Aveiro é o quarto distrito com o maior número de participações por violência doméstica
O último “Relatório Anual de Segurança Interna” (RASI), referente ao ano de 2023, coloca Aveiro na quarta posição, a nível nacional, com o maior número de queixas em contexto de violência doméstica. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro, a Ria foi procurar compreender esta realidade e falou com uma vítima de violência doméstica.
Isabel Cunha Marques
JornalistaÉ a terceira sessão de Carolina (nome fictício) no Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Aveiro (NAV) da Cáritas Diocesana de Aveiro. Começou a ser acompanhada, há cerca de três semanas, por este núcleo a nível psicológico por indicação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP). “Falo sobre situações que se têm passado e sobre a minha situação atual em casa”, começou por partilhar à Ria. Esteve casada com o ex-companheiro cerca de 25 anos “Nós conhecemo-nos muito novos… Tivemos uns anos de namoro e depois casamos. Houve uma fase da vida em que ele já tinha andado na toxicodependência. Fez tratamento…. Mais tarde acabou por ter uma outra recaída e por fazer novamente tratamento. Mas há coisa de meio ano voltou a recair…”, relembrou. Durante esse período, a escala de violência em casa era já visível: “psicologicamente, verbalmente e através da agressão física”. Foi no ano de 2021 que Carolina decidiu agir e avançar com uma ação judicial contra o ex-marido. Apesar das medidas de coação que lhe foram impostas, entre elas, de afastamento [da Carolina] o ex-companheiro continua constantemente a incumpri-las. A última agressão [física] voltou a acontecer na semana passada em plena via pública. Na altura, a única solução de Carolina foi acionar a teleassistência através do “botão de pânico” [uma medida que visa garantir a proteção e segurança das vítimas 24 horas por dia e de forma gratuita] que a acompanha “há duas ou três semanas”. “Ele [ex-companheiro] continua a andar na rua como se nada fosse… Quando acionei o botão estive sempre em contacto com uma senhora… Tive de pegar no meu carro e fugir porque ele parecia que me queria perseguir… Essa senhora pediu-me logo para me dirigir para a PSP. Fui para lá diretamente e apresentei queixa.... Mandaram um aditamento do processo para o DIAP e continuo a aguardar”, lamentou.
“Não tenho possibilidades para ter um advogado”
Carolina mora atualmente na mesma rua do ex-companheiro. Não tem possibilidades para mudar de residência face aos preços da habitação em Aveiro. É, atualmente, mãe solteira e tem três filhas ao seu encargo sendo uma delas ainda menor. As mais velhas optaram por não manter qualquer ligação ao pai face ao histórico de violência. No entanto, a mais nova procura falar e estar, constantemente, com ele. “Neste momento, o meu ex-companheiro vê na minha filha mais nova o elo mais fraco… Está constantemente a ligar-lhe e a pedir informações sobre mim. Ela faz o que o pai manda”, relatou. “No outro dia, aconteceu-me de me estar a vestir no quarto e ela abriu a porta de propósito para me mostrar ao pai em videochamada”, exemplificou.
Apesar da luta constante de Carolina para proteger que a filha esteja com o pai, o processo “tem sido muito difícil” e moroso. “Estou a tentar ver se consigo que o pai não a contacte. Neste momento, estamos com um outro processo na Polícia Judiciária [por crime sexual] porque ele anda a mandar fotos e vídeos pornográficos à minha filha. Temos uma ida ao tribunal de família e menores, proximamente, mas não sei no que isto vai dar…. Está a ser difícil. Tanta coisa que está no processo e acho que já deviam ter feito alguma coisa a ele”, expressou. Sem possibilidades para pagar um advogado, Carolina solicitou o apoio judiciário na Segurança Social. “Não tenho possibilidades para ter um advogado. Só eu é que trabalho, o pai não cumpre com o pagamento da pensão de alimentos (…) Se tivesse capacidade já tinha arranjado um advogado que andasse com isto mais rápido”, reconheceu.
“Ficam desprotegidas? Às vezes, ficam o resto da vida”
Além de Carolina, também a sua única filha menor, começou a ser acompanhada no NAV de Aveiro, neste caso, enquadrada na Resposta de Apoio Psicológico para Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica (RAP). Uma resposta, a nível nacional, promovida também pela Cáritas Diocesana de Aveiro, desde outubro de 2021, que pretende prestar apoio psicológico e psicoterapêutico a crianças e jovens vítimas enquadradas no fenómeno da violência doméstica. Atualmente, para esta mãe o NAV é um dos poucos locais em que, passado três anos [desde o início do processo contra o ex-companheiro], ainda encontra “segurança” para si e para a sua filha.
Para a equipa técnica do NAV de Aveiro, a história de Carolina é semelhante à de outras Carolinas espalhadas pelo país e pelo distrito de Aveiro. Segundo a mesma equipa, a nível nacional, esta morosidade dos processos é explicada, entre outros motivos, pelo “retrocesso muito grande” ao nível da intervenção da justiça, pela não aplicação da legislação em vigor. “No sistema de justiça, as pessoas estão sempre a mudar…e há umas mais sensíveis do que outra. Por outro lado, o volume elevado de processos para cada magistrado dificulta a triagem dos mesmos”, constatou. Por exemplo, “agora temos uma legislação mais protetora para as crianças. Antigamente, as crianças em contexto de violência doméstica não eram consideradas vítimas diretas. Ficavam de fora. Agora, aquilo que nos diz a lei, desde 2021, é que qualquer criança que esteja no contexto doméstico, relativamente, aquela família e exposta à violência mesmo que não seja vítima direta de maus-tratos é lhe atribuída o estatuto de vítima. Antigamente, era só atribuído à vítima principal”, explicou a equipa técnica.
Apesar dos avanços, a equipa reconhece que estas crianças continuam a estar “desprotegidas”. “Quando existem situações de violência direta com estas crianças não existem medidas de coação para quem inflige, no fundo, aquele maltrato à criança. (…) Têm de passar pelo tribunal de família e menores. Ficam desprotegidas? Às vezes, ficam o resto da vida”, alertou.
“São maioritariamente situações de indivíduos muito perturbados”
Segundo o RASI, no ano de 2023, registaram-se, a nível nacional, “30.461” participações em contexto de violência doméstica. O número representou uma ligeira diminuição “de 27 casos” face ao ano anterior. Destes “69.3%” das vítimas são mulheres e “78.9%” dos denunciados são homens. No que toca à idade das vítimas, “61.4%” tem idade igual ou superior a 25 anos, “28.3%” tem menos de 16 anos e “9.2%” tem entre 16 e 24 anos.
Particularizando ao distrito de Aveiro, de acordo com o relatório, é atualmente o quarto distrito, a nível nacional, com o maior número de queixas em contexto de violência doméstica: “2029” participações. Em comparação com o ano anterior [2022] registou um aumento de “18” casos.
A pouco mais de um mês para acabar o ano de 2024, a equipa técnica do NAV de Aveiro acredita que os números deste ano “estão a seguir o mesmo caminho”. “Só no mês de outubro, tivemos 30 novos casos e este mês, já registamos 19 casos…”, disse. “Nunca conseguimos saber se houve de facto um aumento por causa da aposta que tem sido feita a nível de campanhas de sensibilização (…) para divulgar estas estruturas de atendimento a nível nacional… Isto faz com que as pessoas sinalizem e procurem mais ajuda. Se existe mais violência doméstica? Nós achamos que não, mas que existe mais procura, neste momento, sim”, constatou.
Para além do aumento visível de sinalizações e da procura de apoio, a equipa técnica do NAV de Aveiro alertou ainda para a gravidade das situações, sendo cada vez mais situações de risco elevado, com práticas graves ao nível da violência perpetrada. “Temos um processo que ainda está em investigação de tentativa de homicídio em que ele perante uma separação (…) tentou asfixiá-la com uma corda, depois arrastou-a para o carro e tentou regar o carro com gasolina… São maioritariamente situações de indivíduos muito perturbados”, exemplificou.
Entre as zonas mais críticas ao nível da proveniência de situações, a equipa técnica destaca os concelhos de Aveiro, Ílhavo, Vagos e Águeda. No que toca ao perfil das vítimas, tal como a tendência a nível nacional, são maioritariamente jovens “na faixa dos 30 aos 45 anos”. “Ainda há pouco tempo tivemos uma pessoa com licenciatura que nos procurou (…) Recordo-me também de um caso de uma jovem que não se conseguia separar porque não conseguia ir sequer ao multibanco levantar dinheiro”, recordou a equipa técnica.
O que está a falhar? Para a equipa técnica uma maior aposta “ao nível da sinalização”. “Falta a formação dos magistrados e das pessoas que de facto tomam decisões… Todos a nível geral”, afirmou. Segundo esta há um “défice acentuado” ao nível desta capacidade de denúncia e de identificar estes sinais. “Os médicos sinalizam muito tarde e quando sinalizam já há muitas perdas (…) O que nós temos defendido é que há sempre forma de negociar com o utente, relativamente, à partilha de informação para ser apoiada num serviço especializado mesmo que para isso não exista qualquer queixa naquele momento. O importante é que seja informada e acompanhada, mas por um serviço que é especializado”, insistiu. “Atualmente, isso não é feito”, constatou.
No que toca à área da justiça, a equipa do NAV de Aveiro realçou ainda que é necessário “um reforço na aplicação de medidas de coação e nos recursos humanos que nesta área se revela de extrema importância”.
Recomendações
Autárquicas: Vereador Vítor Carvalho volta a ser o candidato do PSD à Câmara de Arouca
Continuando a não ser militante do partido, esse cabeça de lista do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto já liderou a lista dos sociais-democratas em 2021, mas na altura fê-lo em coligação com o CDS-PP e o PPM. O comunicado de hoje do PSD não refere, contudo, alianças partidárias, mencionando apenas que “em breve [se] conhecerão outras forças e pessoas que se juntam a esta nova energia”. O que Vítor Carvalho anuncia, citado pelo PSD, é um programa focado nas pessoas: “Quero liderar um projeto de proximidade, que ouve e que age. Um projeto que valoriza o nosso território, que aposta na cultura, no turismo sustentável, no emprego e na coesão social. Que seja capaz de fixar jovens, apoiar os mais velhos e cuidar do que é nosso”. A recandidatura surge na sequência das “manifestações de apoio e incentivo recebidas” pelo atual vereador, após “um período de reflexão e diálogo com muitos arouquenses”. Segundo o comunicado, foi isso que “levou o PSD a convidá-lo formalmente para liderar novamente o projeto autárquico no concelho, depois de em 2021 ter protagonizado um excelente resultado eleitoral”. Questionado pela Lusa sobre a carreira profissional, política e associativa do candidato, o PSD de Arouca não disponibilizou essa informação Além de Vítor Carvalho pelo PSD, à Câmara de Arouca ainda não foram oficialmente anunciadas outras candidaturas. Com cerca de 22.400 habitantes e mais de 329 quilómetros quadrados de extensão, 85% dos quais de área florestal, o município de Arouca é atualmente gerido por um executivo camarário que integra quatro elementos do PS e três do PSD.
Coligação “Anadia Primeiro” apresenta candidatos ao executivo municipal e inaugura nova sede
Tal como noticiado pela Ria, Jorge Sampaio será o candidato à presidência da Câmara Municipal de Anadia e Pedro Esteves o nome escolhido para liderar a Assembleia Municipal pela coligação "Anadia Primeiro – PSD/CDS". Citado numa nota de imprensa enviada esta segunda-feira às redações, Jorge Sampaio – sobre os candidatos agora apresentados a vereadores no Município de Anadia-, exprimiu que é “com orgulho que lidero um grupo de pessoas tão capazes, genuínas e comprometidas com o futuro do nosso concelho”. “Esta é uma equipa que combina renovação com experiência, ambição com proximidade. Estamos preparados para continuar a fazer mais e melhor por Anadia”, vincou. Na nota, a coligação realça ainda que se trata “de uma equipa renovada, com forte ambição e sólida experiência política, académica, empresarial e associativa. São pessoas profundamente ligadas às suas comunidades, com provas dadas tanto no setor público como no privado”. Conheça aqui os candidatos ao executivo municipal pela coligação “Anadia Primeiro” (PSD/CDS): Tem 39 anos e é residente na Azenha, Vilarinho do Bairro. É casado e pai de dois filhos, licenciado em Engenharia Civil, empresário e perito da ADENE. Atualmente preside à Junta de Freguesia de Vilarinho do Bairro. Segundo a nota, é ainda dinamizador de eventos culturais e desportivos, tendo desempenhado funções diretivas em várias associações locais. Tem 49 anos e é residente em Anadia. É casada e mãe de um filho, licenciada em Gestão e Planeamento em Turismo e coordena o projeto “Anadia Digit@l”. Exerceu funções no Parque Nacional da Peneda-Gerês e foi coordenadora da Rota da Bairrada. É atualmente vogal da Comissão Política do PSD Anadia. Tem 52 anos e é residente em Avelãs de Cima. Casado e pai de um filho, é doutorando em Ciências e Engenharia do Ambiente. É ainda docente do ensino superior e provedor do estudante no Politécnico de Santarém, sendo, atualmente, o presidente da Junta de Freguesia de Avelãs de Cima. Tem 37 anos e é residente em Outeiro de Baixo, São Lourenço do Bairro. É mestre em Engenharia Mecânica, exerce funções na área da gestão e desenvolvimento de projetos mecânicos. É vice-presidente da Federação Portuguesa de Bilhar e presidente do Centro Cultural e Recreativo do Outeiro de Baixo, além de tesoureiro da Comissão Política do PSD Anadia. Tem 39 anos e é residente na Curia. Licenciada em Economia, é cofundadora da Bam•bu Bicycles e embaixadora do Pacto Climático Europeu. De acordo com a nota é também membro de “várias associações locais e nacionais”, sendo o seu propósito a “aposta em soluções regenerativas para os territórios”. Tem 43 anos e é residente em Anadia. Licenciada em Engenharia Civil, com pós-graduação em Higiene e Segurança no Trabalho, tem experiência em direção e segurança em obra. É, também, atleta medalhada internacional de Trail Running, tendo sido fundadora do Saca Trilhos Anadia. Foi atleta e treinadora de basquetebol no Anadia Futebol Clube.
Feira Agrícola afirma setor primário da Murtosa
O certame dirige-se aos profissionais e ao público em geral, tendo patente uma exposição de maquinaria agrícola, equipamentos e serviços de agricultura, artigos comerciais, artesanato, bem como a representação de associações e cooperativas agrícolas. “Exaltar a cultura associada à ruralidade, num concelho onde o setor primário, e a atividade agrícola em particular, assume grande importância económica e social” é o propósito do evento, que se realizada pela décima vez. A Feira é realizada pela autarquia em parceria com a Associação de Criadores de Raça Holstein da Região Centro e com a Associação para o Desenvolvimento da Estação de Apoio à Bovinicultura Leiteira (EABL). Um dos atrativos são os concursos de raças marinhoa e holstein-frísia, organizados com as respetivas associações de criadores. Na manhã de sábado realiza-se o Concurso Regional da Raça Marinhoa e, à tarde, os concursos juvenis e jovens de raça frísia, enquanto no domingo será a prova da classe de animais adultos. Outros momentos de destaque do certame são as provas de tratores na sexta-feira, a vacada e o espetáculo equestre na noite de sábado e o passeio equestre, na manhã de domingo. A Feira Agrícola da Murtosa terá ainda uma área de restauração, dinamizada por associações locais, e um cartaz diversificado de animação musical.
Quatro desalojados em Arrifana após incêndio consumir casas geminadas
O alerta foi dado pelas 14h28 deste domingo e, segundo a mesma fonte, o incêndio propagou-se através do telhado, que é comum. Três dos desalojados irão para casa de familiares enquanto o quarto irá ser alojado numa habitação cedida pela Câmara Municipal, acrescentou. A fonte indicou não haver registo de feridos. No combate às chamas estiveram os bombeiros de Arrifana e de São João da Madeira, disse fonte do Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto.
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Autárquicas: Vereador Vítor Carvalho volta a ser o candidato do PSD à Câmara de Arouca
Continuando a não ser militante do partido, esse cabeça de lista do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto já liderou a lista dos sociais-democratas em 2021, mas na altura fê-lo em coligação com o CDS-PP e o PPM. O comunicado de hoje do PSD não refere, contudo, alianças partidárias, mencionando apenas que “em breve [se] conhecerão outras forças e pessoas que se juntam a esta nova energia”. O que Vítor Carvalho anuncia, citado pelo PSD, é um programa focado nas pessoas: “Quero liderar um projeto de proximidade, que ouve e que age. Um projeto que valoriza o nosso território, que aposta na cultura, no turismo sustentável, no emprego e na coesão social. Que seja capaz de fixar jovens, apoiar os mais velhos e cuidar do que é nosso”. A recandidatura surge na sequência das “manifestações de apoio e incentivo recebidas” pelo atual vereador, após “um período de reflexão e diálogo com muitos arouquenses”. Segundo o comunicado, foi isso que “levou o PSD a convidá-lo formalmente para liderar novamente o projeto autárquico no concelho, depois de em 2021 ter protagonizado um excelente resultado eleitoral”. Questionado pela Lusa sobre a carreira profissional, política e associativa do candidato, o PSD de Arouca não disponibilizou essa informação Além de Vítor Carvalho pelo PSD, à Câmara de Arouca ainda não foram oficialmente anunciadas outras candidaturas. Com cerca de 22.400 habitantes e mais de 329 quilómetros quadrados de extensão, 85% dos quais de área florestal, o município de Arouca é atualmente gerido por um executivo camarário que integra quatro elementos do PS e três do PSD.
PAN, Chega e Livre ainda sem nomes para Aveiro nas eleições autárquicas
Em entrevista à Ria, Ana Gonçalves, porta-voz da Comissão Política Distrital de Aveiro do PAN, garantiu que o partido irá avançar com candidatura, mas sublinhou que o processo ainda está em fase de organização “interna”. Questionada sobre um possível atraso para o anúncio do candidato, a porta-voz descartou essa hipótese e afirmou que este é um processo “natural” e que, “em princípio”, o PAN concorrerá sem coligações. Nas últimas autárquicas, em 2021, o PAN apresentou-se coligado com o PS, tendo a coligação “Viva’Aveiro” alcançado “26%” dos votos. Em 2017, quando concorreu sozinho, o partido [PAN] obteve “3,29%”, com o PS a somar “30,97%”. Lembre-se ainda que já, em entrevista à Ria, no âmbito do podcast eleições autárquicas, Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS-Aveiro, exprimiu que na sua opinião a coligação [com o PAN] tinha “falhado”. “Falhou o recurso a determinadas pessoas da sociedade civil, que em determinado momento até podem ter tido uma ação que foi importante, em determinado contexto e muito circunscrito, como por exemplo a questão do líder do movimento ‘Juntos pelo Rossio’, mas que em sede de eleições autárquicas acabou por revelar que não foram as decisões ideais para melhorarmos o nosso resultado”, opinou também. Já o Chega confirmou, por escrito, esta segunda-feira, que ainda não escolheu candidato para Aveiro. “Ainda não avançamos”, informou Pedro Alves, presidente da Comissão Política Distrital. Nas eleições autárquicas de 2021, a primeira vez que o partido concorreu, em Aveiro, o Chega alcançou “4,04%” dos votos. No caso do Livre, tal como anteriormente avançado pela Ria, Salomé Gomes, membro do Grupo de Coordenação Local do Livre-Aveiro, garantiu que o partido avançará, pela primeira vez, com uma candidatura por Aveiro às eleições autárquicas. Neste momento e consultando o site do partido, o Livre tem a decorrer uma segunda ronda das primárias. As candidaturas do distrito e do concelho de Aveiro podem ser consultadas aqui. Consultando o calendário para o processo das primárias, as votações da segunda volta decorrem entre esta terça e quarta-feira, 8 e 9 de julho, sendo os resultados provisórios publicados esta sexta-feira, 11 de julho. É expectável que no início da próxima semana, o Livre já tenha candidato anunciado. Recorde-se que, até ao momento, já foram anunciados os seguintes candidatos à Câmara Municipal de Aveiro: Luís Souto de Miranda pela “Aliança Mais Aveiro” (coligação PSD/CDS/PPM); Alberto Souto de Miranda pelo Partido Socialista (PS); Miguel Gomes pela Iniciativa Liberal (IL); Isabel Cristina Tavares pela CDU (coligação PCP/PEV) e João Moniz pelo Bloco de Esquerda (BE). Conforme noticiado pela Ria, as eleições autárquicas vão decorrer no dia 12 de outubro.
Festival dos Canais: Carolina Deslandes com Pedro Abrunhosa e Agir, Dino D’Santiago, Capitão Fausto
Dino D'Santiago é o primeiro artista a pisar o palco do Cais da Fonte Nova, pelas 22h, no primeiro dia do festival. O mesmo local acolhe no dia seguinte, 17, pelas 22h30, um concerto de Carolina Deslandes com Pedro Abrunhosa e Agir. Capitão Fausto com a Orquestra das Beiras e a Banda Recreativa Eixense, também no Cais da Fonte Nova, vão ser os protagonistas do último dia do Festival, domingo dia 20, pelas 19h. Milhanas, Soraia Tavares e 47 de Fevereiro têm também passagem agendada para o Festival. A entrada é gratuita. A informação foi hoje divulgada, através de uma nota enviada às redações, por parte da autarquia aveirense. A programação conta ainda com iniciativas de “teatro, dança, novo circo, instalações artísticas, gastronomia, atividades para crianças e outras propostas que prometem transformar o quotidiano da cidade”, aponta a Câmara Municipal de Aveiro (CMA). O Festival é organizado pela CMA, através do Teatro Aveirense. Para José Pina, diretor do festival, a edição “volta a reunir as caraterísticas que têm feito do evento um sucesso desde que foi criado”. O diretor sublinha, na nota enviada, que a cidade dos canais volta a “contar com vários projetos nos canais da cidade, conteúdos que dialogam com o território, propostas em que a inclusão e a participação das comunidades têm um papel fundamental, áreas dedicadas ao público infantil e estreias, tanto absolutas como nacionais, com artistas locais, nacionais e internacionais, numa conjugação permanente entre o artístico e o lúdico”. A programação inclui, à semelhança das edições dos últimos anos, “um pop-up do Chefs On Fire, evento gastronómico que convida chefs de renome a cozinhar em fogo lento, celebrando as origens da cozinha”. São 12 os chefs que vão passar em Aveiro, entre 18 e 20 de julho, ao almoço e ao jantar, em momentos que vão contar com concertos de vários músicos reconhecidos. No dia 18 os convidados são Iolanda e João Borsch. Raquel Martins e Bateu Matou marcam presença na iniciativa no dia 19 e o último dia conta com Benjamim e Napa. A iniciativa decorre no Parque Infante D. Pedro. A programação inclui ainda “um grande espetáculo aéreo concebido pela companhia belga Theatre Tol”, a apresentação do espetáculo Patois, da coreógrafa britânica Jeanefer Jean-Charles. A nível de estreias, o Festival dos Canais contará com Castelo dos Fantasmas, uma peça da Red Cloud Teatro de Marionetas. Olivier Grossetête será o responsável pela “dimensão visual” do Festival, com a apresentação de uma instalação “construída durante o evento com caixas de cartão e a participação massiva da comunidade”, aponta a nota da autarquia. “No âmbito do programa comunitário Creart 3.0, serão ainda apresentadas obras dos artistas Kristaps Priede (Letónia) e Hristina Zafirovska (Macedónia do Norte), criadas na sequência de residências artísticas em Aveiro”, atenta ainda a CMA. O evento terá ainda “duas criações projetadas em edifícios marcantes da paisagem aveirense”, numa colaboração com o Festival PRISMA / Art Light&Tech. O Festival dos Canais volta ainda “a contar com dois dos seus mais icónicos recintos: A Sala de eStar, que transforma a Praça da República num espaço doméstico, e a Funky Beach, uma praia em plena cidade”. Os dois espaços pretendem ser “pontos de encontro”, que contarão “com serviço de bar, concertos e DJs”. Para as crianças e famílias, são também várias as propostas agendadas no Jardim das Brincadeiras, “um recinto acolhedor, divertido e repleto de atividades inventivas”, localizado na Baixa de Santo António.
Alberto Souto promove encontro temático sobre economia e empresas com presença de Fernando Medina
O encontro tem como objetivo refletir sobre a importância estratégica da economia e do tecido empresarial no desenvolvimento sustentável do Município de Aveiro. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, esta segunda-feira, 7 de julho, a concelhia do PS Aveiro refere que a dinamização do comércio, a criação de emprego, o incentivo ao investimento, a industrialização e a prestação de serviços são motores fundamentais para o “crescimento sustentável local e regional”. "Com uma economia dinâmica, o Município de Aveiro conseguirá melhorar a sua atratividade, as suas infraestruturas, a educação, a saúde, a cultura, o desporto, a responsabilidade social e qualidade de vida dos aveirenses", defende. Durante a sessão será destacada a necessidade de uma parceria “clara e eficaz entre a Câmara Municipal e o setor empresarial”, capaz de “identificar oportunidades, remover obstáculos e planear o desenvolvimento, atratividade e coesão territoriais de forma criativa, sustentável, equilibrada e inclusiva”. O 11º encontro terá como palestrante convidado Fernando Medina. Na nota, o PS refere ainda que o ciclo de Encontros Temáticos, iniciado em fevereiro, terminará no dia “19 de julho” com o tema “Planeamento e Urbanismo”.