RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal

As eleições legislativas, a formação do novo Governo e a ampliação e modernização do Hospital de Aveiro marcaram o período antes da ordem do dia da Assembleia Municipal de Aveiro, realizada esta terça-feira, 17 de junho, no edifício da Antiga Capitania.

Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 jun 2025, 12:44

O debate político em torno das legislativas ficou marcado por posições divergentes entre os deputados municipais. Gabriel Bernardo, do Chega, fez questão de destacar o crescimento do seu partido como reflexo da vontade popular. “No dia 18 [de maio] os portugueses foram muito claros naquilo que queriam. (…) Tivemos uma clara demonstração daquilo que é a democracia”, considerando que “os grandes derrotados das legislativas foram o Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE), os principais responsáveis pela política de emigração desastrosa destes últimos anos”.

Neste seguimento, Jorge Girão, do CDS-PP, fez uma leitura crítica do crescimento do Chega. “Eu continuo a achar que o Chega não é um partido de extrema-direita. É um partido de oportunismo”, defendendo que muitos dos seus votos vieram de “esquerda”. Referindo-se diretamente a José Ribau Esteves vincou ainda que se “houvesse mais políticos em Portugal com o discurso do engenheiro Ribau não haveria Chega ou haveria um Chega muito mais pequeno”.

Sobre o crescimento da “direita e da extrema-direita”, Nuno Teixeira, deputado do PCP, deixou ainda a garantia que o partido está preparado “para intervir”.

Do lado do PSD, Manuel Prior assumiu a vitória do seu partido nas legislativas, realçando que o Chega foi o “vencedor dos perdedores”. “Neste ato eleitoral de maio houve um vencedor e só um vencedor que foi o PSD. Todos os outros perderam. (…) Pode-se, no máximo, dizer que entre os perdedores o Chega foi quem teve mais votos”.

A inclusão da ampliação e modernização do Hospital de Aveiro no programa do novo Governo foi abordada por vários deputados municipais. Pedro Rodrigues, do PAN, sublinhou a urgência da intervenção. “Não faz sentido que os utentes sejam chamados para cirurgias, se apresentem no hospital e uma vez lá chegados não tenham a garantia que a cirurgia vá ocorrer no próprio dia”, denunciou. “Esperamos que as últimas promessas eleitorais possam dar frutos, pois esta situação arrasta-se há demasiado tempo com um custo elevado para os utentes e profissionais de saúde”, desejou.

Também João Moniz, do Bloco de Esquerda, reagiu de forma positiva à inclusão da obra no plano governativo. “Esta tem sido uma luta do Bloco de Esquerda há muito tempo. (…) Isto é uma boa notícia para Aveiro e para as pessoas que aqui vivem e para toda a região. (…) Queremos também rejeitar pessoas que estão outra vez a agitar outra vez o fantasma da localização do hospital. Nós pensávamos que esse debate já estava ultrapassado. Existem pré-existências e temos de lidar com elas não podemos simplesmente terraplanar o que existe e, portanto, o hospital existe ali. (…) Temos de avançar com a expansão o quanto antes”, relembrou, numa alusão a uma publicação de Alberto Souto nas suas redes sociais onde defende que seja estudada uma outra localização para o Hospital de Aveiro.

Em resposta às preocupações levantadas, José Ribau Esteves garantiu que o processo de ampliação está em curso e criticou o ruído político gerado em torno do tema, garantindo que “não há novidade na história do hospital”. “A ampliação do hospital [vai avançar], independentemente de haver outras pessoas que andam sempre a dispersar (…) e que dizem outras coisas. É tudo respeitável, mas não interessa para nada”, considerou.

Neste seguimento, o presidente da Câmara relembrou ainda que a “ULS da região de Aveiro” já adjudicou “o segundo concurso do projeto por infelicidade do que aconteceu no primeiro”. “Há uma reserva financeira no [Programa] Centro 2030 para financiar a obra. (…) Nunca esteve em causa”, frisou, criticando a contratação pública. “É preciso andar para a frente, que se assine o contrato com o projetista que ganhou, que o contrato tenha visto do tribunal de contas (…) e que se faça bem e depressa naquele realismo que lembrei na Assembleia Municipal lá para o final de 2026…”, lembrou.

Sobre o projetista, Ribau Esteves garantiu que a empresa que ganhou o concurso é de “grande qualidade” e “com muita experiência no setor hospitalar”. “Não é preciso dinheiro em 2026. É preciso cabimento orçamental para que se possa lançar o concurso e, obviamente a partir de 2027 é preciso dinheiro no pressuposto que teremos empreiteiro. É preciso começar a pagar ao empreiteiro”, atentou. Note-se que o concurso para “Aquisição dos Serviços de Elaboração do Projeto de Execução para a Empreitada de Construção da Unidade de Ambulatório da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, EPE, e de Assistência Técnica Durante as Fases de Concurso e de Construção” é da responsabilidade da própria ULS.

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Assembleia de Freguesia de Aradas termina em polémica após abandono do PS e Sentir Aradas
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Assembleia de Freguesia de Aradas termina em polémica após abandono do PS e Sentir Aradas

Em comunicado publicado nas redes sociais da freguesia, na passada segunda-feira, o Executivo da Junta — liderado pela coligação Aliança com Aveiro — lamentou “profundamente a atitude democrática” dos dois grupos, acusando-os de abandonar a sessão pelas “19h33” “sem fundamento”, apesar de esta estar “a decorrer de forma legal e regular”. O Executivo defendeu que a ausência da presidente da Junta, provocada por um “imprevisto pessoal”, foi comunicada antecipadamente e colmatada por um “substituto legal”. Segundo o comunicado, estavam presentes os restantes membros do Executivo: “Danilo Almeida (Tesoureiro), Carisa Martins (Secretária), Júlio Dias (Vogal) e Sandra Sindão (Vogal)”. O comunicado oficial acusa ainda as bancadas do PS e do Sentir Aradas de se recusarem a interpelar o Executivo por não estar presente a presidente, alegando que tal atitude demonstra uma falta de reconhecimento pelos restantes eleitos. A Junta considera o episódio “um claro atentado à vontade do povo de Aradas manifestada nas eleições autárquicas de 2021” e “ofensiva da democracia”. Também os partidos da oposição reagiram na passada segunda-feira, através das suas redes sociais, com comunicados próprios e com críticas ao Executivo e ao presidente da Assembleia. Em declarações à Ria, Gilberto Ferreira, líder do Sentir Aradas e candidato à Junta de Freguesia de Aradas nas eleições autárquicas, questionou a legitimidade do comunicado. “Não sabemos quem o assina. Não sabemos se foi feito pela Mesa da Assembleia, pelo Executivo ou pela sua presidente”, disse. “A presidente chegou atrasada e foi-nos comunicado isso no início. Sugerimos o adiamento da sessão, algo que foi recusado. O Executivo decidiu prosseguir com os trabalhos mesmo sem a presidente, o que nos pareceu pouco adequado”, afirmou. Gilberto Ferreira descreveu ainda que, após o único ponto de a ordem de trabalhos ser iniciado, o presidente da Assembleia interveio para “complementar” as declarações do Executivo, algo que considerou “uma extrapolação clara das suas competências”. “Ninguém lhe pediu para complementar. Estava a ultrapassar as suas funções. Quando a presidente chegou esbaforida e tomou a palavra, achámos que não o devia fazer. Já tinham falado em nome do Executivo e não havia justificação para nova intervenção”, relatou, acrescentando que a situação gerou um “mal-estar” que levou à saída das bancadas do Sentir Aradas e do PS. Também Sónia Madail Aires, líder da bancada socialista e candidata à Junta de Freguesia de Aradas nas eleições autárquicas, rejeitou as acusações da Junta e defendeu que a decisão de abandonar a sessão foi uma reação ao “comportamento antidemocrático” da presidente e do presidente da Assembleia. “Se houve alguém que não respeitou a democracia, foi o presidente da Assembleia de Freguesia e a senhora presidente da Junta. O que aconteceu foi uma autêntica falta de respeito pelo órgão. Nós não estamos ali para ser constantemente desrespeitados e humilhados”, afirmou. A socialista sublinha que a oposição não contestou o atraso da presidente, mas sim o modo como esta retomou os trabalhos. “Um imprevisto pode acontecer a qualquer pessoa. Não foi isso que motivou a nossa saída. A presidente chegou e, em vez de se sentar e acompanhar os trabalhos que já decorriam, decidiu intervir como se estivesse a iniciar a reunião. Isso não é aceitável”, insistiu. A Ria tentou ainda contactar Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas, mas até ao momento não obteve resposta.

Alberto Souto de Miranda acusa Rui Carneiro de “traição” ao PS Aveiro
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Alberto Souto de Miranda acusa Rui Carneiro de “traição” ao PS Aveiro

No passado dia 23 de junho, o secretariado da Comissão Política Concelhia de Aveiro do PS retirava a confiança política ao vereador Rui Soares Carneiro. A decisão foi tomada na sequência de declarações públicas “reiteradas” do autarca, nas quais contestava a escolha do candidato à Junta de Freguesia de Cacia, manifestava a possibilidade de não apoiar a candidatura do PS à Câmara Municipal de Aveiro e admitia integrar uma eventual candidatura independente. “Perante o desrespeito, reiterado, pelos Estatutos do Partido Socialista, não tivemos outra alternativa”, justificava o secretariado concelhio em comunicado. No mesmo dia, Nelson Peralta, ex-deputado do Bloco de Esquerda (BE), vinha a público nas redes sociais denunciar uma tentativa de Rui Carneiro obter “apoio formal e institucional” para uma candidatura independente “a uma freguesia do Município”. Confrontado pela Ria, o vereador negou qualquer contacto formal com o BE. Na segunda-feira, 30 de junho, Rui Soares Carneiro reagiu à decisão do PS, classificando as declarações que motivaram a retirada de confiança como “perfeitamente banais” e negando ter feito qualquer abordagem ao Bloco de Esquerda. Já esta terça-feira, 1 de julho, foi a vez de Alberto Souto de Miranda divulgar uma nota de esclarecimento às redações. Nesse comunicado, Alberto Souto começa por relativizar a saída do vereador. “A deserção de um vereador não é um facto insignificante, por muito insignificante que seja o dito. Não queremos ganhar com unanimismos. Perdemos um voto. Mas há votos que vale a pena perder”, atira. O candidato recorda ter convidado Rui Carneiro para liderar a candidatura socialista à Junta de Freguesia de Cacia, convite ao qual, segundo afirma, o ex-vereador socialista nunca respondeu. “O Dr. Rui Carneiro não teve a coragem para aceitar, nem a educação de me explicar porquê”, lamenta Sobre a eventual falta de apoio de Rui Carneiro à sua candidatura, Alberto Souto reconhece a liberdade individual, mas critica a falta de franqueza. “Podia não gostar de mim. Podia querer ser vereador. Podia não querer ser presidente de Junta. O que queria, porém, nunca mo disse. As pessoas são livres, mas em política e na vida devem ser francas e verdadeiras”, afirma. Relativamente à denúncia feita por Nelson Peralta, Alberto Souto de Miranda não poupou nas palavras, comparando a atitude de Rui Carneiro à de “traidores cobardes” e “tipos sem carácter”. Embora diga não o considerar um traidor, admite que “perante estes factos, há quem possa legitimamente pensar isso mesmo”. Acusando Rui Carneiro de ter construído uma “narrativa” tardia e de se estar a vitimizar, o candidato socialista reforça que há mais de uma testemunha a corroborar a denúncia. “Nelson Peralta lembra que não foi apenas ele o destinatário de tal proposta de traição. Porque carga de água é que haveria de inventar uma coisa destas?”, questiona. Alberto Souto de Miranda encerra o comunicado com um conjunto de acusações duras, sob a forma de perguntas retóricas: “Um vereador que mente não é um homem mentiroso? Um vereador que trai a sua equipa sem qualquer satisfação, não é um mesmo um traidorzeco sem perdão? Um vereador que assim procede não devia pedir desculpa e ter vergonha? Um vereador que assim se prostitui deve hipocritamente pavonear-se pelas redes, como se fosse uma virgem ofendida coberta por um manto de virtudes? Um vereador que assim desprestigia e trai a força política que o elegeu, não devia ter um pingo de dignidade e imediatamente demitir-se?”. Neste seguimento, o candidato socialista acrescenta: “Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis e a política está cheia de vermes palavrosos. As pulgas ambiciosas e falsas estatelam-se contra parede da verdade. E só não partem a espinha dorsal porque não a têm”. Na reta final do comunicado, Alberto Souto de Miranda insiste ainda que Rui Carneiro “cavou a sua própria sepultura”. “Ninguém pode confiar num esforçado e frustrado vira-casacas que, licenciosamente, pela calada da noite, faz o ‘trottoir’ partidário e se tenta vender por trinta dinheiros, e ainda guarda uma faca na liga, disfarçada de pena viscosa, pegajosa de tanta necessidade de justificar o injustificável”, conta. Por fim, o candidato socialista dá ainda nota que foi “completamente alheio à retirada de confiança política por parte do Secretariado do PS”, mas que entende a decisão: “Não se pode confiar em alguém assim”, remata. O comunicado na íntegra pode ser consultado aqui.

JS Aveiro saúda apoio da Câmara à AAUAv, mas critica atraso "inaceitável"
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JS Aveiro saúda apoio da Câmara à AAUAv, mas critica atraso "inaceitável"

Em nota de imprensa enviada esta terça-feira, 1 de julho, a JS Aveiro congratula-se com a celebração do protocolo entre a CMA e a AAUAv, aprovado na reunião camarária de 24 de junho e formalizado no 47.º aniversário da associação, no passado sábado, 28 de junho. Tal como noticiado pela Ria, o acordo prevê um apoio financeiro no valor de “44.500 euros” para o ano de 2025, distribuído por diversas áreas de atuação da Associação Académica: política educativa, cultura, desporto e bem-estar e eventos académicos. Apesar do “desfecho positivo”, a JS Aveiro não poupou críticas ao executivo municipal, considerando o atraso na formalização do apoio “inaceitável e incompreensível”. Segundo o comunicado, “foram necessários oito meses de silêncio, inação e desvalorização das consecutivas críticas públicas feitas pela Juventude Socialista para que o presidente da Câmara se dignasse a reconhecer a urgência de resolver a situação”. Para a JS, este atraso reflete uma postura “sistematicamente negligente” face ao “movimento estudantil e para com as dinâmicas juvenis e académicas da cidade”. Recorde-se que, de acordo com declarações anteriores de José Ribau Esteves, presidente da CMA, não existia um apoio financeiro formal à AAUAv há mais de 12 anos, limitando-se a autarquia a uma “cooperação informal”. A juventude socialista acusa ainda o executivo de procurar evitar ficar marcado como “o único que não apoiou a AAUAv”. A nota destaca o papel “absolutamente central” da associação académica na vida do concelho, considerando “inadmissível” que a instituição tenha sido ignorada durante tanto tempo. A JS Aveiro critica também o “desconforto” demonstrado pelo executivo relativamente à construção da Nave Multiusos ‘Caixa UA’, que Ribau Esteves classificou como “ilegal” e um “mau exemplo” na última Assembleia Municipal, a 17 de junho. Em resposta, a Juventude Socialista considerou “irónico” que o executivo critique um equipamento que, embora “necessário”, foi concretizado sem qualquer apoio da autarquia, apesar dos 12 anos de governação pela Aliança com Aveiro. A Universidade de Aveiro já desmentiu as alegações de ilegalidade, mas até ao momento, a Câmara Municipal não respondeu. Na nota final, a JS Aveiro exige que a Câmara adote uma postura “mais séria, transparente e proativa” no relacionamento com os jovens e com as instituições académicas da cidade. “A solução era simples. Bastava vontade política. Bastava que o senhor presidente da Câmara colocasse Aveiro e os seus estudantes acima de meros caprichos e interesses pessoais”, conclui a estrutura juvenil socialista.

A25: Fim das portagens em Aveiro volta à AR com proposta do PCP
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A25: Fim das portagens em Aveiro volta à AR com proposta do PCP

No projeto de lei entregue em AR, o PCP denuncia o que considera ser uma “injustiça” e uma “discriminação”, apontando como origem da situação a aplicação da “Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto”. Tal como noticiado pela Ria, esta lei isentou, no caso de Aveiro, a Concessão “Beiras Litoral e Alta” [que liga Albergaria-a-Velha a Vilar de Formoso], mas manteve a cobrança na concessão “Costa de Prata” [que liga a zona das praias a Albergaria-a-Velha]. No texto, o partido critica diretamente a Lei n.º 37/2024 que isentou de pagamento vários lanços de autoestradas do interior e outras vias sem alternativas viáveis, mas que deixou de fora, “sem que seja possível descortinar o motivo (…) na A25 os pórticos de Esgueira-Aveiro Nascente, Estádio-Angeja e Angeja-Albergaria”. O PCP recorda ainda que as SCUT foram transformadas em vias portajadas em “2010”, no âmbito das Parcerias Público-Privadas (PPP) que, segundo o partido, “fizeram e fazem as populações reféns do lucro desmedido das concessionárias”. O partido sublinha ainda a oposição do mesmo às portagens nestas vias, reiterando que estas representam um entrave ao “desenvolvimento económico e custos às populações e empresas”. Recorde-se que a proposta do Partido Socialista (PS) que levou à criação da Lei n.º 37/2024 foi aprovada na generalidade a 2 de maio de 2024, com os votos favoráveis do Bloco de Esquerda (BE), PCP, Livre, Chega (CH), Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e do próprio PS. O Partido Social Democrata (PSD) e o CDS-Partido Popular (CDS-PP) votaram contra, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) optou pela abstenção. A medida entrou em vigor a 1 de janeiro de 2025, data a partir da qual várias portagens nas antigas SCUT deixaram de ser cobradas. No dia 2 de janeiro, ou seja, no dia seguinte a aplicação da medida, o PCP-Aveiro era o primeiro partido a reagir contra a “injustiça”, através de uma nota de imprensa. Seguia-se o Grupo de Coordenação Local da Iniciativa Liberal de Aveiro, no dia 3 de janeiro, que voltava a reforçar a mesma ideia. Três dias depois era a vez do BE, onde também através de uma nota de imprensa dava nota que iria avançar com o Projeto de Lei N.º 415/XVI/1.ª.

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Misericórdia de Vale de Cambra com projeto de 3,2 ME para habitação sénior colaborativa
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Segundo revelou hoje a instituição, o modelo em causa permite que idosos em situação vulnerável, mas ainda física e socialmente autónomos, possam viver em residências que, sem lhes restringir a devida independência, beneficiarão de espaços e serviços comuns. “O público-alvo desta resposta será, previsivelmente, a população mais vulnerável do concelho, em particular pessoas idosas com autonomia funcional”, revelou à Lusa fonte da Santa Casa. A fonte adiantou que “o modelo habitacional prevê a construção de moradias T1 e T2, organizadas de forma a promover a vida comunitária, pelo que os residentes partilharão espaços comuns, assumindo em conjunto responsabilidades relacionadas com a limpeza, manutenção e organização do espaço”. Parte dessa componente colaborativa e comunitária será assegurada pela própria Misericórdia, com recurso a um quadro de pessoal “bastante reduzido”. Está previsto, aliás, que este modelo habitacional exija apenas um diretor técnico, “que assegurará o acompanhamento global do projeto”, cabendo depois a parceiros locais assegurar as atividades de “lazer e tempos livres dos residentes”. O primeiro concurso público para o efeito foi lançado em fevereiro deste ano e “ficou deserto”, pelo que o procedimento atual tem agora um valor-base de adjudicação 200.000 euros acima do anterior. A componente de financiamento comunitário, por sua vez, mantém-se na ordem dos 1,879 milhões de euros. Se houver candidatos válidos e a empreitada arrancar antes do final de 2025, a expectativa é que, dado o prazo de execução de um ano, as novas habitações – a criar na freguesia de Codal – possam ser ocupadas no final de 2026 ou início de 2027. A Santa Casa de Vale de Cambra garantiu que assume o projeto “com o empenho e sentido de missão que sempre a caracterizaram”, mas admitiu algumas cautelas: “Há uma natural preocupação face ao contexto nacional e internacional, marcado por incertezas económicas, escassez de mão-de-obra e prazos extremamente curtos para a execução de obras com grande exigência técnica e financeira”. A prioridade da instituição, em todo o caso, continua a ser contribuir para a comunidade local “com soluções inovadoras e sustentáveis que melhorem a qualidade de vida da população mais vulnerável”.

Assembleia de Freguesia de Aradas termina em polémica após abandono do PS e Sentir Aradas
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Em comunicado publicado nas redes sociais da freguesia, na passada segunda-feira, o Executivo da Junta — liderado pela coligação Aliança com Aveiro — lamentou “profundamente a atitude democrática” dos dois grupos, acusando-os de abandonar a sessão pelas “19h33” “sem fundamento”, apesar de esta estar “a decorrer de forma legal e regular”. O Executivo defendeu que a ausência da presidente da Junta, provocada por um “imprevisto pessoal”, foi comunicada antecipadamente e colmatada por um “substituto legal”. Segundo o comunicado, estavam presentes os restantes membros do Executivo: “Danilo Almeida (Tesoureiro), Carisa Martins (Secretária), Júlio Dias (Vogal) e Sandra Sindão (Vogal)”. O comunicado oficial acusa ainda as bancadas do PS e do Sentir Aradas de se recusarem a interpelar o Executivo por não estar presente a presidente, alegando que tal atitude demonstra uma falta de reconhecimento pelos restantes eleitos. A Junta considera o episódio “um claro atentado à vontade do povo de Aradas manifestada nas eleições autárquicas de 2021” e “ofensiva da democracia”. Também os partidos da oposição reagiram na passada segunda-feira, através das suas redes sociais, com comunicados próprios e com críticas ao Executivo e ao presidente da Assembleia. Em declarações à Ria, Gilberto Ferreira, líder do Sentir Aradas e candidato à Junta de Freguesia de Aradas nas eleições autárquicas, questionou a legitimidade do comunicado. “Não sabemos quem o assina. Não sabemos se foi feito pela Mesa da Assembleia, pelo Executivo ou pela sua presidente”, disse. “A presidente chegou atrasada e foi-nos comunicado isso no início. Sugerimos o adiamento da sessão, algo que foi recusado. O Executivo decidiu prosseguir com os trabalhos mesmo sem a presidente, o que nos pareceu pouco adequado”, afirmou. Gilberto Ferreira descreveu ainda que, após o único ponto de a ordem de trabalhos ser iniciado, o presidente da Assembleia interveio para “complementar” as declarações do Executivo, algo que considerou “uma extrapolação clara das suas competências”. “Ninguém lhe pediu para complementar. Estava a ultrapassar as suas funções. Quando a presidente chegou esbaforida e tomou a palavra, achámos que não o devia fazer. Já tinham falado em nome do Executivo e não havia justificação para nova intervenção”, relatou, acrescentando que a situação gerou um “mal-estar” que levou à saída das bancadas do Sentir Aradas e do PS. Também Sónia Madail Aires, líder da bancada socialista e candidata à Junta de Freguesia de Aradas nas eleições autárquicas, rejeitou as acusações da Junta e defendeu que a decisão de abandonar a sessão foi uma reação ao “comportamento antidemocrático” da presidente e do presidente da Assembleia. “Se houve alguém que não respeitou a democracia, foi o presidente da Assembleia de Freguesia e a senhora presidente da Junta. O que aconteceu foi uma autêntica falta de respeito pelo órgão. Nós não estamos ali para ser constantemente desrespeitados e humilhados”, afirmou. A socialista sublinha que a oposição não contestou o atraso da presidente, mas sim o modo como esta retomou os trabalhos. “Um imprevisto pode acontecer a qualquer pessoa. Não foi isso que motivou a nossa saída. A presidente chegou e, em vez de se sentar e acompanhar os trabalhos que já decorriam, decidiu intervir como se estivesse a iniciar a reunião. Isso não é aceitável”, insistiu. A Ria tentou ainda contactar Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas, mas até ao momento não obteve resposta.

Cerca de 17% dos jovens dos 15 aos 34 anos abandonam pelo menos 1 nível de escolaridade
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Estas conclusões são do módulo de 2024 do Inquérito ao Emprego, sobre “Jovens no mercado de trabalho”, que se focou na identificação dos percursos educativos abandonados e nas razões para a sua não conclusão, assim como na relação entre as exigências do trabalho e a formação académica e as competências que os jovens detêm. Segundo o documento, as principais razões que motivaram a desistência foram “questões financeiras ou de trabalho”, 30,1%, e a perceção de que “o curso era demasiado difícil ou não correspondia às expectativas ou necessidades”, 28,2%. No subgrupo daqueles com ensino superior, 12,4% concluíram, pelo menos, uma qualificação com orientação vocacional ou profissionalizante ao nível do ensino secundário ou pós-secundário, tendo assim tido experiência profissional integrada no curriculum escolar, adianta o INE. Na população dos 16 aos 34 anos empregada ou que, não sendo empregada, tem experiência profissional anterior, um em cada cinco (20,8%) considerou ter um nível de escolaridade superior às exigências do trabalho que desempenha (ou desempenhava) e uma proporção semelhante (22,7%) referiu ter mais competências do que as necessárias ao desempenho das suas funções. Não obstante, no subgrupo dos que concluíram o ensino secundário ou um nível de escolaridade superior, 41,3% consideraram que a sua área de educação e formação corresponde total ou quase totalmente às exigências do seu trabalho.

Suspeito de abusar de jovem vulnerável em Oliveira do Bairro foi detido pela PJ
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Segundo as investigações, os abusos sexuais teriam ocorrido numa localidade do concelho de Oliveira do Bairro, quando o suspeito conseguia estar a sós com a vítima, aproveitando-se da vulnerabilidade desta, afirmou aquela força policial, num comunicado enviado à agência Lusa. O homem foi detido no cumprimento de mandado de detenção e, após apresentação a primeiro interrogatório judicial, foi-lhe aplicada a medida de coação mais gravosa de prisão preventiva.