os novos campeões nacionais universitários qualificaram-se para a próxima edição do Campeonato Europeu Universitário de Taekwondo 2025 que irão decorrer de 22 a 25 de agosto, na cidade de Varsóvia, na Polónia.
RJIES: Governo recua em relação à proposta inicial e aumenta peso dos docentes na eleição do reitor
A proposta de revisão inicial do RJIES previa o reforço do poder estudantil e a inclusão dos antigos estudantes na eleição do reitor, com a indicação de que o voto dos estudantes e antigo estudantes tivesse um peso de pelo menos 25%. Juntos, valeriam metade dos votos, mas agora não passarão dos 35%. Recorde-se que uma das principais preocupações do movimento associativo estudantil passava precisamente pelo peso dos antigos estudantes na eleição do reitor, pois entendiam que não devia ser superior ao peso dos atuais estudantes. Na proposta aprovada ontem em Conselho de Ministros, o modelo de eleição direta - já previsto na proposta inicial - mantém-se. No entanto, no que diz respeito à distribuição das percentagens dos membros da comunidade na eleição do reitor, os antigos estudantes passam a ter um peso de pelo menos 15%, valor abaixo dos 25% inicialmente propostos, e os estudantes descem para pelo menos 20%, uma descida de 5%. A proposta prevê ainda pelo menos 50% dos votos para os docentes e investigadores de carreira, quando na proposta inicial se situava nos 30%. O peso do pessoal técnico e administrativo mantém-se na casa dos 10%. A proposta de revisão apresentada ontem mostra ainda que os mandatos do reitor não deverão ser alvo de reforma, contrariamente ao apresentado inicialmente. Tal como avançado pela Ria, a proposta discutida previamente referia a limitação dos mandatos dos reitores para um único mandato com a duração de seis anos. Contudo, o documento ontem aprovado em Conselho de Ministros mostra que os mandatos se vão manter com a duração de quatro anos, renováveis uma vez. Fernando Alexandre, ministro da Educação, salientou em conferência de imprensa que a alteração ao documento era uma “urgência”. Recorde-se que o documento não é revisto desde a sua implementação em 2007. O reforço da autonomia das instituições de ensino superior, nomeadamente para definição de estratégias e dos instrumentos para a implementação dessas estratégias, o modo de eleição do reitor, as medidas de combate à endogamia e a abertura a que agências europeias de acreditação e avaliação possam avaliar e acreditar as instituições de ensino superior e os cursos foram os principais pontos destacados por Fernando Alexandre. O Governo voltar a reunir hoje, dia 7, com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
Governo sem tempo a perder: RJIES será aprovado amanhã no Conselho de Ministros
“Amanhã mesmo iremos aprovar os eixos principais de uma reforma do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, que serão oportunamente tratados também e apreciados na Assembleia da República”, afirmou Luís Montenegro durante esta tarde. O atual primeiro-ministro acrescentou ainda que vai “dar às instituições mais condições para terem os seus processos de autonomia, de serviço daquilo que é o seu propósito formativo e de terem também maiores previsibilidades dos projetos que não se esgotam ao sabor dos governos em funções”. A Ria sabe que o Governo, nas diferentes reuniões que tem promovido com os representantes do setor, mostrou-se disponível para reduzir o peso dos antigos alunos na eleição do reitor (a proposta inicial sugeria 25%, tal como o peso dos estudantes), uma medida defendida por estudantes e reitores. Já os docentes devem ver a sua percentagem reforçada, não estando previsto um reforço do peso na eleição para os trabalhadores das instituições. Recorde-se que a proposta de revisão do Governo apresentada às Instituições de Ensino Superior prevê uma aproximação entre subsistemas universitário e politécnico e público e privado, permitindo a evolução e flexibilização do sistema binário e a racionalização da rede do ensino superior. Além disso, a reforma sugere que os reitores ou presidentes sejam eleitos por eleição direta, alargada à comunidade de ex-alunos, para um mandato único de seis anos, sendo reforçada a independência do Conselho Geral e a importância dos membros externos. O Governo assume ainda como objetivo valorizar o Ensino Politécnico, sendo modificada a definição dos mesmos e estabelecidos requisitos para a utilização da designação "Universidade Politécnica", que poderá ser adotada pelas instituições politécnicas que conferem o grau de doutor.
Bloqueador de computadores da Universidade de Aveiro chega a escolas do país
“O CUCo ('Central Unit Control')tem como missão proteger os dispositivos contra roubos e violações contratuais, permitindo o bloqueio remoto em situações de inconformidade”, explica a UA em nota de imprensa. A solução, desenvolvida em parceria com a Softi9, “obteve recentemente uma extensão territorial da sua proteção industrial e está implementada em computadores e tablets dos diversos agrupamentos escolares em Portugal”. O CUCo ('Central Unit Control'), desenvolvido por André Zúquete e Miguel Rocha, do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática e do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro (IEETA), está a “redefinir os padrões de segurança digital a nível global”. “O CUCo destaca-se pela sua capacidade de incapacitar funcionalmente computadores em caso de posse indevida ou incumprimento de contratos”, salienta a nota de imprensa. Ao contrário de outras tecnologias, funciona independentemente do sistema operativo e não requer ligação à Internet para validar condições contratuais, “tornando-se imune a tentativas de desinstalação ou reinstalação”. De acordo com os inventores da UA, o CUCo “não só previne o uso indevido, como também atua como um forte elemento dissuasor contra roubos e incumprimentos contratuais, protegendo tanto os legítimos proprietários como as empresas que transacionam equipamentos”. "Esta invenção sublinha a capacidade da UA de desenvolver tecnologias disruptivas com impacto global, consolidando a sua parceria com o setor empresarial e reforçando o compromisso com a segurança digital”, salienta a nota. A designação CUCo encontra-se protegida por marca nacional e a invenção protegida por patente a nível nacional e internacional (PCT),recentemente expandida para mercados da Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Europa.
Paulo Jorge Ferreira saúda eleição direta do reitor, mas defende um maior peso dos trabalhadores
Tal como noticiado pela Ria, ao longo dos últimos meses, Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, tem vindo a auscultar diferentes entidades como o CRUP, o Conselho Nacional de Educação ou as Federações Académicas e Associações de Estudantes para apresentar uma proposta final do RJIES ao Conselho de Ministros. Recorde-se que, em entrevista à Ria, o ministro da Educação avançou que gostaria de concluir este processo de revisão até ao mês de “fevereiro”. Concluída as primeiras reuniões, Fernando Alexandre vai reunir novamente com o CRUP, no dia 7 de fevereiro, no âmbito do aniversário da Universidade Católica, em Lisboa. O documento estruturante do Ensino Superior em Portugal propõe uma série de alterações, destacando-se, entre outros pontos, a alteração ao modelo de eleição ao reitor. Na proposta, o Governo retira a competência aos conselhos gerais na eleição do reitor e torna o processo mais inclusivo e abrangente, ao estabelecer que o reitor é eleito diretamente pelos professores, investigadores, estudantes, pessoal não docente e não investigador e pelos antigos estudantes. Em entrevista à Ria, Paulo Jorge Ferreira salientou que vê com “muitos bons olhos” a alteração, mas que a eleição geral “não é inteiramente consensual”. “(…) A eleição geral é motivadora porque cada estudante, cada trabalhador da UA, tem um voto e, por isso, acho que é um ato que tende a melhorar e a motivar mais os membros da academia a participarem na sua gestão. Eu vejo isso com muitos bons olhos”, afirmou. Recorde-se que segundo a proposta de lei que está a ser apresentada pelo Governo, para efeito de apuramento dos resultados finais da eleição do reitor têm que ser observados os seguintes requisitos: os votos dos professores e investigadores terão que ser ponderados em, pelo menos, 30%; os votos dos estudantes em, pelo menos, 25%; os votos do pessoal não docente e não investigador [trabalhadores] em, pelo menos, 10%; os votos dos antigos estudantes em, pelo menos 25%. Para este efeito, o documento considera apenas os antigos estudantes que tenham obtido, há mais de cinco anos, pelo menos um grau académico na sua Instituição de Ensino Superior (IES) e nela não estejam matriculados e inscritos. Sobre o peso dos antigos estudantes [um dos pontos que tem vindo a causar maior controvérsia], o reitor da UA realçou que a ideia “não é desajustada”, embora, veja a proposta com “receio” quando comparada, por exemplo, com o peso de eleição do “pessoal técnico, administrativo e de gestão” [25% vs 10%]. “Considero-o muito desequilibrado”, manifestou, adiantando que fará “o possível” para que o processo “seja melhorado”. O documento sugere ainda a limitação dos mandatos dos reitores para um mandato único, mas com a duração de seis anos (ao contrário dos atuais quatro anos renováveis), mas segundo o Jornal de Notícias (JN) avançou, esta quarta-feira, 29 de janeiro, a medida “não deverá avançar, mantendo-se os atuais dois mandatos por quatro anos”. Relativamente ao processo de auscultação que está neste momento a decorrer, o reitor da UA mostrou-se “satisfeito” e deu nota que a próxima reunião com o ministro da Educação, Ciência e Inovação decorrerá no próximo dia 7 de fevereiro, em Lisboa. “Será dia 7 a terceira oportunidade. Não sei quantas mais haverá e se a proposta convergirá rapidamente ou lentamente, mas parece-me que o ministro está com ideias de a ter pronta em fevereiro e de a fazer passar no Conselho de Ministros ainda esse mês”, salientou. No que toca às sugestões de alteração do RJIES, Paulo Jorge Ferreira realçou que o Conselho de Reitores produziu “18 páginas de sugestões e comentários”. “Eu acho que inexplicável seria não produzir nada porque é o RJIES… Manifestamo-nos fundamentadamente e a mim parece-me que da parte do Ministério houve muita abertura para considerar os pontos de vista que o Conselho de Reitores explicou e melhorar a proposta”, expôs. Entre as principais lacunas apontadas, o presidente do CRUP sublinhou a falta de uma Agência de Avaliação e Acreditação na investigação, tal como existe no ensino. “A avaliação na investigação é feita pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, de forma independente, recorrendo a painéis externos (…) Não há nada que avalie, na globalidade, a qualidade ou a intensidade da investigação numa determinada instituição (…)”, alertou. Entre os vários aspetos positivos da revisão do RJIES, Paulo Jorge Ferreira destacou a questão da “qualidade e da avaliação” ser um dos alicerces no RJIES para a atribuição e a classificação das instituições enquanto universidades ou universidades politécnicas. “Eu fico satisfeito em ser a qualidade e não apenas uma caraterística numérica como, por exemplo, o número mínimo de ciclos de estudo, porque do ponto de vista do estudante o que interessa não é se há dez ciclos de estudo acreditados (…), mas a qualidade”, realçou. “Uma instituição pequena, especializada, pode ter muita qualidade e menos ciclos de estudo. Não deve ficar prejudicada na maneira como é vista pelo público. Deixar repousar na qualidade as decisões sobre a natureza das instituições acho que serve melhor os potenciais estudantes e o público em geral”, partilhou. Relembre-se que, na proposta inicial de revisão do RJIES, apenas as instituições de ensino politécnico que conferem o grau de doutor podiam adotar a designação de universidade politécnica. Entretanto, ao que o JN apurou “o processo poderá passar por pareceres prévios, e não vinculativos da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), competindo a decisão de passagem ou não a universidade politécnica ao Governo”. O RJIES, que regula o funcionamento e organização das IES em Portugal, tanto públicas como privadas, não é revisto desde a sua implementação em 2007. A revisão do regime foi iniciada pela ex-ministra do anterior Governo do Partido Socialista, Elvira Fortunato, com a criação de uma comissão de avaliação. O processo conhece agora novos avanços sob a liderança de Fernando Alexandre, após a entrada do novo Governo liderado por Luís Montenegro.
Tiago Nogueira, Orquestra 12 de Abril e Orfeão de Águeda atuam no concerto solidário da ESTGA-UA
O espetáculo reunirá em palco uma centena de músicos e vozes para uma noite de música e solidariedade. A Orquestra 12 de Abril, o Orfeão de Águeda e Tiago Nogueira, vocalista do grupo “Os Quatro e Meia” serão os responsáveis por abrilhantar a noite. O concerto solidário pretende antecipar o Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março e prestar uma homenagem a todas as mulheres afetadas pelo cancro da mama de forma a sensibilizar a comunidade para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A receita da bilheteira reverterá, na íntegra, para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. A iniciativa insere-se na semana aberta da ESTGA-UA que decorre de 5 a 12 de março. A atividade pretende convidar futuros estudantes e a comunidade local a participar numa série de iniciativas de caráter cultural, formativo e de responsabilidade social. A semana aberta encerrará com um dia dedicado às escolas secundárias da região. O programa na íntegra pode ser consultado aqui.
Estudantes da UA nomeados para os prémios Sophia Estudante
‘PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ é o projeto de Pedro Loyola, Pedro Henriques, Júlia Köche e Isis Coutinho, nomeado para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação dos Prémios Sophia Estudante. O trabalho foi realizado para a unidade curricular ‘Projeto Multimédia’ da Licenciatura em Multimédia e Tecnologias da Comunicação do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA) e conta a história da proliferação de um vírus respiratório. O trabalho, já vencedor do prémio Art Film Awards em 2024 na categoria de ‘Melhor Filme Animado’, é uma espécie de continuação “de um outro projeto, o PlayMutation” adiantou Pedro Loyola. “A professora responsável pelo projeto sugeriu esse tema e fazer algo na área da multimédia, no caso uma animação, e a ideia surgiu assim”, contou Pedro Loyola à Ria. Sobre a nomeação para os prémios Sophia Estudante, Pedro garantiu que o grupo está “muito feliz”. “Este é o nosso segundo festival, primeiro em Portugal, e vai ser uma emoção enorme porque vamos poder ir presencialmente”, referiu o estudante. O trabalho ‘PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ vai ser avaliado, juntamente com oito outros projetos, por Alice Guimarães (realizadora), Carla Andrino (atriz), Cátia Biscaia (produtora), João Gonzalez (realizador) e José Fidalgo (ator) Também Pedro Gomes, estudante do Mestrado em Engenharia e Design do Produto no DeCA, viu o cartaz de um trabalho que desenvolveu nomeado para a categoria ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante. 'Memórias em Tons de Esquecimento' é uma curta-metragem que Pedro desenvolveu de forma extracurricular e que pretende ser um retrato fiel da realidade e uma homenagem aos avós. “A minha maneira de me exprimir é esta”, referiu o estudante. ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ brinca com a noção do tempo e conta a história de uma avó que, por doença, tem de ser ensinada pelo neto. “Vi o desenvolvimento da Alzheimer da minha avó nos últimos tempos a agravar-se cada vez mais e esse foi um dos argumentos para eu retratar tanto o meu crescimento como o desenvolvimento da interação que tenho com a minha avó desde quando era miúdo até agora”, contou Pedro. “Acho que todos nós chegamos a uma fase da vida em que sentimos que devemos fazer alguma coisa por quem ainda cá está, neste caso os meus avós são uns dos meus maiores apoios de crescimento”, referiu Pedro Gomes. Quanto à nomeação, o estudante confessa que não estava à espera, mas ficou orgulhoso por conseguir ter um trabalho da sua autoria e realizado na sua terra [Arcos de Valdevez] representado a nível nacional. "No que toca a prémios de estudantes acho que é muito bom”, reparou. De notar que ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ foi premiado na edição de 2024 no evento Made In Deca (MID). O cartaz do projeto foi contributo de Maria Luís Chaves, uma colega de trabalho de Pedro Gomes. O júri que vai avaliar a categoria de ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante é composto por Antunes João (distribuidor), Bárbara Brandão (caracterizadora), José Vieira Mendes (crítico de Cinema), Julita Santos (produtora) e Paolo Marinou Blanco (realizador). Os prémios Sophia Estudante são prémios atribuídos anualmente pela Academia Portuguesa de Cinema. A iniciativa tem como principais objetivos “incentivar e premiar futuros cineastas” bem como “proporcionar aos estabelecimentos de ensino com cursos de cinema e audiovisual a oportunidade de mostrarem os trabalhos desenvolvidos em contexto escolar”, lê-se no regulamento. O ano de 2025 é ainda marcado pela comemoração do 10º aniversário da iniciativa, que soma este ano a realização de 11 edições.
CIDADE
Inova-Ria inaugura esta sexta-feira um novo laboratório de eletrónica e robótica em Aveiro
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, o novo espaço pretende “promover a aprendizagem ativa em tecnologias emergentes e despertar o interesse pelas áreas de eletrónica e robótica, essenciais para o futuro digital”. A inauguração contará com a presença do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves e do presidente da estrutura de missão “Recuperar Portugal”, Fernando Alfaiate, contando ainda com representantes do sistema científico e tecnológico. O espaço é promovido no âmbito da Agenda Microeletrónica, uma iniciativa financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e reafirma o compromisso da Inova-Ria em impulsionar o desenvolvimento tecnológico e educacional em Portugal. Com o Electronic Labs, a associação visa proporcionar uma nova plataforma que promova o contato dos jovens com as Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE), despertando seu interesse por áreas essenciais para o futuro do país. A Inova-Ria é uma associação sem fins lucrativos que tem como missão contribuir para o reconhecimento da região como o epicentro tecnológico do país, potenciando os seus associados e a comunidade envolvente através da criação de sinergias que promovem o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento e o crescimento económico.
Carolina Fernandes conquista prata no Meeting Internacional pelo Galitos/Bresimar
Maria Emília Almeida, Tiago Lopes Brandão, Carolina Miranda Fernandes e Diogo Miguel Silva foram os quatro atletas da equipa aveirense Galitos/Bresimar que nadaram, sob o comando técnico do treinador Rui Santos, no Meeting Internacional. A competição que decorreu no complexo de Natação do Centro Desportivo Nacional, no Jamor (Lisboa), contou com a participação de 800 atletas, 278 dos quais oriundos de sete países diferentes. Carolina Fernandes alcançou a prata na Final A dos 100 Mariposa, tendo obtido um tempo de 1:02.53, ficado apenas atrás de Mariana Pacheco Cunha (59.85), que correu pela Colegio Efanor. Carolina foi ainda a 5ª classificada nas Finais A dos 50 Livres e 50 Mariposa e a 7ª na Final A dos 100 Livres. Diogo Silva foi o 6º classificado na Final A dos 200 Costas e 5º nas Finais B dos 50 e 100 Costas. Tiago Brandão ficou classificado em 6º na Final B dos 50 Mariposa. Já Maria Emília Almeida foi 9ª classificada na Final A dos 200 Mariposa e 6ª na Final B dos 100 Mariposa. Em dois dias de prova, os atletas do Galitos/Bresimar marcaram presença em 6 Finais A, tendo obtido 10 melhores tempos e em 4 Finais B, pontuando do 11º aos 20º melhores tempos. Os atletas alcançaram ainda cinco novos recordes pessoais e a equipa aveirense alcançou ainda a 17ª posição na classificação geral, sendo que a competição contou com 59 equipas pontuadas e 78 equipas participantes.
Alberto Souto avança para tribunal contra Ribau Esteves depois de “difamação agravada”
“Como, infelizmente, é useiro e vezeiro em afirmações difamatórias e já tem cadastro criminal por isso, o Senhor Eng. Ribau Esteves irá explicar ao Ministério Público o que se recusa a explicar e responder por difamação agravada, porque é reincidente”, lê-se numa publicação na sua rede social do Facebook. Na nota, Alberto Souto de Miranda realça ainda que é “lamentável que use o cargo que ocupa para veicular um rol de mentiras, com ofensa do meu bom nome. Em vez de esclarecer com factos, preferiu responder com difamações”. Face a isto, o socialista explicou as razões que o levaram a fazer o post no seu Facebook, no dia 8 de fevereiro e a escrever que era “surpreendente (...) a notícia de que o investidor doará ao Município um imóvel de 10 milhões de euros para um museu”. Alberto Souto de Miranda refere que ficou “surpreendido” com o valor e que as contas “não estavam bem explicadas”. “A esta crítica normalíssima e educada, o Sr. presidente, em vez de mostrar as contas e explicar porque é que a Câmara vai receber um imóvel de dez milhões de euros, ou em vez de reconhecer que foi mais uma das suas frases inconsistentes, preferiu tentar denegrir-me. Em vez de ser transparente, como apregoa, optou por manter a opacidade”, criticou. Sobre as críticas do atual executivo em que referem que Alberto Souto de Miranda é “um pequeno investidor imobiliário que procura ultrapassar e não cumprir as regras, com tentativas de aprovação diretas com SMS´s ao presidente da CMA e acões de pressão a funcionários da CMA”, o socialista refere que na frase estão “três mentiras”. “É totalmente falso que tenha procurado ultrapassar e não cumprir as regras. É falso que eu tenha procurado aprovação direta com SMS´s ao presidente da CMA. É falso que eu tenha pressionado os funcionários camarários”, esclareceu. “Em primeiro lugar, sempre cumpri todas as regras e nunca solicitei que alguma fosse infringida. Em segundo, o processo entrou pelos canais digitais competentes (os SMS´s ao Presidente têm uma razão: ele tinha avocado o processo e proibiu os funcionários da CMA de me receberem; fez, além disso, veto de gaveta durante um ano e discriminou-me objectivamente). Em terceiro lugar, quanto a pressões ilegítimas sobre os funcionários eles serão as minhas testemunhas”, continuou. O socialista referiu ainda na sua nota que a mentira tem “língua grande e perna curta”. “Os SMS´s estão todos guardados, o processo de obras todo documentado. Ambos mostram quem diz a verdade e quem mente”, referiu. Ainda sobre Ribau Esteves ter lamentado “profundamente quem andou e anda por caminhos bem diferentes e obscuros”, Alberto Souto diz que “não lho admito” e “obscuro é não explicar (…) como é que a Câmara recebe um imóvel de dez milhões de euros”. “Enfim, não sendo candidato, não perdoa a humilhação a que foi sujeito na respetiva escolha e ataca igualmente o meu irmão, a despropósito, só porque sim. É uma pena que não saiba terminar o mandato com um pouco de dignidade”, finaliza.
BE critica “centrão” sobre prolongamento do Canal de São Roque
Além da troca de acusações entre PS e PSD, também o BE lançou um comunicado onde critica a Câmara de construir uma “cidade feita à medida dos interesses da especulação imobiliária e da grande hotelaria”. Na nota, a principal acusação é dirigida ao executivo do PSD-CDS relativamente à aprovação da “construção de um espaço público e o prolongamento do canal de São Roque, com o objetivo de viabilizar a construção de uma nova urbanização privada para o segmento premium, que incluirá prédios residenciais e um hotel com três pisos de cave destinados a estacionamento”, lê-se. Os bloquistas apontam a decisão tomada na última reunião pública como “um bom retrato da política do PSD-CDS: arranjo e criação do espaço público com o objetivo de potenciar a especulação imobiliária e mais-valias urbanísticas”. Apontam ainda que em causa se encontra “a mobilização de milhões de euros do erário público para a criação de uma nova área urbana em terrenos privados” e que “sem os milhões de investimento público previsto para aquela zona, o novo edificado não teria o valor premium de venda”. A nota dá ainda conta de que a intervenção estava prevista “há bastante tempo” e que “só avança agora devido à iminente construção de um hotel e de uma urbanização de luxo na área”. O partido considera “inaceitável que o executivo de direita não exija contrapartidas que permitam reduzir o preço da habitação”, apontando a “disponibilização de uma parte dos apartamentos para arrendamento a preços controlados destinados à classe média” como uma solução. “Assim, a política do PSD-CDS contribuirá para o processo de gentrificação em curso e subsequente aumento do preço da habitação em todo o município”, explicam. O BE critica ainda a abstenção do PS, entendendo que “nas decisões fundamentais sobre a governação autárquica em Aveiro, nomeadamente no que concerne à questão da habitação, o PS pouco se distingue da direita”. O comunicado termina com o partido a assegurar que “é possível uma alternativa à política do centrão de continuar a aumentar o preço da habitação”. Na reunião de Câmara, foi apresentada e aprovada a proposta do lançamento do concurso da obra de Prolongamento do Canal de São Roque. A empreitada tem um valor base de cerca de três milhões de euros e prevê o prolongamento do Canal com o objetivo de aumentar a capacidade dos canais urbanos que funcionam como bacia de retenção em situações de coincidência de chuva intensa e maré alta, aumentando a capacidade de retenção de água da chuva até à abertura das comportas com a maré vazante. A empreitada de prolongamento será executada pela Civilria. Além desse projeto foram também definidas as condições de urbanização dos terrenos da antiga Vitasal. “Vamos autorizar uma urbanização que tem três edifícios de habitação e uma unidade hoteleira que além de ter três pisos de cave para estacionamento privativo obrigatório nos termos do regulamento tem mais uma cave exclusiva de estacionamento público”, referiu José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Rui Carneiro, vereador da oposição referiu na sua intervenção ser “difícil (…) fazer aqui um balanço porque não temos efetivamente os dados de avaliação daquilo que são estes terrenos”. O vereador sublinhou, contudo, que o partido iria adotar uma posição favorável “àquilo que é a obra do alargamento do canal de São Roque e à importância que ela tem para usufruto dos canais”, mas com questões sobre o “conjugar de intenções entre a Câmara e a Civilria, pela dificuldade de avaliar os pesos e os contrapesos do que aqui vem no contrato”.
Inova-Ria promove debate na FEUP sobre a “Indústria Aeroespacial e a Microeletrónica”
O evento, que decorrerá entre as 14h00 e as 17h30, reunirá especialistas, profissionais e entusiastas para explorar o papel crescente da microeletrónica no setor aeroespacial. Durante o workshop, serão discutidas inovações, tendências e oportunidades de colaboração que estão a moldar o futuro desta indústria de ponta. Entre os presentes estará Ricardo Figueiredo, investigador auxiliar no Instituto de Telecomunicações de Aveiro que abordará as “atividades em microeletrónica de rádio frequência para o espaço em Aveiro” e Vânia Azevedo, consultora sénior da OPCO, que falará acerca da “certificação para a indústria aeronáutica e aeroespacial”. A sessão de abertura ficará a cargo de Rui Calçado, diretor da FEUP e de Carlos Alves, membro dos comités de gestão e estratégico da agenda da microeletrónica. O encerramento será realizado por Paulo Marques, gestor executivo da Inova-Ria. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o evento “promete ser uma oportunidade única para debater os desafios e as perspetivas da microeletrónica na evolução da indústria aeroespacial, um setor onde a precisão e a inovação tecnológica desempenham um papel crucial”. Este é o quinto de uma série de dez workshops temáticos que visam aproximar a academia e a indústria, promover a troca de conhecimento e fomentar o networking entre os principais intervenientes do setor tecnológico.
Nuno Teixeira: PCP está em fase de “discussão” para avançar com candidato à Câmara de Aveiro
Questionado, tal como os restantes convidados, acerca do balanço dos últimos 19 anos de governação PSD-CDS em Aveiro, Nuno Teixeira realçou que o partido “dificilmente” consegue fazer um balanço positivo e que o mesmo tem uma outra visão para a cidade. “(…) Temos também um balanço que se coloca muito centralizado na figura do senhor presidente porque, verdadeiramente, ele assume arrogância em relação a um conjunto de temas (…) Quando uma câmara municipal avança para uma obra tão importante como é a questão do Rossio e não ouve as populações denota-se bem (…)”, atirou. Para o membro da comissão concelhia do PCP de Aveiro uma cidade não se constrói com base em uma cabeça. “(…) Constrói-se uma cidade para as pessoas. As pessoas têm de se sentir bem. É mais uma questão de podermos viver na nossa cidade (…) Não digo que não esteja melhor em certos aspetos, mas temos de pensar dessa forma”, continuou. Relativamente à obra do Rossio e ao balanço do primeiro ano desde a sua inauguração, Nuno Teixeira criticou, entre outros aspetos, a forma como o espaço tem vindo a ser utilizado na vertente cultural. “(…) A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) vive de eventos para o espectador. A população de Aveiro necessita de participar (…) Nós não precisamos de eventos que não deixem nada para trás. Acabou a Capital Portuguesa da Cultura o que é que ficou dela? É isto que se coloca. É uma visão diferente que temos para a cidade (…)”, relembrou. Ainda no âmbito das críticas, o membro da comissão concelhia do PCP de Aveiro julgou a postura da Câmara Municipal na matéria da habitação, afirmando que a mesma tem sido de “mera especuladora imobiliária”. “(…) Se nós formos ver os terrenos da Câmara que poderiam ser utilizados verdadeiramente para habitação a custos controlados.... Estão hoje a nascer ou já nasceram empreendimentos que poucos aveirenses têm possibilidade para ir lá viver. Estamos aqui numa universidade, com milhares de jovens que vêm de outros lados e as dificuldades que todos os anos os jovens se deparam para encontrar um espaço para poder morar…”, exprimiu. A Ria questionou ainda Nuno Teixeira relativamente ao projeto-lei apresentado pelo PS para acabar com as portagens nas ex-SCUT [Sem Custos para os Utilizadores] e sobre o facto de o PCP ter votado a favor das mesmas [sendo que a proposta excluía duas das concessões existentes, na A25, no caso de Aveiro ao que o membro da concelhia relembrou que “cada passo que contribua para a melhoria” o partido estará “cá para dar”, mas que objetivo final será a eliminação de todas as portagens. Ainda sobre a polémica da demolição da sede do PCP em Aveiro, na Avenida Lourenço Peixinho, o membro da comissão concelhia garantiu à Ria que “houve muitas fake news pelo caminho” e que o partido está de “consciência tranquila”. “(…) Eu acho que o caminho que foi feito foi uma decisão do PCP. Eu (...) nasci, cresci e formei-me naquela casa... Custou-me, mas era um passo que tinha de ser dado, porque nós também temos de ter melhores condições para prestar um melhor trabalho. Adoraríamos que os problemas urbanísticos, em Aveiro, fossem simplesmente a Vivenda Aleluia (…)”, referiu. No que toca à escolha do candidato do PCP para as eleições autárquicas de 2025, Nuno Teixeira afirmou que “é um processo” e que o partido está, neste momento, em fase de “discussão”. No entanto, este preferiu não avançar com uma data em concreto. “(…) Nem que seja por questões legais, nós temos de entregar listas por volta de julho, portanto, terá de ser antes (…)”, frisou. Sobre o perfil desse candidato, o membro da concelhia recordou que tem de ser alguém que “está para trabalhar” e que se “vai dedicar à tarefa que tem”. “Ao ser eleito cada voto que elegeu é uma responsabilidade que nós temos (…)”, sublinhou. Interpelado ainda sobre a possibilidade do partido se coligar com outros partidos, como, por exemplo, o Bloco de Esquerda (BE), Nuno Teixeira descartou essa opção, realçando que o PCP já tem a coligação CDU (Coligação Democrática Unitária) e que é dessa forma que continuará a fazer o seu “caminho”. Sobre a primeira proposta do programa às eleições autárquicas já anunciada pelo PS [que consiste na criação de um “Programa Municipal de Rearborização” em Aveiro], Nuno Teixeira não se mostrou contra a sugestão da mesma, mas relembrou que, neste momento, é necessário, primeiramente, “discutir o central” e não o “acessório”. Sobre a construção do novo Pavilhão Municipal Nuno Teixeira afirmou que “Ribau Esteves assume a construção de um pavilhão desportivo (…) e nós achamos que é importante o pavilhão para Aveiro, da mesma forma como são importantes umas piscinas municipais em Aveiro. Não existem. Um pavilhão que pretende construir junto ao estádio e se nós pensarmos que não há uma rede de transportes para lá... Como é que os aveirenses vão para lá? É preciso um pavilhão sem dúvida, mas esse pavilhão tem de ser discutido também com as coletividades (…) Nós não queremos que isto continue. Nós não podemos ter mais uma obra importante para a cidade sem que haja uma discussão (…)”, continuou. Numa etapa final da conversa, a Ria questionou ainda Nuno Teixeira sobre a possibilidade de ele ser o candidato às eleições autárquicas pelo PCP ao que o membro da concelhia respondeu que se “o PCP ou o coletivo” se decidirem pelo seu nome que será uma “tarefa” que assumirá.
Luís Souto de Miranda: conheça aqui o percurso do candidato do PSD Aveiro
Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, é o nome avançado pelo PSD às eleições autárquicas deste ano. A sua disponibilidade, anunciada à comunicação social pelo próprio em maio de 2024, viu-se confirmada nos últimos dias e tem sido o tema mais falado da cidade. Luís Souto de Miranda nasceu em 1964, em Aveiro. Licenciou-se em Biologia pela Universidade de Aveiro (UA), onde é atualmente professor auxiliar de Bioética e Genética Forense e investigador na área da Genética Forense e Populacional, área onde se destacou por ser pioneiro na caracterização genética do povo de Timor-Leste. Rumou ao Porto para se tornar mestre em Genética Aplicada e mais tarde doutorou-se em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Do seu currículo académico e científico destaca-se ainda o envolvimento na coordenação de dois projetos europeus ‘Euro4Science’, cujo objetivo passava pela aproximação da ciência aos jovens. É atualmente membro da Comissão Executiva do Departamento de Biologia (DBio) da UA e responsável pelo Laboratório de Genética Aplicada. No que diz respeito ao percurso na política, os passos foram sempre dados no seio do Partido Social Democrata, tendo sido simpatizante e membro da Juventude Social Democrata (JSD). Foi membro da Comissão Política Concelhia da JSD e participou em vários congressos, tendo-se afastado para se dedicar também ao meio académico. Acompanhou de forma natural o percurso do irmão mais velho, Alberto Souto de Miranda, como presidente da Câmara de Aveiro pelo Partido Socialista (PS) entre 1997 e 2005 e à semelhança daquilo que fez com os outros projetos políticos em Aveiro: “com muito interesse e atenção sobre aquilo que se ia fazendo”, sublinhou. Ao recente estatuto de candidato às eleições autárquicas pelo PSD, junta-se a função de presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, compromisso que assume há já oito anos. No currículo constam ainda os cargos de presidente da Assembleia Geral da Associação para Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) e da Confraria dos Ovos Moles. O anúncio do nome de Luís Souto Miranda tem causado surpresa no meio político aveirense, que contava já com Alberto Souto de Miranda, seu irmão mais velho, como candidato às mesmas eleições pelo Partido Socialista (PS). Recorde-se que, em declarações, o irmão Souto socialista pediu a demissão de Luís Souto de presidente da Assembleia Municipal e afirmou que tem vivido “dias muito difíceis”. “A disputa do poder autárquico não vale mais do que um jantar de Natal”, apontou. Às críticas por parte do irmão socialista somam-se ainda as demissões dentro do próprio partido Social Democrata, nomeadamente de Simão Santana, presidente demissionário da Comissão Política da Secção de Aveiro, de Rogério Carlos, vogal da mesma comissão e de José Ribau Esteves, presidente da Assembleia de Secção. O autarca de Aveiro comentou recentemente ao Porto Canal o ponto de situação para as eleições autárquicas em Aveiro, tendo descrito Luís Souto como “um homem com uma carreira universitária, sem nenhuma experiência de gestão”.Sobre as demissões na concelhia, Luís Souto de Miranda prefere não tecer comentários, sublinhando que o seu foco está nos “grandes desafios” que tem pela frente. “Poder fazer coisas para melhorar Aveiro em todos os sentidos, sempre”, afirma Luís Souto Miranda, é o que o move.
REGIÃO
Festival Poesia à Mesa com livro próprio, 60 propostas e versos de Maria Teresa Horta
Como habitual nesse evento do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, a edição deste ano homenageia seis poetas lusófonos – Carlos Eurico da Costa (1928-1998), Conceição Lima, Francisca Camelo, João Luís Barreto Guimarães, João Pedro Mésseder e Rosa Oliveira – mas, devido à morte na passada terça-feira daquela que ficou conhecida como uma das “Três Marias”, voltará a evocar também a escritora e ativista feminista já homenageada no festival de 2024. “Para além das atividades dedicadas aos seis poetas homenageados este ano, teremos igualmente momentos alusivos a importantes efemérides nacionais”, declarou o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira. “É o caso do 25 de Abril, cujas comemorações do 50.º aniversário estão a terminar, mas que ainda iremos evocar com um espetáculo a partir de poemas de várias autoras que lutaram contra a censura do Estado Novo – entre elas Maria Teresa Horta, referência das letras portuguesas falecida a semana passada”, acrescentou. Composto por várias atividades na sua maioria de entrada livre, o evento organizado pela autarquia com um "orçamento espartano de 35.000 euros" pretende alargar a novos públicos o género literário que lhe dá nome, o que implica performances em “palcos inesperados” como restaurantes e pastelarias, o centro de saúde local, farmácias, instituições sociais, fábricas e autocarros de transportes públicos. Algumas dessas iniciativas serão referidas no livro que, editado pelo município, cobrirá os primeiros 20 anos do certame. “Queremos registar para memória futura o percurso de divulgação poética iniciado em 2003, porque o Poesia à Mesa é um elemento essencial da política cultural do município para a promoção da leitura e, dessa forma, vem contribuindo para o acesso dos cidadãos à cultura e ao conhecimento, em prol de uma comunidade mais coesa e informada”, justificou Jorge Vultos Sequeira. Entre as propostas do evento no domínio da arte pública, o cartaz inclui a intervenção artística em caixas de eletricidade em diversas ruas de São João da Madeira e a execução de um mural alusivo aos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, autor de “Os Lusíadas”. O presidente da câmara adiantou que essa pintura vai cobrir a fachada de um edifício de habitação coletiva da cidade e constituirá “mais um polo de atração no roteiro de arte urbana do município”, que já integra obras como o retrato de Salgueiro Maia por Frederico Draw. Quanto aos espetáculos propriamente ditos, o momento mais emblemático será a “Peregrinação Poética”, performance itinerante pelo centro da cidade que, na 23.ª edição do evento, contará com animação de associações locais e declamadores como o ator João Reis, sob a direção artística de Marcantonio del Carlo. Para salas convencionais está anunciada uma performance musical em que a cantora Ana Deus, acompanhada na música eletrónica por Marta Abreu, interpretará poetisas como Natália Correia, Maria Teresa Horta e Adelaide Monteiro. O cartaz prevê ainda um “Serão Poético” pelo cantor e compositor Tozé Brito e a radialista Inês Meneses, um concerto com o ‘diseur’ Pedro Lamares e a harpista e guitarrista Ana Isabel Dias, e uma conferência com Rita Taborda Duarte. Entre sessões especiais para escolas e instituições sociais, apresentações de livros e recitais com debate, a edição de 2025 propõe ainda oficinas infantis por João Pedro Mésseder, um concurso de poesia e outro de eloquência e oratória.
Ciclista colombiano Santiago Mesa conquista Prova de Abertura pela segunda vez
Dois anos depois de conquistar a corrida que inaugura a época em Portugal, o colombiano de 27 anos voltou a ser o melhor no final dos 158,8 quilómetros entre Vagos e a praia da Torreira (Murtosa), batendo ao sprint o argentino Tomas Contte (Aviludo-Louletano-Loulé), que tinha vencido a Prova de Abertura em 2024. Em terceiro lugar, com as mesmas 03:37.38 horas de Mesa, chegou o venezuelano Leangel Linarez (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua). Antes da chegada à Torreira, a jornada foi animada por Pedro Silva (Anicolor- Tien21) que, depois de integrar uma primeira iniciativa, fugiu ao pelotão perto do quilómetro 50 e construiu uma vantagem superior a dois minutos. O jovem de 23 anos acabou ‘apanhado’ à entrada para os últimos 15 quilómetros, depois de a Efapel e a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua terem assumido a perseguição. Nas restantes classificações, Gonçalo Leaça (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car) venceu a montanha, com seis pontos, e João Martins a juventude, com a Rádio Popular-Paredes- Boavista a festejar ainda o triunfo por equipas.
Hospital de Santa Maria da Feira cria salas sensoriais para reduzir ansiedade a utentes e pessoal
Resultando de um investimento de cerca de 31.000 euros financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, o projeto permitiu implementar os princípios da Terapia Multissensorial 'Snoezelen' em três espaços desse hospital do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto: um deles afeto à Sala de Partos, outro à unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e outro ao serviço de Medicina Física e Reabilitação. Após uma consulta inicial entre o profissional de saúde e o utilizador do chamado espaço senso-relax, para o primeiro adequar o ambiente da sala às necessidades terapêuticas específicas do segundo, apagam-se as luzes principais e o cenário torna-se psicadélico, a lembrar décors hippies dos anos 60. Como peças principais, há um colchão de água e um cadeirão de massagem; ao lado, altas colunas de vidro preenchidas com líquidos luminosos agitados por bolhas de ar; no teto, um céu estrelado de cores mais ou menos discretas; para usar a gosto, colares de fibra ótica colorida, plasticina e instrumentos musicais como um pau-de-chuva; como banda-sonora, cantos de baleia, o som do mar, música clássica ou a discografia que o utilizador preferir; a envolver tudo, essências aromáticas de alfazema ou citrinos, consoante o desejo de calma ou estimulação; e, para o sentido do paladar, até batatas fritas e amendoins em chocolate crocante. A neonatologista, Denise Souza, que é uma das médicas responsáveis pelo projeto, explica que em causa está “uma medida não farmacológica” para utentes que, pela sua condição clínica ou devido a circunstâncias pontuais, evidenciam “grandes sinais de ansiedade e stress, e podem beneficiar de uma pausa isolada, relaxante, que os ajudará a recuperar o equilíbrio emocional indispensável à recuperação”. A enfermeira Dulce Brito, especialista em saúde materna e obstétrica, afirma que o tratamento 'Snoezelen' se aplica tanto a “grávidas que estejam em interrupção de gravidez e mães de recém-nascidos prematuros” – duas situações particularmente sujeitas a ansiedade e depressão – como a “seniores com demências e comportamentos agressivos, crianças com lesões cerebrais ou dificuldades de desenvolvimento psicomotor e concentração, e vítimas de acidentes vasculares cerebrais ou doença pulmonar crónica com grandes alterações de humor devido às sequelas”. Se o utente estiver acamado, e não puder deslocar-se a uma das três salas senso-relax, há um posto móvel que irá ao seu encontro no internamento, munido do que a enfermeira especialista Ana Patrícia Oliveira define como “os recursos mais portáteis e práticos” para uma terapia que, jogando também com técnicas de respiração, nesse caso “vai envolver as outras pessoas do mesmo quarto”. Já no que se refere aos funcionários do hospital, o uso das novas salas ainda só está disponível para as equipas dos três serviços envolvidos no projeto e terá que verificar-se fora dos seus horários de trabalho, mas os princípios terapêuticos são os mesmos e a médica Catarina Aguiar Branco acredita que farão a diferença num contexto de crescente pressão laboral. “É transversal a todo o setor da saúde – os profissionais estão a fazer cada vez mais horas, mostram-se muito cansados e isso gera depressões, perturbações do sono, desmotivação”, realça a diretora do Serviço de Medicina Física. “Passar por uma sala destas será uma mais-valia que lhes vai permitir lidar melhor com o que sentem, encontrar mecanismos de descontração e recuperar energia para retomar o trabalho com outro ânimo”, defende. Fátima Pinho é uma das funcionárias que já fez a experiência e, para o repouso no colchão de água, apoiada sobre uma almofada quente e envolvida por fios luminosos, optou pelo silêncio. “Como o nosso serviço é um bocadinho barulhento, e tem sempre muita gente, preferi não ter música”, revela, no seu jeito delicado e franzino. Exercendo funções no hospital há 26 anos, essa assistente operacional já enfrentou outras fases menos positivas na vida, mas, agora que se depara com problemas pessoais e se sente mais nervosa devido à instabilidade no trabalho, gostou da pausa proporcionada pela sala senso-relax. “As regras estão sempre a mudar, a qualquer altura somos chamados para tarefas noutros serviços e isso, a mim, deixa-me um bocadinho ansiosa”, admite. “Estar ali fechada aqueles momentos soube-me bem: acho que é tudo bonito e calmante, foi reconfortante aquela tranquilidade, quase a flutuar”, recorda. Juliana Liberali já esteve várias vezes no espaço 'Snoezelen' dos Cuidados Intensivos Neonotais e conta que, da primeira vez que se sentou no cadeirão de massagem, no escuro, sob a réplica de estrelas, passou quase todo o tempo a chorar. “O meu filho nasceu no Porto, muito prematuro, mas, como sou da Feira, vim cá para o hospital. Ele está aqui internado há mais de um mês e, quando finalmente parecia melhor, de repente voltou a piorar e eu reagi muito mal, fiquei muito depressiva”, relata, com um colar de luzes pelo ombro. Esses fios luminosos foram uma das boas sensações a que se habitou: “Cheguei muito nervosa e chorei, chorei, mas fui mexendo nos fios como se estivesse a acarinhar a minha gata, fui ouvindo a música, foquei-me nos peixinhos [dentro da coluna de água] e comecei a relaxar… A certa altura já estava a pensar positivo de novo e até convidei o meu marido para jantar fora e aproveitar o sentimento bom”. Ele aceitou, viu o efeito positivo que a sala 'Snoezelen' teve na esposa e, citado pela própria Luciana, concluiu: “O hospital não está a cuidar só do bebé – está a cuidar da mãe do bebé também”.
Hospital de Santa Maria da Feira aponta grávidas estrangeiras como mais sujeitas a ansiedade
O tema foi abordado com a Lusa no contexto das condições emocionais e de saúde mental que justificam que as utentes dos serviços de obstetrícia e neonatologia dessa unidade do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto tenham agora acesso a terapêuticas Snoezelen, que, mediante recursos como música, efeitos de luz e ótica, massagem e manipulação de objetos, visam diminuir os seus níveis de ansiedade, stress, nervosismo e depressão, entre outros fatores de risco. “A gravidez e os primeiros tempos de vida do bebé constituem um período crítico e vulnerável para a saúde mental da mãe e da criança”, começa por explicar a médica Denise Souza, da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do referido hospital da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga. Em 2024, registaram-se nesse hospital 1.356 nascimentos, sendo que, desses, 187 foram de bebés cujas mães não eram portuguesas. “Em condições normais, estar à espera de bebé ou começar a criá-lo já é problemático por si só, mas, para uma mulher estrangeira a viver em Portugal e dependente de burocracias para ter a sua vida regularizada, a situação é ainda mais complicada e causa muita ansiedade”, complementa a neonatologista. Catarina Aguiar Branco, médica do serviço de Medicina Física e Reabilitação que também integra a equipa especializada na terapia 'Snoezelen', dá exemplos de utentes de nacionalidade estrangeira que entram no hospital “muito mais agitadas do que as portuguesas” porque, embora vivendo e dando à luz em Santa Maria da Feira, precisam de tratar dos respetivos processos de legalização em concelhos como Marco de Canavezes, que, a cerca de 80 quilómetro de distância, “são mais céleres a emitir os vistos de residência”. Especialista em saúde materna e obstétrica, a enfermeira Ana Patrícia Oliveira realça que a angústia também afeta os companheiros das grávidas e recém-mães, o que cria no ambiente familiar “uma tensão que não é benéfica para ninguém, muito menos para o bebé”. É por isso que a prescrição de uma sessão 'Snoezelen' também pode ser alargada ao pai, à segunda mãe ou a outro familiar responsável pela criança – no que os homens, de início, são os que mais se revelam “de pé atrás, para depois, afinal, serem os primeiros a querer repetir”. Já quando mãe e bebé têm alta, evitar uma recaída passa por ensinar os beneficiários da terapêutica senso-relax “a replicarem em casa o que aprenderam no hospital”, o que a enfermeira especialista Dulce Brito diz que é possível, não tanto com a afetação de um quarto inteiro a esse tipo de terapia, mas com “a adaptação de pequenos aspetos do dia-a-dia a novos hábitos de calma e relaxamento, como definir uma hora certa para ouvir música ou fazer exercícios de respiração a média luz”. Além de grávidas e parturientes, as novas salas terapêuticas também se destinam a utentes do serviço de Medicina Física e Reabilitação – o que abrange, por exemplo, vítimas de acidente vascular cerebral, doentes pulmonares crónicos, adultos com demência e crianças com autismo ou dificuldades psicomotoras – e estará ainda disponível para os funcionários que trabalham nos respetivos serviços. No máximo da sua capacidade, as terapias senso-relax do Hospital da Feira podem assim chegar a cerca de 1.500 grávidas e parturientes, igual número de acompanhantes, 125 funcionários do serviço de Ginecologia e Obstetrícia, e 145 do de Pediatria e Neonatologia, ao que acrescem 800 utentes das várias áreas de especialização de Medicina Física e Reabilitação, e 94 profissionais dessa área – num universo global superior, portanto, a 2.800 pessoas.
PSD e CDS querem nó de acesso à A1 entre Anadia e Oliveira do Bairro
Numa nota de imprensa este sábado divulgada, os grupos parlamentares recordaram o compromisso eleitoral assumido pela Aliança Democrática (AD) relativamente a esta obra e pediram que, na renegociação da concessão daquela autoestrada, fique consignada a obrigação de a concessionária criar o nó de acesso. No texto que suporta o projeto de resolução conjunto que entregaram na Assembleia da República, referem que se trata de um investimento importante para o desenvolvimento económico e social da região da Bairrada, “não só do ponto de vista da mobilidade e da melhoria da qualidade de vida das populações, mas também do ponto de vista da competitividade empresarial”. Segundo os dois grupos parlamentares, “a pretensão dos municípios de Anadia e Oliveira do Bairro tem vários anos, tendo a reivindicação sido reconhecida como legítima por diferentes governos, sem que a obra tivesse sido concretizada”. Como está referido no projeto de resolução, a realidade atual leva a “significativos constrangimentos”, estando o pior deles relacionado com “as dezenas de quilómetros a percorrer até aos nós de acesso à A1 mais próximos, localizados em Aveiro Sul e na Mealhada, que distam entre si 23,6 quilómetros”. Ao justificarem a importância desta obra, os deputados destacaram que se torna “essencial para a expansão dos tecidos empresariais, através da atração de novos investimentos, com impacto positivo na criação de emprego e no aumento do rendimento das famílias”. Por outro lado, “além de contribuir para a redução de emissões de CO2, a proximidade do novo nó aos dois concelhos reduziria significativamente os custos logísticos das empresas e das famílias” e “o acesso direto à A1 facilitaria a mobilidade dos munícipes e trabalhadores, proporcionando a diminuição dos tempos de deslocação”, acrescentaram. Na sua opinião, “a existência de um estudo prévio, elaborado pelos dois municípios, de uma possível localização do novo nó entre a Zona Industrial de Amoreira da Gândara e a Serena, reforça a vontade e a premência da realização deste investimento para toda a região da Bairrada”. Os parlamentares justificaram terem assumido este compromisso por considerarem que se trata de uma “obra de interesse público, que contribuirá para o fortalecimento das economias local e regional e para a melhoria das condições de vida das populações”, e também por entenderem que é “da mais elementar justiça cumprir com esta reivindicação antiga das populações de Anadia e Oliveira do Bairro”.
Anadia celebra Carlos Paredes com espetáculo, exposição, palestras e workshops
“Em Anadia vamos apresentar um espetáculo sócio-comunitário nos dias 25 e 26 de abril. É um espetáculo que inclui coletivos locais, nomeadamente um coro, uma orquestra, grupos de dança e de teatro”, destacou André Varandas. O espetáculo documentário terá lugar no Cine Teatro Anadia, nos dias 25 e 26 de abril, sob a direção artística e musical de André Varandas e Bruno Costa e contando com a direção de orquestra e coro do maestro Artur Pinho Maria e arranjos exclusivos do compositor brasileiro Rodrigo Morte. Contará com a colaboração de cinco associações anadienses: - Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Mogofores (Adabem), Club de Ancas, Coral Stella Maris - Music & Arts, Coral da Bairrada e Orquestra Ligeira de Anadia. Em declarações à agência Lusa, um dos mentores do projeto explicou que este será um espetáculo multidisciplinar, “à semelhança do que Carlos Paredes acabou por fazer em vida”. “Carlos Paredes criava a sua música com diferentes artes. Este é um pouco o mote do que levamos ao território”, acrescentou. O projeto cultural “100 Paredes” é um projeto itinerante que, ao longo do ano, apresenta em 15 municípios do país uma programação diversificada para divulgar e enaltecer o legado do compositor e guitarrista português Carlos Paredes. Foi concebido em Coimbra, na cidade natal de Carlos Paredes, com o apoio da Universidade de Coimbra e do Município de Coimbra, integrando mais de 80 eventos e iniciativas a nível nacional e internacional. Para além do espetáculo documentário, o concelho de Anadia irá ainda receber uma exposição sobre a vida e obra de Carlos Paredes. A mostra estará patente na Biblioteca Municipal de Anadia, de 22 de março a 04 de abril, contando com a exibição de uma guitarra portuguesa comemorativa, feita pelo atelier Fernando Meireles. Compõem ainda o programa para a Anadia um conjunto de palestras e ‘workshops’, a realizar em data a anunciar, em escolas deste concelho do distrito de Aveiro. “Quisemos fazer um programa com uma oferta cultural que chegue a vários públicos”, indicou ainda André Varandas. O projeto “100 Paredes” integra a programação nacional “Variações para Carlos Paredes”, criada para assinalar os 100 anos do nascimento do músico que nasceu em Coimbra a 16 de fevereiro de 1925 e morreu em Lisboa, a 23 de julho de 2004. Resulta de um protocolo celebrado entre o Ministério da Cultura e a Câmara Municipal de Lisboa, através da Lisboa Cultura / EGEAC.
Rui Dias é o candidato do PSD à Câmara Municipal de Ílhavo
Rui Dias tem um percurso marcado pela dedicação a diversas instituições locais, tendo desempenhado funções como presidente do Illiabum Clube, da Delegação de Ílhavo da Ordem dos Advogados, do Rotary Clube de Ílhavo e da Associação dos Amigos da Barra, entre outras. O candidato foi ainda membro de órgãos de gestão de associações de pais e atualmente é vice-presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol. Em termos políticos, Rui Dias conta com experiência em vários cargos dentro do PSD, tanto no plano concelhio, como distrital e nacional: foi presidente da Secção de Ílhavo do partido, vice-presidente da Comissão Política Distrital de Aveiro e presidente do Conselho de Jurisdição Distrital de Aveiro, além de ter integrado o Conselho Nacional do PSD. Exerceu ainda funções na Câmara Municipal de Ílhavo, enquanto chefe de gabinete e assessor kurídico. O PSD de Ílhavo destaca que a escolha de Rui Dias se deve ao seu “sólido e reconhecido percurso pessoal, profissional, político e cívico”, bem como ao profundo conhecimento do concelho e das suas instituições. O partido considera que o candidato reúne as condições necessárias para liderar “um projeto criativo, congregador e mobilizador” que, segundo a estrutura social-democrata, pretende representar uma viragem na gestão camarária e aproximar a autarquia dos munícipes, das empresas e das associações locais. A apresentação pública da candidatura está prevista para breve, assim que forem concluídas as formalidades necessárias no âmbito do processo de oficialização.
PAÍS
Governo investe 52 milhões de euros na prevenção de incêndios rurais
Em comunicado, o ministério explicou que os 52 milhões de euros serão realocados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o objetivo de “proteger as populações e o território face ao risco crescente de incêndios, num contexto marcado pelas alterações climáticas”. O reforço da capacidade de intervenção das Organizações de Produtores Florestais titulares de Equipas de Sapadores Florestais e dos municípios, com um financiamento previsto superior a 30 milhões de euros (para aquisição de tratores com equipamento especializado para gestão de combustíveis) é uma das medidas previstas. “Está também prevista a aquisição de novas viaturas para promover a operacionalidade no terreno do Programa de Sapadores Florestais, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e das Organizações de Produtores Florestais”, o que representa um valor total de cerca de 10,4 milhões de euros, acrescentou. Segundo o ministério, as Comunidades Intermunicipais (CIM) serão apoiadas com 6,7 milhões de euros, destinados à aquisição de equipamento pesado (como buldózeres) “para a beneficiação e manutenção da Rede Viária Florestal e apoio direto às ações de combate a incêndios rurais”. Está igualmente previsto “o apoio técnico aos projetos das Operações de Gestão Integrada de Paisagem (OIGP) e dos Condomínios de Aldeia, através da criação de Equipas Técnicas Multidisciplinares, fundamentais para a implementação eficaz destas iniciativas, subvencionadas em mais de 2,5 milhões de euros”, acrescentou. O Ministério da Agricultura e Pescas avançou ainda que “a renovação do equipamento motomanual das Equipas de Sapadores Florestais (como motorroçadoras), num valor superior a 2,3 milhões de euros”, é outro dos objetivos, tal como o “reforço da rede de pontos de água de apoio ao combate a incêndios, num valor superior a meio milhão de euros”. “A resiliência florestal e a sustentabilidade ambiental são prioridades estratégicas que vão ao encontro das necessidades das comunidades locais e do país como um todo, para construir um futuro mais seguro e sustentável para Portugal”, sublinhou.
Festival Sudoeste anuncia pausa em 2025
“Em 2025, fazemos uma pausa para prepararmos um novo capítulo. O futuro está à nossa frente e prometemos que vai valer a pena. Até já”, pode ler-se, numa nota divulgada na rede social Instagram. A mesma nota refere que “a Zambujeira está no ar em 100.8FM Lisboa, 102.7FM Porto e em todo o mundo em radiosudoeste.pt”. Em 2024, num regresso à Herdade da Casa Branca, em Odemira, para a 26.ª edição, atuaram no festival de música Da Weasel, Anitta, Martin Garrix, Bárbara Bandeira ou Richie Campbell. O festival, promovido pela Música no Coração, tinha adotado uma “nova identidade” na edição de 2024, sem o nome do patrocinador que estava associado à sua designação há quase duas décadas.
Ministério acredita que escolas estão preparadas para as provas digitais
“Com esta preparação das provas-ensaio, com o acompanhamento das escolas, com as garantias tecnológicas que estamos a dar às escolas e, claro, com o apoio que os serviços do Ministério da Educação têm dado (…), acreditamos que todas as condições estão reunidas”, disse Alexandre Homem Cristo. A partir de segunda-feira, os alunos do 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar provas-ensaio para testar o formato digital e identificar eventuais falhas antes das provas finais de 3.º ciclo e das provas Monitorização da Aprendizagem (ModA) em maio e junho. Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado e Adjunto da Educação explicou que o objetivo é permitir que os alunos se familiarizem com o formato digital em contexto de avaliação e ajudar as escolas a testar a sua preparação tecnológica, organizativa e logística. “No ano letivo anterior percebemos que os alunos que iam realizar as provas em suporte digital (…) não estavam preparados”, referiu, sublinhando que este teste permitirá “dar-lhes essa habituação num contexto de avaliação para no final do ano letivo não serem surpreendidos pelo formato”. Um eventual regresso ao papel nas provas oficiais, como aconteceu no ano passado com as provas finais do 3.º ciclo, não está em cima da mesa, adiantou Alexandre Homem Cristo, manifestando-se confiante de que as escolas estão preparadas, incluindo no que respeita aos aspetos tecnológicos. No primeiro período, as escolas reportaram necessidades de reparação ou aquisição de 45.024 computadores e, a poucos dias do início das provas, os diretores continuam a manifestar-se preocupados com a falta de equipamentos e alguns problemas de conectividade, mas o secretário de Estado garante que essas questões estão a ser acauteladas. “Desde novembro que o Ministério da Educação fez a distribuição de uma verba no valor de 10 milhões de euros e (as escolas) tiveram oportunidade de fazer a manutenção dos equipamentos ou mesmo adquirir novos”, sublinhou o governante, ressalvando também que os 45 mil computadores em falta abrangiam todo o universo de alunos, e só os dos 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar as provas digitais. Quanto à conectividade, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação contratualizou aparelhos de ‘hotspot’ (‘routers’ portáteis) para todos os alunos que realizam as provas digitais e para cada sala de aula. Outra dimensão que o Governo pretende assegurar através das provas-ensaio é um mínimo de equidade nas provas ModA e nas provas finais do 9.º ano e, por isso, as provas que arrancam a partir de segunda-feira são obrigatórias, apesar de não contarem para avaliação. “Se tivermos alunos que no dia em que chegam à prova ModA nunca fizeram uma avaliação em suporte digital, vamos estar a avaliar mais a sua capacidade de adaptação a uma novidade do que o seu conhecimento”, justificou, sublinhando que o objetivo é que as provas de maio e junho sejam “representativas daquilo que os alunos aprenderam ao longo do ano letivo”. Na próxima semana, os alunos dos 4.º e 6.º anos realizam testes às provas ModA de Português e os do 9.º às provas finais do ensino básico. Na semana seguinte, os alunos do 4.º ano serão chamados para demonstrar os seus conhecimentos de Inglês e os do 6.º de História e Geografia. Já na última semana de fevereiro, será a vez das provas-ensaio de Matemática. Para aqueles dias estão convocadas greves da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), que criticam o recurso a bolsas solidárias de professores classificadores. Questionado sobre as críticas, Alexandre Homem Cristo explicou que a opção segue a prática dos anos anteriores, mas adiantou, sem avançar detalhes, que a classificação das provas oficiais será feita de maneira diferente.
Associações lançam petição pública para exigir salas de cinema mais inclusivas
Numa petição pública, lançada esta semana e dirigida à Assembleia da República e ao Governo, 22 associações e estruturas apelam “à criação de um plano nacional de acessibilidade ao cinema”, fazendo cumprir a Constituição e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. As associações signatárias afirmam que não estão “garantidas condições de acesso às salas de cinema portuguesas e aos conteúdos audiovisuais”, porque não está ainda generalizada a utilização de legendas descritivas, audiodescrição e interpretação em língua gestual portuguesa, e falta regulamentação específica aplicada à exibição. “Assim, perpetuam-se barreiras que excluem pessoas com deficiência sensorial, motora ou intelectual, a comunidade Surda e as pessoas com perda auditiva utilizadoras de tecnologias para ouvir como próteses e implantes auditivos”, lamentam. Entre as estruturas que assinam esta petição estão a Acesso Cultura, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, a mostra de cinema AMPLA, a Associação Nacional de Desporto para Deficiência Visual, a Associação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Centro de Vida Independente e a Confederação Nacional das Organizações das Pessoas com Deficiência. Esta petição é lançada semanas antes da realização da AMPLA - Mostra de Cinema Premiado, que começa no dia 14 na Culturgest, em Lisboa, e que vai exibir filmes com recursos para todos os tipos de público, e também com sessões mais descontraídas, para famílias com crianças e para espectadores com “défice de atenção, com deficiência intelectual, com condições do espectro autista, com deficiências sensoriais, sociais ou de comunicação”. De acordo com os dados mais recentes do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), a rede de exibição comercial de cinema em Portugal contava, no final de 2024, com 559 salas e um total de 109.813 lugares. Não estão discriminados dados sobre acessibilidades. Sobre a criação de um plano nacional de acessibilidade ao cinema, os peticionários defendem a criação de incentivos financeiros para implementar tecnologias nas salas de cinema, querem que se cumpra a lei sobre barreiras arquitetónicas e pedem que haja obrigações legais para que produtores e distribuidoras disponibilizem cópias acessíveis dos filmes. Formação de profissionais sobre práticas inclusivas e fiscalização são outras duas necessidades a incluir num plano nacional reivindicado nesta petição pública.
Crianças do 1.º ciclo e raparigas são quem mais sofre de ‘bullying’ nas escolas
A plataforma informal de denuncia de casos de 'bullying' foi lançada pela Associação Plano i em 30 de janeiro de 2020 e, desde então, recebeu 666 denúncias, a maioria no primeiro ano de atividade, em que foram recebidas 407 queixas. Ao longo dos últimos cinco anos, as tendências mantiveram-se: as raparigas são mais vulneráveis, os casos acontecem sobretudo no recreio sob a forma de violência psicológica e são vários os agressores. Segundo um balanço das denúncias reportadas entre 2020 e 2024, a média das idades das vítimas é 13,7 anos, maioritariamente raparigas (59%), enquanto os agressores foram sobretudo rapazes (56%) com uma média de 13,23 anos. Os dados mostram também que os anos de escolaridade de maior ocorrência são no 1.º ciclo (32,9%), seguido do 3.º ciclo (23,4%) e do 2.º ciclo (22,4%), mas não significa que as crianças mais novas sejam mais vulneráveis, sugere Mafalda Ferreira, coordenadora do Observatório, em declarações à Lusa. “Podemos assumir que os pais, o pessoal docente e não docente, as testemunhas estão mais sensibilizadas, por vezes, em torno da idade da criança, o que faz com que haja uma maior tendência para repudiar este comportamento e considerá-lo digno de ser comunicado”, refere a investigadora, sublinhando que, por outro lado, a supervisão nas escolas também é maior no 1.º ciclo. Os relatos, apresentados frequentemente pelos encarregados de educação, mostram que as situações de ‘bullying’ ocorrem sobretudo nos recreios, durante os períodos de intervalo, mas com as novas tecnologias acabam por extravasar, cada vez mais, esse contexto. Esta tendência começou durante a pandemia da covid-19, quando as escolas fecharam portas e os alunos continuaram a estudar em casa, mas não se limitou a esse período e tem-se agravado desde então, refere Mafalda Ferreira. “Não podemos ignorar o que vemos à nossa volta no contexto das camadas mais jovens e do uso precoce dos telemóveis. Faz com que o ‘bullying’ não cesse naquele momento”, sublinha, referindo como exemplo que os alunos podem ser vitimas mesmo dentro da sala de aula, através das redes sociais, e depois de regressarem a casa. Apesar de a maioria das situações continuarem a ocorrer presencialmente, 4,8% dos casos denunciados foram ‘online’ e em 22,5% as vítimas sofreram nos dois contextos. Muitas vezes, o ‘bullying’ ocorre quase todos os dias (54%) e em 21,4% dos casos é mesmo uma realidade vivida diariamente pelas vítimas, sendo que os agressores são quase sempre colegas da mesma escola. Em média, por cada vítima são contabilizados três agressores, um dado que Mafalda Ferreira considera preocupante. “Reforça a vulnerabilidade destas vítimas e alguma sensação de falso empoderamento por parte das pessoas agressoras. É um delito que acontece de forma coletiva e pode até ser potenciado nesse sentido”, explica. Trata-se também, na esmagadora maioria dos casos, de violência psicológica, muitas vezes combinada também com violência social e física, sendo que entre as mais de 600 denúncias recebidas houve casos de violência sexual e financeira. Os motivos mais apontados são o aspeto físico das vítimas (51,9%) e os resultados académicos (34,9%), havendo também quem sofra devido à idade, sexo, orientação sexual e identidade de género, e nacionalidade e etnia. O resultado é quase sempre o mesmo: ansiedade, tristeza, vergonha e dificuldades de concentração. Mas as consequências dos casos relatados não se ficam por aí: em 44% dos casos as vítimas tiveram de receber apoio psicológico e em 20,9% tratamento médico. Ao longo dos cinco anos, registaram-se situações mais graves, sendo que perto de 90 denúncias relatam que os jovens estiveram em risco de vida e cerca de 30 relatam a necessidade de hospitalização.
Aveiro sob aviso vermelho devido à agitação marítima
O IPMA emitiu também avisos laranja e amarelo para vários distritos do continente por causa da chuva, vento forte e queda de neve. Os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar sob aviso vermelho a partir das 18:00 de hoje até às 06:00 de quinta-feira, passando depois a laranja até às 15:00 de quinta-feira por causa da ondulação. O IPMA prevê ondas de noroeste com sete a oito metros, podendo atingir 15 metros de altura máxima. Por causa da previsão do IPMA, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou para o agravamento do estado mar em Portugal continental até às 00:00 de sexta-feira. As barras marítimas de Aveiro, Caminha, Douro, Esposende, Figueira da Foz, Vila Praia de âncora, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Ericeira, Sã Martinho do Porto e Alvor estão hoje fechadas a toda a navegação devido à agitação marítima, segundo a Marinha Portuguesa. Viana do Castelo e Leixões estão fechadas a embarcações de comprimento inferior a 30 e 24 metros, respetivamente. O IPMA emitiu também aviso laranja para os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Coimbra e Braga devido à previsão de vento forte com rajadas até 100 quilómetros por hora até às 09:00 de hoje, passando depois a amarelo. Bragança, Viseu, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Beja, Castelo Branco e Aveiro estão também sob aviso amarelo até quinta-feira por causa do vento forte. O IPMA colocou também hoje sob aviso amarelo os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Castelo Branco, Vila Real, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga devido à chuva. Guarda, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Braga e Castelo Branco também estão sob aviso amarelo devido à previsão de queda de neve acima dos 1.000/1.200 metros entre as 18:00 de hoje e as 00:00 de quinta-feira. A costa norte da ilha da Madeira e o Porto Santo vão estar sob aviso amarelo entre as 06:00 e as 15:00 de quinta-feira devido à agitação marítima forte. O aviso vermelho é emitido pelo IPMA nos casos de situação meteorológica de risco extremo. Já o aviso laranja indica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Mau tempo: Proteção Civil registou 48 ocorrências até às 07:00
“Entre as 00:00 e as 07:00 tivemos 48 ocorrências, a maioria quedas de árvores, inundações e limpezas de via motivadas pela chuva e vento”, disse à agência Lusa, José Rodrigues da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Segundo José Rodrigues, as regiões mais afetadas foram Aveiro (nove incidentes) e Oeste (seis), e as restantes distribuídas pelo restante território do continente. “Nas ocorrências foram mobilizados 170 operacionais, com o apoio de 69 meios terrestres”, indicou. Portugal tem estado sob o efeito da depressão Herminia com chuva, vento e agitação marítima fortes, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Devido ao mau tempo, o IPMA colocou os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga até às 12:00 de hoje sob aviso vermelho por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de ondas de noroeste com 07 a 08 metros de altura significativa, podendo atingir 14 metros, e vão voltar a estar na quarta e quinta-feira. O IPMA emitiu também aviso vermelho por causa do estado do mar para os distritos de Faro, Setúbal e Beja entre as 03:00 e as 06:00 de quinta-feira. Foram igualmente emitidos avisos de chuva e vento forte para quarta e quinta-feira. O Instituto prevê a partir da madrugada de quarta-feira precipitação forte no norte e centro e rajadas de vento entre os 80 a 100 quilómetros por hora no litoral oeste e terras altas e agitação marítima devido à passagem da depressão Ivo.
OPINIÃO
"Novo RJIES: Uma luz ao fundo do túnel que perdeu a incandescência na reta final", Joana Regadas
A 19 de dezembro surgiu, com 11 anos de atraso, uma luz ao fundo do túnel que prometia ser um momento de viragem no processo de revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES). A tão aguardada proposta de revisão via a luz do dia e apresentava alterações fundamentais ao documentado apresentado pela primeira vez em 2007, com três grandes frentes de ataque: autonomia das Instituições de Ensino Superior (IES), processo de eleição do reitor/presidente e clarificação do sistema binário [universidade vs politécnico]. A proposta apresentada mostrava coragem, principalmente na alteração do modelo de voto da eleição do reitor, que deixava de ser uma decisão exclusiva do Conselho Geral (no caso da Universidade de Aveiro feita por 19 membros), mas antes de toda a comunidade. Além disso, as mudanças não se ficavam exclusivamente pelo modelo de voto, verificavam-se também nas percentagens atribuídas à comunidade: docentes e investigadores passavam a ter no mínimo 30% dos votos, estudantes com, no mínimo, 25%, pessoal não docente e não investigador com pelo menos 10%, e a outra grande alteração - antigos alunos com, pelo menos, 25%. O rumo desta revisão parecia de facto promissor, com muitas questões ainda por resolver garantidamente, mas verificava-se finalmente uma vontade em devolver às IES a sua autonomia, em valorizar toda a comunidade e reconhecer a voz dos estudantes. No entanto, na segunda proposta tornada pública no passado dia 6 de fevereiro, a luz promissora de dezembro perdeu a sua incandescência, e surge a grande questão: o que mudou em menos de dois meses para que fosse reduzido o peso da voz dos alunos e antigos alunos e fosse alocado na sua totalidade aos docentes e investigadores, que passam a ter um peso de pelo menos 50% na eleição do reitor? Esta perda de força na reta final surge por pressões dos representantes dos setores? Deixamos de considerar relevante transmitir uma mensagem de futuro a esta geração? O que mudou? Por outro lado, se algumas mudanças na segunda proposta tornada pública suscitam questões sobre a grande diferença com a proposta original, é importante reconhecer que uma das preocupações apresentadas pela AAUAv - o mandato único de 6 anos do reitor/presidente - foi reconsiderada e na segunda proposta mantém-se o cenário atual de um mandato de 4 anos renovável uma vez. Este passo atrás vai permitir que estudantes que completem dois ciclos de estudo nas IES tenham oportunidade de, pelo menos uma vez, darem um contributo para a eleição do reitor/presidente, algo que não acontecia na proposta original, para além de permitir um escrutínio do trabalho desenvolvido nos primeiros 4 anos. Outra das grandes preocupações que a primeira proposta apresentada tentava também atenuar era a endogamia, sendo a proposta original a proibição de contratação nos três anos subsequentes à finalização do grau de doutor por parte da instituição que lhe conferiu o grau. Esta medida suscitou novamente alguma apreensão dado que limitava as IES, podendo inclusive ser prejudicial. Este receio apresentado pela AAUAv e partilhado por todo o movimento estudantil foi ouvido e na nova proposta, apesar de ainda serem necessários ajustes, já é estabelecido um índice máximo de endogamia para as IES, e apenas nesses casos é que não poderá haver contratação. Ainda assim, surge a questão de até que ponto esta medida não retira autonomia às IES, que investiram ao longo dos últimos anos nestes estudantes e não podem ao final deste tempo usufruir do grande investimento que foi feito. Por fim, apesar da proposta já ter sido aprovada em Conselho de Ministros são necessários diversos esclarecimentos, nomeadamente relativamente à participação dos antigos alunos na eleição do reitor/presidente. O afastamento de 5 anos até poderem para participar na eleição promove o distanciamento necessário para a construção de uma visão externa e crítica, próxima da realidade da comunidade, no entanto é necessário garantir que quando são chamados, os antigos alunos que se proponham a votar não sejam apenas aqueles que ficaram nas imediações das IES, limitando assim a visão externa que se pretende trazer com os antigos alunos. É ainda necessário esclarecer como é que os antigos alunos irão exercer o seu direito de voto, de forma eletrónica, por correspondência? Como se pode garantir que temos uma eleição ambiciosa e participada? Ficará apenas ao encargo dos candidatos a reitor/presidentes, ou será competência das IES trabalhar numa aproximação contínua e comunicação atempada? Surge uma outra questão final relativamente ao cruzamento dos cadernos eleitorais, dado que muitos antigos alunos são docentes ou pessoal não docente da própria instituição, nesse caso qual dos títulos prevalece e como garantimos que não a sua voz não é duplicada? Esta longa caminhada vê finalmente a reta final, resta saber se a proposta aprovada em Conselho de Ministros será aprovada em Assembleia da República e se ainda há possibilidade de recuperar a incandescência no último passo, ou se vivenciámos um fugaz momento de coragem.
"Portagens da A25 – A Oportunidade Perdida", opinião de João Manuel Oliveira
Corria o final do ano de 2024. Em todo o país, anunciava-se que às primeiras badaladas, as portagens num conjunto de autoestradas tinham acabado, devido ao esforço do PS, como lembrou Pedro Nuno Santos no X [rede social]. No entanto, uma cidade capital de distrito ficava a saber que afinal há duas A25. Fica aqui a crónica de uma oportunidade perdida, de um engano, da permanência de uma injustiça. E não há partidos políticos ou deputados que fiquem bem nesta fotografia. Vamos a factos. O PS, que nos últimos oito anos nunca quis o fim das portagens – embora tenha feito descontos - entendeu, passado três meses, que afinal era fundamental para a coesão nacional que as autoestradas que ligam o Interior ao Litoral (ok, e a Autoestrada do Algarve e a A28, numa parte) deixassem de ser portajadas. A razão? “São eliminadas as taxas de portagem cobradas aos utilizadores nos lanços e sublanços das seguintes autoestradas do Interior correspondentes a antigas autoestradas em regime SCUT - Sem Custos para o Utilizadores ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”. Em Aveiro e na região, desde que foi “destruída” a IP5 – e surgiu a A25, que múltiplos políticos e a sociedade civil tentaram que o início da A25, entre a Barra e Albergaria, não tivesse pórticos. Apenas se conseguiu evitar um troço – aquele que ligava Aveiro às praias. Mas ficámos com a situação mais caótica: ter uma zona industrial que é obrigatório ultrapassar para não pagar num pórtico e ter duas onde camiões passam diariamente para poupar dois pórticos. Tudo isto porque a A25 é portajada em zonas de distribuição de tráfego e acesso a outras autoestradas. Lembro-me, com saudade, da vontade de um deputado municipal, o grande Raúl Martins, sugerir que o pórtico “do Estádio” deveria ser destruído, nem que fosse com uma motosserra… Nem com motosserra e muito menos com o PS. Por muito que Filipe Neto Brandão [deputado pelo PS na Assembleia da República e natural de Aveiro] votasse contra o seu partido ao longo de algumas tentativas, o PS e o PSD nunca alteraram a situação. Continuámos a ter o acesso ao Estádio e o acesso ao Porto de Aveiro portajado. Mas chegados a junho, ao PS juntou-se o Chega, o BE, o PCP, o Livre e o PAN. Com a abstenção da IL e o voto contra dos partidos do Governo, PSD e CDS, a Lei 37/2024 passou. E achávamos todos – alguns até ontem – que o assunto estava resolvido de vez. No entanto, tal não era verdade. Os deputados do PS proponentes da Lei, onde não está nenhum de Aveiro, escreveram explicitamente “A25 – Beiras Litoral e Alta”. Ora, esse troço/lanço é um concessionado respeitante apenas à parte desde Albergaria até Vilar Formoso. Já o troço Albergaria – Barra (e os seus três pórticos) fazem parte da concessão da Costa de Prata. E não estão contemplados. Com este monumental erro – espero que por ignorância e não por má-fé, Aveiro fica condenado, mais uma vez, a ter nas suas estradas municipais - e “onde não existem vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança” - os carros que evitam pagar portagens. É um erro monstruoso, que não ajuda ao investimento, ao fluxo de bens e pessoas, à segurança e à melhoria do próprio Porto de Aveiro. O PS não pode dizer que não sabia. No debate, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, lembrou explicitamente Pedro Nuno Santos ao dizer que com a proposta “não resolvia os acessos a Aveiro”. Os deputados do PSD e do CDS oriundos da região de Aveiro, mesmo defendendo o princípio do utilizador-pagador e mesmo estando no poder, deveriam ter sido audíveis a denunciar a situação. Em especial Ângela Almeida, a ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira, território onde estão dois acessos e um pórtico. Mas ninguém fica livre da vergonha de não terem percebido o que estava implícito na Lei e andado a espalhar “fake news”. Fica assim demonstrada a inutilidade de deputados que de Aveiro só têm o círculo por onde foram eleitos – sim, estou a falar do CHEGA, e do lado do PS, gostava que tivessem olhado com mais atenção para uma lei que poderia ter sido fundamental para o nosso desenvolvimento como cidade e região – ou isso ou nunca tiveram força para conseguir e por isso nem pediram para assinar. Este artigo não é sobre o princípio do pagamento. É sobre como 230 deputados, na Assembleia da República, alguns dos quais conhecedores do território e outros de leis, decidiram manter e agravar a injustiça que temos no nosso território. Uma oportunidade perdida para os próximos anos. Em 2030 acaba a Concessão Costa de Prata e em 2031 a Concessão Beira Litoral e Alta. Será nessa altura?
A Evolução Imparável da Eletrónica: Miniaturização, Biologia e Humanidade
Uma viagem do chip ao grafeno, do IoT à bioeletrónica e o futuro da Humanidade Recordo-me da minha surpresa quando, ainda na universidade, me deparei com a Lei de Moore e a previsão de um crescimento exponencial no número de transístores nos chips. Na altura, questionei-me sobre os limites dessa miniaturização. Surpreendentemente, essa tendência continua desafiando as fronteiras da física e impulsionando avanços tecnológicos inimagináveis. No entanto, a complexidade e os custos crescentes do processo de fabrico em nano escala, juntamente com os desafios da mecânica quântica, dos limites da ética e da Humanidade, exigem novas abordagens e soluções inovadoras. A Lei de Moore, que previu a duplicação do número de transístores em chips a cada dois anos, tem sido um motor da inovação na eletrónica durante décadas. No entanto, esta miniaturização está a atingir os seus limites físicos. À medida que os componentes diminuem para a escala nanométrica, os efeitos quânticos, começam a interferir no funcionamento dos circuitos, exigindo novas técnicas de controlo e isolamento. Além disso, o processo de fabrico em nano escala torna-se cada vez mais complexo e dispendioso, impulsionando a investigação de novos materiais e métodos de produção. A litografia ultravioleta extrema (EUV) é um exemplo de tecnologia de ponta que permite a criação de padrões mais pequenos nos chips, mas o seu custo elevado é um obstáculo à sua adoção generalizada. A Internet das Coisas (IoT) é uma rede de dispositivos interconectados que comunicam entre si e com a internet, permitindo a recolha e troca de dados em tempo real. Para a IoT tornar-se uma realidade ubíqua, são necessários componentes eletrónicos cada vez menores, mais eficientes e com maior capacidade de processamento. A miniaturização permite a integração de sensores e dispositivos em qualquer objeto do nosso quotidiano, desde eletrodomésticos a vestuário, criando um ecossistema de dispositivos conectados e autónomos. No entanto, a IoT também apresenta desafios significativos em termos de segurança e privacidade, uma vez que a proliferação de dispositivos conectados aumenta o universo para ciberataques. A nanotecnologia permite a manipulação de materiais em escala atómica e molecular, abrindo um leque de possibilidades para a eletrónica. Nesta escala, os materiais exibem propriedades únicas que podem ser exploradas para criar dispositivos mais pequenos, mais rápidos e com menor consumo de energia. O grafeno, uma forma de carbono com uma estrutura bidimensional, tem despertado grande interesse devido às suas propriedades excepcionais, como a alta condutividade elétrica e a resistência mecânica. Os transístores à base de grafeno, por exemplo, são muito mais rápidos e eficientes do que os transístores de silício convencionais, abrindo caminho para uma nova geração de dispositivos eletrónicos. A somar a tudo isto, as telecomunicações também têm vindo a desempenhar um papel fundamental na era digital, ligando pessoas e dispositivos em todo o mundo. A procura por velocidades mais rápidas e com menor latência impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias, como o 5G e o 6G. Estas tecnologias permitem a transmissão de grandes volumes de dados em tempo real, abrindo caminho para aplicações como a realidade virtual e aumentada, os hologramas e a Internet das Coisas industrial. Por fim, na indústria 4.0, a automação e a robótica estão a transformar os processos de produção, aumentando a eficiência e a produtividade. Robots autónomos e inteligentes trabalham lado a lado com humanos, realizando tarefas complexas e perigosas e chegando a lugares onde os humanos não chegam. A conectividade entre máquinas e sistemas tem vindo a permitir a otimização da produção e decisões praticamente em tempo real. A eletrónica flexível permite a criação de dispositivos que podem ser dobrados, torcidos e esticados, adaptando-se a diferentes formas e superfícies. Esta tecnologia tem aplicações em diversas áreas, como eletrodomésticos, vestuário e dispositivos médicos implantáveis. A bioeletrónica, por sua vez, combina a eletrónica com a biologia, permitindo a criação de dispositivos que interagem com o corpo humano. Sensores biométricos flexíveis podem ser integrados em tecidos e utilizados para monitorizar sinais vitais, como a frequência cardíaca e a temperatura corporal. A bioeletrónica tem o potencial de revolucionar a medicina, permitindo o diagnóstico e tratamento de doenças de forma mais precisa e personalizada. A interseção entre a biologia e a eletrónica está a dar origem a inovações extraordinárias. Dispositivos eletrónicos implantáveis permitem a monitorização contínua de parâmetros fisiológicos, fornecendo informações valiosas para o diagnóstico e tratamento de doenças. Próteses inteligentes controladas pelo cérebro estão a restaurar a mobilidade e a independência de pessoas com deficiência. Interfaces cérebro-máquina permitem a comunicação direta entre o cérebro e dispositivos eletrónicos, abrindo caminho para o controlo de computadores e outros dispositivos com o pensamento. A inteligência artificial está a ser integrada em dispositivos médicos, permitindo a análise de dados e a tomada de decisão autónoma, o que pode melhorar a eficácia dos tratamentos e a qualidade de vida dos pacientes. A crescente procura por dispositivos eletrónicos levanta preocupações sobre o seu impacto ambiental. A produção de eletrónica requer grandes quantidades de energia e recursos naturais, e a destruição inadequada de dispositivos eletrónicos pode contaminar os solos e a água. Para enfrentar estes desafios, a indústria eletrónica está a investir em tecnologias mais eficientes e sustentáveis. A utilização de materiais reciclados e biodegradáveis, o desenvolvimento de processos de fabricação mais limpos e a concepção de dispositivos com maior durabilidade são algumas das estratégias adotadas. A eficiência energética também é uma prioridade, com o desenvolvimento de dispositivos que consomem menos energia e de tecnologias de recolha de energia ambiente, como a energia solar. De facto, constatamos que electrónica está em todo o lado - Electronics is Everywhere - e tem o potencial de melhorar a vida das pessoas de inúmeras maneiras, mas é essencial que seja utilizada de forma responsável e ética. A inteligência artificial, por exemplo, levanta questões sobre o seu impacto no emprego, na privacidade e na tomada de decisão. É importante garantir que a tecnologia seja desenvolvida e utilizada de forma a beneficiar a humanidade como um todo, promovendo a igualdade, a justiça e a sustentabilidade. A educação e o diálogo são fundamentais para que a sociedade esteja preparada para os desafios e oportunidades da era digital. A electrónica não é uma solução mágica para todos os problemas da humanidade, mas pode ser uma ferramenta poderosa para construir um futuro melhor.
"Oposição nas Assembleias de Freguesia: Missão e Serviço Público", opinião de Rosa Aparício
A ordem jurídica portuguesa é uma das poucas no mundo que, no plano das Autarquias Locais, adota um modelo em que o direito de oposição está consagrado na Constituição e é desenvolvido, também, por via de uma lei especificamente dedicada a esta matéria, a Lei n.º 24/98, de 26 de Maio. Esta foi uma lei que surgiu, por proposta do PS, num contexto de reforma e forte modernização das Autarquias Locais. Uma boa governação de freguesia produz melhores resultados quanto melhor for o desempenho da sua oposição, desempenho esse que deve ter como princípio basilar a representação dos eleitores, e sobretudo o sentido de serviço à comunidade através da sua proximidade no contacto direto com as exigências das pessoas Efetivamente, se não houver uma oposição firme, organizada e atenta, o desempenho das lideranças das Juntas de Freguesia, particularmente em mandatos onde a governação é suportada por uma maioria, tendem a ser menos eficientes e menos cumpridoras das suas competências e responsabilidades ao serviço da freguesia. Cabe à oposição, que, a nível das Freguesias, tem o seu papel centrado na presença nas Assembleias de Freguesia, exercer uma (o)posição critica, fiscalizadora e assertiva, através de eleitos locais bem preparados e informados, para poderem exercer a sua missão de modo adequado. Contudo, uma das grandes dificuldades sentidas pela oposição, a nível local, prende-se com a impotência para a realização de um trabalho com rigor. Efetivamente, a oposição nas freguesias é realizada por autarcas cuja dedicação à Freguesia é feita em acumulação com um horário de trabalho a tempo inteiro, numa outra atividade profissional. Estes autarcas que exercem a importante e exigente função de oposição fazem-no sem qualquer remuneração pelo seu trabalho autárquico. No entanto, o trabalho, a preocupação e o empenho são permanentes e o escrutínio da sua atividade é constante. O que não pode acontecer é a oposição, com maior ou menor número de membros, estar calada sem lutar pela melhoria da sua freguesia e daqueles que em si acreditaram e depositaram o seu voto, elegendo-o como seu representante nos destinos da freguesia. Se nada fizerem, tal revelará a sua debilidade, a sua falta de visão do que é a democracia local e os eleitores bem poderão perguntar se não merecem melhores representantes. Todavia, para que a oposição alcance um trabalho com maior e melhor desempenho é fundamental que os executivos das Juntas de Freguesia permitam esse mesmo desempenho, o que muitas vezes não acontece. De facto, se os executivos partilharem com a oposição os documentos a serem trabalhados, em contexto de Assembleia de Freguesia, não com o mínimo de tempo previsto nos regimentos (48h), como o fazem, mas sim com uma margem de tempo maior e mais justa, seguramente que a oposição terá outras ferramentas para dar um melhor contributo em prol da freguesia. E, se as sugestões de melhoria e as atividades propostas pela oposição, quer seja através dos contributos para as Grandes Opções do Plano, quer seja através das propostas apresentadas nas Assembleias de Freguesia, forem recebidas como uma mais valia para a freguesia e seus habitantes e não como matéria a desvalorizar, pelo simples facto de serem indicadas pela oposição, teremos melhores desempenhos políticos, melhores freguesias e melhor qualidade na vida da população a quem, por sufrágio, fomos eleitos para servir. Por fim, será importante ressalvar que o exercício da democracia não se esgota no trabalho dos autarcas, mas também pela participação dos cidadãos nas Assembleias de Freguesia. E, nos dias de hoje, os mecanismos colocados à disposição dos cidadãos permitem diversas formas do seu envolvimento nas decisões locais. Esta democracia participativa é uma forma muito objetiva de promoção da aproximação dos cidadãos aos políticos como forma de contrariar a tendência de afastamento dos cidadãos da política, quer pela indiferença, quer por um certo descredito em relação à política e até mesmo à democracia. Como é evidente, nas autarquias decide-se sobre a qualidade de vida do dia-a-dia da comunidade pelo que a participação das pessoas nessas opções contribui para decisões mais dialogadas e mais participadas. Esta é sem dúvida uma condição para o bom governo de uma comunidade mais esclarecida, mais comprometida e mais solidária. Em suma, ser oposição nas freguesias é uma missão de serviço público onde tem de imperar a responsabilidade, o compromisso, e sentido de missão.
"A (Re)Ação que fez Abril Avançar", opinião de Marcos Sousa
A ação, em boa hora levada a cabo pelos militares do Movimento das Forças Armadas (MFA) na madrugada de 25 de abril, prometeu aos portugueses, entre outras medidas, a restituição do respeito pelas liberdades individuais que outrora lhes tinha sido retirada pelo regime não democrático encabeçado por Salazar e, mais tarde, por Marcello Caetano. Contudo, desde abril de 1974 a novembro de 1975 o país atravessou um período de enorme conturbação social entre aqueles que apoiavam a revolução e, eventualmente, ambicionavam que esta fosse mais longe e entre os outros que não estavam satisfeitos com a forma como a revolução os tratou. No período anteriormente mencionado, foram efetuadas duas movimentações civis e militares de grande escala, sendo a primeira, a 28 de setembro de 1974, e já depois do I Governo Provisório (de tendência social-democrata), liderado por Palma Carlos ter caído e do mesmo ter sido substituído por Vasco Gonçalves, que liderou quatro governos provisórios de tendência mais comunista, o General Spínola, Presidente da República à época, e alguns setores mais conservadores da sociedade convocam aquela que ficaria conhecida como a manifestação da “maioria silenciosa”, que tinha como grandes objetivos, o reforço dos poderes presidenciais e, também, a contenção do Processo Revolucionário em Curso (PREC). A movimentação fracassou e o Presidente da República tentou reforçar o poder da junta de salvação nacional, porém a Comissão Coordenadora do MFA ordena-lhe que demita os três generais mais conservadores, o que levou, inevitavelmente, à sua resignação no dia 30 de setembro de 1974, sendo substituído por Costa Gomes. A segunda movimentação, desta feita, mais militarizada, surge a 11 de março de 1975, em que o General Spínola tenta retomar o poder de forma violenta, contudo, esta intenção também falhou e, como consequência, o povo galvanizou-se uma vez mais, nomeadamente contra as forças estrangeiras (nomeadamente a americana) que, julga-se, tenha estado em contacto com Spínola com o objetivo de o ajudar a recuperar o poder. Segue-se, como uma soma de acontecimentos marcantes, o Verão Quente, um período marcado por sucessivas ocupações de terra e nacionalizações de setores estratégicos por parte do governo. A radicalização de ambos os lados tornava-se cada vez mais notória e pode ser verificada pelos sucessivos ataques a sedes do Partido Comunista, ao assassinato do padre Max e de uma estudante, ambos simpatizantes da UDP (partido de esquerda), por parte de militantes do MDLP (partido de extrema-direita) e, por outro lado, os célebres mandatos em branco, atribuídos ao COPCON para prender e, se necessário, matar todos aqueles que não estavam alinhados com Vasco Gonçalves e com o MFA, sendo que, esse período de forte contestação levou ao pedido de demissão de Vasco Gonçalves. Portanto, chegando ao 25 de novembro de 1975, os setores mais à esquerda do MFA conduzem uma grande operação militar, sendo que não há evidências práticas de que tal se tratava de uma tentativa de golpe de estado, nem do envolvimento do PCP ou de Otelo Saraiva de Carvalho, que fora substituído por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa. Após a reunião que o substituiu no comando da Região Militar de Lisboa, Otelo desloca-se ao COPCON para dar conta do ocorrido e, Costa Martins, da Força Aérea declara que os paraquedistas não aceitariam tal decisão. A partir daí, Otelo fica incomunicável o resto do dia e com “o golpe na rua”, o Grupo dos Nove, que se formou após publicar um documento que visava clarificar as posições políticas e ideológica, opondo-se às perspectivas mais radicais que estavam a ganhar força na época, liderado por Melo Antunes vai até ao Belém, para poder auxiliar o presidente Costa Gomes a inverter uma situação militar que parecia descontrolada. A reação dos Moderados acabou por ser bem-sucedida, graças às intervenções de Jaime Neves e Ramalho Eanes que, tendo uma maior força civil e militar acabaram por dominar os revoltosos, através da mobilização de massas e de um plano bem definido, evitando dessa forma, uma situação que estava a caminhar para aquilo que muitos consideravam ser o início de uma guerra civil. Para finalizar, gostaria de deixar algumas notas de comentário, uma vez que acredito que a história desse dia tem sido alvo constante de um certo frenesim revisionista e de uma retórica política que convém aos partidos mais centristas e à direita, em prejuízo dos partidos mais à esquerda, nomeadamente do PCP. Não há qualquer evidência histórica palpável que possa comprovar que o partido esteve por trás desta operação, bem como não existe qualquer dado que possa indicar que Otelo tenha sido o responsável por tal mobilização, uma vez que, segundo a historiadora Raquel Varela, “os trabalhadores em apoio aos quartéis não tinham qualquer comando operacional, nem da esquerda afeta ao COPCON.” Em segundo lugar, gostaria de destacar as palavras de Melo Antunes que disse, durante uma transmissão televisiva, que o “PCP é indispensável para construir a democracia portuguesa”, indo, com essas declarações, contra a vontade do Partido Socialista e da direita que pediam a ilegalização do partido. E, por fim, gostaria de afirmar que, à luz das evidências apresentadas, o 25 e novembro foi a re[ação] que fez avançar abril, na promessa de uma democracia liberal, representativa, com eleições livres e com um sistema multipartidário livre. Também a restituição das liberdades, nomeadamente de expressão e de manifestação política, são fatores que devemos ao 25 de novembro de 1975, uma vez que foi a partir desse dia que a democracia como hoje a conhecemos se pôde desenvolver. Referências Bibliográficas: Varela, R. (2012). O Partido Comunista Português e a esquerda militar. Ler História, 63, 49–73.
"O Orçamento é mau, o caos seria pior", opinião de Bruno Vilhena
1. Sempre fui dos que disse que, na sequência das eleições de março deste ano, se só existisse maioria de direita na Assembleia da República com a extrema-direita, e se a AD conseguisse formar um governo minoritário, que o PS devia tentar viabilizar o primeiro Orçamento do Estado. Existem realidades macro que importam e esta é uma delas: manter a extrema-direita longe da governação do país. Disse-o e defendi-o porque acredito que isso, por um lado, libertaria o Governo para governar e para provar ao país os seus méritos e deméritos e, por outro lado, libertaria o PS para, efetivamente, ter tempo para se reorganizar, posicionar como a alternativa ao Governo da AD e fazer oposição. Fazer isso poupava-nos a um Orçamento com cedências ao Chega, ou a uma realidade política ainda mais instável. Para tal, bastava existir boa-fé de ambas as partes e o primeiro Orçamento do Estado passaria. Aconteceu que o Governo decidiu ignorar a parte da boa-fé e, achando desde o primeiro dia que tem o divino direito a governar porque teve mais 0,8 pontos percentuais do que o PS nas eleições, decidiu que se devia comportar como se tivesse uma inquestionável maioria absoluta e que os outros é que se deviam vergar perante a imperial maioria da AD (com um apoio de menos de 35% do Parlamento). Começou, por isso, muito mal o debate orçamental, em que o PS se envolveu e participou com sentido de Estado e, num Orçamento que é para todo o Estado e todos os seus setores, só fez duas exigências: a retirada da medida do Governo da AD do IRS Jovem e não aceitar a descida que o Governo da AD propunha para o IRC. O resultado é o que conhecemos: o Governo da AD recuou quanto à primeira proposta, não recuou quanto à segunda. O PS anunciou, mesmo assim, que se vai abster, viabilizando o OE 2025. Compreendo as críticas que alguns dos meus camaradas vão fazendo ao sentido de voto que o PS vai ter neste Orçamento do Estado. A posição natural de um partido da oposição, que tem uma visão tão diferente sobre o caminho que o país deve tomar, não devia ser a de se abster apenas porque conseguiu retirar da “ementa” orçamental uma medida tão estúpida como o IRS Jovem e descer um ou outro ponto o IRC. Ainda para mais quando o IRS Jovem, nos moldes inicialmente apresentados pelo Governo da AD, seria praticamente inconstitucional. Bastaria ao PS na oposição pedir a fiscalidade sucessiva ao Tribunal Constitucional, não era preciso viabilizar o Orçamento. No entanto, se o PS não tivesse negociado e não tivesse tido esse bom ganho de causa neste Orçamento, teria obviamente de chumbar o documento. Ao chumbar o documento, esta medida nem sequer ia para o Tribunal Constitucional porque não havia Orçamento, e estaríamos na rota certa para umas eleições antecipadas. Não porque seria algo obrigatório, não o é!, mas porque Marcelo Rebelo de Sousa decidiu inaugurar um novo costume de ir a eleições se não existirem Orçamentos e fez questão de fazer esta pressão política constante ao longo do processo. Sobre isto há muito para dizer: por exemplo, que o Governo espanhol, mesmo aqui ao lado, decidiu não apresentar um Orçamento para 2024 e não foi por isso que (1) o mundo acabou e (2) a Espanha deixou de ter um bom desempenho económico à mesma, com um défice abaixo da zona Euro e um dos maiores crescimentos da União Europeia. Ou seja, o problema de um eventual chumbo orçamental não seria financeiro ou orçamental, mas sobretudo político. Seria uma situação pior para toda a gente, incluindo para nós, os eleitores. Em primeiro lugar, porque a repetição eleitoral – imposta por Belém (e pelo PM) – com um Governo que ainda não teve nada para mostrar (e o que mostrou foi mau) não ia gerar ganhos de causa para ninguém. As sondagens, pelo menos, valendo o que valem, indicariam um resultado mais ou menos semelhante ao de março. Ou seja, o problema mantinha-se. Em segundo lugar, corríamos o risco de a situação se agudizar ainda mais, de a polarização política aumentar e de não termos uma solução com a repetição eleitoral. Iríamos ser a nova Bulgária que, já no próximo domingo, vai para eleições a sétima (!) vez em três anos? (estou a exagerar, claro). Apesar de tudo, esta foi, e continuo a achar que é, a melhor das soluções em cima da mesa por um motivo, dá-nos tempo. Dá tempo ao Governo e à oposição séria, dá tempo à política, à clarificação e – sobretudo – ao país. 2. Com toda a novela orçamental, existiu algo que foi divulgado e que quase passou despercebido no meio das discussões: as previsões para o crescimento económico. A mesma AD que disse em março que tinha todas as condições de pôr Portugal a crescer 2,5% em 2025, e depois 2,7%, 3,0%, e 3,4% em 2028, em outubro diz afinal que Portugal só vai crescer 2,1% em 2025, e depois 2,2%, 1,7%, e 1,8% em 2028. Se há coisa a que a AD sempre nos habituou foi a mares de rosas antes das eleições e à revelação posterior de que, na prática, era tudo uma grande mentira. Desta vez não foi exceção: pudemos ver nesta campanha a utilização do embuste eleitoral que é sempre usado pelo PSD, de Barroso a Montenegro. E, não, a realidade não mudou nestes últimos meses.
"O papel fundamental do associativismo estudantil na inclusão dos estudantes internacionais na UA"
O associativismo não é uma atividade fácil. Exige tempo e dedicação à causa coletiva e capacidade de mobilizar os cidadãos em torno de um objetivo comum. Acresce o facto, em alguns casos, dos líderes associativos serem jovens, estarem longe do seu país de origem e também sofrerem na pele os problemas que motivam a atividade das associações. Quando isto ocorre, o trabalho realizado deve merecer apoio e amplo reconhecimento. É o caso da Associação de Estudantes Guineenses em Aveiro (AEGA), até há bem pouco tempo liderada por Florbela Gomes, Janice Mendes, Aliana Reis, Domingos Cipriano, Kenti Inácio, José Tavares, Alamay de Sá e Seco Cassama, com o apoio de Seco Sidibe na presidência da assembleia geral. Trata-se de um caso notável de uma associação reativada com forte envolvimento da comunidade estudantil da Guiné e dos restantes Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. O peso dos estudantes internacionais na academia aveirense é relevante, representando 12,6% da sua população estudantil (dados de 2023/24, disponíveis aqui). Depois das comunidades brasileira e angolana, a guineense era no ano passado a terceira maior do contingente de estudantes internacionais que escolheram a UA numa fase tão importante das suas vidas. Por dificuldades várias, possuía também uma das maiores taxas de desistência. Num diagnóstico produzido no âmbito do LABIC Aveiro - Laboratório de Cidadania Intercultural, que teve como objetivo trabalhar a integração dos estudantes africanos na UA através de práticas colaborativas - um projeto apoiado pelo Programa Portugal Inovação Social e pelo Grupo Prifer como investidor social - identificaram-se cinco causas principais para não se alcançar uma integração plena: (1) desajustamentos entre as expectativas e a realidade encontrada e chegada tardia relacionada com os atrasos nas obtenções de vistos; (2) fragilidades nas competências académicas, sobretudo na língua portuguesa, matemática e TICEs, com impacto direto no acolhimento na sala de aula e nos grupos de trabalho com colegas portugueses; (3) falta de espaços de encontro e redes de apoio; (4) poucas oportunidades para dar a conhecer a sua riqueza cultural; (5) elevado custo de vida, em particular na habitação, face aos rendimentos dos países de origem. Em consequência disto, os resultados académicos são afetados, frequentemente levando ao abandono escolar, as relações sociais próximas com colegas portugueses são raras e a integração profissional é precária e fora da área de formação. Para responder a estes problemas complexos, surgiram seis projetos de inovação comunitária propostos e dinamizados por jovens estudantes africanos. Os estudantes desenvolveram um conjunto de iniciativas de integração social e cultural através das artes (@Milartica), do desporto e do acolhimento, mostrando como os diálogos, as expressões artísticas e os convívios aproximam e criam sentido de pertença. Foram construídas pontes para uma integração académica através de modelos de colaboração e interajuda em domínios essenciais do conhecimento e da aprendizagem – das competências digitais ao ensino do português de Portugal – matérias essenciais para prevenir o abandono. Por último, foi possível validar como o empreendedorismo e gastronomia africana podem ser uma inspiração para novas respostas de empregabilidade e de integração profissional, das quais se destaca a criação do Sabura Aveiro (@saburaaveiro), um take-away de comida africana no Bairro de Santiago. Importa salientar que a Universidade de Aveiro desenvolve há muitos anos um trabalho meritório no apoio aos estudantes internacionais, através da UA Intercultural e do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), localizados nas catacumbas, em frente à Livraria da UA e ao UA24. Foi na UA, aliás, que foi criado o primeiro CLAIM numa universidade portuguesa. Um dos frutos saborosos do trabalho do LABIC Aveiro, uma parceria feliz entre a UA, a Fundação Aga Khan, a Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro e a Associação Mon na Mon, foi o impulso ao associativo estudantil, que proporcionou a reativação da AEGA, mas também do Núcleo da CPLP da AAUAv, com muitos protagonistas comuns. Nestas dinâmicas associativas houve a arte de mobilizar a rede de suporte criada durante o LABIC, em particular a UA Internacional, a AAUAV, a associação Mon na Mon, o projeto Milártica, coordenado pela incansável Benvinda Lima, e a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, liderada pelo Presidente Fernando Marques. Esta última instituição apoiou logística e até financeiramente a AEGA, nomeadamente na sua legalização, mostrando a importância do poder local de proximidade. As duas organizações citadas conseguiram promover muitas atividades em prol da integração dos colegas africanos na cidade e na academia, estruturando e dinamizando a sua ação. Foram muitas as atividades realizadas. Sessões de receção aos caloiros, eventos artísticos e culturais para celebrar a cultura guineense, ações de formação e capacitação para a entrada no mercado de trabalho e um debate importante sobre o papel do jovem no continente africano. O resultado teve um impacto relevante. Facilitou o acolhimento dos alunos, contribuiu para construir uma rede de suporte na vida académica ou social, sensibilizou e deu visibilidade à causa da interculturalidade e criou uma rede de amizades essencial para dar sentido à vida de muitos estudantes num local tão distante da família e amigos. Fechado o primeiro ciclo da direção da AEGA, ocorreu o melhor resultado possível. Duas listas de alunos foram a votos para a nova etapa da associação. No passado sábado, tomaram posse os novos corpos sociais liderados por Fofana Keita Junior na Direção, Florbela Gomes na Assembleia Geral e Aires Cuma no Conselho Fiscal, que se apresentaram com vontade de dar seguimento ao excelente trabalho já realizado. O contributo que estes jovens trazem à academia e à cidade de Aveiro é muito importante. Dão vida e riqueza multicultural, criam raízes e oferecem laços, estudam e trabalham para terem um futuro melhor. Todos devemos contribuir para que se sintam em casa e realizem os seus projetos de vida.
ESTAGIÁRIO
Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro
Em exclusivo para a página do Estagiário da Ria, Sérgio quis juntar-se ao “verdadeiro espetáculo circense que se assiste na cidade” e declarou que “num momento particularmente difícil para o meu irmão, eu não podia deixar de dizer presente”. “Os Soutos querem mostrar que controlam esta cidade, mas se estamos nessa onda, então vão ter que levar com os Ribaus”, afirmou enquanto apertava um fato axadrezado emprestado pelo seu irmão, relembrando que, tal como Luís Souto, também ele é cronista no Diário de Aveiro. Ribau Esteves também quis prestar declarações ao Estagiário da Ria: "Sim, posso confirmar que o meu mano avisou-me previamente da sua candidatura." Confrontando pelo Estagiário da Ria relativamente ao facto de Luís Souto não ter contactado Alberto Souto antes do anúncio da sua candidatura, Ribau Esteves afirmou no meio de gargalhadas irónicas: "Olhe, essa pergunta tem que fazer ao Luís Souto, não é ele que se apresenta como especialista em genética?" Enquanto isso, o recém-lançado candidato Sérgio Ribau Esteves parece apostado em criar uma “irmandade eleitoral” para melhorar a imagem da cidade, recordando os aveirenses que tem experiência muito útil em gestão de irmandades. “Se sei gerir a irmandade dos ovos moles, acha que será muito diferente gerir um Município? É tudo uma questão de doçura”, afirmou. O candidato independente aproveitou para dizer, com aquele sorriso de quem domina matemática, que, diferentemente do Alberto Souto – "que se contenta com 101 ideias para Aveiro" – ele tem “mil e uma ideias”. “Não acha que as minhas ultrapassam as do candidato socialista? E não são apenas devaneios mirabolantes, são planos de verdade para mudar a cidade", afirmou enquanto olhava para o programa eleitoral desenhado pelo seu irmão com 1001 árvores preparadas para abate. Agora, Aveiro aguarda ansiosamente para ver se esta súbita multiplicação de irmãos candidatos irá resultar numa revolução familiar na política local… ou apenas num almoço de domingo com demasiadas conversas sobre urnas de voto e propostas mirabolantes. O Estagiário da Ria continua atento a mais novidades, enquanto espreita para ver se ainda resta alguma vaga para ser candidato a sobrinho, primo ou cunhado dos Soutos & Ribaus.
Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro
"Durante os meus mandatos batemos todos os recordes de turismo. Demos uma nova vida aos nossos canais com os moliceiros elétricos e amigos do ambiente. Agora está na altura de dar o próximo passo: Aveiro precisa de marisco premium e quem melhor que o Fábio Coentrão para ser o rosto desta nova fase?", declarou Ribau Esteves, enquanto tirava uma fotografia ao lado de uma lagosta gigante, com Rogério Carlos a tentar reproduzir o movimento. Entretanto, o reitor da Universidade de Aveiro também já reagiu à mais recente notícia, revelando interesse em localizar o novo viveiro nas marinhas da UA. “Já falei com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro e dei-lhe nota da nossa intenção”, declarou Paulo Jorge Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a reação de Ribau Esteves, o reitor da UA realçou: “Gostou muito da iniciativa. Afinal de contas, ainda há dias anunciou o início da construção de uma nova residência privada para os estudantes. Ora todos sabemos o tipo de estudantes que procuram estas residências. Colocar o novo viveiro junto à UA pode ser uma excelente oportunidade para atrair ainda mais estudantes deste mercado”. Quem já reagiu a esta nova investida do edil aveirense foi Alberto Souto de Miranda. “Com sinceridade, desta vez tenho que reconhecer que é uma excelente iniciativa de Ribau Esteves. Todos nós vimos a cara avermelhada com que o presidente terminou a arruada de São Gonçalinho. Penso que se continuar a tirar fotos ao lado de lagostas, certamente que o seu tom de pele não irá dar tanto nas vistas” atirou o candidato à CMA, enquanto escrevia a centésima segunda ideia do livro que só ele leu.