Presidente da Turismo Centro de Portugal lança desafio para a criação de hotel escola
O novo presidente da Turismo Centro de Portugal, Rui Ventura, lançou hoje o desafio para a criação de um hotel escola, que permita perpetuar a autenticidade das tradições das várias regiões do Centro do país.
Redação
“Para que as tradições se mantenham e a autenticidade perdure, temos de as perpetuar, fazendo desde já o desafio para a criação de um hotel escola, dando uma resposta especializada para as diversas áreas do turismo não perderem os sabores que referi e dotando, assim, o território de recursos humanos qualificados”, destacou.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, foi empossado, ao final da manhã de hoje, presidente da comissão executiva da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, numa cerimónia que decorreu no Parque de Exposições de Aveiro.
Depois de elencar uma série de sabores do Centro do país, Rui Ventura deixou a promessa de “tudo fazer” para manter a identidade do território. Para tal, indicou a pretensão de serem criadas plataformas intermédias, para discutir e interagir com as várias comunidades intermunicipais, de forma regular, para “não perderem a sua identidade”. “Temos de nos complementar criando âncoras que sejam sedutoras o suficiente para fazer despertar a curiosidade e, como consequência, uma permanência mais prolongada do turista”, acrescentou.
De acordo com Rui Ventura, a Turismo Centro de Portugal irá continuar a trabalhar “sem descanso” no turismo de sustentabilidade ambiental, acompanhando os novos tempos e “a necessária prosperidade com a inevitável e fraturante agenda de descarbonização”. “Não podemos, por hábitos arreigados ou comodismo egoísta confiscar o futuro dos nossos filhos e netos”, sustentou.
Aos presentes disse também que é necessário alterar velhos paradigmas, nomeadamente na mobilidade dentro do território e para o território. “O Centro de Portugal tem condições únicas para ser alavanca de desenvolvimento para todo o Portugal”, justificou.
Segundo Rui Ventura, é ainda importante refletir sobre a estratégia de posicionamento da marca turística associada à Região Centro. “A comunicação do destino é uma delas e devemos centrar a nossa atenção numa das ferramentas em que tem assentado essa comunicação: o mapa turístico para o mercado nacional e internacional. Considero a renovação deste mapa fundamental para uma mais adequada promoção da Região Centro”, defendeu.
Para além da aposta nos compromissos da digitalização e da sustentabilidade, Rui Ventura afirmou que a Turismo do Centro de Portugal deve continuar a apostar em novos modelos de comercialização, distribuição, monitorização e auditoria do destino turístico. Deve também “aprofundar ainda mais” a relação com as regiões vizinhas espanholas de Castela e Leão, Extremadura e a Comunidade de Madrid.
Ao secretário de Estado do Turismo, presente na cerimónia, apontou a necessidade de se trabalhar na Lei nº33/2023, que estabelece o regime jurídico das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e características, bem como o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo. “É uma lei que se encontra ultrapassada, até porque as regiões têm provado que podemos percorrer um caminho de maior autonomia administrativa e financeira, sem colocar em risco o alinhamento com a tutela e com o Turismo de Portugal”, alegou.
Sobre a Lei 33/2023, o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, admitiu que “não ficou perfeita” porque as universidades e os politécnicos nem sequer se podiam associar às assembleias gerais, mas também porque, na dotação orçamental, a fórmula encontrada dava uma soma que não é suficiente. “A própria revisão da Lei nº 33 pode ficar aquém da expectativa criada e quem tiver a responsabilidade de liderar a próxima Secretaria de Estado do Turismo pode ir ainda mais longe”, referiu.
Recomendações
Câmara de Ílhavo lança inquérito à mobilidade da população
“Os resultados deste questionário permitirão retratar as deslocações diárias da população, como as distâncias percorridas, o tempo despendido e os modos de transporte mais utilizados”, adianta uma nota de imprensa municipal. Outro dos objetivos do inquérito, acessível na página institucional do Município da Internet, é recolher informações sobre a utilização e procura das linhas do operador do transporte público, bem como “aferir o nível de satisfação dos utilizadores”. A iniciativa está inscrita na Semana Europeia da Mobilidade, que é assinalada em Ílhavo de 16 a 22, sob o mote “Combina e Move-te!”, com o foco na "multimodalidade" no setor dos transportes. Na segunda-feira, um miniautocarro elétrico da BusWay vai estacionar em duas escolas e junto aos Paços do Concelho, com o objetivo de promover o Serviço Público de Transporte de Passageiros. Nas escolas será feita a divulgação e informação sobre o serviço público de transporte e a sua concessão, “com o intuito de angariar novos utentes”, sendo distribuídos panfletos, horários e ‘merchandising’ da campanha. Na quarta e na quinta-feira, a Biblioteca Municipal de Ílhavo dedica a “História do Dia” ao tema da mobilidade, com “História do dia…a pedais e com pernas para andar!”, para crianças a partir dos 4 anos, e no dia seguinte na Biblioteca da Gafanha da Nazaré. A Semana Europeia da Mobilidade é uma iniciativa da Comissão Europeia, coordenada em Portugal pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e conta com a participação de municípios e instituições de toda a Europa para promover a mobilidade sustentável e a melhoria da qualidade de vida nas cidades. Já no dia 27, a Escola Municipal de Educação Rodoviária (EMER) promove mais uma sessão de “EMER em Família”, para “promover momentos de partilha e de convívio entre crianças, jovens e adultos, desenvolvendo, de forma criativa, noções associadas à segurança rodoviária”.
Capicua, Ana Deus e dezenas de autores nos 10 anos do Festival Literário de Ovar
Com entrada livre em todas as iniciativas do programa, o evento do distrito de Aveiro é organizado pela Câmara Municipal local e propõe uma edição comemorativa “mais alargada, participativa e profundamente ligada ao território e ao seu tempo”. Domingos Silva, presidente da Câmara de Ovar, declarou à Lusa que, ao fim de 10 anos e 11 edições, o festival está “totalmente consolidado” e acrescenta: “Se é verdade que o Festival Literário de Ovar é hoje uma efetiva celebração do concelho, que durante cinco dias se transforma numa verdadeira biblioteca viva, também tem a ambição de continuar a reinventar-se, na certeza da sua valia cultural, social e económica da proposta neste caminho dinâmico e eterno de aproximar a literatura dos leitores”. O autarca defende, por isso, que o futuro do evento passa por “continuar a crescer e a reinventar novas formas de promover a leitura e a partilha de momentos culturais diferenciadores e identitários”. Distribuída por locais como o Parque Urbano de Ovar, o Centro de Arte, a Escola de Artes e Ofícios, o Museu Júlio Dinis e o Parque Ambiental do Buçaquinho, a edição do 2025 do Festival Literário de Ovar propõe para o seu primeiro dia uma instalação sonora de Tiago Schwäbl, uma mesa-redonda sobre a relação entre criação artística e obra literária, uma performance teatral pela companhia Contacto, uma conversa entre os músicos Capicua e Luís Portugal, e um concerto por Carlos Alberto Moniz. Para quinta-feira está prevista a apresentação do livro de Daniel Pinto-Rodrigues “O corregedor interior”, assim como uma conferência sobre literatura enquanto processo de libertação e o concerto “Canções para beber com Pessoa”, de Ana Deus e Luca Argel. O dia seguinte está reservado para uma performance do Trigo Limpo Teatro ACERT, uma oficina de leitura e escrita por Paulo Freixinho, a apresentação dos livros “Um pouco mais de sol” de Abel Mota e “Phosphoros (100 amorfos)” de António Carlos Santos, uma conferência sobre a relação do festival com o território e outra sobre o potencial anti-poder da cultura – tudo antes do concerto “Anónimos de Abril” com Joana Alegre, Rogério Charraz e José Fialho Gouveia. Sábado será dedicado à entrega de prémios do Concurso Literário e de Ilustração Júlio Dinis, a oficinas de ilustração por Nuno Alexandre Vieira e aRita, e à apresentação dos livros “Truz Truz, abre a porta, avestruz”, de Vera Morgado, “Patrulha Raposa – Vigilantes da floresta”, de Diana de Oliveira, “Agora sou capaz”, de Ricardo Santos e Joana Nogueira, e “Cartografia”, de Minês Castanheira e Raquel Patriarca. No mesmo dia haverá mais teatro do Trigo Limpo, uma sessão de contos por Luís Correia Carmelo, uma mesa-redonda sobre vaidade e inveja, outra sobre amizade e dinheiro, e uma terceira sobre obstinação na escrita, sendo que para a noite está reservada uma sessão de “Poesia a meias” e o espetáculo “Para atravessar contigo o deserto do mundo”, com Lúcia Moniz e Pedro Lamares. O festival encerra domingo com várias outras atividades: além de teatro profissional e cinema por estudantes locais, incluirá sessões de contos por Cândida Jardim e Paula Margato, oficinas de ilustração por Matilde Horta e Rita Correia, e a apresentação dos livros “O descabido caso dos livros desaparecidos” de Carlos Nuno Granja, “A dança dos pássaros invisíveis” de Edgar Pedro, “O rufo do tambor que levamos no peito” de Rui Guedes e os títulos da coleção “Colégio do Templo” de Nuno Bernardo. As mesas redondas desse dia, por sua vez, contarão com os autores Vanessa Martins, Alice Caetano, Joana Leitão Cristina Carvalho, José Manuel Castanheira, Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins e Rui Couceiro.
Associação MaisPinhal preocupada com lagoas secas e morte de animais em parque de Ovar
A denuncia que essa associação do distrito de Aveiro enviou à Lusa é acompanhada de diversas fotos, entre as quais as de lagoas quase secas, fundos de lodo retalhado por crostas motivadas pela secura, esqueletos de animais que a água não tem altura para cobrir, patos mortos, vedações caídas, etc. “Constatou-se uma enorme mortandade dentro do parque ambiental, um cheiro nauseabundo e a existência de muitas outras mortes, inclusive de lagostins”, declarou fonte da MaisPinhal. Perante o facto de os 24 hectares de área florestal do Buçaquinho serem diariamente frequentados por muitos adultos e crianças, que nessa zona verde da freguesia de Cortegaça procuram os prados para lazer, os circuitos de caminhada e a cafetaria, a associação pediu a análise dos problemas identificados ao seu conselho científico, que integra “biólogos e especialistas que ajudaram na conceção do parque”. Essa equipa avançou a seguinte justificação para o problema: “Quando o nível da água de um lago desce, a falta de oxigénio (hipóxia) é agravada pela estagnação da água e pelo calor, o que prejudica a vida aquática. Além disso, a redução da profundidade pode provocar mudanças drásticas na temperatura, que, combinadas com a perda de habitat e a deterioração da qualidade da água, criam um ambiente inóspito, levando à morte dos peixes e afetando as aves que dependem deles para se alimentar”. O conselho científico da MaisPinhal realça ainda que “a decomposição de organismos mortos também consome oxigénio, agravando o problema e levando à anoxia (ausência total de oxigénio), que é fatal para os peixes". Além disso, “a pouca água e elevada temperatura podem ter levado também a ‘blooms’ de cianobactérias e outras microalgas que produzem toxinas”, pelo que, quanto à causa da morte específica dos patos, “a intoxicação provocada por algas que proliferam em águas ‘chocas’ e quentes é uma forte possibilidade". Sem compreender porque é que a autarquia não recorre às linhas de água das proximidades para abastecer as lagoas, a MaisPinhal culpa assim a Câmara Municipal de Ovar pelo “vergonhoso abandono de um equipamento público” e por um “atentado ambiental que coloca em causa todo o ecossistema do Parque Ambiental”. Questionada pela Lusa, a autarquia afirma que a situação do Buçaquinho resulta de “um problema estrutural associado à degradação das telas plásticas de impermeabilização das lagoas”, que foram instaladas aquando da criação do parque e que, “com o passar do tempo, a ação dos raios UVe danos mecânicos”, deixaram de funcionar com eficácia, “originando fugas de água”. Outra causa apontada para o problema é “a ausência de um sistema de bombagem de grande caudal que assegure a reposição de água em períodos de maior calor”, pelo que “a dependência quase exclusiva das condições meteorológicas, aliada ao verão de 2025 mais quente e seco do que a média, levou à descida acentuada dos níveis hídricos e ao esvaziamento de algumas lagoas”. A Câmara adianta depois: “Face ao agravamento da situação, a autarquia tem em curso uma intervenção de fundo, que incluirá a instalação de um sistema de bombagem de grande caudal e a substituição integral das impermeabilizações, com recurso a materiais mais duradouros”. Dizendo-se comprometida com a preservação e valorização do Parque Ambiental, a Câmara garante que está “a trabalhar para assegurar a sustentabilidade das lagoas e do ecossistema envolvente”.
Fraude fiscal na cortiça que lesou o Estado em 400 mil euros julgada na Feira
Os arguidos, que estão acusados de um crime de fraude fiscal qualificada, optaram por ficar em silêncio no início do julgamento. O processo tinha ainda como arguidos outras duas sociedade e o seu representante legal, que se encontra em parte incerta e, por essa razão, estes foram declarados contumazes. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram entre 2019 e 2021 e envolvem empresas que não possuíam atividade efetiva, tratando-se de "sociedades meramente instrumentais", para emissão e utilização de faturas falsas, tendo em vista a obtenção de vantagens fiscais indevidas, nomeadamente em sede de IVA e IRC. O MP diz que estas sociedades não possuíam qualquer estrutura empresarial, meios, máquinas, instrumentos, trabalhadores que suportassem a movimentação de milhares de euros, servindo apenas para a emissão de faturas falsas relacionadas com vendas de cortiça e rolhas de cortiça que nunca existiram. Com esta atuação, de acordo com a investigação, os arguidos alcançaram uma vantagem patrimonial ilegítima no valor global de 378.425 euros, causando um prejuízo ao Estado de idêntico valor. O MP requereu que este montante seja declarado perdida a favor do Estado.
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UA dá “passo muito importante” com Teatro Anatómico e reforça prática dos estudantes de Medicina
Em declarações à Ria, António Amaro, diretor do Teatro Anatómico, sublinhou a importância deste avanço para a instituição na formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina. “É um passo muito importante porque a UA necessitava de ter um local onde pudesse fazer a disseção cadavérica”, exprimiu. “Uma coisa é dar anatomia sem ter acesso aos cadáveres, outra coisa é ter acesso aos cadáveres. (…) Os alunos de Medicina têm necessidade de ter contacto com os órgãos reais e não apenas com os órgãos poliméricos, (…) feitos em plástico”, continuou. O diretor do Teatro sublinhou ainda que o espaço terá também impacto na formação contínua de profissionais de saúde. “Este teatro anatómico poderá ser utilizado para cursos fora da Universidade, nomeadamente em áreas como a cirurgia. Os cirurgiões precisam de locais onde possam treinar determinado tipo de técnicas cirúrgicas. E, por isso, o teatro anatómico está aberto a essas colaborações futuras”, avançou. Recorde-se ainda que, em entrevista à Ria, Firmino Machado, diretor do curso de medicina na UA, já tinha avançado que o Teatro Anatómico iria beneficiar outros cursos, como é o caso da Engenharia Biomédica ou das Ciências Biomédicas. Durante a sessão de inauguração foi ainda apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, tendo-se seguido uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contou com a presença de Ana Povo, secretária de Estado da Saúde, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.
Câmara de Aveiro adjudica várias obras por 14,6 milhões de euros na penúltima reunião do mandato
Segundo uma nota camarária, o executivo municipal adjudicou cinco empreitadas durante a reunião camarária realizada esta quarta-feira, a penúltima antes das eleições autárquicas que estão marcadas para 12 de outubro. O maior valor vai para a requalificação do Museu de Aveiro Santa Joana que foi adjudicada por 5.268.674,71 euros e um prazo de execução de 540 dias. "A empreitada vai ocorrer na qualificação da zona histórica, da igreja e do antigo claustro, incidindo muito em especial na correção de múltiplas patologias já identificadas desde a última intervenção, há 16 anos, nomeadamente de entrada de água/humidade pelas coberturas e paredes, melhorando de forma muito relevante as condições de eficiência energética do edifício", refere a mesma nota. O executivo municipal aprovou ainda a adjudicação da empreitada de remodelação do antigo edifício da Biblioteca Municipal de Aveiro, com vista à instalação do futuro Museu de Arte Cerâmica Contemporânea, por 4.724.032,73 euros e um prazo de execução previsto de 540 dias. A operação a desenvolver tem como principal objetivo recuperar e adaptar o edifício original, respeitando a sua traça e identidade, através da remoção das estruturas introduzidas durante o período em que albergou a Biblioteca Municipal. O projeto inclui ainda a construção de um novo volume, com linguagem arquitetónica moderna, a implantar na zona dos antigos canteiros. O Museu de Arte Cerâmica Contemporânea acolherá o acervo municipal resultante das sucessivas edições da Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro. Ainda na mesma reunião, foi adjudicada a empreitada de construção do novo edifício de apoio às Piscinas e Recinto de Feiras de Cacia, pelo valor de 2.219.640,40 euros com um prazo de execução previsto de 540 dias, e a empreitada de requalificação do edifício da antiga Junta de Freguesia da Vera Cruz – Escola do Adro, pelo valor de 809.746,10 euros, com um prazo de execução de 180 dias. Finalmente, o executivo municipal deliberou adjudicar a empreitada de reabilitação das ligações Azurva – Esgueira e Alagoas – Santa Joana – Área 3, à empresa Manuel Francisco de Almeida, S.A., que corresponde um novo investimento da autarquia no valor de 1.668.058,18 euros e um prazo de execução de 365 dias.
Câmara de Aveiro lança concurso para reabilitar Conservatório de Música por 6,9 milhões de euros
Segundo uma nota camarária, o executivo municipal deliberou aprovar, na sua penúltima reunião antes das autárquicas, a abertura do concurso público para a obra de reabilitação profunda e ampliação do Conservatório de Música de Aveiro – Calouste Gulbenkian, com um valor base de 6.893.848,21 euros. “A intervenção, conforme previsto, decorre da necessidade de reabilitar o edificado existente, assegurando melhores condições de conforto acústico e térmico, e dotando o Conservatório de meios técnicos adequados à realidade escolar e à oferta formativa atual, sempre com respeito pela identidade e valor arquitetónico do edifício”, refere a mesma nota. O projeto, de acordo com a autarquia, contempla também a ampliação do Conservatório, incluindo a construção de uma ala nova para a área de formação em Dança, salas de estudo individual e um novo hall de entrada com condições de acessibilidade universais, através de escada e elevador. Este nova ala irá nascer no local onde se encontra atualmente a antiga sede da CERCIAV - Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Aveiro, que será demolida. A proposta da autarquia para a demolição deste imóvel suscitou um debate intenso entre o atual presidente da Câmara, Ribau Esteves, e o candidato do PS à Câmara de Aveiro, Alberto Souto de Miranda, que defendia a preservação do imóvel, considerando que se trata de um exemplo da arquitetura típica da Casa Portuguesa, da Escola do Arquiteto Raul Lino. O socialista chegou mesmo a avançar com uma providência cautelar para suspender o processo, mas a autarquia aprovou uma Resolução Fundamentada que assegura a continuidade do projeto e da obra, mantendo-se em apreciação a providência cautelar. Com esta obra, a Câmara diz que pretende proporcionar melhores condições de trabalho aos docentes, ao mesmo tempo que amplia as oportunidades e reforça a qualidade da formação cultural e musical ao dispor dos jovens alunos do Conservatório.
Luís Souto critica modelo de cogestão utilizado na Reserva Natura de São Jacinto
Como já tinha feito durante a apresentação do seu programa eleitoral, Luís Souto tentou puxar a si as políticas ambientais. “O ambiente não é património da esquerda ou de quem quer que seja”, recordou, depois de também assinalar que foi a Aliança Democrática (AD), por intermédio de Gonçalo Ribeiro Telles, do Partido Popular Monárquico (PPM), quem introduziu as primeiras políticas ambientais. Embora não fosse “assinar nada com a ministra” – o que, diz, seria “ótimo” – Luís Souto pegou no programa eleitoral para começar a explicar a sua visão para o Município, nomeadamente nos aspetos que se cruzam com o ambiente e com os espaços verdes. A primeira ideia a ser apresentada foi a intenção de apostar nos parques públicos. Isso significa, de acordo com o candidato, fazer mais e requalificar os parques atualmente existentes que servem para fruição pública, como é o caso do Parque Infante D. Pedro, e construir uma área verde ligada ao desporto informal em todas as áreas urbanas. Outra aposta são os “EcoParques”, que, segundo explica Luís Souto, devem relacionar a educação ambiental e o turismo ambiental. Neste campo, a grande bandeira é a criação de um EcoParque no Baixo Vouga que, sem prejuízo das atividades agrícolas e com respeito pela biodiversidade e pelo ecossistema, consiga aproveitar a capacidade turística do espaço. Como exemplo, o candidato refere os passadiços de Esgueira ou a Reserva Natural de São Jacinto, que também pode ser visitada, para mostra que é possível aliar “atividades lúdicas em respeito pelo ambiente”. Arcachon, em França, foi tida como referência, embora reconheça que é preciso pensar à escala de Aveiro. A ideia, ressalva, necessita de uma colaboração estreita com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Nesse sentido, Luís Souto aproveitou por mandar uma bicada aos adversários políticos. “Nós não diabolizamos o turismo. Há outras candidaturas a quem faz muita impressão ver o crescimento do turismo, mas a nós não”, atirou o candidato da “Aliança”. Segundo aponta, a ideia de apostar num turismo que vá além do centro da cidade vai fazer com que o tempo de estadia de quem visite Aveiro se prolongue e tem, por isso, potencial económico. Luís Souto defendeu também um novo parque já previsto no Plano Diretor Municipal (PDM) que, segundo afirma, só será possível graças à grande aposta política dos próximos anos que será o eixo Aveiro-Águeda. Mais uma vez no ataque à oposição, o candidato da Aliança referiu que, durante o debate promovido na passada segunda-feira pelo Jornal de Notícias e pela TSF, “de repente a esquerda já estava toda contra o parque e agora queria colocar uma densidade de prédios nesta zona”. “É curioso como eles dão a volta e de repente são eles a defender muito a densificação de prédios”, conclui. Luís Souto também falou daquela que é a “menina dos seus olhos”, o Centro de Arte Contemporânea. Esse espaço, que deve ter um primeiro polo na Casa de Chá do Parque, que deve ser recuperada, vai permitir, nas palavras do candidato, “uma combinação do espaço verde com a arte”. Uma prioridade também destacada foi o estimular de uma relação mais próxima entre a cidade e a água. Ao passo que o candidato começa por dar nota que foram dados passos importantes ao longo do mandato de Ribau Esteves, como a Estrada do Sal, Luís Souto considera que também houve coisas que ficaram por fazer, nomeadamente no campo da “arte urbana”. Sempre com atenção ao possível desperdício de água, Luís Souto aponta que quer voltar a ver a água em movimento no Município. A propósito do modelo de cogestão utilizado na Reserva Natural de São Jacinto, Luís Souto disse não acreditar nesse tipo de modelo. “Eu acredito num modelo em que existem conselhos em que está a Universidade, a Junta de Freguesia de São Jacinto, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)… Como entidade de gestão, eu não faço o politicamente correto e digo o que penso, acho que não é um bom modelo. Quando as coisas são em cogestão há um empurra responsabilidades”, considera o candidato, que pede que também nesta área se “confie nas autarquias”, explicou o candidato. Em entrevista à Ria, Luís Souto afirmou que a equipa que lidera, enquanto futura gestão autárquica, “está interessada em prosseguir o caminho de assumir responsabilidades para depois pedirem contas”. De forma a reiterar o que disse na sua intervenção, sublinha que é preciso “ser completamente claro” em relação a quem tem a gestão de forma a evitar um “passa-culpas” entre as entidades. O cabeça-de-lista da coligação “Aliança com Aveiro” fez ainda questão de defender, à semelhança do que tem sido feito pelo atual executivo, o fim do aterro de Eirol no médio-longo prazo. Recorde-se que, em março, como noticiado pela Ria, a Câmara Municipal de Aveiro deu nota de que continuava a pressionar o governo para pôr um fim ao aterro. Em frente à ministra Maria da Graça Carvalho, Luís Souto disse que no imediato aceitaria as medidas de mitigação já propostas pela autarquia, mas admitiu manter a luta que vem da governação de Ribau Esteves. À Ria, o candidato garante que não vai “desarmar” dessa luta que pretende que seja em colaboração com o Governo. Luís Souto acredita que Aveiro não pode continuar a assumir os resíduos de toda a região e, apesar de entender que o executivo de Luís Montenegro tem seguido uma política geral de resíduos que vai noutro sentido, propõe um caminho rumo à desativação do aterro. Durante a intervenção, Luís Souto defendeu ainda a eletrificação da frota municipal, o apoio aos mercados locais e municipais e uma política de arborização do Município. De seguida, quem tomou a palavra foi a ministra do Ambiente e da Energia. Depois de cumprimentar o candidato e os presentes, Maria da Graça Carvalho notou que Aveiro é a região do país onde o ambiente está mais presente. Segundo a governante, o ecossistema é muito frágil e, pela questão do risco de cheias, da Ria, do litoral, da luta contra as espécies invasoras ou da proteção da biodiversidade, é dos que está mais exposto aos efeitos das alterações climáticas. Para dar resposta, a ministra refere que existe um enquadramento legal para estas questões na Lei Europeia do Vegetal. No mesmo sentido, a governante explica que está a ser elaborado um Plano Nacional do Vegetal que tem como objetivos o aumento do número de árvores em território nacional, a criação de espaços urbanos mais verdes – algo que diz que está em linha com o que defendeu Luís Souto – ou a renaturalização dos rios. A ministra explica que, devido às alterações climáticas, a Ria está sujeita a grandes diferenças entre a maré cheia e a maré baixa. Foi por isso que, aponta, o Governo apostou na constituição da Ria Viva, que congrega todas as áreas ambientais de Aveiro de forma “holística”. Maria da Graça Carvalho aponta que é possível juntar os fundos comunitários e tirar partido das sinergias entre os projetos e ter, na direção da entidade, o presidente do ICNF e o presidente da APA. Dessa forma, os projetos partem logo com a “bênção” do ICNF e da APA. Entre os projetos que já têm orçamento previsto está o projeto do Baixo Vouga Lagunar. Embora, como explica, fosse inicialmente de âmbito muito mais agrícola, o Governo procurou “resgatar” a ideia para financiar também uma ligação mais ambiental. Entre os objetivos do investimento de cerca de 25 milhões de euros está precisamente a luta contra as cheiras e contra as inundações. Outro dos objetivos do Governo é avançar com o processo de descarbonização dos transportes públicos. Por isso, enaltece o investimento em cerca de 850 autocarros elétricos distribuídos por todo o país com que também Aveiro foi agraciada. Ainda neste ponto, refere que a descarbonização passa também pelo investimento nos metros (como é o caso do metro de Lisboa, do Porto e do serviço de BRT em Coimbra) feito pelo Programa Operacional Sustentável. Em Aveiro, a ministra frisa que “ainda” não é o caso, mas “nunca se sabe”. Recorde-se que a ideia de construir um metro de superfície está inscrita no programa do Bloco de Esquerda e que, no programa do Partido Socialista, também é previsto um sistema de BRT no longo prazo. Confrontado pela Ria, Luís Souto não exclui que, com o crescimento que Aveiro tem vindo a ter, um metro possa vir a fazer sentido. No entanto, o candidato descarta por completo que a medida possa fazer sentido ao longo do próximo mandato. A ministra também se debruçou sobre a política de resíduos para dizer que Portugal está muito atrás das metas europeias. Para conseguir recuperar, Maria da Graça Carvalho nota que vai ser levada a cabo uma grande campanha de redução de resíduos a ser lançada este mês. Entre as medidas previstas, a ideia passa por aumentar a capacidade de incineração e apostar na educação ambiental nas escolas. Foi dada também relevância ao combate às espécies invasoras, nomeadamente na Pateira de Fermentelos, no concelho de Águeda, onde atacam essencialmente jacintos-de-água. No sentido de resolver o problema, a ministra refere que foi comprada uma nova ceifeira no total de 700 mil euros. Do mesmo grau de ameaça, assinala a preocupação com algas japonesas. Como resposta, diz estarem a ser financiados projetos de investigação na Universidade do Algarve. A pensar no futuro, a ministra espera manter uma relação tão próxima com Luís Souto como mantém com Ribau Esteves. Segundo afirma, é um contacto “praticamente diário” até porque o atual autarca “é muito vocal a pedir aquilo de que precisa”. Em resposta a uma pergunta do público, a ministra desdramatizou ainda os efeitos dos projetos de energias eólicas offshore. A governante considera que “há uma distância muito grande entre muitos e muitos e grandes projetos” e a realidade. Para existirem, Maria da Graça Carvalho aponta que têm de contar com fundos europeus ou com o financiamento de entidades externas que tenham interesse em apoiar os projetos. Da mesma, só é possível avançar no caso de se estar a falar em zonas onde o impacto ambiental é mínimo. Segundo afirma, não está provado que o rendimento dos pescadores seja afetado pelas eólicas offshore e há até quem diga que se verifica o contrário. O próximo “Encontro com Aveiro”, promovido pela candidatura à autarquia, acontece esta quinta-feira, 18 de setembro. No edifício Atlas, Luís Souto recebe Sebastião Bugalho, eurodeputado eleito pelo PSD, pelas 18h30.