ESN Aveiro foi cozinhar às Florinhas do Vouga
22 estudantes nacionais, internacionais e de Erasmus provenientes de 11 países diferentes participaram a semana passada na iniciativa Social Cuisine, da Erasmus Student Network (ESN) de Aveiro. O projeto foi recuperado de anos anteriores por Ayva Jacinto, atual coordenadora de projetos com o objetivo de ligar os estudantes internacionais à comunidade local.
Ana Patrícia Novo
JornalistaSopa, massa e frango foi a ementa do jantar da terça-feira passada, dia 19, no refeitório social das Florinhas do Vouga. A cozinha do número 43 da Rua de Espinho foi invadida por cinco estudantes universitários de diferentes países e três voluntários da ESN Aveiro.
Hidde foi um dos estudantes que participou. É holandês e está em Aveiro durante um semestre a tirar Comunicação e Média, no Departamento de Comunicação e Arte (DeCA). Na terça-feira passada, 19, juntou-se a quatro outros colegas internacionais e foi para a cozinha do Florinhas do Vouga. “Eu gosto muito de cozinhar então pensei: se puder ajudar a cozinhar um bocadinho num espaço como este seria fantástico”, comentou Hidde à Ria. Não esconde alguma desilusão sobre não ter cozinhado tanto como pensou que ia fazer, mas brinca e justifica que “talvez tivessem expectativas baixas em relação às nossas habilidades culinárias”.
Depois de pronta a comida o trabalho não tinha terminado. Servir a refeição e limpar o espaço estavam também nas tarefas atribuídas à ESN Aveiro.
Hidde ficou responsável por colocar os copos nas bandejas que os utentes da Florinhas do Vouga vinham levantar. Com um português tímido – característica que partilhava com as colegas de linha de serviço – ia fazendo a pergunta que lhe ensinaram na hora: “quer copo?”. A frase ia sendo repetida em jeito de treino antes da chegada das pessoas. “Quando me perguntarem se aprendi português vou dizer ‘quer copo?’”, brinca o estudante.
A comunicação entre a equipa da ESN Aveiro e das cozinheiras e responsáveis do refeitório social foi sendo traduzida – ora para português, ora para inglês. Nas interações, ouviam-se também tímidas duas estudantes chinesas “quer sopa”, perguntavam aos utentes do Florinhas. Se os utentes respondessem algo além do ‘sim’ ou ‘não’ a que já estão habituadas, recorriam à ajuda dos voluntários portugueses.
"Muita gente precisa e tem vergonha de cá vir"
Fernanda Silva trabalha há cerca de 12 anos no refeitório Social Florinhas do Vouga e está prestes a reformar-se. Falou com a Ria no dia a seguir a abrir a porta da cozinha – que não é só sua – aos estudantes da ESN de Aveiro. Foi contando histórias passadas enquanto embrulhava os talheres. Umas melhores – como quando recebe estudantes que a ajudam - outras piores – como a vez em que foi ameaçada por um utente que ficou desagradado com o menu.
“Vim para cá sem saber o que era as Florinhas do Vouga”, admite. Uma fábrica sanitária foi o seu local de trabalho durante 17 anos. Uma lesão fez com que se tivesse de retirar daquela que era a sua praia e veio descobrir a sua segunda na cozinha salpicada de azulejos coloridos da Florinhas do Vouga.
Fernanda não esconde que sente algum cansaço e descontentamento. Apesar de gostar do trabalho que tem, Fernanda admite que “de há uns tempos para cá” está “saturada”. “A gente está a lidar com eles [utentes], eles ontem estavam calmitos mas é muito complicado”, começa por desabafar Fernanda. Diz sentir falta de apoio, sobretudo a nível psicológico por parte da chefia. “Não temos apoio de ninguém”, garante, “temos de saber lidar”.
Fernanda, tal como as suas colegas de trabalho, conhece todos os utentes pelo nome. “Esta instituição, olhe, é assim - dá apoio a toda a gente”, informa. Por dia servem uma média entre 80 e 90 refeições ao almoço, outras tantas ao jantar. A essas refeições juntam-se ainda as refeições que não são consumidas no local.
Quanto à ajuda prestada pelos estudantes, Fernanda considera que além de ser uma ajuda dada ao pessoal da cozinha é “uma experiência diferente” para os mesmos. “Eles ficam a saber como é que isto funciona porque muita gente não sabe”, apontou. Fernanda sublinhou ainda que o feedback que tem por parte de voluntários tem a ver com o desconhecimento e o impacto com a realidade e a pobreza em que as pessoas vivem. A essa informação a dona Fernanda acrescenta ainda que “muita gente precisa e tem vergonha de cá vir”.
Hidde, voluntário, tinha partilhado uma ideia parecida no dia anterior. Para o estudante, a atividade “é interessante” precisamente por desafiar a sair da zona de conforto e a ter interações que “ajudam a pôr a tua realidade em perspetiva”. “Social e economicamente, a maior parte das pessoas [holandesas] estão bastante bem, mas não é assim para toda a gente”, refletiu o estudante. Hidde considerou ainda que a atividade também permite quebrar algumas ideias em relação aos estudantes de Erasmus. “Quando digo às pessoas que sou de Erasmus elas pensam ‘ah fixe, meio ano a passear por todo o lado, a beber e a festejar muito’ o que não é a realidade”, concluiu.
"Vamos fazer mais datas e um projeto maior"
Para Ayva Jacinto, coordenadora de projetos da ESN Aveiro, o Social Cuisine tem um sabor especial. Para a estudante que assume criar atividades com “impacto social e local” como principais objetivos, o projeto Social Cuisine permitiu que os estudantes internacionais sintam que “fizeram parte desta cidade e deixaram a sua marca positiva”. Ayva acredita ainda que o envolvimento tenha tornado “a experiência de Erasmus mais enriquecedora”.
A coordenadora partilhou que apesar de ser uma iniciativa realizada anteriormente pelo ESN Aveiro, a aposta na divulgação do evento fez com que existisse uma maior adesão e a iniciativa corresse melhor. Sentiram-se “muito bem recebidos” pela instituição Florinhas do Vouga e apontaram como razões, além da parceria antiga, a simpatia e acolhimento das responsáveis e funcionárias do refeitório social.
A iniciativa decorreu durante três dias da semana passada, (terça, quinta e sábado) e contou, no total, com a participação de 22 estudantes – nacionais, internacionais e de Erasmus. “Todos gostaram” da iniciativa e inclusive “estão dispostos a repetir”, informou Ayva. A coordenadora de projetos avança que está a ser pensada a organização de uma iniciativa semelhante para o próximo semestre, “vamos fazer mais datas e um projeto maior”, revela a estudante.
O evento Social Cuisine foi realizado no âmbito das semanas dos Social Impact Days da ESN Internacional em Aveiro. A par destes a ESN Aveiro desenvolveu ainda iniciativas como workshops de primeiros socorros, upcycling e autodefesa bem com uma ação de reflorestação.
Recomendações
Paulo Junqueiro partilha mais de quatro décadas de experiência musical na UA
A presença de Paulo Junqueiro na Universidade de Aveiro (UA) surgiu no âmbito da Microcredencial em Indústrias Emergentes de Música e Gestão de Carreira. Segundo Ana Flávia Miguel, coordenadora da curta formação e professora do DeCA, a escolha foi natural. “O Paulo Junqueiro foi presidente da Sony Music Brasil durante dez anos e anteriormente foi presidente da Sony Music Portugal (…) Convidei-o precisamente porque é uma pessoa que tem 44 anos de experiência profissional e uma enorme experiência de trabalhar numa major como a Sony Music Entertainment e em particular num mercado enorme que tem uma dinâmica e uma dimensão muito distinta daquilo que é o mercado português”, avançou. A sessão, dedicada às indústrias da música, foi aberta ao público em geral e contou com uma plateia diversificada, dentro e fora do meio académico. “Ele é um excelente comunicador, (…) tem centenas de histórias para contar que toda a gente deseja ouvir”, exprimiu a coordenadora. A estrutura da sessão incluiu uma breve introdução ao percurso do convidado, algumas perguntas previamente preparadas e, depois, um momento de interação com o público. Segundo Ana Flávia, a resposta da plateia foi clara: “Percebi que havia pessoas que vinham de fora [da Universidade] que conheciam de trás para a frente os álbuns que ele produziu, os grammys que ele ganhou”, lembrou. Mesmo os que tinham menos familiaridade com o percurso de Paulo Junqueiro mostraram-se envolvidos. “Sentimos através de sons, de expressões, essa simbiose entre quem está no palco e quem está a ouvir”, continuou. Questionada pela Ria quando ocorrerá o próximo “À conversa com…”, a docente revelou que, neste momento, não tem “nenhuma” sessão agendada. O primeiro “À conversa com...”, aconteceu há três semanas e contou com a presença de Timothy Rice, professor emérito de Etnomusicologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
UA distingue trabalhadores e estudantes em dois dias de celebrações e reencontros
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a cerimónia pretende homenagear os “trabalhadores - docentes, investigadores e pessoal técnico, administrativo e de gestão - que, ao longo dos anos de serviço, tem ajudado a construir o percurso da instituição”. A sessão contará com as intervenções de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e de Mário Pelaio, administrador da UA. No dia seguinte, 14 de junho, pelas 10h00, decorrerá a cerimónia de entrega de prémios escolares aos melhores estudantes finalistas e entrega de diplomas aos graduados. A sessão contará com as palavras de Paulo Jorge Ferreira e de Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da UA (AAUAv). A tarde é reservada aos alumni e famílias, bem como entrega de medalhas aos graduados de há 25 e 35 anos, em mais um "Alumni & Família". O momento terá início pelas 17h00. A cerimónia de sábado pode ser acompanhada online através do canal de youtube da UA. Na nota, a UA dá ainda nota que ambas as cerimónias vão contar, pela primeira vez, com audiodescrição, bem como com o apoio a outras necessidades específicas. “Haverá, para o efeito, no local, um balcão inclusivo”, esclarece. Também a responsabilidade social marcará presença com o "Projeto Au-Au", uma campanha para recolha de alimentos para animais que resulta da parceria entre a UA e a Agora Aveiro. Este ano, a associação beneficiária principal será a “Patinhas sem Lar”. Ambas as cerimónias são eventos certificados pela Norma ISO 20121, referente à sustentabilidade, organizadas de acordo com a Política de Gestão Sustentável de Eventos da Universidade.
Investigadores da UA desenvolvem sensor colorimétrico para deteção de L-asparagina
O trabalho foi desenvolvido por Ana Paula Tavares, Mara Freire, Márcia Neves e João C.F. Nunes, investigadores do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química. De acordo com a nota, o sensor representa uma “alternativa prática às técnicas convencionais, que são habitualmente complexas, demoradas e dispendiosas”. “O aminoácido L-asparagina está presente no organismo humano e em alimentos de origem vegetal, especialmente os ricos em amido. No setor da saúde, a sua monitorização está associada ao acompanhamento de doentes com leucemia linfoblástica aguda. Na indústria alimentar, o controlo da sua presença é relevante para prevenir a formação de acrilamida, uma substância potencialmente cancerígena que se forma durante a confeção de certos alimentos a temperaturas superiores a 100 °C”, explica. A tecnologia desenvolvida consiste num sensor cujo material muda de cor conforme a quantidade de L-asparagina presente na solução. “A leitura da concentração é feita de forma imediata, através da observação da tonalidade adquirida pelo sensor, sem a necessidade de equipamentos de laboratório. Por ser simples, portátil e acessível, esta inovação abre portas à sua aplicação em diversos ambientes, desde laboratórios de investigação até fábricas e unidades hospitalares”, continua a nota. Este desenvolvimento surgiu no âmbito do projeto “NanoPurAsp – Development of sustainable nanomaterials for the purification of antileukemic drugs”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo programa POCI. A tecnologia também contou com o apoio do projeto UI-TRANSFER, que visa promover a valorização do conhecimento científico e a sua transferência. “Este último apoio permitiu à equipa realizar testes de prova de conceito e preparar a tecnologia para futuras aplicações no mercado. O potencial da invenção foi reconhecido internacionalmente, tendo o Instituto Europeu de Patentes emitido a intenção de concessão da patente. A UA garantiu já a validação no âmbito da patente unitária europeia, assegurando proteção da tecnologia em vários países da União Europeia”, esclarece. A L-asparagina é um aminoácido presente tanto no organismo humano como em alimentos de origem vegetal, em especial aqueles ricos em amido, como as batatas e os cereais. Em contextos laboratoriais e clínicos, a sua quantificação é essencial.
Engenharia e Gestão Industrial (EGI) vence vigésima edição da Taça UA
A noite da passada quinta-feira, 5 de junho, apurou o vencedor da Taça UA, numa noite que ficou marcada pelas finais de andebol misto, disputadas entre os cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia e Gestão Industrial (EGI), e de futsal masculino, entre Engenharia Eletrónica e Telecomunicações (EET) e Finanças, partidas pautadas pela intensidade dos jogos disputados até aos últimos minutos e pelas bancadas vibrantes, com bombos e cânticos a fazerem-se ouvir o tempo todo. EGI acabou por vencer o jogo de andebol e conquistou mesmo a Taça UA. A festa, que já tinha começado nas bancadas, foi levada até à rotunda do ISCA-UA. À Ria, Joana Andrade, vice-presidente para as atividades académicas, culturais e desportivas da Associação de Engenharia e Gestão Industrial de Aveiro (AEGIA) e responsável desportiva na Taça UA, apontou no meio das celebrações que “é a décima” taça que os estudantes de EGI conquistam. “Sabe bem depois de um ano de trabalho trazê-la de volta a casa”, afirma com entusiasmo apontado que foi o objetivo do curso desde o início. “Está onde devia estar”, assegura. O ano passado a Taça tinha sido conquistada a EGI por Engenharia de Eletrónica e Telecomunicações. Este ano, o pódio final conta com 144 pontos de diferença entre o primeiro e o segundo lugar, sendo que o segundo lugar pertence a EET e o terceiro a Engenharia Mecânica. A pontuação da Taça UA segue um modelo de pontuação semelhante ao utilizado pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) no Troféu Universitário de Clubes (TUC). Para o ano, Joana garante que o curso se vai voltar a empenhar para se tornar bicampeão daquela que é a maior competição intercursos do país. Aponta, ainda, como “fundamental” a necessidade de “continuar a motivar a claque, os treinadores e os jogadores” para vencer e aproveita a oportunidade para agradecer “aos atletas que representaram o nosso curso”. À Ria, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), aponta que a iniciativa se destaca no panorama do desporto nas universidades a nível nacional. “Temos uma competição inigualável, imensas modalidades individuais e coletivas que foram medalhadas ao longo dos últimos dias e isso mostra a pluralidade da nossa academia, mostra o quão investidos os estudantes estão em fazer e querer mais - além de estarem sentados numa sala de aula”, aponta Joana. A competição contou com a participação de cerca de sete mil estudantes, inscritos em cerca de 20 modalidades diferentes. Os últimos três dias foram marcados pela disputa das finais de basquetebol, voleibol, futebol 7, futsal, nas vertentes femininas e masculinas, e andebol misto. A iniciativa atraiu, segunda a representante dos estudantes da universidade aveirense, “imensas pessoas de outras academias para verem aquilo que é o desporto informal no seu auge”. A presidente da direção da AAUAv aponta que para o futuro a utilização da nave “seria, de facto, algo que iria marcar a diferença”. “Temos um pavilhão multiusos [Caixa UA] à espera e os estudantes estão muito ansiosos para que possa ser utilizado, principalmente nestas alturas que acabam por ter um aglomerado de pessoas maior”, frisa. O pavilhão Aristides, repara, “já não dá resposta às necessidades”, o que se comprova pelas “bancadas repletas, com pessoas sentadas no chão”. Além disso a segurança e a acessibilidade ficam comprometidas. “A nave é uma necessidade e esperamos que para o ano isto não seja uma questão e que se possa celebrar o desporto informal num espaço digno de ser celebrado e que consiga acolher todos aqueles que querem participar”, enfatiza Joana Regadas. Artur Silva, vice-reitor para a investigação, inovação e formação de terceiro ciclo e acreditação dos ciclos de estudos, marcou presença e assistiu à final de futsal masculino. À Ria, sublinhou que a competição “é uma ótima forma dos estudantes estarem envolvidos uns com os outros”. Quanto à disponibilidade de espaços para se disputar os jogos da Taça UA, Artur Silva aponta que as duas infraestruturas têm de ser utilizadas de forma “a servir a comunidade académica toda”. O vice-reitor deixou ainda uma ressalva quanto ao número de estudantes envolvidos, tendo garantido que “é um movimento que nós queremos que venha a aumentar cada vez mais”. “É espetacular para a nossa academia e eu acho que é algo que nós queremos acarinhar, estamos a acarinhar e vamos acarinhar no futuro”, assegura.
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Concentração elevada de pólen em quase todo o continente até dia 19
O boletim polínico divulgado semanalmente pela SPAIC prevê a concentração de pólen no ar com valores elevados nas regiões de Castelo Branco, Coimbra, Évora, Lisboa e Vila Real no período de 13 a 19 de junho. Os grãos de pólen na atmosfera são maioritariamente provenientes das árvores oliveira, sobreiro e carvalho e das ervas gramíneas, azeda, tanchagem, quenopódio, urtiga e urticáceas (inclui a parietária), refere a SPAIC. Para o Porto, região de Entre Douro e Minho, e Faro, região do Algarve, a previsão de concentração de pólen na atmosfera é de valores moderados. Concentração baixa de pólen na atmosfera neste período é esperada apenas para o Funchal, na região autónoma da Madeira, e Ponta Delgada, na região autónoma dos Açores.
Município de Ílhavo reforça abertura e manutenção de sanitários públicos durante todo o ano
Numa nota enviada à Ria, além destes quatro sanitários públicos, “até 30 de setembro” estarão também abertos, “todos os dias da semana, os restantes sanitários públicos das praias e do Jardim Oudinot”. Segundo o Município, esta medida constitui uma “garantia reforçada, pela segunda vez, pelo Executivo Municipal”, assegurada através do novo contrato de serviços de limpeza e higienização dos sanitários públicos, celebrado pela Câmara Municipal de Ílhavo “no valor de 144.872,47 euros, acrescido de IVA”. O contrato prevê a prestação de serviços “durante 12 meses” de modo a garantir as condições de higiene e limpeza destes espaços. De acordo com a autarquia, o procedimento abrange também o “apoio durante eventos municipais de grande afluência, como o Festival do Bacalhau, o Festival Rádio Faneca, as Festas em Honra de Nossa Senhora da Saúde e os Santos Populares”. Com esta iniciativa, a autarquia pretende reforçar o “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à comunidade e com a valorização dos espaços públicos, assegurando que os locais de grande importância turística e social se mantenham em condições dignas e acolhedoras ao longo de todo o ano”. O Município de Ílhavo apela ainda à “boa utilização destes espaços públicos e reportar eventuais falhas ou anomalias nos serviços de limpeza e manutenção”.
Tribunal de Aveiro manteve condenação de ex-administrador judicial acusado de peculato
O coletivo de juízes decidiu manter a pena única do cúmulo jurídico que tinha sido fixada no primeiro julgamento, realizado em outubro de 2023, e que foi mandado repetir por ordem do Tribunal da Relação do Porto. Apesar de o arguido ter visto reduzida a pena parcelar de um dos dois crimes de peculato de que estava acusado, o tribunal decidiu condená-lo por um novo crime de abuso de confiança qualificado, tendo em conta que alguns dos levantamentos em numerário terão sido feitos depois de este já não estar a exercer as funções de administrador. O arguido foi assim condenado por dois crimes de peculato, nas penas parcelares de um ano de prisão e dois anos e nove meses, e um ano e três meses de prisão, por um crime de abuso de confiança qualificado. Tal como na primeira sentença, a suspensão da pena ficou condicionada à obrigação de o arguido pagar 30 mil euros às duas massas insolventes que ficaram lesadas. O Tribunal declarou ainda perdido a favor do Estado cerca de 174 mil euros. No primeiro julgamento, o ex-administrador judicial tinha sido condenado por dois crimes de peculato nas penas parcelares de três anos e três meses de prisão e dois anos e nove meses de prisão, tendo-lhe sido aplicado um cúmulo jurídico de quatro anos e meio de prisão. No entanto, o arguido recorreu da decisão para a Relação do Porto que mandou repetir o julgamento, por entender que a decisão recorrida evidenciava a omissão de factos que podiam e deviam ter sido averiguados. Em causa estão dois processos relativos a duas massas insolventes, que correram termos nos Juízos de Comércio de Coimbra e de Lisboa, entre 2015 e 2017, e em que o arguido interveio como administrador de insolvência. De acordo com a investigação, o arguido teria transferido para a sua conta e efetuado vários levantamentos em dinheiro sem documentos que o justificassem, sem autorização ou conhecimento da comissão de credores, apropriando-se de cerca de 495 mil euros. Embora tenha considerado irregular esta conduta, o Tribunal deu como provado que o arguido se apropriou apenas de cerca de 175 mil euros.
Paulo Junqueiro partilha mais de quatro décadas de experiência musical na UA
A presença de Paulo Junqueiro na Universidade de Aveiro (UA) surgiu no âmbito da Microcredencial em Indústrias Emergentes de Música e Gestão de Carreira. Segundo Ana Flávia Miguel, coordenadora da curta formação e professora do DeCA, a escolha foi natural. “O Paulo Junqueiro foi presidente da Sony Music Brasil durante dez anos e anteriormente foi presidente da Sony Music Portugal (…) Convidei-o precisamente porque é uma pessoa que tem 44 anos de experiência profissional e uma enorme experiência de trabalhar numa major como a Sony Music Entertainment e em particular num mercado enorme que tem uma dinâmica e uma dimensão muito distinta daquilo que é o mercado português”, avançou. A sessão, dedicada às indústrias da música, foi aberta ao público em geral e contou com uma plateia diversificada, dentro e fora do meio académico. “Ele é um excelente comunicador, (…) tem centenas de histórias para contar que toda a gente deseja ouvir”, exprimiu a coordenadora. A estrutura da sessão incluiu uma breve introdução ao percurso do convidado, algumas perguntas previamente preparadas e, depois, um momento de interação com o público. Segundo Ana Flávia, a resposta da plateia foi clara: “Percebi que havia pessoas que vinham de fora [da Universidade] que conheciam de trás para a frente os álbuns que ele produziu, os grammys que ele ganhou”, lembrou. Mesmo os que tinham menos familiaridade com o percurso de Paulo Junqueiro mostraram-se envolvidos. “Sentimos através de sons, de expressões, essa simbiose entre quem está no palco e quem está a ouvir”, continuou. Questionada pela Ria quando ocorrerá o próximo “À conversa com…”, a docente revelou que, neste momento, não tem “nenhuma” sessão agendada. O primeiro “À conversa com...”, aconteceu há três semanas e contou com a presença de Timothy Rice, professor emérito de Etnomusicologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles.