Diretor da ESAN assegura que, em “2027”, Oliveira de Azeméis terá um campus
A Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção de Aveiro – Norte (ESAN), da Universidade de Aveiro (UA), em Oliveira de Azeméis, quer aumentar o número de investigadores e de estudantes através da construção de um novo edifício, na zona norte da ESAN. A convicção foi partilhada por José Martinho de Oliveira, diretor da ESAN, em entrevista à Ria.
Isabel Cunha Marques
JornalistaPara conseguir atingir esse objetivo [aumentar o número de investigadores], José Martinho de Oliveira partilhou com a Ria que vai nascer na ESAN um novo edifício que vai albergar “quase toda a atividade de investigação”. “Queremos libertar este edifício [ESAN] para expandir, consolidar mais a nossa oferta formativa e trazer mais empresas para a UA. Atualmente, já temos três investigadores, mas gostávamos de chegar, com o novo equipamento, aos 30 investigadores”, partilhou. Nesse sentido, vai ser criada uma associação designada “fábrica do futuro”. “Queremos com o conceito da fábrica do futuro trazer novas soluções de investigação, novas tecnologias e, dessa forma, também conseguir um ensino virado para o futuro”, realçou o diretor.
No que toca à construção do edifício, José Martinho de Oliveira revelou que a arquitetura do novo espaço foi pensada pelo arquiteto Joaquim Oliveira, responsável por idealizar também o edifício da ESAN, e que será construído do lado norte. “Para quem conhece isto sabe que este edifício [ESAN] não é visível da estrada. A nossa ideia é que o novo edifício seja visível para mostrar que aqui existe uma Universidade e atividade”, partilhou.
O novo projeto terá “um investimento de oito milhões de euros, sendo que 50% serão comparticipados por fundos regionais, uma parte significativa pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e o restante pelo grupo Simoldes”, adiantou. “Estamos a falar de um investimento mínimo privado de um milhão de euros”, completou o diretor da ESAN.
Sobre a data de conclusão [do novo edifício], o responsável realçou que ainda “não existe no papel” um prazo, mas que tem a “ambição” que esteja concluído em “dezembro de 2027”.
ESAN quer conquistar mais 150 novos estudantes
Além da área de investigação, José Martinho de Oliveira partilhou que quer “aumentar a atividade da ESAN com ofertas de curta, média e longa duração”. Neste momento, “temos já um curso de mestrado aprovado que vai entrar em funcionamento, no próximo ano letivo, 2025/2026, em Engenharia e Fabrico Digital”, desvendou. Segundo o diretor da ESAN, o objetivo é aumentar dos atuais “cerca de 350 estudantes para 500”. “O edifício da ESAN já estava concebido para essa capacidade, mas temos todos os espaços ocupados com equipamentos. Daí a importância do novo edifício”, sublinhou.
“É elevar este campus aquilo que se faz hoje no campus de Aveiro”
Para José Martinho de Oliveira, outros dos objetivos da ESAN, passa por ter a “mesma qualidade e oferta de serviços do campus de Aveiro”. “Em termos de ensino, estamos no mesmo patamar. Agora claro que reconhecemos que ainda há um conjunto de infraestruturas que não temos, nomeadamente, na componente social. Por exemplo, não temos residências, que vão ser agora construídas”, apontou.
À margem do evento “Ciclo de Conversas Ousadia e Liberdade”, que decorreu na ESAN, Alexandra Queirós, vice-reitora para a cultura e vida nos campi, anunciou que a Quinta do Comandante, junto à atual Escola Superior Aveiro Norte, vai ser reconstruída para dar lugar a uma residência. A aposta resultará em mais 55 camas. “Éramos o único campus da UA que ainda não tinha [alojamento estudantil]. Estamos ansiosos de o ter porque é mais um equipamento que podemos oferecer à nossa comunidade académica. Para os nossos estudantes isso é um motivo de satisfação. É elevar este campus aquilo que se faz hoje no campus de Aveiro”, esperançou.
“Em 2027, com o novo edifício, as residências a funcionar, entre outros serviços, podemos dizer que finalmente temos um campus em Oliveira de Azeméis”, afirmou o diretor da ESAN.
Recomendações
DCSPT promove conversa informal em torno da imigração
Distribuídos por nove grupos diferentes a sessão contou com um momento de teste aos conhecimentos dos participantes. A partilha de histórias e testemunhos foi o momento alto da sessão que deu depois espaço a reflexões em grupo com o objetivo de obter propostas para melhorar a integração académica, social, cultural e laboral. A organização de mais eventos de escuta ativa e de empatia, bem como ações de sensibilização sobre a desinformação relacionada com a imigração foram algumas das propostas discutidas na sessão. João Lourenço Marques, diretor do DSCPT sublinhou que a iniciativa pretende “trazer temas da atualidade e poder também ajudar a construir aquilo que é a nossa ação cívica num contexto mais global”. O diretor considerou ainda que é necessário “olhar para a migração de uma perspetiva diversificada”. José Carlos Mota, professor auxiliar do DSCPT e também um dos organizadores da iniciativa reforçou que o tema da primeira sessão pretendeu ainda desconstruir as dúvidas que existem relativamente ao tema da imigração. “Há aqui um momento muito importante de literacia sobre o tema das migrações e da imigração (…) há um discurso que deturpa aquele que é o real valor e a sua importância”, referiu o docente. Os docentes sublinharam ainda o elevado envolvimento por parte dos estudantes, especialmente do primeiro ano. “Estes alunos estão aqui há três meses e já estão a organizar um evento que é uma coisa, da minha experiência, raríssima”, referiu José Carlos Mota. João Vítor, coordenador do Núcleo de Estudantes de Administração Pública (NEAP) reforçou também a participação dos estudantes na iniciativa. Considera que são atividades “essenciais” e espera que continuem a acontecer uma vez que “a integração de alunos imigrantes tem de existir”. “Não podem chegar cá e simplesmente serem postos de parte ou não terem qualquer ligação com os outros alunos”, reforçou o coordenador do NEAP. Como principal objetivo da iniciativa João Vítor apontou ainda a despopularizarão do tema “que tem havido na sociedade”.
ESN Aveiro foi cozinhar às Florinhas do Vouga
Sopa, massa e frango foi a ementa do jantar da terça-feira passada, dia 19, no refeitório social das Florinhas do Vouga. A cozinha do número 43 da Rua de Espinho foi invadida por cinco estudantes universitários de diferentes países e três voluntários da ESN Aveiro. Hidde foi um dos estudantes que participou. É holandês e está em Aveiro durante um semestre a tirar Comunicação e Média, no Departamento de Comunicação e Arte (DeCA). Na terça-feira passada, 19, juntou-se a quatro outros colegas internacionais e foi para a cozinha do Florinhas do Vouga. “Eu gosto muito de cozinhar então pensei: se puder ajudar a cozinhar um bocadinho num espaço como este seria fantástico”, comentou Hidde à Ria. Não esconde alguma desilusão sobre não ter cozinhado tanto como pensou que ia fazer, mas brinca e justifica que “talvez tivessem expectativas baixas em relação às nossas habilidades culinárias”. Depois de pronta a comida o trabalho não tinha terminado. Servir a refeição e limpar o espaço estavam também nas tarefas atribuídas à ESN Aveiro. Hidde ficou responsável por colocar os copos nas bandejas que os utentes da Florinhas do Vouga vinham levantar. Com um português tímido – característica que partilhava com as colegas de linha de serviço – ia fazendo a pergunta que lhe ensinaram na hora: “quer copo?”. A frase ia sendo repetida em jeito de treino antes da chegada das pessoas. “Quando me perguntarem se aprendi português vou dizer ‘quer copo?’”, brinca o estudante. A comunicação entre a equipa da ESN Aveiro e das cozinheiras e responsáveis do refeitório social foi sendo traduzida – ora para português, ora para inglês. Nas interações, ouviam-se também tímidas duas estudantes chinesas “quer sopa”, perguntavam aos utentes do Florinhas. Se os utentes respondessem algo além do ‘sim’ ou ‘não’ a que já estão habituadas, recorriam à ajuda dos voluntários portugueses. Fernanda Silva trabalha há cerca de 12 anos no refeitório Social Florinhas do Vouga e está prestes a reformar-se. Falou com a Ria no dia a seguir a abrir a porta da cozinha – que não é só sua – aos estudantes da ESN de Aveiro. Foi contando histórias passadas enquanto embrulhava os talheres. Umas melhores – como quando recebe estudantes que a ajudam - outras piores – como a vez em que foi ameaçada por um utente que ficou desagradado com o menu. “Vim para cá sem saber o que era as Florinhas do Vouga”, admite. Uma fábrica sanitária foi o seu local de trabalho durante 17 anos. Uma lesão fez com que se tivesse de retirar daquela que era a sua praia e veio descobrir a sua segunda na cozinha salpicada de azulejos coloridos da Florinhas do Vouga. Fernanda não esconde que sente algum cansaço e descontentamento. Apesar de gostar do trabalho que tem, Fernanda admite que “de há uns tempos para cá” está “saturada”. “A gente está a lidar com eles [utentes], eles ontem estavam calmitos mas é muito complicado”, começa por desabafar Fernanda. Diz sentir falta de apoio, sobretudo a nível psicológico por parte da chefia. “Não temos apoio de ninguém”, garante, “temos de saber lidar”. Fernanda, tal como as suas colegas de trabalho, conhece todos os utentes pelo nome. “Esta instituição, olhe, é assim - dá apoio a toda a gente”, informa. Por dia servem uma média entre 80 e 90 refeições ao almoço, outras tantas ao jantar. A essas refeições juntam-se ainda as refeições que não são consumidas no local. Quanto à ajuda prestada pelos estudantes, Fernanda considera que além de ser uma ajuda dada ao pessoal da cozinha é “uma experiência diferente” para os mesmos. “Eles ficam a saber como é que isto funciona porque muita gente não sabe”, apontou. Fernanda sublinhou ainda que o feedback que tem por parte de voluntários tem a ver com o desconhecimento e o impacto com a realidade e a pobreza em que as pessoas vivem. A essa informação a dona Fernanda acrescenta ainda que “muita gente precisa e tem vergonha de cá vir”. Hidde, voluntário, tinha partilhado uma ideia parecida no dia anterior. Para o estudante, a atividade “é interessante” precisamente por desafiar a sair da zona de conforto e a ter interações que “ajudam a pôr a tua realidade em perspetiva”. “Social e economicamente, a maior parte das pessoas [holandesas] estão bastante bem, mas não é assim para toda a gente”, refletiu o estudante. Hidde considerou ainda que a atividade também permite quebrar algumas ideias em relação aos estudantes de Erasmus. “Quando digo às pessoas que sou de Erasmus elas pensam ‘ah fixe, meio ano a passear por todo o lado, a beber e a festejar muito’ o que não é a realidade”, concluiu. Para Ayva Jacinto, coordenadora de projetos da ESN Aveiro, o Social Cuisine tem um sabor especial. Para a estudante que assume criar atividades com “impacto social e local” como principais objetivos, o projeto Social Cuisine permitiu que os estudantes internacionais sintam que “fizeram parte desta cidade e deixaram a sua marca positiva”. Ayva acredita ainda que o envolvimento tenha tornado “a experiência de Erasmus mais enriquecedora”. A coordenadora partilhou que apesar de ser uma iniciativa realizada anteriormente pelo ESN Aveiro, a aposta na divulgação do evento fez com que existisse uma maior adesão e a iniciativa corresse melhor. Sentiram-se “muito bem recebidos” pela instituição Florinhas do Vouga e apontaram como razões, além da parceria antiga, a simpatia e acolhimento das responsáveis e funcionárias do refeitório social. A iniciativa decorreu durante três dias da semana passada, (terça, quinta e sábado) e contou, no total, com a participação de 22 estudantes – nacionais, internacionais e de Erasmus. “Todos gostaram” da iniciativa e inclusive “estão dispostos a repetir”, informou Ayva. A coordenadora de projetos avança que está a ser pensada a organização de uma iniciativa semelhante para o próximo semestre, “vamos fazer mais datas e um projeto maior”, revela a estudante. O evento Social Cuisine foi realizado no âmbito das semanas dos Social Impact Days da ESN Internacional em Aveiro. A par destes a ESN Aveiro desenvolveu ainda iniciativas como workshops de primeiros socorros, upcycling e autodefesa bem com uma ação de reflorestação.
UA: João Carrilho anuncia candidatura à presidência da AAUAv
Questionado pela Ria sobre os motivos para se candidatar à presidência da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), João Carrilho afirmou que este não é um “projeto” só da sua iniciativa e que pretende demonstrar o “descontentamento” de várias pessoas, por exemplo, da falta de transparência da atual AAUAv. “Há coisas que são feitas e que nós até gostávamos de saber porque é que elas têm de ser assim e acabamos por não conseguir saber… Eu enquanto estudante sinto que não tenho propriamente voz, nem opinião”, atirou. “Temos vários membros da lista que já foram colaboradores ou que já foram dirigentes de núcleos e eles próprios (…) queixaram-se da mesma coisa”, completou. Sobre o descontentamento, o atual estudante em Gestão apontou, entre os exemplos, as condições em que o ‘Integra-te’ foi realizado. “Houve cursos a partilhar barracas e o espaço não era o indicado nem tinha condições de acesso, nomeadamente, para os estudantes com mobilidade reduzida… Não sei se têm noção, mas a Nave não tem rampa…. Não sei se tem outra entrada por trás…”, assinalou. “Eu estive a colaborar na Feira de Emprego e nós tínhamos umas placas de metal em que tínhamos de estar a pôr e a tirar consoante chegavam pessoas com mobilidade reduzida. Isto gera descontentamento e demonstra que se calhar não estamos a dar muita atenção aos estudantes”, exemplificou. Ainda no âmbito das críticas à atual AAUAv, João Carrilho apontou a falta de integração aos estudantes de Erasmus. “Acho que a Associação Académica podia também contribuir para isso. Eu já tive muitos amigos de Erasmus e eu sei que a maior parte deles não sabe o que é o arraial, o que são as festas no bar do estudante e são coisas que também seriam vantajosas para a associação se fossem divulgadas abertamente. Não estou a dizer que são divulgadas de forma fechada, mas podia haver cuidado de fazer chegar essa informação a eles”, disse. Apesar do descontentamento, o estudante realçou que também tem noção que “nem tudo o que AAUAv faz é mal”. “A Associação Académica faz muita coisa boa, mas nós achamos que ainda podia fazer mais (…) Claro que estamos aqui para ganhar, mas caso percamos só o facto de podermos dar voz a algum descontentamento que possa existir dentro da universidade é uma mais-valia para nós”, exprimiu. Interpelado sobre o principal objetivo que gostava de levar avante no caso de vencer, João revelou que teve o “privilégio de poder colaborar com algumas iniciativas” quando colaborava com a Universidade de Aveiro, entre elas “a Futurália e o Qualifica” e que isso lhe permitiu ter uma melhor noção das "expectativas" dos estudantes do secundário até à entrada na Universidade. Outra ideia apontada foi uma maior divulgação das Assembleias Gerais de Alunos.
Gala Academia d’Ouro distinguiu estudantes-atletas, equipas, treinadores, árbitros e até professores
Entre os premiados esteve Miguel Monteiro, campeão paralímpico de lançamento do peso F40 e Maria Rei, campeã mundial universitária de canoagem, distinguidos com “Galardão de Ouro” e Manuel Senos Matias, antigo pró-reitor para o desporto na UA, condecorado com o “Prémio Carreira”. Com uma sala totalmente composta, Wilson Carmo, presidente da AAUAv realçou que aquela moldura humana era a prova do impacto “grande” que o desporto tem tido na UA. “Deixa-me com muito orgulho enquanto presidente da AAUAv (…) Conseguimos enaltecer os feitos de todos”, considerou. Como balanço da época desportiva 2023/2024, Wilson aproveitou ainda a cerimónia para destacar alguns desses números. No que toca à Taça UA [que surgiu para responder à procura dos atletas não federados pelas competições desportivas], o presidente da AAUAv assegurou que foi a “maior época de sempre”. “Até então nunca tínhamos tido tantos inscritos e (…) tantas modalidades em conjunto a acontecerem numa época desportiva”, salientou. Para Wilson Carmo é com “muito orgulho que vemos esta competição com 22 anos a crescer (…) Há aqui um reconhecimento mais do que justo que temos de dar à Universidade pelo apoio que dá nas infraestruturas, no investimento do desporto e aqui também se deve destacar (…) os núcleos. A Associação Académica tem cerca de 42 núcleos dos quais 34 são do curso. E são estes núcleos que cada vez mais têm um esforço fundamental para trazer atletas à Taça UA”, completou. Neste seguimento, o presidente da AAUAv deu ainda nota dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNUs) referindo que, no ano passado, a Associação Académica e a Universidade de Aveiro atingiram um recorde de participantes. “No ano passado, levamos 375 estudantes atletas às várias modalidades que aconteceram (…) Conseguimos o quarto lugar em tudo. Não foi o melhor lugar de sempre (…) mas foi um crescimento relativamente aos últimos dois/três anos. Isto mostra a resiliência e o esforço dos nossos estudantes atletas”, afirmou. “Não é só sobre medalhas é essencialmente sobre o espírito”, exprimiu Wilson Carmo. Também presente na cerimónia, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, aproveitou o seu discurso para ressaltar o “papel do desporto na academia no século XXI”. “Não é um papel secundário é um elemento de construção coletiva, de sentimento de pertença e de formação de uma academia com os olhos postos no futuro mais do que no presente”, sobressaiu. Na sequência deste pensamento [do futuro], o reitor da UA destacou ainda que quer uma “academia em que todos os membros da comunidade como professores, investigadores, estudantes tenham possibilidade para praticar desporto e acesso à atividade física para sermos mais saudáveis, para termos melhor coesão e para sermos, no fundo, uma academia saudável”. O evento distinguiu ainda, no que toca à competição da Taça UA como: melhor árbitro Guilherme Casal; melhor equipa o curso de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações em atletismo e como melhor colaborador Francisco Domingues. Nos CNUs foram distinguidos: melhor atleta feminino Carolina Fernandes (em natação), melhor atleta masculino Salvador Caldeira (em basquetebol), melhor treinador Miguel Tavares (basquetebol feminino) e melhor equipa basquetebol feminino. A Gala Academia d’Ouro contou ainda com a estreia de dois troféus em melhor equipa de E-Sports - Equipa de Counter-Strike 2 e equipa revelação - Equipa de Futsal Masculino. Tiago Cruz e a equipa de remo receberam ainda uma menção honrosa.
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Hermínio Loureiro vai falar em tribunal na segunda-feira no âmbito do Ajuste Secreto
No final da audiência de julgamento que decorreu esta manhã no Tribunal de Espinho, no distrito de Aveiro, Hermínio Loureiro esclareceu que pretende falar sobre todos os factos relacionados com o seu mandato como presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e que estão no centro deste processo. O depoimento do ex-autarca irá assim ocorrer depois de estar terminada a fase de produção da prova por parte do Ministério Público (MP) e antes de começarem a ser ouvidas as testemunhas de defesa no julgamento iniciado em novembro de 2023. Hermínio Loureiro está acusado de 13 crimes de corrupção passiva, cinco de corrupção ativa, três de participação económica em negócio, sete de peculato, 11 de falsificação de documentos, sete de abuso de poderes, 27 de prevaricação, quatro de violação de segredo, três de tráfico de influência e um de detenção de arma proibida. Além deste caso, Hermínio Loureiro é ainda arguido num outro processo relacionado com ilegalidades na adjudicação de obras públicas e que envolve também o ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis Isidro Figueiredo e os ex-vereadores Ricardo Tavares e Gracinda Leal, sendo que esta última é a única que não foi acusada no processo Ajuste Secreto. Esta manhã, o coletivo de juízes ouviu as três ultimas testemunhas de acusação do MP que falaram sobre os factos relacionados com um técnico superior da Direção Regional de Economia do Norte que é suspeito de ter beneficiado um empresário, a troco de vantagens económicas, intercedendo e favorecendo sociedades em processos contraordenacionais e administrativos. O processo Ajuste Secreto conta com 65 arguidos, incluindo vários autarcas e ex-autarcas, além de quatro clubes desportivos e os seus respetivos presidentes, que estão acusados de crimes de corrupção, peculato, abuso de poder, tráfico de influências, falsificação de documentos, violação de segredo, participação económica em negócio, prevaricação e detenção de arma proibida. O caso resultou de uma investigação que culminou em junho de 2017 com a detenção de sete pessoas, incluindo o então vice-presidente da FPF Hermínio Loureiro que, pouco tempo depois, viria a suspender o mandato naquele organismo, e o então presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo. A acusação sustenta que alguns dos arguidos usaram montantes de fundos de maneio daquela autarquia para pagarem despesas com refeições e outros gastos pessoais, bem como as despesas com a sede concelhia de um partido político. O MP fala ainda na “viciação de procedimentos concursais” e no “uso de influência de elementos do executivo camarário” perante a direção do Instituto do Emprego e Formação Profissional e uma instituição particular de solidariedade social para “concretizar estágio profissional” para os filhos de um simpatizante partidário.
Preço do pão deve aumentar em 2025 com subida de custos e salário mínimo
“Para 2025, espera-se que o preço do pão continue a subir. Este aumento é impulsionado por vários fatores, incluindo o aumento dos custos de produção, como matérias-primas, e o aumento do salário mínimo para 870 euros no início de 2025”, afirmou, em resposta à Lusa, a presidente da direção da ACIP, Deborah Barbosa, sem adiantar valores. A isto somam-se os custos da energia e de transporte, com um impacto direto nos preços finais dos produtos. Assim, insistiu ser provável que os consumidores venham a pagar mais pelo pão em 2025. Contudo, a ACIP defendeu que Portugal é um dos países com o preço por quilograma (kg) de pão mais baixo da União Europeia e com a melhor relação qualidade/preço. Este ano, as vendas da panificação e pastelaria registaram um ligeiro crescimento, mas em termos de quantidade houve uma redução. A liderar as vendas continuam “os clássicos”, como o pão tradicional e os pastéis de nata, mas também se verifica uma procura crescente por produtos classificados como inovadores e saudáveis, nomeadamente pães integrais e pastelaria à base de plantas. Deborah Barbosa referiu que os portugueses têm vindo a ajustar as suas compras, optando por quantidades menores e produtos mais baratos devido à perda de poder de compra. “No entanto, a qualidade continua a ser um fator importante”, com muitos consumidores a preferirem os produtos artesanais, destacou. Para este Natal, a ACIP espera que as vendas mantenham o mesmo nível de 2023 ou que aumentem ligeiramente.
Câmara de Águeda aprova o maior Orçamento de sempre no valor de 113 milhões de euros
O Orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) foram aprovados em reunião de executivo extraordinária, realizada na passada sexta-feira, com quatro votos a favor da coligação Juntos por Águeda/PSD/MPT, que lidera o executivo, um voto contra do CDS e duas abstenções do PS. Segundo uma nota camarária divulgada hoje, o Orçamento para 2025 apresenta o valor total de 113.016.002,33 euros, sendo que 94.911.780,09 euros correspondem aos investimentos diretos inscritos nas Grandes Opções do Plano (GOP), onde o município define as grandes prioridades para o próximo ano. O presidente da autarquia, Jorge Almeida (PSD), realça que se trata de “um orçamento muito ambicioso”, adiantando que 2025 será um ano de arranque e desenvolvimento de muitas obras estruturantes para o concelho. “Exige muito de nós, estamos muito focados e iremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para sermos bem-sucedidos”, declarou o autarca, citado na mesma nota. Jorge Almeida refere que a dotação orçamental, de 113 milhões de euros, a maior de sempre da Câmara de Águeda, é resultado do “ritmo elevado a que o município está a evoluir”, prevendo que, no final do próximo ano, o relatório de contas e execução irá demonstrar “um nível recorde”. Opinião diferente têm os vereadores da oposição PS, Luís Pinho e Daniela Herculano, que antecipam a existência de “um desfasamento considerável entre o que é anunciado e o que será efetivamente concretizado”, à semelhança de anos anteriores. “Esperamos estar enganados, mas a execução dos últimos três anos tem ficado muito aquém do planeado”, declararam. Os vereadores socialistas destacam ainda que o próximo ano será particularmente desafiante, devido ao período de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) terminar em 2026, adiantando que “há um grande investimento internacional em perspetiva, cuja viabilidade pode depender da capacidade de execução destes projetos”. Já o vereador do CDS, Antero Almeida, considera que a única novidade deste documento são “as obras inscritas à boleia” do PRR, perante um Orçamento que diz que continua a ser sobredimensionado. “Para um orçamento de final de mandato, é um documento semelhante aos anteriores sem qualquer visão e aposta de futuro que apenas repete a propaganda de obra feita, mesmo a feita pelo Estado central, como é o caso do troço do IC2 que desmoronou”, realça. Entre os principais investimentos da Câmara de Águeda para 2025 estão várias obras estratégicas como o eixo rodoviário Aveiro-Águeda, com uma dotação de 23,4 ME, e as intervenções no Parque Empresarial do Casarão (PEC), onde se inclui a ligação ao IC2, com um investimento de 27,9 milhões de euros. A educação, com um investimento de cerca de 6,8 milhões de euros, onde se inclui a requalificação de várias escolas, a reabilitação urbana e a Estratégia Local de Habitação, com uma dotação de cerca de 5,3 ME e a área ambiental, com mais de dois milhões de euros para a proteção do meio ambiente, a conservação da natureza, e a mobilidade sustentável, são outras das apostas. Quanto ao pacote fiscal, a autarquia decidiu manter o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) nos 0,3% (a taxa mínima), mantendo também a devolução por inteiro aos contribuintes do montante da participação variável de 5% do IRS a que o município teria direito. No que respeita à Derrama, a Câmara de Águeda decidiu manter a taxa de 1,5% para as empresas que apresentem um volume de negócios superior a 150 mil euros, isentando as restantes deste pagamento. Os documentos têm ainda de ser aprovados pela assembleia municipal, que se vai reunir no próximo dia 06 de dezembro e onde a coligação Juntos por Águeda/PSD/PPM tem a maioria.
Prisão efetiva para condutor de ambulâncias que atropelou mortalmente casal na Feira
O acórdão, proferido a 4 de novembro pelo Tribunal de Santa Maria da Feira e consultado hoje pela Lusa, deu como provados os dois crimes de homicídio por negligência na forma grosseira de que o arguido estava acusado. A pena única resultou do cúmulo jurídico das penas parcelares aplicadas por estes dois crimes. O arguido, de 45 anos, estava também acusado de condução perigosa de veículo rodoviário, mas foi absolvido deste crime, bem como da pena acessória de proibição de conduzir veículos com motor. Apesar de a lei permitir suspender penas inferiores a cinco anos de prisão, o tribunal decidiu não o fazer, considerando que isso seria “transmitir uma perigosa mensagem de benevolência, com claros prejuízos para a prevenção geral. “A suspensão da execução, no caso em apreço, levaria a que a comunidade ficasse atraiçoada nos valores reclamados e protegidos pelas normas violadas, no contexto em que ocorreram”, lê-se no acórdão. O coletivo teve ainda em conta os antecedentes criminais do arguido, que já soma cinco condenações com penas de prisão suspensas na sua execução. Durante o julgamento, o arguido, que trabalhava para uma empresa privada de transporte de doentes não urgentes, admitiu que no dia anterior ao acidente tinha consumido canábis e cocaína, à hora de jantar. Apesar disso, disse que, quando acordou no dia seguinte, achava que estava em condições de conduzir uma ambulância em segurança. O condutor da ambulância referiu ainda que, na altura do acidente, circulava a cerca de 20/30 quilómetros por hora, e a certa altura perdeu os sentidos. “Não sei o que me deu. Não queria acreditar no que estava a acontecer. É uma situação que ainda hoje mexe comigo. Naquele momento entrei em choque", afirmou, pedindo perdão às famílias das vítimas. O acidente ocorreu no dia 11 de março de 2021, pelas 09:25, junto à rotunda do Europarque, em Santa Maria da Feira. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o condutor tinha ido buscar dois doentes ao Hospital do Porto para os transportar para uma clínica em Santa Maria da Feira. Depois de sair da rotunda, o arguido trespassou o eixo da faixa de rodagem, invadindo a faixa contrária, e alcançou a berma, embatendo com a parte frontal em duas pessoas que seguiam a pé. O MP diz ainda que o arguido “seguia desatento às condições da via e em velocidade excessiva” e que antes de iniciar a condução, tinha consumido substancias estupefacientes. As vítimas, um homem de 74 anos e uma mulher de 51, entraram em paragem cardiorrespiratória após o acidente e não resistiram aos ferimentos.