Feira Vocacional: Cerca de “70 instituições” ajudam os mais novos a descobrir sua vocação
Até esta quarta-feira, 19 de fevereiro, o Parque de Exposições, em Aveiro, está a acolher a 9.ª edição da Feira Vocacional e Profissional de Aveiro. A iniciativa promovida pelo Município de Aveiro em coorganização com os sete agrupamentos de escolas do concelho reúne entidades do ensino básico, secundário, profissional, superior e politécnico, tanto do setor público como do setor privado, bem como associações e instituições com o objetivo de orientar os jovens do 9.º e do 12.º ano na descoberta das suas vocações.
Isabel Cunha Marques
JornalistaSofia Miranda e Constança Costa foram duas das estudantes que fizeram questão de marcar presença no primeiro dia da 9.ª edição da Feira Vocacional e Profissional de Aveiro. Aveirenses de gema e, atualmente, no 12º ano contaram à Ria que esta foi a segunda vez que vieram ao evento, desde há três anos, desta vez, motivadas pela “preocupação em ver médias” para conseguirem ingressar no Ensino Superior. Apesar das diferentes ofertas formativas presentes no espaço, para ambas a decisão estava praticamente tomada: conseguir entrar na Universidade de Aveiro (UA). Sofia para o curso de Engenharia Informática e Constança para o curso de Engenharia Civil. “Eu sempre cresci ao pé da universidade e toda a gente falou-me sempre bem dela. Acho que é uma boa escolha… Tendo o curso que eu quero acho que vale a pena ir”, exprimiu uma das jovens.
Entre as diferentes ofertas educativas e formativas presentes no certame estava, precisamente, a UA. A representar um dos stands da universidade aveirense apresentava-se Verónica, uma jovem madeirense e estudante do 1º ano do mestrado em Economia que ganhou um “amor muito grande” pela cidade de Aveiro e pela universidade. “Eu vim para cá tirar a licenciatura em Finanças. Não queria vir para Aveiro e tinha planos de passar na segunda fase para outra universidade…. Entretanto, mudei de ideias, fiz cá os três anos de licenciatura, concorri ao mestrado e fiquei cá. Ganhei um amor muito grande. É casa”, exprimiu à Ria, realçando que estes tipos de eventos são “muito bons”. “Na minha altura, não tive essa ajuda… É bom estar aqui a explicar tudo aquilo que temos de bom na nossa universidade e a dar-lhes um empurrão e a mostrar-lhes que esta universidade tem tudo aquilo que eles precisam…”, explicou. “Espero que também possa ser uma casa para eles como foi para mim”, esperançou Verónica.
Além das diferentes ofertas formativas, também diversas entidades associativas e institucionais voltaram a marcar presença. É o caso de “A Barrica” (Associação de Artesãos da Região de Aveiro) representada por Anabela Ferreira, uma artesã aveirense, juntamente com a sua mãe, que se fazia representar num outro stand com peças produzidas por si como malas, cachecóis ou porta moedas. “Já passaram por aqui alguns jovens a dizer que lhes fazia lembrar o que as avós faziam… Já tive até um rapaz que me pediu para lhe ensinar a fazer”, contou Anabela à Ria. Pelo 5º ano presente na feira, a artesã acrescentou que é o gosto pelo contacto com os jovens que a faz vir ano após ano. “Isto é para mostrar aos jovens que nem só com o curso superior se pode ter sucesso na vida”, afirmou com uma gargalhada.
Também presente no primeiro dia de feira, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, em entrevista à Ria, realçou que o programa da iniciativa que agrega, entre outros pontos, ofertas formativas e workshops foi estabilizado “em absoluto” no ano passado. “[Há] uma parte de feira mais informativa e mais festiva e uma outra parte mais tranquila, mais de uma relação de quem comunica e de quem é comunicado para assentar nessa partilha de conhecimentos num segundo pavilhão daqui do parque (…) Temos uma alegria enorme por mantermos esta capacidade de fazer a cada ano melhor”, explicou.
Segundo Ribau Esteves, este ano, marcaram presença “quase 70 instituições” no Parque de Exposições. “Estão artesãos, está o Instituto Profissional de Emprego, estão juventudes partidárias… Esta lógica da diversidade é uma peça fundamental que nós entendemos partilhar com os alunos do 9º e do 12º ano…”, explicou.
O programa da iniciativa inclui ainda alguns convidados especiais como é o caso de Bruno Seco, selecionador Nacional de Futebol de Rua, Nuno Delgado, presidente da Escola de Judo, João Neto, “Maratonista sobre-humano” que começou a correr aos 45 anos e Paulo Costa, gestor e empreendedor. “A lógica dessa componente é a mesma da feira toda. É precisamente nós podermos dizer a quem cá vem que a esse nível dos testemunhos essa diversidade existe e isso é fundamental. Os testemunhos são muito importantes porque a informação é sempre muito teórica”, partilhou o presidente da CMA.
Em entrevista à Ria, Bruno Seco concordou com esta perspetiva realçando que é “completamente contra” o ensino convencional. “Na minha altura, o ensino baseava-se na memorização e hoje em dia continua a ser utilizado o mesmo processo. O ensino, na minha perspetiva, devia de ser de descoberta guiada… Devia de ser eu vou-te dar desafios, tu vais encontrando soluções e vais descobrir o teu foco… Nós somos avaliados sempre pela mesma inteligência que é a inteligência lógico matemática. Tu sabes ler e fazer contas és esperto… Não sabes ler e fazer contas és burro. Quando temos mais oito ou nove inteligências diferentes (…) Se as pessoas conseguissem levar do desporto para a vida era brutal. Eram mais disciplinadas e tinham mais paixão naquilo que fazem”, desabafou. “Eu vim cá para pôr estes jovens a pensar. Vim aqui pôr uma sementinha e vou à minha vida”, atirou Bruno com uma risada.
A Feira Vocacional e Profissional é realizada em coorganização com os sete Agrupamentos de Escolas e pretende agregar, num único evento, diversas ofertas educativas e formativas e saídas profissionais, com o intuito de proporcionar aos alunos do 9.º ano e 12.º ano, o contacto com diversas ofertas e entidades do sistema educativo, desde o ensino básico, secundário e bem profissional, superior e politécnico, privado e público, como de entidades associativas e institucionais, contribuindo assim para a descoberta de vocações e escolhas profissionais dos alunos. A iniciativa que tem como lema “À descoberta da minha vocação” iniciou ontem, 18 de fevereiro e termina esta quarta-feira.
A programação na íntegra pode ser consultada aqui.
Recomendações
Acesso ao túnel da Avenida Santa Joana condicionado ao trânsito a partir desta terça-feira
“A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) informa que, no âmbito da empreitada de requalificação da Rua Comandante Rocha e Cunha, será necessário proceder ao corte de trânsito no acesso ao túnel da Avenida Santa Joana, em duas fases distintas, para execução de trabalhos de pavimentação”, informa a nota. A primeira fase inicia esta terça-feira, 13 de maio e decorrerá até ao dia 21 de maio. A empreitada implica o corte de trânsito no acesso ao túnel da Sé, no sentido rotunda do Hospital / rotunda do Paraquedista, “abrangendo a Avenida 5 de Outubro, desde a Rua Padre Arménio Alves Costa Jr. (junto ao Calçado Guimarães) até à rotunda do Paraquedista e zona de transição para a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática”. A segunda fase iniciará a 22 de maio e “irá afetar a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática, no sentido Avenida Central / rotunda do Paraquedista, incluindo a ligação à Avenida 5 de Outubro”. Na nota, a autarquia esclarece que a mesma deverá estar concluída até ao dia 3 de junho. A empreitada da Rua Comandante Rocha e Cunha tem um custo da CMA de “212 mil euros” e está a ser executada pela empresa "Urbiplantec – Urbanizações e Terraplanagens, Lda".
Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se
A sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Aveiro teve início às 11h30, na Praça da República, com o tradicional hastear da bandeira, a execução do hino da cidade e a presença de uma guarda de honra, assinalando simbolicamente o arranque oficial das celebrações. Às 11h45, nos Paços do Concelho, decorreu a cerimónia de entrega das condecorações honoríficas municipais, distinguindo cidadãos e instituições cujo mérito e contributo se destacaram no desenvolvimento do município. Entre os homenageados estiveram figuras como Aurora Cunha, João Neto, Rosa Alice Branco, Zacarias Andias (a título póstumo), Fernando Vasconcelos, bem como as instituições Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal. A sessão solene iniciou-se com os discursos de Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal e de José Ribau Esteves, presidente cessante da Câmara Municipal de Aveiro. Ambos optaram por intervenções marcadamente políticas, nas quais enalteceram as políticas municipais dos últimos anos e dirigiram críticas à oposição. Luís Souto de Miranda destacou o simbolismo da data, sublinhando que o feriado municipal “é sempre uma ocasião de reflexão, de balanços e de perspetivarmos o futuro”. Referiu-se também à relevância das distinções atribuídas, considerando-as uma “boa tradição” que valoriza “o mérito” e incentiva “novos exemplos para o futuro”. Num momento de reconhecimento público, Luís Souto assinalou o fim do ciclo autárquico de Ribau Esteves, sublinhando o “enorme serviço que prestou ao município ao longo dos três mandatos”. Em tom crítico, e perante a presença de Alberto Souto de Miranda- ex-presidente da Câmara entre 1998 e 2005-, lembrou as dificuldades financeiras herdadas da governação socialista, apontando que “só com a recuperação financeira se criaram as condições para o que fomos gradualmente assistindo em Aveiro: uma rede escolar e de centros de saúde que hoje não nos envergonha, bem pelo contrário; um centro urbano onde se destacam as importantes obras do Rossio e da Avenida, que, ainda que polémicas, são hoje claramente do apreço e usufruto geral, com notórios efeitos na dinamização do comércio e dos serviços”. O presidente da Assembleia Municipal elencou ainda algumas das obras que considera “bem conseguidas”, como a requalificação da “Rua da Pêga” e das “Avenidas 25 de Abril e Mário Sacramento”. Na área da mobilidade, destacou a aposta no “ferry elétrico Salicórnia”, nos “autocarros elétricos” e nas “bicicletas bugas 1 e 2”. Reconhecendo que “nada disto foi feito sem erros”, acrescentou que “só não erra quem nunca decide”. “Deixemos para um outro momento a avaliação do que eventualmente justifica correção e saibamos ter, pelo menos, a objetividade de reconhecer que a capacidade de realização foi ímpar”, apelou, dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves. A cultura foi também destacada como área estratégica de investimento, contrariando críticas de alegado desinteresse. “A cultura, ao contrário do que alguns velhos do restelo clamavam, não só não foi esquecida como contou com importante investimento”, afirmou. O discurso terminou com uma reflexão sobre os desafios que se colocam ao município no futuro próximo, nomeadamente o impacto das transformações tecnológicas, o envelhecimento da população e as novas prioridades ambientais e sociais. Referiu o trabalho da Assembleia Municipal Jovem e o papel das novas gerações, que, segundo Luís Souto, “querem mais e melhor mobilidade suave, mais espaços verdes, mais desporto para todos, uma digitalização responsável, inclusão e solidariedade social”. E concluiu que “em Aveiro, município que se quer sempre na vanguarda, não poderemos ficar indiferentes a estas novas agendas”. Num tom mais leve, mas não menos sugestivo, Luís Souto lançou ainda uma indireta a Ribau Esteves, questionando-o sobre o seu futuro após deixar a autarquia: “Não sei se ele hoje vai revelar, mas ainda não revelou”, disse, arrancando algumas risadas discretas de quem se encontrava pelos Paços do Concelho. No último Feriado Municipal enquanto presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves fez um discurso marcado pela emoção, balanços positivos e agradecimentos a diversos setores da sociedade civil, aproveitando também para reforçar o seu compromisso com a cidade até ao final do mandato. “Quero deixar o meu testemunho de tanta determinada esperança na vida, de aposta nos homens, de fé em Deus”, declarou, evocando ainda o simbolismo do nascimento, ao referir-se ao aniversário dos gémeos Maria José e José Maria, filhos de colaboradores próximos. “Com eles fazemos a festa da vida, do nascer e do crescer, de quem acredita, aposta e realiza”, refletiu José Ribau Esteves. O autarca celebrou a dinâmica cultural do município, sublinhando o sucesso da iniciativa Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, “um sucesso de múltiplas características”, com “mais de 700 espetáculos” e “criatividade que nasceu e veio para ficar”. Considerou ainda tratar-se de uma “relevante ação de marketing territorial” que “deu mais Aveiro a Portugal e ao mundo”. Ribau Esteves destacou igualmente obras estruturantes como a requalificação do Rossio e das pontes, a instalação do monumento da Muralha de Aveiro e o novo Ferryboat Elétrico Salicórnia, uma aposta em mobilidade e ambiente. “Foram dez milhões de euros de investimento em conforto para os passageiros, redução de custos e aumento da eficiência energética e dando a 2024 o ano recorde de passageiros. Cerca de 203 mil pessoas utilizaram o Salicórnia para a travessia marítima entre o Forte da Barra e São Jacinto”, indicou. No domínio do turismo, sublinhou os “indicadores de recorde” com “quase 350 mil pessoas” nos museus e nos postos de turismo e lojas turísticas e “mais de 74 mil espectadores no Teatro Aveirense”. Realçou as edições “2024 e 2025” da Maratona da Europa Aveiro dando ainda nota que a atividade já “ostentou o selo da World Athletics” e “entrou para o grupo das 100 melhores maratonas do mundo”. Em jeito de homenagem a Aurora Cunha e João Neto, declarou: “Agradecendo-vos muito terem dado o vosso enorme mundo à nossa terra de Aveiro. Agora vossa terra de Aveiro”. Na reta final do discurso, Ribau Esteves fez um agradecimento emocionado pelos 12 anos de liderança autárquica. “Foram 12 anos fantásticos, de vida individual e coletiva, cheios de conquistas e surpresas, tarefas duras, lutas novas e pesadas”. E acrescentou que “nos outros seis [anos], tivemos os primeiros quatro para tratar das graves patologias da Câmara de Aveiro, consequência da má gestão do Partido Socialista”. Afirmando ter devolvido “a credibilidade institucional” e construído “a relevância política da Câmara de Aveiro”, agradeceu a colaboração dos colegas, cidadãos e adversários políticos “pela lealdade da presença e a coragem da luta”. Sobre o futuro político, deixou claro que “os cidadãos de Aveiro tomarão a decisão que entenderem por bem no dia das eleições autárquicas de 2025. E eu entregarei ao meu sucessor, com cuidado, um cuidado dossiê de transição e uma câmara muito boa, com muito boas contas, com muita boa gestão, bem diferente da péssima Câmara que eu recebi”. Ribau Esteves encerrou o seu discurso com uma nota de fé e compromisso. “Seguimos em frente para mais e melhor Município de Aveiro. Vamos continuar a trabalhar para cumprir o programa eleitoral que os cidadãos escolheram com folgada maioria em setembro de 2021”. Relativamente aquele que será o seu futuro, questionado pela Ria, no final da sessão, o autarca afirmou que esta pergunta “não tem resposta” nesta fase, agradecendo a curiosidade: “É sinal de consideração e amizade”, comentou. À Ria disse ainda haver “várias hipóteses” e que estão, neste momento, “em aberto e em desenvolvimento”. “Tudo com grande qualidade, mas a seu tempo. Logo que as coisas estejam decididas, obviamente, que eu tornarei público. Tenho também essa obrigação para com as pessoas”, exprimiu. Sobre o prazo para revelar a sua decisão avança que “muito provavelmente” a mesma decorrerá “no último trimestre deste ano”. Se continuará na vida política, Ribau Esteves admite manter-se se surgirem “boas oportunidades”. Caso contrário, regressará ao setor empresarial, “de onde venho”, afirmou. Após os discursos, seguiu-se a entrega das sete distinções honoríficas municipais. No total, foram condecoradas cinco personalidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Campanha Anual de Vacinação Antirrábica e Identificação Eletrónica arranca a 22 de maio em Aveiro
A vacinação antirrábica é obrigatória para todos os cães com três ou mais meses de idade, sendo também obrigatória a identificação eletrónica (microchip). Numa nota de imprensa enviada à Ria, a CMA apela à responsabilidade dos detentores de animais de companhia, reforçando a importância da legalização, que inclui vacinação, microchip e registo. “Fora das datas da campanha, a vacinação e identificação podem ser realizadas ao longo de todo o ano, às quartas-feiras, entre as 14h30 e as 16h30, no Gabinete Médico Veterinário Municipal, localizado na Divisão de Serviços Urbanos, na Zona Industrial de Taboeira (Rua das Fontainhas). Este serviço regular terá início a 21 de maio, com aplicação das mesmas taxas da campanha”, esclarece a nota. Para o registo no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), os proprietários deverão apresentar os seguintes dados: nome completo, morada, Cartão de Cidadão ou BI, NIF e contacto telefónico. “A vacina utilizada nesta campanha confere uma proteção válida por três anos, mas a licença anual na Junta de Freguesia mantém-se obrigatória”, adianta. No serviço, aplicam-se ainda as seguintes taxas: Vacinação Antirrábica, 10 euros; Registo do Microchip: 2,50 euros; Boletim Sanitário (se necessário), 1,00 euros. O calendário da campanha no Município de Aveiro pode ser consultado na íntegra aqui: Glória 22 maio – 10h00 | Parque de Estacionamento do Mercado de Santiago Aradas 23 maio – 10h30 | Largo Acácio Rosa (junto à Junta de Freguesia) 16 setembro – 10h00 | Quinta do Picado (Largo da Capela) Oliveirinha 27 maio – 10h00 | Largo da Capela (Quintãs) 27 maio – 12h00 | Largo da Capela (Costa do Valado) 3 junho – 10h00 | Largo da Feira (Oliveirinha) 3 junho – 12h00 | Largo da Fonte da Nossa Senhora da Guia (Granja) 20 junho – 15h00 | Largo frente à Capela (Moita) São Jacinto 27 junho – 11h00 | Av. Almirante Gago Coutinho (junto à Junta de Freguesia) São Bernardo 15 julho – 10h00 | Rua Cónego Maio, 133 (junto à Junta de Freguesia) Santa Joana 22 julho – 10h00 | Av. D. Afonso V (junto à Junta de Freguesia) Nossa Senhora de Fátima 29 julho – 10h00 | Rua da Igreja (Largo da Junta de Freguesia) Nariz 5 agosto – 10h00 | Largo da Junta de Freguesia (Largo de São Pedro) Requeixo 14 agosto – 10h00 | Rua do Sobral (junto ao Centro Social) Eirol 21 agosto – 10h30 | Campo de Futebol de Eirol Eixo 28 agosto – 10h00 | Parque da Balsa Azurva 28 agosto – 12h00 | Rua Vitorino Nemésio Cacia 2 setembro – 10h00 | Av. Fernando Augusto Oliveira (junto à Junta de Freguesia) Esgueira 9 setembro – 10h00 | Serviços Urbanos – Taboeira
Na prisão de Aveiro, o voto é um espaço de liberdade que mantém vivo o espírito do 25 de Abril
Era quinta-feira. 9h10. Pela rotunda do Hospital parecia que se avizinhava mais um dia normal por Aveiro com trânsito e com alguns estudantes que por ali passavam apressados em direção à Universidade de Aveiro. Caminhamos em direção à Rua Calouste Gulbenkian que se localiza a poucos metros dali. No Estabelecimento Prisional de Aveiro observamos que o grande portão verde da entrada já se encontrava aberto. Afinal, por lá era dia de votação antecipada para as eleições legislativas que se aproximam. Decidimos entrar para acompanhar o momento. Uma das guardas prisionais que por lá se encontrava, no exterior, pergunta-nos se queremos aguardar dentro ou fora do estabelecimento prisional. Explica-nos que a votação está marcada para as 9h30 e que ainda teríamos de aguardar pelos três representantes da Câmara Municipal de Aveiro para que pudessem dar início à votação. Preferimos aguardar cá fora. Mais perto da hora somos, novamente, convidadas a entrar. Numa espécie de receção, pedem-nos o cartão de identificação pessoal e o IMEI do telemóvel. Garantem que é por questões de segurança dos reclusos que ali estão. Por fim, dão-nos ainda para a mão uma declaração para preenchermos com alguns dos nossos dados pessoais. Entretanto, começamos a avistar os três representantes da autarquia. Um deles era Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara de Aveiro. Traziam na mão uma caixa preta. Seria certamente para no final transportarem todos os votos. Com toda a gente presente perguntam-nos se estamos prontos, mal respondemos afirmativamente abrem-nos uma das portas de acesso ao estabelecimento e começam-nos a encaminhar para a biblioteca. Era por lá que iria decorrer a votação. Nesse espaço repleto de livros, de todos os tipos e géneros, destacava-se o das “Histórias Cravadas” e um outro livro de capa branca cujo título era a “liberdade é.” Mesmo ao lado deles estavam já prontas as duas mesas improvisadas para a votação. Eram simples e tinham um pedaço de cartão aparafusado a separá-las. Em cada uma das cabines de votação, havia também uma caneta presa por um fio. Entre as paredes brancas daquele ambiente, uma parede preta destacava-se. Nela, estava afixado um cartaz com letras grandes que anunciava "Voto Antecipado". Ao lado, uma outra folha tinha a discografia de Carlos Paredes, o renomeado compositor e guitarrista português. Numa outra mesa começava-se a preparar o processo eleitoral. Do lado dos representantes da autarquia organizava-se, entre outros elementos, os cadernos de recenseamento e os vários envelopes – brancos e azuis – onde seguiriam, posteriormente, os votos. Cláudio Pedrosa, adjunto e substituto do diretor do Estabelecimento Prisional de Aveiro, estava responsável por chamar o nome dos reclusos – um a um – que se tinham inscrito para votar. Antes de se iniciar a votação, Cláudio reforça-nos a importância de mantermos a reserva de imagem dos reclusos que assim o solicitassem. Respeitamos a decisão. Alerta-nos, no entanto, que há dois eleitores que estão disponíveis para falar connosco. Concluído este processo era então hora de dar início à votação. Durante cerca de 2h00 vimos mais de meia centena de reclusos a ir votar. O processo foi semelhante com todos. Aguardavam junto à porta de entrada da biblioteca, em fila indiana. Só avançavam quando Cláudio os chamasse. Rogério Carlos era o responsável por dar a folha de votação e por alertar: ‘Bom dia. Depois de votar, dobra, coloca dentro deste envelope [branco] e traz’”. Assim aconteceu. Mal acabassem de votar dirigiam-se a uma outra representante da autarquia para que o voto passasse, desta vez, para um envelope azul lacrado. No final, cada um levava ainda o comprovativo por ter exercido o seu direito de voto. Era visível a cara de orgulho de muitos que por ali passavam. José Manuel e José Carlos Figueiredo foram dois dos reclusos inscritos para o voto antecipado. Falamos com ambos na cozinha do Estabelecimento Prisional de Aveiro para que possamos estar mais à vontade. No caso de José Manuel, partilha que já é a segunda vez que o faz. Insiste que é “fundamental” votarmos pelos “tempos difíceis” que vivemos. Reconhece que é uma exceção aos vários reclusos que ali estão, porque “há a ideia recorrente que não vale a pena votar”. “Mas eu acho que não”, insiste. Fala sobre a importância de exercer o direito de voto “sobretudo para travar a extrema-direita”. Perguntamos se os temas relacionados com a justiça não deveriam também fazer parte das campanhas dos diversos partidos. Rapidamente, percebemos, pelo olhar abatido de José Manuel, qual seria sua resposta: "os políticos olham para os prisioneiros com algum desdém porque não têm dinheiro, não têm capacidade, estão aqui fechados e penso que nos consideram cidadãos de segunda classe”, lamenta. Apesar de ser a segunda vez que exerce o direito ao voto no estabelecimento prisional, diz-nos que “sempre” fez questão de votar. “Eu já sou velho e vivi o 25 de abril com muita intensidade. Tinha 14 anos. Tive familiares presos, políticos (…), é uma data magnífica”, partilha. Pergunto-lhe se o voto é uma forma de manter o 25 de abril vivo? Responde-me, imediatamente, “sem dúvida” e que “precisamos é de melhores políticos”. José Carlos Figueiredo não deixa de ir ao encontro desta opinião. Afirma-nos que “exercer um voto útil” lhe dá “um espaço de liberdade todos os anos”. Acrescenta ainda que votar no estabelecimento prisional é “sempre um dia diferente”. Entre uma ideia e outra, acaba por partilhar também um detalhe do seu dia: hoje é dia de emissão da Rádio da Prisão de Aveiro (RPA), projeto do qual faz parte. Mas, devido ao movimento gerado pelo processo eleitoral, o seu programa teve de ser adiado, excecionalmente, para as 11h00, em vez das habituais 10h30. Optou por preencher o tempo [de atraso] na rádio com alguns dos temas da banda portuguesa: Xutos & Pontapés. João Sá, diretor do estabelecimento prisional de Aveiro está à frente desta prisão há cerca de “dez anos”. Revela-nos que sempre se votou antecipadamente neste espaço “de acordo com as regras que existem”. Partilha que a novidade “de agora” é que, ao longo dos anos, o estabelecimento prisional tem vindo a aumentar o número de votantes. Este ano, votaram “93 reclusos numa população passível de votar de 114”. Atualmente, a prisão de Aveiro mantém uma parceria com o Agrupamento de Escolas, através da qual docentes lecionam aulas [no estabelecimento prisional] desde o 1.º até ao 12.º ano de escolaridade. “São cursos de educação e formação de adultos, portanto, não têm as disciplinas normais”, realça. É nas aulas de “cidadania” que se conversa com os alunos sobre o significado e a importância dos atos eleitorais. “Os próprios professores desenvolvem trabalhos com os alunos no sentido de estes (…) serem também atores da mudança e de motivarem também os outros [reclusos] a votar”, explica. Além da disciplina, em todos os atos eleitorais, há ainda “dois técnicos de reeducação” que perguntam aos reclusos se querem ou não votar. “Os técnicos falaram com eles na semana passada. (…) Houve uma altura em que havia alguns partidos políticos que vinham cá, mas deixaram de o fazer, porque provavelmente não acham que é importante exercer qualquer ato de campanha dentro dos estabelecimentos prisionais”, afirma. Em jeito de desabafo, João Sá partilha-nos, tal como José Manuel e José Carlos, que gostava de ver o tema da justiça abordado nas diferentes campanhas eleitorais. “Praticamente todos os dias, temos notícias na comunicação social relativamente aos estabelecimentos prisionais e normalmente não são notícias abonatórias. (…) Há muita coisa boa que se faz nos estabelecimentos prisionais que as pessoas não têm conhecimento disso”, reforça. Além do mais, admite que ainda nos dias de hoje existe um “estigma” relativamente aos reclusos. “Um indivíduo que já está condenado, que tem registo criminal, não pode estar, em termos de avaliação externa, no mesmo pé de igualdade de quem não tem registo criminal”, avalia. “A questão é que as pessoas praticam atos, são punidas por esses atos, cumprem as penas que têm a cumprir… É dar-lhes uma nova oportunidade no sentido de elas tentarem escolher outras formas de vida. E é isso também que nós fazemos aqui”, relembra o diretor.
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Acesso ao túnel da Avenida Santa Joana condicionado ao trânsito a partir desta terça-feira
“A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) informa que, no âmbito da empreitada de requalificação da Rua Comandante Rocha e Cunha, será necessário proceder ao corte de trânsito no acesso ao túnel da Avenida Santa Joana, em duas fases distintas, para execução de trabalhos de pavimentação”, informa a nota. A primeira fase inicia esta terça-feira, 13 de maio e decorrerá até ao dia 21 de maio. A empreitada implica o corte de trânsito no acesso ao túnel da Sé, no sentido rotunda do Hospital / rotunda do Paraquedista, “abrangendo a Avenida 5 de Outubro, desde a Rua Padre Arménio Alves Costa Jr. (junto ao Calçado Guimarães) até à rotunda do Paraquedista e zona de transição para a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática”. A segunda fase iniciará a 22 de maio e “irá afetar a Avenida dos Congressos da Oposição Democrática, no sentido Avenida Central / rotunda do Paraquedista, incluindo a ligação à Avenida 5 de Outubro”. Na nota, a autarquia esclarece que a mesma deverá estar concluída até ao dia 3 de junho. A empreitada da Rua Comandante Rocha e Cunha tem um custo da CMA de “212 mil euros” e está a ser executada pela empresa "Urbiplantec – Urbanizações e Terraplanagens, Lda".
Maquinistas e revisores da CP cumprem hoje penúltimo dia de greve
As greves convocadas por vários sindicatos da CP tiveram início em 07 de maio e prolongam-se até esta quarta-feira. Desde segunda-feira e até quarta-feira são cumpridos os serviços mínimos, entretanto, decretados pelo Tribunal Arbitral. Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais, a implementação de um acordo de reestruturação das tabelas salariais e a defesa da negociação coletiva. O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) cumpre hoje o quarto dia de greve ao trabalho suplementar, a decorrer até quarta-feira, enquanto o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) iniciou este domingo uma greve de revisores e trabalhadores de bilheteiras. A greve parcial de revisores e bilheteiras, que teve início no dia 11 e termina no dia 14, decorre entre as 05:00 as 08:30. Ao longo da última semana, a CP – Comboios de Portugal tem vindo a alertar para as perturbações geradas por estas greves. A greve dos maquinistas e dos revisores suprimiu, na segunda-feira, a circulação de 632 comboios (59%) dos 1.071 programados até às 19:00, sobretudo urbanos de Lisboa, indicou a CP.
Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se
A sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Aveiro teve início às 11h30, na Praça da República, com o tradicional hastear da bandeira, a execução do hino da cidade e a presença de uma guarda de honra, assinalando simbolicamente o arranque oficial das celebrações. Às 11h45, nos Paços do Concelho, decorreu a cerimónia de entrega das condecorações honoríficas municipais, distinguindo cidadãos e instituições cujo mérito e contributo se destacaram no desenvolvimento do município. Entre os homenageados estiveram figuras como Aurora Cunha, João Neto, Rosa Alice Branco, Zacarias Andias (a título póstumo), Fernando Vasconcelos, bem como as instituições Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal. A sessão solene iniciou-se com os discursos de Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal e de José Ribau Esteves, presidente cessante da Câmara Municipal de Aveiro. Ambos optaram por intervenções marcadamente políticas, nas quais enalteceram as políticas municipais dos últimos anos e dirigiram críticas à oposição. Luís Souto de Miranda destacou o simbolismo da data, sublinhando que o feriado municipal “é sempre uma ocasião de reflexão, de balanços e de perspetivarmos o futuro”. Referiu-se também à relevância das distinções atribuídas, considerando-as uma “boa tradição” que valoriza “o mérito” e incentiva “novos exemplos para o futuro”. Num momento de reconhecimento público, Luís Souto assinalou o fim do ciclo autárquico de Ribau Esteves, sublinhando o “enorme serviço que prestou ao município ao longo dos três mandatos”. Em tom crítico, e perante a presença de Alberto Souto de Miranda- ex-presidente da Câmara entre 1998 e 2005-, lembrou as dificuldades financeiras herdadas da governação socialista, apontando que “só com a recuperação financeira se criaram as condições para o que fomos gradualmente assistindo em Aveiro: uma rede escolar e de centros de saúde que hoje não nos envergonha, bem pelo contrário; um centro urbano onde se destacam as importantes obras do Rossio e da Avenida, que, ainda que polémicas, são hoje claramente do apreço e usufruto geral, com notórios efeitos na dinamização do comércio e dos serviços”. O presidente da Assembleia Municipal elencou ainda algumas das obras que considera “bem conseguidas”, como a requalificação da “Rua da Pêga” e das “Avenidas 25 de Abril e Mário Sacramento”. Na área da mobilidade, destacou a aposta no “ferry elétrico Salicórnia”, nos “autocarros elétricos” e nas “bicicletas bugas 1 e 2”. Reconhecendo que “nada disto foi feito sem erros”, acrescentou que “só não erra quem nunca decide”. “Deixemos para um outro momento a avaliação do que eventualmente justifica correção e saibamos ter, pelo menos, a objetividade de reconhecer que a capacidade de realização foi ímpar”, apelou, dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves. A cultura foi também destacada como área estratégica de investimento, contrariando críticas de alegado desinteresse. “A cultura, ao contrário do que alguns velhos do restelo clamavam, não só não foi esquecida como contou com importante investimento”, afirmou. O discurso terminou com uma reflexão sobre os desafios que se colocam ao município no futuro próximo, nomeadamente o impacto das transformações tecnológicas, o envelhecimento da população e as novas prioridades ambientais e sociais. Referiu o trabalho da Assembleia Municipal Jovem e o papel das novas gerações, que, segundo Luís Souto, “querem mais e melhor mobilidade suave, mais espaços verdes, mais desporto para todos, uma digitalização responsável, inclusão e solidariedade social”. E concluiu que “em Aveiro, município que se quer sempre na vanguarda, não poderemos ficar indiferentes a estas novas agendas”. Num tom mais leve, mas não menos sugestivo, Luís Souto lançou ainda uma indireta a Ribau Esteves, questionando-o sobre o seu futuro após deixar a autarquia: “Não sei se ele hoje vai revelar, mas ainda não revelou”, disse, arrancando algumas risadas discretas de quem se encontrava pelos Paços do Concelho. No último Feriado Municipal enquanto presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves fez um discurso marcado pela emoção, balanços positivos e agradecimentos a diversos setores da sociedade civil, aproveitando também para reforçar o seu compromisso com a cidade até ao final do mandato. “Quero deixar o meu testemunho de tanta determinada esperança na vida, de aposta nos homens, de fé em Deus”, declarou, evocando ainda o simbolismo do nascimento, ao referir-se ao aniversário dos gémeos Maria José e José Maria, filhos de colaboradores próximos. “Com eles fazemos a festa da vida, do nascer e do crescer, de quem acredita, aposta e realiza”, refletiu José Ribau Esteves. O autarca celebrou a dinâmica cultural do município, sublinhando o sucesso da iniciativa Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, “um sucesso de múltiplas características”, com “mais de 700 espetáculos” e “criatividade que nasceu e veio para ficar”. Considerou ainda tratar-se de uma “relevante ação de marketing territorial” que “deu mais Aveiro a Portugal e ao mundo”. Ribau Esteves destacou igualmente obras estruturantes como a requalificação do Rossio e das pontes, a instalação do monumento da Muralha de Aveiro e o novo Ferryboat Elétrico Salicórnia, uma aposta em mobilidade e ambiente. “Foram dez milhões de euros de investimento em conforto para os passageiros, redução de custos e aumento da eficiência energética e dando a 2024 o ano recorde de passageiros. Cerca de 203 mil pessoas utilizaram o Salicórnia para a travessia marítima entre o Forte da Barra e São Jacinto”, indicou. No domínio do turismo, sublinhou os “indicadores de recorde” com “quase 350 mil pessoas” nos museus e nos postos de turismo e lojas turísticas e “mais de 74 mil espectadores no Teatro Aveirense”. Realçou as edições “2024 e 2025” da Maratona da Europa Aveiro dando ainda nota que a atividade já “ostentou o selo da World Athletics” e “entrou para o grupo das 100 melhores maratonas do mundo”. Em jeito de homenagem a Aurora Cunha e João Neto, declarou: “Agradecendo-vos muito terem dado o vosso enorme mundo à nossa terra de Aveiro. Agora vossa terra de Aveiro”. Na reta final do discurso, Ribau Esteves fez um agradecimento emocionado pelos 12 anos de liderança autárquica. “Foram 12 anos fantásticos, de vida individual e coletiva, cheios de conquistas e surpresas, tarefas duras, lutas novas e pesadas”. E acrescentou que “nos outros seis [anos], tivemos os primeiros quatro para tratar das graves patologias da Câmara de Aveiro, consequência da má gestão do Partido Socialista”. Afirmando ter devolvido “a credibilidade institucional” e construído “a relevância política da Câmara de Aveiro”, agradeceu a colaboração dos colegas, cidadãos e adversários políticos “pela lealdade da presença e a coragem da luta”. Sobre o futuro político, deixou claro que “os cidadãos de Aveiro tomarão a decisão que entenderem por bem no dia das eleições autárquicas de 2025. E eu entregarei ao meu sucessor, com cuidado, um cuidado dossiê de transição e uma câmara muito boa, com muito boas contas, com muita boa gestão, bem diferente da péssima Câmara que eu recebi”. Ribau Esteves encerrou o seu discurso com uma nota de fé e compromisso. “Seguimos em frente para mais e melhor Município de Aveiro. Vamos continuar a trabalhar para cumprir o programa eleitoral que os cidadãos escolheram com folgada maioria em setembro de 2021”. Relativamente aquele que será o seu futuro, questionado pela Ria, no final da sessão, o autarca afirmou que esta pergunta “não tem resposta” nesta fase, agradecendo a curiosidade: “É sinal de consideração e amizade”, comentou. À Ria disse ainda haver “várias hipóteses” e que estão, neste momento, “em aberto e em desenvolvimento”. “Tudo com grande qualidade, mas a seu tempo. Logo que as coisas estejam decididas, obviamente, que eu tornarei público. Tenho também essa obrigação para com as pessoas”, exprimiu. Sobre o prazo para revelar a sua decisão avança que “muito provavelmente” a mesma decorrerá “no último trimestre deste ano”. Se continuará na vida política, Ribau Esteves admite manter-se se surgirem “boas oportunidades”. Caso contrário, regressará ao setor empresarial, “de onde venho”, afirmou. Após os discursos, seguiu-se a entrega das sete distinções honoríficas municipais. No total, foram condecoradas cinco personalidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Legislativas: PAN foi à feira de Espinho apelar ao voto para eleger grupo parlamentar
Num dia em que vários partidos políticos optaram por fazer campanha eleitoral na feira semanal de Espinho, incluindo PS e AD, entre outros, Inês Sousa Real encontrou muita gente zangada, em particular com os partidos que têm governado o país. “As pessoas sentem que as suas vidas foram postas em causa e que passam mais tempo a discutir, em tricas políticas, do que propriamente a falar dos problemas dos portugueses” e é, por isso, que disse ter ficado “emocionada” com os desabafos de muitas pessoas, sobretudo das mais idosas, reformadas e que se preocupam com a causa animal. “Muitos deles hoje pediram-nos isso mesmo, mais apoio”, afirmou. Em Espinho, terra natal de Luís Montenegro, a porta-voz do PAN disse ter sido bem recebida, acima de tudo, porque “as pessoas têm compreendido que o PAN tem trabalhado”. Com uma única deputada no parlamento, o PAN tem sido “uma força que não esquece as preocupações dos portugueses” e, por isso mesmo, “parte com a legitimidade de pedir um grupo parlamentar”. “As pessoas querem quem trabalhe no Parlamento, não querem quem lá esteja agarrado aos telemóveis, como acabei de ouvir, não querem quem lá esteja efetivamente a zelar pelos seus interesses pessoais ao invés de zelar pelos interesses do país”, frisou. Questionada pelos jornalistas com quem preferia cruzar-se, se PS e AD viessem na sua direção, Inês Sousa Real respondeu assim: “Nós já deixámos bem claras as diferenças que nos marcam com ambos os partidos, seja com a AD de Luís Montenegro, que fez recuos significativos na causa animal, o que reforça a importância do PAN estar no parlamento”. “E em matéria daquilo que é a crise climática, é difícil aproximarmo-nos de uma força política como a AD quando sabemos que querem cortar e cortaram mais 700 milhões de euros para a combater ou até mesmo quando ambos [os partidos] ignoram aquilo que é um dos maiores flagelos do nosso país, a violência doméstica”, disse. Assim, acrescentou, “seja cruzando-nos com Luís Montenegro ou com Pedro Nuno Santos, o PAN não deixará nunca de ser um contraponto em relação aos grandes partidos, e os portugueses contam com isso”. Questionada sobre o aumento da mortalidade infantil, em 2024, a dirigente do PAN referiu que já tinha deixado “bastante claro”, que Luís Montenegro “falhou aos portugueses” quando disse que iria ter mais respostas ao nível dos médicos de família e de maior prevenção no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e “falhou nesse objetivo” porque há “mais de 39 mil pessoas” sem médico de família, como também “os portugueses chegam ao verão, ao Natal e também à Páscoa e continuam a ver as urgências fechadas”. “O PAN já deixou muito claro que nós queremos apostar na medicina de prevenção, de proximidade, nas unidades de saúde familiar, tem que haver investimento no SNS, tem que haver maior prevenção, em particular também naquilo que é a obstetrícia, saúde materna ou infantil (…), na saúde mental ou até mesmo nas doenças oncológicas”, sublinhou. Em relação ao voto dos emigrantes portugueses, em particular, às dificuldades que tem surgido nesta e em eleições passadas, o PAN irá “apreciar, efetivamente, o que é que se está a passar, o que é que se passou nas mesas de voto para garantirmos que ninguém é inibido de votar” para contribuir na próxima legislatura para que diminuem as burocracias que estão associadas ao voto dos nossos portugueses na diáspora”.