RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Após 15 anos, a Agora Aveiro continua a “fazer acontecer” pela cidade

É num sótão no centro de Aveiro que a Agora Aveiro continua a “fazer acontecer” passado 15 anos. Com mais de uma centena de projetos realizados pela região, a associação juvenil tem promovido iniciativas como a plantação de florestas por mãos universitárias ou até mesmo abraços grátis pelas ruas da cidade. Hélder Berenguer, gestor de projetos, foi o mais recente convidado do podcast Ria Co(m)vida, onde partilhou o percurso da organização e o impacto que tem gerado na cidade e na região.

Após 15 anos, a Agora Aveiro continua a “fazer acontecer” pela cidade
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
26 mai 2025, 10:02

Fundada em 2010, a Agora Aveiro nasceu da vontade de um grupo de jovens em criar projetos com impacto na comunidade. “A Agora nasceu da vontade de fazer acontecer”, afirma Hélder, que se juntou à associação em 2015.

Desde então, a estrutura da associação evoluiu significativamente. Um dos marcos foi a criação de uma academia de voluntariado e, mais recentemente, de um banco de voluntários que permite a participação pontual de jovens em projetos. “Criámos uma equipa que é responsável pela identificação de problemas dentro da comunidade”, esclarece o gestor de projetos.

Com cerca de 124 projetos realizados, a associação atua em áreas tão diversas como o ambiente e a sustentabilidade, a intervenção social e a arte urbana. “Na prática, as áreas de atuação que nós anunciamos no nosso site foram criadas a partir dos projetos. (…) Nós permitimos que os voluntários olhem para a sociedade, inspirem-se no que se passa à sua volta e a partir daí criem os projetos”, sintetiza Hélder Berenguer. As ideias partem muitas vezes de inspirações do dia-a-dia: “Há coisas muito simples. Alguém vê algo no Instagram e pensa: ‘Podíamos fazer algo igual e ajudar esta associação’”, partilha.

É por esta abordagem criativa e visível nas ruas que o gestor de projetos não tem dúvidas de que reconhecimento por parte da comunidade tem sido crescente. Recorda até que as pessoas já os reconhecem pela “t-shirt vermelha” que envergam. “Nós tentamos fazer projetos que têm uma componente de marketing de guerrilha. (…) Coisas que saem do comum e que chamam a atenção”, frisa.

Um dos projetos mais duradouros e bem-sucedidos é o “Plantar o Futuro”, que desafia a comunidade académica da Universidade de Aveiro (UA) a adotar e a plantar árvores autóctones. “É dos melhores exemplos da ligação entre a associação, a região e a Universidade”, considera o gestor de projetos. O projeto nasceu em conjunto com o departamento de Biologia da UA e evoluiu, especialmente após os incêndios de 2017 de Pedrógão Grande, passando a envolver “mais de mil participantes de toda a Universidade”.

Além desta iniciativa, Hélder denota que tem “havido” também um maior interesse pela comunidade UA em se juntar a associação ainda que reconheça algumas dificuldades. “O que nós temos visto é que existe talvez uma sobrecarga, principalmente da parte dos jovens universitários, das cadeiras da Universidade. Alguns deles têm de fazer part-time para conseguir estudar e então a disponibilidade a longo prazo tem diminuído”, atenta.

“Estamos a desenvolver nos jovens capacidades que dificilmente são desenvolvidas num contexto formal da escola ou da universidade”

Natural da Ilha da Madeira, Hélder chegou a Aveiro em 2009 para estudar Biologia e acabou por se fixar na cidade. Afirma sem hesitação que a Agora Aveiro foi determinante para essa escolha. “Conseguimos criar um grupo de pessoas que vão fazer as coisas mudarem. Não é só através da discussão e do reclamar, mas do fazer. E é isso das principais motivações que me fazem continuar na associação até hoje”.

Quanto ao impacto da associação ao longo dos seus 15 anos, Hélder acredita que a cidade está “muito diferente”. “Eu creio que a associação tem sido muito útil ao inspirar a comunidade a fazer algo”. Mudança essa que sublinha ser transversal à atitude dos próprios voluntários. “Nós tínhamos voluntários que, quando chegaram, eram muito tímidos e passados alguns anos apresentam a associação e falam com empresas. Portanto, estamos a desenvolver nos jovens capacidades que dificilmente são desenvolvidas num contexto formal da escola ou da universidade”, expõe.

Apesar dos sucessos, a sustentabilidade financeira continua a ser uma das maiores preocupações para a associação. “Muitas vezes, existe uma falta de reconhecimento económico ou financeiro do trabalho que as associações fazem. Existe esta ideia de que o voluntariado é de graça, mas tem custos. O voluntário, em si, não recebe uma recompensa financeira pela atividade que está a fazer, mas nós proporcionamos o transporte, a alimentação, todos os materiais que é preciso, todas as contas que nós temos de pagar, os próprios recursos humanos que têm de ser pagos”, salienta Hélder Berenguer. “Infelizmente, em Portugal, há uma falta bastante grave do reconhecimento do valor que o voluntariado e o associativismo têm na comunidade”, lamenta.

Em relação ao futuro, o gestor de projetos é prudente, mas ambicioso. “O meu desejo é que consigamos ter uma maior sustentabilidade financeira para conseguir ter mais recursos humanos, mais voluntários, para criar projetos maiores, quer em Aveiro, quer na região, quer projetos internacionais.”

A Agora Aveiro continuará, como o próprio nome sugere, focada no presente e na ação. Para quem quiser juntar-se, Hélder convida: “Podem ir ao nosso site agoraaveiro.org e inscrever-se no Banco de Voluntários. A partir desse momento, integram uma comunidade e vão recebendo, ocasionalmente, oportunidades de voluntariado pontual”.

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Livro Ribau Esteves: Desde a relação “difícil” com o reitor até à “excelente” relação com a AAUAv
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Livro Ribau Esteves: Desde a relação “difícil” com o reitor até à “excelente” relação com a AAUAv

No texto, Ribau Esteves começa por referir que a cooperação da Câmara de Aveiro com a Universidade de Aveiro (UA) “é um ativo de grande importância para a cidade, o município e a região de Aveiro”. Como presidente recorda que trabalhou com “dois reitores”: Manuel Assunção, “de outubro de 2013 a maio de 2018”, e Paulo Jorge Ferreira, “de maio de 2018 a outubro de 2025”. No caso de Manuel Assunção, ex-reitor da UA, entre 2010 e 2018, José Ribau Esteves descreve a relação como “excelente e produtiva”. Na obra destaca alguns dos projetos desenvolvidos com o ex-reitor, nomeadamente, “o Parque de Ciência e Inovação”; a “cooperação com a Fábrica de Ciência Viva”; a “decisão de ampliação do Hospital Infante D.Pedro com o Centro Académico Clínico integrado”; a “criação do curso de medicina”; a “qualificação da Rua do Castro”; o “desenvolvimento dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento e dos Pacotes de Investimentos a candidatar a Fundos Comunitários no âmbito da CIRA”; a “decisão de construir a rotunda do ISCA-UA na Avenida da Universidade” e o “acordo formalizado para partilha e regularização de património de imóveis”. No seguimento, destaca também que a “nova imagem institucional da Câmara de Aveiro” partiu de uma “ação de cooperação institucional da UA com a Câmara de Aveiro, com a ativa e direta participação da equipa de design da UA”. No que toca a Paulo Jorge Ferreira, Ribau Esteves diz que a relação foi “cordial, mas difícil”. Justifica a afirmação pelo “distanciamento no tratamento pessoal e nos assuntos institucionais”. “O reitor esteve quase sempre ausente da representação da UA em eventos relevantes organizados pela Câmara de Aveiro”, afirma. Na fase final de mandato, o autarca relembra que a relação ficou “mais perturbada pelo processo de construção ilegal da UA, e pela legalização feita pela Câmara de Aveiro, do edifício da ‘Nave Caixa UA’”. A este contexto, acusa ainda a Rádio Universitária de Aveiro (Rádio Ria) de “ação política ostensiva (…) contra o PSD, a Aliança com Aveiro, a Câmara e o seu presidente”. “Trata-se de um órgão pago e alojado pela UA, sistematicamente favorável ao PS, situação que cheguei a denunciar de forma clara a jornalistas da própria Rádio Ria e a responsáveis da Reitoria”, insiste. Recorde-se que a Ria lançou um comunicado, no passado dia 22 de setembro, onde denunciava que um jornalista tinha sido alvo de intimidações e declarações falsas sobre o seu projeto, o seu financiamento e a sua independência. Ao contrário de Manuel Assunção, que destacou um conjunto de projetos desenvolvidos com o Município, no caso de Paulo Jorge Ferreira opta por elencar aqueles que “não foi possível concretizar”. Entre eles, enumera: “O acordo sobre a partilha e a regularização do património de imóveis, com perdas relevantes para o interesse público, nomeadamente o que respeita à área do parque de estacionamento da nova residência universitária em obra junto ao Seminário (que fica com uma configuração limitada pela não cedência de uma pequena área triangular de terreno na UA)” e a “ocupação degradante do terreno da UA ao lado do edifício do IPDJ por não cedência do uso à Câmara”. “O que lamento, mas de facto não tive essa disponibilidade do reitor Paulo Jorge Ferreira”, exprimiu. Ainda assim, José Ribau Esteves refere que o balanço de cooperação entre a Câmara e a UA é “muito positivo, incluindo o que executámos no quadro da CIRA que tem um carácter exemplar a nível nacional e europeu, estando muitos processos e projetos em desenvolvimento para que essa relação tenha bom futuro”. Sobre esse futuro, o autarca sugere que o novo reitor “invista de novo, de forma intensa, na cooperação com a comunidade e com o poder local da região de Aveiro, em verdadeiro espírito de equipa, com um pró-reitor ou um vice-reitor com poderes específicos para desenvolver trabalho nessa área muito importante para os municípios, para os cidadãos e para a própria UA”. Saliente-se que Artur Silva, atual vice-reitor, em declarações à Ria, mostrou-se “disponível” para ocupar o lugar de reitor. No texto, Ribau Esteves faz referência a Artur Silva enfatizando a “intervenção muito ativa” em projetos como a “Fábrica Ciência Viva- os Tech Labs e a Escola de Ciência Viva para a educação STEAM” ou na “luta pela retoma do curso de Medicina na UA”. No subcapítulo, Ribau Esteves dedica os últimos parágrafos a falar sobre a relação com a AAUAv que descreve como “estreita e intensa (…), apenas com um período de exceção”. “Com os presidentes André Reis, Henrique Cruz, Xavier Vieira e António Alves, a relação foi boa e de cooperação profícua. (…) Com o presidente Wilson Carmo (2023/2024) as relações foram difíceis, com alguns momentos de total afastamento e conflitualidade com exposição pública, com origem nas opções desse presidente, muito estranhas e difíceis de entender”, refere. No que toca à relação com Joana Regadas, o autarca diz que a mesma foi “excelente” e de “boa cooperação, enquadrada na assinatura e na execução de um acordo formal de cooperação entre a AAUAv e a Câmara de Aveiro”.  Recorde-se que, este sábado, Ribau Esteves apresentou o livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”, no Teatro Aveirense, encerrando os 12 anos à frente desta autarquia.

Agora Aveiro assinala Dia Mundial da Saúde Mental com atividades “dentro e fora dos muros”
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Agora Aveiro assinala Dia Mundial da Saúde Mental com atividades “dentro e fora dos muros”

O projeto “Janela para a Mente” começou em abril com a recolha de testemunhos entre os membros da associação sobre as suas frustrações e desafios pessoais e culminou no passado dia 11 de outubro com uma tarde de atividades abertas à comunidade no Glicínias Plaza. A iniciativa teve como propósito assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental que se comemorou no dia anterior. “Esse material [de recolha] foi trabalhado com a psicóloga Margarida Gonçalves, que ajudou a desenhar as atividades para o evento no Glicínias Plaza e selecionar palavras simbólicas - ansiedade, culpa, medo e solidão - para um mural ‘Em Desconstrução’”, esclarece a associação na nota. No estacionamento do centro comercial foi ainda erguido um “muro simbólico formado por blocos com essas palavras, representando emoções que podem aprisionar pensamentos e ações”. “Posteriormente, o muro foi desconstruído num ato simbólico de libertação emocional, uma espécie de terapia destrutiva e gesto de reconstrução interior”, continua. De acordo com a Agora Aveiro, todo o processo foi documentado e deu origem a uma curta-metragem, disponível nas redes sociais e no YouTube da associação. “No vídeo, dos escombros do muro nasce uma janela, símbolo de novas perspetivas e abertura emocional, convidando o público a ‘abrir janelas para a mente’ em vez de erguer muros internos”, reforça o comunicado. Entre sofás e mantinhas, livros sobre saúde mental, chás e bolinhos, pessoas e conversas, “Receitas para o Bem-Estar”, o evento do dia 11 de outubro contou ainda com uma aula de ioga, com uma palestra sobre “O Papel da Nutrição na Saúde Mental” e uma tertúlia sobre “O Papel da Comunidade na Saúde Mental”. “O ambiente de acolhimento e partilha reforçou a mensagem do projeto: ninguém deve enfrentar sozinho as suas barreiras interiores”, sintetiza a associação. A iniciativa estendeu-se ainda ao Estabelecimento Prisional de Aveiro com a exposição “Nas Entrelinhas”. A mostra foi instalada no parlatório, um espaço de encontro entre reclusos e familiares, e “promoveu a reflexão e diálogo sobre saúde mental, defendendo que o bem-estar deve ser acessível a todos: dentro e fora dos muros”. Foto: Helder Berenguer

Diogo Soares Machado critica Ribau Esteves e desafia Luís Souto a ter “coragem para mudar”
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Diogo Soares Machado critica Ribau Esteves e desafia Luís Souto a ter “coragem para mudar”

A acusação do vereador do Chega para o ainda presidente da Câmara foi feita através das suas redes sociais este domingo, 26 de outubro, um dia depois de Ribau Esteves ter apresentado a obra “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”, no Teatro Aveirense.  Nessa publicação, Diogo Soares Machado atira que o Chega não admitirá “que a sua gestão passe incólume e sem escrutínio” e que as “contas das suas viagens, ao Dubai ou onde quer que tenha ido, não sejam passadas a pente fino”. “Como os seus famosos planos de pormenor, as suas negociatas e os compadrios pelos quais é conhecido e reconhecido. E o cartão de crédito que usava, já agora...”, continua. No seguimento, escreve ainda: “Não seremos cúmplices dos desmandos e desvarios autocráticos de um senhor que acha que depois dele não há nada”. Pegando no título do próprio livro apresentado, Diogo Soares Machado insiste que “coragem é o que não nos falta”. Num apontamento direto a Luís Souto de Miranda, o agora presidente eleito pela coligação ‘Aliança com Aveiro’ ao Município, o vereador do Chega acrescenta ainda: “E se o presidente agora eleito pensa que nos enreda e consegue manietar, desengane-se: temos o peso político que Aveiro nos quis dar para assumir, com toda a determinação e sem a menor hesitação, que, a partir de 31 de outubro próximo, tudo vai ser diferente, tudo vai ser mais transparente, rigoroso, fiscalizado e escrutinado”. “Veremos como se comporta e como vota, quando confrontado com as nossas propostas, veremos se segue o exemplo de Aradas e se nega a aprovar uma auditoria aos mandatos que agora terminam, sonegando aos aveirenses a transparência que merecem”, continua. “Veremos se o Luís Souto tem a mesma coragem para mudar…”, remata.

IL apoia exigências da oposição em Aradas e fala em “princípios basilares de uma democracia”
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IL apoia exigências da oposição em Aradas e fala em “princípios basilares de uma democracia”

“As exigências da oposição são a realização de uma auditoria, a entrega dos documentos que a Junta de Freguesia de Aradas já foi condenada a entregar e a cessação do litígio com as trabalhadoras que levou à intervenção da IGF. São exigências que nada têm de inaceitável”, afirmou. A candidata liberal estranha mesmo a reação da presidente eleita, lembrando que “exigências de transparência e de respeito” não podem ser consideradas "inadmissíveis". “Trata-se de princípios basilares numa democracia e não devia sequer ser preciso ter de se exigir o seu cumprimento", afirma. Ana Alves Torrão conclui assumindo apoio explícito à posição da oposição: “A Iniciativa Liberal e eu, enquanto candidata não eleita deste partido à Junta de Freguesia de Aradas, apoiamos e reforçamos estas exigências, e estaremos sempre do lado da defesa dos interesses dos aradenses".

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Livro Ribau Esteves: Desde a relação “difícil” com o reitor até à “excelente” relação com a AAUAv
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No texto, Ribau Esteves começa por referir que a cooperação da Câmara de Aveiro com a Universidade de Aveiro (UA) “é um ativo de grande importância para a cidade, o município e a região de Aveiro”. Como presidente recorda que trabalhou com “dois reitores”: Manuel Assunção, “de outubro de 2013 a maio de 2018”, e Paulo Jorge Ferreira, “de maio de 2018 a outubro de 2025”. No caso de Manuel Assunção, ex-reitor da UA, entre 2010 e 2018, José Ribau Esteves descreve a relação como “excelente e produtiva”. Na obra destaca alguns dos projetos desenvolvidos com o ex-reitor, nomeadamente, “o Parque de Ciência e Inovação”; a “cooperação com a Fábrica de Ciência Viva”; a “decisão de ampliação do Hospital Infante D.Pedro com o Centro Académico Clínico integrado”; a “criação do curso de medicina”; a “qualificação da Rua do Castro”; o “desenvolvimento dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento e dos Pacotes de Investimentos a candidatar a Fundos Comunitários no âmbito da CIRA”; a “decisão de construir a rotunda do ISCA-UA na Avenida da Universidade” e o “acordo formalizado para partilha e regularização de património de imóveis”. No seguimento, destaca também que a “nova imagem institucional da Câmara de Aveiro” partiu de uma “ação de cooperação institucional da UA com a Câmara de Aveiro, com a ativa e direta participação da equipa de design da UA”. No que toca a Paulo Jorge Ferreira, Ribau Esteves diz que a relação foi “cordial, mas difícil”. Justifica a afirmação pelo “distanciamento no tratamento pessoal e nos assuntos institucionais”. “O reitor esteve quase sempre ausente da representação da UA em eventos relevantes organizados pela Câmara de Aveiro”, afirma. Na fase final de mandato, o autarca relembra que a relação ficou “mais perturbada pelo processo de construção ilegal da UA, e pela legalização feita pela Câmara de Aveiro, do edifício da ‘Nave Caixa UA’”. A este contexto, acusa ainda a Rádio Universitária de Aveiro (Rádio Ria) de “ação política ostensiva (…) contra o PSD, a Aliança com Aveiro, a Câmara e o seu presidente”. “Trata-se de um órgão pago e alojado pela UA, sistematicamente favorável ao PS, situação que cheguei a denunciar de forma clara a jornalistas da própria Rádio Ria e a responsáveis da Reitoria”, insiste. Recorde-se que a Ria lançou um comunicado, no passado dia 22 de setembro, onde denunciava que um jornalista tinha sido alvo de intimidações e declarações falsas sobre o seu projeto, o seu financiamento e a sua independência. Ao contrário de Manuel Assunção, que destacou um conjunto de projetos desenvolvidos com o Município, no caso de Paulo Jorge Ferreira opta por elencar aqueles que “não foi possível concretizar”. Entre eles, enumera: “O acordo sobre a partilha e a regularização do património de imóveis, com perdas relevantes para o interesse público, nomeadamente o que respeita à área do parque de estacionamento da nova residência universitária em obra junto ao Seminário (que fica com uma configuração limitada pela não cedência de uma pequena área triangular de terreno na UA)” e a “ocupação degradante do terreno da UA ao lado do edifício do IPDJ por não cedência do uso à Câmara”. “O que lamento, mas de facto não tive essa disponibilidade do reitor Paulo Jorge Ferreira”, exprimiu. 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No que toca à relação com Joana Regadas, o autarca diz que a mesma foi “excelente” e de “boa cooperação, enquadrada na assinatura e na execução de um acordo formal de cooperação entre a AAUAv e a Câmara de Aveiro”.  Recorde-se que, este sábado, Ribau Esteves apresentou o livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”, no Teatro Aveirense, encerrando os 12 anos à frente desta autarquia.

Judo: AAUAv/UA conquista uma medalha de ouro e uma medalha de bronze nos CNU
Universidade

Judo: AAUAv/UA conquista uma medalha de ouro e uma medalha de bronze nos CNU

Foram dez os estudantes-atletas da Universidade de Aveiro que, durante o passado domingo, estiveram na disputa dos 14 títulos nacionais universitários que se discutiram em Aveiro. De entre estes, dois alcançaram o pódio: Constança Alves, estudante da licenciatura em Enfermagem, que venceu na categoria -48 kg, e Leonardo Pata, estudante da licenciatura em Marketing, que arrecadou a medalha de bronze em -66 kg. No total, a Caixa UA recebeu 125 desportistas oriundos de 39 clubes diferentes. Do ponto de vista coletivo, foi a Universidade Nova de Lisboa quem acabou por vencer o troféu dos CNU. A organização da competição esteve a cargo da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU Portugal), Federação Portuguesa de Judo (FPJ), da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e da Universidade de Aveiro (UA).  

Estudantes da UA devem “mais de 2,8 milhões de euros” em propinas à instituição
Universidade

Estudantes da UA devem “mais de 2,8 milhões de euros” em propinas à instituição

Ao longo da última semana, o Jornal de Notícias (JN) noticiou que os estudantes de 14 instituições de Ensino Superior (entre as quais não constava a UA) acumularam, ao longo dos últimos três anos, uma dívida de “24 milhões de euros” em propinas. Entre os estabelecimentos analisados, era na Universidade do Minho, onde os estudantes devem cerca devem “cerca de sete milhões de euros”, que a dívida era maior. A fechar o pódio aparecem o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) com “5,5 milhões” e a Universidade do Porto com “4,6 milhões”. Segundo informação solicitada pela Ria à UA, no caso de Aveiro são “mais de 2,8 milhões de euros” que os estudantes têm em dívida para com a instituição. Deste valor, que é relativo ao último triénio, apenas “61 mil euros” (cerca de 2% da dívida total) dizem respeito a “estudantes com uma bolsa de ação social”. A Universidade dá nota ainda que, no que diz respeito ao último ano letivo, “não houve ainda lugar à remessa das certidões de dívida ao cuidado da Autoridade Tributária para efeitos da instauração dos correspondentes processos de execução fiscal” – no âmbito desses processos, notam, que a UA já conseguiu reaver “cerca de meio milhão de euros”. Em reação a estes números, Joana Regadas diz à Ria que, “para além do valor, é preciso perceber as condições que contribuíram para essa dívida”. Como fatores que, acredita, podem justificar o fenómeno, a presidente da direção da AAUAv aponta uma possível desinformação dos estudantes que “ao final de um ano desistiram da licenciatura e que não sabem que ainda assim têm de pagar a propina”, mas também as “condições socioeconómicas adversas” de quem não tem condições para pagar. “Acho que estes valores não permitem tirar ilações muito precisas. Era necessário perceber em que espetro é que este montante se insere para conseguirmos tirar conclusões”, afirma a estudante. Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, na passada segunda-feira, em declarações aos jornalistas, desmentiu os presidentes das federações académicas que, ao JN, disseram que o valor da dívida às instituições se devia ao atraso do pagamento das bolsas de ação social. Independentemente de não existirem dados que comprovem essa relação, Joana Regadas afirma que está em causa “um conjunto de estudantes que se encontram atualmente no limiar da atribuição de uma bolsa e que, por dez euros, não conseguem ter acesso”. De acordo com a presidente, trata-se de um facto já bastante “reforçado e discutido” que, aponta, inclusivamente já foi comprovado por estudos feitos pelo Governo. Numa altura em que o movimento associativo nacional se prepara para sair à rua em Lisboa contra o aumento das propinas – uma manifestação que acontece esta terça-feira, dia 28, e que a AAUAv também vai integrar -, Joana Regadas aproveitou para responder ao ministro da Educação que, também na última semana, disse “não conseguir perceber” que o foco dos estudantes esteja nas propinas. A dirigente refere que “ao dar ênfase àquilo que é uma posição tomada face às propinas, [o movimento estudantil] não está, de todo, a esquecer-se daquilo que é a problemática da ação social”. Joana Regadas afirma que os estudantes estão “bem cientes” de que as propinas não são “a maior fatia do bolo orçamental que permite a frequência e o acesso ao ensino superior”, mas lembra que, por isso, não deixa de ser uma “fatia” e que “contribui”. Não obstante, a presidente da direção da AAUAv sublinha que o foco não deve ser apenas a subida do valor das propinas do primeiro ciclo de estudos, mas também o fim do teto das propinas de mestrado. Conforme afirma, “qualquer universidade está livre, desde que seja aprovado em Conselho Geral, de colocar a propina de um mestrado a dez mil euros. Nenhum de nós se sente confortável com esta liberdade de posição porque estamos a fazer com que um ciclo de estudos, aí sim, fique só acessível a certas classes socioeconómicas”. Recorde-se que, conforme noticiado pela Ria no passado mês de setembro, o governo inscreveu na proposta de Orçamento de Estado o aumento das propinas de primeiro ciclo de estudos em 13 euros, passando dos atuais 697 euros anuais para 710. Já as propinas de mestrado vão ser descongeladas que, de acordo com Fernando Alexandre, vão passar a ser definidas pelas próprias instituições. Em declarações aos jornalistas durante a última semana, segundo a Agência Lusa, o governante disse que as propinas eram um “assunto encerrado”. A Ria procurou falar também com a reitoria da Universidade de Aveiro, mas, até ao momento de publicação da notícia, não obteve resposta.

Ílhavo dá posse aos novos órgãos autárquicos este domingo
Região

Ílhavo dá posse aos novos órgãos autárquicos este domingo

Segundo uma nota enviada às redações, esta segunda-feira, 27 de outubro, Paulo Pinto Santos, presidente cessante da Assembleia Municipal de Ílhavo, dará posse aos membros da Assembleia Municipal e ao novo executivo da Câmara Municipal de Ílhavo. Quatro anos depois de ter perdido a autarquia para o movimento independente “Unir para Fazer”, o PSD, em coligação com o CDS, venceu a Câmara Municipal, sem maioria absoluta, com “6.580 votos” (35.74%), seguindo-se o “Unir para Fazer” com “6.405 votos” (34,79%), o PS com “2.458 votos” (13.35%), o Chega com “1.957 votos” (10.63%) e a CDU com “337 votos” (1.83%).