Paulo Jorge Ferreira saúda eleição direta do reitor, mas defende um maior peso dos trabalhadores
Paulo Jorge Ferreira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e reitor da Universidade de Aveiro (UA) partilhou à Ria que vê “com muitos bons olhos” a alteração ao modelo de eleição do reitor proposto na revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES).
Isabel Cunha Marques
JornalistaTal como noticiado pela Ria, ao longo dos últimos meses, Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, tem vindo a auscultar diferentes entidades como o CRUP, o Conselho Nacional de Educação ou as Federações Académicas e Associações de Estudantes para apresentar uma proposta final do RJIES ao Conselho de Ministros. Recorde-se que, em entrevista à Ria, o ministro da Educação avançou que gostaria de concluir este processo de revisão até ao mês de “fevereiro”. Concluída as primeiras reuniões, Fernando Alexandre vai reunir novamente com o CRUP, no dia 7 de fevereiro, no âmbito do aniversário da Universidade Católica, em Lisboa.
O documento estruturante do Ensino Superior em Portugal propõe uma série de alterações, destacando-se, entre outros pontos, a alteração ao modelo de eleição ao reitor. Na proposta, o Governo retira a competência aos conselhos gerais na eleição do reitor e torna o processo mais inclusivo e abrangente, ao estabelecer que o reitor é eleito diretamente pelos professores, investigadores, estudantes, pessoal não docente e não investigador e pelos antigos estudantes.
Em entrevista à Ria, Paulo Jorge Ferreira salientou que vê com “muitos bons olhos” a alteração, mas que a eleição geral “não é inteiramente consensual”. “(…) A eleição geral é motivadora porque cada estudante, cada trabalhador da UA, tem um voto e, por isso, acho que é um ato que tende a melhorar e a motivar mais os membros da academia a participarem na sua gestão. Eu vejo isso com muitos bons olhos”, afirmou.
Recorde-se que segundo a proposta de lei que está a ser apresentada pelo Governo, para efeito de apuramento dos resultados finais da eleição do reitor têm que ser observados os seguintes requisitos: os votos dos professores e investigadores terão que ser ponderados em, pelo menos, 30%; os votos dos estudantes em, pelo menos, 25%; os votos do pessoal não docente e não investigador [trabalhadores] em, pelo menos, 10%; os votos dos antigos estudantes em, pelo menos 25%. Para este efeito, o documento considera apenas os antigos estudantes que tenham obtido, há mais de cinco anos, pelo menos um grau académico na sua Instituição de Ensino Superior (IES) e nela não estejam matriculados e inscritos.
Sobre o peso dos antigos estudantes [um dos pontos que tem vindo a causar maior controvérsia], o reitor da UA realçou que a ideia “não é desajustada”, embora, veja a proposta com “receio” quando comparada, por exemplo, com o peso de eleição do “pessoal técnico, administrativo e de gestão” [25% vs 10%]. “Considero-o muito desequilibrado”, manifestou, adiantando que fará “o possível” para que o processo “seja melhorado”.
O documento sugere ainda a limitação dos mandatos dos reitores para um mandato único, mas com a duração de seis anos (ao contrário dos atuais quatro anos renováveis), mas segundo o Jornal de Notícias (JN) avançou, esta quarta-feira, 29 de janeiro, a medida “não deverá avançar, mantendo-se os atuais dois mandatos por quatro anos”.
Relativamente ao processo de auscultação que está neste momento a decorrer, o reitor da UA mostrou-se “satisfeito” e deu nota que a próxima reunião com o ministro da Educação, Ciência e Inovação decorrerá no próximo dia 7 de fevereiro, em Lisboa. “Será dia 7 a terceira oportunidade. Não sei quantas mais haverá e se a proposta convergirá rapidamente ou lentamente, mas parece-me que o ministro está com ideias de a ter pronta em fevereiro e de a fazer passar no Conselho de Ministros ainda esse mês”, salientou.
No que toca às sugestões de alteração do RJIES, Paulo Jorge Ferreira realçou que o Conselho de Reitores produziu “18 páginas de sugestões e comentários”. “Eu acho que inexplicável seria não produzir nada porque é o RJIES… Manifestamo-nos fundamentadamente e a mim parece-me que da parte do Ministério houve muita abertura para considerar os pontos de vista que o Conselho de Reitores explicou e melhorar a proposta”, expôs. Entre as principais lacunas apontadas, o presidente do CRUP sublinhou a falta de uma Agência de Avaliação e Acreditação na investigação, tal como existe no ensino. “A avaliação na investigação é feita pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, de forma independente, recorrendo a painéis externos (…) Não há nada que avalie, na globalidade, a qualidade ou a intensidade da investigação numa determinada instituição (…)”, alertou.
Entre os vários aspetos positivos da revisão do RJIES, Paulo Jorge Ferreira destacou a questão da “qualidade e da avaliação” ser um dos alicerces no RJIES para a atribuição e a classificação das instituições enquanto universidades ou universidades politécnicas. “Eu fico satisfeito em ser a qualidade e não apenas uma caraterística numérica como, por exemplo, o número mínimo de ciclos de estudo, porque do ponto de vista do estudante o que interessa não é se há dez ciclos de estudo acreditados (…), mas a qualidade”, realçou. “Uma instituição pequena, especializada, pode ter muita qualidade e menos ciclos de estudo. Não deve ficar prejudicada na maneira como é vista pelo público. Deixar repousar na qualidade as decisões sobre a natureza das instituições acho que serve melhor os potenciais estudantes e o público em geral”, partilhou.
Relembre-se que, na proposta inicial de revisão do RJIES, apenas as instituições de ensino politécnico que conferem o grau de doutor podiam adotar a designação de universidade politécnica. Entretanto, ao que o JN apurou “o processo poderá passar por pareceres prévios, e não vinculativos da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), competindo a decisão de passagem ou não a universidade politécnica ao Governo”.
O RJIES, que regula o funcionamento e organização das IES em Portugal, tanto públicas como privadas, não é revisto desde a sua implementação em 2007. A revisão do regime foi iniciada pela ex-ministra do anterior Governo do Partido Socialista, Elvira Fortunato, com a criação de uma comissão de avaliação. O processo conhece agora novos avanços sob a liderança de Fernando Alexandre, após a entrada do novo Governo liderado por Luís Montenegro.
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UA: A um ano da eleição do novo reitor estes são os nomes mais falados
Desde segunda-feira, 14 de abril, que se encontra publicado no site da Universidade de Aveiro (UA) o despacho que determina a “fixação da data de eleição dos membros do Conselho Geral”. No calendário eleitoral disponível, verifica-se que a apresentação das candidaturas decorre de 6 a 7 de maio e a votação no dia 3 de junho. O Conselho Geral é o órgão do governo da universidade responsável por tomar decisões estratégicas de alto nível. Está previsto nos estatutos da UA e resulta do modelo de governação das universidades públicas portuguesas, introduzido pelo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), em vigor deste 2007. Entre as principais funções do Conselho Geral estão: eleger o reitor, aprovar o plano de atividade e o relatório de contas, aprovar o plano estratégico, aprovar alterações aos estatutos e apreciar os atos do reitor e do Conselho de Gestão. Desde o ano da sua criação, em 2009, o Conselho Geral da UA é composto por 19 membros: dez professores e investigadores, três estudantes, um técnico, administrativo e de gestão (TAG) e cinco personalidades externas de reconhecido mérito que são, posteriormente, cooptadas pelos membros anteriormente enunciados. Não desvalorizando a importância do órgão nas diferentes funções já referidas, é na altura da eleição do reitor que, inevitavelmente, o Conselho Geral acaba por ter maior visibilidade e projeção no seio da comunidade académica. Com a aproximação da eleição do Conselho Geral, é habitual que surjam na comunidade vozes a apelar à independência dos membros do conselho e à separação dos dois momentos, isto é, uma separação entre a eleição do órgão e a eleição do reitor. Mas a verdade é que, tal como nas restantes Instituições de Ensino Superior (IES), é muito frequente que os membros da comunidade se organizem previamente, no momento da eleição do Conselho Geral, no apoio a eventuais candidatos a reitor. Uma forma de contornar esta ‘monopolização’ do Conselho Geral, pelos eventuais candidatos a reitor, seria a realização de uma eleição direta para o responsável máximo da instituição. Uma ideia que merece a concordância do atual reitor que ainda em janeiro defendia, em declarações à Ria, que uma eleição direta “é um ato que tende a melhorar e a motivar mais os membros da academia a participarem na sua gestão”. “Eu vejo isso com muitos bons olhos”, acrescentou. Recentemente, o Governo submeteu à Assembleia da República uma proposta de revisão do RJIES. Apesar da proposta inicial sugerir o modelo de eleição direta do reitor, o documento final acaba por propor, entre outras alterações, um modelo misto para a eleição do reitor: o Conselho Geral tem a responsabilidade de escolher os seus dois candidatos preferidos e a comunidade académica elege, dentro destes, o reitor. Contudo, o Governo caiu e o parlamento foi dissolvido, não sendo de esperar que uma futura revisão do RJIES tenha impacto na eleição do próximo reitor da UA. Desta forma, o novo Conselho Geral da UA será eleito no dia 3 de junho e a sua composição final será determinante na escolha da novo reitor. Embora as eleições para o reitor na UA só aconteçam em 2026 a Ria sabe que, atualmente, há cinco nomes que começam a ser falados para assumir a liderança da instituição: Amadeu Soares, Artur Silva, Carlos Costa, Nuno Borges Carvalho e Rute Ferreira. A Ria procurou falar com cada um deles e preparou-te um resumo. Tendo em conta o historial das eleições para o Conselho Geral da UA, em que apenas em 2013 surgiu uma única lista de professores e investigadores, é provável que nas próximas semanas se intensifiquem os contactos com vista à criação de listas. Amadeu Soares é professor catedrático no Departamento de Biologia da UA, tendo sido o diretor deste departamento durante vários anos. Formou-se em Biologia pela Universidade de Coimbra e doutorou-se na Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Atualmente é o diretor do CESAM. Em declarações à Ria assegurou que, apesar do seu nome ser falado, não pondera “de todo” ser reitor. “Brevemente serei reeleito diretor do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), que é a maior unidade de investigação da UA e essa é a minha prioridade”, afirmou. Apesar disso, Amadeu Soares quis deixar claro que a UA precisa de uma “grande mudança do plano estratégico” e que concorda com a “eleição direta do reitor” numa futura revisão do RJIES, não querendo avançar com nenhum nome “preferido” para o lugar. Recorde-se que Amadeu Soares já foi candidato a reitor da UA, em 2010, mas na altura não alcançou o voto de qualquer elemento do Conselho Geral e acabou por falhar a eleição. Tal como reforçou, é um dos docentes mais críticos da estratégia que a universidade tem seguido. Além de vice-reitor, Artur Silva é professor catedrático no Departamento de Química da UA e presidente do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance. Licenciou-se em Física e Química Via Ensino e doutorou-se em Química Orgânica pela UA. Em declarações à Ria, Artur Silva mostrou-se “disponível” para ocupar o lugar de reitor até pelo “longo percurso” que tem na UA. “Eu fui aluno desta casa e continuei a minha carreira sempre aqui. Eu cheguei aqui em 1982. (…) Estive sempre disponível perante os cargos que desenvolvi e perante a forma com que sempre me dediquei a esta casa. Coloquei a UA a ser parte da minha família e a ser a minha casa, onde estou mais tempo do que na minha própria família”, reconheceu. O atual vice-reitor recordou também à Ria que “há vários anos” já chegou a estar envolvido numa candidatura. “Há oito anos estive com o senhor reitor e ele escolheu-me como vice-reitor. Nessa altura também disse que estaria disponível e estou a cumprir o segundo mandato como vice-reitor. Se a UA quiser que nos próximos anos seja eu o reitor, estarei disponível”, vincou. A Ria sabe que Artur Silva tem o apoio do atual reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, apesar deste pretender manter-se equidistante do processo eleitoral, cumprindo o seu papel institucional. Relativamente ao método atual de eleição do reitor, Artur Silva deu nota que este “é o que é, com as regras que nós temos”. “Se me perguntar se a proposta do RJIES era aquela que eu mais apoiava, eu diria que tem traços interessantes na forma de eleger. Há alguns que teria mais dúvidas e as percentagens que foram postas eu acho que deviam ser mais equilibradas”. Carlos Costa, tal como Artur Silva, é alumni da UA. Licenciou-se em Planeamento Regional e Urbano e é mestre e doutor em Turismo pela Universidade de Surrey, no Reino Unido. Durante vários anos foi diretor do DEGEIT e atualmente é o diretor do programa doutoral em Turismo na UA. Contactado pela Ria frisou não ter nada a comentar “sobre o assunto”, mas a Ria sabe que Carlos Costa tem participado em conversas sobre o futuro da UA e sobre a eleição do próximo Conselho Geral. Nuno Borges Carvalho doutorou-se em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações pela UA e é, atualmente, professor catedrático no DETI e investigador principal do Instituto de Telecomunicações (IT). Em declarações à Ria, Borges Carvalho descartou tal possibilidade e referiu que, neste momento, não é candidato a “nada”. “No passado, os reitores costumavam vir sempre de um departamento e o último reitor foi aqui [do Departamento] de Eletrónica. Agora, se calhar, tem de vir um reitor de outro lado, com outras visões e depois, quem sabe no futuro, voltar a Eletrónica. Não me corto, no futuro. Nesta eleição e neste momento, não”, frisou. Na opinião do diretor do DETI, o Conselho Geral devia de ser “independente da eleição do reitor”. “A eleição do reitor devia de ser por sufrágio universal e o Conselho Geral fazer a sua missão principal de monitorizar e avaliar o funcionamento adequado de todos os órgãos da universidade, nomeadamente, da reitoria como já o fez no passado”, relembrou. Rute Ferreira é ainda professora catedrática no Departamento Física da UA. Licenciou-se em Engenharia Física e doutorou-se em Física pela UA. Atualmente, integra o Conselho Geral, eleita em 2021 pelo movimento “Melhor UA: Projetar os Próximos 50 anos”. Este movimento, elegeu 3 dos 10 mandatos atribuídos aos professores e investigadores no Conselho Geral. A Ria tentou entrar em contacto com Rute Ferreira, mas até ao momento ainda não foi possível obter qualquer declaração. Apesar disso, a Ria sabe que Rute Ferreira é das vozes mais críticas dentro do atual Conselho Geral.
AAUAv/UA: Basquetebol feminino traz título de hexacampeã nacional universitária para Aveiro
A expectativa para a final do Campeonato Nacional Universitário (CNU) de basquetebol feminino era alta e as estudantes-atletas de Aveiro corresponderam. As previsões de um “jogo renhido” feitas ontempor Mariana Seixo, estudante-atleta da equipa de basquetebol feminino, acabaram por se concretizar com a confiança e união da equipa aveirense a falarem mais alto. O frente a frente com a AEFEUP terminou com uma diferença de seis pontos a favor de Aveiro (68-62). Em declarações à Ria, José Costa, treinador de basquetebol profissional e da equipa universitária de Aveiro destaca que a final “foi um jogo muito duro”. “Já estávamos à espera, a outra equipa tem boas armas, são muito físicas e deram-nos muito problemas”, frisa o técnico, que aponta ainda que “o mais importante é que as miúdas estão super felizes”. “Merecem isso porque são estudantes extraordinárias, são boas atletas e fazem imensos esforços durante o ano todo”, sublinha José Costa. A equipa segue agora para o Campeonato Europeu Universitário, que se realiza em Bolonha, Itália, no mês de julho. Inês Neto, estudante-atleta da equipa, sublinha que “os europeus são sempre uma experiência” e frisa que “as expectativas são continuar a trabalhar e tentar alcançar a melhor classificação que pudermos”. “Quantos mais [títulos] temos, mais responsabilidade sentimos para o próximo (…) e quando concretizamos é um sentimento de orgulho”, afirma a atleta. A presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro e de Artur Silva, vice-reitor, nas bancadas não passou despercebida pelas estudantes-atletas. A estudante de Fisioterapia aponta mesmo que as presenças funcionam como um lembrete para aquilo que estão a representar. “Adiciona pressão, mas ajuda-nos porque sabemos que aquilo que representamos em campo – que é a Universidade – há quem represente também fora dele e nas bancadas e para nós é muito importante”, frisa Inês. De lembrar que as equipas universitárias aveirenses conseguiram nas fases finais dos CNU da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) arrecadar duas medalhas de ouro (basquetebol feminino e masculino) e dois bronzes (voleibol e andebol feminino). No total, a AAUAv/UA conta com 42 medalhas, ocupando a 4ª posição na luta pelo Troféu Universitário de Clubes e a 6ª no medalheiro. A equipa da AAUAv/UA volta a competir nos CNU de Atletismo Pista Ar Livre, nos dias 3 e 4 de maio.
AAUAv/UA: Equipa basquetebol feminino pode sagrar-se hexacampeã universitária esta sexta-feira
É já amanhã, dia 18, pelas 14h que a equipa de basquetebol feminino da AAAUAv/UA disputa pelo título de hexacampeã universitária na modalidade. A expectativa por parte das estudantes-atletas para o Campeonato Nacional Universitário (CNU) é alta, apesar de Mariana Seixo, estudante-atleta, sublinhar que estão à espera de defrontar “uma equipa nova” e “forte”. “Esperamos um jogo renhido, vamos ter de estar muito concentradas, focadas e confiar em todas”, salienta Mariana. Para a estudante de Bioquímica, a equipa aveirense tem tido uma boa prestação nos jogos e “como em todos os anos o que prevalece é o espírito de união”, algo que destaca como sendo o “ponto mais forte” do coletivo. Em declarações à Ria, também José Costa, treinador de basquetebol profissional e da equipa pentacampeã universitária, destaca que a equipa está confiante. “Tendo em conta o histórico que a universidade tem, temos sempre é de jogar para ser campeãs (…) sabemos que isso acresce um bocadinho a pressão às atletas mas esperamos conseguir lidar bem com esse fator e tentar conquistar o título”, aponta o técnico. José Costa dá ainda conta de que a equipa não começou “com grandes exibições, mas foi crescendo ao longo da semana”. “Nos últimos dois dias acho que competimos num nível mais aproximado daquilo que é o nosso melhor”, repara o treinador. O jogo pelo título volta a ser contra a equipa que defrontaram – e venceram – no último jogo da fase de grupos, pelo que se adivinha “um jogo muito físico” e que “não vai ser de certeza um jogo fácil”, destaca o técnico da equipa da AAUAv/UA. Ainda assim, José destaca que “o aspeto físico pode ser bastante importante”, elemento em que o treinador acredita poder ter “alguma vantagem”. Por sua vez, a equipa de futsal ficou pela fase de grupos tendo terminado a sua jornada nos CNU em 6º lugar. A equipa aveirense venceu um jogo, mas contou com um empate e uma derrota o que não lhes permitiu a apuração para as meias-finais. A AAUAv sublinha, ainda assim, que neste momento Aveiro se posiciona em 4º lugar no Troféu Universitário de Clubes e prevê terminar as Fases Finais em 5º lugar, uma vez que de nove equipas possíveis, apenas cincos se conseguiram apurar para as Fases Finais.
AETTUA investe “cerca de 25 mil euros” e renova “sede” no DETI
Desde a passada segunda-feira que a sala 4.1.3.0 do DETI ganhou uma 'nova cara' fruto do investimento da AETTUA. Daniel Ferreira, presidente da AETTUA explicou à Ria que a ideia surgiu logo “no início do mandato”. “Nós queríamos fazer algo mais disruptivo e diferente e uma das iniciativas que o departamento está a liderar, neste momento, é precisamente a renovação das salas”, explicou. “O DETI é um dos departamentos mais antigos da Universidade e acaba por não ter as condições mais adequadas ao ensino, precisamente, por ter uma idade já muito avançada”, alertou o presidente da AETTUA. Recorde-se que no passado dia 27 de fevereiro, o DETI inaugurou um novo espaço: o “Aquário By Sky” concebido para atividades de estudo e convívio. Daniel frisou que a Associação quis “imitar” estes “parceiros empresariais” do departamento com a diferença de que aqui foi a própria AETTUA a fazer as obras, o design e a pensar nos elementos desta sala. “Quero agradecer ao diretor e à pivot da unidade orgânica… Os dois foram impecáveis. Trabalharam quase tanto como nós na medida em que foram eles que nos ajudaram em todos os aspetos de contactar com os serviços adequados e de toda a burocracia”, realçou. Com um investimento de “cerca de 25 mil euros”, Daniel Ferreira deixou ainda a nota de que toda a requalificação foi feita com “fundos próprios da AETTUA”. “A AETTUA não é uma associação de estudantes, mas uma associação que, legalmente, representa todos os professores, funcionários e alunos do departamento. As principais receitas provêm da atividade da associação que são conferências e eventos para os associados e também de serviços de consultoria para entidades externas”, expôs. Este 'novo' espaço que agora serve de “sede” da Associação servirá, segundo o presidente da AETTUA, para “os associados que fazem parte da equipa conseguirem trabalhar para os eventos de trabalho da associação”. “O nosso próximo passo é conseguirmos expandir para um outro espaço no departamento para um uso mais alargado por toda a gente”, referiu. Neste seguimento, Daniel Ferreira disse ainda que a Associação tem o objetivo de “renovar a chamada zona de acesso livre- uma parte do primeiro piso que está aberta 24 horas do dia para todos os alunos, professores e funcionários- do DETI. “A ideia é nós conseguirmos renová-la toda. (…) Até ao final do ano civil queremos deixar, pelo menos, 50% da zona de acesso livre renovada. É a nossa meta”, partilhou com uma risada. Na inauguração que contou também com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA foi ainda assinado um protocolo de colaboração com a Universidade.
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Agitação marítima coloca Aveiro sob aviso laranja até às 6h de domingo, dia 20
O aviso laranja nestes distritos estará em vigor até às 06:00 de domingo, de acordo com informação disponível no 'site' oficial do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Aveiro encontra-se ainda sob aviso amarelo devido às previsões de precipitação a partir das 00h de hoje, dia 19 e até às 12h de domingo, dia 20. O IPMA prevê para hoje, em Portugal Continental, períodos de chuva ou aguaceiros mais intensos e frequentes no Norte e Centro, bem como queda de neve acima de 1.000 metros de altitude. O vento soprará por vezes forte no litoral oeste e nas terras altas. Também para hoje está prevista uma descida da temperatura, com a mínima a variar entre os dois graus centígrados na Guarda e os 13 graus em Sagres e as máximas a variarem entre os sete graus na Guarda e os 19 em Faro. O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
UA: A um ano da eleição do novo reitor estes são os nomes mais falados
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Desde o ano da sua criação, em 2009, o Conselho Geral da UA é composto por 19 membros: dez professores e investigadores, três estudantes, um técnico, administrativo e de gestão (TAG) e cinco personalidades externas de reconhecido mérito que são, posteriormente, cooptadas pelos membros anteriormente enunciados. Não desvalorizando a importância do órgão nas diferentes funções já referidas, é na altura da eleição do reitor que, inevitavelmente, o Conselho Geral acaba por ter maior visibilidade e projeção no seio da comunidade académica. Com a aproximação da eleição do Conselho Geral, é habitual que surjam na comunidade vozes a apelar à independência dos membros do conselho e à separação dos dois momentos, isto é, uma separação entre a eleição do órgão e a eleição do reitor. 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Apesar disso, Amadeu Soares quis deixar claro que a UA precisa de uma “grande mudança do plano estratégico” e que concorda com a “eleição direta do reitor” numa futura revisão do RJIES, não querendo avançar com nenhum nome “preferido” para o lugar. Recorde-se que Amadeu Soares já foi candidato a reitor da UA, em 2010, mas na altura não alcançou o voto de qualquer elemento do Conselho Geral e acabou por falhar a eleição. Tal como reforçou, é um dos docentes mais críticos da estratégia que a universidade tem seguido. Além de vice-reitor, Artur Silva é professor catedrático no Departamento de Química da UA e presidente do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance. Licenciou-se em Física e Química Via Ensino e doutorou-se em Química Orgânica pela UA. Em declarações à Ria, Artur Silva mostrou-se “disponível” para ocupar o lugar de reitor até pelo “longo percurso” que tem na UA. “Eu fui aluno desta casa e continuei a minha carreira sempre aqui. Eu cheguei aqui em 1982. 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Rute Ferreira é ainda professora catedrática no Departamento Física da UA. Licenciou-se em Engenharia Física e doutorou-se em Física pela UA. Atualmente, integra o Conselho Geral, eleita em 2021 pelo movimento “Melhor UA: Projetar os Próximos 50 anos”. Este movimento, elegeu 3 dos 10 mandatos atribuídos aos professores e investigadores no Conselho Geral. A Ria tentou entrar em contacto com Rute Ferreira, mas até ao momento ainda não foi possível obter qualquer declaração. Apesar disso, a Ria sabe que Rute Ferreira é das vozes mais críticas dentro do atual Conselho Geral.
AAUAv/UA: Basquetebol feminino traz título de hexacampeã nacional universitária para Aveiro
A expectativa para a final do Campeonato Nacional Universitário (CNU) de basquetebol feminino era alta e as estudantes-atletas de Aveiro corresponderam. As previsões de um “jogo renhido” feitas ontempor Mariana Seixo, estudante-atleta da equipa de basquetebol feminino, acabaram por se concretizar com a confiança e união da equipa aveirense a falarem mais alto. O frente a frente com a AEFEUP terminou com uma diferença de seis pontos a favor de Aveiro (68-62). Em declarações à Ria, José Costa, treinador de basquetebol profissional e da equipa universitária de Aveiro destaca que a final “foi um jogo muito duro”. “Já estávamos à espera, a outra equipa tem boas armas, são muito físicas e deram-nos muito problemas”, frisa o técnico, que aponta ainda que “o mais importante é que as miúdas estão super felizes”. “Merecem isso porque são estudantes extraordinárias, são boas atletas e fazem imensos esforços durante o ano todo”, sublinha José Costa. A equipa segue agora para o Campeonato Europeu Universitário, que se realiza em Bolonha, Itália, no mês de julho. Inês Neto, estudante-atleta da equipa, sublinha que “os europeus são sempre uma experiência” e frisa que “as expectativas são continuar a trabalhar e tentar alcançar a melhor classificação que pudermos”. “Quantos mais [títulos] temos, mais responsabilidade sentimos para o próximo (…) e quando concretizamos é um sentimento de orgulho”, afirma a atleta. A presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro e de Artur Silva, vice-reitor, nas bancadas não passou despercebida pelas estudantes-atletas. A estudante de Fisioterapia aponta mesmo que as presenças funcionam como um lembrete para aquilo que estão a representar. “Adiciona pressão, mas ajuda-nos porque sabemos que aquilo que representamos em campo – que é a Universidade – há quem represente também fora dele e nas bancadas e para nós é muito importante”, frisa Inês. De lembrar que as equipas universitárias aveirenses conseguiram nas fases finais dos CNU da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) arrecadar duas medalhas de ouro (basquetebol feminino e masculino) e dois bronzes (voleibol e andebol feminino). No total, a AAUAv/UA conta com 42 medalhas, ocupando a 4ª posição na luta pelo Troféu Universitário de Clubes e a 6ª no medalheiro. A equipa da AAUAv/UA volta a competir nos CNU de Atletismo Pista Ar Livre, nos dias 3 e 4 de maio.
Trabalhadores de museus e monumentos nacionais em greve aos feriados a partir de hoje
A reunião de um piquete de greve, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, entre 09:30 e as 10:00 de hoje, assinala o início da jornada, segundo os representantes sindicais. Em comunicado divulgado na passada segunda-feira, a federação sindical revela que os trabalhadores voltam a fazer greve “para exigir uma justa compensação pelo trabalho prestado nestes dias” e que a paralisação prologar-se-á até 31 de dezembro, “afetando todos os feriados até lá”. Contactado pela agência Lusa, Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, disse que a federação se reuniu em março passado com a ministra da Cultura e com a administração da Museus e Monumentos de Portugal e que “não houve nem abertura para negociar, nem uma proposta sequer” por parte da tutela. “Não houve rigorosamente nada. Estamos abertos a que se possa negociar, mas com algo de concreto”, disse o sindicalista. Segundo Orlando Almeida, os trabalhadores dos museus, monumentos e sítios arqueológicos de tutela pública recebem, em dias de feriado, cerca de 15 a 20 euros, o que representa “metade de um dia normal”, e são-lhes pagas até duas horas suplementares. “Há anos que este problema se arrasta, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão no sentido de valorizar o trabalho prestado em dias feriados nos museus, monumentos e sítios classificado”, sublinhou a federação em comunicado. Nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais geridos pela Museus e Monumentos de Portugal, entre os quais o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém (Lisboa) e o Convento de Cristo (Tomar), trabalham atualmente cerca de mil funcionários, estimou Orlando Almeida. A agência Lusa contactou a Museus e Monumentos de Portugal sobre a greve e a possibilidade de abertura de negociações com trabalhadores, no início da semana, e aguarda resposta.