RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz
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Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz

Em 2021, o Bloco de Esquerda em Aveiro tinha conquistado, nos três órgãos- Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia - um total de 7.565 votos. Este ano, o partido viu esse número cair para 2.752 votos, o que representa menos 4.813 do que há quatro anos. Especificando cada órgão: na Câmara Municipal, onde em 2021 o BE era a terceira força política, com 2.191 votos (6,40%), o partido caiu agora para a sexta posição com 780 votos (2,01%). Na Assembleia Municipal- onde há quatro anos tinha elegido dois deputados- o BE perde representação, alcançando apenas 1.001 votos (2,58%). Já nas Assembleias de Freguesia, às quais o partido concorreu, em 2025, a todas as freguesias exceto São Jacinto, o BE perdeu os quatro mandatos que havia conquistado em 2021. “É uma perda muito grande de votos e de mandatos”, reconheceu João Moniz à Ria. “Nós temos de olhar para a realidade como ela é e o que ela nos diz é que o Bloco de Esquerda foi derrotado nestas eleições. Não há outra forma de dizer isto sem ser esta e qualquer outra forma que tente amenizar o que aconteceu é contraproducente”, continuou. Questionado pela Ria sobre as razões desta queda, o candidato não se “ilibou pessoalmente”, nem à estrutura do partido, mas reconheceu que não é possível “dissociar os resultados autárquicos do Bloco Esquerda daquilo que tem sido a desfiguração do Bloco [a nível nacional]”. “Quem me segue nas redes sociais sabe que eu tenho uma opinião crítica em relação à linha do partido, eu já o disse em entrevistas, em publicações nas redes sociais, mas não queria focar a conversa nisso porque acho que não é tempo para isso. Nós vamos fazer a reflexão interna e aí vamos fazer esse diálogo interno sobre o que é que está em causa e porquê”, afirmou, avançando que o partido tem já assembleia marcada para o “próximo sábado”. “Obviamente nós fizemos alguma coisa de errado e vamos ter uma reflexão interna sobre o que produziu este resultado.Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, completou. Note-se que esta segunda-feira, um dia após as eleições, João Moniz fez uma publicação nas suas redes sociais onde aproveitou para saudar Luís Souto de Miranda pela vitória. Aproveitou também para agradecer a “todos” pelo envolvimento na campanha do BE em Aveiro e reconheceu que apesar “da qualidade da campanha, da prestação nos debates e entrevistas, e da centralidade que muitas das ideias que lançámos adquiriram na campanha, esta foi uma grande e pesada derrota do Bloco de Esquerda em Aveiro”. Questionado ainda sobre se a possível coligação à esquerda, que o BE tentou promover com o Livre, o PAN e a CDU, poderia ter evitado este desfecho, João Moniz admitiu não saber e citou o exemplo do que aconteceu em Lisboa. “A coligação liderada pelo Partido Socialista (PS) foi menos do que a soma dos partidos, pelo menos contabilizando o resultado de 2021. Portanto, as coisas às vezes não são assim tão lineares”, recordou. Recorde-se que também esta terça-feira, 14 de outubro, o BE Aveiro fez uma publicação, através das suas redes sociais, onde reconhece que os “resultados eleitorais ficaram muito aquém das nossas expectativas e representam uma derrota para o Bloco, tanto em Aveiro como no país”. “Apesar do reconhecimento geral na qualidade da campanha que construímos e do programa que apresentámos, o Bloco de Esquerda perdeu toda a sua representação institucional nos órgãos do poder local em Aveiro.É uma derrota que encaramos com humildade e sentido de responsabilidade. Mas é também um momento de balanço e de renovação da nossa determinação”, lê-se. Apesar do resultado, o partido garante que continuará a estar presente em Aveiro “a lutar por um concelho mais justo, solidário e livre”. “Continuaremos a denunciar as desigualdades, a combater a especulação imobiliária, a defender o direito à habitação e a exigir transportes públicos de qualidade. A todas e todos os que acreditam que é possível mudar Aveiro, deixamos uma promessa: continuaremos a trabalhar, com empenho e com esperança”, afirma. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM)venceu a Câmara Municipal sem maioriae elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.

Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal
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Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal

Entre os três órgãos a que concorreu - Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia- o Livre Aveiro obteve um total de “2803 votos”. Na Câmara Municipal, o partido alcançou a quinta posição entre as nove forças políticas em disputa, com 849 votos (2,19%). Na Assembleia Municipal manteve a mesma classificação, conseguindo 1.305 votos (3,37%) e elegendo, assim, um deputado municipal, a sua primeira representação no concelho. Já nas Assembleias de Freguesia de Glória e Vera Cruz e de Esgueira, o Livre obteve 649 votos (1,68%), não tendo conseguido eleger qualquer mandato. Face a este desfecho, Bruno Fonseca, que também foi o candidato à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas, mostrou-se “feliz” com o resultado alcançado vincando à Ria que o mesmo “ainda torna a responsabilidade maior o que nós queremos fazer pela cidade”. “Isto já é um trabalho que vem detrás mesmo antes de apresentarmos esta candidatura ao Município de Aveiro”, recordou. “Com esta candidatura e com os dados que já temos dá-nos mais alento para continuar a trabalhar e a enraizar o projeto do Livre na cidade”, acrescentou ainda o candidato. Sobre o lugar que agora ocupará na Assembleia Municipal, Bruno Fonseca garantiu: “a voz dos aveirenses vai ser ouvida e colocada na Assembleia Municipal”. “Esse foi o nosso objetivo principal quando apresentamos a candidatura e vamos fazer esse trabalho conjunto com os aveirenses de levantar os problemas e levar as soluções para cima da mesa”, sublinhou. “O Livre será essa voz”, insistiu. Recorde-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.

Governação em Aveiro: dois caminhos em cima da mesa para Luís Souto
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Governação em Aveiro: dois caminhos em cima da mesa para Luís Souto

O primeiro, aquele que se figura como mais provável para o arranque do mandato, é uma governação minoritária, assente em diálogo permanente e na construção de maiorias ‘ponto a ponto’ para viabilizar as matérias estruturantes como orçamento, grandes opções do plano, investimentos de maior escala ou a política fiscal (IMI, IRS, Derrama). O segundo, mais estável, mas politicamente mais exigente, é uma maioria através da partilha de pelouros, que implicaria integrar no executivo, pelo menos, um dos cinco vereadores da oposição - Diogo Soares Machado do Chega ou, por exemplo, um dos vereadores independentes eleitos nas listas do PS, em troca de responsabilidades executivas e um acordo escrito para o mandato. No primeiro cenário, onde a governação de Carlos Moedas em Lisboa é um bom exemplo, a Câmara funciona com a aritmética de 4-4-1 e a estabilidade nasce de conversações antes de cada reunião. Na prática, Luís Souto teria de dedicar uma fatia relevante da sua agenda a reuniões preparatórias com PS e Chega, enviando propostas com antecedência, acolhendo propostas de alteração e combinando, por exemplo, ‘abstenções técnicas’ sempre que existam pontos de convergência. Em Portugal é regra que a maioria dos pontos discutidos em reuniões de Câmara Municipal seja aprovada sem sobressaltos, mas o novo quadro político de Aveiro torna mais difícil a aprovação dos documentos estruturantes. Neste cenário, perde-se alguma velocidade na decisão e cresce a imprevisibilidade quando as sensibilidades partidárias divergem. Ainda assim, é um caminho que preserva a identidade programática da coligação vencedora e respeita o sinal do eleitorado, que fragmentou o poder. O segundo cenário de maioria com partilha de pelouros oferece estabilidade: bastaria conquistar um dos cinco vereadores da oposição para transformar a geometria variável em maioria estável. Isso pode acontecer de duas formas. A primeira é através do Chega, atribuindo-lhe pelouros com fronteira clara, mediante um acordo escrito que detalhe objetivos comuns. A segunda passa por independentes eleitos em listas do PS (como Marta Ferreira Dias ou Rui Castilho Dias), cuja condição de independência lhes confere, em tese, maior margem para arquitetar uma solução de governabilidade sem que o PS entre formalmente no executivo. Em ambos os casos, os ganhos são evidentes - menos desgaste negocial, capacidade de planear quatro anos de obras e políticas sem sobressaltos -, mas o custo político também pesa: integração da oposição na máquina executiva, partilha de resultados e eventual resistência interna dentro do partido. No caso do Chega, há ainda o enquadramento nacional e a leitura pública que uma solução destas poderia suscitar. Em qualquer dos caminhos, o eleitorado deixou um recado claro: a partir de agora, a governação de Aveiro joga-se menos na força das máquinas partidárias e mais na capacidade de construir consensos úteis.

O fim da era Ribau e o início de um ciclo fragmentado na política local de Aveiro
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O fim da era Ribau e o início de um ciclo fragmentado na política local de Aveiro

A vitória de Luís Souto assentou numa estratégia clara: compensar a desvantagem na cidade com uma forte implantação nas freguesias mais afastadas do centro urbano. Enquanto Alberto Souto conquistava margens significativas em zonas urbanas como Glória e Vera Cruz e Esgueira (saldo positivo nestas freguesias de cerca de 1300 votos), o candidato da ‘Aliança com Aveiro’ manteve a hegemonia nas freguesias mais distantes do centro urbano, sustentado pela rede de presidentes de junta de freguesia do PSD. O próprio Alberto Souto, em declarações à Ria no dia das eleições, mostrou consciência dessa dificuldade, ao recordar que, nas últimas eleições, a coligação tinha vencido “dez a zero” nas Juntas de Freguesia. O aviso acabou por se confirmar e reforçou uma evidência que continua a marcar a política aveirense: ser poder nas freguesias é uma vantagem estrutural determinante para vencer a Câmara. Apesar das fissuras internas causadas pela escolha do candidato - uma decisão da direção nacional do PSD que dividiu o partido - e da natural erosão resultante da sucessão a uma liderança marcante como a de Ribau Esteves, Luís Souto conseguiu segurar o eleitorado tradicional da coligação nas zonas periféricas e superar as dificuldades de um ciclo de transição. Um dado curioso ajuda a ilustrar as diferenças entre esta eleição autárquica e a última: apenas em Aradas Luís Souto teve mais votos para a Câmara do que a sua candidata à Junta, Catarina Barreto. Ao contrário de Ribau Esteves, que funcionava como um trunfo eleitoral para os candidatos das freguesias, o novo presidente teve dificuldade em capitalizar o apoio local das estruturas da coligação. Nas Assembleias de Freguesia, a ‘Aliança com Aveiro’ voltou, ainda assim, a ser esmagadora: venceu em nove das dez freguesias. O Partido Socialista apenas conquistou Glória e Vera Cruz, a freguesia da cidade, onde Bruno Ferreira, atual membro do executivo da coligação 'Aliança com Aveiro', se tornou o novo presidente da Junta. A candidata derrotada, Glória Leite, foi uma escolha pessoal de Luís Souto, algo que o próprio fez questão de destacar no discurso da vitória, com um agradecimento especial. Entre os autarcas da coligação, Cristina Gonçalves, em São Jacinto, e Miguel Silva, em Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, foram os únicos a melhorar os resultados percentuais em relação a 2021. Em sentido contrário, houve quedas expressivas em várias freguesias. Em Cacia, Nélson Santos manteve a maioria, mas perdeu 12 pontos percentuais, e só a ausência de uma candidatura do Chega poderá ter evitado maiores danos. Em Esgueira, Rui Cordeiro, que era apontando por todos como o grande favorito, acabou por vencer por uma margem mínima de 12 votos e perdeu 8%, num contexto em que o Chega alcançou 12,16% e elegeu dois mandatos. Já em Aradas, Catarina Barreto viu a sua votação descer de 46,28% (2021) para 34,76% este ano, perdendo a maioria, após um mandato marcado por polémicas que chegaram ao tribunal e afetaram fortemente a imagem do executivo. Do lado socialista, as apostas de Alberto Souto nas freguesias não produziram os resultados esperados. Em Oliveirinha, Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz e São Jacinto, os candidatos do PS obtiveram resultados inferiores aos de 2021. Uma exceção relevante foi Cacia, onde João Matos Silva protagonizou uma das maiores surpresas da noite: subiu de 20,32% para 33,94%, tornando-se o grande destaque socialista nas freguesias e abrindo caminho para uma futura disputa pela presidência local, quando Nélson Santos atingir o limite de mandatos em 2029. A ausência de maiorias em várias freguesias promete agora dias de negociações intensas. Os executivos terão de ser aprovados nas primeiras reuniões das Assembleias de Freguesia e há quatro casos em que isso não está garantido: Glória e Vera Cruz, Esgueira, Aradas e Eixo e Eirol. Nestas freguesias, o papel do Chega poderá ser decisivo para a formação dos executivos, embora, no caso da cidade, a Iniciativa Liberal, que elegeu um mandato, possa garantir ao PS uma maioria se houver entendimento entre ambos. No caso de Aradas, a situação parece mais complicada. Segundo informações recebidas pela Ria, Catarina Barreto, líder da candidatura da ‘Aliança com Aveiro’ nesta freguesia, logo depois de contados os votos e de perceber que tinha perdido a maioria abordou diretamente Gilberto Ferreira, líder do movimento independente ‘Sentir Aradas’, com o objetivo de marcar uma reunião entre ambos. A Ria sabe que será muito difícil para Catarina Barreto conseguir criar executivo nesta Junta de Freguesia. Nesse cenário, poderão ser marcadas eleições intercalares para esta freguesia e tudo fica em aberto, desde entendimentos entre a oposição para superar os 34,76% de Catarina Barreto ou até o surgimento de novos candidatos. Na Assembleia Municipal, o novo mapa reflete a fragmentação do cenário político do contexto nacional. BE, CDU e PAN ficam sem representação, enquanto o Chega passa de um para três mandatos, a Iniciativa Liberal entra com dois e o Livre estreia-se com um. Somando os presidentes de Junta, que têm assento e direito de voto neste órgão, a ‘Aliança com Aveiro’ assegura a maioria necessária para eleger Miguel Capão Filipe como presidente da Assembleia Municipal. As eleições de 2025 confirmam uma mudança estrutural no mapa político de Aveiro. A coligação 'Aliança com Aveiro' assegura os mínimos para vencer, mas terá agora que governar sem maioria; o PS reforça-se, mas continua aquém de reconquistar a Câmara; e o Chega afirma-se como novo ator relevante. Luís Souto inicia o mandato num concelho dividido entre centro e periferia e enfrenta um desafio inédito: liderar Aveiro num tempo em que o poder autárquico já não se conquista apenas pela força da máquina partidária, mas pela capacidade de construir consensos.

Autárquicas: Vereador do Chega em Aveiro disponível para ajudar à “estabilidade governativa”
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Autárquicas: Vereador do Chega em Aveiro disponível para ajudar à “estabilidade governativa”

“Estamos disponíveis para conversar e definir uma base em que se possa garantir a estabilidade governativa do município. Se isso passa por pelouros ou não, é prematuro falar nisso”, disse à Lusa Diogo Machado, garantindo que irá assumir o lugar na vereação. Numa análise aos resultados em Aveiro, Diogo Machado admitiu que esperava mais do que os 10,90% dos votos que o Chega obteve para o executivo municipal. “Não foi o resultado que nós gostaríamos nem que estávamos à espera, mas é um resultado que assumimos como democratas que somos e, portanto, assumimos e vamos honrar o compromisso com os aveirenses que em nós confiaram”, declarou. O candidato do Chega referiu ainda que a correlação de forças no executivo municipal "foi a que os aveirenses quiseram", sublinhando que todos os que têm assento nos órgãos do governo do município, têm que saber honrá-la e respeitá-la. “Eu tenho que saber assumir o resultado com humildade e com a responsabilidade de que fomos eleitos com um programa (...). Vamos agora esperar que quem foi eleito presidente de câmara entenda se quer ou não falar connosco”, concluiu. O Chega foi a terceira força política no concelho e elegeu Diogo Machado como vereador, garantindo assim representação no executivo pela primeira vez. O partido triplicou também a presença na Assembleia Municipal, passando de um para três eleitos, e elegeu oito vogais nas juntas de freguesia. Depois de apurados os resultados nas 10 freguesias, segundo dados do Ministério da Administração Interna, a coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderada por Luís Souto, venceu as eleições sem maioria, elegendo quatro mandatos e a oposição elegeu cinco (o PS quatro e o Chega um). Há quatro anos, o PSD/CDS-PP/PPM obteve uma maioria absoluta com 51,26% dos votos (17.549), elegendo o presidente e cinco vereadores, seguindo-se o PS com 26% (8.901) e três vereadores. A coligação conquistou ainda nove das 10 freguesias, acabando por conquistar também esta última em eleições intercalares. O executivo do mandato 2021-2025 é presidido pelo social-democrata Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM, e três eleitos da coligação PS/PAN, sendo dois do PS e um independente (ex-PS). Concorreram à presidência da Câmara de Aveiro Alberto Souto (PS), Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM), Diogo Machado (Chega), João Moniz (BE), Isabel Tavares (CDU), Miguel Gomes (IL), Bruno Fonseca (Livre), Ana Rita Moreira (PAN) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!).

Autárquicas: Luís Souto de Miranda ganha Aveiro sem maioria para o PSD/CDS/PPM
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Autárquicas: Luís Souto de Miranda ganha Aveiro sem maioria para o PSD/CDS/PPM

Vencendo por 5,68%, o socialista Alberto Souto, que é seu irmão, o futuro presidente do município com cerca de198 quilómetros quadrados e 62.700 habitantes, não conseguiu maioria absoluta e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega. “Os entendimentos serão feitos na altura devida, tendo em conta o interesse dos aveirenses”, declarou Luís Souto Miranda na sua sede de campanha, entre mais de 100 militantes e apoiantes da sua candidatura. “Sempre dissemos que estávamos neste projeto não por interesse privado ou carreira individual, mas pela melhoria constante do bem-estar dos aveirenses e será sempre essa a nossa linha-mestra”, acrescentou. Para o seu irmão, o vencedor deixou palavras específicas: “Deu o seu contributo como aveirense que é e deu o seu melhor, com uma perspetiva política que foi sempre distinta e até oposta da minha, mas esteve aqui também em nome do seu amor a Aveiro. As pessoas estranharam muito haver dois irmãos na contenda e isso só tem como razão: o facto de ambos gostarmos imenso de Aveiro”. Eleito com 39,35% dos votos, num total de 15.240 boletins a seu favor, Luís Souto Miranda obteve um resultado abaixo do que a mesma coligação obtive nas autárquicas de 2021, quando a coligação PSD/CDS/PPM convenceu 51,26% dos votantes e obteve 17.549 votos, mas desvaloriza essa diminuição. “Havia aqui fenómenos [políticos] novos que não se verificaram no passado e que nós enfrentámos, portanto o resultado é muito bom”, defende. “Sempre que há mudança de um ciclo longo e um líder carismático é natural que haja alguma quebra de força, não é uma surpresa, mas a vitória é muito clara e não deixa margem para dúvidas”, argumenta. Quanto à atividade a desenvolver a partir da tomada de posse, Luís Souto Miranda recorda o espírito da sua campanha eleitoral – “muito alegre e bem-disposta, mas também séria nos princípios e na maneira de estar na política” – e propõe-se continuar no mesmo tom, dando continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos 12 anos pelas equipas do seu antecessor, Ribau Esteves. “Estabelecemos desde o início que a nossa candidatura era de continuidade e inovação. Queremos continuidade em tudo aquilo que foi bom e que foi construído ao longos destes anos, porque não aceitávamos agora um ciclo de destruição, e queremos um ciclo de valorização, para andar para a frente com todos os projetos que já tinham grau de maturidade suficiente para isso”, afirma. Natural de Aveiro, Luís Souto Miranda tem 61 anos, é licenciado em Biologia pela Universidade local, mestre em Genética Humana pela Universidade do Porto e doutorado em Ciências Biomédicas pela de Coimbra. A título profissional, exerce as funções de professor de Bioética e Genética Forense na Universidade de Aveiro, sendo também presidente da Assembleia Municipal de Aveiro desde 2017, da assembleia-geral da ADERAV – Associação de Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro, e da Confraria dos Ovos Moles. Nas autárquicas de 2021, a Câmara de Aveiro também foi ganha pelo PSD/CDS/PPM, com Ribau Esteves a aceder assim ao seu terceiro e último mandato na liderança do executivo. Nessa altura coligação ganhou com uma margem de 51,26%, num total de 17.549 votos, elegendo seis elementos para o executivo camarário, enquanto a coligação PS/PAN se ficou pelos 26% e 8901 votos, com o que obteve três vereadores. Este domingo, contudo, a prestação do PS, não-coligado, aumentou para 33,67% e 13.040 votos. Nas eleições atuais, Luís Souto Miranda foi o cabeça de lista apresentado pela direção nacional do PSD, depois de essa estrutura ter rejeitado o nome de Rogério Carlos, que, enquanto vice-presidente da câmara, era o candidato inicialmente recomendado por Ribau Esteves.

Fonte do PS-Aradas denuncia “situação muito complicada” nas mesas de voto
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Fonte do PS-Aradas denuncia “situação muito complicada” nas mesas de voto

“Nós apresentámos umas sete reclamações. Aqui em Aradas está a ser muito complicado a ida às urnas, porque a presidente da Junta de Freguesia de Aradas, Catarina Barreto, além de estar no recinto, tem o executivo todo, que ainda exerce funções, aqui no recinto também”, afirmou a mesma fonte. Segundo o PS-Aradas, “estão a ir buscar pessoas, a trazer pessoas, a levar pessoas às mesas” e já foram apresentadas várias queixas formais nas secções de voto. “Nós já temos três queixas numa mesa, duas noutras e acho que mais duas noutra. Queixas relativas a membros do executivo e dela estar no recinto a cumprimentar pessoas e a fazer campanha eleitoral”, explicou. A mesma fonte acrescentou ainda que a autarca “está aqui desde as 6h30 – diz que saiu e voltou, mas é mentira: ela esteve aqui imenso tempo, ausentou-se por volta de 10 minutos e regressou”.