RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Aveiro é o quarto distrito com o maior número de participações por violência doméstica

O último “Relatório Anual de Segurança Interna” (RASI), referente ao ano de 2023, coloca Aveiro na quarta posição, a nível nacional, com o maior número de queixas em contexto de violência doméstica. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro, a Ria foi procurar compreender esta realidade e falou com uma vítima de violência doméstica.

Aveiro é o quarto distrito com o maior número de participações por violência doméstica
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
25 nov 2024, 14:27

É a terceira sessão de Carolina (nome fictício) no Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Aveiro (NAV) da Cáritas Diocesana de Aveiro. Começou a ser acompanhada, há cerca de três semanas, por este núcleo a nível psicológico por indicação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP). “Falo sobre situações que se têm passado e sobre a minha situação atual em casa”, começou por partilhar à Ria. Esteve casada com o ex-companheiro cerca de 25 anos “Nós conhecemo-nos muito novos… Tivemos uns anos de namoro e depois casamos. Houve uma fase da vida em que ele já tinha andado na toxicodependência. Fez tratamento…. Mais tarde acabou por ter uma outra recaída e por fazer novamente tratamento. Mas há coisa de meio ano voltou a recair…”, relembrou. Durante esse período, a escala de violência em casa era já visível: “psicologicamente, verbalmente e através da agressão física”. Foi no ano de 2021 que Carolina decidiu agir e avançar com uma ação judicial contra o ex-marido. Apesar das medidas de coação que lhe foram impostas, entre elas, de afastamento [da Carolina] o ex-companheiro continua constantemente a incumpri-las. A última agressão [física] voltou a acontecer na semana passada em plena via pública. Na altura, a única solução de Carolina foi acionar a teleassistência através do “botão de pânico” [uma medida que visa garantir a proteção e segurança das vítimas 24 horas por dia e de forma gratuita] que a acompanha “há duas ou três semanas”. “Ele [ex-companheiro] continua a andar na rua como se nada fosse… Quando acionei o botão estive sempre em contacto com uma senhora… Tive de pegar no meu carro e fugir porque ele parecia que me queria perseguir… Essa senhora pediu-me logo para me dirigir para a PSP. Fui para lá diretamente e apresentei queixa.... Mandaram um aditamento do processo para o DIAP e continuo a aguardar”, lamentou.

“Não tenho possibilidades para ter um advogado”

Carolina mora atualmente na mesma rua do ex-companheiro. Não tem possibilidades para mudar de residência face aos preços da habitação em Aveiro. É, atualmente, mãe solteira e tem três filhas ao seu encargo sendo uma delas ainda menor. As mais velhas optaram por não manter qualquer ligação ao pai face ao histórico de violência. No entanto, a mais nova procura falar e estar, constantemente, com ele. “Neste momento, o meu ex-companheiro vê na minha filha mais nova o elo mais fraco… Está constantemente a ligar-lhe e a pedir informações sobre mim. Ela faz o que o pai manda”, relatou. “No outro dia, aconteceu-me de me estar a vestir no quarto e ela abriu a porta de propósito para me mostrar ao pai em videochamada”, exemplificou.

Apesar da luta constante de Carolina para proteger que a filha esteja com o pai, o processo “tem sido muito difícil” e moroso. “Estou a tentar ver se consigo que o pai não a contacte. Neste momento, estamos com um outro processo na Polícia Judiciária [por crime sexual] porque ele anda a mandar fotos e vídeos pornográficos à minha filha. Temos uma ida ao tribunal de família e menores, proximamente, mas não sei no que isto vai dar…. Está a ser difícil. Tanta coisa que está no processo e acho que já deviam ter feito alguma coisa a ele”, expressou. Sem possibilidades para pagar um advogado, Carolina solicitou o apoio judiciário na Segurança Social. “Não tenho possibilidades para ter um advogado. Só eu é que trabalho, o pai não cumpre com o pagamento da pensão de alimentos (…) Se tivesse capacidade já tinha arranjado um advogado que andasse com isto mais rápido”, reconheceu.

“Ficam desprotegidas? Às vezes, ficam o resto da vida”

Além de Carolina, também a sua única filha menor, começou a ser acompanhada no NAV de Aveiro, neste caso, enquadrada na Resposta de Apoio Psicológico para Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica (RAP). Uma resposta, a nível nacional, promovida também pela Cáritas Diocesana de Aveiro, desde outubro de 2021, que pretende prestar apoio psicológico e psicoterapêutico a crianças e jovens vítimas enquadradas no fenómeno da violência doméstica. Atualmente, para esta mãe o NAV é um dos poucos locais em que, passado três anos [desde o início do processo contra o ex-companheiro], ainda encontra “segurança” para si e para a sua filha.

Para a equipa técnica do NAV de Aveiro, a história de Carolina é semelhante à de outras Carolinas espalhadas pelo país e pelo distrito de Aveiro. Segundo a mesma equipa, a nível nacional, esta morosidade dos processos é explicada, entre outros motivos, pelo “retrocesso muito grande” ao nível da intervenção da justiça, pela não aplicação da legislação em vigor. “No sistema de justiça, as pessoas estão sempre a mudar…e há umas mais sensíveis do que outra. Por outro lado, o volume elevado de processos para cada magistrado dificulta a triagem dos mesmos”, constatou. Por exemplo, “agora temos uma legislação mais protetora para as crianças. Antigamente, as crianças em contexto de violência doméstica não eram consideradas vítimas diretas. Ficavam de fora. Agora, aquilo que nos diz a lei, desde 2021, é que qualquer criança que esteja no contexto doméstico, relativamente, aquela família e exposta à violência mesmo que não seja vítima direta de maus-tratos é lhe atribuída o estatuto de vítima. Antigamente, era só atribuído à vítima principal”, explicou a equipa técnica.

Apesar dos avanços, a equipa reconhece que estas crianças continuam a estar “desprotegidas”. “Quando existem situações de violência direta com estas crianças não existem medidas de coação para quem inflige, no fundo, aquele maltrato à criança. (…) Têm de passar pelo tribunal de família e menores. Ficam desprotegidas? Às vezes, ficam o resto da vida”, alertou.

“São maioritariamente situações de indivíduos muito perturbados”

Segundo o RASI, no ano de 2023, registaram-se, a nível nacional, “30.461” participações em contexto de violência doméstica. O número representou uma ligeira diminuição “de 27 casos” face ao ano anterior. Destes “69.3%” das vítimas são mulheres e “78.9%” dos denunciados são homens. No que toca à idade das vítimas, “61.4%” tem idade igual ou superior a 25 anos, “28.3%” tem menos de 16 anos e “9.2%” tem entre 16 e 24 anos.

Particularizando ao distrito de Aveiro, de acordo com o relatório, é atualmente o quarto distrito, a nível nacional, com o maior número de queixas em contexto de violência doméstica: “2029” participações. Em comparação com o ano anterior [2022] registou um aumento de “18” casos.

A pouco mais de um mês para acabar o ano de 2024, a equipa técnica do NAV de Aveiro acredita que os números deste ano “estão a seguir o mesmo caminho”. “Só no mês de outubro, tivemos 30 novos casos e este mês, já registamos 19 casos…”, disse. “Nunca conseguimos saber se houve de facto um aumento por causa da aposta que tem sido feita a nível de campanhas de sensibilização (…) para divulgar estas estruturas de atendimento a nível nacional… Isto faz com que as pessoas sinalizem e procurem mais ajuda. Se existe mais violência doméstica? Nós achamos que não, mas que existe mais procura, neste momento, sim”, constatou.

Para além do aumento visível de sinalizações e da procura de apoio, a equipa técnica do NAV de Aveiro alertou ainda para a gravidade das situações, sendo cada vez mais situações de risco elevado, com práticas graves ao nível da violência perpetrada. “Temos um processo que ainda está em investigação de tentativa de homicídio em que ele perante uma separação (…) tentou asfixiá-la com uma corda, depois arrastou-a para o carro e tentou regar o carro com gasolina… São maioritariamente situações de indivíduos muito perturbados”, exemplificou.

Entre as zonas mais críticas ao nível da proveniência de situações, a equipa técnica destaca os concelhos de Aveiro, Ílhavo, Vagos e Águeda. No que toca ao perfil das vítimas, tal como a tendência a nível nacional, são maioritariamente jovens “na faixa dos 30 aos 45 anos”. “Ainda há pouco tempo tivemos uma pessoa com licenciatura que nos procurou (…) Recordo-me também de um caso de uma jovem que não se conseguia separar porque não conseguia ir sequer ao multibanco levantar dinheiro”, recordou a equipa técnica.

O que está a falhar? Para a equipa técnica uma maior aposta “ao nível da sinalização”. “Falta a formação dos magistrados e das pessoas que de facto tomam decisões… Todos a nível geral”, afirmou. Segundo esta há um “défice acentuado” ao nível desta capacidade de denúncia e de identificar estes sinais. “Os médicos sinalizam muito tarde e quando sinalizam já há muitas perdas (…) O que nós temos defendido é que há sempre forma de negociar com o utente, relativamente, à partilha de informação para ser apoiada num serviço especializado mesmo que para isso não exista qualquer queixa naquele momento. O importante é que seja informada e acompanhada, mas por um serviço que é especializado”, insistiu. “Atualmente, isso não é feito”, constatou.

No que toca à área da justiça, a equipa do NAV de Aveiro realçou ainda que é necessário “um reforço na aplicação de medidas de coação e nos recursos humanos que nesta área se revela de extrema importância”.

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Segundo uma nota camarária, esta nova urbanização, que irá nascer na zona do Alto de Assilhó, "visa dar resposta às necessidades das famílias vulneráveis identificadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação, permitindo o acesso a uma habitação digna". "Vão ser construídas casas de diferentes tipologias – cinco T1, sete T2 e sete T3 – num terreno com uma área de 6500 metros quadrados", refere a mesma nota. Cada habitação terá um pátio em logradouro na área posterior e um lugar de estacionamento, estando ainda prevista uma área de estacionamento público na urbanização e um ponto de carregamento de veículos elétricos, cumprindo desta forma os requisitos de electromobilidade. "A construção das habitações terá em consideração a adaptação às alterações climáticas, pelo que estarão preparadas para enfrentar os riscos físicos associados ao clima, dando uma melhor resposta de conforto térmico e segurança aos habitantes", refere a mesma nota. De forma a promover a economia circular, adianta a autarquia, serão incorporados materiais resultantes de reciclagem ou de produtos que integrem nos seus processos de produção conteúdos de material reciclado. A Estratégia Local de Habitação do Município de Albergaria-a-Velha partiu da identificação e caracterização da carência habitacional e engloba, atualmente, um conjunto de ações de reabilitação e construção, com financiamento através do Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.

Hospital José Luciano de Castro em Anadia acolhe Centro de Atendimento Clínico
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“É uma medida salutar, reconhecendo assim que o Hospital tem capacidades para reforçar e complementar esta prestação de serviço do SNS [Serviço Nacional de Saúde], há muito reivindicado pelo Município”, destacou. Em comunicado enviado à agência Lusa, a Câmara Municipal de Anadia informou que o anúncio de Teresa Cardoso foi feito na reunião pública de executivo, que ocorreu quinta-feira. A este propósito, o vice-presidente da Câmara, Jorge Sampaio, também deixou uma nota de reconhecimento à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que “veio ao município auscultar as necessidades, nomeadamente do Hospital de Anadia”. “A abertura do CAC é de enorme importância para os munícipes anadienses e uma nova etapa para o Hospital”, apontou. De acordo com aquela autarquia do distrito de Aveiro, a ministra da Saúde visitou as instalações e as várias valências do Hospital José Luciano de Castro em setembro deste ano. “Na ocasião, foi também dado a conhecer os cuidados que o Hospital presta à população, os acordos que tem com o Serviço Nacional de Saúde, que se desejam ser alargados em número de especialidades e de atos, bem como a necessidade de criar uma resposta de serviço de atendimento”, indicou. Ainda no âmbito da Saúde, a presidente da Câmara Municipal de Anadia evidenciou que o Ministério da Saúde atribuiu ao seu município duas viaturas elétricas destinadas ao serviço de saúde local. A entrega de uma delas decorreu na quinta-feira, em Pombal, numa cerimónia presidida pela ministra da Saúde.

Ópera e dança em destaque no primeiro trimestre de 2025 em Ílhavo
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Ópera e dança em destaque no primeiro trimestre de 2025 em Ílhavo

“Nos primeiros três meses do ano, o 23 Milhas propõe música, teatro, dança, exposições, um encontro de mediação e serviços educativos, o regresso do festival Palheta e a reabertura do espaço Planteia à programação”, refere uma nota divulgada hoje. Um dos destaques vai para o espetáculo “Maria de Buenos Aires”, uma ópera-tango com música do compositor Astor Piazzolla e libreto de Horário Ferrer, cuja estreia data de 1968, que será apresentada na Casa da Cultura de Ílhavo, no dia 25 de janeiro. No dia seguinte, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré recebe o espetáculo de teatro para a infância “CA.LEI.DOS.CÓ.PI.CO”, da companhia Terceira Pessoa. Já em fevereiro, o GrETUA regressa ao Cais Criativo da Costa Nova com mais um evento dos “Sleepstages: concertos para dormir”, com música ininterrupta, ao vivo e durante oito horas, que arranca às 23:55 do dia 1 de fevereiro e termina num pequeno-almoço no Cais. No dia 7, às 21:30, a Teatro Meia Volta apresenta na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré “Q de Quê?”, um espetáculo de teatro em forma de pergunta, dirigido a crianças e jovens a partir dos oito anos, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género. No dia 8 de fevereiro, a artesã Vanessa Barragão inaugura a exposição “Submerso Imerso”, na Casa da Cultura de Ílhavo, às 21:00 e, no mesmo dia, às 21:30, David Fonseca apresenta “Still 25”, em que celebra 25 anos de carreira com os seus maiores êxitos, mas também através de um espetáculo que funde música, cinema e performance. No dia 14 de fevereiro, a “Minha Casa Tour”, de David Carreira, em que o artista interpreta alguns dos seus maiores sucessos em acústico, passa pela Casa da Cultura de Ílhavo e, já no dia 16, a Orquestra Filarmónica Gafanhense apresenta um concerto especial na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré. No fim de semana seguinte, já a 21 de fevereiro, a Astro Fingido regressa a Ílhavo para apresentar “Dilema Capital”, espetáculo que reflete sobre a condição de ser artista. Já em março, de 14 a 16, o festival Palheta - Robertos e Marionetas volta à Gafanha da Nazaré e, no mesmo mês, o Planteia regressa da sua hibernação e promove o Plantio da Primavera, em que a comunidade é convidada fazer a manutenção do espaço-jardim da praça da Casa da Cultura de Ílhavo, mas também a plantar o que irá florir nos meses seguintes. Por fim, a 23 de março, a Casa da Cultura de Ílhavo, acolhe “Sagração”, da conceituada coreógrafa e bailarina brasileira Deborah Colker, que apresenta um espetáculo de dança criado a partir do clássico “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, mas que lhe adiciona sons e ritmos brasileiros.

Câmara de Ovar tem projeto de 2,1 ME para a nova esquadra da PSP
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Câmara de Ovar tem projeto de 2,1 ME para a nova esquadra da PSP

Em causa está uma obra na ordem dos 2,1 milhões de euros, que, embora financeiramente suportada pela tutela, será coordenada pela autarquia, que não apenas assumiu o encargo do projeto, como também cedeu para o efeito um terreno de 1.360 metros quadrados entre a Rua Gomes Freire e a Travessa Adelino Amaro da Costa. “Mais do que um edifício, a nova esquadra da PSP será um legado para o concelho, que terá então uma infraestrutura que coloca a nossa Polícia de Segurança Pública em melhores condições para servir e proteger a população”, declarou à Lusa o presidente da autarquia, Domingos Silva. Para o autarca social-democrata, a Câmara “abraçou a responsabilidade de elaborar o projeto de execução e garantir a cedência do terreno” para demonstrar o seu “compromisso com a segurança e o bem-estar da comunidade” e assim ver cumprida uma ambição já antiga do território. Domingos Silva realçou ainda que a cooperação institucional estabelecida para o efeito “demonstra como diferentes entidades podem unir esforços para beneficiar a população” e propõe-se agora “continuar a acompanhar de perto todas as fases do processo, garantindo que a infraestrutura será concluída com a qualidade que o concelho de Ovar merece". Antes que possa ser objeto do concurso público para escolha do respetivo construtor, o projeto de arquitetura está condicionado a duas autorizações: primeiro, o parecer da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, e, depois, o aval do próprio Ministério da Administração Interna, que, confirmando o cabimento da despesa, celebrará então o contrato interadministrativo para arranque do procedimento concursal. “A expectativa mais razoável aponta para o segundo trimestre de 2025” como data para arranque da obra, que, a partir dessa altura, terá um prazo de execução de 18 meses, disse. Quanto à empreitada em si, prevê a demolição do imóvel existente no terreno da Rua Gomes Freire – aquele que em tempos acolheu os serviços municipalizados de água e saneamento – e a construção de um edifício de raiz com cave, rés do chão e primeiro andar. A empreitada também contempla o arranjo de espaços exteriores e, no total, a área de construção será de 1.255 metros quadrados. Domingos Silva notou que, atualmente, o edifício dos antigos serviços de água está desalinhado com a construção envolvente, mas adiantou que esse aspeto “será corrigido” pela nova intervenção, para garantir ao local um ordenamento urbanístico mais equilibrado. Uma vez concluída a obra, a nova esquadra vai apresentar valências como ginásio com sala de musculação, balneários, sala de refeições e convívio, gabinetes de formação, arquivo e arrecadações para material apreendido, armas e achados, assim como zonas de dormida distintas consoante a hierarquia, dois espaços de detenção, um gabinete de audição e inquérito, e outro de apoio à vítima.

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Bombeiros e agentes de Proteção Civil querem formação pela faculdades de Medicina
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Bombeiros e agentes de Proteção Civil querem formação pela faculdades de Medicina

“A FENIX-ANBAPC defende que toda a formação INEM, IP deverá passar exclusivamente para as faculdades de Medicina, garantindo assim, todos os aspetos fundamentais para que Portugal detenha excelentes provedores de cuidados médicos de emergência, altamente educados, treinados e qualificados providenciando um serviço de excelência às comunidades, focados nos pacientes”, lê-se num comunicado divulgado este sábado. Para a associação Fénix, o INEM deverá ficar apenas responsável por “produzir a autorização para a prática da atividade” e por “executar o controlo da mesma, nos padrões e métricas cientificamente validadas”, produzindo “a cada dois anos as chamadas certificações de prática”. Esta tomada de posição da associação de bombeiros e agentes de proteção civil surge na sequência da divulgação, na sexta-feira, do projeto de relatório da auditoria feita pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) à gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Salientando que na auditoria “foram apuradas diversas insuficiências e suspeitas de ilegalidades”, a Fénix refere que “infelizmente não são novidade”, tendo várias das situações elencadas sido “por várias vezes apresentadas em sede própria, sem terem tido a atenção devida”. Como resultado, sustenta, a emergência médica em Portugal chegou ao “estado lastimável em que se encontra”. Entre as várias situações de “gravidade extrema” detetadas, a associação Fénix destaca as relativas à formação, lembrando que “desde sempre que alertou para o facto de que a formação INEM, I.P. é de má qualidade” e não é sujeita a “qualquer auditoria e controlo”. “No que diz respeito em especial à formação TAT [Tripulante de Ambulância de Transporte] e TAS [Tripulante de Ambulância de Socorro], ministrada aos corpos de bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa através de várias entidades acreditadas pelo INEM, revela-se a falta de auditoria. Ora, não havendo auditoria e acompanhamento não podem ser garantidos os padrões, o que nos leva a colocar em causa toda a formação que foi ministrada”, sustenta. “Por outro lado – questiona - quando tanto se ouve falar em ‘peritos’ e ‘especialistas’, onde andaram estes no decorrer destas situações de má memória, onde estiveram estes quando quase 70% dos TEPH [Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar] não concluíram a sua formação e, mesmo assim, estão ao serviço, sem a conclusão da sua formação?". Neste contexto, a associação defende que “pouco mais resta que reavaliar” todos os Tripulantes de Ambulância e Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar existentes, redefinindo o seu modelo de educação “em sede de faculdades de Medicina”. “Portugal não pode ter nomenclaturas e títulos inventados e sem qualquer reconhecimento além-fronteiras”, sustenta. Paralelamente, a Fénix reclama a implementação de um programa de educação para instrutores dos Serviços Médicos de Emergência, ministrado em faculdades de Medicina. Para a associação, as conclusões do relatório da IGAS demonstram que “inventar dá mau resultado, especialmente quando estão vidas envolvidas”, e provam que “os grupos parlamentares e os governos devem dar mais atenção ao que é vezes sem conta relatado, mas que pouca ou nenhuma atenção mereceu”. O projeto de relatório da auditoria ao INEM pedida pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, avaliou quatro grandes áreas: meios de emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção de trabalhadores em áreas críticas. O projeto de relatório vai ser agora remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a IGAS emitido 44 recomendações.

1 em cada 3 veículos de emergência do INEM estava na oficina em outubro
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1 em cada 3 veículos de emergência do INEM estava na oficina em outubro

Segundo o projeto do relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde à IGAS, a que a Lusa teve acesso, a frota de emergência médica do INEM era no início de outubro composta por 524 veículos, 170 dos quais estavam na oficina, o que representa 33%. Dos 524 veículos de emergência médica,76,7% têm data de matrícula até 2015 (inclusive), refere a IGAS, para quem a antiguidade da frota, bem como a utilização em condições bastante exigentes, "causa constrangimentos operacionais e aumento da despesa pública", tendo em conta a frequência e o valor da reparação e manutenção. No período em análise, o Serviço de Helitransporte de Emergência Médica esteve operacional em 97,30 % das horas de funcionamento previstas. A IGAS refere, contudo, que o tempo de inoperacionalidade aumentou no período entre 2021 e o final do primeiro semestre deste ano. Para isto contribuíram fatores como a avaria de aeronaves e de equipamentos, inspeção, manutenção, limpeza e troca de aparelho, assim como a falta de tripulação, ou seja, de equipa médica (médico e enfermeiro) e de piloto e o excesso de horas de voo. A IGAS diz ainda que não ficou evidente "a realização de uma análise periódica das horas de indisponibilidade do serviço de helicópteros de emergência médica e dos respetivos motivos", de modo a que possam ser ponderadas "medidas mitigadoras", bem como a informação possa ser considerada na preparação dos procedimentos de contratação pública relativos a estes serviços. A auditoria avaliou quatro grandes áreas: meios de emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção de trabalhadores em áreas críticas. O projeto de relatório da auditoria, que ficou concluído na passada sexta-feira, vai ser remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a IGAS emitido 44 recomendações.

Só 13% das denúncias de violência doméstica dão condenações
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De acordo com a informação estatística referente à situação de mulheres e homens em Portugal em várias áreas de vida em sociedade, divulgada na sexta-feira, em 2023 registaram-se 30.461 ocorrências por violência doméstica, das quais apenas 4.141 resultaram em condenações dos agressores, o que “é residual”. Aliás, o número de condenações nos tribunais de primeira instância não tem sofrido grande alteração desde 2015, ano em que se registaram 3.898, com o máximo a pertencer ao ano de 2021 (4.275). A “esmagadora maioria das vítimas de violência doméstica” são mulheres (sete em dez, em 2023) e “a larga maioria” de pessoas denunciadas e condenadas são homens (oito em dez, em 2023), realçam os dados, que revelam ainda que “muitas vezes há grau de parentesco” entre vítimas e agressores. O último “Relatório Anual de Segurança Interna” (RASI), referente ao ano de 2023, colocaAveiro na quarta posição, a nível nacional, com o maior número de queixas em contexto de violência doméstica. Com dados atualizados até 20 de novembro deste ano, o boletim, produzido pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), demonstra que a violência de género “continua a atingir de forma desproporcionada as mulheres”. Residual é também – assinalam os dados oficiais – o número de detenções efetivas por crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual, na esmagadora maioria praticados por homens. No que diz respeito à educação, se, por um lado, as meninas não estão tão sujeitas ao precoce abandono escolar e se são elas que mais concluem o ensino superior, por outro, “continua a assistir-se a uma forte segregação das escolhas educacionais”, sendo elas maioritárias nos cursos de educação, saúde e proteção social. A estatística alerta especificamente para o fosso entre mulheres e homens na área digital, tanto ao nível educacional como do mercado de trabalho, que se traduz “em lacunas na inovação e no futuro de toda a economia digital e do conhecimento”. No trabalho, a taxa de emprego das mulheres continua a ser inferior à dos homens, ainda que acima da média da União Europeia, e o desemprego afeta também mais as mulheres. Outro dado revela que a maior parte das pessoas que trabalha a tempo completo são homens e a maior parte das pessoas que trabalha a tempo parcial são mulheres, situação que, a par de outras, resultará em pensões mais baixas, ficando “as mulheres idosas particularmente mais expostas ao risco de pobreza”. A taxa de pobreza das mulheres é superior à dos homens e em praticamente todos os grupos etários a taxa de risco de pobreza é maior para elas. Além disso, e apesar de mais escolarizadas, as mulheres ganham menos do que os homens e trabalham em profissões menos bem remuneradas. “De notar que, quanto mais habilitadas e qualificadas são as mulheres, menos elas ganham relativamente aos homens”, alerta o boletim. Simultaneamente, as mulheres ainda estão em minoria nos cargos de poder e tomada de decisão e o trabalho não remunerado (tarefas domésticas e de cuidado com descendentes e ascendentes) ainda é assegurado quase exclusivamente por elas. O boletim destaca a “evolução positiva constante” da presença de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas cotadas em bolsa e “uma evolução expressiva da taxa de feminização dos conselhos de administração”, que passou de 13,5%, em 2015, para 34,9%, em 2023. Nos dados sobre a população, ficamos a saber que, em 2023, era maioritariamente composta por mulheres, destacando-se uma taxa de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações e o adiamento da parentalidade. “Em Portugal, tanto mulheres como homens têm menos filhos/as do que aqueles que desejariam ter”, conclui o boletim. A estatística oficial assinala ainda a “tendência crescente de casamentos entre pessoas do mesmo sexo” (1.009 em 2023), bem como da mudança do sexo no registo civil e consequente alteração de nome próprio (522 em 2023).

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