RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Fnam considera que urgências regionais não vão resolver o problema do SNS
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Fnam considera que urgências regionais não vão resolver o problema do SNS

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fnam disse que a proposta que apresenta pela ministra da Saúde na quarta-feira em entrevista à Sic “é um exemplo extremamente preocupante” porque a “reorganização só acontece devido à falta de médicos” e “na prática pode significar que muitas grávidas vão continuar a ter que fazer quilómetros e quilómetros para receber cuidados básicos”. “Na semana passada, tivemos dois casos fatais, muito infelizmente, que muito lamentamos. No ano passado, tivemos, segundo dados dos bombeiros, meia centena de bebés a nascerem em ambulâncias. Em 2025, ainda vamos a meio do ano, e já vamos em 36 bebés nascidos nas ambulâncias. Isto não é normal”, referiu. Na entrevista à Sic, Ana Paula Martins adiantou que a criação de urgências regionais, previstas no Programa do Governo, implicam diplomas próprios, que vão ser negociados em setembro com os sindicatos, alegando que o Governo não pode avançar com a medida sem negociar a nova organização do trabalho. Hoje, dia 10, Joana Bordalo e Sá considerou que o Ministério da Saúde “continua sem apresentar soluções estruturais para resolver e salvar o Serviço Nacional de Saúde” e que “há uma crise grave no acesso à saúde pública”, crise à qual “a resposta política tem sido marcada por improviso, inação e até uma retórica que parece desconectada da realidade”. “A senhora ministra promete soluções, mas entrega desculpas. Ou seja, este verão as grávidas continuam a ser postas em risco. Vai ser assim o verão todo. As urgências vão continuar a fechar. No seu discurso parece haver quase uma normalização de todo este colapso”, referiu À Sic, Ana Paula Martins anunciou que o Hospital Garcia de Orta vai ter a urgência de obstetrícia aberta 24 horas por dia a partir de setembro, com o reforço de médicos que estavam no privado e que vão integrar o SNS e reconheceu que a Península de Setúbal é a "área mais crítica" na resposta de ginecologia e obstetrícia. Em resposta, Joana Bordalo e Sá apontou que “não é só na margem sul que existem problemas” e deu exemplos. “São mais urgências encerradas e atenção que isto não é só na margem sul. O Hospital do Braga, um grande hospital do norte que é universitário, está com contingência a nível 3, a nível dos serviços de urgência de obstetrícia, ao fim de semana, sextas, sábados e domingos. O Hospital de Aveiro, por exemplo, agora em julho em metade dos dias não vai ter um serviço de obstetrícia aberto”, apontou. A Fnam também criticou a ausência de respostas a outras questões. “Nem uma palavra foi dita em relação ao facto de termos mais de 1,6 milhões de utentes sem médico de família, quando os cuidados de saúde primários são um dos pilares do Serviço Nacional de Saúde. Sem os cuidados de saúde primários a funcionar, os hospitais têm mais pressão”, disse Joana Bordalo e Sá, lamentando “o tom” da entrevista de Ana Paula Martins. “As famílias não precisam quase de lágrimas em direto. As famílias e as pessoas precisam de um assumir de responsabilidades e precisam de medidas concretas. A ministra da Saúde não deve ser uma especialista em gerir desculpas, não é assim que deveria ser. Deveria ser uma ministra da Saúde a gerir o Serviço Nacional de Saúde”, concluiu.

Mais de 50 crianças e jovens morreram por afogamento entre 2020 e 2023
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Mais de 50 crianças e jovens morreram por afogamento entre 2020 e 2023

Num comunicado conjunto, a APSI e a Guarda Nacional Republicana (GNR) relembram a campanha que teve inicio em 16 de junho e termina a 30 de setembro que visa sensibilizar as famílias para a importância das regras de segurança a respeitar junto da água, nomeadamente, nas praias, rios, barragens, piscinas ou tanques. De acordo com dados da APSI, entre 2020 e 2023 morreram 55 crianças e jovens por afogamento (14 em 2020, 12 em 2021,19 em 2022 e 10 em 2023, segundo os números do Instituto Nacional de Estatísticas). Dezanove das crianças que morreram por afogamento tinham até 04 anos, quatro entre os 05 e os 09, oito adolescentes entre os 10 e os 14 anos e 24 jovens entre os 15 e os 19 anos. De acordo com os dados da APSI, que têm por bases casos noticiados na imprensa, as piscinas são o local onde acontecem mais afogamentos, principalmente as de uso particular. “De uma maneira geral, o número de mortes e internamentos em crianças e jovens na sequência de um afogamento tem diminuído nas últimas décadas – de 28 para 10 no caso das mortes e de 49 para 10 no caso dos internamentos (anos 2002 e 2023 respetivamente)”, refere a APSI. Contudo, entre 2020 e 2023 o número médio de mortes por afogamento, por ano, subiu para 14 (quando 7,3 foi a média do triénio antecessor). “Este facto, associado ao maior número de casos de afogamentos fatais e não fatais registados na imprensa nos últimos cinco anos, parece indiciar, ao contrário do que vinha acontecendo, uma tendência de aumento no número de mortes por afogamento”, indica a Associação. A APSI refere também que nos casos reencaminhados pelo 112 para o CODU/INEM, que incluem os acidentes de mergulho, se verificou um aumento em 2020, 2021, 2022 e 2023. Em 2024, a APSI registou 12 casos de afogamento noticiados na imprensa, tendo sete sido fatais. “Os casos noticiados pela imprensa nos últimos cinco anos, nomeadamente com desfecho fatal, foram mais elevados do que nos anos anteriores. Isto poderá indiciar um aumento dos casos de afogamentos fatais nos anos mais recentes”, é referido no relatório.

Greve dos procuradores paralisa tribunais e cancela julgamentos em todo o país
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Greve dos procuradores paralisa tribunais e cancela julgamentos em todo o país

“Há comarcas em que se verifica 100% da adesão (…). Isto significa que os julgamentos sumários, ou julgamentos que estejam agendados para hoje, não se enquadrando nos serviços mínimos, não vão ser realizados”, disse a presidente da Direção Regional do Norte do sindicato, Rosário Barbosa, num ponto de situação aos jornalistas realizado à porta do Palácio da Justiça, no Porto. Socorrendo-se de números do Norte, um cenário que, disse, “se repete no país todo”, a presidente da direção-regional do Norte do SMMP apontou que a adesão é de 100% em Bragança, Braga, Barcelos e Esposende, bem como nos juízos locais criminais do Porto. Já Vila Real regista 80% de adesão à greve nacional de dois dias, Porto Oeste 95%, Viana de Castelo 75%, Vila Nova de Famalicão 85%. Guimarães 86%. Segundo a responsável no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (Diap) e no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto a adesão ronda os 75%. “O julgamento denominado ‘Babel’, que é um julgamento que corre termos nos juízos centrais criminais de Vila Nova de Gaia, um julgamento mediático, foi adiado porque os dois procuradores que estavam a assegurar a representação do Ministério Público em julgamento fizeram greve”, exemplificou. Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, publicado em 04 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo. A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de "otimizar os recursos existentes", num "contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos". “Não há magistrados no Ministério Público. Esse é o grande problema. Já desde 2014 que não se consegue cumprir todas as vagas e isto tem piorado. Chegamos a um ponto de rutura completa. Nós já não aguentamos. Esta luta é pelas nossas condições de trabalho e também pelo serviço prestado ao cidadão, porque nós não conseguimos prestar um bom serviço, estando a correr de um lado para o outro, estando cheios de trabalho”, disse Rosário Barbosa. Para a dirigente sindical, “além de todas as ilegalidades de violação de princípios estatutários, esta deliberação veio também pôr em causa, quer o princípio da igualdade, quer a proteção da parentalidade”. “Determinados lugares a concurso que seriam atrativos, até porque são próximos dos grandes centros, não podem ser preenchidos por colegas que previsivelmente se encontrem em situação de baixa superior a 60 dias. Ora, quer dizer, eu quando concorro em junho tenho que saber durante o próximo ano, de setembro a julho, se vou estar de baixa durante 60 dias. Isto obviamente prejudica quem quer ser mãe, quem quer ser pai, quem quer exercer a parentalidade”, afirmou. Questionada sobre quantos mais magistrados seriam precisos para assegurar o trabalho, Rosário Barbosa disse que entre 120 e 200 “daria algum alento e alguma capacidade de poder respirar outra vez e colmatar falhas”. “Mas não vamos ter sorte. Já tivemos reunião com a senhora ministra da Justiça na segunda-feira, e não nos pareceu recetiva. Agora está nas mãos do Conselho Superior que reúne hoje. Nós não temos interesse nenhum em continuar a greve, nós queremos é que a nossa situação seja ouvida e percebida”, disse. Este protesto, convocado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, prevê ainda a realização de paralisações regionais a 11, 14 e 15 de julho, o último dia antes das férias judiciais de verão. Estão assegurados serviços mínimos como atos processuais necessários à garantia da liberdade, ou seja, arguidos presos, bem como menores que estejam detidos, situações de terrorismo, detenções, tratamentos ao abrigo da lei de saúde mental, todos os procedimentos referidos na lei de proteção de crianças e jovens em perigo, interrogatórios de cidadãos estrangeiros detidos em situação também ilegal para aplicação de medidas com ação e habeas corpus. “E decidimos incluir as autópsias médico-legais para não deixar as famílias sem esse conforto. Nós podíamos ter optado, de facto, por não assegurar serviços mínimos, mas não queríamos prejudicar o cidadão e quisemos evitar que houvesse presos por mais tempo”, concluiu.

Investigadores criam pulseira que deteta em segundos “drogas da violação” em bebidas
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Investigadores criam pulseira que deteta em segundos “drogas da violação” em bebidas

“Podemos utilizar esta pulseira como um método de proteção e fazer com que um concerto, um festival ou uma discoteca seja um lugar livre de perigo, porque as pessoas se podem proteger com este sistema”, adiantou à Lusa Carlos Lodeiro Espiño, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT). Segundo o coordenador do projeto em Portugal, esta pulseira já é comercializada em Espanha e pode ser adquirida em Portugal na página eletrónica da startup Nanoarts, mas a intenção é que possa também ser disponibilizada através dos próprios organizadores de eventos ou entidades públicas, como câmaras municipais. Na prática, trata-se de um sensor incorporado numa pulseira de papel e que reage diretamente a qualquer bebida que tenha uma das três “drogas da violação”, a GHB, a mais barata e mais fácil de obter, a burundanga, importada da América Latina, e as catinonas, explicou Carlos Lodeiro Espiño. De acordo com o investigador, no caso da GHB, a mais utilizada nos casos de submissão química, trata-se de uma droga que, algumas horas após a ingestão, “não se consegue detetar na urina, no sangue e na saliva”, sendo, por essa razão, necessário um “dispositivo rápido que detete” a sua presença. “É imediato e serve como método preventivo e dissuasor”, salientou ainda Carlos Lodeiro Espiño, ao alertar que a GHB é uma substância que, no passado, foi utilizada na medicina como anestésico, fazendo com que uma “pessoa fique sem capacidade de reagir” e que também sofra um episódio de amnésia, algumas horas após a sua ingestão. Salientando que essa substância não tem cheiro, cor ou sabor, o investigador adiantou que, com a nova pulseira, “alguém que vai a uma discoteca, a um festival a um concerto ao ar livre e que queira testar qualquer bebida antes do seu consumo, basta simplesmente tocar com a palhinha na pulseira” e verificar se há uma mudança de cor para verde. Para uma mulher de 60 quilos, para resultar na sua submissão química, bastam dois a três gramas de droga, realçou Carlos Lodeiro Espiño. O investigador deu o exemplo da comunidade autónoma de Valência, no sul de Espanha, que os investigadores consideram ser um laboratório protótipo, onde “houve uma descida muito grande de casos de violação e de tentativas de violação” de pelo menos para metade dos casos. O projeto desenvolvido em colaboração com a Universidade de Valência e a empresa Celentis já originou uma patente conjunta e artigos científicos e os investigadores estão agora a trabalhar num sistema que permite que este sensor possa ser considerado uma prova forense, nos casos de eventuais crimes. A equipa de investigação está em contacto com autoridades, para que a pulseira possa ser reconhecida como elemento de prova legal, mas também com municípios e entidades promotoras de eventos em Portugal para ser integrada em campanhas de sensibilização e de prevenção. “Queremos que [o resultado do teste] não seja alterado por ninguém porque, para poder servir como prova forense, temos de prever que ninguém possa mudar a resposta”, explicou o investigador. "O nosso objetivo é oferecer uma ferramenta simples, acessível e eficaz para prevenir crimes de abuso sexual, sobretudo em contextos onde as pessoas estão mais vulneráveis, como discotecas, bares ou festivais", concluiu o professor catedrático do Departamento de Química da NOVA FCT.

Cinemas portugueses com melhor junho em espectadores desde 2019
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Cinemas portugueses com melhor junho em espectadores desde 2019

Já nas receitas, de acordo com os dados do semestre divulgados pelo ICA, os cinemas portugueses atingiram, em junho, 6,5 milhões de euros, no que foi o melhor junho nesta categoria desde que há registos, ou seja, pelo menos 2004, um fator que pode justificar-se pelos aumentos dos preços dos bilhetes. Junho deste ano representou ainda um aumento de 41,8% nas receitas face ao mesmo mês do ano passado. No acumulado, o primeiro semestre de 2025 registou 35,1 milhões de euros de receita e 5,5 milhões de espectadores, no que são subidas, respetivamente, de 20,6% e 16,6% face ao ano anterior. Estes números significam que também o primeiro semestre de 2025 é o melhor desde 2019, quando foram registados 6,7 milhões de espectadores e 35,6 milhões de euros de receita. O filme mais visto do ano, no primeiro semestre, em Portugal foi “Lilo e Stitch”, com 560 mil espectadores e 3,5 milhões de euros de receita em pouco mais de um mês desde a estreia. No domínio dos filmes portugueses, a obra mais vista este ano continua a ser “On Falling”, de Laura Carreira, com 13 mil espectadores e 75 mil euros de receita acumulada desde a estreia em março.

Alimentos com menos 15% do teor de sal e 21% de açúcar em cinco anos
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Alimentos com menos 15% do teor de sal e 21% de açúcar em cinco anos

Os dados publicados no “Relatório da Reformulação dos Alimentos em Portugal – 2018-2023” estimam uma redução do consumo de cerca de 18 toneladas de sal e de 7.400 toneladas de açúcar, na sequência do acordo de reformulação celebrado entre a Direção-Geral da Saúde, a indústria alimentar e o retalho para diminuir o teor destes nutrientes em diversos produtos alimentares. A análise contemplou, no caso do sal, as batatas fritas e outros ‘snacks’ salgados, pizzas e cereais de pequeno-almoço, sendo que a redução progressiva de açúcar foi, também, analisada nestes últimos, assim como nos refrigerantes, néctares, iogurtes, leite fermentado e leite aromatizado. Para a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, Maria João Gregório, estes resultados “são bastante positivos”, porque permitem verificar que, no global, houve uma redução de sal e açúcar em todas as categorias abrangidas pelo acordo. A redução global verificada, entre 2018 e 2023, foi de 14,8% no teor médio de sal e de 20,8% no teor médio de açúcar. Segundo o relatório, 8 das 11 categorias de produtos alimentares analisadas ultrapassaram as metas definidas nos protocolos de reformulação nutricional. Relativamente ao açúcar, três categorias (refrigerantes, leite achocolatado, iogurtes, leites fermentados e cereais de pequeno-almoço) superaram os objetivos definidos. No caso do sal, outras três categorias: cereais de pequeno-almoço, ‘pizzas’, batatas fritas e ‘outros’ snacks salgados também ultrapassaram a meta de redução definida para 2022. Além disso, através de um acordo específico com o retalho alimentar, foi também possível reduzir o teor de sal no pão, sopas e refeições pré-embaladas prontas a consumir. A quase totalidade dos pães e refeições pré-embaladas atingiram a meta definida, ficando abaixo de 1 grama (g) de sal por 100 g para o caso do pão, e de 0,9 g de sal por 100 g para as refeições. As metas estabelecidas basearam-se nas recomendações da Organização Mundial da Saúde e o objetivo geral de atingir até 2020 um consumo diário máximo de 5 gramas de sal por pessoa e o de açúcares livres de cerca de 50 g/dia para a população em geral e de 25 g/dia para as crianças. Maria João Gregório reforçou a importância da reformulação como estratégia de saúde pública, permitindo reduzir o consumo destes nutrientes que é elevado em Portugal, sem exigir mudanças de escolhas por parte dos consumidores. Exemplificou que 24% da população portuguesa consome açúcares livres acima do limite recomendado pela OMS, valor que sobe para quase 50% entre crianças e adolescentes. No caso do sal, cerca de 77% da população ultrapassa o consumo recomendado. A responsável destacou que, por ser “uma medida que altera o ambiente alimentar”, tem o potencial de ter um impacto mais abrangente em toda a população, especialmente nos grupos mais vulneráveis”, onde doenças crónicas como a obesidade, diabetes e hipertensão arterial, associadas a hábitos alimentares inadequados, são mais prevalentes. “Implementar medidas de saúde pública com este potencial (…) é muito importante quando pensamos em obter ganhos do ponto de vista da saúde”, vincou. Questionada sobre a possibilidade de alargar o acordo a outras categorias alimentares, Maria João Gregório disse que a discussão ainda não foi iniciada, mas acredita que, face aos resultados, existirá vontade dos diferentes intervenientes em continuar este caminho. Eventualmente, num próximo acordo, poderão ser definidas novas metas para categorias já incluídas como os iogurtes e os cereais, mas também serem incluídos novos produtos como queijos e produtos de charcutaria, “que têm um importante contributo para a gestão de sal na população portuguesa”. O relatório foi publicado pela DGS em conjunto com os parceiros da medida, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e a NielsenIQ, sendo os dois últimos responsáveis pela monitorização independente do processo.

Mariana Leitão é a única candidata à sucessão de Rui Rocha na IL
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Mariana Leitão é a única candidata à sucessão de Rui Rocha na IL

A data limite para a apresentação de candidaturas à Comissão Executiva da IL, a direção do partido, terminou esta sexta-feira à meia-noite. No entanto, a assessoria de imprensa do partido só divulgou este domingo à noite o número de candidaturas, argumentando que pretendia informar os militantes antes da comunicação social. Segundo o partido, Mariana Leitão foi a única que decidiu avançar com uma candidatura à liderança da IL nas eleições internas que se vão realizar na X Convenção Nacional do partido, em 19 de julho em Alcobaça. Na lista que Mariana Leitão propõe à direção do partido, e que foi igualmente divulgada no domingo, Rui Rocha – que apresentou a demissão da liderança em 31 de maio – sai da Comissão Executiva e o deputado Mário Amorim Lopes, que era até agora vogal, sobe a vice-presidente. André Abrantes Amaral, que foi cabeça de lista da IL em Leiria nas últimas legislativas e era até agora vogal , também é proposto para vice-presidente, assim como Paulo Trezentos, que integrava o Conselho de Fiscalização do partido. Dos atuais vice-presidentes, Ricardo Pais Oliveira é o único que se mantém, com a deputada Angélique da Teresa a sair da Comissão Executiva e Rui Ribeiro, a substituir o deputado Miguel Rangel no cargo de secretário-geral. Na lista à Comissão Executiva com que se apresenta a eleições, Mariana Leitão integra ainda antigos apoiantes da ex-deputada Carla Castro, que disputou a liderança da IL com Rui Rocha na convenção de fevereiro de 2023, tendo perdido com 44% e saído posteriormente do partido. Mariana Leitão propõe agora que João Cascão, que Carla Castro propunha como secretário-geral na lista com que se apresentou a eleições, seja vogal na Comissão Executiva, assim como Eunice Baeta que, segundo a IL, “esteve com a Carla Castro e depois sempre com o movimento Unidos pelo Liberalismo”, de Tiago Mayan Gonçalves e Rui Malheiro. Numa breve nota divulgada com a lista que propõe para a Comissão Executiva da IL, Mariana Leitão diz ter construído “uma equipa renovada e muito competente, com pessoas que representam várias tendências e sensibilidades do partido, a nível geográfico, ideológico e político”. “Nem todos estiveram do mesmo lado em combates políticos passados na IL, mas hoje unem-se para construirmos a Iniciativa Liberal de que Portugal tanto precisa”, lê-se. A IL vai escolher o seu novo líder e direção na X Convenção Nacional, em 19 de julho em Alcobaça, após Rui Rocha, presidente do partido entre 2023 e 2025, ter apresentado a sua demissão no dia 31 de maio, por considerar que o resultado obtido nas eleições legislativas tinha sido insuficiente. Nessas legislativas, a IL obteve 5,36% e nove deputados, mais um do que nas eleições de 2024. Menos de uma semana após a demissão de Rui Rocha, Mariana Leitão anunciou que iria candidatar-se à liderança do partido, numa publicação divulgada nas redes sociais em que afirmava ter a “vontade de agregar um movimento que inspire uma mudança no país”. "Sem medo de ser liberal, com coragem para erguer as nossas bandeiras liberais sem qualquer hesitação, sem moderar a afirmação dos valores liberais em toda a sua plenitude", lia-se na mensagem de Mariana Leitão. Após este anúncio, nomes que tinham sido falados como potenciais candidatos a líder, como o do deputado Mário Amorim Lopes ou Bernardo Blanco, anunciaram que não tencionavam entrar na corrida, com Amorim Lopes a declarar apoio a Mariana Leitão. Também a corrente de oposição interna a Rui Rocha acabou por não apresentar uma candidatura alternativa.