País
Mais de 160 mil estudantes inscritos nos exames do ensino secundário
De acordo com os dados, 160.680 alunos inscreveram-se para exames nacionais do ensino secundário, estando prevista a realização de um total de 342.674 exames. Dos 160.680 alunos inscritos, 88.637 declararam que iriam fazer o curso para concorrer ao ensino superior. Do conjunto total de inscritos, 56% são do sexo feminino e a esmagadora maioria surgem de cursos científico-humanísticos (86%), seguindo-se os cursos profissionais (9%). A primeira fase dos exames finais nacionais do ensino secundário decorre entre 17 e 30 de junho, com provas previstas de Português (inclui Português Língua Segunda e Português Língua Não Materna), Mandarim, Espanhol, Alemão, Italiano, Geografia, História da Cultura e das Artes, Biologia e Geologia, Francês, História A, Inglês, Geometria Descritiva A, Economia A, Física e Química A, Literatura Portuguesa, Desenho A, Filosofia, Matemática A, Matemática B, História B e Latim. A afixação das pautas será a 15 de julho e a segunda fase dos exames decorre entre 18 e 24 de julho, com a publicação das pautas a 05 de agosto.
Trabalhadores de museus e monumentos nacionais em greve esta terça-feira
A convocação foi feita na altura da Páscoa, com prazo até 31 de dezembro deste ano, para exigir a valorização do trabalho prestado em dias feriados e também do trabalho suplementar, que os trabalhadores consideram ser insuficientemente pagas. Contactado pela agência Lusa, Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, indicou que “até ao momento não houve qualquer resposta da tutela", o anterior Ministério da Cultura - e agora Ministério da Juventude e Desporto -, às reivindicações destes trabalhadores. “Nos feriados anteriores houve forte adesão à greve e muitos dos mais importantes equipamentos culturais tiveram de encerrar”, disse Orlando Almeida, acrescentando que os sindicados vão renovar o pedido de reunião com a nova ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes. Em abril, o dirigente sindical tinha indicado à Lusa que a federação se tinha reunido em março com a anterior ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e com a administração da Museus e Monumentos de Portugal: “Não houve nem abertura para negociar, nem uma proposta sequer” por parte da tutela. “Não houve rigorosamente nada. Estamos abertos a que se possa negociar, mas com algo de concreto”, acrescentou, na altura, o sindicalista. Segundo Orlando Almeida, os trabalhadores dos museus, monumentos e sítios arqueológicos de tutela pública recebem, em dias de feriado, cerca de 15 a 20 euros, o que representa “metade de um dia normal”, e são-lhes pagas apenas até duas horas suplementares, embora por vezes tenham de trabalhar mais do que esse tempo no total. “Há anos que este problema se arrasta, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão no sentido de valorizar o trabalho prestado em dias feriados nos museus, monumentos e sítios classificados”, criticou, por outro lado, a federação, em comunicado. Nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais geridos pela Museus e Monumentos de Portugal, entre os quais o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, em Lisboa, e o Convento de Cristo, em Tomar, trabalham atualmente cerca de mil funcionários, estimou Orlando Almeida. A agência Lusa contactou por correio eletrónico a Museus e Monumentos de Portugal sobre a greve e a possibilidade de abertura de negociações com trabalhadores, no início da semana, e a entidade respondeu, através da direção de comunicação: “Nesta fase, não temos comentários adicionais a fazer.” Em 2023, os 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal receberam mais de cinco milhões de visitantes.
Escolas de nadadores-salvadores querem alterações à lei para função mais atrativa
Para além do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), que certifica todos os cursos realizados a nível nacional, e é responsável pelos exames finais, as duas únicas escolas públicas existentes em Portugal estão localizadas na Nazaré (distrito de Leiria) e na Figueira da Foz (distrito de Coimbra), sendo esta a única detida por um município. Na Nazaré, o polo do Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar (For-Mar), a juntar às valências que já detinha relacionadas com a atividade marítima, passou, em 2022, a formar nadadores-salvadores, correspondendo a uma necessidade identificada no distrito de Leiria. Em declarações à agência Lusa, Pedro Figueira, coordenador da formação de nadadores-salvadores, defendeu que os cursos deviam começar mais cedo e não em cima da época balnear, mas faltam candidatos, na sua maioria jovens estudantes universitários. “Todas as semanas tenho pedidos de divulgação de ofertas de emprego e vejo entidades, de autarquias a concessionários, muito aflitas por necessitarem de nadadores-salvadores. A grande questão é que toda a gente só se lembra dos nadadores-salvadores quando aparecem os primeiros raios de sol”, argumentou o técnico superior do For-Mar. A escola da Nazaré tinha a intenção de realizar um curso durante a época de inverno, mas chegou à conclusão que tentar preparar a época balnear “com mais calma, é tarefa impossível”, porque não há candidatos disponíveis. Os candidatos são jovens entre os 18 e os 30 anos, na grande maioria estudantes universitários na casa dos 20 anos. A atividade de nadador-salvador acaba por funcionar como um complemento financeiro enquanto estudam, mas, sem existir uma carreira profissional, ou regalias, como a isenção de propinas ou mecanismos que não os façam ter de abdicar de bolsas, acabam por desistir da função ainda durante os estudos ou terminados estes. Embora num passado recente a atividade de nadador-salvador, pelos baixos preços praticados, não fosse tão atrativa (levando a que concursos públicos, concretamente promovidos por municípios, ficassem desertos) neste momento, segundo Pedro Figueira, “está relativamente bem remunerada”. “É a lei da oferta e da procura a funcionar. Mas grande parte dos jovens exercem dois, três anos, enquanto estudam, depois orientam a vida deles e deixam de exercer, a carreira não existe, muitos deles gostariam, mas desistem”, observou. As formações certificadas pelo ISN, em entidades públicas ou privadas, são todas idênticas – 150 horas de duração, módulos teóricos e práticos em piscina, com aulas obrigatórias no mar (nas praias costeiras) ou em águas abertas (para albufeiras ou praias fluviais) – embora os cursos públicos acabem por ter preços mais baixos (200 euros na Nazaré, 220 na Figueira da Foz). Pedro Figueira frisou que o primeiro módulo é um enquadramento histórico, legal e cívico da atividade, ainda antes de se falar de praias, primeiros socorros ou resgastes, e que a atividade de qualquer nadador-salvador está diretamente ligada à prevenção. “A atividade do nadador-salvador, em 99% das suas funções, tem de ser prevenção, e as pessoas têm ideia que é a de ir tirar pessoas ao mar, a prevenção é a base de todo o trabalho. Um nadador-salvador que faça uma boa prevenção poucas vezes vai buscar alguém ao mar”, vincou. Em 2016, perante a inexistência de nadadores-salvadores nas suas praias, 30 zonas balneares em outros tantos quilómetros de costa, a autarquia da Figueira da Foz criou a Foz Resgate, a única escola municipal do país. João Matias, coordenador municipal da Proteção Civil, explicou à Lusa que se a atividade da escola começou neste município litoral do distrito de Coimbra, rapidamente se estendeu a outras zonas do país, com pedidos de norte a sul, de Trás-os-Montes ao Alto Alentejo, passando por várias autarquias do interior, como Arouca - onde continua a dar cursos - apesar de estrutura criada não ter dimensão para acorrer a todo o lado e a ideia não ser massificar a formação. “Até de Matosinhos já vieram ter connosco, é porque alguma coisa estamos a fazer bem”, notou João Matias. Atualmente, a Foz Resgate já possui certificação para nadadores-salvadores operadores de moto-4 e de motos de água de salvamento, estando em curso a certificação para coordenadores. Segundo os dados disponíveis, em cinco anos, entre 2020 e 2024, a escola formou mais de 600 nadadores-salvadores, aprovados nos exames do ISN (taxas entre os 70% e os 86%), embora o número de inscritos nos dois cursos que dão, anualmente, na Figueira da Foz – um no período da Páscoa, diurno, outro antes da época balnear, em regime pós-laboral – mais do que duplicassem o número de aprovações. Em 2022, um dos anos com aprovação mais baixa (69,2%) entre os candidatos sujeitos a exame, foram 306 os inscritos, mas só 268 iniciaram o curso, após os primeiros testes físicos obrigatórios. E destes, 231 chegaram aos exames finais, tendo sido aprovados 145. João Matias também defendeu alterações à lei, desde logo a existência de uma carreira profissional, mas manifestou reservas sobre uma integração direta na função pública, já que cada nadador-salvador tem de revalidar a certificação a cada três anos, e, se não o conseguir ou não quiser fazer, não pode exercer a profissão.
Estudo da FMUP alerta que maus tratos a crianças podem estar a escapar ao radar da saúde
Segundo um resumo enviado à agência Lusa, “apenas 2%” das crianças com menos de 16 anos seguidas na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, no distrito do Porto, de 2001 a 2021, estão referidas como prováveis vítimas de abuso, negligência ou disfunção familiar, ou seja cerca de 900 em mais de 40.000. “E quando nós sabemos que a violência doméstica, de acordo com as estatísticas das diversas associações, e também a constante no RASI [Relatório Anual de Segurança Interna], corresponde a cerca de 20, 25% das famílias em Portugal. Se, neste período e com esta amostra, se detetou apenas 2%, alguma coisa está mal contada”, acrescentou à Lusa a professora da FMUP Teresa Magalhães, deixando alertas aos decisores públicos, profissionais de saúde e educadores. “Detetar e reportar casos de vítimas de trauma na infância é fundamental para instituir um tratamento precoce e, assim, evitar a escalada de danos na sua saúde atual e futura”, referiu Teresa Magalhães. Para a docente, “a falta de comunicação da parte do sistema de saúde irá atrasar ou mesmo impedir o acesso das vítimas ao apoio médico, psicológico, social, de segurança e judiciário, de que precisam”. O estudo também detetou que nas pessoas que terão vivido eventos traumáticos na infância, a percentagem de problemas de saúde é superior. Existe um risco aumentado de ferimentos, que pode ser mais do dobro, bem como de intoxicações, de perturbações mentais, como perturbação de hiperatividade e défice de atenção, e problemas sociais, comparativamente com o resto da população estudada. O trabalho, publicado em janeiro na revista académica Frontiers of Medicine, indica, também, que a diabetes tipo 2 e o colesterol elevado são as principais doenças apresentadas pelas pessoas que terão experienciado traumas quando eram crianças. A diabetes tipo 2 é quase três vezes mais elevada neste grupo. São igualmente mais comuns doenças como a síndrome metabólica, asma, infeções urinárias e mesmo cancro. De acordo com os investigadores, esta associação entre eventos traumáticos e problemas de saúde poderá explicar-se por “stresse crónico” que provocará um desequilíbrio do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal, bem como uma “disrupção da rede imunitária e neuroendócrina”. No resumo da FMUP é ainda descrito que “poderão existir modificações epigenéticas nestas crianças, devido a alterações no próprio ADN e ao encurtamento dos telómeros, fenómeno que se associa a uma série de doenças”. Insistindo que as conclusões são “assustadoras” e “responsabilizam todos”, Teresa Magalhães alerta que o desenvolvimento de doenças físicas e mentais dependerá muito da capacidade dos profissionais de saúde de identificarem os sinais e os sintomas suspeitos, mesmo na ausência de um sinal físico explícito. “A maior parte dos ferimentos em crianças é acidental. No entanto, os médicos têm de estar atentos à possibilidade de um ferimento ser sinal de abuso”, refere. Podem ser considerados indicadores a falta de justificação, a localização invulgar, padrões e simetria, ferimentos múltiplos e em diferentes estados de evolução, e a procura tardia dos cuidados de saúde. Desde 2001, os maus tratos a crianças constituem crime público, pelo que, depois da notificação da suspeita, por parte dos profissionais de saúde, não é necessária a apresentação de queixa para que seja iniciada uma investigação do caso. Os registos consultados são de atendimentos em hospital, quer em contexto de urgência quer em internamento bem como nos centros de saúde.
Novo alerta para mensagens fraudulentas enviadas em nome da Autoridade Tributária
“Prezado(a) contribuinte: informamos que o sistema informático identificou um reembolso de imposto pendente associado ao seu NIF (Número de Identificação Fiscal). Para evitar atrasos no processamento, confirme os seus dados bancários através do portal seguro. O procedimento é rápido e obrigatório para a validação do reembolso”, refere o corpo de uma dos ‘emails’ falsos que a AT partilhou hoje no seu portal, e que, de seguida, fornece um 'link' malicioso. Este novo alerta de fraude – o sétimo que a AT efetua desde o início do ano – mostra vários exemplos de ‘emails’, sendo que quase todos usam o logótipo da AT e a maioria acena com o pagamento de reembolsos, fornecendo ‘links’ maliciosos que, se abertos, poderão dar acesso a dados relevantes do visado, nomeadamente bancários. Num outro exemplo de ‘email’ fraudulento partilhado pela AT neste novo alerta, a mensagem inclui mesmo ‘campos’ para as pessoas colocarem os dados do seu cartão bancário (número, data de validade e CVV). Perante estas situações a AT reitera que as mensagens em causa devem ser ignoradas e apagadas, pois o seu objetivo “é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos ‘links’ sugeridos ou a efetuar pagamentos indevidos”.
Filmes portugueses conseguiram este ano 1% dos 4,5 milhões de espectadores das salas de cinema
As estatísticas mensais de exibição comercial de cinema, divulgadas hoje pelo ICA, dão conta de que este ano, até maio, os cinemas portugueses acolheram 4.525.468 espectadores, ou seja, mais 13% do que igual período de 2024. Em termos de receita de bilheteira, somaram-se 28,5 milhões de euros, num aumento de 16,5% (cerca de quatro milhões de euros) face ao mesmo período de 2024. Os filmes portugueses ou com coprodução nacional, estreados este ano, foram vistos por 48.449 espectadores, o que significa que representaram 1,1% da quota total do mercado. Em receitas de bilheteira, a quota é de 0,8%, com um total de 228 mil euros. Dos 172 filmes estreados nos cinemas entre janeiro e maio, apenas 44 (25,6%) foram de produção ou coprodução norte-americana, mas são os que têm mais sucesso, ultrapassando a quota dos 67% do total da exibição, tanto em receita de bilheteira como em audiência. Comparando apenas a prestação do mês de maio, este ano houve um aumento de 27,4% no número de espectadores face a 2024, para um total de 852.584 entradas, e uma subida de 37% em receitas de bilheteira, somando 5,3 milhões de euros. Esta subida pode justificar-se pela realização da iniciativa “Cinema em Festa”, organizada durante três dias de maio pela Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas, com a venda de bilhetes a 3,5 euros em mais de 420 salas. Este ano, e com dados contabilizados até maio, o filme mais visto nos cinemas foi “Um Filme Minecraft”, de Jared Hess, com 498.120 espectadores e três milhões de euros de receita. O segundo filme mais visto continua a ser “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, com 383.829 entradas e 2,4 milhões de euros de bilheteira. “On Falling”, de Laura Carreira, é o filme português mais visto este ano, com 12.531 espectadores e cerca de 75 mil euros de receita.
Diretor da PJ alerta para aumento da violência contra as mulheres mais jovens
À margem do seminário sobre violência doméstica, que decorre hoje no edifício da PJ, Luís Neves defendeu que é necessário combater este tipo de violência contra as mulheres, crime que considerou “absolutamente intolerável”, e deu como exemplo jogos ‘online’ em que o alvo são precisamente as mulheres e em que o objetivo é violar, abater e perseguir mulheres. “Isto é absolutamente inqualificável, sobretudo quando estamos a falar de gente jovem”, referiu o diretor nacional da PJ, dando como exemplo três detenções feitas por esta polícia e relacionadas com o crime de violação em apenas dez dias. “Estamos a falar de violações de gente muito jovem em relações de proximidade. É intolerável termos mulheres como alvo a abater”, acrescentou. Luís Neves falou ainda sobre a investigação relacionada com o jovem de Santa Maria da Feira, de 17 anos, que foi recentemente acusado pelo Ministério Público de vários crimes, incluindo o de instigar um massacre no Brasil, em 2023. Este jovem, descreveu o diretor nacional da PJ, recrutou e incentivou, sempre ‘online’, jovens no Brasil para que fosse feito um ataque em massa numa escola, sendo que neste momento a Polícia Judiciária está a trabalhar com a Polícia Federal do Brasil para que sejam identificados todos os autores do massacre que resultou na morte de uma jovem. Além deste massacre, o jovem de Santa Maria da Feira, que vivia com os pais e se encontra detido desde o ano passado, estaria a planear matar pessoas em situação de sem-abrigo em direto para vender as imagens em ‘streaming’. “Foram também cometidas agressões sexuais a jovens mulheres, adolescentes, que foram violadas em grupo, incentivadas a partir da ‘internet’. Essas mesmas vítimas, que foram duplamente vitimizadas, acabaram depois por ser pressionadas para se automutilarem sob pena de as imagens das violações serem difundidas”, explicou ainda Luís Neves a propósito deste jovem de Santa Maria da Feira. Para o diretor nacional da Polícia Judiciária, estes crimes “são sinais de que há um foco muito especial na mulher, nas mulheres jovens, em que são tratadas como coisas, são abusadas, são agredidas e violentadas”.