RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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“Cultura e Tecnologia” em discussão no Centro de Congressos de Aveiro

O Centro de Congressos de Aveiro vai ser palco, no dia 13 de dezembro, pelas 14h30, de uma conferência subordinada ao tema “Cultura e Tecnologia”. O evento integra a programação do 4.º trimestre de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura (Aveiro 2024) e é organizado pela Câmara Municipal de Aveiro, em colaboração com o Jornal de Notícias (JN).

“Cultura e Tecnologia” em discussão no Centro de Congressos de Aveiro
Redação

Redação

04 dez 2024, 18:05

“O Município e a Região de Aveiro têm uma relação muito próxima com a inovação e a tecnologia e por isso decidimos dedicar o último trimestre da Capital Portuguesa da Cultura a esta temática e à sua relação com a cultura. Além de ser um elemento fundamental da identidade de Aveiro, das suas empresas e da sua gente, a tecnologia está presente da vida de todos, pelo que é da maior importância dedicar esta conferência abordar os desafios que nos são colocados, especialmente numa altura em que Inteligência Artificial (IA) faz cada vez mais parte do nosso dia a dia”, afirma José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, que fará a sessão de abertura deste evento, juntamente com o diretor do JN, Vítor Santos.

A conferência irá contar com a participação de diversos académicos e especialistas, que irão debater os desafios futuros colocados pelas novas tecnologias e pela IA, particularmente no mundo do trabalho e no contexto português. A primeira intervenção, dedicada ao futuro da Cultura e da Tecnologia, estará a cargo do Keynote Speaker do evento, o professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e diretor do LIACC – Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação Luís Paulo Reis. Segue-se o primeiro debate sobre o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, que será moderado por Helena Norte,  chefe de redação do JN, e que contará com participação do diretor da Altice Labs, Paulo Firmeza, de Dora Martins, professora do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP-IPP), e de Pedro Santos, vice-presidente da ACEPI – Associação da Economia Digital.

Num segundo painel, onde se questiona se a IA é nossa amiga, o vice-presidente da Câmara de Aveiro, Rogério Carlos, estará acompanhado por Paulo Novais, professor da Universidade do Minho e Coordenador do LASI (Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes) e Luís Agrellos, managing partner da Gema. A moderação será de Manuel Molinos, diretor digital editorial do JN. O encerramento da conferência estará a cargo de José Pina, coordenador de Aveiro 2024.

A conferência "Cultura e Tecnologia" é de entrada livre, mas sujeita a inscrição prévia aqui

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Aveiro preside à Rede Europeia Arte Nova
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Aveiro preside à Rede Europeia Arte Nova

Ribau Esteves, que assume as funções de presidente da Rede Europeia Arte Nova a partir de janeiro de 2025, considera que “esta é uma eleição que confirma o trabalho notável que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos 11 anos. Devo recordar que em 2013, Aveiro não cumpria os seus compromissos com os seus parceiros europeus e tinha a sua participação vedada com dívidas de vários anos, com claros prejuízos para Aveiro e para a Cultura e a Arte Nova Aveirense. É por isso com grande satisfação e com o simbolismo de sermos em 2024, Capital Portuguesa da Cultura, que vemos agora o nosso trabalho reconhecido, depois de uma longa caminha de credibilização, de assunção dos compromissos com a Rede e de um profundo trabalho de valorização e promoção da Arte Nova”, concluiu Ribau Esteves. Aveiro sucede, assim, à cidade de Bruxelas na liderança desta rede, que já foi presidida por Barcelona (Espanha) e Ljubljana (Eslovénia). No ano em que Aveiro é Capital Portuguesa da Cultura, o Museu Arte Nova foi palco de uma exposição inédita, “O Mundo Arte Nova”: a transformação da natureza, que contou com a colaboração dos membros da Rede Europeia Arte Nova, que enviaram, para Aveiro, peças das suas valiosas coleções. Baseado na cooperação científica e cultural, na partilha de boas práticas, esta rede trabalha na transmissão de conhecimento, investigação, atividades de mediação e promoção do Movimento Arte Nova, bem como no desenvolvimento de projetos europeus e de iniciativas conjuntas.

Nuno Quintaneiro: “Temos de virar o paradigma [do SC Beira-Mar] e procurar um de estabilidade”
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Nuno Quintaneiro: “Temos de virar o paradigma [do SC Beira-Mar] e procurar um de estabilidade”

Os pressupostos para a constituição da sociedade desportiva para o SC Beira-Mar foram aprovados, na última Assembleia Geral, no Auditório António José Bartolomeu [Estádio Municipal de Aveiro - Mário Duarte] com um voto contra e duas abstenções. Para Nuno Quintaneiro a aprovação foi um momento “bastante feliz” já que para a direção do clube não havia outra opção. “Nós fizemos esse exercício, nos últimos meses, de procurar caminhos alternativos… A grande questão aqui é que a equipa principal de futebol está na quarta divisão do futebol português. Do ponto de vista daquele que é o desejo comercial não é atrativo para as grandes marcas associarem-se a um clube que está nesse contexto competitivo e que tem, por isso, pouca visibilidade para essas marcas. Depois procuramos o caminho do mecenato… Em Aveiro, está esgotado”, explicou, realçando que as “grandes marcas” de Aveiro, cujos proprietários são cada vez menos da região, nem sempre têm interesse em apoiar as instituições locais. “Mais depressa se associam a um dos três grandes clubes de futebol do país do que dedicam qualquer migalha do seu orçamento a apoiar instituições locais… Depois o que ainda conseguimos ter são algumas (…) pequenas e médias empresas locais que ainda têm administradores com alguma ligação à comunidade e que não querem deixar cair o Beira-Mar, mas também esses estão em vias de extinção e cansados de ajudar…”, lamentou. Para o presidente do SC Beira-Mar o clube aveirense “não é sustentável” e as diferentes direções acabaram por agravar o passivo. “Andaram constantemente em esforço à espera de um dia melhor… É sempre pior, porque um problema adiado é um problema agravado e a dívida do Beira-Mar tem-se vindo a agravar. O Beira-Mar, neste momento, tem cerca de um milhão e meio de euros de passivo… A maioria das pessoas não sonha com isto porque o clube em 2017 aprovou um plano de recuperação judicial e a imagem que as pessoas têm é que o clube ficou com o seu passivo controlado… Mas de 2017 a 2024, o passivo ascende a um milhão de euros. Todos os anos o clube esteve a somar dívida”, expôs. “Portanto ou nós interrompemos este ciclo negativo – e que nos conduz naturalmente para o abismo novamente - ou é mesmo o abismo que nos espera. Temos de virar o paradigma e procurar um de estabilidade”, sustentou. Para Nuno Quintaneiro só através deste “instrumento jurídico” [sociedade desportiva] é que será possível dar a volta a esta realidade. “Todos nós quando circulamos nas ruas ou passamos os olhos pelas redes sociais percebemos que Aveiro e a comunidade aveirense reclama um Beira-Mar de regresso aos campeonatos profissionais. Querem ver um Beira-Mar de Primeira Liga de Futebol, de uma Segunda Liga, querem que o Beira-Mar volte a ter um pavilhão, querem que volte a ter o esplendor que teve noutros tempos, mas na estrutura atual é absolutamente impossível”, recordou. Até 15 de dezembro está a decorrer assim o período de apresentação de propostas [que devem ser endereçadas para [email protected]] de potenciais investidores para o projeto societário beiramarense - as quais deverão respeitar os pressupostos aprovados na reunião magna. Apesar da confiança de que haverá interessados, o presidente do SC Beira-Mar não escondeu a descrença de que os investidores sejam de Aveiro. “Eu digo isto porque da auscultação que fomos fazendo a empresários de referência da região não sentimos disponibilidade para o futebol”, lamentou, adiantando que até ao momento ainda não foi entregue qualquer proposta ao clube. Questionado pela Ria sobre os pressupostos das propostas, Nuno Quintaneiro destacou que estes se subdividem em pressupostos de “desenvolvimento desportivo, social e financeiros”. Relativamente ao primeiro, o presidente do SC Beira-Mar explicou que os mesmos se prendem com a “defesa do projeto formativo do clube”; no que toca aos de desenvolvimento social com a “ligação do clube com os seus sócios e a sociedade desportiva” e os financeiros “com a salvaguarda do passivo do clube”. “Também temos os pressupostos de infraestruturas que são necessários para o desenvolvimento do negócio de futebol e também do projeto formativo do clube que está relacionado com a questão do Centro de Alto Rendimento. Temos também um objetivo estratégico que é o de chegar com a equipa principal a uma primeira liga de futebol”, prosseguiu. Interpelado ainda sobre a possibilidade do clube preservar a maioria da sociedade desportiva, o presidente do SC Beira-Mar disse que “em teoria seria excelente, mas que sendo pragmático e indo à realidade: não”. “A única forma que temos de captar investimento passa por abrir a maioria do nosso capital a investidores... Isto por uma razão simples: quem investe quer ter algum controlo de decisão sobre o investimento que está a fazer”, realçou. Nuno Quintaneiro garantiu ainda à Ria que o clube terá um papel importante no controlo da SAD, salientando que o mesmo está salvaguardado com a “aprovação destes pressupostos”. “Por exemplo, nos instrumentos de gestão nós temos aprovado um mecanismo que permite aos administradores do clube na sociedade desportiva (…) ter uma palavra decisiva na votação dos orçamentos anuais da sociedade desportiva. (…) O que significa que o clube vai ter aqui instrumentos à sua disposição para controlar a tal boa gestão”, esclareceu.

Aveiro: “Nova Agrovouga” regressa em 2025 com dez dias
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Aveiro: “Nova Agrovouga” regressa em 2025 com dez dias

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a 5ª edição da Nova Agrovouga, que decorreu, este ano, entre os dias 15 e 24 de novembro, levou ao Parque de Feiras e Exposições de Aveiro cerca de 100 mil pessoas, com destaque para as cerca de 2.700 crianças dos vários estabelecimentos de ensino do Município que, de 18 a 22 de novembro, descobriram os encantos da Quinta Pedagógica, do arborismo e da floresta e do ciclo do leite, também no quadro da promoção da nossa raça bovina autóctone, a Marinhoa. Ao longo dessa semana, Aveiro esteve no epicentro do agronegócio e da promoção do que melhor se produz na zona centro do país, na valorização dos produtos locais e serviços do ecossistema do setor primário da agricultura. Organizado pela Câmara Municipal de Aveiro, o evento “cimentou a sua posição de maior feira agrícola e pecuária da Região, continuando a aposta numa versão alargada de dez dias, que iremos manter em 2025”, lê-se na nota de imprensa. Na Nova Agrovouga houve ainda tempo para que os miúdos e os graúdos descobrissem os encantos da tecnologia aliada à agricultura e do mundo equestre, com sessões de batismos a cavalo e workshops da nobre arte de ferrador. A gastronomia e os produtos distintivos da região estiveram em destaque na edição 2024 da Nova Agrovouga, desde a carne marinhoa ao leitão, vinhos e espumantes da Região da Bairrada, dos produtos do mar e da Ria de Aveiro, sem esquecer os ovos moles de Aveiro. A componente técnica foi uma das novidades da Nova Agrovouga 2024, com debates e conferências sobre a sustentabilidade e o desenvolvimento do território e a celebração do primeiro aniversário do Clube de Produtores Florestais da The Navigator Company. Foi ainda promovida a Palestra sobre a Floresta da Região do AgroVouga com organização da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, enquanto que o Turismo Equestre foi tema do seminário no dia 22 de novembro, e que reuniu agentes da fileira do Cavalo e do Turismo na partilha de experiências e desafios, com o objetivo de criar um produto turístico de valor. Um contributo para a afirmação de Portugal como um destino de excelência de Turismo Equestre. A edição 2024 contou com a presença e participação dos Ministros da Agricultura e da Cultura, José Manuel Fernandes e Dalila Rodrigues, respetivamente e do Secretário de Estado da Agricultura, João Moura. A Raça Marinhoa realizou o seu XXVII Concurso Nacional, no dia 24 de novembro, com a presença de dezenas de animais em exposição e respetivos criadores, verdadeiros guardiões de uma espécie autóctone fantástica da região centro, tendo este ano sido convidada a Raça Mirandesa para participar na exposição de bovinos. O setor equestre teve o maior destaque e participação de sempre nas edições da Nova Agrovouga, com a presença de criadores, vincado por um programa bastante rico e diversificado e por uma forte adesão por parte do público. Destaque para a realização da Supertaça de Horseball, o concurso de modelo e andamentos, o concurso regional de atrelagem, a taça de equitação de trabalho, espetáculos equestres, o Concurso de Saltos e uma Gala Equestre. A animação foi uma constante ao longo dos dias do evento, com espetáculos musicais, espetáculos de showcooking, com provas de queijos comentadas, com a presença de várias Confrarias Gastronómicas da Região.

Exodus Aveiro Fest volta a “desacomodar as pessoas”
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Exodus Aveiro Fest volta a “desacomodar as pessoas”

O Centro de Congressos de Aveiro (CCA) recebeu este fim de semana mais uma edição do festival internacional de fotografia e vídeo de viagem e aventura. Em conversa com a Ria, Bernardo Conde, um dos organizadores e fundadores do festival deu conta que apesar de se centrar na fotografia e vídeo de viagem, “na realidade a viagem foi uma desculpa para metermos o mundo todo” no CCA.  A principal intenção é mesmo, conta Bernardo, partilhar “a escola da viagem” para fazer com que o mundo seja um sítio melhor. “Criar esses laços de compreensão e tolerância entre povos é fundamental no mundo que está à beira da desgraça e do abismo”, considera Bernardo Conde. Para criar esses laços, a organização apostou em vários oradores – a maioria dos quais fotojornalistas – de forma a mostrar várias histórias e pontos de vista. O objetivo é que essas histórias sejam passadas “para uma audiência de 700 pessoas”. Mas essas 700 pessoas não são a tradução linear do impacto do Festival. A ideia é mesmo que essas pessoas partilhem “com os amigos, em casa…”, explica Bernardo. Assim, “de repente, já não são só 700 pessoas a perceber o que é que está a acontecer”, remata o organizador do evento. Numa altura em que o mundo atravessa momentos humanitários complexos, com dois conflitos que enchem a agenda de forma diária, o Exodus tirou o final do mês de novembro e o primeiro domingo de dezembro para “desacomodar as pessoas”. “O Exodus serve muito para pôr as pessoas para fora da bolha e então este ano, à semelhança do ano passado, a tónica humana é a mais forte”, considerou Bernardo Conde. “Temos esta intenção de tentar semear algo melhor: há muito aquele acreditar ainda utópico que ainda é possível”, considerou Bernardo. “Quando isso começou, há 7 anos, o mundo, apesar de haver muita confusão, parecia ser mais fácil seguirmos esta linha da utopia”, admitiu ainda o organizador. Eric Bouvet foi, este ano, o artista destacado como ‘Personalidade do Ano Exodus’. Bernardo Conde justificou a escolha não só pelos 40 anos de carreira de Eric e pela cobertura de eventos históricos como a queda do Muro de Berlim, mas também pelo lado humano e por espelhar os valores do Festival. “Eu estava a perguntar ao Eric - porque há fotojornalistas que vão para cenários de guerra mais pela adrenalina- é pela adrenalina? E ele disse: ‘não, sempre pelas pessoas”, revela Bernardo Conde. “É uma pessoa que tem, no meu entender e na minha perspetiva, o valor certo no sítio certo”, reparou ainda o organizador do festival. Maria AbranchesInês Preto, Mário Cunha e Ricardo Lopes foram  também distinguidos nesta edição com o título de 'ExodusTalents'. O Exodus Aveiro Fest lançou também nesta edição a plataforma ‘Coletivo Exodus’.A iniciativa pretende dar sustentabilidade financeira ao festival de forma a garantir a sua continuidade.

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Aveiro preside à Rede Europeia Arte Nova
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Ribau Esteves, que assume as funções de presidente da Rede Europeia Arte Nova a partir de janeiro de 2025, considera que “esta é uma eleição que confirma o trabalho notável que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos 11 anos. Devo recordar que em 2013, Aveiro não cumpria os seus compromissos com os seus parceiros europeus e tinha a sua participação vedada com dívidas de vários anos, com claros prejuízos para Aveiro e para a Cultura e a Arte Nova Aveirense. É por isso com grande satisfação e com o simbolismo de sermos em 2024, Capital Portuguesa da Cultura, que vemos agora o nosso trabalho reconhecido, depois de uma longa caminha de credibilização, de assunção dos compromissos com a Rede e de um profundo trabalho de valorização e promoção da Arte Nova”, concluiu Ribau Esteves. Aveiro sucede, assim, à cidade de Bruxelas na liderança desta rede, que já foi presidida por Barcelona (Espanha) e Ljubljana (Eslovénia). No ano em que Aveiro é Capital Portuguesa da Cultura, o Museu Arte Nova foi palco de uma exposição inédita, “O Mundo Arte Nova”: a transformação da natureza, que contou com a colaboração dos membros da Rede Europeia Arte Nova, que enviaram, para Aveiro, peças das suas valiosas coleções. Baseado na cooperação científica e cultural, na partilha de boas práticas, esta rede trabalha na transmissão de conhecimento, investigação, atividades de mediação e promoção do Movimento Arte Nova, bem como no desenvolvimento de projetos europeus e de iniciativas conjuntas.

Maria Teresa Horta na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras
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Maria Teresa Horta na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras

A escritora e jornalista portuguesa é descrita como "uma das feministas mais proeminentes de Portugal e autora de muitos livros premiados" destacando as "Novas Cartas Portuguesas", escrito em coautoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. O livro no qual as autoras denunciavam as opressões a que as mulheres eram sujeitas, no contexto da ditadura, da violência fascista, da guerra colonial, da emigração e da pobreza que dominava o país, foi banido e censurado pelo regime. A proibição daquela obra pelo governo autoritário no ano da publicação, em 1972, e o julgamento do processo conhecido por "Três Marias", por alegada ofensa à moral pública, segundo os padrões da censura, "fez manchetes e inspirou protestos em todo o mundo", escreve a BBC. O impacto internacional da obra deu-se logo pouco depois da sua divulgação em França pela escritora Simone de Beauvoir, e pelo conhecimento público do processo de que as “Três Marias” estavam a ser alvo, com a cobertura do julgamento feita por meios de comunicação internacionais (entre os quais Le Monde, Time, The New York Times, Nouvel Observateur e televisões norte-americanas), manifestações feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro e a defesa pública da obra e das autoras por várias personalidades internacionais, como Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch e Delphine Seyrig. Estas ações fizeram com que o caso fosse votado, em junho de 1973, numa conferência da National Organization for Women (NOW), em Boston, como a primeira causa feminista internacional.  O caso foi simbólico na queda do regime pela Revolução de 25 de Abril de 1974, a qual celebrou este ano o 50.º aniversário, recorda hoje a BBC. A lista “BBC 100 Women” deste ano inclui nomes de pessoas mais conhecidas, como a atriz norte-americana Sharon Stone, a artista britânica Tracey Emin, a sobrevivente do caso de violação em França Gisèle Pelicot e a iraquiana Nadia Murad, vencedora do Prémio Nobel da Paz.  As brasileiras Lourdes Barreto, ativista pelos direitos das prostitutas, e a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos também estão na lista, que teve em conta a imparcialidade e a representação regional. A BBC salienta que, ao longo do ano, as mulheres “tiveram de se esforçar muito” para encontrar novos níveis de resiliência e enfrentaram “conflitos mortais e crises humanitárias” em Gaza, no Líbano, na Ucrânia ou no Sudão e testemunharam a “polarização das sociedades após um número recorde de eleições em todo o mundo”. A equipa do BBC 100 Woman elaborou a lista com base em nomes recolhidos através de pesquisas e sugeridos pela rede das 41 equipas linguísticas do Serviço Mundial da BBC, bem como pela BBC Media Action, e todas as protagonistas femininas deram o seu consentimento para aparecerem, que não são apresentados por uma ordem específica. A escritora portuguesa Maria Teresa Horta tem sido amplamente premiada ao longo da sua carreira literária, destacando-se, só nos últimos anos, o Prémio Autores 2017, na categoria melhor livro de poesia, para “Anunciações”, a Medalha de Mérito Cultural com que o Ministério da Cultura a distinguiu em 2020, o Prémio Literário Casino da Póvoa, que ganhou em 2021 pela obra “Estranhezas”, e a condecoração, em 2022, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres. Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romance e conto. Com livros editados no Brasil, em França e Itália, Maria Teresa Horta foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal e é considerada um dos expoentes do feminismo da lusofonia.

Desempenho de alunos portugueses a Matemática “é catastrófico"
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Desempenho de alunos portugueses a Matemática “é catastrófico"

Mais de cinco mil alunos de escolas portuguesas realizaram, no ano passado, a bateria de testes do Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), obtendo 475 pontos em 1.000 nas provas de Matemática, o que representa uma descida de 25 pontos em relação aos resultados obtidos nos testes anteriores, realizados em 2019. “O [resultado no] 8.º ano é catastrófico. Se fizermos uma média internacional há uma descida de apenas oito pontos, enquanto nós descemos 25 pontos. Numa escala de zero a mil pode parecer pouco, mas é uma descida muito violenta”, alertou Filipe Oliveira, professor associado do ISEG - Universidade de Lisboa, durante a apresentação dos resultados do TIMMS 2023, que decorreu hoje no Teatro Thalia, em Lisboa. O matemático analisou a evolução dos restantes países à procura de “descidas piores no mundo” e só encontrou “o Cazaquistão, a Malásia, o Bahrein, Israel e os EUA”, já que “no espaço europeu não há nada que se compare com os resultados” portugueses. Comparando apenas os resultados obtidos no ano passado pelos alunos dos 44 países e três economias que realizaram as provas de 8.º ano do TIMMS 2023, Portugal surge em 26.º lugar a Matemática e 17.º a Ciências, numa tabela que volta a ser liderada por Singapura, com 605 pontos a Matemática e 606 pontos a Ciências. Em Portugal, apenas 4% dos alunos do 8.º ano tiveram um desempenho de excelência a Matemática, por oposição a 19% dos estudantes que não conseguiram atingir os objetivos mínimos na bateria de testes. O TIMMS avaliou também os conhecimentos dos alunos do 4.º ano, onde o problema não é tão grave: Quase um em cada dez alunos do 4.º ano (9%) não conseguiu atingir os conhecimentos mínimos a matemática. No entanto, também entre os alunos do 4.º ano se registou um agravamento dos resultados quando comparados com as notas obtidas nas provas realizadas em 2019. Para o professor associado do ISEG, é preciso olhar “para o que se passou desde 2015”, quando se inverteu a tendência gradual de melhoria dos resultados dos alunos portugueses a praticamente todas as provas internacionais. “O que explica este pico é uma longa história, que começa nos anos 90, quando não fazíamos ideia de como nos comparar com o resto do mundo”, defendeu Filipe Oliveira. Nessa altura, recordou, o Governo português decidiu começar a participar em provas internacionais, mas perante os maus resultados dos seus alunos decidiu que “a estratégia a adotar era deixar de participar”. Na mudança de século, começou a haver “um grande esforço dos governos, quer socialistas quer da direita” em participar nas provas internacionais que permitissem fazer comparações com os outros países, mas também começaram a realizar provas de aferição para avaliar o conhecimento dos portugueses no final dos ciclos. “Em 2015, acabaram as provas em final de ciclo, em circunstâncias bastante inéditas”, lamentou o matemático, referindo-se à substituição por provas de aferição a meio dos ciclos. A esta mudança, Filipe Oliveira apontou ainda um “caos curricular”, em que “as metas não se coadunavam com as aprendizagens”, e o fim da certificação dos manuais em 2015, quando “os manuais escolares deixaram de ser revistos”. “A descida de 25 pontos na Matemática do 8.º ano deve-nos preocupar e devemos tirar algumas implicações”, afirmou por seu turno o ministro da Educação, Fernando Alexandre, que participou na apresentação dos resultados do estudo internacional de forma remota, por se encontrar num evento na Universidade de Aveiro. Fernando Alexandre mostrou-se também preocupado com o impacto do contexto socioeconómico no sucesso académico dos alunos, reconhecendo que “a igualdade de oportunidades é uma utopia que nunca será alcançada”.

Suspeito de atear incêndio em Oliveira de Azeméis não obteve qualquer benefício
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Suspeito de atear incêndio em Oliveira de Azeméis não obteve qualquer benefício

“Não teve qualquer participação de terceiros, nem resultou para o indivíduo qualquer benefício financeiro, monetário ou social”, explicou Marco Oliveira em conferência de imprensa, na sede da PJ do Porto. O inspetor-chefe revelou que o presumível incendiário, detido na terça-feira na sequência de buscas domiciliárias, tem 24 anos, é operário fabril numa empresa de metalomecânica e reside em Ossela, Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, localidade onde terá ateado três focos de incêndio. Segundo Marco Oliveira, o suspeito, sem antecedentes criminais, terá usado um isqueiro para atear os fogos. O detido terá circulado com uma moto à volta da localidade de Ossela onde terá ateado três fogos que progrediram e criaram um único fogo, explicou. Este incêndio iniciou a 14 de setembro e só foi combatido a 20, tendo consumido mais de 6.000 hectares de floresta, mato, habitações, equipamentos e edificados em Oliveira de Azeméis. Este fogo convergiu, devido às condições meteorológicas, com os incêndios de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha no mesmo período que, no total, consumiu mais de 35 mil hectares de mato, floresta, habitações e dos quais resultaram nove mortes, recordou. Marco Oliveira salientou, contudo, que as mortes não resultaram deste incêndio de Ossela. “Não há vítimas mortais associadas a este incêndio [Ossela]”, reforçou. O presumível incendiário vai hoje ser presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.