RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Dois anos depois, a nova Avenida Lourenço Peixinho continua a dividir opiniões
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Dois anos depois, a nova Avenida Lourenço Peixinho continua a dividir opiniões

Na passada quarta-feira, 7 de maio, a Câmara Municipal de Aveiro lançou o livro “Avenida Uma História com Futuro”. Uma edição do Município que, segundo uma nota da autarquia, conta “a história da Avenida Dr. Lourenço Peixinho”. A Avenida nasceu com a missão de servir a Estação de Comboios e a mais recente requalificação foi, segundo o livro, feita “no sentido de uma maior humanização do espaço público”. O lançamento decorreu na nova livraria Bertrand e contou com a presença de José Ribau Esteves, atual presidente da CMA, que destacou a transformação da Avenida durante o seu último mandato, sublinhando a abertura de novos espaços comerciais e unidades de alojamento local. Na sua intervenção, Ribau Esteves afirmou ainda que o livro procura “deixar contada a história” da Avenida, enaltecendo não só “o momento em que a nossa responsabilidade existiu”, como também aquele em que foi tomada a decisão de “mexer na herança”, com o objetivo de “melhorar, qualificar e dar uma injeção de energia e de vida”. Da história mais recente, o presidente do Município de Aveiro frisou o aumento verificado no número de licenças de construção, utilização e de novas unidades comerciais instaladas. Segundo o autarca, entre 2010 e 2014 foram emitidas nove licenças de construção, número que subiu para 19 entre 2015 e 2019, antes de cair para 12 entre 2020 e 2024. Também o alojamento local registou um aumento de dez novos estabelecimentos, entre 2010 e 2024. O número de novas unidades comerciais instaladas foi o que registou um maior crescimento, tendo passado de zero novas unidades entre 2010 e 2014 para 23 entre 2020 e 2024. “Estes são os números da estatística e a estatística é o que é. Os números são formais, são oficiais. Depois há os outros números ou as outras coisas que mais interessam: são as vivências. E de facto, todos nós temos consciência que a Avenida ganhou vida, ganhou conforto próprio”, frisou Ribau Esteves. Sobre as licenças de utilização, o autarca aponta também um crescimento, ainda que lembre que o mesmo “em termos de estatísticas tem que ser percebido com alguma delicadeza”. Contudo, quem trabalha diariamente na Avenida vê a requalificação com outros olhos. A Ria falou com vários comerciantes da zona e nem todos olham para a intervenção com agrado. Apesar da nova imagem dividir opiniões, o consenso é claro quanto à funcionalidade: “em termos estéticos ficou melhor, em termos de funcionalidade, nem por isso”, afirma um dos lojistas. Mais acima na Avenida há quem defenda ainda que, antes da requalificação, o espaço era “mais verde e mais acolhedor”. “Tinha mais estacionamento, tinha mais árvores, tinha banquinhos para as pessoas se sentarem e não havia tanta confusão, porque, como tinha duas faixas de rodagem para cada lado, o trânsito escoava melhor”, aponta um outro comerciante. Além disso, aponta problemas na calçada portuguesa, referindo que os buracos têm causado dificuldades, especialmente a pessoas com mobilidade reduzida. “Nós para termos a esplanada pagamos a licença e temos a obrigatoriedade de manter limpo, mas a Câmara não cumpre com a obrigação de pelo menos arranjar o passeio”, atenta. “A Avenida está bonita, está airosa, está cinco estrelas… para quem vem de fora e para o turismo, (…) mas não ficou funcional para nós trabalharmos”, começa por reparar uma outra comerciante. Uma das principais críticas é a limitação de espaço para esplanadas, mesmo com passeios mais largos em alguns trechos. “Temos esta filinha encostada à nossa fachada. Para nós não valeu de nada, porque nós julgávamos que podíamos estender mais um bocadinho [a esplanada], e não, [a nova Avenida] é apenas um corredor para direcionar o turismo todo para o mesmo sítio”, lamenta um dos comerciantes, que também critica a falta de diálogo com a autarquia. Outro ponto recorrente nas críticas é a escassez de estacionamento e a ausência de zonas adequadas para cargas e descargas. “O camião para do outro lado e os fornecedores passam a estrada para nos entregar a mercadoria”, dá nota um outro comerciante. “Foi pensado para o turismo”, garantem. Os comerciantes apontam ainda que a empreitada, por ter demorado mais do que o previsto, não ajudou o negócio. “Apanhamos a pandemia, depois as obras… Não tem sido fácil”, apontam. Além disso, há quem considere que a requalificação “a nível de urbanismo e de circulação, não tem tido o melhor impacto. O trânsito de viaturas não é o melhor”, alertam. “Se a ideia era fazer com que as pessoas caminhassem mais, fechavam a avenida, porque agora não está bom nem para as pessoas nem para o trânsito”, frisam. Também quem espera pelos autocarros nas paragens tem uma palavra a dizer. “Funciona bem, tirando o engarrafamento”, brinca um dos passageiros. As pessoas que utilizam os transportes públicos diariamente apontam sentir mais movimento na Avenida: o que consideram positivo, mas entendem que nem todos possam pensar o mesmo. “Para mim é ótimo, mas eu não tenho carro. Quem anda de carro deve pensar diferente”, repara uma passageira assídua nos autocarros. Alberto Souto de Miranda, antigo presidente da CMA e candidato pelo Partido Socialista (PS) à presidência da autarquia, tem sido uma das vozes mais críticas da governação de Ribau Esteves. A Avenida Lourenço Peixinho é um dos temas em que o socialista e o social-democrata entram em desacordo, com Alberto Souto a defender a recolocação de árvores “na placa central da Av. Lourenço Peixinho”, bem como o desvio do trânsito da Avenida. A este propósito, o candidato tem defendido mesmo “a retirada do trânsito e estacionamento, «permitindo apenas cargas e descargas a moradores e veículos de emergência», de forma a «recuperar a avenida para as pessoas»”. Sobre o trânsito e o arvoredo José Ribau Esteves defendeu, na passada quarta-feira, que a autarquia quis “mudar”. “Quisemos que a avenida deixasse de ser uma rodovia por onde se passa e quisemos que ela passasse a ser uma via urbana onde se vive”, considerando ter sido feita “uma mudança radical de paradigma”. O autarca destaca ainda que “já não se pode fazer aquilo que tantos de nós fazíamos, quando tínhamos pressa para apanhar o comboio, que era percorrer a avenida entre os 140 e os 145 km/h”. Sobre o valor ambiental da requalificação da Avenida, Ribau Esteves sublinhou que “quisemos que a performance ambiental da nossa avenida (…) tivesse também aqui um contribuinte especial”, destacando a plantação de Ginkgo Bilobas, uma árvore “considerada pela ciência” como “uma das árvores que mais fixa carbono”. “Uma avenida que é um centro urbano, onde também há circulação automóvel, esse fator [ambiental] é um fator importante colocando a árvore no sítio certo, e o sítio certo não é no meio da avenida a servir os carros, é junto aos passeios, junto às fachadas urbanas onde estão os passeios onde os peões circulam”, considerou o autarca.

Rui Tavares quer eleger Filipe Honório por Aveiro e propõe fundos para o Ensino Superior
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Rui Tavares quer eleger Filipe Honório por Aveiro e propõe fundos para o Ensino Superior

Acompanhado por Filipe Honório, cabeça de lista pelo círculo de Aveiro, e por Joana Filipe, número dois da candidatura -ambos escolhidos através das primárias internas do partido, junto ao Departamento de Educação da UA, o co-porta-voz do partido aproveitou para conversar com os estudantes. A dois deles comentava que: “Aveiro é bastante imbatível”. Sobre o porquê da ação de campanha em Aveiro e na UA, Rui Tavares assegurou que o objetivo é “eleger Filipe Honório, pelo menos por Aveiro”. “Nós achamos que é muito importante poder representar um distrito que tem um dinamismo económico muito grande”, afirmou. Segundo o co-porta-voz do LIVRE, Aveiro possui “uma cultura muito própria na área industrial” e um eleitorado marcado por valores sólidos. “É um eleitorado que tem muito arraigados os valores da independência, da autonomia, de conquistar uma certa prosperidade para a sua família”, disse, destacando que esses valores se inserem numa “espécie de cultura de produtivismo que nós temos em Portugal, mas que não é um produtivismo egoísta”. Rui Tavares acredita que esse espírito de dinamismo está ao serviço de um projeto coletivo. “Pelo contrário, as pessoas sabem que esse dinamismo pode estar ao serviço de dar dignidade para todos”. Neste seguimento, Rui Tavares lembrou também a tradição progressista da região. “Aveiro é um distrito que pode ser muito fértil para causas e valores de esquerda, que já o foi no passado, tanto no início do liberalismo em Portugal como no 25 de Abril. Foi nesta cidade que se fez o Congresso de Oposição Democrática em 1973, que nos legou os três D’s do 25 de Abril: Democratizar, Desenvolver e Descolonizar”. A estes três D’s, o LIVRE quer acrescentar mais dois: “Queremos acrescentar precisamente o D de Dinamismo e de Dignidade”. Em tom descontraído, Rui Tavares referiu ainda que a meta é retirar o mandato atualmente ocupado pela Iniciativa Liberal no distrito. “A quem é que queremos roubar esse deputado? Não é por mal, é uma competição saudável e eles terão de entender, uma vez que também gostam da concorrência”, atirou. Segundo o co-porta-voz, a eleição de Filipe Honório é viável sem grandes alterações com base nos resultados das últimas legislativas de 2024. “A Iniciativa Liberal elegeu por pouco em Aveiro. Aqui, não é preciso sequer aumentar tanto a votação como na última eleição para podermos eleger o Filipe Honório por Aveiro”, assegurou. “Temos a Joana Filipe, a Salomé, o Rubén Vieira, muitos candidatos e candidatas que darão uma representação a este distrito, que já conquistámos noutros”, completou Rui Tavares. Recorde-se que nas eleições legislativas de 2024, no distrito de Aveiro, o Livre alcançou “2.24%” dos votos e a Iniciativa Liberal “5.11%” dos votos. Questionado sobre se esta rápida passagem por Aveiro seria suficiente para captar os votos necessários, Rui Tavares respondeu: “Esta não é a primeira passagem por Aveiro, e não só pelo distrito. Nós tivemos em São João da Madeira. (…) [Aqui estivemos] no lançamento da candidatura e temos estado aqui desde sempre. A nossa mandatária, Aurora Cerqueira, é alguém que já fez uma candidatura desde 2015. O LIVRE cresceu sempre em todas as eleições em Aveiro”. Neste sentido, Rui Tavares destacou o aumento do apoio neste território. “Cada vez vamos tendo mais membros e apoiantes no nosso núcleo e, como vocês tiveram a oportunidade de testemunhar, muita gente espontaneamente vem dizer que quer ter uma eleição do LIVRE em Aveiro”. Em jeito de conclusão, o co-porta-voz do LIVRE reiterou a visão nacional do partido referindo que “não acreditamos em distritos de direita ou distritos de esquerda. Todos são distritos do nosso país”. No que toca ao partido, a nível nacional, Rui Tavares sublinhou ainda que “muita gente quer ter um partido que é europeísta, ecologista, das liberdades e dos direitos humanos, mas que sabe defender o Estado Social, não quer recuar em nenhum direito, nem revisitar direitos ou retirá-los da Constituição. É um partido equilibrado para construir em cima daquilo que já conquistámos, e isso acreditamos que aqui pode funcionar”. Questionado pela Ria, Rui Tavares aproveitou ainda a ocasião para apresentar propostas concretas do LIVRE para o ensino superior, sublinhando a necessidade de garantir estabilidade e investimento estratégico nas universidades e politécnicos. “A Universidade precisa de estabilidade, precisa de poder fazer investimentos estratégicos”, afirmou, propondo a criação de um fundo estratégico de investimento no ensino superior, “que possa ser financiado através de uma consignação de uma parte do IRC, a exemplo do que acontece noutras universidades estrangeiras”. Neste sentido apontou como exemplo a Universidade de São Paulo, no Brasil. “Uma das universidades mais avançadas de língua portuguesa é a Universidade de São Paulo, ela é financiada por uma consignação de um imposto sobre a atividade económica. O que é que isso dá? Dá aos reitores e reitoras e também diretores e presidentes de Politécnicos a liberdade de poderem fazer escolhas que são cinco, dez, 15 anos para os novos laboratórios, as bibliotecas do futuro, através de um fundo estratégico que assegura cofinanciamento de fundos europeus”, explicou o co-porta-voz do LIVRE. Além disso, defendeu a criação de um fundo de apoio ao estudante do ensino superior, destinado a reforçar bolsas, refeitórios e residências. Esse fundo, sugeriu, poderia ser financiado por consignação de IRS. “Aquele IRS que nós próprios consignamos a causas que nós decidimos entregar. Eu sei que muita gente que beneficiou do ensino superior público português e com isso encontrou o seu rumo na vida e se autorrealizou teria todo o gosto em poder apoiar a próxima geração de estudantes. Eu, certamente, seria dos primeiros a fazê-lo”, assegurou. Para Rui Tavares é essencial garantir a inclusão no ensino superior. “É muito importante que ninguém fique de fora da universidade por razões financeiras, que ninguém tenha que fazer uma escolha entre prosseguir ou não os seus sonhos pelo facto de vir de uma família mais pobre”, exprimiu. Com esses dois fundos – “fundo estratégico de investimento no ensino superior” e “fundo de apoio ao estudante do ensino superior” - o co-porta-voz do partido vincou que o país teria “uma universidade muito mais forte e muito competitiva”. Neste seguimento, sugeriu ainda a criação de um “plano de atração dos cientistas estrangeiros, nomeadamente os que vêm agora dos Estados Unidos”. “Muitos deles portugueses que querem voltar, e pode até ter um plano de acolhimento para instituições universitárias estrangeiras, desde que trabalhem em protocolo com universidades e politécnicos portugueses que já existem”, realçou Rui Tavares.

Fábrica Centro Ciência Viva discute esta sexta-feira a temática da ‘geologia médica’
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Fábrica Centro Ciência Viva discute esta sexta-feira a temática da ‘geologia médica’

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o ser humano tem acumulado experiência sobre os benefícios e riscos, para a sua saúde, de produtos geológicos, tais como argilas, lamas, areias e certos minerais. “Certos medicamentos e cosméticos contêm, como princípios ativos ou excipientes, minerais que ocorrem em ambiente geológico. O campo científico interdisciplinar emergente que trata dessas interações é denominado por geologia médica”, expõe. “Como será a interação dos minerais argilosos na saúde humana? Será que aquilo que pisamos ou aplicamos na pele pode influenciar a nossa saúde?” serão duas das questões que procurarão ser respondidas ao longo desta conversa. A temática será abordada pela investigadora Carla Candeias, do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro (UA) e do GeoBioTec. A quarta e última conversa acontece a 26 de maio, pelas 15h00, com o professor Galopim de Carvalho, que orientará uma conversa sobre as argilas e os barreiros de Aveiro. O ciclo de conversas “Argilas de Aveiro: um património histórico e geológico” é uma iniciativa da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e do Departamento de Geociências da UA.

GRÓA e Flaaryr trazem até à VIC Aveiro já amanhã a cena alternativa islandesa
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GRÓA e Flaaryr trazem até à VIC Aveiro já amanhã a cena alternativa islandesa

"Paixão", "energia", "diversão", "rebeldia" e "frenesim" são algumas das palavras que descrevem a música de GRÓA. Vindas de Reykjavík, misturam elementos de post-punk, noise-rock e art-pop com total entrega, propondo um som explosivo, mas magnificamente estruturado. Conhecidas pelas suas arrebatadoras atuações ao vivo, as GRÓA já fizeram muitos quilómetros de estrada, abrindo concertos para artistas como Wilco e Kælan Mikla, e para DJ sets de artistas tão infames como Pussy Riot e Björk, eletrizando plateias por todo o mundo com a sua liberdade musical indomável. Desde composições intrincadas e batidas de club desconstruídas até ao caos totalmente improvisado do noise, Flaaryr é o projeto a solo de Diego Manatrizio. compositor experimental, performer, guitarrista, improvisador e designer de som, nascido em Buenos Aires e atualmente a viver em Reykjavík. Com uma forte aposta na experimentação rítmica, em loops ao vivo multicamadas e numa exploração profunda das possibilidades tímbricas e texturais de instrumentos acústicos, eletrónica, objetos do quotidiano e a interação entre todos estes elementos, Flaaryr oferece uma performance ao vivo intensa e em constante transformação, movida pela curiosidade e espírito lúdico. A abertura das portas ocorrerá pelas 21h15 e os concertos têm uma ‘contribuição’ de seis euros, sendo de “100%” para os artistas.

Luís Souto de Miranda reúne com juntas de freguesia para alcançar “programa eleitoral diferenciado”
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Luís Souto de Miranda reúne com juntas de freguesia para alcançar “programa eleitoral diferenciado”

Segundo a nota, foram “praticamente três semanas” de “proximidade e diálogo” com os atuais presidentes de junta em que o candidato fez, em parceria, “o balanço do trabalho efetuado, elencando não só as conquistas e os projetos de sucesso, mas também as dificuldades sentidas, os constrangimentos que impediram o concretizar de obras, e, por fim, as necessidades mais prementes para os próximos anos”. Luís Souto de Miranda referiu que o balanço da iniciativa “foi muito positivo” realçando que é “importante estar próximo das pessoas, e neste tipo de campanhas, as bases são as juntas de freguesias e as suas populações. Só conversando, diretamente, com elas, é que se pode ter uma política de proximidade, de sentir as suas dores, de viver de perto as suas alegrias, de poder contribuir com obra para o bem-estar de todos”. Com a “troca de ideias efetiva”, o candidato pela Aliança Mais Aveiro sugeriu ainda que deu mais um passo para construir um “programa eleitoral diferenciado”. “Aumentei muitíssimo o conhecimento da realidade de cada uma das freguesias e, dessa forma, do município. Recebemos muitos e importantes contributos para a construção do programa, que tem de ser ambicioso, mas realista, numa linha de continuidade, mas onde há espaço para introduzir novos caminhos, sempre com as pessoas no centro da nossa visão”, garantiu. A nota refere ainda que do “diálogo tido com os atuais presidentes de junta, foram identificadas as associações e entidades de cada uma das freguesias, as quais irão agora, numa segunda ronda de visitas ao terreno, reunir com Luís Souto Miranda, com o objetivo de continuar “a evoluir no diagnóstico, alicerçar ideias e convicções” e construir, também, um programa mais forte e mais próximo das pessoas”.

Acesso ao túnel da Avenida Santa Joana condicionado ao trânsito a partir desta terça-feira
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Acesso ao túnel da Avenida Santa Joana condicionado ao trânsito a partir desta terça-feira

“A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) informa que, no âmbito da empreitada de requalificação da Rua Comandante Rocha e Cunha, será necessário proceder ao corte de trânsito no acesso ao túnel da Avenida Santa Joana, em duas fases distintas, para execução de trabalhos de pavimentação”, informa a nota. A primeira fase inicia esta terça-feira, 13 de maio e decorrerá até ao dia 21 de maio. A empreitada implica o corte de trânsito no acesso ao túnel da Sé, no sentido rotunda do Hospital / rotunda do Paraquedista, “abrangendo a Avenida 5 de Outubro, desde a Rua Padre Arménio Alves Costa Jr. (junto ao Calçado Guimarães) até à rotunda do Paraquedista e zona de transição para a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática”. A segunda fase iniciará a 22 de maio e “irá afetar a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática, no sentido Avenida Central / rotunda do Paraquedista, incluindo a ligação à Avenida 5 de Outubro”. Na nota, a autarquia esclarece que a mesma deverá estar concluída até ao dia 3 de junho. A empreitada da Rua Comandante Rocha e Cunha tem um custo da CMA de “212 mil euros” e está a ser executada pela empresa "Urbiplantec – Urbanizações e Terraplanagens, Lda".

Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se
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Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se

A sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Aveiro teve início às 11h30, na Praça da República, com o tradicional hastear da bandeira, a execução do hino da cidade e a presença de uma guarda de honra, assinalando simbolicamente o arranque oficial das celebrações. Às 11h45, nos Paços do Concelho, decorreu a cerimónia de entrega das condecorações honoríficas municipais, distinguindo cidadãos e instituições cujo mérito e contributo se destacaram no desenvolvimento do município. Entre os homenageados estiveram figuras como Aurora Cunha, João Neto, Rosa Alice Branco, Zacarias Andias (a título póstumo), Fernando Vasconcelos, bem como as instituições Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal. A sessão solene iniciou-se com os discursos de Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal e de José Ribau Esteves, presidente cessante da Câmara Municipal de Aveiro. Ambos optaram por intervenções marcadamente políticas, nas quais enalteceram as políticas municipais dos últimos anos e dirigiram críticas à oposição. Luís Souto de Miranda destacou o simbolismo da data, sublinhando que o feriado municipal “é sempre uma ocasião de reflexão, de balanços e de perspetivarmos o futuro”. Referiu-se também à relevância das distinções atribuídas, considerando-as uma “boa tradição” que valoriza “o mérito” e incentiva “novos exemplos para o futuro”. Num momento de reconhecimento público, Luís Souto assinalou o fim do ciclo autárquico de Ribau Esteves, sublinhando o “enorme serviço que prestou ao município ao longo dos três mandatos”. Em tom crítico, e perante a presença de Alberto Souto de Miranda- ex-presidente da Câmara entre 1998 e 2005-, lembrou as dificuldades financeiras herdadas da governação socialista, apontando que “só com a recuperação financeira se criaram as condições para o que fomos gradualmente assistindo em Aveiro: uma rede escolar e de centros de saúde que hoje não nos envergonha, bem pelo contrário; um centro urbano onde se destacam as importantes obras do Rossio e da Avenida, que, ainda que polémicas, são hoje claramente do apreço e usufruto geral, com notórios efeitos na dinamização do comércio e dos serviços”. O presidente da Assembleia Municipal elencou ainda algumas das obras que considera “bem conseguidas”, como a requalificação da “Rua da Pêga” e das “Avenidas 25 de Abril e Mário Sacramento”. Na área da mobilidade, destacou a aposta no “ferry elétrico Salicórnia”, nos “autocarros elétricos” e nas “bicicletas bugas 1 e 2”. Reconhecendo que “nada disto foi feito sem erros”, acrescentou que “só não erra quem nunca decide”. “Deixemos para um outro momento a avaliação do que eventualmente justifica correção e saibamos ter, pelo menos, a objetividade de reconhecer que a capacidade de realização foi ímpar”, apelou, dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves. A cultura foi também destacada como área estratégica de investimento, contrariando críticas de alegado desinteresse. “A cultura, ao contrário do que alguns velhos do restelo clamavam, não só não foi esquecida como contou com importante investimento”, afirmou. O discurso terminou com uma reflexão sobre os desafios que se colocam ao município no futuro próximo, nomeadamente o impacto das transformações tecnológicas, o envelhecimento da população e as novas prioridades ambientais e sociais. Referiu o trabalho da Assembleia Municipal Jovem e o papel das novas gerações, que, segundo Luís Souto, “querem mais e melhor mobilidade suave, mais espaços verdes, mais desporto para todos, uma digitalização responsável, inclusão e solidariedade social”. E concluiu que “em Aveiro, município que se quer sempre na vanguarda, não poderemos ficar indiferentes a estas novas agendas”. Num tom mais leve, mas não menos sugestivo, Luís Souto lançou ainda uma indireta a Ribau Esteves, questionando-o sobre o seu futuro após deixar a autarquia: “Não sei se ele hoje vai revelar, mas ainda não revelou”, disse, arrancando algumas risadas discretas de quem se encontrava pelos Paços do Concelho. No último Feriado Municipal enquanto presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves fez um discurso marcado pela emoção, balanços positivos e agradecimentos a diversos setores da sociedade civil, aproveitando também para reforçar o seu compromisso com a cidade até ao final do mandato. “Quero deixar o meu testemunho de tanta determinada esperança na vida, de aposta nos homens, de fé em Deus”, declarou, evocando ainda o simbolismo do nascimento, ao referir-se ao aniversário dos gémeos Maria José e José Maria, filhos de colaboradores próximos. “Com eles fazemos a festa da vida, do nascer e do crescer, de quem acredita, aposta e realiza”, refletiu José Ribau Esteves. O autarca celebrou a dinâmica cultural do município, sublinhando o sucesso da iniciativa Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, “um sucesso de múltiplas características”, com “mais de 700 espetáculos” e “criatividade que nasceu e veio para ficar”. Considerou ainda tratar-se de uma “relevante ação de marketing territorial” que “deu mais Aveiro a Portugal e ao mundo”. Ribau Esteves destacou igualmente obras estruturantes como a requalificação do Rossio e das pontes, a instalação do monumento da Muralha de Aveiro e o novo Ferryboat Elétrico Salicórnia, uma aposta em mobilidade e ambiente. “Foram dez milhões de euros de investimento em conforto para os passageiros, redução de custos e aumento da eficiência energética e dando a 2024 o ano recorde de passageiros. Cerca de 203 mil pessoas utilizaram o Salicórnia para a travessia marítima entre o Forte da Barra e São Jacinto”, indicou. No domínio do turismo, sublinhou os “indicadores de recorde” com “quase 350 mil pessoas” nos museus e nos postos de turismo e lojas turísticas e “mais de 74 mil espectadores no Teatro Aveirense”. Realçou as edições “2024 e 2025” da Maratona da Europa Aveiro dando ainda nota que a atividade já “ostentou o selo da World Athletics” e “entrou para o grupo das 100 melhores maratonas do mundo”. Em jeito de homenagem a Aurora Cunha e João Neto, declarou: “Agradecendo-vos muito terem dado o vosso enorme mundo à nossa terra de Aveiro. Agora vossa terra de Aveiro”. Na reta final do discurso, Ribau Esteves fez um agradecimento emocionado pelos 12 anos de liderança autárquica. “Foram 12 anos fantásticos, de vida individual e coletiva, cheios de conquistas e surpresas, tarefas duras, lutas novas e pesadas”. E acrescentou que “nos outros seis [anos], tivemos os primeiros quatro para tratar das graves patologias da Câmara de Aveiro, consequência da má gestão do Partido Socialista”. Afirmando ter devolvido “a credibilidade institucional” e construído “a relevância política da Câmara de Aveiro”, agradeceu a colaboração dos colegas, cidadãos e adversários políticos “pela lealdade da presença e a coragem da luta”. Sobre o futuro político, deixou claro que “os cidadãos de Aveiro tomarão a decisão que entenderem por bem no dia das eleições autárquicas de 2025. E eu entregarei ao meu sucessor, com cuidado, um cuidado dossiê de transição e uma câmara muito boa, com muito boas contas, com muita boa gestão, bem diferente da péssima Câmara que eu recebi”. Ribau Esteves encerrou o seu discurso com uma nota de fé e compromisso. “Seguimos em frente para mais e melhor Município de Aveiro. Vamos continuar a trabalhar para cumprir o programa eleitoral que os cidadãos escolheram com folgada maioria em setembro de 2021”. Relativamente aquele que será o seu futuro, questionado pela Ria, no final da sessão, o autarca afirmou que esta pergunta “não tem resposta” nesta fase, agradecendo a curiosidade: “É sinal de consideração e amizade”, comentou. À Ria disse ainda haver “várias hipóteses” e que estão, neste momento, “em aberto e em desenvolvimento”. “Tudo com grande qualidade, mas a seu tempo. Logo que as coisas estejam decididas, obviamente, que eu tornarei público. Tenho também essa obrigação para com as pessoas”, exprimiu. Sobre o prazo para revelar a sua decisão avança que “muito provavelmente” a mesma decorrerá “no último trimestre deste ano”. Se continuará na vida política, Ribau Esteves admite manter-se se surgirem “boas oportunidades”. Caso contrário, regressará ao setor empresarial, “de onde venho”, afirmou. Após os discursos, seguiu-se a entrega das sete distinções honoríficas municipais. No total, foram condecoradas cinco personalidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.