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Alberto Souto terá novos nomes na vereação: atuais vereadores reagem com respeito e um alerta

Fernando Nogueira, Rosa Venâncio e Rui Soares Carneiro são os vereadores que têm tido a responsabilidade de fazer a oposição ao Executivo da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), liderado por José Ribau Esteves, ao longo dos últimos anos. Depois de Alberto Souto, candidato do Partido Socialista (PS) à autarquia aveirense, ter admitido à Ria que iria “apresentar nomes novos para a vereação”, os atuais vereadores socialistas afirmam respeitar a decisão, mas Rui Soares Carneiro alerta para a “responsabilidade e disponibilidade” das novas escolhas.

Alberto Souto terá novos nomes na vereação: atuais vereadores reagem com respeito e um alerta
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
03 jun 2025, 10:19

Em declarações à Ria, os vereadores socialistas Fernando Nogueira e Rosa Venâncio deram nota de que tinham sido esclarecidos relativamente à sua não continuidade na nova lista à Câmara Municipal que está a ser construída por Alberto Souto de Miranda. Já o vereador Rui Soares Carneiro reconhece ter sido informado da renovação da equipa, mas deixa a nota que “nunca foi clarificado” sobre o “grau” dessa renovação.

Rui Soares Carneiro acrescenta, no entanto, que a “renovação teria de existir sempre”, afirmando que apesar de gostar do trabalho que faz e das funções que desempenha, “nunca foi questionado se estaria disponível ou não, ou se estaria interessado ou não” em manter as funções de vereador. Depois de deixar no ar a ideia de que estaria disponível para continuar nas atuais funções, o atual vereador da oposição sublinhou, no entanto, estar “sempre disponível” para acompanhar a campanha de Alberto Souto nestas eleições autárquicas.

Confrontado sobre a possibilidade de integrar a lista à Assembleia Municipal, Rui Soares Carneiro afirma que perante um convite dessa natureza “teria de pensar” sobre o assunto. “Não digo nem que sim nem que não, ainda há muitas opções em aberto, atualmente. Essa é uma delas. Poderá haver outras - agora, qualquer uma delas, a ser colocada, teria que ter uma reflexão da minha parte”, esclarece.

O vereador mais novo da oposição aproveitou a ocasião para alertar para a “responsabilidade e disponibilidade” das pessoas que integram as listas do partido como independentes, depois de Alberto Souto, em declarações à Ria, reconhecer que está a pensar incluir pessoas sem filiação partidária na sua equipa. “É uma coisa que eu já defendo internamente no partido há muito tempo (…). Concordo com a participação de independentes e da comunidade civil [nas listas]”, embora considere que a “responsabilidade e disponibilidade” para assumir cargos deva ser mantida caso tenham de “prestar um serviço na oposição”. Recorde-se que Rui Carneiro e Rosa Venâncio não foram eleitos vereadores nas eleições autárquicas de 2021, tendo ambos assumido funções após Manuel Sousa e Joana Valente, eleitos pela coligação PS/PAN, terem suspendido os mandatos. Joana Valente não tinha filiação partidária e foi incluída como independente nas listas de Manuel Sousa.

Fernando Nogueira, por sua vez, acredita que “o candidato à Câmara deve ter liberdade e latitude para escolher com quem quer trabalhar”. “O trabalho feito na oposição é trabalho duro, a perspetiva de ser Executivo é sempre uma perspetiva mais aliciante, mas o movimento da política é feito de alternâncias e até de regressos”, acrescenta ainda o vereador Fernando Nogueira que assegura apoiar a renovação levada a cabo por Alberto Souto.

A perspetiva é partilhada também por Rosa Venâncio. A vereadora garante que contava já com a renovação da equipa, apontando acreditar que o PS pode vir “a conquistar a Câmara Municipal”. “Enquanto socialista o meu compromisso é contribuir para que haja uma grande vitória do Partido Socialista para a Câmara”, conclui Rosa Venâncio.

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O evento, segundo uma nota de imprensa enviada às redações, pretende ser um “espaço de partilha de experiências e discussão de boas práticas” que garantam a “continuidade e excelência nos negócios”. Com organização conjunta da Inova-Ria e da Strongstep, ao longo da sessão, serão apresentados: “casos reais de melhoria contínua em equipas de desenvolvimento; estratégias para elevar a maturidade de processos e reduzir falhas críticas, e uma discussão sobre frameworks e normas internacionais que sustentam a qualidade e sustentabilidade tecnológica nas organizações”. Na nota, a organização destaca ainda que a iniciativa contará com a participação de empresas convidadas, nomeadamente, a “ANOVA” e “HLink”. Estas empresas “partilharão perspetivas sobre inovação, gestão de risco e automação no contexto da engenharia de software”, explica. Para além da sessão “técnica”, a iniciativa vai proporcionar um momento de “networking informal, promovendo a troca de experiências e oportunidades entre profissionais da comunidade tecnológica da região”. O Tech Meetup desta sexta-feira não tem qualquer custo, mas as reservas devem ser feitas aqui.

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De acordo com uma nota de imprensa enviada às redações, o grupo parlamentar do PS Aveiro, liderado por Cláudia Cruz Santos, cabeça de lista à Assembleia Municipal estas eleições autárquicas, propõe um novo regimento para o mandato que se inicia com: “maior participação dos munícipes, com tempo reservado no início de cada sessão e sem necessidade de inscrição prévia em formulário próprio”; “maior antecedência no recebimento da informação enviada pela Câmara Municipal para que o dever de fiscalização possa ser efetivamente cumprido”; “criação de uma Comissão Permanente, com representação de todas as forças políticas, que seja ouvida para a tomada de decisões essenciais sobre o funcionamento da Assembleia Municipal”; “eleição de uma Mesa da Assembleia que assegure a pluralidade democrática e o escrutínio das decisões, incluindo necessariamente um representante não eleito pelo partido ou coligação mais votados” e “tempos de intervenção equilibrados para o Executivo e os deputados municipais, garantindo o contraditório e o escrutínio efetivo”. Recorde-se que, no passado dia 12 de outubro, a ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Assembleia Municipal sem maioria absoluta com “38.83%” dos votos, elegendo 12 mandatos. Seguiu-se o PS com “29.91%” dos votos com nove mandatos; o Chega com “12.00%” com três mandatos; a Iniciativa Liberal (IL) com “6.06%” dos votos com dois mandatos e o Livre com “3.37%” com um mandato. Note-se que, apesar da 'Aliança' não ter alcançado maioria, com os nove presidentes de junta, eleitos pela coligação, que são membros por inerência na Assembleia, a Aliança com Aveiro passa a deter maioria absoluta.Miguel Capão Filipe (CDS-PP) será o novo presidente da Assembleia Municipal. Até agora, Luís Souto de Miranda, agora eleito presidente da Câmara pela ‘Aliança’, era quem ocupava esse cargo. Relembre-se ainda que esta sexta-feira, 31 de outubro, pelas 18h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, terá lugar a tomada de posse dos autarcas municipais- da Câmara e da Assembleia Municipal. Pelas 20h00, já na sede da Assembleia Municipal, dar-se-á a primeira reunião para a eleição da mesa do mesmo órgão.

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“Sou eu que giro a casa. Ela está aqui, mas não tem qualquer conhecimento dos factos”, disse o arguido, na primeira sessão da repetição do julgamento, que começou hoje no Tribunal de Aveiro. O homem de 64 anos e a mulher de 55 anos estão acusados de dois crimes de homicídio por negligência e um crime de ofensas à integridade física, também por negligência, cada um, por factos ocorridos entre janeiro e fevereiro de 2019. No arranque da repetição do julgamento, decretada pelo Tribunal da Relação, o arguido começou por lamentar o sucedido com as vítimas e afirmou estar convencido que o esquentador, que se encontrava no quarto alugado onde ocorreram os factos, estava bem instalado. “Quando contratei as pessoas para fazer a instalação confiei plenamente no trabalho deles, porque me certificaram que estava em ordem. A partir desse momento, fiquei descansado”, disse, sem conseguir identificar quem é que fez a instalação do equipamento. O arguido alegou ainda que o quarto foi habitado por várias pessoas, incluindo os próprios arguidos, e não aconteceu nada, lamentando que após a primeira morte não tenham sido alertados para o problema com o esquentador. “Se tivéssemos sido informados, nada disso teria acontecido (...). Só soubemos da causa da morte quando a Polícia Judiciária nos chamou e nos constituiu como arguidos”, afirmou. O arguido disse ainda que, na altura, relacionou as duas mortes com o uso de drogas, num caso, e a falta de alimentação e uso de medicação para emagrecer, num outro. Em setembro de 2024, os arguidos foram condenados, no Tribunal de Aveiro, a uma pena única de dois anos de prisão, com pena suspensa, em cúmulo jurídico. A suspensão da pena ficou sujeita à condição de os arguidos comprovarem, no prazo de dois meses, que o imóvel tem certificação quanto à instalação do gás. Além da pena de prisão, os arguidos foram ainda condenados a pagar uma indemnização superior a 185 mil euros às famílias das vítimas, acrescidas das despesas hospitalares. Os casos ocorreram entre janeiro e fevereiro de 2019, numa casa situada em Aveiro, onde já tinha funcionado um lar ilegal. Em menos de um mês, morreram duas pessoas e uma terceira sofreu danos físicos irreversíveis, após a inalação de monóxido de carbono, devido a um esquentador mal instalado. O tribunal teve em conta um exame pericial que demonstrou que o esquentador "não reunia as condições necessárias de segurança e ventilação", estando a abertura para o exterior obstruída por uma grelha, o que era do conhecimento dos arguidos. A instalação do esquentador, no entender do tribunal, foi feita de forma “absolutamente anómala e insensata”, sem qualquer certificação, tanto mais que a pessoa encarregada pela instalação tinha a profissão de coveiro. A juíza assinalou ainda que a falta de condições estava de resto retratada no relatório da Segurança Social que fundamentou o encerramento urgente do lar que funcionou no mesmo espaço antes deste caso.

Mercado de Santiago vive a “festa das flores” com a proximidade do Dia de Todos os Santos
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Susana optou por vir esta manhã para evitar o mau tempo previsto para esta sexta-feira. Fazia-se acompanhar do seu neto e de uma amiga. “Isto tem de ser feito… Não tem de se estar a guardar para o dia”, atirou com um riso. Numa das mãos segurava já um arranjo pronto e, na outra, um “molho” de flores com que pretendia preparar mais alguns. Estava, naquele momento, a escolher as esponjas para colocar os crisântemos que havia comprado. “As velas também já as arranjei”, disse. Apesar de fazer questão de manter “viva” a tradição, Susana não deixou de apontar à Ria a diferença de preços que notou em relação aos anos anteriores. “É muito dinheiro”, reconhece. “Pegam-se ao dia que é (…) e aproveitam-se”, acrescenta a amiga. Também Lídia aproveitou esta quinta-feira para passar pelo Mercado de Santiago para garantir que arranjaria “muita variedade de flores”. Encontrava-se junto a uma banca à procura de uns “crisântemos miudinhos ou de umas rosinhas” para misturar com os “verdes” que tem já em casa. Consigo tinha também já um ramo, praticamente da sua altura, de gladíolos. “Gosto destas flores e fazem um arranjo muito bonito”, comentou com um sorriso. Tal como Susana, também esta aveirense notou que os preços das flores estavam “ligeiramente” mais altos face ao ano anterior. Ainda assim, não deixou de vir. O objetivo, partilha, é conseguir preparar o arranjo “amanhã de manhã para colocá-lo no cemitério na sexta-feira à tarde”. Para os comerciantes do Mercado de Santiago esta azáfama pela procura de flores já não é uma novidade. Lurdes Campos, de 80 anos, já está há “muitos anos nesta vida”. Tantos que já nem nos consegue pormenorizar. Hoje, tinha só na sua ‘mini’ banca improvisada “crisântemos de várias qualidades e cores” e umas “estrelícias”. “Ao sábado, normalmente, tenho todos os produtos que eu produzo, ao nível das hortícolas, como feijão verde, couves, tomates, etc. Hoje é o dia das flores”, assinalou. Sobre os preços, Lurdes optou por os manter inalterados para garantir a fidelização dos seus clientes. Mesmo com a moldura humana que ali se verificava, a expectativa é que sexta-feira ainda venha mais gente. “Houve muitos que vieram hoje porque têm medo que chova amanhã e já vão governados, outros porque preferem levar hoje e amanhã já fazem os seus arranjos”, observa Lurdes. No caso da ‘banca da Dulce’, que já ali está há dois anos, optou por vender também arranjos de flores prontos. “É agarrar e levar”, resumia-nos com um sorriso rasgado. A maioria dos que ali ainda estavam tinham, inclusive, um papel laranja onde se lia: “vendidos”. “É a festa das flores hoje e amanhã. (…) Alguns até já trazem as flores para eu fazer [os arranjos]”, partilha. Sem nos conseguir contabilizar quantas flores ali tinha, Dulce garante que o dia de hoje e o de amanhã vão ser longos. “Nestes dias ficamos até tarde para tentarmos vender mais”, assegurou. Apesar de concordar que para uma quinta-feira já se fazia sentir bastante movimento, Lurdes não deixou de assinalar que a “gente ainda precisava de mais clientes”. Com as obras, em curso, no Mercado de Santiago, reconhece, que há muitas pessoas que optam já por ali não vir por não terem onde estacionar. “As pessoas não querem caminhar, deixam o carro longe, depois o transporte para levar para o carro… Afeta muito”, reconhece. Ainda assim, a expectativa é que até amanhã este movimento aumente “mais”.

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