RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Recenseados em Portugal deslocados no estrangeiro podem votar a partir de hoje

Os cidadãos recenseados em Portugal e que estejam no estrangeiro a 18 de maio, dia das eleições legislativas antecipadas, podem votar a partir de hoje e até quinta-feira, indica a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Recenseados em Portugal deslocados no estrangeiro podem votar a partir de hoje
Redação

Redação

06 mai 2025, 10:01

Esta modalidade de voto antecipado prevê que, entre 06 e 08 de maio, os eleitores possam votar nas secções consulares das embaixadas, nos consulados ou nas delegações externas das instituições públicas portuguesas previamente definidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Para votar, o eleitor terá de se identificar e indicar a freguesia de inscrição no recenseamento eleitoral, sendo-lhe depois entregue o duplicado da vinheta de segurança que serve de comprovativo do exercício do direito de voto.

De acordo com a CNE, podem votar antecipadamente no estrangeiro os eleitores recenseados em território nacional mas que estejam deslocados em funções públicas ou privadas, em representação de seleções nacionais, assim como estudantes, investigadores, docentes e bolseiros de investigação e doentes em tratamento.

As eleições legislativas antecipadas estão marcadas para 18 de maio, com 20 forças políticas concorrentes e um acréscimo de mais 36 mil eleitores inscritos face ao ano passado.

Mais de 10,8 milhões de eleitores residentes em território nacional e no estrangeiro serão chamados a escolher os 230 lugares de deputados da Assembleia da República para a próxima legislatura.

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Gripe está a chegar mais cedo e centro europeu de doenças pede para acelerar vacinação
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Gripe está a chegar mais cedo e centro europeu de doenças pede para acelerar vacinação

Segundo a avaliação de risco publicada no ‘site’ do ECDC (sigla em inglês), em comparação com anos anteriores, ao casos estão a surgir três a quatro semanas mais cedo e a circulação está a ser impulsionada por uma nova estirpe de gripe A (H3N2), subtipo K. Embora ainda haja incertezas quanto ao impacto da próxima temporada de gripe na saúde pública, o ECDC diz que as autoridades se devem preparar para o cenário de “uma temporada de gripe mais severa” na Europa, especialmente se houver baixa adesão à vacinação. Um número de infeções acima do normal também aumentaria a pressão sobre os sistemas de saúde, alerta o ECDC. “Estamos a observar um aumento nos casos de gripe muito mais cedo do que o normal este ano e isso significa que o tempo é crucial”, afirma o chefe da secção de Vírus Respiratórios do ECDC, Edoardo Colzani apelando: “Se tem direito à vacinação, por favor, não espere. Vacinar-se agora é uma das maneiras mais eficazes de se proteger e proteger as pessoas ao seu redor de doenças graves neste inverno”. O ECDC insiste que as pessoas com maior risco de desenvolver doença grave se devem vacinar sem demora. Esses grupos incluem pessoas com mais de 65 anos, grávidas, pessoas com doenças preexistentes e crónicas ou imunocomprometidas e pessoas que vivem em ambientes fechados, como instituições de cuidados continuados e lares. Recomenda igualmente a vacinação aos profissionais de saúde ou trabalhadores de instituições de longa permanência. Aconselha os serviços de saúde e as instituições de longa permanência a fortalecerem seus planos de preparação e medidas de prevenção e controle de infeções, além de incentivarem funcionários e visitantes a usar máscaras durante períodos de maior circulação de vírus respiratórios. O ECDC defende igualmente que os profissionais de saúde devem considerar a administração imediata de antivirais a pacientes com maior risco de desenvolver doença grave para reduzir complicações. Os profissionais de saúde devem também considerar o uso de profilaxia antiviral durante surtos em ambientes fechados, como instituições de cuidados continuados ou lares. Apela ainda aos países que promovam uma “comunicação clara e personalizada” sobre vacinação, higiene das mãos e etiqueta respiratória para ajudar a reduzir a transmissão na comunidade. Segundo o ECDC, numa temporada típica, a gripe causa morbidade substancial na população europeia, com até 50 milhões de casos sintomáticos e 15.000 a 70.000 mortes por ano. Portugal registou 1.609 óbitos em excesso durante a epidemia de gripe de dezembro de 2024 a janeiro de 2025, período coincidente com a epidemia de gripe e temperaturas extremas, afetando sobretudo mulheres e pessoas com mais de 85 anos. O Centro de Controlo de Doenças avisa que todas as faixas etárias são afetadas, embora as crianças apresentem taxas de doença mais elevadas e, geralmente, sejam as primeiras a adoecer e transmitir a doença nos seus domicílios, o que pode impulsionar a transmissão na comunidade. Estima-se que até 20% da população contraia gripe anualmente, o que resulta em ausências escolares e laborais e num “impacto significativo” nos sistemas de saúde, avisa o Centro de Controlo de Doenças, alertando que o impacto é maior em ambientes fechados, como instituições de longa permanência.

Ex-reitor da UA Júlio Pedrosa é o mandatário da candidatura de António José Seguro em Aveiro
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Ex-reitor da UA Júlio Pedrosa é o mandatário da candidatura de António José Seguro em Aveiro

Segundo explica o mandatário, “o apoio à candidatura do Doutor António José Seguro à Presidência da República decorre do conhecimento que tenho do seu percurso pessoal, profissional e político, feito com desprendimento, com coerência, conhecimento do País na sua diversidade humana, territorial e social, bem das sua capacidades e competências”. Júlio Pedrosa adianta ainda que, “nos tempos que vivemos, a confiança mútua é um bem escasso e António José Seguro é um cidadão em que se pode confiar, acreditando que, sendo eleito Presidente, ele servirá o País e os Portugueses com toda a atenção e empenho”. Como reitor da UA, o Júlio Pedrosa assumiu o papel de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) entre 1998 e 2001, tendo estado por isso envolvido nas atividades da Confederação dos Conselhos de Reitores Europeus (CRE) nomeadamente nos trabalhos de institucionalização da Associação de Universidades Europeias (EUA). Júlio Pedrosa fez parte do XIV Governo Constitucional de Portugal entre 2001 e 2002 como ministro da Educação, tendo sido o terceiro do executivo liderado por António Guterres, depois de Guilherme d’Oliveira Martins e de Augusto Santos Silva. O mandatário de António José Seguro já foi agraciado com distinções como a Grã-Cruz da Ordem de Instrução Pública, em 2009, o diploma de reconhecimento de mérito profissional do Rotary Club de Aveiro, em 2003, ou a medalha de mérito municipal do Município de Aveiro, em 2002.

Cinemas portugueses com quebra de espectadores em outubro para níveis de pós-pandemia
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Cinemas portugueses com quebra de espectadores em outubro para níveis de pós-pandemia

Se se retirar o primeiro ano da pandemia de covid-19 da equação, quando foram ao cinema, em outubro de 2020, 253 mil pessoas, os 560 mil espectadores verificados em outubro de 2025 são o número mais baixo para aquele mês desde que o ICA divulga registos, ou seja, desde 2004. Os espectadores de outubro deste ano são ainda o número mais reduzido desde fevereiro de 2022, quando se registaram 518 mil entradas nos cinemas portugueses. Em termos de receita, em outubro deste ano, os cinemas encaixaram 3,7 milhões de euros, uma descida de 24,5% face ao mês homólogo de 2024 e o valor mais baixo desde setembro de 2021. No acumulado, até outubro, face a igual período de 2024, os cinemas perderam 6,5% de espectadores (mais de 600 mil entradas) e 2,6% de receita (mais de 1,5 milhões de euros). A lista de filmes mais vistos do mês é liderada por “Batalha Atrás de Batalha”, de Paul Thomas Anderson, com 88 mil espectadores, seguindo-se o filme de animação “A Casa de Bonecas da Gabby”, de Ryan Crego, com 46 mil. O filme mais visto do ano em Portugal é o mais recente capítulo de “Lilo e Stitch”, com mais de 665 mil espectadores, seguido do filme de “Minecraft”, acima de 500 mil espectadores. O brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, está no terceiro lugar, com 384 mil entradas. O filme português mais visto do ano é “O Pátio da Saudade”, de Leonel Vieira, com 68 mil espectadores.

Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas
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Federação volta a apelar à doação de sangue face à diminuição de reservas

“Para fazer face a esta demanda e dado a diminuição das reservas de sangue nomeadamente do 0+, apelamos a todas as pessoas saudáveis que é muito importante contribuir com a sua dádiva para o bem-estar e saúde dos milhares de doentes que dela necessitam”, refere o presidente da FEPODABES, em comunicado. Alberto Mota lembra que a necessidade de sangue é uma constante nos hospitais, já que os doentes oncológicos, os que são submetidos às mais diversas cirurgias ou aqueles que são vítimas de acidentes recorrem muitas vezes à transfusão sanguínea. “As pessoas, infelizmente, cada vez doam menos e os dadores regulares, são gerações que estão a envelhecer, que já não podem dar sangue a partir dos 65 anos e, portanto, isto é uma luta diária para que os mais jovens venham a doar sangue", refere. Na nota, a Federação recorda que o processo de recolha de sangue é um procedimento rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas. “Todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis podem dar sangue. Esse gesto simples contribui para salvar muitas vidas”, apela Alberto Mota. Segundo um relatório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), de novembro, Portugal registou em 2024 uma nova redução de dadores de sangue, totalizando quase menos 10 mil em relação a 2017, e voltando a níveis próximos do período pré-pandemia.

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Projeto “A cultura faz bem” leva espetáculos de magia e de teatro até ao público sénior
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Projeto “A cultura faz bem” leva espetáculos de magia e de teatro até ao público sénior

Foi no âmbito do Programa Prescrições Culturais, através do projeto “A cultura faz bem”, que o Município de Aveiro promoveu esta segunda-feira mais um espetáculo, desta vez, dedicado aos utentes da Rede Aveiro Sénior. Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, tratou-se de uma performance “onde o mágico fracassado e um músico que só toca acordes maiores, tentam surpreender o público com truques e ilusionismos nem sempre bem-sucedidos”. Esta sexta-feira, 28 de novembro, pelas 10h30, será a vez do Hospital de Aveiro receber a peça de teatro “Click to Click”, de Diogo Duro. Um espetáculo que resulta da interação entre o palhaço e o público. “Com circo, música e sorrisos para todas as idades, um comediante ambulante alegra a plateia em jogos divertidos”, realça. Na nota, o Município explica que o projeto “A cultura faz bem” começou em 2024 e que pretende proporcionar aos “seniores que integram as instituições da Rede Aveiro Sénior a oportunidade de participar em diferentes ações culturais, nomeadamente espetáculos, visitas aos Museus de Aveiro, workshops no Arquivo Municipal e histórias contadas em formato de ‘Conversas D’Alguidar’”.

PS acusa PSD e vereadora do Agir de pacto para facilitar a destruição do pinhal de Ovar
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PS acusa PSD e vereadora do Agir de pacto para facilitar a destruição do pinhal de Ovar

Em causa está o polémico Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, mancha verde protegida cuja gestão pelo Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) nesse concelho do distrito de Aveiro vem desde 2022 sendo criticada pela maioria das forças políticas locais e motivou uma petição pública com cerca de 20.000 subscritores que também se opunham ao tipo de procedimentos em curso. Após as autárquicas de outubro, os vereadores socialistas Emanuel Oliveira, Fernando Camelo Almeida e Eva Oliveira propuseram que fosse suspenso o plano de gestão florestal dessa área de 2.584 hectares sujeitos a Regime Florestal Parcial, mas a medida foi chumbada em reunião de Câmara pela maioria, constituída por três eleitos do PSD e um do Agir – a vereadora Lígia Pode, que aceitou o convite dos sociais-democratas para assumir em permanência, a meio-tempo, a pasta da Economia. “Os vereadores do PS propuseram à Câmara a deliberação de suspender o Plano de Gestão Florestal do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, na qualidade de proprietário e entidade central na sua elaboração”, informam os socialistas, notando que a aprovação dessa medida permitiria “solicitar ao ICNF e ao Ministério do Ambiente a efetiva suspensão e revisão” dos procedimentos em curso. “O PSD e a vereadora Lígia Pode decidiram rejeitar esta proposta. Optaram, mais uma vez, por um pacto político que se converte agora num pacto pela degradação, pela omissão e por um preocupante desamor pela terra”, dizem os eleitos do PS, defendendo que a contraproposta da maioria de solicitar ao ICNF uma autoanálise à sua própria intervenção “é, na prática, uma mão cheia de nada”. Alegando que “não há coragem para decidir nem vontade de proteger”, os socialistas afirmam que PSD e Lígia Pode pretendem assim apenas “ganhar tempo para avançarem com aquilo que verdadeiramente querem: abrir caminho à destruição do património natural de Ovar”. Questionado pela Lusa, o executivo do PSD diz que rejeitou a proposta socialista porque já estava em curso, por parte da Câmara, um diálogo com o ICNF para se iniciar “um processo de avaliação do plano de gestão florestal” do perímetro dunar de Ovar. “No essencial, ambas as propostas convergiam num ponto: a necessidade de rever o Plano de Gestão Florestal”, admite fonte do executivo liderado por Domingos Silva. “A diferença residia na forma: a suspensão imediata do plano, solicitada pelo PS, não produz qualquer efeito jurídico nem pode ser imposta pela Câmara ao ICNF; já a proposta do presidente da Câmara centrou-se no que é legalmente possível e eficaz, que é desencadear o processo de avaliação e revisão do plano diretamente com a entidade competente”, explica. Argumenta, por isso, que “aprovar uma proposta que exigia a suspensão do plano criaria expectativas infundadas junto dos cidadãos”, sugerindo que o município poderia suspendê-lo, enquanto a alternativa do PSD estabelece que a revisão pode ser “acompanhada pela Assembleia Municipal, que integra todas as forças políticas eleitas”, e envolver também a “comunidade científica, associações ambientais, juntas de freguesia e outros agentes locais”. A Câmara realça que “não recusou promover a revisão do Plano de Gestão” e que a discordância entre PSD/Agir e PS se centrou “apenas no mecanismo”, já que a suspensão imediata recomendada pelos socialistas seria um recurso “sem eficácia legal”. Já Lígia Pode refere partilhar da “preocupação de todos na defesa intransigente” do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, mas acusa os socialistas de proporem medidas “entre a inutilidade e o teatro político”. “Votei contra a proposta apresentada pelo PS por uma razão de honestidade: a Câmara Municipal não tem, por lei, qualquer poder para suspender um plano do ICNF e aprovar essa proposta seria, portanto, enganar os cidadãos”, justifica, acrescentando que “o que o PS propôs é um gesto vazio, uma encenação política que em nada contribui para a resolução do problema. Pior: ao criar um confronto institucional desnecessário com o ICNF, apenas prejudicaria o diálogo construtivo que o Executivo já iniciou”. Lígia Pode revela que a 13 de novembro o presidente da Câmara reuniu-se com o diretor do ICNF e “ficou acordado o início imediato do processo de avaliação do Plano de Gestão Florestal 2020-2038”, pelo que, na sua opinião, o PS estará a tentar “colher os louros do trabalho que outros, de forma séria e sem alarido, já estão a realizar”.

Aradas: Luís Souto regista “posição construtiva” do Chega e não afasta acordo na CMA
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Aradas: Luís Souto regista “posição construtiva” do Chega e não afasta acordo na CMA

Na primeira ocasião em que falou aos jornalistas após ter ficado resolvido o impasse em Aradas – recorde-se que o novo executivo autárquico só conseguiu ser eleito após três reuniões de instalação, resultado de um acordo firmado com o Chega – Luís Souto revelou estar “contente”. “Obviamente que não era de interesse nenhum para ninguém que se prolongasse mais tempo […] Acho que é muito importante que se deem sinais de que haja forças políticas que estão numa atitude construtiva. Registamos esses sinais”, sublinha. O autarca não perdeu a oportunidade de deixar uma farpa ao Partido Socialista (PS), uma das forças eleitas para a Assembleia de Freguesia de Aradas que estava a bloquear a aprovação do executivo, por ter mostrado uma postura “pouco construtiva”. Na opinião de Luís Souto, trata-se “quase de uma provocação política”, assim como o foi a “granada” largada pelos vereadores socialistas na primeira reunião pública de Câmara Municipal: a proposta de revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Questionado em duas ocasiões sobre se o acordo estabelecido em Aradas entre ‘Aliança’ e Chega pode dar aso a um acordo mais amplo de âmbito municipal que passe por atribuir pelouros a Diogo Soares Machado, Luís Souto nunca respondeu, frisando apenas a “postura construtiva [do Chega] manifestada por gestos concretos”. Recorde-se que, em entrevista à Ria, Diogo Soares Machado não descartou a hipótese, embora a considerasse extemporânea. Ao ‘Notícias de Aveiro’, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD, disse, na última quarta-feira, que “o acordo alcançado para a Assembleia de Freguesia de Aradas não garante por si só um acordo de âmbito municipal, mas reconhecemos que são contributos importantes para o desenvolvimento de uma parceria desejável que permita levar a cabo o programa eleitoral sufragado pelos aveirenses”.

Paulo Jorge Ferreira: “Uma universidade do futuro não pode ficar prisioneira dos modelos do passado”
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Paulo Jorge Ferreira: “Uma universidade do futuro não pode ficar prisioneira dos modelos do passado”

Foi no espaço SALT (Espaço de Aprendizagem e Ensino Ativos), no Departamento de Educação e Psicologia (DEP) da Universidade de Aveiro, que, ao longo de meia hora, Paulo Jorge Ferreira e Sandra Soares, vice-reitora para o ensino e formação, refletiram sobre inovação pedagógica, numa conversa aberta com a Ria. A escolha deste espaço não passou despercebida para ambos. Sentados num sofá, em pleno centro daquela sala, Paulo Jorge Ferreira começou por confidenciar à Ria que o SALT representa um “excelente exemplo” daquilo que a UA deve fazer no futuro. “Uma universidade que se quer do futuro não pode ficar prisioneira, refém, dos modelos do passado”, comentou. Por sua vez, Sandra Soares exprimiu o “orgulho” que sentia em ali estar. “Foi um caminho longo no caso concreto desta sala. O que aqui podem ver é o resultado da contribuição de estudantes, de docentes, de várias áreas científicas. Até o nome foi pensado em conjunto. Na altura, tínhamos uma equipa de apoio à inovação curricular e pedagógica com esta composição diversa. Foi sempre um espaço de co-construção”, partilhou. No seguimento, a vice-reitora deu ainda nota de que, ao abrigo do financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), “no contexto do Impulso UA”, já existem vários espaços “desta natureza” em diferentes unidades orgânicas. Nas que ainda não os possuem, Sandra Soares garantiu que a UA irá investir até “junho” (data em que terminam os projetos PRR) na criação de novos espaços, incluindo a reformulação do Complexo Pedagógico. “Vamos lançar um concurso público muito em breve para reforçar estes espaços nas unidades orgânicas e a mesma coisa, relativamente, ao Complexo Pedagógico. Precisamos de ter tudo isto finalizado até 30 de junho de 2026 que é quando terminam os projetos”, frisou. Questionada sobre o Programa de Formação e Atualização Pedagógica que a UA tem, atualmente, em curso, cujo objetivo é transitar para um processo de ensino mais centrado no estudante, Sandra Soares realçou à Ria o quão “especial” lhe era falar sobre o tema. Naquele dia - em que conversamos - a iniciativa completava “seis anos”. “Lançamos o programa em novembro de 2019 e até à data temos 477 ações de formação. (…) Em média, desde o início deste último mandato, temos cerca de 22% da comunidade docente envolvida em alguma destas ações, sendo que temos várias outras para além do programa”, reforçou. No âmbito do aniversário e do podcast relembrou ainda à Ria que, naquela manhã, tinha anunciado o lançamento de uma nova ação de formação: “Academia IA”. “Sabemos que a inteligência artificial veio para ficar e para se expandir. É fundamental que a nossa comunidade compreenda e tenha apoio relativamente à melhor forma de uso no contexto de ensino e aprendizagem. Vamos fazer esse caminho nesta academia”, justificou Sandra Soares. Entre os objetivos desta formação estão, entre outros, o “uso ético e responsável” da inteligência artificial ou a utilização desta ferramenta “enquanto instrumento de apoio” na avaliação e inovação curricular. A vice-reitora adiantou ainda que a “Academia IA” já está disponível na página da “Inovação Pedagógica”. Já num outro ponto da conversa, a Ria questionou ainda Paulo Jorge Ferreira sobre os “Prémios UA” que, ano após ano, têm vindo a distinguir aqueles que se destacaram em quatro categorias [Cooperação; Boas Práticas Pedagógicas; Investigação e TAG] na Universidade de Aveiro. Para o reitor da UA estes prémios são “uma componente de várias componentes”: “Transformar os espaços, apoiar e incentivar os professores a adaptarem os currículos, métodos e a inovarem do ponto de vista pedagógico e curricular”. “Eu diria que apoiar o mérito é sempre útil, mas nesta área da inovação pedagógica senti sempre, nunca tendo duvidado dela, uma adesão tão grande, por parte da comunidade, que me parece que quase que parecia desnecessário [estes incentivos]”, exprimiu. “Uma das grandes surpresas que tive foi a expectativa que tinha quanto ao ritmo de transformação dos métodos e da inovação pedagógica [na UA] e a adesão superlativa que houve depois”, continuou Paulo Jorge Ferreira. Face a isto, o reitor da UA não deixa margem para dúvidas: “A Universidade de Aveiro é uma universidade que se quer transformar. (…) Sentir a academia a correr nessa direção do futuro parece-me extraordinariamente apaixonante e motiva-me muito”. Sandra Soares não deixou de concordar: “Está no ADN da nossa instituição esta vontade e esse ímpeto para fazer melhor, correr atrás, e penso que esta adesão também está intimamente relacionada com o facto de nós ouvirmos sempre quem precisa de colocar estas mudanças em prática ou quer ir atrás das inovações”. Neste contexto, Sandra Soares destacou também um outro projeto responsável por “transformar” a instituição: o “Impulso UA – Aveiro Education and Social Alliance”, iniciado entre 2020 e 2022 e composto por duas submedidas - Impulso Jovens STEAM e Impulso Adultos. “Criamos mais de 200 microcredenciais e vamos seguramente atingir os 100% em termos de indicadores previstos na formação de adultos da região. Temos já dezenas de acordos de parceria firmados. Muitas empresas recorrem a nós porque já conhecem este tipo de ofertas para co-desenharem connosco e qualificarem ou requalificarem os seus quadros”, reforçou. Prestes a entrar na reta final da entrevista houve ainda tempo para questionar Paulo Jorge Ferreira sobre o Mestrado Integrado em Medicina, o curso da UA que demorou mais de uma década a conquistar. Apesar de partilhar o mesmo nome dos cursos existentes noutras universidades, o reitor sublinha que, em termos de organização curricular, o curso da UA é “bastante diferente”. “Não se trata de fazer igual aos outros. Acho que ninguém projetaria um curso de Medicina, hoje, guiando-se por modelos do passado”, exprimiu, insistindo que “este curso é nosso”. Questionado ainda sobre que novas ofertas formativas poderão ser esperadas, nos próximos anos, na UA, Paulo Jorge Ferreira preferiu não avançar com nenhuma área em concreto, deixando essa decisão para o futuro reitor. Vincou, porém, que “há um sentimento de satisfação”. “As novas propostas que fizemos estão a ser bem aceites e as necessidades vão evoluindo. Acho que vai haver mais necessidade de resposta na área da requalificação e nas formações de ciclo curto e profissionais do que propriamente nas licenciaturas”, comentou. “Creio que do ponto de vista dessas formações [tradicionais] estaremos mais próximos da estabilidade”, completou.