Ordem dos Médicos exige intervenção no serviço de Obstetrícia de Aveiro
“Uma delegação da Ordem dos Médicos (OM) visitou hoje o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro e identificou fragilidades preocupantes na resposta dos cuidados às mulheres”, dá conta o comunicado em que considera que “ situação exige uma intervenção imediata e eficaz”. A Ordem dos Médicos, em resultado do contacto direto com os médicos do serviço e com o Conselho de Administração do Hospital, considera urgente reforçar as equipas médicas. “Para tal, é necessário abrir concursos para preenchimento de vagas, criar mecanismos de atratividade para os médicos e garantir condições de trabalho adequadas e seguras”, sublinha. A Ordem antecipa que as escalas previstas para julho e agosto terão “vários dias com o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia encerrado por falta de médicos”. “Esta situação compromete gravemente a capacidade de resposta às necessidades das grávidas e das mulheres da região”, adverte. Entre os principais problemas identificados durante a visita, a ordem destaca “a insuficiência crítica de médicos especialistas, o desgaste acentuado das equipas existentes e o risco iminente de interrupções frequentes do serviço”. A Ordem dos Médicos conclui o comunicado com a exigência de “uma intervenção concreta e urgente por parte de todas as entidades competentes, em particular da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem a responsabilidade de assegurar a resposta a nível nacional e local”.
UA e CGD assinam protocolo de mecenato de cerca de 3 milhões de euros para apoiar ensino e inovação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o protocolo pretende estabelecer uma “parceria estratégica” com impacto no “ensino superior, na investigação científica e na inovação”. O acordo que prevê a atribuição de um apoio global de “2.975.000 milhões de euros", a concretizar "ao longo dos próximos cinco anos", destina-se a "iniciativas de incentivo ao sucesso académico, à promoção do empreendedorismo, ao desenvolvimento tecnológico e ao reforço da responsabilidade social". A sessão contará com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD. Recorde-se ainda que a construção da nave UA resultou de uma parceria entre a CGD e a UA. Conforme refere o site da CGD, “as duas instituições têm ligação desde 1995”.
Nuno Oliveira é a escolha da IL para a Junta de Freguesia de Santa Joana
Hipnoterapeuta clínico, coach mental, empreendedor na área do desenvolvimento pessoal e membro da International Hypnosis Association, Nuno Oliveira tem um percurso também ligado ao desporto de alto rendimento. “É ciclista e maratonista há mais de vinte anos — acredita na disciplina, na resiliência e na força de vontade como motores de mudança pessoal e comunitária”, lê-se numa nota enviada este domingo à Ria. A decisão de avançar com a candidatura surge da convicção de que Santa Joana “parou no tempo” e “não está a acompanhar o ritmo de crescimento e modernização do concelho”. Nuno Oliveira defende uma Junta de Freguesia “mais próxima das pessoas, transparente, participativa e com serviços digitalizados”. Melhorias nos transportes públicos, criação de ciclovias e percursos seguros, e uma melhor ligação entre Santa Joana e o restante concelho são algumas das medidas que pretende implementar. “Santa Joana merece uma rede viária digna do seu potencial. Está na hora de requalificar as suas estradas com critérios de segurança, mobilidade e modernidade”, afirma. Recusando “a ideia da Junta como herança de família”, Nuno Oliveira sublinha que esta é uma responsabilidade pública que exige “visão, trabalho e dedicação”. Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu esta junta de freguesia com "53,40%" dos votos. A IL não apresentou candidatura. *Notícia atualizada às 23h43 face à atualização dos resultados das últimas eleições autárquicas.
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UA e CGD assinam protocolo de mecenato de cerca de 3 milhões de euros para apoiar ensino e inovação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o protocolo pretende estabelecer uma “parceria estratégica” com impacto no “ensino superior, na investigação científica e na inovação”. O acordo que prevê a atribuição de um apoio global de “2.975.000 milhões de euros", a concretizar "ao longo dos próximos cinco anos", destina-se a "iniciativas de incentivo ao sucesso académico, à promoção do empreendedorismo, ao desenvolvimento tecnológico e ao reforço da responsabilidade social". A sessão contará com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD. Recorde-se ainda que a construção da nave UA resultou de uma parceria entre a CGD e a UA. Conforme refere o site da CGD, “as duas instituições têm ligação desde 1995”.
Academia de Verão acolhe 440 alunos do 5º ao 12º ano para duas semanas de ciência e descoberta
O que é a poluição atmosférica? Que quantidade de ar respiramos? O que influencia o consumo de ar em cada pessoa? Estas foram algumas das perguntas que a atividade ‘Inspirar: uma força invisível?’, integrada no programa Ciência Mix da Academia de Verão, lançou durante a tarde desta terça-feira, dia 7, a alunos do 5º e 6º ano de escolaridade que estão de passagem pela UA até dia 11. A iniciativa ‘InspirAR: uma força invisível?’ é apenas uma das atividades dos vários programas que estão a decorrer no âmbito da Academia de Verão. Decorreu no Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, mas o programa é organizado em conjunto com outros departamentos. Bruno Augusto, doutorado emCiências e Engenharia do Ambiente e bolsista de investigação, é um dos responsáveis pelo Laboratório de Aerodinâmica da Atmosfera (LAA) – também conhecido como túnel de vento. À Ria, Bruno confidencia que quando chegam à atividade os alunos “têm sempre a ideia errada e as expectativas são baixas”, mas que isso é revertido e conseguem sempre “surpreendê-los pela positiva”. A atividade a que a Ria assistiu tenta dar a conhecer não só o túnel de vento e a “aerodinâmica da atmosfera”, como também falar e mostrar tudo o que se faz no DAO. “Tentamos fazer algo que seja interessante”, resume Bruno. A acompanhar Bruno na sessão esteve Diogo Nascimento, também estudante de doutoramento no DAO. A sessão contou com uma apresentação dinâmica, em que os alunos do 5º e 6º ano respondiam a perguntas que iam sendo colocadas, e recebiam, em simultâneo, pistas sobre as utilidades do túnel de vento. “O túnel do vento é só uma ferramenta: o nosso papel é melhorar as cidades”, ouviu-se a certa altura. Os estudantes responsáveis por dar a conhecer o LAA ao grupo de alunos explicaram que o objetivo do túnel é observar como se comporta o vento em várias situações. Para isso são utilizadas maquetes, que depois são colocadas no túnel para determinar uma solução para um dado problema, ou mesmo para prevenir os mesmos. A título de exemplo, Diogo e Bruno apontaram maquetes já utilizadas que agora penduradas por cima do túnel, apenas dão cor ao laboratório. Mas serviram, outrora, para solucionar problemas. “Esta maquete é de um anfiteatro ao ar livre que há em Setúbal, e o que é que acontecia? Da maneira que estava construído, o vento não deixava as pessoas ouvirem o que se estava a fazer no palco e as pessoas que estavam no palco também não conseguiam ouvir nada”, começam por explicar os responsáveis pela atividade. A solução passou então por construir barreiras e utilizar árvores, de forma a “controlar o vento e impedir que ele fosse para esse anfiteatro”. O túnel, acrescentam ainda, foi utilizado para determinar o local onde essas barreiras deveriam ser colocadas. Entre outros exemplos, estava dado o mote para a restante atividade: melhorar as cidades. Depois da explicação, em traços gerais, sobre como funciona o túnel, os alunos foram divididos em grupos com a missão de criarem um modelo 2D de três edifícios da cidade de Aveiro, à escala de 1:200 – pormenor importante por ter sido um dos pontos que adicionou alguma dificuldade à atividade. Contas feitas e com os moldes desenhados e recortados, chegou a vez dos alunos perceberem como são feitas as maquetes das cidades que são colocadas no túnel. Impressão 3D era uma das “respostas certas” e os alunos tiveram, então, a oportunidade de ver uma máquina a trabalhar para um projeto que está a ser desenvolvido no LAA. Os olhos dos alunos brilharam, no entanto, de forma especial quando conseguiram “visualizar” o movimento do ar no túnel do vento apesar do ponto alto ter sido, sem dúvida, a possibilidade de terem os cabelos despenteados com o vento produzido pela ventoinha do mesmo túnel. Finda a atividade no DAO, os alunos contaram à Ria outras atividades que foram desenvolvendo ao longo do dia. Mensagens secretas, lâmpadas de lava e a criação de um “caviar de manga” foram algumas das atividades que marcaram o grupo. Foram 16 os alunos que participaram na atividade de ontem. No total, nestas duas semanas vão passar pela Academia 440 alunos, a maioria dos quais frequenta já o ensino secundário. Em declarações à Ria, Artur Silva, vice-reitor com a pasta da investigação, inovação e formação de terceiro ciclo e acreditação dos ciclos de estudos na UA, frisa precisamente este número e destaca a importância da atividade, sobretudo para os alunos do ensino secundário – que compõem a larga maioria dos alunos participantes: “cerca de 330”, aponta. Artur Silva frisa ainda que a iniciativa, “uma marca da Universidade de Aveiro”, tem sempre grande procura. “No dia em que se abre as inscrições está toda a gente a clicar no botão para tentar ser o escolhido”, repara. A iniciativa é, segundo o vice-reitor, não só “uma forma dos jovens passarem um pouco do seu tempo de verão”, como também de começarem a ver “oportunidades e opções para o seu futuro”. Para o vindouro o aumento do número de vagas para os participantes é uma vontade da universidade. Ainda assim, Artur admite que essa é uma possibilidade “difícil” de concretizar, especialmente em termos logísticos. Aumentar o número de vagas implicaria também “aumentar o alojamento” o que constitui “um constrangimento”. Artur Silva sublinha também o número de vagas “financiadas por entidades externas”. A inscrição na Academia de Verão tem um custo associado de 90 ou 100 euros, com mais de uma centena dos participantes a verem esse custo a ser suportado pela autarquia ou por instituições, o que reforça a relevância da iniciativa da UA. A Academia de Verão decorre na UA até dia 18 e conta com um total de 26 programas com atividades diárias e com o envolvimento de praticamente todos os departamentos da academia aveirense. A iniciativa, que completa 20 anos em 2026, convida os alunos do 5º ao 12º ano para, durante duas semanas, virem a Aveiro experenciar a vida universitária.
Gala dos 35 Anos da AAAUA junta 150 alumni e distingue personalidades
Ao longo da noite, foram entregues várias distinções, sendo a primeira atribuída à Comissão Instaladora da Associação, que deu origem à primeira direção da AAAUA. Esta foi presidida por Luís Almeida e contou com Augusto Tomé, João Miguel Dias, Osvaldo Rocha Pacheco e Ana Manata. O grupo recebeu o “Prémio Reconhecimento”. No lote dos vencedores esteve também a Associação Alumni de Espanha, representada pelo seu presidente, António José Redondo, que venceu o “Prémio Instituição”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, aproveitou a presença do congénere espanhol para fazer um roteiro sobre os trabalhos realizados e a concluir relativos “à criação da Associação Alumni de Portugal”. Um projeto que “desejamos sediar em Aveiro, após a conclusão dos processos eleitorais de duas associações”, destaca a AAAUA na nota. Ao longo do evento, Pedro Oliveira avançou ainda que os “próximos meses” serão destinados a concluir os trabalhos de mudança de sede no “edifício 1” e a preparar a exposição a propósito dos 35 anos da Associação. O presidente aproveitou também para elogiar o Núcleo de Futebol, que apresentou os novos equipamentos, “num projeto sustentável” com a inscrição do novo logótipo da AAAUA adequado ao Núcleo. Nesta noite de muitos reencontros entre a comunidade dos antigos alunos da UA, coube a Artur Silva, vice-reitor para as matérias atinentes à investigação e inovação, salientar a importância dos alumni para o projeto da UA, “valorizando o trabalho que a atual direção tem vindo a realizar, com a promoção de diversas iniciativas de reunião, o que contribui para a dinamização desta rede”. O aniversário ficou também marcado pela entrega dos novos títulos de Sócio Honorário a João Veloso, vice-reitor para as matérias atinentes à cooperação Universidade-Sociedade, bem como a Miguel Casal, fundador e CEO da Grestel e a Fatinha Ramos, artista e ilustradora. Além do mais, valorizando a “dinâmica interna dos 22 núcleos alumni em funcionamento, envolvendo 111 dirigentes”, foram ainda entregues os prémios de: Melhor Núcleo ao Núcleo Alumni de Biologia e de melhor atividade ao Núcleo Alumni de Rugby. Ao nível do prémio colaboração, a nota refere também que “foram valorizadas as duas primeiras parcerias com horizonte plurianual outorgadas pela AAAUA, com a SAGE e o ITM, respetivamente representados pelo diretor Ibérico de parcerias, Francisco Rayo e pela diretora geral, Ana Ocana”. No âmbito destas comemorações foi ainda editada a 30ª edição do jornal Antiguinho, que reuniu as memórias de várias personalidades, numa edição especial de aniversário, coordenada pelo Tiago Almeida, vice-presidente da AAAUA. A gala contou com a atuação do SOUL ID um grupo formado por duas antigas alunas da UA, Diana Silva e Inês Bola, e com a participação do ilusionista, Ricardo Pimenta. A apresentação esteve a cargo de Manuela Nunes, igualmente alumni da UA e membro da atual direção. A festa terminou com o habitual corte do bolo e um brinde à Associação.
Cantina de Santiago encerra temporariamente para manutenção, mas mantém apoio à Aveiro Cup
Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), explicou que a decisão visa "preservar as condições de funcionamento" daquele espaço. “Executamos os trabalhos de manutenção e limpeza exigidos, face ao trabalho intensivo e ininterrupto de dois serviços de alimentação diários”, referiu. Segundo João Ribeiro, a Cantina de Santiago requer uma intervenção diferenciada devido à “elevada afluência” que regista ao longo do ano. A reabertura está prevista para o início do próximo ano letivo. Apesar do encerramento, a Cantina de Santiago mantém esta semana o fornecimento de refeições aos participantes da 30.ª edição da Aveiro Cup, torneio internacional de futebol juvenil que decorre de 2 a 6 de julho. Este ano, o evento reúne 40 clubes e centenas de jovens atletas entre os 8 e os 17 anos, com jogos espalhados por vários campos do concelho, incluindo o relvado sintético do Crasto, na UA. “A Cantina do Crasto não tem as mesmas condições em termos de centralidade e, por uma questão de segurança dos miúdos e também de logística, é prática recorrente servir estas refeições em Santiago”, justificou o diretor delegado dos SASUA. As restantes unidades de alimentação da universidade: Restaurante TrêsDê, Espaço Grelhados, Restaurante Universitário e Restaurante Vegetariano – mantêm o seu funcionamento regular.
7ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem” reforçou aposta da UA na inovação pedagógica
O programa desta manhã contou, entre outros pontos, com a apresentação da “Estratégia@UA”. Na sua intervenção, Sandra Soares, vice-reitora para matérias atinentes aoensino e formação na UA, aproveitou o momento para abordar a oferta formativa, destacando a aposta da Universidade de Aveiro na formação ao longo da vida. “Há uma série de transformações (…) na sociedade, nomeadamente a automação, a inovação tecnológica, a transição ecológica e digital, novas formas de trabalhar (…) que nos faz ter a necessidade de implementar uma estratégia (…) que permita a educação ao longo da vida e (…) o upskilling e o reskilling da nossa população”, apontou. Neste seguimento, a vice-reitora aproveitou a ocasião para dar nota de que o “funcionamento em concreto” dos cursos não conferentes de grau já se encontra implementado no Regulamento de Criação dos Cursos Não Conferentes de Grau. “O crescimento tem sido muito significativo nesta área”, afirmou. Quanto à aposta nas microcredenciais, a vice-reitora sublinhou que desde 2022 foram emitidos quase mil certificados, número que continua “a aumentar a cada dia”. A vice-reitora apontou que há ainda, no entanto, melhorias a fazer no que toca à qualidade do ensino, tendo apontado “o desenho dos cursos e a inovação curricular em função da inteligência artificial” como um dos desafios para o futuro. Sandra frisou também o crescimento registado pela Universidade quanto ao número de estudantes inscritos em cursos conferentes de grau e apontou que a instituição tem recebido também cada vez mais estudantes de fora da Região. Atentou, ainda, que os estudantes internacionais têm sido também uma tendência crescente na UA. “Os dados relativamente aos ciclos de estudo mostram um grau de internacionalização maior nos programas doutorais, seguidos dos mestrados e depois das licenciaturas, mas com números que se vêm a consolidar e mesmo a aumentar e diversificando os países de origem dos nossos estudantes internacionais”, revelou. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) sublinhou, na sua intervenção, a importância da adaptação dos métodos de ensino aos tempos atuais. Realçou que o modelo de ensino “em muitas partes, mesmo dentro desta universidade” permanece igual ao que se fazia há 50 anos, com aulas maioritariamente expositivas. No entanto, a estudante aponta que a fórmula não funciona: “[há 50 anos] era o ensino que resultava porque tínhamos dez estudantes numa sala de aula (…) atualmente temos salas com 200 alunos”. A representante dos estudantes alertou ainda para a “evolução cada vez maior”, com as novas gerações expostas cada vez a mais e diferentes estímulos. Para Joana “é necessário existirem técnicas e metodologias” que captem a atenção dos jovens estudantes. A presidente da AAUAv atentou também para a importância da reflexão interna para as realidades existentes na academia aveirense. Frisou que, se por um lado há docentes “que querem que uma aula não seja só uma aula, mas que seja um processo de construção de pensamento em conjunto”, por outro, há estudantes que continuam a ter “uma hora e meia, três horas às vezes, de débito constante daquilo que é a informação que, atualmente, qualquer estudante consegue procurar se for pesquisar online”, considerou. Por sua vez, Sandra Vieira, professora e investigadora no Departamento de Ciências Médicas da UA e vencedora do prémio Boas Práticas Inovação Pedagógica 2023/2024 sublinhou a adoção das metodologias ativas como o caminho que tem seguido precisamente para fazer face aos novos desafios sentidos. Na sua intervenção, a docente destacou algumas iniciativas que tem seguido para implementar este tipo de ensino, apontando que a recetividade dos estudantes tem sido boa, no geral, mas que o processo pode não ser linear com todas as turmas. As aulas de Sandra são realizadas em volta de uma aprendizagem baseada em problemas (problem-based learning [PBL]), com os estudantes a serem desafiados a resolver questões de forma crítica, apesar de existirem na mesma algumas aulas mais centradas na exposição de matéria. Os estudantes são ainda envolvidos em atividades de síntese de papers da área, e contam com seminários ao cargo de especialistas. Parte da avaliação dos estudantes é ainda feita com quizzes e atividades colaborativas realizadas de forma periódica. A abertura da sessão desta manhã esteve ainda a cargo de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA. A programação, que terminou esta tarde com a apresentação de práticas institucionais que promovem o sucesso escolar e previnem o abandono, contou ainda com a realização de sessões de incentivo a projetos de inovação pedagógica e com a realização de um workshop voltado para os desafios nas áreas de intervenção estratégica no ensino e aprendizagem.
UA promove esta semana 7ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem”
O primeiro dia do Fórum, entre as 9h30 e as 12h30, será dedicado à apresentação das práticas pedagógicas desenvolvidas por docentes da UA. Ao longo das três sessões, docentes das várias unidades orgânicas apresentarão os resultados dos projetos de inovação pedagógica financiados desde 2020. Todas as sessões ocorrerão na sala do Senado. A partir das 13h45, na sala de Atos Académicos, haverá ainda uma sessão dedicada à apresentação das práticas pedagógicas distinguidas com o “Prémio de Boas Práticas Pedagógicas da Universidade de Aveiro”, bem como a atribuição de menções honrosas. O prémio visa reconhecer o mérito, a qualidade e a inovação pedagógica de docentes ou equipas docentes no contexto das unidades curriculares da UA e foi instituído no âmbito do “Regulamento para a Valorização e Desenvolvimento de Boas Práticas e Inovação Pedagógica”. Na sala do Senado, pelas 14h00, estarão ainda a decorrer três sessões de comunicações orais, dinamizadas por docentes e outros membros da comunidade académica da UA, cujas propostas foram selecionadas no âmbito da submissão de trabalhos da 7.ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem – Teaching & Learning Forum”. No dia seguinte, 3 de julho, na sala de Atos Académicos, a abertura do evento estará a cargo de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, seguindo-se, pelas 9h30, uma apresentação do responsável institucional, com prestação de contas sobre o trabalho realizado e ações para o futuro e partilha de contributo de um membro da comunidade UA. O painel contará com a intervenção de Sandra Soares, vice-reitora para o Ensino e Formação da UA, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e de Sandra Vieira, vencedora do Prémio de Boas Práticas Pedagógicas 2023/2024. Após o coffee-break, pelas 10h15, seguir-se-á um momento de disseminação de boas práticas da comunidade UA, seguindo-se a partilha de William Carey, desenvolvedor educacional sénior na Universidade Nottingham Trent. Pelas 14h30 haverá ainda workshops sobre os desafios mais imediatos em áreas de intervenção estratégica no ensino e aprendizagem. Já na sala de Atos Académicos, a partir das 16h00, decorrerá uma sessão de posters digitais e a “Estratégias@UO” com a apresentação de uma seleção de práticas institucionais das unidades orgânicas que promovam o sucesso escolar e previnam o abandono. O encerramento acontecerá pelas 17h30. O programa na íntegra pode ser consultado aqui. As inscrições para os diferentes momentos do Fórum de Ensino e Aprendizagem - Teaching & Learning Forum podem ser efetuadas aqui.
AAUAv celebra 47º aniversário com reflexões para o futuro
O 47º aniversário da AAUAv ficou marcado pela formalização de um protocolo entre a estrutura estudantil e a Câmara Municipal de Aveiro (CMA). Na sua intervenção, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro salientou o momento como “importante” e “relevante”. A formalização do protocolo é, para o autarca, a consolidação da “relação das instituições”. “A palavra dos Homens é sempre mais importante do que os documentos, mas os documentos consolidam a relação das instituições: porque os homens passam e as instituições sempre ficarão”, frisou Ribau Esteves. O protocolo formalizado na cerimónia, no valor global de 44.500 euros, foi aprovado na última reunião camarária. O autarca saudou ainda a associação pelo seu 47º aniversário, “por tudo aquilo que marca o seu passado e, existindo, estimula e aposta no seu futuro”. Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, sublinhou no discurso comemorativo do 47º aniversário que “todas as celebrações de aniversário pressupõem a existência de momentos de reflexão”, tendo sublinhado que a sua reflexão “começa no futuro”. “Infelizmente, muitas das lutas [dos estudantes] permanecem as mesmas, e outras tantas avizinham-se a ressurgir mesmo ao virar da curva”, começou por refletir a dirigente. A representante dos estudantes da academia aveirense deu então nota de cinco notícias recentes relativas ao ensino superior, alertando, em primeiro lugar, para a saúde mental dos estudantes. “Mais de metade dos universitários está em burnout e 40% consomem psicotrópicos (…) esta não é uma urgência de agora, é uma verdade que (…) se tornou uma banalidade, uma urgência que carece de atuação há quase uma década”, enfatizou. O abandono e insucesso escolar, as práticas de ensino serem “as mesmas há 20 anos” e a incapacidade de retenção do talento foram também temas abordados no discurso da dirigente. Joana alertou ainda para o descongelamento das propinas, uma preocupação dos estudantes que volta a estar em cima da mesa devido a declarações da nova secretária do Ensino Superior. "O ensino superior não pode nunca ser reservado apenas para alguns. A aquisição de conhecimento deve ser um fator de nivelação social, nunca de distanciamento", defendeu a presidente da direção da AAUAv. Para Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, a Associação Académica “é simultaneamente história, presente e é também futuro”. No seu discurso, o reitor sublinhou que o trabalho desenvolvido pelo movimento estudantil “é imprescindível para que hoje sejamos aquilo que somos, enquanto universidade, enquanto instituição, enquanto associação académica”, apontando ainda o papel da associação na atração e fixação de jovens em Aveiro e na região. “Hoje em dia, desses cerca de 2.400 novos estudantes que veem para a Universidade de Aveiro e dos quais saem também os dirigentes futuros da associação académica, dois em cada três veem de fora da região de Aveiro e muitos ficam nesta região”, atentou. O reitor frisa ainda a ambição da universidade em “mais do que técnicos competentes, formar cidadãos”, destacando o papel da AAUAv nesse processo. “Aprenderem na Associação Académica faz de vós melhores cidadãos, faz da Universidade de Aveiro uma instituição mais bem preparada para assegurar o futuro, mais atrativa para aqueles que a procuram”, reiterou. O discurso de comemoração ficou ainda pautado pela menção à independência, autonomia e irreverência do movimento estudantil em Aveiro. “Nunca se curvou perante nenhum reitor. Nunca se curvou perante nenhum governante. E todos aqueles que o tentaram fazer, falharam miseravelmente na tentativa: é necessário que assim continue. Nunca como hoje foi tão necessário. Tenho a fé, tenho a certeza, que convosco não corro esse risco”, frisou Paulo Jorge Ferreira. A tomada de posse dos núcleos da AAUAv foi o primeiro momento da celebração. Inês Filipe, presidente da Mesa da Assembleia Geral da AAUAv deu posse aos novos órgãos dos Núcleos, afirmando que o aniversário da AAUAV assinala também “o início de um novo ciclo, um momento de continuidade, de renovação e acima de tudo de compromisso com o associativismo estudantil, que tanto caracteriza a nossa academia”. No seu discurso, Inês Filipe sublinhou que “os núcleos são sem dúvida uma das bases mais sólida deste projeto coletivo que é a AAUAv: são eles que aproximam os estudantes do movimento associativo, que fazem ecoar as suas necessidades, as suas ideias e os seus sonhos”. A dirigente aproveitou ainda a oportunidade para agradecer aos núcleos cessantes e para desejar “aos que agora iniciam este desafio (…) um mandato de crescimento, coragem e celebração”. “Esta associação e academia contam convosco, com a vossa energia, com a vossa visão e sobretudo com o vosso compromisso”, concluiu. O processo eleitoral para os núcleos da AAUAv para o mandato de 2025/2026 decorreu no dia 5 de junho, tendo ficado marcado por irregularidades que levaram à convocação da repetição, em setembro, das eleições do Núcleo Associativo de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração (NAE-ISCA). Por sua vez, Joana Regadas sublinhou a tomada de posse de “516 novos dirigentes” dos núcleos como uma “personificação” da renovação da AAUAv. “[São] 516 novos estudantes que querem discutir o ensino superior, o desporto, a cultura (…), discutir a UA, Aveiro, Águeda, Oliveira de Azeméis, a região, o país, a Europa, o mundo”, enfatizou a representante dos estudantes. No seu discurso, a dirigente associativa aproveitou ainda para criticar a falta de valorização dos estudantes que participam no movimento associativo. “Escolher fazer parte desta história é grandioso, mas também ingrato”, reparou. “A falta de reconhecimentos e apoios inicia-se muitas vezes neste mesmo local onde nos encontramos: o local que por um lado quer privilegiar os que vão mais além (…) os que, para além de procurarem ser bons profissionais, procuram na universidade encontrar um percurso para se tornarem melhores cidadãos, mas que por outro lado, pouca valorização dá ao percurso integral”, atira. Por sua vez, Paulo Jorge Ferreira agradeceu também aos dirigentes cessantes dos núcleos da Associação, deixando uma palavra também em relação aos novos dirigentes. “Fico satisfeito por ver mais do que nunca mais núcleos, mais estudantes, mais compromissos com esse futuro, porque sei que é daqui que sairão as sementes para uma sociedade melhor, mais pacífica”, refletiu. Também Ribau Esteves deixou uma palavra de “estímulo” aos dirigentes dos núcleos que tomaram posse. “Que sejam um importante contributo continuado nesse processo (…) em que sempre podemos fazer mais e melhor em cada uma das funções que temos para cumprir”, aponta o autarca, destacando a cidadania como uma dessas funções. A AAUAv entregou ainda cinco distinções aos núcleos: Núcleo Mais Solidário, Núcleo Mais Desportivo, Núcleo Mais Setorial, Núcleo Mais Núcleo e o Núcleo Revelação. As distinções foram entregues, respetivamente, ao Núcleo de Estudantes de Ciências Biomédicas, Núcleo de Estudantes de Engenharia Mecânica, Núcleo de Cinema e Fotografia, Núcleo de Estudantes de Multimédia e Tecnologias da Comunicação e ao Núcleo de Estudantes de Gestão. O 47º aniversário contou ainda com a atribuição do galardão Renato Araújo. A iniciativa, que arrancou no ano passado, distinguiu este ano a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), por atuar “diariamente em todo o território nacional, garantindo proteção, apoio emocional e psicológico a quem sofreu o impacto da violência”.
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Ordem dos Médicos exige intervenção no serviço de Obstetrícia de Aveiro
“Uma delegação da Ordem dos Médicos (OM) visitou hoje o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro e identificou fragilidades preocupantes na resposta dos cuidados às mulheres”, dá conta o comunicado em que considera que “ situação exige uma intervenção imediata e eficaz”. A Ordem dos Médicos, em resultado do contacto direto com os médicos do serviço e com o Conselho de Administração do Hospital, considera urgente reforçar as equipas médicas. “Para tal, é necessário abrir concursos para preenchimento de vagas, criar mecanismos de atratividade para os médicos e garantir condições de trabalho adequadas e seguras”, sublinha. A Ordem antecipa que as escalas previstas para julho e agosto terão “vários dias com o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia encerrado por falta de médicos”. “Esta situação compromete gravemente a capacidade de resposta às necessidades das grávidas e das mulheres da região”, adverte. Entre os principais problemas identificados durante a visita, a ordem destaca “a insuficiência crítica de médicos especialistas, o desgaste acentuado das equipas existentes e o risco iminente de interrupções frequentes do serviço”. A Ordem dos Médicos conclui o comunicado com a exigência de “uma intervenção concreta e urgente por parte de todas as entidades competentes, em particular da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem a responsabilidade de assegurar a resposta a nível nacional e local”.
‘Aliança Mais Aveiro’ apresenta esta sexta-feira Pedro Mónica como candidato à Junta de São Bernardo
Pedro Mónica, atual presidente da Assembleia de Freguesia de São Bernardo, foi o nome escolhido pela coligação para suceder a Henrique Vieira, que termina o seu terceiro mandato consecutivo e, por isso, está impedido por lei de se recandidatar. Com 53 anos, engenheiro de eletrónica e telecomunicações, Pedro Mónica já havia adiantado à Ria que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo atual executivo. “A nível das linhas mestras será a mesma. Não tenho a menor dúvida porque a dinâmica que foi defendida na junta está a funcionar bem”, opinou. Tal como aconteceu na passada sexta-feira, 11 de julho, aquando da apresentação de Rui Cordeiro como candidato à Junta de Freguesia de Esgueira, será também divulgada a equipa que acompanha Pedro Mónica nesta candidatura. Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 53,61% dos votos na freguesia, elegendo seis mandatos contra três do movimento independente ‘São Bernardo Mais e Melhor’ (SB MM).
Rui Faria volta a candidatar-se à Junta de Freguesia de Cacia
A candidatura nasce, segundo o próprio, de uma “vontade firme de promover uma freguesia mais justa, solidária e participativa, onde ninguém seja deixado para trás”. Rui Faria compromete-se a ouvir e cuidar das necessidades da população, com uma visão “inclusiva” que respeita todas as etnias, crenças e vivências. Segundo uma nota enviada às redações, um dos eixos centrais do programa é o combate ao envelhecimento da população. Rui Faria defende a promoção de habitação a custos controlados para atrair jovens para a freguesia, bem como o reforço de respostas sociais dirigidas aos mais idosos, garantindo-lhes uma vida “ativa e digna”. A mobilidade acessível e a criação de espaços de convívio intergeracional são apontadas como prioridades. Na área cultural, o candidato propõe uma programação mais rica e diversificada, que vá além das festas tradicionais, apostando na cultura como motor de participação cívica e identidade local, com atividades ao longo de todo o ano para todas as idades. A candidatura destaca ainda o papel das coletividades e associações da freguesia. Rui Faria propõe o reforço do apoio a estas estruturas, garantindo que continuarão a ser “pilares na promoção do desporto, cultura, solidariedade e vida comunitária”. Rui Faria tem ainda o objetivo de “colocar as pessoas no centro da ação política”. Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas a ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu esta junta de freguesia com “63,64%” dos votos. O BE alcançou “6.17%” dos votos.
Nuno Oliveira é a escolha da IL para a Junta de Freguesia de Santa Joana
Hipnoterapeuta clínico, coach mental, empreendedor na área do desenvolvimento pessoal e membro da International Hypnosis Association, Nuno Oliveira tem um percurso também ligado ao desporto de alto rendimento. “É ciclista e maratonista há mais de vinte anos — acredita na disciplina, na resiliência e na força de vontade como motores de mudança pessoal e comunitária”, lê-se numa nota enviada este domingo à Ria. A decisão de avançar com a candidatura surge da convicção de que Santa Joana “parou no tempo” e “não está a acompanhar o ritmo de crescimento e modernização do concelho”. Nuno Oliveira defende uma Junta de Freguesia “mais próxima das pessoas, transparente, participativa e com serviços digitalizados”. Melhorias nos transportes públicos, criação de ciclovias e percursos seguros, e uma melhor ligação entre Santa Joana e o restante concelho são algumas das medidas que pretende implementar. “Santa Joana merece uma rede viária digna do seu potencial. Está na hora de requalificar as suas estradas com critérios de segurança, mobilidade e modernidade”, afirma. Recusando “a ideia da Junta como herança de família”, Nuno Oliveira sublinha que esta é uma responsabilidade pública que exige “visão, trabalho e dedicação”. Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu esta junta de freguesia com "53,40%" dos votos. A IL não apresentou candidatura. *Notícia atualizada às 23h43 face à atualização dos resultados das últimas eleições autárquicas.
Aliança Mais Aveiro lança Rui Cordeiro em Esgueira com propostas e críticas ao PS
A ‘Aliança Mais Aveiro’ deu esta sexta-feira o pontapé de saída para a apresentação dos seus candidatos às juntas de freguesias. O Centro Cultural de Esgueira foi o local escolhido para a apresentação de Rui Cordeiro. A cerimónia estava inicialmente prevista para o Parque Aventura - Fonte do Meio, mas devido às condições climatéricas incertas, foi transferida para o Centro Cultural. Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira - que não pode recandidatar-se por ter atingido o limite de mandatos - marcou presença para apoiar o candidato. Apesar disso, notou-se a sua preocupação em manter-se distante dos lugares de destaque, ficando mais isolada e permanecendo em pé junto à porta do Centro Cultural, afastada do candidato. O primeiro a tomar a palavra foi Luís Souto, cabeça de lista da ‘Aliança Mais Aveiro’ às próximas eleições autárquicas, que começou por elogiar a “energia” de Esgueira. Para ele, “o Rui escolheu aqui uma ‘movida’, como dizem os espanhóis, que tem tudo a ver com as nossas candidaturas”. Destacou que a coligação é “uma candidatura alegre, bem-disposta”, reforçando que não se trata de “acertar contas com o passado”, mas sim de um projeto carregado de “entusiasmo, muita alegria e vontade de vencer”. Luís Souto dirigiu-se de forma especial a Isabel Barbosa, descrevendo-a como “um elemento muito preponderante do atual Executivo”. Reconheceu que, embora a sua forma de estar seja “bastante discreta”, Isabel teve um papel “essencial e fundamental no processo de preparação das listas em Esgueira”. Sublinhou que ela deu “o exemplo de uma forma de estar na política que, de facto, deveria fazer escola”. Recorde-se que Isabel Barbosa é a atual tesoureira da Junta de Freguesia de Esgueira e era a preferida de Ângela Almeida para liderar a sua sucessão. Agradeceu ainda a Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, pela sua “presença física e constante” na preparação das várias candidaturas, bem como a Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro, a quem chamou “parceira”, frisando o projeto de continuidade entre as forças políticas da coligação. Destacou que, ao longo dos anos, “nunca falhou a solidariedade política, a coerência de projeto e o empenhamento do CDS-PP”, pelo que a renovação do acordo “faz todo o sentido”. Durante o discurso, Luís Souto aproveitou para recordar o seu percurso no movimento associativo. Reconheceu que, apesar de ter tido pouca exposição direta na política, ocupa o cargo de presidente da Assembleia Municipal e mantém uma forte ligação à comunidade através das associações. “Há pessoas que questionam ‘como é que ele chega ali a candidato, afinal de contas, na política tem estado pouco’. Enfim, sou presidente da Assembleia Municipal, não sei se posso dizer isto, porque parece que ficam zangados, (…) mas de facto sou, até ao último dia. A minha relação com a comunidade tem vindo muito das associações”, confessou. Referiu que Esgueira é uma freguesia “muito dinâmica” e “exigente”, uma exigência que resulta da sua “riqueza associativa de eleição” e da intensa participação comunitária. Falando diretamente de Rui Cordeiro, Luís Souto destacou que, apesar de se conhecerem há pouco tempo, rapidamente foi possível reconhecer diversas qualidades no candidato, como o seu carácter, disponibilidade e empenho. Sublinhou que Rui é “uma pessoa de princípios e valores”, com uma vida dedicada tanto à sua “exigente profissão” como à “comunidade” e ao “associativismo” local. “As condições proporcionaram-se e foi uma ótima escolha”, afirmou, mostrando-se convicto de que Rui Cordeiro será “o próximo presidente da Junta”. Sobre a equipa apresentada para as dez juntas de freguesia, Luís Souto avançou que esta “é sem dúvida a melhor”, composta pelas pessoas “mais capazes, mais competentes” e pelo que considera “o melhor projeto para a freguesia de Esgueira”. Frisou que o mesmo assenta numa lógica de “continuidade”, aproveitando o “excelente trabalho que tem sido feito na freguesia nos últimos 12 anos” e refletindo os avanços registados no “Município de Aveiro nos últimos ciclos autárquicos”. Fez ainda questão de “salientar” o orgulho na coligação, anteriormente, designada de ‘Aliança com Aveiro,’ liderada por José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro nos últimos 12 anos. Falando diretamente sobre Ângela Almeida, Luís Souto de Miranda afirmou que “não se pode projetar o futuro sem respeitar o passado”. Destacou o “bom trabalho” realizado pela atual liderança e reforçou a intenção de “inovar”, sempre valorizando o legado construído. Olhou também para o futuro, não deixando de lançar uma crítica direta ao candidato socialista. Referiu que “quem manda na calendarização das apresentações das nossas ideias e do nosso projeto somos nós e não são eles”, numa resposta clara à contestação gerada pela polémica em torno da apresentação do livro de Bruno Paixão. Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, tinha criticado nas redes sociais a estratégia da coligação, questionando se “os eleitores aceitam votar cegamente em quem não diz o que propõe” e acusando-os de “falta de respeito para com os eleitores” por alegadamente esconderem o programa eleitoral até “ao momento em que já ninguém lê programas para formar opinião”. Luís Souto sublinhou que a coligação “sabe bem o caminho que está a trilhar (…) e o que queremos para Esgueira, para cada uma das nove freguesias e para o Município como um todo”. Reforçou que “sempre dissemos que iríamos construir um projeto político para as pessoas”. “Ouvindo associação a associação. Clube a clube. Ouvindo que as suas preocupações, os seus anseios e é esse trabalho que temos vindo a desenvolver intensamente nos últimos três meses”, explicou. Mais uma vez dirigindo-se indiretamente a Alberto Souto que tem vindo a divulgar um conjunto de propostas nas redes sociais, bem como a promover um conjunto de encontros temáticos, o candidato da ‘Aliança’ relembrou que tem uma “forma distinta de trabalhar”. “Por isso, insistimos - apesar de todas as provocações - em ouvir primeiro as pessoas. (…) Acreditem que o nosso programa é verdadeiramente aquilo que hoje tanto se apela da participação democrática”, defendeu. O candidato criticou ainda a oposição, afirmando que “não existe em qualquer outra candidatura, muito menos naquela cuja maior promessa parece ser desfazer o trabalho desenvolvido pelo atual executivo ao longo dos anos”. Continuando a direcionar as suas palavras ao PS, Luís Souto garantiu que não recorrerá a “números de ilusionismo programático”. “Não andamos a prometer tudo a todos nem a oferecer soluções para todos os problemas, como se houvesse dinheiro infinito nos cofres do município para satisfazer todas as reivindicações”, frisou. “O passado do nosso município ensinou-nos que esse não é o caminho a seguir”, acrescentou, sublinhando que o compromisso assumido com cada freguesia, associação e instituição “é um contrato à prova de balas” que “é mesmo para cumprir”. Também durante o seu discurso e pela primeira vez, publicamente, Luís Souto avançou com alguns dos compromissos da ‘Aliança Mais Aveiro’, embora mais centrados na freguesia de Esgueira. Um dos destaques vai para a requalificação do Parque Aventura, com o objetivo de o tornar “mais acolhedor, atrativo e com medidas de limpeza mais eficientes”. Recorde-se que o Parque Aventura Fonte do Meio foi inaugurado há 4 anos, em junho de 2021, e representou um investimento da autarquia aveirense de cerca de 450 mil euros. O candidato referiu ainda que uma das “grandes linhas mestras” para Esgueira, e para o município em geral, passa por aumentar a “oferta de espaços verdes”. Entre as propostas, está a requalificação da Rua da Ribeira de Esgueira, promovendo a sua ligação ao Parque Aventura, aos Passadiços e ao Cais da Ribeira. O plano inclui também a construção de um parque de lazer e a criação de uma via ciclável e pedonal. Abordando o desporto como um “pilar essencial”, Luís Souto de Miranda garantiu que a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ continuará a valorizar o Parque Desportivo de Aveiro. “Se bem se recordam, a zona do estádio durante muitos anos tinha um estádio praticamente sem atividade. Hoje, fruto de muito trabalho e das tais contas certas, nós já passamos na zona do estádio e vemos equipamentos desportivos que já não são só o estádio”, afirmou. Nesse sentido, assegurou que o projeto do Pavilhão Oficina “é para avançar”, contrariando o que classificou como intenções da oposição. “Vamos fazer o contrário do que a oposição quer. Não vamos parar nada. Vamos fazer avançar”, afirmou, sublinhando que a decisão resulta da auscultação feita junto dos clubes desportivos. “É mesmo necessário. E, portanto, se já está em condições de ser financiado e construído, connosco é mesmo para avançar”, concluiu. O candidato dirigiu-se ainda ao Clube do Povo de Esgueira, que descreveu como “uma marca desportiva do nosso município” e um “símbolo” da freguesia. Reforçou o compromisso da coligação em apoiar a coletividade: “Estaremos abertos e empenhados (…) em encontrar uma solução que valorize a prática desportiva dos nossos jovens (…) e a ajudar a que se encontrem soluções para que eles tenham as condições que nunca tiveram, apesar de tanto merecerem”. Em tom crítico à oposição, voltou a sublinhar a diferença da sua abordagem. “Como eu já disse uma vez, realmente eu não sou de ir lugar a lugar, associação a associação com um saco de promessas, mas há uma coisa que eu disse e alguém ouviu: eu disse que connosco chegou a hora de Esgueira e do Esgueira”, afirmou. Mencionou ainda o Taboeira pelo “trabalho” que tem feito com os jovens. “Vamos trabalhar com o Taboeira e com outras agremiações desportivas ajudando-as a crescer ainda mais”, insistiu. Luís Souto reconheceu ainda a “gritante” falta de espaços “viáveis” para diversas associações de Esgueira. “Isso é um bom sinal. São chamadas dores de crescimento. (…) Nós queremos que aumente ainda mais a participação, seja de jovens, seja, por exemplo, das atividades da terceira idade”, referiu. A propósito, adiantou que a Escola das Cardadeiras, que deixará de ser utilizada para fins educativos, representa uma “oportunidade única” para dar resposta a essa carência. “[Pode ser aproveitada] para espaços de utilização pelo movimento associativo e, por outro lado, permitir [a criação] de um espaço verde que a freguesia tanto carece”, exemplificou. Face ao crescimento de Esgueira, Luís Souto assumiu também o compromisso de proceder à criação “de um novo acesso de ligação da Avenida Europa ao centro da freguesia”. “A chamada rotunda do rato. (…) Aí está uma obra que está em fase adiantada e, connosco, vocês sabem que também não é para parar”, vincou. Numa outra crítica implícita ao PS, o candidato referiu que “a outra candidatura, mais sonante, (…) também já veio muito contrariada com a perspetiva dessa obra que é fundamental e que também favorece a freguesia de Esgueira, embora não de forma exclusiva”, partilhou. Entre os principais desafios identificados para a freguesia, o candidato destacou o estacionamento como o “problema número um”. “O nosso compromisso é, de facto, que vamos abraçar este problema, que é muito significativo e muito grave, de forma que no nosso mandato se criem finalmente novas opções de estacionamento”, afirmou, sublinhando a ligação entre esta necessidade e o dinamismo do comércio local. “Se não houver estacionamento em Esgueira, a atividade comercial é prejudicada. (…) Custa dinheiro? Custa, mas eu penso que é um investimento que chegou a hora da Câmara Municipal, no futuro, fazer”, defendeu. O candidato abordou também a questão da habitação, que classificou como uma prioridade transversal. “O nosso empenhamento é procurar, em todas as dimensões legais e com todos os instrumentos disponíveis na lei, explorá-los ao máximo. Contem com a futura Câmara Municipal para dar seguimento ao esforço que já foi feito pela atual Câmara para colmatar esta necessidade, que não é apenas da freguesia ou do município, mas de todo o país e até da Europa”, referiu. Na mesma linha de prioridades, apontou a mobilidade e os transportes públicos como áreas críticas a reavaliar. “É altura de revermos o funcionamento da rede de transportes, sem dramas”, afirmou, referindo-se à atual concessão do serviço. “Há uma experiência, houve uma concessão (…) é preciso reavaliar, notar os fluxos de trânsito. Há claramente excesso (…) de oferta nuns pontos e falta noutros. Esta disfuncionalidade precisa de ser corrigida. É fundamental otimizar a oferta de transportes públicos para garantir regularidade e qualidade de serviço, sobretudo numa freguesia com a densidade populacional que tem Esgueira”, opinou. Luís Souto de Miranda reforçou ainda o modelo de governação que pretende implementar, baseado na proximidade com as juntas de freguesia. “Mesmo estas questões que ele [Rui Cordeiro] vai apresentar, são compromissos da sua candidatura - alguns mais arrojados, outros mais simples - mas todos validados comigo. Isto é uma forma de trabalhar muito importante e um sinal. Nós vamos trabalhar sempre com as juntas de freguesia”, assegurou. Dirigindo-se, novamente, a Rui Cordeiro realçou que serão uma “dream team”, fazendo referência a O.J. Simpson. Na continuação das propostas, salientou ainda a importância de reforçar a “coesão territorial no Município de Aveiro”. “Claro que Esgueira, sendo uma freguesia muito urbana, tem aqui características diferentes, mas há outras, mais periféricas, características mais rurais, que vão precisar de outra atenção. Esgueira também tem os seus passos. É um bocadinho um misto. Portanto, nós vamos ter de trabalhar pela coesão territorial”, assegurou. Terminada a intervenção, seguiu-se a apresentação dos elementos da ‘Aliança Mais Aveiro’ à Junta de Freguesia de Esgueira e o discurso de Rui Cordeiro. O candidato começou por destacar o seu percurso profissional, vincando que ao longo da sua vida sempre se guiou por “dois grandes pilares”: “o trabalho sério e o compromisso com as pessoas”. “Nunca fui pessoa de ficar parado perante o que pode e deve ser melhorado. Sempre fui uma pessoa de desafios”, relembrou. “Acredito que uma Junta de Freguesia deve ser mais do que um órgão administrativo. Deve ser um espaço de proximidade, de diálogo constante, de resolução eficaz dos problemas concretos das pessoas”, continuou. Sobre o seu papel enquanto candidato à Junta prometeu que caso venha a ser eleito será um presidente “presente, que ouve, responde, que não está fechado no gabinete, mas que está, sempre que possível, nas ruas, nas escolas, nas associações e nas coletividades”. “Com a ‘Aliança Mais Aveiro’, apresentamos um projeto de continuidade e inovação, de uma equipa comprometida, plural, que representa diferentes gerações, diferentes experiências e diferentes saberes. Gente que ama esta terra, que tem ideias novas e que acredita que é possível fazer sempre melhor”, afirmou. Além das ideias partilhadas por Luís Souto, o candidato à Junta de Esgueira desvendou ainda querer criar “mais canais de comunicação diretos com a população, reuniões abertas, presença digital ativa e mecanismos ágeis de participação pública na vida da junta”. “Como até agora, a transparência será um pilar do nosso mandato”, vincou. Sobressaiu ainda, entre as medidas, a manutenção e gestão dos cemitérios, a reparação e a construção de novos passeios, iluminação pública, limpeza urbana regular, limpeza de tanques e fontanários, zonas verdes bem cuidadas e novos espaços de lazer. Rui Cordeiro deixou também a meta de integrar Esgueira nos desafios da sustentabilidade “com projetos ecológicos e boas práticas ambientais onde se inclui a já conhecida horta comunitária”. “Queremos requalificar os caminhos rurais de Taboeira e toda a sua área envolvente, nomeadamente a Pateira de Taboeira e o Parque de Merendas, tornando-os ainda mais apelativos e agradáveis, potenciando as visitas e passeios, não só da população residente, mas também dos muitos turistas que visitam a nossa cidade”, disse. “Temos de criar polos de atração turística que levem os turistas não só para o centro da cidade, mas também para as periferias”, atentou. Ao longo da apresentação também Jorge Caetano, ex-presidente do Clube do Povo de Esgueira, foi chamado ao palco para dar o seu testemunho enquanto membro da equipa ‘Aliança Mais Aveiro’ para a Junta de Freguesia de Esgueira. Na sua intervenção, aproveitou para denunciar aquilo que considera ser uma situação “inaceitável”: os três pórticos ainda em funcionamento na A25, entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, integrados na concessão “Costa de Prata”. “É uma coisa inaceitável e que existe há anos e anos e que toda a gente fala e ninguém resolve. Até aqueles que tentaram mudar sem saber o que estavam a fazer… Agora todos querem resolver. Temos de ser nós também a lutar por isso”, insistiu. Recorde-se que Luís Montenegro, na sessão de apresentação da candidatura de Luís Souto, afirmou que não estava esquecido desta matéria e que a cobrança daqueles pórticos não fazia sentido. Contudo, deu nota que este não é um caso único no país e que pretendia resolver todos os casos semelhantes. Optou assim por não apontar datas para a resolução deste problema. Nesta nova legislatura, o Grupo Parlamentar do PCP já fez entrar o ‘Projeto de Lei n.º 34/XVII/1.ª’, no dia 20 de junho, que pretende “eliminar as taxas de portagem em todas as autoestradas ex-SCUT”. Já o Grupo Parlamentar do PS quis ser mais específico para o caso de Aveiro e apresentou o ‘Projeto-Lei n.º 91/XVII’, que pretende “eliminar as taxas de portagem da autoestrada A25 ainda não abrangidas pela Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto”. Falta perceber se ambos os projetos de lei serão votados antes das próximas eleições autárquicas do dia 12 de outubro. Caso venha a acontecer, o assunto poderá marcar o período da campanha eleitoral, dependendo da posição de cada partido.
IL apresenta Moisés Braz como candidato à Junta de Cacia
Natural de Aveiro e residente no Paço, Moisés Braz é estudante de Engenharia Informática Aplicada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), na Universidade de Aveiro (UA), tendo também completado uma formação como técnico superior em programação de sistemas de informação. Conciliando os estudos com o trabalho, o candidato tem já experiência profissional em áreas como os “sistemas de informação, a restauração e a construção civil”. Na nota, a IL destaca que esta “vivência multifacetada” lhe confere “uma visão prática e realista dos desafios enfrentados por muitos jovens e trabalhadores portugueses”. Além do percurso académico e profissional, Moisés é também músico, o que, segundo o partido, reflete a sua ligação à cultura e à importância do papel da criatividade no desenvolvimento pessoal e comunitário. Em comunicado, a IL afirma que Moisés Matos Braz “representa uma nova geração de cidadãos ativos, que acreditam que a política local pode ser feita com proximidade, competência e sentido de missão”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura a esta junta de freguesia. Nessa altura, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu com “63,64%” dos votos. As eleições autárquicas decorrem no dia 12 de outubro.
Alberto Souto afirma que Rui Carneiro “não representa nada, não tem mandato de ninguém”
Na mesma publicação em que Alberto Souto critica Ribau Esteves pela abertura de “concursos de milhões” em final de mandato, o candidato socialista deixa uma nota final relativamente a Rui Carneiro. Após a retirada de confiança política, aponta Alberto, “o Dr. Rui Carneiro ainda não teve a hombridade de se demitir”. Considerando que “cada dia que permaneça em funções é uma vergonha para a democracia”, Alberto Souto aponta que Rui Carneiro foi “convidado pelo PS e foi oferecer- se ao Bloco de Esquerda” e que “ninguém o quis” para apontar o dedo ao agora vereador independente por permanecer “impávido e ilegitimamente a receber os trinta dinheiros municipais”. “Não foi eleito por ninguém. Não representa o PS, não representa nada, não tem mandato de ninguém. É um suplente sem qualquer legitimidade”, reitera Alberto na sua publicação. “Representa a falta de dignidade e de ética na política. Quantas senhas de presença valerá a sua indignidade?”, questiona ainda o candidato socialista. Contactado pela Ria, Rui Carneiro preferiu não prestar declarações, remetendo para as afirmações anteriormente divulgadas.
REGIÃO
Espinho volta a poder ter banhos na Praia de Silvalde
Segundo o portal “Info Água”, tutelado por esse organismo, a água da referida praia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto foi hoje novamente sujeita a análises para rastreio de qualidade e esses exames revelaram-na livre de contaminação microbiológica. O mesmo site indica que a classificação da água é agora “boa”, pelo que os banhos nessa extensão da orla costeira deixam de estar desaconselhados.
Autárquicas: Ex-emigrante Ricardo Almeida concorre pelo Chega a São João da Madeira
“Começou como estudante-trabalhador e, em busca de melhores oportunidades, emigrou. Regressou posteriormente à sua terra natal, onde vive e trabalha atualmente”, lê-se no comunicado do Chega. Ricardo Almeida “trabalha por conta própria, enfrentando diariamente desafios que exigem resiliência, disciplina e criatividade”, e acredita que “a ambição, a honestidade e a dedicação são fundamentais para alcançar o sucesso”, pelo que “a aprendizagem e a evolução devem ser constantes”. Citado pelo Chega, o candidato afirma: “Regresso à minha terra natal para transformar os desafios em oportunidades e construir um futuro melhor para São João da Madeira”. Para o partido, Ricardo Almeida integra “uma geração de candidatos preparados, determinados e motivados a trazer uma nova visão para a administração local”. Além de Ricardo Almeida pelo Chega, à Câmara Municipal de São João da Madeira também já foi formalizada a candidatura de Moisés Ferreira pelo BE, a de João Oliveira pela coligação do PSD com CDS-PP e a do socialista Jorge Vultos Sequeira, que é o atual presidente da autarquia. Nesse que é o concelho mais pequeno do país, com cerca de oito quilómetros quadrados e 22.200 habitantes, o executivo camarário eleito em 2021 integra quatro elementos do PS e três da coligação entre sociais-democratas e populares. As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro. *Imagem retirada deO Regional
Idosa morre em atropelamento em Ílhavo
Fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Aveiro disse à agência Lusa que o alerta para o atropelamento rodoviário foi dado cerca das 11:00. Segundo a GNR, a vítima mortal foi atropelada por um pesado de mercadorias, na Rua do Forte da Barra, junto ao Jardim Oudinot. A mesma fonte adiantou que o óbito foi declarado no local pelo médico do Instituto Nacional de Emergência Médica. Ao local acorreram os Bombeiros de Ílhavo, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Hospital de Aveiro e a GNR. O Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) da GNR vai investigar as causas do acidente.
Tiago Lima e Mário Pessegueiro candidatos da IL à Câmara e Assembleia de São João da Madeira
A Praça Luís Ribeiro foi o palco da apresentação de Tiago Lima, candidato da IL à Câmara Municipal de São João da Madeira e de Mário Pessegueiro, candidato do mesmo partido à Assembleia Municipal. Em nota enviada às redações, a IL sublinha que o seu candidato à presidência, um “jovem sanjoanense” que “nasceu, cresceu, estudou, viveu sempre em São João da Madeira”, se candidata “com o sentido de responsabilidade e o rigor que os Sanjoanenses merecem”. “São João da Madeira merece mais que o atual conformismo e estagnação que se vive no concelho. A solução para recuperar a cidade passa mesmo por um rumo liberal”, frisa o partido. No seu discurso, Tiago Lima considera que a cidade “tem vindo a perder muita da qualidade e principalmente investimento” e aponta que “ser sanjoanense é ter iniciativa, ser sanjoanense é ser liberal”. Tiago justifica ainda que “os sanjoanenses tiveram iniciativa quando tornaram uma pequena aldeia conhecida como Madeira pertencente a Oliveira de Azeméis num dos polos industriais mais importantes do distrito e do país” e “ao tornarem a nossa cidade tão grande que a 11 de outubro de 1926 tornaram São João da Madeira um município autónomo”. “A verdade é que essa cidade que os sanjoanenses com a sua Iniciativa ajudaram a desenvolver nos últimos anos estagnou” considera Tiago que se compromete a ter “as portas do meu gabinete abertas em 24 horas” a “qualquer sanjoanense ou qualquer pessoa que queira investir em São João”. “Temos de voltar a crescer e captar investimento para criar mais postos de trabalho e gerar riqueza no território”, considera ainda. O candidato anunciou ainda que o partido não irá apresentar candidato à Junta de Freguesia por considerar que “num concelho de uma só freguesia, como é São João da Madeira, com menos de 8 quilómetros quadrados, não se admite que existam dois presidentes a administrar exatamente o mesmo território”. A habitação, a redução de impostos, investimento numa “rede de transportes públicos integrada”, a revitalização do Vouguinha, a renovação das piscinas municipais e o apoio ao comércio local foram ainda algumas das medidas defendidas por Tiago Lima.
Ílhavo vai celebrar Acordos de Cooperação com Associações esta quinta-feira
Os acordos, aprovados por maioria na Reunião do Executivo Municipal de 3 de julho, “representam um investimento total de 691.720,95 euros”, aponta o município em nota enviada às redações. A iniciativa “reflete o compromisso do Município de Ílhavo em apoiar e promover o desenvolvimento das associações locais, reconhecendo o seu papel fundamental na coesão social e no enriquecimento cultural da comunidade”, atenta a autarquia. 1 Associação de Bombeiros: 325.000,00 euros 13 Associações de Ação Social: 191.693,07 euros 19 Associações Culturais e Recreativas: 122.082,42 euros 7 Agrupamentos de Escuteiros: 24.822,76 euros 2 Grupos de Jovens: 16.147,70 euros 3 Associações de Moradores e Socioprofissionais: 11.975,00 euros
Festa dos Bacalhoeiros antecipada para agosto
Em comunicado, a autarquia ilhavense dá nota de que o Museu Marítimo de Ílhavo e o Navio-Museu Santo André acolhem, em agosto, uma nova edição da Festa dos Bacalhoeiros. A iniciativa que “celebra o legado dos homens que se aventuraram nas águas geladas do Atlântico Norte na pesca do bacalhau”, conta com a realização de várias atividades. O arranque está marcado para as 10h, no Museu Marítimo de Ílhavo, com a “apresentação de novas dinâmicas do Portal Homens e Navios do Bacalhau e com a visita ao Aquário para assistir à alimentação dos bacalhaus”. No mesmo dia há a “tradicional fotografia de campanha e a patanisca de honra, acompanhada do Pão de Vale de Ílhavo”. O programa continua pelas 13h com o almoço servido no Jardim Oudinot. Pelas 15h há visita ao Navio-Museu Santo André e uma performance musical. Os bilhetes, no valor de 20 euros, estarão disponíveis até 14 de agosto no Museu Marítimo de Ílhavo e no Navio-Museu Santo André. A inscrição na iniciativa é limitada a 230 participantes.
São João da Madeira com concurso para escolher nova direção do Centro de Arte Oliva
A autarquia revelou à Lusa que o equipamento cultural onde estão depositadas milhares de obras de arte – uma parte delas reunida na Coleção Treger Saint Silvestre, de Arte Bruta, e outra na Coleção Norlinda e José Lima, de Arte Moderna – prepara assim o fim de um ciclo de oito anos que foi “determinante para a afirmação do Centro de Arte Oliva”. O procedimento para escolha do novo diretor está aberto até 31 de julho e, por via da análise ao currículo detalhado dos interessados, à respetiva carta de motivação e ao seu projeto estratégico para três anos, deverá resultar no recrutamento de um profissional “capaz de dar continuidade à missão do Centro de Arte, reforçando o seu posicionamento enquanto espaço de investigação, fruição e debate em torno das práticas artísticas contemporâneas”. O perfil procurado implica “formação superior ao nível de pós-graduação ou doutoramento em áreas relevantes, experiência comprovada em coordenação de equipas e projetos artísticos, profundo conhecimento do contexto artístico nacional e capacidade para desenvolver uma programação expositiva, editorial e de mediação alinhada com as linhas programáticas do Centro”. A autarquia proprietária do equipamento com cerca de 2.500 metros quadrados de área expositiva diz que valorizará ainda “a visão curatorial” dos candidatos e a sua “sensibilidade para a diversidade cultural, sustentabilidade e inclusão”, assim como as respetivas competências ao nível de gestão orçamental e comunicação institucional. Quanto ao trabalho de Andreia Magalhães ao longo de oito anos, o presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, agradece-lhe “a dedicação, a visão e o rigor que pautaram a sua liderança”. Afirma ainda que o seu desempenho se traduziu “numa programação consistente, inovadora e profundamente comprometida com a valorização do património artístico e a promoção da criação contemporânea”.
PAÍS
Movimento de passageiros nos aeroportos nacionais cresce 5,7% em maio
Já o movimento de carga e correio aumentou 8,1%, para 22,8 mil toneladas, um crescimento expressivo face à subida homóloga de 1,7% observada em abril, segundo as estatísticas rápidas do transporte aéreo. Em maio, registou-se o desembarque médio diário de 112,9 mil passageiros, valor superior ao registado em maio de 2024 (106,4 mil), correspondendo a um crescimento de 6,1%. O Reino Unido manteve-se o principal país de origem e de destino dos voos, considerando os primeiros cinco meses de 2025, com um crescimento no número de passageiros desembarcados e embarcados face ao mesmo período de 2024 (+2,8% e +2,2%, respetivamente), seguindo-se França, que se manteve na segunda posição, e Espanha na terceiro posição, como principais países de origem e de destino.
Expor crianças a microplásticos prejudica tiroide e desenvolvimento
Em causa estão os ftalatos, substâncias químicas utilizadas principalmente em produtos de plástico, como PVC (plástico de cloreto de polivinil), para torná-los mais flexíveis. A equipa da FMUP analisou dados de mais de 5.600 crianças e adolescentes de vários países e reuniu, lê-se no resumo enviado à Lusa, “evidências suficientes para concluir que a exposição aos ftalatos causa alteração na função da glândula tiroide com um aumento nos níveis de hormona T3 e uma diminuição nos níveis hormona T4 total”. O estudo foi publicado em janeiro na revista médica European Journal of Pediatrics com um alerta dirigido aos médicos, nomeadamente pediatrias, e às autoridades de saúde. “Ao longo das décadas que usamos plásticos, começou-se a perceber que estes ftalatos têm impacto na saúde humana e em quase todos os organismos vivos. Infelizmente, vivemos com eles por todo o lado. É quase impossível comprar algo no supermercado sem um plástico. Até os suminhos das crianças têm um plástico à volta”, exemplificou a professora da FMUP, Augusta Coelho. Em declarações à Lusa, a investigadora considerou que os pediatras têm um papel crucial ao educar os pais sobre a exposição aos ftalatos e sugerir medidas preventivas, como uso de vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos, e evitar aquecer comida em recipientes plásticos, entre outras. “Não nos podemos enganar a nós próprios: atualmente com o nosso nível de civilização e a procura de conforto que buscamos é muito difícil não termos contacto com os microplásticos. Há medidas que eu posso enumerar, mas sinceramente acho que isto merece uma reflexão mais política, mais global, a pensar no que vamos oferecer às gerações futuras”, disse. Além dos riscos para a saúde já conhecidos, especialmente no que diz respeito às alterações hormonais e à saúde reprodutiva, este estudo da FMUP vem reforçar os potenciais riscos dos ftalatos para o neurodesenvolvimento das crianças. Os ftalatos são plastificantes amplamente utilizados na indústria dos plásticos que estão presentes em muitos bens de consumo, incluindo embalagens de alimentos e vestuário. Também são utilizados em produtos de cuidados pessoais, como sabonetes, champôs, ‘sprays’ para o cabelo, perfumes e vernizes, e em vários brinquedos infantis, incluindo lápis de cera, insufláveis, massa de modelar e tintas.Estas substâncias podem entrar no organismo por ingestão, absorção cutânea e inalação. “Os resultados do nosso estudo realçam a importância de minimizar o contacto com plastificantes e microplásticos no ambiente”, frisou Augusta Coelho, lembrando que hoje, “e bem”, se investe muito na conversa com os pais sobre questões de segurança, “como colocar a cadeirinha no carro”, por exemplo, e se deve aproveitar para “parar um bocadinho e motivar os pais a ter comportamentos de proteção das crianças em relação aos microplásticos”. “A população, os jovens, também é bastante ativa nestas campanhas. Acho que isto deve ser falado nas escolas, Não sabemos ainda qual é o impacto que esta geração terá mais tarde, daqui a décadas, por ter sido sujeita a um elevado nível de exposição aos ftalatos”, sublinhou. De acordo com a especialista, a União Europeia (UE) tem tomado medidas para reduzir a exposição dos cidadãos a estas substâncias, mas fora da UE, não são regulamentados da mesma forma devido às suas diferentes aplicações. Assim, produtos contendo esses ftalatos podem ser encontrados no mercado da UE. Atualmente, vários ftalatos (DEHP, BBZP, DiBP e DNBP) não podem ser utilizados sem autorização para usos específicos. O DEHP, DNBP, DIBP e BBZP estão proibidos em todos os brinquedos e artigos de puericultura, enquanto o DINP, DIDP e DNOP estão proibidos em brinquedos e artigos de puericultura que possam ser colocados na boca. A UE estabeleceu um limite para a quantidade de BPA em brinquedos para crianças até três anos e em brinquedos destinados a serem colocados na boca. O uso de ftalatos classificados como tóxicos para a reprodução é proibido em cosméticos. A UE está ainda a definir limites legais para a concentração de certos ftalatos (DEHP, BBZP e DNBP) em materiais em contacto com alimentos.
Fnam lança petição para reconhecer a profissão de médico como de desgaste rápido
Segundo a dirigente, a petição será lançada até ao final de julho para que, depois de recolhidas as assinaturas suficientes, seja discutida na Assembleia da República. A Fnam reuniu este sábado, no Porto, o Conselho Nacional e debateu a penosidade da profissão. "O Serviço Nacional de Saúde não é uma fábrica e os médicos não são peças de produtividade", disse Joana Bordalo e Sá, considerando que o acordo coletivo de trabalho, a negociar com a tutela, deverá incluir "novas cláusulas", como as 35 horas semanais de trabalho. A Fnam não abdica da inclusão dos médicos internos na carreira, da recuperação de dias de férias e de "salários justos". Em 01 de julho, a Fnam chegou a um consenso para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, após interrompido o diálogo, tendo agendado uma reunião para o fim do mês. A estrutura sindical pediu a intervenção da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, depois de ambos se terem reunido em 10 de março. Na altura, a tutela negou estar a negociar com a Fnam, alegando que o que estava a decorrer era um processo de conciliação com as unidades locais de saúde sobre a regulamentação coletiva de trabalho. O Governo assinou um acordo de revalorização salarial e das carreiras médicas em 30 de dezembro de 2024, mas apenas com o Sindicato Independente dos Médicos. A Federação Nacional dos Médicos acionou os "mecanismos legais disponíveis" para garantir o cumprimento da negociação coletiva, alegando que a recusa da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em negociar com a estrutura constituía "uma grave violação da lei".
Mais de um milhão de utentes notificados para atualização de dados no SNS
“Esta iniciativa visa notificar, através do envio de SMS, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com dados obrigatórios em falta no RNU, alertando-os para a necessidade de se dirigirem às respetivas unidades de saúde e completarem a informação em falta”, adiantou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Em comunicado, a ACSS referiu que, em articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, serão contactados 1,1 milhões de utentes com informação necessária em falta para ter um registo atualizado no RNU, a base de dados nacional que agrega e identifica o cidadão que acede ao SNS. Deste universo, apenas 251 mil utentes estão inscritos nos cuidados de saúde primários, refere o comunicado, que avança que a operação de contacto por mensagem SMS vai decorrer entre terça-feira e o final de julho. “Após esta data e volvidos 90 dias, para os utentes que, ainda assim, mantenham informação em falta, haverá nova operação de contacto”, assegurou a ACSS, adiantando que, a partir de janeiro de 2026 e depois de esgotadas estas tentativas de atualização dos dados, “entrarão automaticamente em vigor as condições associadas a cada tipologia de registo”. Um despacho de janeiro deste ano determinou que a inscrição numa unidade cuidados de saúde primários pressupõe um registo atualizado, através do preenchimento integral dos dados biográficos do utente (como nome, idade, sexo, país de naturalidade e nacionalidade), apresentação de número de identificação fiscal, documentação de identificação civil e registo de residência nacional. Já no caso de cidadãos estrangeiros é ainda necessária a apresentação da autorização de residência válida (exceto menores), quando aplicável, referiu a ACSS, considerando que este processo atualização do RNU tem sido realizado de forma gradual pelas entidades do Ministério da Saúde “com grande rigor, integrando medidas preventivas de contacto com os utentes, de forma a não colocar em causa o seu acesso ao SNS”.
Área ardida este ano quase que triplicou face a 2024 e fogos aumentaram 68%
O SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), tem um novo portal com informações para a população e comunicação social sobre o risco de incêndios, ocorrências de fogo ativas e medidas de proteção, bem como estatísticas sobre os incêndios e a área ardida. O novo portal indica que, entre 01 de janeiro e 11 de julho (sexta-feira), deflagraram 3.202 incêndios rurais que consumiram 9.974 hectares. No mesmo período do ano passado, tinham ocorrido 1.902 fogos e 3.246 hectares de área ardida. Os dados mostraram que a maioria dos incêndios rurais registou-se este ano na região Norte, com 1.761, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (521), Centro (460), Alentejo (334) e Algarve (127). Já os valores mais elevados da área ardida foram no Alentejo (4.616 hectares) e no Norte (4.591), seguido do Centro (602), Lisboa e Vale do Tejo (145) e Algarve (21 hectares). Segundo as estatísticas do SGIFR, 28% dos fogos ocorreram este ano em dias de risco ‘muito elevado’ de incêndio e 10% em dias de risco “máximo”, enquanto as chamas consumiram mais área ardida em dias de risco ‘máximo’ (29%) e ‘extremo’ (17%). Apesar de muitos fogos ainda estarem a ser investigados, os dados indicam que 24% das ocorrências de incêndio tiveram como causa o uso do fogo e 12% o incendiarismo.
Venda de livros aumenta 10% no segundo trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre abril e junho deste ano foram vendidos 3.277.957 livros, mais 9,8% do que no período homólogo do ano passado. Estas unidades de venda traduziram-se num encaixe financeiro superior a 47 milhões de euros (47.683.077), mais 11,1% face ao segundo trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. Estas subidas foram registadas apesar do aumento do preço médio do livro de 1,2% para os 14,55 euros. Neste mesmo período foram postos à venda 3.045 novos livros. Quanto aos pontos de venda, 70,7% dos livros vendidos neste segundo trimestre foram escoados por livrarias, enquanto 29,3% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores das vendas, já que 79,1% do total arrecadado no mercado livreiro foram repartidos pelas livrarias e 20,9% ficaram com os hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a literatura infantojuvenil, com o maior número de unidades vendidas - 38,5% do total -, a um preço médio de 11,58 euros, que contribuem com 30,7% para o encaixe financeiro total, abaixo da receita das vendas de ficção e não-ficção. Em segundo lugar, em termos de unidades vendidas, está a ficção, com um peso de 32,9% do mercado, a um preço médio de 16,82 euros por livro, conseguindo um valor correspondente a 38% do total das vendas. Os livros de não-ficção representam 25% das unidades vendidas neste período, a um preço médio de 17,59 euros, e obtêm 30,3% do valor total de vendas. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,6% em número de unidades vendidas, 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,28 euros. Na quinta-feira, durante a apresentação do Book 2.0, o presidente da APEL, Miguel Pauseiro, disse que o mercado livreiro tem vindo a crescer de forma consistente, indicando que entre 2021 e 2024, esse crescimento situou-se um pouco acima dos 30% em valor e ligeiramente abaixo dos 30% em unidades, e que os primeiros meses de 2025 apontam no mesmo sentido. De acordo a APEL, este crescimento deve-se em grande parte aos jovens, sobretudo motivados por redes sociais e clubes de leitura, com muita atividade e muita partilha.
Urgência de Ginecologia e Obstetrícia de Aveiro voltam a estar encerradas este fim de semana
As urgências de Obstetrícia e Ginecologia dos hospitais de Aveiro, Barreiro, Vila Franca de Xira e Leiria estarão encerradas no sábado e no domingo, de acordo com as escalas de urgência no portal. As do Hospital das Caldas da Rainha só estarão fechadas no sábado, enquanto as dos hospitais Garcia de Orta e de Santarém só encerram no domingo. Durante o fim de semana está igualmente previsto o encerramento das urgências pediátricas do Hospital de Vila Franca de Xira. Quanto às urgências referenciadas, que apenas recebem casos encaminhados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ou pela linha SNS 24, o portal indica as pediátricas do Hospital Amadora-Sintra (entre as 00:00 e as 08:00 e as 20:00 e 24:00) e do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures (00:00 e as 24:00) no sábado e no domingo. O mesmo ocorre com as urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra entre as 08:00 e 24:00 nos dois dias e com as do São Francisco Xavier (Lisboa Ocidental) entre as 00:00 e as 08:00 de sábado. Também as urgências de obstetrícia e ginecologia do Hospital São Bernardo (Setúbal), entre as 08:00 e as 24:00, e do Hospital de Braga, entre as 20:00 e as 24:00, só darão resposta aos casos encaminhados durante o fim de semana. As autoridades de saúde apelam à população para que, antes de se deslocar a uma urgência, contacte a Linha SNS24 (808 24 24 24) para receber orientação adequada.
OPINIÃO
"Porquê orgulho? Porque ainda não é seguro viver sem medo", opinião de Hugo Filipe Nunes
Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+. É um mês de visibilidade, de luta, de memória e de celebração. Mas, ano após ano, há quem insista em perguntar: “E o orgulho hetero, quando é?” Como se fosse comparável. Como se a história fosse igual para todas as pessoas. Como se o orgulho de quem foi silenciado, perseguido, ridicularizado ou agredido fosse um capricho — e não um ato de resistência. É importante dizer o óbvio: ninguém precisa de um “orgulho hetero” porque ninguém foi jamais espancado por ser heterossexual. Ninguém perdeu o emprego, foi expulso de casa ou ameaçado na rua por andar de mão dada com alguém do sexo oposto. Ninguém se viu forçado a esconder quem é — para sobreviver. O orgulho LGBTQIA+ não nasce da arrogância. Nasce da dor e da recusa da vergonha. É o contrário da superioridade; é uma resposta à humilhação imposta. Estamos em 2025. Portugal é, em muitos aspetos, um país progressista. Temos casamento igualitário, possibilidade de adoção por casais do mesmo sexo, reconhecimento legal da identidade de género, e algumas proteções anti-discriminação. Mas quem acha que “está tudo resolvido” vive numa bolha. As agressões homofóbicas continuam a acontecer. O bullying nas escolas é uma realidade. O acesso a cuidados de saúde competentes e respeitadores da identidade de género continua desigual. E há cada vez mais discursos públicos que ridicularizam ou atacam os direitos conquistados. Este ano, o mês do Orgulho acontece num contexto político particularmente preocupante. Com a extrema-direita a almejar cada vez mais poder, os direitos das pessoas LGBTQIA+ voltaram a ser alvo. Com linguagem disfarçada de “liberdade de expressão” ou “defesa da família”, o que se vê é o retorno de preconceitos já combatidos: a ideia de que somos uma ameaça à infância, de que devemo-nos “manter discretos”, de que exigir respeito é impor uma “agenda”. É neste contexto que surgem também os ataques ao chamado “wokismo”. A palavra “woke”, que começou por significar consciência social e atenção às injustiças, foi capturada e transformada num insulto. Sempre que alguém se indigna com o racismo, com a homofobia, com o sexismo ou com a desigualdade, é imediatamente apelidado de “woke”. Como se lutar por direitos fosse uma moda. Como se combater a exclusão fosse uma fraqueza. É uma estratégia velha: gozar com a linguagem para deslegitimar a causa. Mas as causas permanecem. E são justas. Não é coincidência que, em todos os países onde a extrema-direita governa ou tem alta influencia, os direitos LGBTQIA+ estejam entre os primeiros a serem atacados. A lógica é simples: criar inimigos internos, dividir a sociedade, impor uma moral única. Em nome da tradição, retiram-se direitos. Em nome da ordem, persegue-se a diferença. Mas a resposta a este avanço não pode ser o silêncio. Não podemos baixar os braços, nem tratar a igualdade como garantida. O Orgulho existe precisamente porque o perigo ainda existe. Porque, mesmo com avanços legislativos, o preconceito não desapareceu. Porque cada gesto público de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo ainda é, muitas vezes, um ato corajoso. Porque os adolescentes LGBTQIA+ continuam a crescer com medo, sem referências, sem apoio. Enquanto existir medo, vergonha, discriminação ou violência, o orgulho é necessário. Não é provocação; é defesa. Não é espetáculo; é sobrevivência. É dizer “estamos aqui” num mundo que tantas vezes nos quis apagar. E sim, este combate é político. Porque a liberdade e a igualdade não se defendem apenas com boas intenções. Exigem leis, políticas públicas, financiamento a organizações de apoio, campanhas de sensibilização. Exigem coragem de quem governa e de quem representa, mesmo em assembleias de freguesia. Neste junho, que ninguém se cale. Que se pinte, que se dance, que se ocupe o espaço público, que se abracem causas e pessoas. Porque o orgulho não é só de quem é LGBTQIA+. É de todas e todos os que acreditam que ninguém deve ser tratado como cidadão de segunda. Se ser woke é defender quem sempre foi silenciado, então que nunca me falte orgulho de o ser.
"Mudar o Paradigma de Gestão e de Governança da UA", opinião de Filipa Brandão
Mudar o Paradigma de Gestão e de Governança da UA: Um Apelo à Liderança Participativa e à Cocriação de Soluções para o Futuro de Todos Ao celebrar mais de cinco décadas de história, a Universidade de Aveiro encontra-se num momento decisivo. Os desafios que hoje se colocam ao Ensino Superior, as restrições orçamentais, o necessário impacto social do ensino e da investigação, a sobrecarga de trabalho e em muitos casos de burnout dos seus recursos humanos, exigem uma profunda reavaliação dos modelos de liderança e gestão das Instituições de Ensino Superior. Urge transitar de modelos tradicionais de “governo” para abordagens de “governança” bottom-up, que se apoiem no ‘chão da universidade’. No centro desta transformação devem estar lideranças democráticas e transformativas assentes numa participação efetiva de Todos! O Conselho Geral da Universidade deve tornar-se o motor desta mudança. Defendemos um Conselho Geral que promova a eleição direta de todos os órgãos unipessoais, logo que legalmente possível. Que exija audições públicas abertas a toda a comunidade dos candidatos a reitor, o escrutínio aberto dos seus programas, o que é o oposto da atual situação de ‘conclave’ que reina no Conselho Geral. Defendemos um Conselho que envolva diretamente todos os segmentos da comunidade universitária, académicos e não académicos, em início de carreira e seniores, com contratos permanentes ou precários. A representação não pode ser simbólica e de cortesia para com as reitorias. O Conselho Geral deve ser a voz da comunidade e atuar como órgão de fiscalização dos órgãos da universidade: deve ser ativo, dinâmico e consequente. A governança participativa, de base, não é um ideal utópico. É uma exigência democrática. No contexto universitário, significa envolver ativamente quem trabalha e estuda na instituição na definição da sua direção, prioridades e cultura. É um modelo que reconhece os saberes diversos, as experiências vividas e as perspetivas críticas de quem está no terreno. Legitimar a governança bottom-up implica saber-se ser inclusivo e saber-se dialogar. A universidade deve refletir a inteligência coletiva da sua comunidade, o que requer dar poder de participação e decisão a Todos e não apenas às elites dos órgãos eleitos ou designados. Saber-se delegar - e não centralizar funções e decisões - é um ato de gestão inteligente. A governança participativa deve ir além da retórica. Deve estar presente nas estruturas e práticas institucionais do dia a dia. O Conselho Geral tem um potencial único para cumprir esse papel, não como mero validador das atividades do reitor, mas como espaço independente, inclusivo e construtivo de reflexão estratégica, debate e responsabilização. Para isso, precisamos de um Conselho Geral que escute, questione e proponha, que funcione como consciência coletiva da instituição. Esta visão exige uma transformação na cultura institucional. Reconstruir a confiança na governança universitária significa empoderar as pessoas. Significa garantir que docentes sobrecarregados com horas letivas excessivas, investigadores em situação de instabilidade e estudantes que procuram uma formação com sentido sintam que a sua voz conta. Governança não é controlo, é corresponsabilização. E só com corresponsabilidade poderemos construir uma universidade resiliente, inclusiva e preparada para os próximos 50 anos. Escolhamos o diálogo e a empatia com as pessoas, em vez da distância e da voz de comando, a transparência em vez da opacidade, a coragem em vez da gestão do dia a dia. Vamos co-construir a Universidade de Aveiro do futuro, em conjunto. Não para alguns, mas para todos!
“O que se segue depois do desastre eleitoral?”, opinião de Bruno Vilhena
No passado dia 18 de maio, o Partido Socialista (PS) sofreu um desastre. Com toda a certeza, contados os votos da emigração, será a terceira força política na Assembleia da República durante a próxima legislatura. Tendo em conta estes dados, mantive, durante estes dias, um silêncio propositado. Preferi esperar uns dias até organizar bem os meus pensamentos, ouvir e ler o que se foi escrevendo, ter algum tempo para ter opinião e para poder mudar de opinião. Passada uma semana e já com a certeza das diretas para o final de junho – com as quais eu concordo, porque o partido não pode ficar preso a uma liderança interina e sem a legitimidade da militância – é agora tempo de olhar para a frente. O slogan “O Futuro É Já”, ao dia de hoje, quase que parece premonitório. O futuro do PS tem mesmo de ser já. A profunda reflexão que o partido precisa de fazer depois destes resultados não pode significar um partido “fechado para balanço” durante tempo indeterminado. Tem de ser feita e conjugada com a ação concreta no dia a dia da política nacional. O período até às diretas, e das diretas até ao Congresso Nacional, mesmo com as autárquicas pelo meio, deve ser um período para trabalho e discussão aberta e franca sobre o PS que queremos. Existem certamente muitos motivos que levaram o Partido Socialista a ter o resultado desastroso que teve. Assinalarei aqui apenas dois, que são os que me parecem ter tido mais peso na formulação do sentido de voto dos portugueses. O PS não conseguiu reganhar a confiança dos cidadãos eleitores para voltarem a votar nele. Em primeiro, quando apenas pouco mais de um ano passou desde as últimas legislativas e os portugueses consideraram que o governo em funções da AD ainda não teve tempo suficiente para demonstrar a sua incompetência – apesar dos sinais que já existem: um SNS pior hoje do que há um ano, uma economia a descrescer no primeiro trimestre deste ano, o preço da habitação que não parou de aumentar com políticas e medidas desastrosas apenas do lado da procura – e, talvez mais importante; Em segundo, os portugueses continuam a responsabilizar o Partido Socialista – e não estão completamente errados – pelo estado e dimensão a que chegaram os principais problemas que o país enfrenta, sejam eles o estado do SNS, a crise na habitação, ou o estado da imigração. E, por isso, naturalmente, fizeram o juízo de que não voltariam a eleger quem consideram que também esteve na origem do problema. A verdade é que, após a estabilização da economia e o alcance do rigor orçamental com crescimento económico que o PS conseguiu – e conseguiu provar que a esquerda é capaz disso – nos seus primeiros anos de governação pós-2015, perdeu-se uma oportunidade histórica para reformar o país e, em consequência, o nosso tecido produtivo. Não por falta de soluções ou de bases lançadas, que as foram: na habitação, na saúde, nos transportes; mas por um sentimento – tão nosso, aliás – de que não é preciso ter pressa, que vamos com calma, vamos gerindo. Errámos. Os problemas agravaram-se e as pessoas responsabilizaram-nos e continuaram a fazê-lo. Esse é o tipo de eleitorado que só se recupera com tempo e seriedade, e não em clima de instabilidade. Nesse aspeto, Pedro Nuno Santos não teve sorte. Eleito secretário-geral em circunstâncias muito difíceis, lidou logo com umas eleições antecipadas, seguidas de umas europeias complicadas. Nem um ano depois, umas novas legislativas antecipadas e, tudo isto, em pouco mais de um ano de liderança do partido. Teve o sentido de Estado que devia no momento em que o país vivia, viabilizando um Governo e um Orçamento do Estado com os quais não concordava e chumbando moções de censura a esse Governo com o qual não concordava. Furtou-se sempre, e bem, à tática política e acabou por ser essa rejeição da tática, aliada a um Governo que criou todas as crises que podia para entalar o maior partido da oposição, que ajudou a provocar eleições e não deu ao PS o tempo suficiente para se renovar e se reapresentar como uma alternativa de governo. Nesse aspeto, foi difícil fazer melhor, e teria sido sempre mais fácil dobrar a espinha e dar o dito por não dito, conservando o Governo. Quanto ao futuro da liderança do partido, que já parece mais ou menos resolvido, há pouco mais de um ano subscrevi e propus a candidatura de Pedro Nuno Santos a secretário-geral do PS, fiz campanha por ele, votei nele, fui delegado ao Congresso do PS numa lista adstrita à sua candidatura. Acho que o PS tem de estar mais próximo da social-democracia – forte defensora do Estado Social e do papel do Estado para a resolução das crises que vivemos, e até de uma raiz mais trabalhista e virada para o mundo trabalho – do que de um centrismo iluminado que deixa ao mercado a resolução de tudo e usa a “esquerda” meramente como um token para sinalização de virtude. Sei que, por motivos históricos, até, a base eleitoral do PS sempre foi mais burguesa do que operária, mas primeiro perdemos os burgueses e agora até os operários. Não foi pelas circunstâncias terem mudado que estes meus princípios também mudaram e é isso que continuarei a defender como a melhor resposta para o país. Os tempos que se vão seguir serão sempre terríveis para o PS tendo em conta que hoje lidamos com uma extrema-direita parlamentar perfeitamente estabelecida. Aí, o PS não pode cometer o erro de querer lutar para liderar a oposição. O PS tem de lutar para liderar o país. Para isso, não só tem de ter uma alternativa de governo bem preparada, mas tem de estar no terreno. As alternativas não se constroem fechadas numa sala, os nossos autarcas e candidatos autárquicos, que dentro de meses vão a jogo por todo o país, sabem isso melhor do que ninguém. O PS tem de sentir os problemas dos portugueses e assumi-los como seus e deixar de falar para nichos que se vão encolhendo à medida que o tempo passa. O PS tem de voltar a ter um projeto aspiracional para o país em que os portugueses se revejam e não uma lista de compras e de medidas para nichos. Caso não o façamos, estas eleições já provaram mais uma vez que quem absorve o descontentamento não correspondido não é o PS. Uma última nota sobre o voto jovem. Já há dois atos eleitorais que o PS não conquista mais de 20% dos votos nos eleitores entre os 18 e os 34 anos. Existem vários motivos para isso, como o facto de uma geração de novos votantes ter crescido e ganhado consciência política durante um longo período de governação do Partido Socialista, em que associam com naturalidade os problemas do país a quem o governou durante esse período. Mas a minha pergunta é: esta tendência não é nova, o que tem feito e para que tem servido a Juventude Socialista?
"Depois das eleições: a esquerda combativa continua a fazer falta", opinião de Hugo Filipe Nunes
As eleições legislativas do passado 18 de maio deixaram um país politicamente mais à direita. A AD venceu com folga, o Chega obteve um resultado bastante expressivo e, do lado da esquerda, muitos ficaram com uma sensação de travessia no deserto. O Bloco de Esquerda perdeu representação parlamentar e, na verdade, em todo o país houve uma retração da força política transformadora da esquerda. Em Aveiro — tanto no distrito como no concelho —, e também em Esgueira, os resultados foram igualmente desanimadores. Aqui na freguesia, o Bloco ficou pelos 2,37%, e quase um quarto das pessoas votou num partido de extrema-direita. Tendo participado várias vezes como membro substituto na Assembleia de Freguesia de Esgueira, esses números preocupam-me profundamente. Mas, como cidadão, preocupam-me ainda mais. São reflexo de um descontentamento social real que a direita populista conseguiu explorar, muitas vezes sem apresentar soluções concretas, baseando-se apenas em discursos fáceis e oportunísticos. Não me iludo: o desfecho destas eleições é um sinal claro de que temos muito trabalho pela frente. Ainda assim, não desisto. Não é a primeira vez que lutamos em minoria. É o nosso pior resultado? É! Mas sei bem que a força das ideias não se mede apenas pelo número de cadeiras no Parlamento. Também me preocupa o momento difícil que, internamente, o próprio Bloco de Esquerda atravessa, com críticas públicas à direção e o adiamento da convenção nacional — uma decisão que, mesmo compreensível num ano em que ainda vamos ter eleições autárquicas, não deixa de acentuar a sensação de impasse. Continuo a acreditar — com a mesma firmeza — que a justiça social, a defesa dos serviços públicos, o combate às alterações climáticas e a luta contra todas as formas de discriminação são causas que valem a pena. E que continuam a precisar de vozes, de corpos e de ação política. A democracia não é só votar de quatro em quatro anos. É intervir todos os dias, especialmente aqui, onde vivemos. É também nas pequenas decisões — sobre parque infantil acessível a todas e a todos, a colocação de uma passadeira ou a gestão transparente de um subsídio — que se joga a confiança nas instituições e na democracia. A política local molda diretamente a vida das pessoas. É por isso que continuo presente e ativo em Esgueira porque acredito que a política local pode ser um espaço real de resistência e de construção. Quando exigimos dignidade no tratamento dos espaços públicos, quando lutamos por orçamentos participativos que realmente funcionem, quando questionamos decisões tomadas de forma opaca, estamos a fazer política a sério. E quando defendemos que a ação social deve incluir todas as pessoas — também as LGBTQIA+, as que vivem com baixos rendimentos, as que sentem diariamente o peso da exclusão e as pessoas com deficiência — estamos a defender, na prática, os valores de Abril. Sim, os resultados eleitorais foram duros. Sim, é fácil cair no desânimo e na frustração. Mas nunca foi nos momentos fáceis que as grandes conquistas aconteceram. O salário mínimo, a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, os direitos laborais, as pensões, a ação social — tudo isso foi conquistado com persistência, coragem e, muitas vezes, em clara minoria. Cada uma dessas vitórias teve por trás rostos anónimos: trabalhadoras e trabalhadores, estudantes, cuidadoras e cuidadores, cidadãs e cidadãos comuns que decidiram não se calar. A política não é feita apenas de nomes conhecidos ou figuras públicas — é feita, sobretudo, da persistência diária e das convicções profundas das pessoas comuns. Este é o momento de não baixar os braços. A extrema-direita cresce quando há medo, desilusão e silêncio. A melhor resposta é continuar a agir: manter presença, apresentar propostas concretas, estar sempre ao lado de quem precisa de apoio. Mesmo que sejamos poucos. Mesmo que não seja popular. Mesmo que seja difícil. E se ainda estou aqui é porque me recuso a aceitar como inevitável ou a normalizar o rumo que o nosso país está a tomar. Não aceito que o cinismo, o ódio e a violência gratuita se tornem algo normal e aceitável. E porque continuo a acreditar que a política pode — e deve — melhorar concretamente a vida das pessoas. Mesmo em minoria, continuo a lutar. Como sempre! E a representar tantas outras minorias. Aqui. Em Esgueira. Porque é aqui que a democracia também se defende.
"Os Traidores", opinião de Samuel Dias Xavier
Dizem que aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo. Se fizermos um pequeno exercício de memória, seja ela mais curta ou mais longínqua, temos na nossa memória, enquanto indivíduos, enquanto parte de um grupo ou família, parte de um povo ou de uma nação, a resposta para quase todos os nossos problemas. A natureza humana, por mais solavancos a que possa ser sujeita, está condenada a repetir-se, a criar rotina e a gerar ciclos. O resultado das eleições do passado domingo são surpreendentes, chocantes, mas que em certa parte não são uma novidade. Desta vez, teremos um partido ultrarradical de extrema-direita como líder da oposição. Não é a primeira vez que outros partidos, além do PSD e PS, têm elevadas representações parlamentares. PCP e CDS já tiveram quase 50 deputados cada um e, em finais dos anos 80, PPD, CDS e PRD tinham cerca de 70% da representação parlamentar, o mesmo que hoje AD, IL e Chega representam. O que há aqui de diferente é que o PRD desapareceu, entalado entre PS e PSD, condenado à sua dimensão unipessoal de Eanes, facto este que dificilmente acontecerá com o Chega. A minha reflexão não tem como objetivo discutir e analisar as flutuações percentuais e de representação parlamentar que o povo português sabiamente vai confiando aos partidos. Portugal tem sido condenado a ciclos governativos muito curtos no passado recente, sempre incentivados por dissoluções da Assembleia da República. Estes miniciclos não permitem que se mude rigorosamente nada, além da composição parlamentar. Esta circunstância, a somar à complexidade da geopolítica atual gera frustração e resignação. O país não cresce de acordo com as expectativas, a economia não consegue subir de patamar e a esperança vai caindo. Na Grécia antiga, Platão apontava para o declínio das democracias através dos populismos – gerado através das frustrações pessoais dos cidadãos, da exploração das paixões do povo em contraste com as ideias e a razão. Os ingleses, com uma cultura democrática largamente maior que a nossa não têm embaraços destes. Felizmente para eles, uma maioria parlamentar consegue manter-se e seguir um programa de ideias, independentemente do primeiro-ministro, do governo e dos MP’s (veja-se que a maioria absoluta dos conservadores em 2019 teve 3 primeiros-ministros: Boris, Truss e Sunak). Também na Alemanha há compromissos entre os partidos para garantir uma legislatura completa. Enfim, poderia dar variadíssimos exemplos europeus que se distanciam da nossa circunstância. A situação atual é complexa, muito complexa. Como nos sugeriu Mencken: “para cada problema complexo, há uma resposta simples, clara e errada”. Podemos ver então que nada disto é novo. O ser humano, quando é confrontado com problemas, tem instintivamente uma inclinação para responsabilizar alguém ou uma circunstância e de procurar uma certa ideia messiânica que responda facilmente ao problema. Não existe mais espaço para a razão e para as ideias. Esse espaço é agora ocupado pela purga, pelo simplismo e por modas. Não interessa a governação, a estabilidade, a previsibilidade, nem a discussão. Também os romanos nos advertiam por sermos “um povo que não se governa nem se deixa governar”. É sempre mais simples responsabilizar um grupo (normalmente excluído e em minoria) por um problema mais complexo e antigo. A retórica é sempre a mesma: subsídio-dependentes, ciganos, imigrantes, palestinianos, judeus… As minorias são sempre a válvula de escape para os maiores disparates. A ironia disto tudo é sermos também um povo que tem milhões de emigrantes pelos vários continentes - e que também eles próprios foram responsabilizados por problemas aos quais eram alheios – encontramos as responsabilidades para os nossos problemas nesse grupo tão heterogéneo que são os imigrantes. Nos anos 60, muitos milhares de portugueses emigraram para Paris, ilegalmente, para encontrarem refúgio nos bidonville (bairros de lata), vivendo na lama, em barracas de tijolo e chapa, muitas vezes sem luz ou água canalizada, para fugir a um regime totalitário, à miséria e à guerra. Trabalhando de sol a sol, amealharam o pouco que conseguiam para trazer de volta à sua pátria amada, com um sonho de criar família e de dar um futuro melhor aos seus filhos. Hoje, muitos dos netos destes emigrantes votam no Chega para dar “um abanão” ao país. Porque não querem imigração ilegal, não querem estrangeiros na sua terra. Quando desligamos da nossa identidade o ‘botão do humanismo’, não há esclarecimentos nem pedagogia que nos possam salvar. O mundo pós-1945 permitiu construir sociedades modernas e capazes de criar equilíbrios e consensos. Foi uma época em que imperou a razão, a ideia e o compromisso. Daí triunfaram os catch-all parties. Foi possível estimular a economia, criar estados de direito, equilíbrio de poderes, distribuição de riqueza e consolidação dos welfare state. Em Portugal, com várias crises sucessivas, permitiu-se um certo desgaste das ideias, dos partidos e destes grandes progressos que foram possíveis. Que não haja ilusões, os partidos e o parlamento são o reflexo da sociedade, são o primeiro indício de um certo declínio das ideias. Responsabilizar líderes, partidos ou o parlamento é desonesto e é antidemocrático. Não há democracia sem partidos, ponto. A História tem essa prova, tudo o resto são ilusões e fantasias platónicas de uma sociedade de independentes com ideias simples e luminosas como uma manhã de primavera. Este é um regime de Homens, e portanto, de erros. Se ignorarmos esse facto, estaremos a cavar uma trincheira de ignorância, para ali permanecer, imóveis, e resguardarmo-nos de qualquer bala de responsabilidade. Shakespeare revelou-nos em ‘Júlio César’ a natureza traiçoeira do ser humano. Somos capazes da maior das traições – contra os nossos, contra as nossas ideias, contra nós próprios. Permitir que nos deixemos enganar por soluções simples, para causar “abanões”, para realçar o ódio contra o que é diferente, é trair a nossa História e a nossa experiência coletiva. Seremos os nossos próprios traidores.
"Sobre a eleição do CG-UA: ou a importância das condições iniciais", opinião de Armando Machado
“Então você ousou criticar o seu supervisor?” A pergunta surpreendeu-me. Ao preparar o encontro com o vice-reitor da universidade que acabara de me contratar, esperava uma conversa cordial para esclarecer dúvidas sobre o início de carreira num país estrangeiro. Não contava que tivesse lido um artigo meu e logo aquele em que criticava ideias do meu orientador. Ainda assimilava o choque quando outra pergunta me comoveu: “Como posso ajudá-lo? Queremos que tenha êxito na Universidade de Indiana.” Conversámos sobre a remodelação do laboratório, o financiamento para equipamento, a prioridade na admissão de um doutorando, a carga letiva reduzida no primeiro ano — tudo para viabilizar, desde logo, a investigação que eu pretendia desenvolver. Falámos também das exigências para a nomeação definitiva (tenure), da vida familiar, dos seguros de saúde e de muito mais. Cordialidade? Sim. Mas também um interesse genuíno no sucesso de um jovem cientista, uma atenção redobrada às condições iniciais do seu trabalho e uma rara empatia por quem desorientado com o processo de contratação ficara perplexo com as expectativas da instituição. Ainda hoje, muitos anos depois, recordo o vice-reitor para quem o êxito de um académico era o êxito de toda a academia. * A forma como a universidade portuguesa acolhe jovens docentes e investigadores é, infelizmente, bem diferente — por vezes, o oposto. Há muitas razões, a começar pela escassez crónica de recursos. Mas outras, menos visíveis, são talvez mais importantes: os valores que promovemos e os ambientes que criamos. Quando damos mais importância ao número de artigos ou aos montantes de financiamento do que ao valor das ideias e descobertas, alimentamos o filistinismo em detrimento da curiosidade e da paixão pelo conhecimento. Quando contratamos um investigador sem garantir os meios mínimos para começar, ignoramos as condições iniciais que moldam o seu percurso. Quando sobrecarregamos uma docente recém-chegada com disciplinas fora da sua área, destruímos a sua motivação e revelamos indiferença perante o seu mal-estar. * Uma academia que não responde ao comportamento dos seus membros empobrece os seus repertórios de ação. Quando docentes empenhados ficam com a voz enrouquecida — “não do canto, mas de ver que [vêm] cantar a gente surda e endurecida” — é natural que alguns caiam na desesperança aprendida e se afastem da vida universitária ativa. Do mesmo modo, quando investigadores mantêm vínculos precários apesar do esforço e mérito, não surpreende que alguns (os mais brilhantes?) abandonem a academia. Uma liderança que decide sem explicar, que impõe pelo poder e não pela razão, transforma a academia num ambiente aversivo. Publicamente, promove o silêncio ou o conformismo; em privado, sufoca a imaginação. Em ambos os casos, enfraquece a crença no ideal universitário do primado da razão. O controlo aversivo é, afinal, o oposto do ethos académico. * O que tem isto a ver com o Conselho Geral da Universidade de Aveiro? Tudo. Porque tudo começa pelas condições iniciais. Votar na Lista UA50 – 50 Anos de História, 50 Anos de Ambição é o primeiro passo para uma universidade: • Mais inteligente, que garanta meios a quem chega e invista na sua carreira; • Mais pró-social, que coloque a cooperação interna no centro e a competição externa na periferia; • Mais inclusiva e plural, que valorize argumentos e não silencie vozes dissonantes; • Mais justa, por reconhecer a diversidade das áreas e os seus diferentes critérios de qualidade; • Mais eficiente, onde a administração sirva o trabalho criativo de docentes e investigadores. * Se te revês neste sonho de construir uma universidade diferente, vota na Lista UA50. Estarás a lançar a primeira pedra de uma academia que cultiva o potencial de todos os seus membros, com especial atenção aos mais jovens docentes e investigadores. “Há quem veja o mundo como ele é e pergunte porquê. Eu vejo o mundo como podia ser e pergunto: porque não?”John F. Kennedy
"Uma discussão frontal e transparente sobre o futuro da UA", opinião de Pedro Rodrigues
O aproximar das eleições para o Conselho Geral (CG) da Universidade de Aveiro tem suscitado uma salutar discussão em torno de algumas das funções e atribuições deste órgão. No seio da Circunscrição C - Ciências Sociais, Artes e Humanidades, circunscrição que reúne colegas do DEP, DeCA, DEGEIT, DLC e DCSPT, que integram a lista "UA 2030: Uma Universidade Inovadora, Sustentável e Plural", destacam-se, entre as questões que nos foram mais recentemente colocadas, as seguintes: 1 - Limita-se o CG a eleger um/a reitor/a? 2 - Quais as competências deste órgão? 3 - Pode o CG da UA alterar o sistema de eleição do reitor para um sistema de eleição direta? Para responder às primeiras duas questões, façamos uma rápida consulta à página do Conselho Geral da Universidade de Aveiro que nos permite rapidamente concluir que o CG "É o órgão responsável por eleger o Reitor, aprovar os planos estratégicos de médio prazo e o plano de ação para o quadriénio do mandato do Reitor, bem como as linhas gerais de orientação da Universidade, nos planos científico, pedagógico, financeiro e patrimonial." Naturalmente, esta é uma versão sintética das diversas funções e o elencar detalhado pode ser encontrado na secção "Competências" da mesma página. À terceira questão (alteração para sistema de eleição direta do reitor), não é possível (nem legal) responder afirmativamente. Tal decisão será resultado da discussão referente à revisão do RJIES, atualmente interrompida (em função das eleições legislativas), mas com lugar na Assembleia da República e cuja influência se espraiará nacionalmente. Um dos objetivos dessa revisão é precisamente uma "Eleição mais democrática do Reitor ou Presidente" através de "Eleição direta, de entre dois candidatos a reitor ou presidente selecionados pelo Conselho Geral, aberta à comunidade (…)" . Importa, portanto, a bem da transparência e do rigor que pautam a nossa academia, esclarecer tais questões e assim evitar o capitalizar de desejos universais como visões unilaterais. Na lista UA 2030, acreditamos na transparência e frontalidade da nossa comunicação e, desde o primeiro momento, assumimos responsabilidades e os rostos que as representam. Tal posicionamento multifacetado revelou uma intenção comum: continuar a construir de forma ética e imparcial uma melhor UA, com todos e para todos. Consideramos esse compromisso como princípio basilar para o exercício do Conselho Geral que deverá analisar de modo isento os atos do reitor e do Conselho de Gestão, bem como propor medidas para o bom funcionamento da UA. Isto porque uma universidade não é mais do que o resultado do reconhecimento das suas pessoas, das suas ideias, capacidades e qualidades. É a soma de todos esses percursos, de todas as aprendizagens (com falhas e sucessos) que, tantas vezes, não são possíveis de quantificar em sistemas de referenciação, mas que nos tornam a todos mais humanos, mais próximos e mais fortes.
ESTAGIÁRIO
Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo
Luís Souto, aproveitou este domingo de Páscoa para lançar um vídeo onde ensina os seguidores a cozinhar chanfana. O vídeo é tão longo e didático que a dada altura fazia lembrar as suas aulas de Genética ainda com Power Point em Comic Sans. Fontes próximas admitem que só a introdução demorou mais do que as promessas de Luís Montenegro para a requalificação do Hospital de Aveiro. O vídeo acumula já 13 visualizações, das quais 11 são da esposa do próprio Luís, que o partilhou em todos os grupos de Facebook onde é admin e comentou “meu presidente <3” em cada publicação. Já Alberto Souto, armado em chef rústico, atirou-se ao tradicional cabrito no forno de lenha. Só que a lenha estava molhada - tal como os olhos dos eleitores aveirenses sempre que se lembram do seu último mandato. O vídeo, filmado ao estilo "como acender um forno com zero dignidade", mostra Alberto a soprar brasas com a mesma convicção com que se defendia das críticas sobre endividamento municipal. A dada altura, ouvimos “isto com a antiga equipa da Câmara não acontecia”, mas o cabrito continuou cru e o almoço parece que vai passar a lanche. Fontes próximas garantem que os irmãos não falaram entre si sobre o menu, o que resultou numa quantidade de carne suficiente para alimentar todas as demissões no PSD-Aveiro. A comida era tanta que tiveram de improvisar um novo convidado: Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, que, agora em fim de mandato, anda a aceitar tudo o que seja petiscos e tainadas. Os irmãos Souto, sempre atentos às oportunidades, ponderam agora lançar um outro familiar para reitor da UA. Entretanto, Ribau Esteves, depois de uma semana de recuperação em casa pelas violentas dores de costas que o impediram de sair da cadeira no Hotel Meliá na apresentação de Luís Souto, já foi visto novamente muito irritado com toda a situação. Fontes próximas afirmam que já viu os vídeos e deixou claro que não apoia nenhum dos irmãos. Sobre Alberto diz que “continua igualzinho, a gastar dinheiro em lenha sem critério”. De Luís afirma que “tem mais vocação para chefe de cozinha do que para presidente”. Ribau terá ainda acrescentado: “o Luís foi o único aveirense que acreditou que as obras do Hospital arrancam esta ano… deve pensar que a Câmara é como a Bimby: é carregar num botão e esperar milagres”. O almoço terminou sem intoxicações alimentares, mas não por falta de sorte. Felizmente, como as urgências do Hospital de Aveiro estão encerradas neste domingo de Páscoa, ninguém se atreveu a repetir o prato. “Mais vale prevenir do que precisar de médico”, terá dito um dos convivas, enquanto escondia o tupperware com sobras de cabrito no porta-bagagens.
PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025
“A maior festividade do concelho está a ser gerida com mais segredo do que a escolha de Luís Souto de Miranda como candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA)", acusou o partido em comunicado, reforçando que "a Feira de Março deve pertencer ao povo e não ser um privilégio das elites que sabem o cartaz antes do resto da população". Apesar de oficialmente ainda não haver confirmações, o PCP-Aveiro jura a pés juntos que já sabe que Diogo Piçarra, Bárbara Tinoco e Richie Campbell fazem parte do alinhamento. “Se nós já descobrimos, não nos venham com histórias de que ainda estão a fechar contratos”, disparou um dirigente comunista, visivelmente indignado por não haver ainda um anúncio oficial. Quem não perdeu tempo a reagir foi o atual presidente da CMA. Ribau Esteves garantiu que "o cartaz será revelado quando for a altura certa”, mas relembrando os aveirenses que “se fosse pelo PCP, a Feira de Março era animada pelos Cante Alentejano e terminava com um debate sobre a luta sindical”. Fontes internas do município garantem que o grande motivo para o atraso na divulgação do cartaz tem nome: MC Soutinho, a dupla escolhida para cabeça de cartaz. A escolha não terá agradado a todos os elementos do Executivo Municipal. Segundo as mesmas fontes, Ribau Esteves terá mostrado algum desagrado, confessando que a sua escolha para cabeça de cartaz seriam os Irmãos Verdades, pois, segundo ele, "o alinhamento político e musical seria mais consistente". Perante a insistência da sua equipa, Ribau terá admitido: "Se queriam uma dupla de irmãos, ao menos que fosse uma que tivesse êxitos nos tops e não nas jogatanas políticas”. Já Rogério Carlos, atual vice-presidente da autarquia, mostrou-se mais soltinho depois de ter sido afastado da corrida à liderança da CMA. “Se querem animar o cartaz da Feira de Março deste ano, pelo menos que sejam mais originais. Eu sugiro um dia dedicado aos cantares ao desafio com um despique amigável entre Catarina Barreto e Ângela Almeida ou Filipe Neto Brandão e Manuel Sousa”, afirmou no meio de gargalhadas irónicas enquanto se preparava para assistir ao debate parlamentar que poderá ditar novas eleições legislativas em Portugal. Outro momento alto será o show "Banda das Coligações", onde diferentes partidos políticos se juntam em leilão ao som do hit musical “eu estou à venda”. Fontes próximas garantem que será uma atuação curta, porque nem sempre conseguem tocar a mesma música até ao fim. Entretanto, os aveirenses continuam sem cartaz oficial, mas já têm uma certeza: o verdadeiro espetáculo da Feira de Março não está no palco, está mesmo na política local.
Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro
Em exclusivo para a página do Estagiário da Ria, Sérgio quis juntar-se ao “verdadeiro espetáculo circense que se assiste na cidade” e declarou que “num momento particularmente difícil para o meu irmão, eu não podia deixar de dizer presente”. “Os Soutos querem mostrar que controlam esta cidade, mas se estamos nessa onda, então vão ter que levar com os Ribaus”, afirmou enquanto apertava um fato axadrezado emprestado pelo seu irmão, relembrando que, tal como Luís Souto, também ele é cronista no Diário de Aveiro. Ribau Esteves também quis prestar declarações ao Estagiário da Ria: "Sim, posso confirmar que o meu mano avisou-me previamente da sua candidatura." Confrontando pelo Estagiário da Ria relativamente ao facto de Luís Souto não ter contactado Alberto Souto antes do anúncio da sua candidatura, Ribau Esteves afirmou no meio de gargalhadas irónicas: "Olhe, essa pergunta tem que fazer ao Luís Souto, não é ele que se apresenta como especialista em genética?" Enquanto isso, o recém-lançado candidato Sérgio Ribau Esteves parece apostado em criar uma “irmandade eleitoral” para melhorar a imagem da cidade, recordando os aveirenses que tem experiência muito útil em gestão de irmandades. “Se sei gerir a irmandade dos ovos moles, acha que será muito diferente gerir um Município? É tudo uma questão de doçura”, afirmou. O candidato independente aproveitou para dizer, com aquele sorriso de quem domina matemática, que, diferentemente do Alberto Souto – "que se contenta com 101 ideias para Aveiro" – ele tem “mil e uma ideias”. “Não acha que as minhas ultrapassam as do candidato socialista? E não são apenas devaneios mirabolantes, são planos de verdade para mudar a cidade", afirmou enquanto olhava para o programa eleitoral desenhado pelo seu irmão com 1001 árvores preparadas para abate. Agora, Aveiro aguarda ansiosamente para ver se esta súbita multiplicação de irmãos candidatos irá resultar numa revolução familiar na política local… ou apenas num almoço de domingo com demasiadas conversas sobre urnas de voto e propostas mirabolantes. O Estagiário da Ria continua atento a mais novidades, enquanto espreita para ver se ainda resta alguma vaga para ser candidato a sobrinho, primo ou cunhado dos Soutos & Ribaus.
Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro
"Durante os meus mandatos batemos todos os recordes de turismo. Demos uma nova vida aos nossos canais com os moliceiros elétricos e amigos do ambiente. Agora está na altura de dar o próximo passo: Aveiro precisa de marisco premium e quem melhor que o Fábio Coentrão para ser o rosto desta nova fase?", declarou Ribau Esteves, enquanto tirava uma fotografia ao lado de uma lagosta gigante, com Rogério Carlos a tentar reproduzir o movimento. Entretanto, o reitor da Universidade de Aveiro também já reagiu à mais recente notícia, revelando interesse em localizar o novo viveiro nas marinhas da UA. “Já falei com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro e dei-lhe nota da nossa intenção”, declarou Paulo Jorge Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a reação de Ribau Esteves, o reitor da UA realçou: “Gostou muito da iniciativa. Afinal de contas, ainda há dias anunciou o início da construção de uma nova residência privada para os estudantes. Ora todos sabemos o tipo de estudantes que procuram estas residências. Colocar o novo viveiro junto à UA pode ser uma excelente oportunidade para atrair ainda mais estudantes deste mercado”. Quem já reagiu a esta nova investida do edil aveirense foi Alberto Souto de Miranda. “Com sinceridade, desta vez tenho que reconhecer que é uma excelente iniciativa de Ribau Esteves. Todos nós vimos a cara avermelhada com que o presidente terminou a arruada de São Gonçalinho. Penso que se continuar a tirar fotos ao lado de lagostas, certamente que o seu tom de pele não irá dar tanto nas vistas” atirou o candidato à CMA, enquanto escrevia a centésima segunda ideia do livro que só ele leu.
Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria
No restante campus, a realidade é bem mais glacial. Nos departamentos, estudantes, funcionários e docentes testam, involuntariamente, o conceito de "resiliência climática". Cobertores, luvas e até gorros de lã fazem agora parte do novo traje académico da Universidade de Aveiro. “Estamos a trabalhar na técnica do pinguim: encostadinhos uns aos outros para preservar o calor", revelou um estudante de Engenharia Mecânica, enquanto bufava nas mãos. Mas nem todos têm essa sorte. Em alguns departamentos, mesmo que ligassem o aquecimento o efeito seria mais simbólico do que prático, fruto do estado dos equipamentos. “Temos consciência disso, mas mesmo assim o calor na UA escapa mais rápido do que o nosso orçamento anual”, desabafou um funcionário da área da manutenção dos Serviços de Gestão Técnica. Os aquecedores, que não sentem uma revisão desde o tempo do Renato Araújo (primeiro reitor eleito da UA), são hoje peças de museu que só aquecem corações… de saudade. Quando questionada sobre a disparidade climática entre a Reitoria e o resto do campus, uma fonte anónima (que se identificou apenas como "Manuel Mãos Frias") disse: “É uma questão de prioridades. As decisões importantes para a universidade precisam de mentes quentes e corações confortáveis. Os estudantes? Esses que usem cachecol." Entretanto, os estudantes preparam um novo protesto, já batizado de "Marcha dos Pinguins", para exigir "calor para todos" e "mantas polares para cada departamento". “Se isto continuar assim, o meu próximo Erasmus vai ser no Polo Norte. Ao menos lá, sabemos ao que vamos”, afirmou uma estudante de Economia, enquanto tentava escrever com luvas de ski. Enquanto isso, o Estagiário da Ria recomenda: se for para a Reitoria, leve protetor solar. Nos departamentos? Gorros, cachecóis e, se possível, um saco de água quente.
Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar
“Se já consegui pôr Aveiro no mapa com a ria, os moliceiros e o monumento do Siza, imaginem o que posso fazer com um clube de futebol. Isto é uma oportunidade para internacionalizar a marca Ribau”, terá dito o presidente entre vários apertos de mão ao adeptos do Beira-Mar. Entre as ideias mais arrojadas está a escolha de Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal, para treinador principal. "É a oportunidade perfeita para ele ganhar notoriedade. Eu tenho-lhe dado mais palco, mas com uma época desastrosa no futebol é certo que o nome dele vai estar em todas as capas de jornal. O futebol é o palco ideal para ele aprender a lidar com pressão…”, afirmou Ribau Esteves. “E se falhar?”, perguntaram os jornalistas. “É só dizer que o árbitro estava comprado”, respondeu prontamente Ribau. Rogério, por sua vez, mostrou entusiasmo contido: "Eu adoro futebol… Embora seja mais de ver do que de jogar. Ainda recentemente meti-me em aventuras e fui parar ao bloco operatório”, brincou o provável futuro treinador principal que tem aparecido em público com muletas. Quem já reagiu a esta novidade foi a presidente da concelhia do PS-Aveiro. "Não há palavras para mais uma tentativa de Ribau Esteves secar tudo à sua volta. Mas bem, se ele conseguir manter o Beira-Mar nos nacionais, já é mais do que aquilo que fez na Câmara", ironizou Paula Urbano Antunes. Nuno Quintaneiro, atual presidente do clube, tem resistido ao tradicional “braço longo” de Ribau e insiste em gerir o clube com independência. “Nós queremos um Beira-Mar sustentável, não um palco político”, declarou recentemente. Contudo, segundo rumores, essa postura mais firme pode ter acelerado os planos de Ribau tomar as rédeas da SAD. "O Quintaneiro está sempre a falar de sustentabilidade financeira, mas o que é isso comparado com um plano de expansão mediática? O Beira-Mar precisa de mediatismo e eu sou o único que pode garantir isso", terá dito Ribau numa reunião privada. Enquanto Ribau sonha com o Beira-Mar a brilhar nos palcos internacionais, os aveirenses esperam para ver se este novo projeto será um golaço ou mais um remate ao lado. A única certeza? Com Ribau no jogo, o espetáculo está garantido – com ou sem eucaliptos no relvado.
Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus
O reitor da Universidade de Aveiro surpreendeu a comunidade académica ao declarar, sem apresentar qualquer dado concreto, que o aumento da insegurança no campus está ligado ao crescente número de estudantes internacionais. “Nunca tivemos tantos estudantes internacionais. Coincidência? Não acredito em coincidências”, afirmou, com ar sério, enquanto segurava um relatório... em branco. “Não há razões para alarme. Os vigilantes estão a ser treinados para identificarem ‘comportamentos suspeitos’, como por exemplo estudantes que falem idiomas que não sejam português”, afirmou José Russo Ferreira, responsável pela segurança no campus, que ignorou o facto do seu próprio apelido causar insegurança no campus. A comunidade internacional não demorou a reagir. “Cheguei aqui há três meses e a única coisa que aumentei foi a venda de pastéis de nata no CUA. Insegurança? Só sinto quando tenho exames de Cálculo”, comentou uma estudante vinda da Polónia. Esta medida já foi muito elogiada pelo diretor do Departamento de Física da UA que terá agora os seus meios reforçados para percorrer todas as salas do seu departamento à procura de estudantes que estejam a utilizar as salas de estudo para jogar League of Legends. Já Wilson Carmo, presidente da Associação Académica, rapidamente reagiu à declaração do reitor, classificando-a como “criativa, mas desinformada”. “Queremos dados concretos ou, pelo menos, uma explicação plausível para a correlação entre o aumento de insegurança e os estudantes internacionais. Não vamos aceitar que o barulho de um estudante espanhol a pedir uma caña seja considerado ‘ameaça ao bem-estar do campus’.” Entretanto Manuel Assunção, antigo reitor da UA, veio a público afirmar que a compra já estava prevista nos mandatos anteriores, com um sorriso que parecia ensaiado em frente ao espelho. A Ria sabe que os atrasos no processo de compra das trotinetes foram atribuídos à burocracia habitual da contratação pública, com piadas de bastidores a sugerirem que os vigilantes receberão as trotinetes na mesma altura em que terminarem as filas nos almoços da cantina – ou seja, nunca.
RIA-CHECK
Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?
As eleições autárquicas em Aveiro continuam a gerar polémica. Os candidatos Luís Souto (coligação 'Aliança Mais Aveiro') e Alberto Souto (PS) procuram disputar espaço e influência na Universidade de Aveiro, tentando atrair figuras prestigiadas da comunidade académica para reforçar a sua credibilidade junto do eleitorado. O socialista Alberto Souto anunciou, ao longo dos últimos meses, o apoio de dois antigos reitores da Universidade de Aveiro como membros da sua Comissão de Honra: Júlio Pedrosa (reitor entre 1994 e 2001) e Helena Nazaré (reitora entre 2002 e 2010). Em resposta, Luís Souto revelou, numa sessão pública no Teatro Aveirense, que o mandatário da sua candidatura será Manuel Assunção, reitor da UA entre 2010 e 2018. Durante a apresentação, Luís Souto destacou a Fábrica Centro Ciência Viva e o PCI – Parque de Ciência e Inovação como exemplos do “fortíssimo impacto” da “ação governativa” de Manuel Assunção. A mesma ideia foi reforçada na nota de imprensa enviada à comunicação social. “A ação governativa do professor Manuel Assunção teve um fortíssimo impacto em Aveiro e na região. Destacando-se, a título de exemplo, a Fábrica Ciência Viva, o Parque Ciência e Inovação da região de Aveiro.” Luís Souto, 20 de junho de 2025 “O Prof. Manuel Assunção (...) foi vice-reitor (de 1994 a 2009) e reitor da Universidade de Aveiro (de 2010 a 2018), promovendo a criação de estruturas como a Fábrica - Centro Ciência Viva e o PCI - Parque de Ciência e Inovação.” Nota de imprensa da candidatura ‘Aliança Mais Aveiro’. A Fábrica Centro Ciência Viva foi inaugurada a 1 de julho de 2004, como indica uma publicação recente da própria Universidade de Aveiro nas redes sociais. Na altura, a UA era liderada por Helena Nazaré, que foi reitora de 2002 a 2010. Na foto da inauguração - onde se vê a presença de Mariano Gago, então ministro da Ciência - é possível ver Helena Nazaré em lugar de destaque. Ou seja, o projeto nasceu e foi concretizado sob a liderança de Helena Nazaré. Já o PCI - Parque de Ciência e Inovação foi inaugurado em 2018, durante o mandato de Manuel Assunção, mas começou a ser desenvolvido em 2007 e materializado em 2009. A informação consta no suplemento “Especial PCI”, publicado no dia 10 de março de 2021 no Diário de Aveiro, mas também o site da Câmara Municipal de Ílhavo relembra o momento: “No seguimento da aprovação da candidatura liderada pela UA do Parque da Ciência e Inovação foi assinado o contrato de financiamento no dia 15 de dezembro de 2009, entre a Universidade de Aveiro e o Programa Operacional da Região Centro. Trata-se de um investimento de 35 milhões de euros, com o apoio do QREN no valor de 15,5 milhões de euros”. O documento foi assinado por Helena Nazaré que à data era ainda a reitora da Universidade de Aveiro. A candidatura de Luís Souto atribui a Manuel Assunção um protagonismo que não corresponde inteiramente aos factos históricos. A Fábrica Centro Ciência Viva foi criada sob a liderança de Helena Nazaré, que integra atualmente a Comissão de Honra da candidatura adversária, do PS. Quanto ao PCI, Manuel Assunção teve um papel relevante na fase de concretização, mas o projeto nasceu e foi financiado durante o mandato anterior, também de Helena Nazaré. A classificação final é ENGANADOR. As declarações de Luís Souto exageram o papel de Manuel Assunção, omitindo o envolvimento determinante de Helena Nazaré na criação das duas infraestruturas referidas. O enquadramento apresentado serve um objetivo político, mas não respeita o rigor histórico dos processos citados.
Ribau diz que todas as estruturas desportivas precisam de parecer do IPDJ. É verdade?
“Tudo o que são estruturas para a atividade desportiva têm que ter parecer obrigatoriamente de um instituto público, chamado Instituto Português do Desporto e Juventude”. José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, 17 de junho de 2025, Assembleia Municipal de Aveiro A legislação nacional é clara: não são todas as infraestruturas desportivas que exigem parecer do IPDJ. O Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 110/2012, de 21 de maio, estabelece o Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID). Neste documento pode-se ler no artigo 11.º que “compete ao IPDJ exercer as competências especialmente previstas no presente decreto-lei relativamente às instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo”. Ora, no mesmo decreto-lei, no seu artigo 5.º são definidas as diferentes tipologias de instalações desportivas: “instalações desportivas de base” (que podem ser “instalações desportivas recreativas” e “instalações formativas”), “instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares” e “instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo”. Ou seja, as duas primeiras tipologias de instalações desportivas (recreativas e formativas) não carecem de parecer do IPDJ. Esta informação também é corroborada pelo site do IPDJ que, no separador do licenciamento de instalações desportivas esclarece que são apenas as “instalações desportivas especializadas e especiais para o espetáculo desportivo” que dependem “do parecer favorável do IPDJ”. Também no número 3 do artigo 4.º do RJID é referida uma exclusão importante: “3 - O regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau; b) Instalações desportivas integradas nos empreendimentos turísticos referidos no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de Março, exceto as que são citadas nas alíneas a), e) e g) do n.º 2 do artigo 15.º do mesmo decreto-lei.” A afirmação de Ribau Esteves é falsa. A lei não exige parecer do IPDJ para todas as estruturas desportivas, apenas para algumas tipologias específicas. A generalização feita pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro não tem base legal e pode induzir em erro o público.
Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?
Já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto assinou um artigo de opinião no Diário de Aveiro, na edição de 24 de fevereiro 2010, onde começa por recordar que, durante os seus mandatos como presidente da CMA, construiu cinco pontes entre a Antiga Capitania e o Lago da Fonte Nova, três no Canal de S. Roque e uma sobre a eclusa do Canal das Pirâmides. Mas é logo de seguida que o candidato socialista às próximas autárquicas dá nota que construir uma ponte no Canal Central não foi uma opção para não “estragar”. “Mas, quando pensámos no Canal Central não ousámos estragar: estudámos, estudámos, estudámos e optámos por localizá-la no Canal das Pirâmides”, acrescentou. Também numa carta aberta dirigida ao então presidente da CMA, Élio Maia, o candidato socialista voltou a expressar a sua oposição a uma ponte nessa localização, chamando-a de "casmurrice", "funcionalmente desnecessária" e um "aleijão urbanístico gravíssimo". Agora, na campanha para as eleições autárquicas de 2025, Alberto Souto anunciou uma proposta para uma nova ponte pedonal precisamente no Canal Central, a menos de 50 metros da anterior proposta de Élio Maia. Para justificar a sua ideia, Alberto Souto dá nota que o conceito difere ao ser apresentada como uma "ponte-praça", ou seja, não apenas uma estrutura de atravessamento, mas também um espaço público de lazer. Apesar dessa diferença no conceito, a mudança de posição é evidente. Antes, Alberto Souto via uma ponte no Canal Central como um erro urbanístico, uma "fantasia sem sentido" e afirmava que os “estudos” dessa opção tinham-no ajudado a tomar a decisão de não “estragar” este canal; agora, considera que a nova ponte vai "criar mais Aveiro". Conclusão: é VERDADEIRO que Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e que agora propõe uma nova. A mudança de posição é clara, ainda que a proposta atual tenha um conceito diferente.
Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva
"Para o SC Beira-Mar participar nas competições profissionais de futebol tem que se constituir, obrigatoriamente, como uma sociedade desportiva." A afirmação é: VERDADEIRA. Com este momento muito importante na vida do clube, acende-se novamente o debate sobre a relevância da criação de uma sociedade desportiva, muitas vezes levando à desinformação dos sócios, simpatizantes ou simples cidadãos. Ora, segundo a Lei n.º 39/2023, de 4 de agosto, que estabelece o novo regime jurídico das sociedades desportivas, “a participação em competições profissionais de modalidades coletivas é reservada a sociedades desportivas”. A par disso, segundo o artigo 9.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “os clubes participantes na Liga NOS e na LEDMAN LigaPro devem constituir-se, nos termos da lei, sob a forma de sociedade desportiva”. Deste modo, se o SC Beira-Mar atingir competições como a segunda e primeira liga de futebol – que são ambições conhecidas dos órgãos sociais do clube, bem como dos seus sócios e adeptos – terá que obrigatoriamente estar constituído como sociedade desportiva. Recorde-se, neste ponto, que as imposições legais em vigor no que diz respeito à constituição de sociedades desportivas sofreram alterações durante o ano de 2023, precisamente para evitar situações como aquelas que ocorreram no passado com o SC Beira-Mar. No momento da aprovação do novo regime jurídico das sociedades desportivas, o Governo deu nota que que “cerca de 20% das sociedades anónimas desportivas” constituídas até então foram ou estavam “a caminho da extinção, insolvência ou dissolução”. Para evitar que estes cenários se repitam foram várias as alterações introduzidas nesse sentido, destacando-se as seguintes: os investidores passam a ter de demonstrar capacidade económica para fazer o investimento; os detentores de participações sociais e os órgãos de administração não podem ter sido condenados em processos-crime por uma série de crimes; o administrador nomeado pelo clube tem direito a participar em todas as reuniões da sociedade desportiva (uma coisa que até então não estava clara); a introdução de uma figura de um observador (sem direito de voto) nomeado pelos sócios; a impossibilidade de participação em competições a todas as sociedades desportivas que violem de forma grave e continuada os acordos parassociais que celebraram com o clube; ou ainda o facto relevante de que, se a sociedade desportiva não tiver a situação tributária regularizada, isso não irá prejudicar o direito do clube desportivo obter apoio desportivo para outras modalidades.
Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25
A afirmação é falsa. “O próprio PSD e o CDS votaram contra porque viram logo na proposta inicial que ela não era justa, porque não contemplava este três pórticos”, afirmou ontem Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e vogal da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro, em declarações à SIC, depois de criticar Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, pela não inclusão da concessão da Costa de Prata da A25 (que liga a Barra a Albergaria-a-Velha e inclui três pórticos com portagens durante o seu troço) na proposta para a abolição das portagens em várias autoestradas do país. Na ata da reunião plenária da Assembleia da República, datada de 2 de maio de 2024, onde se procedeu à discussão do Projeto de Lei n.º 72/XVI do Partido Socialista, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, os deputados do PSD Hugo Soares e Cristóvão Norte afirmam que o seu partido defende “um sistema integrado que respeite o princípio do utilizador-pagador” e uma “redução gradual” das portagens. Na mesma ata não é referido, em nenhum momento, que PSD/CDS iriam votar contra a proposta do PS por esta não incluir os pórticos de Aveiro. Recorde-se que, tal como noticiou a Resnascença, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, durante uma reunião do seu grupo parlamentar, invocou “disciplina de voto” a todos os deputados do seu partido, argumentado que “o PSD nunca defendeu a eliminação imediata das portagens e que o projeto de lei da AD que irá a votos no debate prevê a redução de 50% e que a abolição significa uma despesa na ordem dos 200 milhões de euros”. A afirmação é verdadeira. A atual deputada do PSD à Assembleia da República que é ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e vice-presidente da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro é uma das autoras do Projeto de Resolução nº 61/XVI/1ª com o título “Pela redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, datado de 26 de abril de 2024. Neste Projeto de Resolução, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP recomendam ao Governo “uma redução de portagens ambiciosa”, “com respeito pela sustentabilidade das finanças públicas” e que não coloque “em causa os princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador (...) contemplando as vias A22, A23, A24, A25, A28, A4, A13”. A afirmação é verdadeira. No Projeto de Lei n.º 72/XVI, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, datado de 22 de abril de 2024, o Partido Socialista (PS) apenas colocou na proposta a abolição das portagens no troço da A25 – Beiras Litoral e Alta que liga Albergaria-a-Velha a Vilar Formoso. Durante a discussão na reunião plenária da Assembleia da República, como se pode ler na ata, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, aproveitou para atacar diretamente Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, por este ser deputado pelo círculo de Aveiro e se ter esquecido de colocar os acessos a Aveiro no projeto de lei do PS para abolição das portagens.
14 JUL 2025
Ordem dos Médicos exige intervenção no serviço de Obstetrícia de Aveiro
“Uma delegação da Ordem dos Médicos (OM) visitou hoje o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro e identificou fragilidades preocupantes na resposta dos cuidados às mulheres”, dá conta o comunicado em que considera que “ situação exige uma intervenção imediata e eficaz”. A Ordem dos Médicos, em resultado do contacto direto com os médicos do serviço e com o Conselho de Administração do Hospital, considera urgente reforçar as equipas médicas. “Para tal, é necessário abrir concursos para preenchimento de vagas, criar mecanismos de atratividade para os médicos e garantir condições de trabalho adequadas e seguras”, sublinha. A Ordem antecipa que as escalas previstas para julho e agosto terão “vários dias com o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia encerrado por falta de médicos”. “Esta situação compromete gravemente a capacidade de resposta às necessidades das grávidas e das mulheres da região”, adverte. Entre os principais problemas identificados durante a visita, a ordem destaca “a insuficiência crítica de médicos especialistas, o desgaste acentuado das equipas existentes e o risco iminente de interrupções frequentes do serviço”. A Ordem dos Médicos conclui o comunicado com a exigência de “uma intervenção concreta e urgente por parte de todas as entidades competentes, em particular da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem a responsabilidade de assegurar a resposta a nível nacional e local”.
Espinho volta a poder ter banhos na Praia de Silvalde
Segundo o portal “Info Água”, tutelado por esse organismo, a água da referida praia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto foi hoje novamente sujeita a análises para rastreio de qualidade e esses exames revelaram-na livre de contaminação microbiológica. O mesmo site indica que a classificação da água é agora “boa”, pelo que os banhos nessa extensão da orla costeira deixam de estar desaconselhados.
Autárquicas: Ex-emigrante Ricardo Almeida concorre pelo Chega a São João da Madeira
“Começou como estudante-trabalhador e, em busca de melhores oportunidades, emigrou. Regressou posteriormente à sua terra natal, onde vive e trabalha atualmente”, lê-se no comunicado do Chega. Ricardo Almeida “trabalha por conta própria, enfrentando diariamente desafios que exigem resiliência, disciplina e criatividade”, e acredita que “a ambição, a honestidade e a dedicação são fundamentais para alcançar o sucesso”, pelo que “a aprendizagem e a evolução devem ser constantes”. Citado pelo Chega, o candidato afirma: “Regresso à minha terra natal para transformar os desafios em oportunidades e construir um futuro melhor para São João da Madeira”. Para o partido, Ricardo Almeida integra “uma geração de candidatos preparados, determinados e motivados a trazer uma nova visão para a administração local”. Além de Ricardo Almeida pelo Chega, à Câmara Municipal de São João da Madeira também já foi formalizada a candidatura de Moisés Ferreira pelo BE, a de João Oliveira pela coligação do PSD com CDS-PP e a do socialista Jorge Vultos Sequeira, que é o atual presidente da autarquia. Nesse que é o concelho mais pequeno do país, com cerca de oito quilómetros quadrados e 22.200 habitantes, o executivo camarário eleito em 2021 integra quatro elementos do PS e três da coligação entre sociais-democratas e populares. As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro. *Imagem retirada deO Regional
Idosa morre em atropelamento em Ílhavo
Fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Aveiro disse à agência Lusa que o alerta para o atropelamento rodoviário foi dado cerca das 11:00. Segundo a GNR, a vítima mortal foi atropelada por um pesado de mercadorias, na Rua do Forte da Barra, junto ao Jardim Oudinot. A mesma fonte adiantou que o óbito foi declarado no local pelo médico do Instituto Nacional de Emergência Médica. Ao local acorreram os Bombeiros de Ílhavo, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Hospital de Aveiro e a GNR. O Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) da GNR vai investigar as causas do acidente.
Tiago Lima e Mário Pessegueiro candidatos da IL à Câmara e Assembleia de São João da Madeira
A Praça Luís Ribeiro foi o palco da apresentação de Tiago Lima, candidato da IL à Câmara Municipal de São João da Madeira e de Mário Pessegueiro, candidato do mesmo partido à Assembleia Municipal. Em nota enviada às redações, a IL sublinha que o seu candidato à presidência, um “jovem sanjoanense” que “nasceu, cresceu, estudou, viveu sempre em São João da Madeira”, se candidata “com o sentido de responsabilidade e o rigor que os Sanjoanenses merecem”. “São João da Madeira merece mais que o atual conformismo e estagnação que se vive no concelho. A solução para recuperar a cidade passa mesmo por um rumo liberal”, frisa o partido. No seu discurso, Tiago Lima considera que a cidade “tem vindo a perder muita da qualidade e principalmente investimento” e aponta que “ser sanjoanense é ter iniciativa, ser sanjoanense é ser liberal”. Tiago justifica ainda que “os sanjoanenses tiveram iniciativa quando tornaram uma pequena aldeia conhecida como Madeira pertencente a Oliveira de Azeméis num dos polos industriais mais importantes do distrito e do país” e “ao tornarem a nossa cidade tão grande que a 11 de outubro de 1926 tornaram São João da Madeira um município autónomo”. “A verdade é que essa cidade que os sanjoanenses com a sua Iniciativa ajudaram a desenvolver nos últimos anos estagnou” considera Tiago que se compromete a ter “as portas do meu gabinete abertas em 24 horas” a “qualquer sanjoanense ou qualquer pessoa que queira investir em São João”. “Temos de voltar a crescer e captar investimento para criar mais postos de trabalho e gerar riqueza no território”, considera ainda. O candidato anunciou ainda que o partido não irá apresentar candidato à Junta de Freguesia por considerar que “num concelho de uma só freguesia, como é São João da Madeira, com menos de 8 quilómetros quadrados, não se admite que existam dois presidentes a administrar exatamente o mesmo território”. A habitação, a redução de impostos, investimento numa “rede de transportes públicos integrada”, a revitalização do Vouguinha, a renovação das piscinas municipais e o apoio ao comércio local foram ainda algumas das medidas defendidas por Tiago Lima.
Movimento de passageiros nos aeroportos nacionais cresce 5,7% em maio
Já o movimento de carga e correio aumentou 8,1%, para 22,8 mil toneladas, um crescimento expressivo face à subida homóloga de 1,7% observada em abril, segundo as estatísticas rápidas do transporte aéreo. Em maio, registou-se o desembarque médio diário de 112,9 mil passageiros, valor superior ao registado em maio de 2024 (106,4 mil), correspondendo a um crescimento de 6,1%. O Reino Unido manteve-se o principal país de origem e de destino dos voos, considerando os primeiros cinco meses de 2025, com um crescimento no número de passageiros desembarcados e embarcados face ao mesmo período de 2024 (+2,8% e +2,2%, respetivamente), seguindo-se França, que se manteve na segunda posição, e Espanha na terceiro posição, como principais países de origem e de destino.
Ílhavo vai celebrar Acordos de Cooperação com Associações esta quinta-feira
Os acordos, aprovados por maioria na Reunião do Executivo Municipal de 3 de julho, “representam um investimento total de 691.720,95 euros”, aponta o município em nota enviada às redações. A iniciativa “reflete o compromisso do Município de Ílhavo em apoiar e promover o desenvolvimento das associações locais, reconhecendo o seu papel fundamental na coesão social e no enriquecimento cultural da comunidade”, atenta a autarquia. 1 Associação de Bombeiros: 325.000,00 euros 13 Associações de Ação Social: 191.693,07 euros 19 Associações Culturais e Recreativas: 122.082,42 euros 7 Agrupamentos de Escuteiros: 24.822,76 euros 2 Grupos de Jovens: 16.147,70 euros 3 Associações de Moradores e Socioprofissionais: 11.975,00 euros