Região
Toscca cria fundo florestal para diminuir importação e gerar riqueza sustentável
“Nós somos importadores líquidos de madeira o que nos faz pensar sempre que, se a floresta estivesse um bocadinho mais bem gerida, uma parte disto que nós importamos não tinha de ser importado”, disse à agência Lusa Pedro Pinhão. Este foi o pensamento base do fundador e diretor executivo (CEO) da Toscca – Equipamentos em Madeira, com sede em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, para criar um fundo florestal, projeto em que trabalha há cerca de seis meses, admitiu. Em entrevista à agência Lusa, este responsável disse que, além do “objetivo de diminuir as importações de madeira, que atualmente rondam os 75% a 80%, para ter produção nacional”, a criação do fundo florestal também permite gerar economia. Como, exemplificou, “com cogumelos e apicultura que é um património que tem, e deve, ser potenciado”, o que o leva a acreditar que, “mais tarde ou mais cedo, as pessoas vão perceber que o valor da floresta não é só a madeira”. “E gerar emprego. Uma floresta bem cuidada precisa de pessoas para a cuidar, para a limpar, para a tratar, para a adubar, para a desbastar, ou seja, estamos a criar emprego”, realçou. Esse projeto permite, igualmente, “aumentar a sustentabilidade ambiental, uma vez que as áreas florestais aumentam a fixação de dióxido de carbono e, ao mesmo tempo, vai diminuir muito o risco de incêndio”. Pedro Pinhão adiantou que este fundo “será gerido por uma estrutura profissional autónoma” e para a qual procuram profissionais na área da engenharia civil e economia, de forma a gerirem os seus recursos. “A Toscca será a financiadora e estamos a pensar em começar com um investimento de cinco milhões de euros para já, para uma área de, um mínimo, de 100 hectares que queremos ter”, reconheceu. Assim, essa estrutura terá de “encontrar as parcelas que interessem, de negociar com os proprietários as soluções que tiverem de ser negociadas e, depois passarem para a operacionalização: fazer projetos de reflorestação, licenciá-los e executá-los”. Um dos desafios que tem pela frente passa por agregar “pequenas parcelas de vários proprietários, numa só”, sendo que o “principal problema a norte do [rio] Tejo é a pulverização da propriedade, em que a área florestal tem uma média de 0,54 hectares, o que significa parcelas minúsculas”. “Isto inviabiliza rigorosamente tudo. Inviabiliza gestão e investimento. Muitos destes proprietários nem sabem que as têm, porque as herdaram e são de tal maneira pequenas que nem sabem onde é que elas estão”, apontou. Nesse sentido, neste momento, a Toscca está “a fazer o trabalho de campo, ou seja, a comprar, alugar ou convidar os proprietários a serem parceiras do fundo entrando com as unidades correspondentes às áreas que têm”, sejam particulares ou não. “O objetivo é fecharmos uma parcela florestal com o mínimo de 100 hectares, porque vai-nos permitir ter uma gestão profissional. Já estamos a ensaiar na zona de Águeda, onde já temos uma parcela de 25 [hectares] e as coisas estão a funcionar relativamente bem”, revelou. Apesar de admitir que “o pinho é a matéria-prima de base da Toscca”, Pedro Pinhão disse que não vai limitar o fundo à plantação de pinheiros e “pode contemplar eucalipto e outras variedades ou espécies” de árvores. “Vamos tentar, em cada território, encontrar a sua espécie mais rentável e, tanto quanto possível, a nativa, mas a nativa melhorada, isto é, ter pinheiros, e aí será mais no interior, com algum melhoramento genético para serem mais produtivos”, assumiu. A empresa “está a tentar localizar a melhor área, sendo que a ideia não é pegar num território que já é grande, mas sim, nas pequenas parcelas, muitas das vezes abandonadas, porque é aí que está o maior potencial e desafio, que é tornar uma área inculta em rentável”. Pedro Pinhão reconheceu que o projeto do fundo florestal “está a consolidar-se, e a ser formalizado” e, neste momento, em mãos está a sua “formalização jurídica” para poder “rentabilizar, proteger e defender a floresta”. “Sim, no futuro, queremos ter meios próprios de defesa e combate, como sapadores, que possam, eventualmente, estar em rede ou integrar a proteção civil, porque a floresta é a nossa base e temos de a saber defender e rentabilizar”, reforçou.
Homem de 72 anos morre após se sentir mal na apanha do moliço na ria de Aveiro
O incidente ocorreu hoje à tarde e o alerta foi dado através da GNR para um corpo junto à margem da ria, explicou esta força policial, em comunicado. "À chegada ao local, os elementos dos bombeiros retiraram o corpo da água, tendo, em conjunto com o INEM, iniciado as manobras de reanimação. Após diversas tentativas, não foi possível reverter a situação, tendo o médico do INEM declarado o óbito no local", detalhou ainda. A AMN referiu ainda que o homem se encontrava na apanha do moliço quando alegadamente se sentiu mal, acabando por cair à água juntamente com o trator onde seguia. O corpo da vítima foi depois transportado pelos elementos dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, com o acompanhamento dos elementos da Polícia Marítima de Aveiro, para o Gabinete Médico-Legal e Forense do Baixo Vouga, pode ler-se. O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio aos familiares da vítima, acrescentou a mesma fonte. Para o local foram ativados elementos do comando-local da Polícia Marítima de Aveiro, dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM.
Albergaria-a-Velha recebe concerto solidário a favor das vítimas dos incêndios
Este concelho do distrito de Aveiro foi um dos mais afetados pelos incêndios que ocorreram no mês de setembro, causando quatro vítimas mortais e 36 feridos, com mais de 60 habitações consumidas pelas chamas, total ou parcialmente, e dezenas de empresas afetadas. O repertório do concerto, sob a direção do Maestro Paulo Almeida, propõe uma viagem pela Europa, sem esquecer as músicas de Natal próprias da época que se avizinha. O concerto que se realiza pelas 17h00, no Cineteatro Alba, tem entrada gratuita, mediante o levantamento de ingresso e a lotação da sala.
Bienal de S. João da Madeira com desenhos de 45 autores e concerto ilustrado de Mafalda Veiga
Organizado por aquela que é a única junta de freguesia nesse concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, o evento reúne este ano uma série de trabalhos originais sobre dois temas previamente propostos aos concorrentes: “+ 1,5°C”, numa alusão à meta internacional de limitar a esse valor máximo o aquecimento global acima dos níveis pré-industriais, e “Perdemos o azul”, em referência aos crescentes níveis de poluição mundial. As ilustrações a apresentar ao público até 01 de dezembro foram selecionadas entre “cerca de 90 candidaturas de 17 nacionalidades”, após o que a organização escolheu para dar a conhecer ao público 45 autores de Portugal e também do Afeganistão, Angola, Argentina, Brasil, Cuba, Espanha, Estónia, França, Índia, Itália, Luxemburgo, Moçambique, Rússia, Suíça, Ucrânia e Venezuela. Dessa lista de ilustradores, 12 são já finalistas da competição, que a 29 de novembro distinguirá os três melhores com prémios pecuniários de 500 a 3.000 euros. “Queremos usar a arte em geral e a ilustração em particular para inspirar as mudanças ambientais que estão a demorar, mas que não podem falhar, já que não temos plano B para o planeta”, declarou à Lusa o presidente da Junta de São João da Madeira, Rodolfo Andrade. O autarca espera que aos desenhos reunidos em diferentes espaços da Torre da Oliva e dos Paços da Cultura – mediante curadoria da escritora infantojuvenil Adélia Carvalho – possam assim exercer “uma ação mobilizadora” junto dos visitantes das exposições, que reúnem trabalhos de “alguns dos melhores autores da ilustração contemporânea”. Com esse objetivo de sensibilização, o evento integra não apenas mostras de desenho de índole literária, jornalística ou decorativa, mas também uma exposição de ilustração científica com 21 trabalhos de Luísa Ferreira Nunes sobre os chamados “insetos-jóia”, cujos exoesqueletos se distinguem pela sua aparência particularmente brilhante. Quanto à restante programação da bienal, Rodolfo Andrade realça o concerto de Mafalda Veiga acompanhado por desenhos executados ao vivo pelo ilustrador Sérgio Condeço, no dia 01 de dezembro, e o espetáculo em que o pianista Júlio Resende atuará com o guitarrista Bruno Chaveiro e o Coro dos Pequenos Cantores de São João da Madeira, a 29 de novembro. Além dessa componente musical, o programa do evento integra ainda atividades como “oficinas sobre as mais variadas técnicas de ilustração, apresentações de livros, sessões de cinema de animação, mercados de rua e intervenções artísticas” – na sua maioria pela comunidade escolar. Entre essas intervenções Rodolfo Andrade destaca três: a decoração de árvores com olhos artificiais pela comunidade pré-escolar, a instalação sobre facetas positivas do planeta com azulejos pintados por alunos do 1.º ciclo e ainda a conceção de cartazes ilustrados por estudantes do 2.º ciclo para uma manifestação de super-heróis em prol da salvação planetária.
Prisão efetiva para homem por assalto e fogo a infantário da Misericórdia na Murtosa
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que o tribunal entendeu que o arguido “cometeu os crimes de que vinha acusado”. O arguido, de 30 anos, que foi julgado na ausência, por se encontrar a trabalhar no estrangeiro, foi condenado a três anos de prisão, por um crime de furto qualificado, e quatro anos e meio, por um crime de incêndio. Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de cinco anos e nove meses de prisão. Além da pena de prisão, vai ter de pagar uma indemnização de cerca de 17 mil euros à Misericórdia. Os factos ocorreram na manhã do dia 28 de março de 2020, quando o infantário da Santa Casa da Misericórdia da Murtosa se encontrava encerrado devido à pandemia de covid-19. O alerta foi dado por uma colaboradora, pouco antes das 08:00, deparando-se com um cenário de portas abertas, vidros partidos e fumo a sair das instalações. A acusação do Ministério Público (MP) refere que o arguido arrombou a porta da entrada e entrou nas instalações, furtando três mil euros que se encontravam dentro de dois cofres. Antes de abandonar o local, o arguido ateou fogo à sala da direção técnica e arrecadação, causando um prejuízo de cerca de 70 mil euros. Na altura, a Misericórdia deu conta da destruição de três gabinetes, incluindo um onde estava alojado o servidor e dois cofres, para além divisões inundadas, paredes negras, danos na tubagem da água e numa das televisões, devido ao calor das chamas, e destruição de material didático. O MP diz que o fogo apenas não se alastrou à totalidade do edifício que compunha o infantário em face da pronta intervenção dos Bombeiros Voluntários da Murtosa, que lograram extinguir as chamas. Apesar de o sistema de videovigilância ter ficado destruído com o incêndio, o arguido viria a ser identificado através dos vestígios de sangue e impressões digitais que foram encontrados no local.
Encontrado corpo em avançado estado de decomposição no concelho de Vagos
De acordo com a página de internet da Autoridade Marítima Nacional, o corpo foi encontrado num terreno molhado junto à empresa Captágua, “desconhecendo-se as causas que estão na origem da ocorrência”. “Na sequência de um alerta recebido através dos Bombeiros Voluntários de Vagos, pelas 15:32, a informar para a presença de um corpo num terreno molhado, foram de imediato ativados para o local elementos do Comando-local da Polícia Marítima de Aveiro e tripulantes da Estação Salva-vidas de Aveiro”, referiu. Segundo a Autoridade Marítima Nacional, para o local deslocaram-se ainda elementos dos Bombeiros Voluntários de Vagos, GNR e Polícia Judiciária. “À chegada ao local, constatou-se que se tratava do corpo em avançado estado de decomposição, tendo sido recolhido pelos bombeiros e declarado o óbito pelo Delegado de Saúde”, descreveu. O corpo foi transportado pelos Bombeiros de Vagos para o Gabinete Médico-Legal e Forense do Baixo Vouga e o Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado.
Automóvel Club de Portugal promove ação de reflorestação em Albergaria-a-Velha
Segundo uma nota enviada à Ria, no total, serão “5000 árvores” doadas pelo Automóvel Club de Portugal com o intuito de fazer face aos incêndios que devastaram Portugal em setembro. A escolha do município de Albergaria-a-Velha recaiu por ter sido “um dos concelhos mais afetados pelos incêndios". A iniciativa, em colaboração com a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, contará com a presença dos pilotos Armindo Araújo e o Pedro Bianchi Prata. A localização exata do local de reflorestação pode ser consultada aqui.