Região
ASAE desmantela fraude com óleo alimentar e apreende material de 82.500 euros
Na operação, realizada num armazém e numa unidade industrial, foram apreendidos “82.819 rótulos com a menção de azeite e 16.500 litros de óleo alimentar, grande parte já rotulado como azeite”, acrescentou a ASAE em comunicado, sublinhando terem sido instaurados “dois processos-crime pelo ilícito de fraude sobre mercadorias”. O armazém de géneros alimentícios e a unidade industrial de embalamento de óleos e azeites estão identificados por “práticas fraudulentas, com a rotulagem de garrafões de óleo alimentar como azeite de diversas categorias”. As duas unidades não apresentavam “qualquer prova de aquisição de azeite genuíno”, com a pretensão de “induzir em erro o consumidor quanto às características do produto”, lê-se ainda na nota daquela autoridade. A operação foi realizada através da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal (UNIIC) e da Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional de Mirandela, na sequência de uma ação de fiscalização de combate ao crime de fraude sobre mercadorias na área alimentar realizada recentemente nos dois distritos do norte de Portugal. A ASAE referiu que continuará a intensificar as ações de investigação e fiscalização em todo o território nacional, dentro das suas competências, com o objetivo de garantir o cumprimento das regras de mercado e a defesa da livre e sã concorrência.
Antiga CACIA afasta 'fantasma' da crise e diz que até aumentou emprego
Questionada pela Lusa, fonte da Horse Aveiro esclareceu que a fábrica arrancou em 2024 com novas atividades de montagem de componentes para motorizações híbridas, além das suas atividades tradicionais para motorizações de combustão interna. Estas novas atividades, segundo a mesma fonte, traduziram-se num “aumento de 10% do emprego para atingir 1.460 trabalhadores, maior número na história da empresa”. A mesma fonte referiu ainda que a empresa prevê arrancar em 2025 com novas atividades de maquinação para estas motorizações híbridas que irão “compensar a redução de atividade nas caixas de velocidades manuais”, estimando que a faturação da Horse Aveiro “continuará a progredir”, devido ao valor destes novos componentes. Fundada em 1981, a fábrica Horse, em Aveiro, produz caixas de velocidades e componentes mecânicos para a indústria automóvel, exportando toda a produção para oito países em três continentes. Em abril, a fábrica iniciou a produção de componentes eletrónicos, começando com a Power Electronics Box, para ser usada em veículos híbridos (HEV) e híbridos plug-in (PHEV) de todo o grupo. O objetivo é produzir 60 mil unidades neste ano e, a partir de 2025, ampliar a produção para 230 mil unidades anuais. Nos últimos meses, o 'fantasma' da crise voltou a pairar sobre a indústria automóvel, com várias marcas a anunciar o fecho de fábricas, despedimentos e cortes nos salários.
Câmara de Anadia aprova proposta de orçamento de 42 milhões de euros
A proposta de orçamento municipal para 2025 foi discutida em reunião extraordinária na quarta-feira e contou com os votos a favor da maioria eleita pelo Movimento Independente Anadia Primeiro (MIAP) e os votos contra do PSD e do PS. Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, é indicado que habitação (17%), ensino não superior (11%), serviços auxiliares de ensino (8%), transportes rodoviários (8%), ordenamento do território (7%), resíduos sólidos (7%), abastecimento de água (6%) e Indústria e Energia (5%) são as rubricas que absorvem as maiores verbas do orçamento. Segundo a presidente da Câmara de Anadia (distrito de Aveiro), Teresa Cardoso, 2025 vai ser um ano de conclusão de algumas obras importantes, mas também o início de outros investimentos "necessários e de vital importância para o desenvolvimento do concelho”. “A estratégia apresentada assenta na continuidade, com o conforto de conclusão de investimentos, mas é também de ambição renovada pela oportunidade de continuar a gerar desenvolvimento e contribuir para o progresso em diversas áreas de bem-estar e melhoria de qualidade de vida da população”, acrescentou. Na área da educação, destacam-se investimentos associados à requalificação da EB 2/3 de Vilarinho do Bairro e a ampliação do Centro Escolar de Tamengos. Na habitação, prevê-se a conclusão da construção de 16 fogos, em Ancas, e de 21 fogos, em Sangalhos, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, que irá permitir o arrendamento apoiado e acessível, bem como o início da requalificação da Casa dos Castilhos, em Aguim, para alojamento temporário. Destaque ainda para a conclusão da construção da Área de Acolhimento Empresarial de Vale do Salgueiro (Alféloas), ampliação da existente em Amoreira da Gândara, para além da construção do Centro de Recolha de Resíduos – Ecocentro. A proposta de Orçamento Municipal e Grandes Opções do Plano para 2025 mereceu o voto contra dos dois vereadores do PSD - João Nogueira de Almeida e Jorge São José -, porque “não reflete as prioridades políticas e económicas para o mandato 2021-2025 expressas no seu programa de governo municipal”. Na declaração de voto, enviada à Lusa, explicam que a eventual admissibilidade de um voto favorável ou de abstenção “só seria concebível se porventura estivesse em causa a governabilidade da Câmara Municipal de Anadia, o que não é, de todo, o caso”. “O voto contra do PSD aos documentos previsionais não prejudica a possibilidade de este votar favoravelmente as propostas avulsas que ao longo do tempo forem sendo apresentadas pelo executivo MIAP a esta Câmara”, lê-se ainda. Já o vereador socialista André Henriques considerou que o orçamento de 2025 encerra um ciclo político e não traz mudanças de políticas, daí o voto contra. Na sua declaração de voto, o autarca destacou os investimentos que o município faz “na sua obrigação básica” de aproveitar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no entanto, criticou o facto de não se registarem investimentos em habitação com orçamento próprio. André Henriques explanou também as muitas reservas que tem em relação ao orçamento para 2025, em áreas como a ação social, cultura, desporto, educação ou água e saneamento, assinalando ainda que o orçamento tem um acréscimo de mais de 1,1 ME, que revela “um abandono do ordenamento do território durante os três primeiros anos de mandato, que culminam com todo o tipo de obras em ano eleitoral”. “Há uma concentração excessiva destes investimentos na cidade, no centro do concelho, que absorvem mais de metade da verba total de 1,8 ME, o que é caso para dizer que há mais concelho para lá da cidade”, concluiu. Os documentos provisionais vão ser votados em sessão da Assembleia Municipal de Anadia, em que o MIAP está em maioria, em data não precisada.
Tupai investe 4 milhões de euros na modernização tecnológica e aumento da capacidade produtiva
Numa nota de imprensa, o Banco Português de Fomento (BPF) anunciou a conclusão de um acordo de investimento na Tupai no valor de quatro milhões de euros, ao abrigo do Programa de Recapitalização Estratégica, que apoia empresas economicamente viáveis em processos de modernização, crescimento e internacionalização. "O objetivo é impulsionar a competitividade e inovação da empresa de Águeda, que se destaca no fabrico de acessórios industriais para o setor da construção civil", refere a nota do BPF. O financiamento inclui 2,8 milhões de euros financiados pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), integrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e 1,2 milhões de euros provenientes de investimento privado da Flexdeal. De acordo com o comunicado, o montante total será alocado em duas tranches, permitindo uma implementação faseada e alinhada com os objetivos estratégicos e operacionais da empresa. Este financiamento permitirá à Tupai investir na modernização tecnológica e no aumento da capacidade produtiva, através da implementação de células robotizadas e ‘softwares’ de gestão avançados, e ainda no apoio à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos, capacitando a empresa para entrar em novos mercados e reforçar a sua competitividade no panorama internacional. O diretor executivo da Tupai, Vitor Camarneiro, referiu que esta parceria marca o início de uma nova etapa no crescimento da empresa. “Reforçaremos as nossas valências internas e consolidaremos a marca como referência europeia e mundial na indústria de ferragens”, afirmou o gestor, citado na mesma nota. A presidente executiva do BPF, Ana Carvalho, sublinhou que este investimento reflete o compromisso do banco em apoiar setores estratégicos da economia nacional, promovendo a sustentabilidade e a inovação. O Programa de Recapitalização Estratégica, com uma dotação de 200 milhões de euros, já analisou 99 candidaturas, das quais 28 foram consideradas elegíveis. Até agora, foram aprovadas 16 operações, tendo 15 sido já contratadas, representando um investimento total do FdCR de 87,5 milhões de euros.
São João da Madeira celebra Natal com “Fábrica dos Sonhos” imersiva e realidade virtual
A proposta dessa cidade do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto absorve parte do investimento que câmara municipal e junta de freguesia reservam para a quadra natalícia, num montante que se reparte entre 61.500 euros para animação (num aumento de 12.300 face a 2023) e 135.300 para iluminação pública (o que constitui mais 18.450 do que no ano passado). “Vai ser uma experiência realmente distintiva e também inclusiva, porque, para garantir que todos podem vivê-la, vamos levar óculos de realidade virtual às instituições de solidariedade social do concelho, para partilhar a ‘Fábrica’ com quem tiver mobilidade reduzida ou outras limitações”, declara à agência Lusa o presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira. O presidente da junta de freguesia, Rodolfo Andrade, que comparticipa o cartaz de atividades a iniciar no próximo sábado com 18.450 euros, realça que as propostas em causa demonstram “a importância das sinergias na governação local”. “Sentimos que havia necessidade de apresentar uma programação de Natal que nos distinguisse e nos projetasse como um concelho diferenciador, mas sempre aliada à tradição, à música, às cores, aos cheiros e à magia desta época”, declara o autarca. A aposta foi, por isso, no “primeiro Natal imersivo do país”, com base numa estrutura coberta que parte de “tecnologia de ponta como realidade virtual, hologramas e ‘videomapping’ e combina esses recursos com uma história “que se deverá tornar uma referência para todos os sanjoanenses”. A “Fábrica de Sonhos” já está a ser instalada na Praça Luís Ribeiro, no centro pedonal de São João da Madeira. Às crianças que estudam nas escolas do 1.º Ciclo e jardins-de-infância do concelho já foram oferecidas cerca de 2.000 entradas. A estrutura tecnológica entra em funcionamento este sábado às 17:30, após o que estará disponível ao público até 31 de dezembro, operando de domingo a quinta-feira no período das 10:00 às 20:00 e às sextas, sábados e domingos até duas horas mais tarde – e nos dias 24 e 31 de dezembro apenas das 10:00 às 13:00. A experiência tem uma duração aproximada de 20 minutos e conta com três momentos narrativos: a “Viagem ao Pólo Norte”, em realidade virtual; a “História de Natal”, projetada a 360 graus, com efeitos audiovisuais e olfativos; e a interação com o Pai Natal, que os organizadores prometem ser “um momento especial para todas as idades”.
Aveiro sob aviso amarelo na sexta-feira devido à chuva
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 03:00 e as 09:00 de sexta-feira. O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. O IPMA prevê para sexta-feira no continente períodos de chuva ou aguaceiros nas regiões norte e centro, localmente fortes no litoral, vento do quadrante sul e subida da temperatura mínima. As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 05 graus Celsius (em Bragança) e os 17 (em Lisboa) e as máximas entre os 12 (na Guarda) e os 23 (em Santarém).
Ilustradora Luísa Nunes expõe naturalistas discriminadas e insetos ameaçados
As mostras constam do programa do 15.º Encontro Bienal de Ilustração da autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, onde as ilustrações da autora doutorada em Ecologia de Insetos e especialista em Entomologia ficam disponíveis até domingo nos Paços da Cultura e, de segunda-feira até 14 de dezembro, na Torre da Oliva. “Tentamos diversificar os estilos de desenho entre as nossas 30 exposições”, disse a curadora da Bienal, Adélia Carvalho, pelo que foram incluídas “estas propostas relacionadas com ilustração científica por representarem uma área de trabalho que, embora com menos visibilidade pública, é importantíssima para o meio académico e para a divulgação de conhecimento”. No caso dos chamados insetos-joia, que motivam a exposição “Naturia Secreta”, Luísa Ferreira Nunes admite que a fotografia macro disponibiliza mais facilmente a mesma informação que os desenhos, mas não surte o mesmo efeito junto do público, seja ele especializado ou não. A autora conta, aliás, que a sua primeira experiência a desenhar invertebrados com iridescência foi no Museu de História Natural de Florença, onde estava a receber formação sobre a montagem de coleções de insetos e não houve entusiasmo perante a sua proposta de retratar os espécimes disponíveis. “Eu estava maravilhada, mas eles não perceberam o potencial da minha sugestão e só me deixaram desenhar se fosse fora do horário de trabalho. Ao ver os desenhos é que mudaram de opinião e então pediram-me que fizesse mais, para ficarem com esse registo em arquivo”, recorda. A diferença está “na perícia manual e artesanal” que o desenho exige, na observação muito mais “meticulosa” que implica. Disso resulta “um toque mais humano”, algo intimista, que prende de forma distinta o observador e o deixa mais sensível às características das espécies retratadas. Essas tanto podem ser nativas da Papua Nova Guiné como da Austrália ou Madagáscar, mas em comum têm o facto de todas estarem “em risco de conservação ou já extintas” – o que se deve sobretudo ao tráfico gerado pelos seus exoesqueletos com brilho, cujos reflexos abrangem um vasto leque de cores consoante a incidência da luz, o habitat em que o espécime se quer camuflar e o predador a que pretende escapar, já que algumas tonalidades são impercetíveis a certos animais. O fascínio em torno desses escaravelhos-joia é “por serem muito bonitos” e cada vez mais raros, o que leva os colecionadores – “que dizem ser conservacionistas, mas estão longe disso”, garante a docente de Entomologia – a contratarem pessoas só para tentar capturá-los nas florestas. “É um mercado que vale muito dinheiro”, garante Luísa Ferreira Nunes. “Nos museus há um respeito extremo pelos insetos-joia – quando secos, cada um pode demorar semanas ou meses a ser montado e depois fica guardado com códigos numa caixa-forte – mas na internet eles motivam um dos maiores mercados ilegais de tráfico de vida selvagem e há quem pague 20.000 euros por um escaravelho morto”. Muito menos valor se deu às cientistas que, embora tendo sido pioneiras na observação de determinadas espécies, foram menosprezadas pela sociedade e pelo próprio meio académico da altura meramente por serem mulheres. São 14 dessas exploradoras – só muito postumamente reconhecidas pelas inovações que introduziram no estudo da Natureza – que a docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco homenageia nos desenhos reunidos na mostra “Mulheres Naturalistas do Passado”. Luísa Ferreira Nunes destaca, dessa lista, Maria Sibylla Merian, que, no século XVII, “viajou sozinha para a selva do Suriname, num barco cheio de escravos da cana-de-açúcar, e foi a primeira pessoa a registar um crocodilo”. Para o apreço da ilustradora pela cientista holandesa contribuem ainda dois outros fatores: “Fazemos anos no mesmo dia e ambas aprendemos a desenhar com o nosso pai”. A portuguesa que já fez uma travessia do Alaska e quer inspirar as suas alunas a serem igualmente intrépidas reconhece que as mulheres ainda enfrentam preconceitos na atualidade, inclusive no meio universitário, mas admite que nenhum estará ao nível dos que Merian enfrentou no seu tempo. “Quando ela regressou à Europa foi vítima de escárnio, disseram que as suas observações eram todas inventadas e nunca perdeu a fama de mentirosa nem recuperou a credibilidade, o que é de uma injustiça tremenda”, defende Luísa Ferreira Nunes, considerando que Merian foi precursora de Darwin e Tennyson em temas como a sobrevivência do mais apto e a evolução das espécies. A holandesa “só passou a ser respeitada quando os homens reconheceram o que ela tinha feito” e, para a naturalista portuguesa que nela se inspirou séculos mais tarde, “isso é doloroso de saber ainda hoje”. Além das exposições “Naturia Secreta” e “Mulheres Naturalistas do Passado”, Luísa Ferreira Nunes também é a autora da agenda ilustrada que o Encontro Bienal de Ilustração de São João da Madeira apresenta ao público domingo de manhã. O diário resulta de uma colaboração de vários anos com a RVJ Editores e para 2025 a docente e investigadora escolheu o tema “Gatos Selvagens”, do que diz resultar um produto que, à semelhança de anos anteriores, deverá ter “muito mais vendas nos Estados Unidos do que em Portugal”.