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16 dez 2025
Reitor da UA reage com “estranheza e incompreensão” às afirmações do ministro da Educação
Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro (UA), manifestou hoje “estranheza e incompreensão” pelas afirmações do ministro da Educação relacionando a situação social com a degradação de residências universitárias.
“Acho muito estranho que o senhor ministro tenha dito algo
que vá nessa direção e não consigo encontrar um contexto interpretável para tal
afirmação, do ponto de vista da gestão das residências universitárias”, disse à
Lusa Paulo Jorge Ferreira. Paulo Jorge Ferreira, que é também presidente do Conselho de
Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), afirmou ainda que não concebe
que os próprios ocupantes sejam a causa da degradação das residências e dá o
exemplo da sua universidade. “A forma como mantemos as residências e os edifícios em
geral é independente do tipo de ocupação e eu não altero o plano de manutenção
das residências em função do estrato económico ou social dos ocupantes”,
acrescentou. Dá como exemplo a Universidade de Aveiro, em que as
residências “são maioritariamente destinadas a bolseiros”, mas garante que isso
“não influencia os padrões de manutenção”. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, defendeu que as
residências públicas devem ter alunos de vários estratos sociais, relacionando
a prioridade dada aos bolseiros com a possível degradação dos imóveis. Hoje, durante uma cerimónia de apresentação do novo modelo
de ação social para o ensino superior, que decorreu no Teatro Thalia, em
Lisboa, Fernando Alexandre considerou que é por se “colocar nas residências
universitárias os estudantes dos meios mais desfavorecido que se degradam”,
acrescentando que “o que vai acontecer às residências depende das universidades
e politécnicos, mas também depende dos estudantes”.
16 dez 2025
Ribau Esteves diz que candidatura à CCDR-Centro nasce da sua “vontade” e defende “verdade” da nota
Depois de confirmar ao JN a sua candidatura à presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-Centro), José Ribau Esteves, ex-presidente da Câmara de Aveiro, explicou à Ria que a decisão resulta da sua “disponibilidade” e “determinação”. Reafirmou ainda que o que disse sobre a “confiança dos presidentes dos dois partidos políticos, Luís Montenegro e José Luís Carneiro” corresponde à verdade.
“É um corolário
de um processo de diálogo que existiu entre colegas de presidente de Câmara,
com o líder do meu partido, que também é primeiro-ministro, com o Partido
Socialista (PS) e com o líder do PS”, resumiu <a href="https://radioria.pt/noticias/regiao/ribau-esteves-e-candidato-a-lideranca-da-ccdr-centro">José Ribau Esteves à Ria sobre a
candidatura à CCDR-Centro</a>. Segundo o
ex-autarca, a candidatura nasceu da sua “vontade”, “disponibilidade” e
“determinação” no exercício da função, aproveitando também o seu “património de
conhecimento profundo da região Centro, dos fundos comunitários e do
planeamento”. “É um desafio que encaro com muita alegria e intensidade, sabendo,
obviamente, que terei de esperar até ao final do dia 22 ou início do dia 23
para saber se serei candidato único ou se haverá mais alguém. Não se perspetiva
que haja mais alguém, mas qualquer português que cumpra as regras pode
apresentar candidatura”, reconheceu, apontando o “final do mês de janeiro” como
a data de posse do novo presidente. Em <a href="https://radioria.pt/noticias/regiao/hugo-oliveira-fala-em-abuso-e-diz-que-ribau-esteves-e-um-mau-nome-para-a-ccdr-centro">relação às
críticas de Hugo Oliveira</a>, presidente da Federação Distrital do PS de Aveiro,
que considerou um “abuso” a alegação de Ribau Esteves na nota enviada ao JN de
que teria a “confiança dos presidentes dos dois partidos políticos, Luís
Montenegro e José Luís Carneiro”, o ex-autarca preferiu não se pronunciar,
classificando o assunto como “conversas de política”. “Eu tratei deste assunto
com o presidente do PSD, Luís Montenegro e com o José Luís Carneiro, presidente
do PS. Não tratei deste assunto com nenhuma distrital, nem do PSD nem do PS”, vincou.
“Eles, seguramente, trataram de fazer esse trabalho dentro do partido, mas eu
não. Não me coloque nessa conversa porque eu não estive, nem estarei nessa conversa”,
continuou. Ribau Esteves
assegurou ainda que a nota enviada a vários órgãos de comunicação social foi
escrita por si e que corresponde à “verdade”. “Telefone ao Luís Montenegro e ao
José Luís Carneiro e eles dirão se trataram comigo ou não trataram. Não me vou
meter nesse tipo de conversa”, rematou. Tal como<a href="https://radioria.pt/noticias/regiao/ribau-esteves-e-candidato-a-lideranca-da-ccdr-centro">avançado
esta terça-feira pela Ria</a>, José Ribau Esteves confirmou ao JN que será
candidato à presidência da CCDR-Centro. Lembre-se que, <a href="https://radioria.pt/noticias/Cidade/ribau-esteves-e-paulo-fernandes-sao-os-nomes-mais-falados-para-a-lideranca-da-ccdrc">como noticiado</a>, Ribau
Esteves e Paulo Fernandes, ex-presidente da Câmara do Fundão eram os nomes mais
falados para a liderança da CCDRC-Centro. Na altura, em declarações à Ria, o
ex-presidente da Câmara de Aveiro preferiu não fazer comentários.
16 dez 2025
Entrevista: Joana Regadas recandidata-se à AAUAv e destaca redução da dívida em “100 mil euros”
Com a proximidade das eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) marcadas para esta semana, a Ria inicia um conjunto de entrevistas às duas candidatas à direção da associação. Nesta conversa, Joana Regadas, atual presidente da direção da AAUAv e recandidata ao mesmo cargo pela Lista A, faz um balanço do mandato, aborda a situação financeira da associação, os principais desafios ao nível da ação social e explica as opções tomadas em iniciativas como o Integra-te e o Enterro.
Apesar de se recandidatar com o mesmo lema do ano anterior, Joana Regadas rejeita a ideia de que o novo projeto represente uma mera repetição do mandato em curso. “A decisão foi muito ponderada. (…) Para mim não faria sentido encabeçar uma lista, um projeto, para que ele estagnasse de alguma forma”, afirmou. A candidata sublinhou ainda que houve um longo período de reflexão sobre a forma de evoluir e crescer, mantendo os pilares considerados essenciais no ano passado, mas “sem cair no erro do conforto”. Nesse sentido, destacou a renovação “considerável” da equipa, que conta agora com “59%” de novos elementos, bem como a necessidade de dar resposta às atuais preocupações dos estudantes. “Não é por acaso que continuamos com o mesmo lema do Unidos pela Voz, porque de facto é a voz de cada um dos estudantes que faz com que este projeto se mova”, alertou. Numa outra fase da entrevista, a candidata foi questionada sobre a situação financeira da Associação Académica. A atual presidente classificou o processo de reajuste como “desafiante” para toda a equipa. “Foi termos uma idealização do projeto que expusemos à comunidade (…) e depois quando nos deparamos com esse relatório de atividades e contas teve de haver um reajuste e tivemos de agir de uma forma mais fria”, recordou. Recorde-se que, tal como <a href="https://radioria.pt/noticias/universidade/aauav-terminou-2024-com-saldo-negativo-superior-a-250-mil-euros">noticiado</a> pela Ria, só no ano de 2024, a AAUAv terminou com um saldo negativo superior a 250 mil euros.Perante este cenário, Joana Regadas admitiu a existência de alguns “problemas associados à grande estrutura de recursos humanos”. Segundo a dirigente, foi realizada uma “reformulação no início do mandato”. “Por isso, é que mantemos ainda uma presidência maior neste ano para conseguirmos ter um acompanhamento mais próximo, porque não temos nenhum gestor de recursos humanos e, neste momento, temos uma estrutura profissional de 19 funcionários”, atentou. Ainda assim, a presidente adiantou que a AAUAv conseguiu reduzir a dívida total em cerca de “100 mil euros” ao longo do primeiro semestre do ano civil. “Esta redução deve-se muito aos acordos que foram feitos, ao longo do ano, quer seja para perdões de dívida, quer seja por métodos de pagamento da dívida a longo prazo”, explicou. Joana Regadas frisou ainda que esta diminuição resultou de uma gestão “muito cuidada” por parte da tesouraria, do gabinete financeiro e de toda a estrutura associativa, destacando também a aposta na formação interna como um eixo a reforçar ao longo do próximo mandato. Questionada sobre o Integra-te e o Enterro, iniciativas que, de acordo com o manifesto da Lista A, se manterão no próximo ano, a candidata esclareceu que, à semelhança da edição deste ano, o Integra-te continuará a não contar com a tradicional semana de concertos. “Confesso que não foi uma decisão de todo fácil. Foi uma decisão muito ponderada”, exprimiu. Segundo a dirigente, esta opção resultou de um dos principais reajustes impostos pela análise ao relatório de atividades e contas do ano anterior. “Foi o principal reajuste e o grande responsável para aquilo que será o relatório de atividades e contas que iremos apresentar em breve”, garantiu. “Por isso, de uma forma muito resumida, a decisão será para manter”, continuou. Relativamente ao Enterro, Joana Regadas reconheceu que se trata do evento que mais impacto tem “a nível financeiro”. Apesar do receio associado ao atual contexto de maior dificuldade económica, a dirigente assegurou que a edição deste ano registou um “resultado positivo”. Num comentário breve às críticas surgidas nas redes sociais relativamente à decisão da AAUAv de não permitir que os espaços dos estudantes apresentassem temáticas que “apelassem à violência”, “contivessem cariz sexual explícito” ou “entrassem em conflito com parceiros da associação”, Joana Regadas adiantou que, “em princípio”, esta será uma medida a manter. “Sei que foi controversa, há muitas coisas a melhorar e o tema será novamente levado ao Conselho de Núcleos, para limar algumas áreas cinzentas que é importante colocar a preto e branco. Ainda assim, consideramos que, no final de contas, toda a gente teve oportunidade de experienciar a melhor semana do ano, nas melhores condições”, refletiu. No seguimento da conversa, Joana Regadas alertou ainda para a necessidade de se melhorarem as instalações da Universidade, face à “sobrelotação” das mesmas. No caso da Escola Superior Aveiro-Norte (ESAN) atentou para o facto da mesma ainda não ter uma cantina - apesar de já existir um projeto de construção - o que tem impossibilitado os estudantes de acederem a uma “refeição social” e a uma “refeição completa”. “É necessário dar foco a este problema e, de uma vez por todas, deixarmo-nos de pequenos remendos e pequenas soluções e tentar encontrar uma solução definitiva para aquilo que é um problema que se arrasta há anos e anos”, vincou. Alargando a análise aos campus de Santiago e do Crasto, a candidata apontou também fragilidades na resposta das cantinas universitárias. No caso do Crasto, a candidata atentou para o fecho frequente da mesma. “A resposta tem sido a 'cantina fecha, porque é necessário albergar alguns eventos'. (…) Tem umas instalações ótimas, mas é necessário repensar se isto é uma prioridade (…) e, depois, estamos a colocar em segundo plano o acesso à refeição social”, reforçou. Apesar de os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) terem optado por praticar o preço da refeição social também no 3D, sempre que a cantina se encontra encerrada, a dirigente alertou que essa alternativa “não corresponde a uma refeição completa”. “O estudante tem de ter a oportunidade de ter uma refeição com sopa, com a peça de fruta, com o prato principal e com tudo aquilo que é necessário nutricionalmente”, continuou. Tal como avançado pela Ria, a partir de fevereiro, a Cantina do Crasto vai passar ainda a disponibilizar um prato simples com o preço de 2,20 euros. Face ao aumento, no início deste ano, da refeição social para 2,80 euros, Joana Regadas justificou que esta foi a “solução” que se encontrou para garantir que os estudantes numa situação “mais complicada” tivessem acesso a uma refeição com um preço mais baixo. Durante a conversa, a dirigente adiantou ainda que está ainda a ser equacionada pela AAUAv a possibilidade de os “estudantes bolseiros terem outro tipo de preço na refeição social”. Prestes a concluir a conversa, Joana Regadas falou ainda sobre a proposta do Governo para a revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), sobre a Taça UA e sobre a dinamização de um “Museu AAUAv”. A entrevista, na íntegra, pode ser ouvida no Spotify. As <a href="https://radioria.pt/noticias/Universidade/eleicoes-aauav-tudo-o-que-precisas-de-saber-sobre-as-candidaturas">eleições</a> para os órgãos sociais da AAUAv acontecem já esta quinta-feira, 18 de dezembro.
16 dez 2025
Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina
Numa nota de imprensa enviada à Ria, o músico aveirense Dinis Mota, que foi selecionado para participar no Festival da Canção 2026, informou que, sendo selecionado, não vai participar no Festival da Eurovisão. O jovem associa-se assim a outros 11 concorrentes que já tinham anunciado o boicote ao evento devido à presença de Israel.
No comunicado, <a href="https://radioria.pt/noticias/aveiro/dinis-mota-e-o-primeiro-aveirense-a-chegar-ao-festival-da-cancao-desde-2021">Dinis Mota</a> escreve que “enquanto cidadão,
músico, ser humano […] nunca poderia estar do lado do agressor”. Isso significa,
portanto, que caso se mantenha a participação de Israel na competição, o artista
não marcará presença, caso venha a ser selecionado. Recorde-se que esta já tinha sido uma<a href="https://www.dn.pt/cultura/euroviso-conjunto-de-msicos-do-festival-da-cano-recusa-participao-caso-ganhe"> posição</a> assumida por
11 dos 16 concorrentes do concurso. Dinis Mota explica não ter assinado a declaração
conjunta com os restantes músicos, uma vez que “acredita que a música pode ser
pensada como um instrumento ativo de paz, diálogo e ação” e, por isso, “necessitou
de tempo para uma tomada de posição”. Em alternativa, sugere que Portugal se junte aos outros
países que já decidiram não participar na Eurovisão, bem como “a todos os que queiram
fazer parte do movimento”, para organizar um festival alternativo na Áustria,
mesmo local onde se realiza a Eurovisão. A ideia seria que o evento tomasse a
forma de um “concerto solidário” e que os lucros revertessem para ajuda
humanitária ao povo palestiniano.
16 dez 2025
Câmara de Santa Maria da Feira aprova orçamento de 185 ME para 2026
A Câmara de Santa Maria da Feira aprovou, por maioria, o orçamento municipal para 2026, no valor de 185 milhões de euros, mais 12 milhões do que o do corrente ano, revelou hoje essa autarquia do distrito de Aveiro.
Aprovado esta segunda-feira pelos seis eleitos presentes do PSD e um do Chega, face à abstenção de três vereadores do PS, o documento que vai gerir as contas da Câmara reflete alguma “continuidade”, mas, em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Amadeu Albergaria, afirmou: “Este orçamento tem sobretudo a função de preparar aquilo que queremos concretizar nos próximos quatro anos”. O autarca, que embora já assumisse a presidência da câmara desde a renúncia de Emídio Sousa, em março de 2024, foi eleito nas autárquicas de 12 de outubro, com maioria absoluta, disse que o documento foi “construído com a participação da sociedade civil e que, por isso, expressa preocupações reais e anseios legítimos”, nomeadamente no que se refere a duas empreitadas “estruturantes” para o concelho: “Em articulação com o Governo, avançaremos com os projetos de execução do Tribunal de Santa Maria da Feira e do Túnel da Cruz, preparando o arranque destas duas obras”. Outras intervenções destacadas em 2026 são a conclusão da nova Unidade de Saúde Familiar de Romariz, dotada com 200.000 euros, e o início da de Fiães, com 500.000; o arranque da construção do Centro Escolar da Feira, com 5,85 milhões; a conclusão da 4.ª e 5.ª fases dos Passadiços do Uíma, com mais de 833.000 euros; a requalificação urbana da Avenida Sá Couto, com 1,4 milhões; o arranjo dos centros urbanos das freguesias de Nogueira da Regedoura e Milheirós de Poiares, respetivamente com um milhão e 1,5 milhões; e a execução do projeto do Túnel da Cruz, junto ao nó da autoestrada A1, com um milhão de euros. Com uma dívida municipal na ordem dos 14,3 milhões de euros e um saldo de gerência de 63 milhões, a autarquia propõe-se também proceder à “redistribuição dos seus bons resultados financeiros”, começando pelas freguesias desagregadas em 2025: “As freguesias-sede das antigas uniões terão uma majoração de 20% durante dois anos, enquanto as restantes freguesias desagregadas terão uma de 50% durante quatro anos”. A tesouraria da Câmara permitirá igualmente “manter medidas com impacto direto nas famílias, como o Programa de Apoio à Natalidade, e concretizar um compromisso estruturante: o aumento de 50% do apoio para a construção de novas creches, novos lares e outras valências das instituições particulares de solidariedade social”. Quanto a impostos, o IMI, que continuará na taxa de 0,35%, permitiu angariar este ano mais de 17,7 milhões de euros e em 2026 deverá acumular 18,25; já o IRS, que se mantém nos 5%, diminuirá de um total na ordem dos 7,3 milhões de euros para 7,1 milhões de euros, e a derrama, que na Feira continuará de 1 ou 1,5%, permitiu à Câmara ganhar 5,58 milhões em 2025 e deverá assegurar 5,87 milhões em 2026. Quanto à despesa da autarquia, 33,4% da mesma corresponde a gastos com pessoal, mas esses vão diminuir para 26,5% no próximo ano, porque, se em 2025 a Câmara gastou mais de 38,7 milhões de euros com recursos humanos, em 2026 ficar-se-á pelos 32,4 milhões. Amadeu Albergaria explica que isso se deve aos “ajustamentos efetuados para dotações de vencimentos, que foram revistas em alinhamento com a execução verificada nos anos anteriores, eliminando margens que se revelaram superiores ao efetivamente gasto”. O vereador do Chega, Luís André Santos, votou a favor do orçamento, o que atribuiu à intenção de “democraticamente reconhecer os resultados que o povo feirense decidiu nas eleições de outubro”. O eleito do Chega pretendeu assim dar “um voto de confiança” ao novo executivo e mostrou-se satisfeito com a inclusão no documento de “algumas propostas” do partido, sendo que, quanto ao Túnel da Cruz, expressou a sua reprovação ao projeto, por ser uma obra “demorada, onerosa e ainda sem estudo adequado”. Os três vereadores socialistas, por sua vez, abstiveram-se, o que Márcio Correia atribuiu a sentido de “responsabilidade política” face ao arranque de um novo ciclo de gestão autárquica. “O PS concede o benefício da dúvida ao novo executivo do PSD, recentemente empossado, na expectativa de que acolha e implemente as propostas que foram apresentadas”, referiu, realçando que o orçamento “não responde de forma adequada a problemas estruturais que continuam a condicionar a vida das famílias e o desenvolvimento equilibrado do concelho”, por prolongar “fragilidades” em áreas essenciais como “a mobilidade, o elevado custo da água e a insuficiente oferta de habitação a preços acessíveis”.
16 dez 2025
Debate AAUAv: Leonor Lopes quis mais “luta”, Joana Regadas assumiu a defesa do seu legado
As candidatas à presidência da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) encontraram-se em debate na noite de ontem, dia 15, no Auditório Renato Araújo, no Edifício Central e da Reitoria da Universidade de Aveiro (UA). De um lado, Joana Regadas, recandidata ao cargo pela Lista A, fez a apologia do “diálogo” e traçou um caminho de recuperação económica. Do outro, Leonor Lopes, da Lista D, pediu sempre mais “reivindicação e luta” da AAUAv.
O debate começou morno, apesar de o primeiro tema ser um dos
mais quentes: a dívida que acumula a AAUAv. <a href="https://radioria.pt/noticias/universidade/ua-joana-regadas-e-recandidata-a-presidencia-da-aauav">Joana Regadas</a> não escondeu as
dificuldades, mas falou de uma redução de “100 mil euros” do passivo da
associação. O trajeto, explica, fez-se graças a acordos com entidades externas,
como é o caso da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), e ao acordo de pagamento de
dívida com os Serviços de Ação Social da UA (SASUA) estabelecido a 12 anos. Apesar de avaliar o último ano como positivo, a recandidata
não se compromete a repetir o feito no próximo ano e confessa também que os
problemas acabaram por condicionar a atividade da direção. Das “147” atividades
planeadas, “14” ficaram por fazer devido ao resultado negativo de “250 mil
euros” apresentado no Relatório de Atividades de Contas (RAC) do seu
antecessor. A estudante foi questionada sobre o atual valor da dívida, mas a
pergunta ficou sem resposta. <a href="https://radioria.pt/noticias/universidade/ua-leonor-lopes-e-candidata-a-presidencia-da-aauav">Leonor Lopes</a> deixou no ar a ideia de que pode ter havido
falhas na gestão da associação, mas focou as críticas na falta de apoio
estatal. Segundo considera, o “crónico subfinanciamento” das associações e do
ensino superior pode ser uma das respostas para os desequilíbrios de tesouraria
e, por isso, é preciso “lutar”. O problema, na sua ótica, não pode ser visto de
forma isolada, mas em paralelo com as restantes problemáticas com que se batem
os estudantes. Também devido ao desequilibrar das contas, não foi possível
realizar a tradicional semana de concertos do “Integra-te”. Joana Regadas
recusou que a medida tenha sido fruto de um “ano atípico” e preferiu falar em
“inovação”. Para a ainda presidente, a solução encontrada este ano permitiu
alargar a abrangência do processo de integração - tanto do ponto de vista
temporal, com um mês inteiro dedicado, como na variedade das atividades. A ideia não mereceu discordância do lado de Leonor Lopes,
que disse que era uma opção “como outra qualquer”. A candidata da Lista D é da
opinião que as festas académicas devem trazer retorno financeiro à associação e
enfatizou também que devem representar um momento de “reivindicação”. Joana
Regadas já tinha mencionado que o desfile do Enterro era um importante momento
para os estudantes se expressarem, mas Leonor Lopes disse que ainda é
necessário “limar” arestas. O tema das manifestações e da reivindicação, que Leonor
Lopes fez questão de colocar sempre no centro do debate, também não foi
descurado pela candidata da Lista A. Joana Regadas, no entanto, assinala que os
estudantes podem tomar posição de duas formas diferentes: através da saída à
rua, mas também pela via do diálogo privado e institucional com os decisores. A
adversária não cedeu na sua forma de apresentar a solução e disse que é preciso
mais contacto “cara-a-cara” de forma a mobilizar os estudantes. A <a href="https://radioria.pt/noticias/universidade/filas-na-cantina-de-santiago-chegam-a-uma-hora-de-tempo-de-espera-e-precos-vao-aumentar">fila para as cantinas dos SASUA</a> também foi discutida, com
Leonor Lopes a defender o alargamento da oferta da refeição social a outras
unidades, como é o caso do restaurante universitário. Joana Regadas preferiu
apontar baterias para a Cantina do Crasto, que muitas vezes se encontra fechada
devido à realização de eventos. É uma visão que a recandidata não subscreve,
uma vez que coloca em causa a oferta de uma refeição digna a muitos estudantes. A responsável da Lista A sugeriu ainda a criação de um preço
especial para estudantes bolseiros, de modo que a refeição se torne ainda mais
acessível a todos. É uma solução que a Lista D não nega, mas que vê como
insuficiente. “Pretendemos que todos os estudantes possam ter acesso a um preço
reduzido, uma vez que 2,80€ [preço da refeição social na Universidade de
Aveiro] é um preço excedente e absurdo para algumas famílias”, completou Leonor
Lopes. Se a cabeça-de-lista da Lista D ainda apontou críticas à
forma de organização da Taça UA, Joana Regadas respondeu que o evento era
“único” no panorama nacional e congratulou-se pela promoção de atividade física
que o evento representa. As estudantes discordaram ainda no pagamento da quota de
sócio da AAUAv. Leonor Lopes quer acabar com a taxa e disse que os benefícios
são “irrisórios”. A opinião até foi partilhada por Joana Regadas, mas, para a
Lista A, a solução passa por encontrar mais parceiros e reforçar o que é
oferecido aos estudantes. Do lado dos estudantes, que tiveram a oportunidade de
colocar questões a ambas as candidatas, as perguntas que se surgiram
prenderam-se com a progressão dos estudantes nos 2º e 3º ciclo de estudos do
ensino superior e com o trabalho feito pelos núcleos. A líder da Lista A assinala que a progressão dos estudantes
em mestrado foi um problema que se adensou este ano, aquando da proposta do
Governo para descongelamento da propina do 2º ciclo de estudos. Apesar de a
medida ter caído, Joana Regadas assinala que é importante fixar as propinas de
mestrado e releva ainda que o problema toma maiores proporções nos
doutoramentos. Por seu lado, Leonor Lopes aproveitou para falar da necessidade
de reforçar as bolsas e de dar contratos de trabalho aos investigadores
precários que atuam como bolseiros de investigação. O debate sobre os núcleos da AAUAv foi um dos momentos que
Leonor Lopes aproveitou para atacar a recandidata. A estudante explica que tem
procurado falar com representantes dos núcleos e que tem encontrado queixas
relativamente ao tempo de resposta da direção da associação. O feitiço havia de se virar contra o feiticeiro porque, mais
à frente, quando era tempo da Lista A colocar uma questão à Lista D, Joana
Regadas aproveitou para usar o argumento de Leonor Lopes em benefício próprio.
A candidata questionou a adversária sobre como iria dar melhor resposta se sua
lista para a direção tem apenas “13” membros. A candidata da Lista D apontou
que seu projeto “representa mais que um número” e afirmou que a sua composição
não seria um entrave. Quanto à ligação aos núcleos, Joana Regadas reconhece que o
trabalho de apoio é “difícil” e que nem sempre a direção da AAUAv consegue dar
resposta em tempo útil. Contudo, a candidata afirma que foram dados importantes
passos ao longo do último ano, nomeadamente com o alargamento do estatuto de
dirigente associativo aos dirigentes dos núcleos. No momento de questionar a adversária, Leonor Lopes lembrou
aquilo que considera ter sido uma fraca mobilização na manifestação contra a
propina do passado dia 28 de outubro, que se realizou em Lisboa. A questão,
recorde-se, já tinha sido colocada na <a href="https://radioria.pt/noticias/universidade/primeiro-semestre-de-2025-marca-reducao-substancial-da-divida-da-aauav-segundo-joana-regadas">Assembleia Geral de Alunos (AGA) de dia 6
de novembro</a>. Como na altura, Joana Regadas voltou a justificar que a
divulgação não foi feita de forma mais atempada porque aconteceu em coordenação
com o Conselho da Associações Académicas Portuguesas (CAAP) de forma a ter
“mais impacto”. A dirigente estudantil nota ainda que a AAUAv não conseguiu
levar tanta gente como no passado Dia do Estudante, que se comemora a 24 de
março, porque nessa altura a maioria dos presentes eram representantes da
direção da associação, algo que, por indisponibilidade, não voltou a acontecer.
A candidata responde ainda que o trabalho de contacto com os
estudantes tem sido feito, quer seja presencialmente, quer seja através das
redes de contacto internas da associação, mas reflete que não há adesão. Nesse
sentido, diz que não vai “obrigar” os estudantes a estarem presentes e sublinha
que vai apoiar sempre que estes quiserem manifestar-se. As eleições para os órgãos sociais da AAUAv estão marcadas
para esta quinta-feira, 18 de dezembro.