Edifício inacabado na Lourenço Peixinho volta a tribunal, mas AM48 garante avanço do projeto
Após adquirir de adquirir a ‘Canal Capital - Sociedade de Construções e Turismo, S.A’, na sequência de um processo de falência, o Grupo AM48 lidera dois dos principais projetos de reabilitação urbana em Aveiro. Em entrevista à Ria, Francisca Martins, administradora do grupo, falou sobre o futuro do edifício inacabado na Avenida Dr. Lourenço Peixinho e o avanço das obras na urbanização ‘Foz de Prata’.
Isabel Cunha Marques
JornalistaO emblemático edifício, localizado no gaveto entre a Avenida Dr. Lourenço Peixinho e a Rua Eng. Oudinot, está ao abandono há mais de 20 anos e envolvido num processo judicial que se arrastava há quase década e meia. No dia 6 dezembro de 2024, o Município de Aveiro enviava uma nota às redações onde anunciava a resolução do embargo judicial, após um acordo entre as partes, que contou com o envolvimento da Câmara. O Município admitiu ter tido “um papel relevante” na origem do problema, ao não definir, “no início do mandato 2009–2013”, a altura máxima do edifício — a chamada cércea, que oscilava entre cinco e sete pisos. Na altura, a Câmara Municipal era liderada por Élio Maia (PSD/CDS).
Tal como recorda o Jornal de Notícias (JN), a história deste edifício remonta ao início dos anos 2000, quando uma empresa apresentou à autarquia um projeto para construir um edifício de sete andares. A construção avançou e a estrutura chegou a ser erguida, mas, entretanto, foi aprovado o Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA), que passou a limitar os edifícios na zona a cinco pisos. O então presidente da Câmara, Élio Maia, determinou que o novo plano deveria ser cumprido, ordenando o embargo da obra. A promotora não aceitou a decisão e iniciou um diferendo judicial que se prolongaria ao longo dos anos, agravado pela posterior falência da empresa construtora [Canal Capital].
Já em fase de insolvência, a AM48 adquire o prédio à massa falida, mas depara-se com mais um obstáculo: um ex-sócio da empresa original alega que o imóvel já tinha sido vendido a outra entidade. O novo litígio arrastou-se nos tribunais até 21 de novembro de 2024, quando, por sugestão do juiz, foi alcançado um entendimento entre a AM48 e o ex-sócio. O desbloqueio só foi possível porque, pelo meio, em dezembro de 2019, a revisão do Plano Diretor Municipal e do Estudo Urbanístico da Avenida Dr. Lourenço Peixinho fixou a cércea em seis pisos. Ainda assim, a empresa teria que “demolir o último piso”, conforme afirmou José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao JN.
Na nota enviada à comunicação social em dezembro, a Câmara de Aveiro dava ainda nota de que já teria começado a trabalhar com a empresa dona do imóvel - a AM48 - “para que o projeto dê entrada nos Serviços Municipais, assegure a necessária aprovação, de modo a permitir o início da obra de reabilitação do edifício, o mais rapidamente possível”. E acrescentava: “Realçamos a perspetiva positiva e otimista que temos sobre o futuro próximo deste edifício, já que a empresa que fica definitivamente com a titularidade do imóvel é a mesma que tem em curso no Canal de São Roque, a operação de investimento “Foz de Prata”, o que significa que estamos a falar de uma empresa com capacidade de investimento, credível e fazedora”.
No entanto, apesar do acordo judicial anunciado pela CMA, a Ria apurou que deu entrada, a 28 de fevereiro de 2025, uma nova ação em tribunal. Em resposta a um pedido de esclarecimento, no dia 11 de março, a AM48 explicou por email que o processo, movido pela empresa “Lugares Intemporais – Promoção Imobiliária, Lda., impulsionada pelo aveirense Mário Duarte Fonseca Santos, contra os senhores Carlos da Silva e Maria Manuela das Neves Louro Miranda Neto da Silva, tem por objeto um contrato promessa assinado pelo dito Mário Santos, que entre eles celebraram relativamente ao prédio da Avenida Doutor Lourenço Peixinho151; sucede que, como esse prédio era e é propriedade da Canal Capital, esta sociedade está envolvida nesse processo judicial, apenas e só porque é a sua proprietária e não porque tenha nada a ver com as motivações do litígio”, lê-se. Nesse email, a AM48 garantiu ainda que o “desenvolvimento do projeto para licenciamento no decurso de 2025”, bem como o investimento anunciado, se “manteriam”.
Quatro meses depois, em entrevista à Ria, Francisca Martins voltou a garantir que esta nova ação “em nada impactou o desenvolvimento do projeto, a entrega à Câmara, o licenciamento, nem o envolvimento da AM48”. Reforçou ainda que o processo resultou de uma aquisição natural de uma empresa que “estava em insolvência”.
Segundo a responsável, o projeto para o novo edifício segue em desenvolvimento e deverá ser apresentado publicamente “no último trimestre deste ano”. Neste momento, estão em análise dois cenários: manter e adaptar a estrutura existente ou optar pela demolição total. Sobre a futura função do edifício, Francisca Martins afirma que “todas as possibilidades estão em cima da mesa, entre habitação, comércio e turismo”. “Temos os dois cenários em cima da mesa. (…) O mais importante para nós é garantir um projeto seguro, com qualidade e com tudo aquilo que são as linhas e o ADN da AM48”, assegura. Apesar de ainda não estar definido o montante total do investimento, a administradora considera que será um projeto com impacto positivo “a nível social, ambiental e governativo”.
Foz de Prata: primeiro projeto da AM48 “para a cidade” foi inaugurado a semana passada
Ao contrário do projeto do emblemático edifício na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que ainda se encontra em fase de projeto e sem data prevista para início das obras, a urbanização Foz de Prata já está em desenvolvimento. No passado dia 17 de junho, foram inaugurados os primeiros espaços públicos deste novo empreendimento, que marca também o primeiro grande projeto da AM48 a concretizar-se no terreno em Aveiro.
À Ria, a administradora apontou que a “localização privilegiada” e o “subaproveitamento” da zona do empreendimento Foz de Prata foram os principais fatores que levaram a empresa a apostar na região aveirense. “É uma das zonas de entrada da cidade, portanto, é (…) a cara da cidade de Aveiro”, afirmou. A responsável sublinhou que o desafio de transformar positivamente uma zona com potencial foi um dos principais fatores de motivação para a empresa. “[Este projeto] marcou muito a forma como a AM48 opera e desenvolve os seus projetos”, disse.
A cidade de Aveiro é apontada pela administradora como “um polo”, destacando o turismo, o dinamismo universitário e a forte componente industrial como condições para a criação de “um conjunto de parcerias estratégicas” nas várias vertentes do projeto.
Os espaços públicos agora inaugurados incluem um parque infantil e juvenil, um campo de jogos, uma zona lagunar, áreas verdes, bancos de jardim e um novo passeio pedonal ao longo do canal, além de uma ciclovia. “Queríamos um projeto para a cidade e tudo o que isso implica”, frisou Francisca Martins. A intervenção contempla ainda o alargamento da Avenida Carlos Candal e o prolongamento do Canal de São Roque, empreitada que já foi adjudicada “à empresa Paviazeméis, que vai criar uma baía de moliceiros e novos portos de moliceiros ao longo do canal”.
A aposta em criar espaços públicos, “que vão beneficiar tanto os obviamente promitentes compradores, mas também a própria cidade”, nasce daquilo que Francisca apontou como uma das “maiores preocupações” da empresa: “aproximar as pessoas do canal [de São Roque], dos espaços verdes e das zonas de lazer e ao ar livre”.
A administradora destacou ainda que as valências públicas do projeto Foz de Prata são um “empreendimento de carbono zero” e sublinhou que o grupo se alinha com “uma preocupação muito grande (…) para que fosse respeitado e valorizado aquilo que é o envolvimento social e ambiental”. Ainda nesse sentido, Francisca Martins aproveitou a oportunidade para apontar o Foz de Prata como “o primeiro loteamento a nível nacional com uma certificação LEED NB [Leadership in Energy and Environmental Design– Neighborhood Development], uma certificação de sustentabilidade que tem aqui um conjunto de métricas que se têm de respeitar”. “Nós temos aqui na vanguarda daquilo que são os novos bairros, (…) porque as cidades têm de começar a ser repensadas na forma como são desenvolvidas”, frisou.
As obras da urbanização também já arrancaram. O empreendimento traduz-se na construção numa área global de 50.017,75 m2, com a “criação de 400 fogos de habitação, 272 lugares de estacionamento público, uma média superfície comercial com 1870 m2 e um Hotel que ocupará 11.600 m2”, num investimento total de “cerca de 150 milhões de euros”. A ambição da AM48 é que todo o projeto esteja concluído “até 2030”, embora haja empreendimentos a ser “desenvolvidos por outros parceiros e por outros promotores”, como o “Ethula” e o “Ceramium”. “O nosso grande objetivo é que sim, em 2030 o Foz de Prata esteja em pleno funcionamento e plena construção e é para isso que estamos a trabalhar”, garantiu.
Quanto ao hotel, a administradora revelou que “nos próximos meses” será anunciada a marca hoteleira que irá operar a unidade. “Já temos um acordo fechado com todas as condições base definidas. Vamos agora assinar o contrato”, adiantou, acrescentando que se trata de “uma marca internacional de grande renome” e que será um hotel de “cinco estrelas”.
Recomendações
Livre arranca arruada em Aveiro com críticas à mobilidade e apelo a uma cidade mais “inclusiva”
Foi no Largo da Estação de Comboios, em Aveiro, que o Livre deu o pontapé de saída para mais uma arruada pela cidade. Um local que, segundo Bruno Fonseca, não foi escolhido ao acaso por se tratar de um “ponto central" que “deveria representar uma maior mobilidade na cidade”. “Foi intencional para dar uma mensagem que a cidade de Aveiro pode ser mesmo um concelho com uma mobilidade séria. O que não acontece até hoje”, atirou. O candidato explicou que o projeto do Livre pretende transformar essa realidade: “Apresentar uma mobilidade e uma rede que seja para todos. A mobilidade não é só o comboio, não é só o Vouguinha, envolve todos os transportes. Temos de incentivar o uso da bicicleta criando ciclovias seguras e interligadas e não que terminem em pontes. Temos de fazer esse processo e apresentar essas ideias. Só com todos é que conseguimos fazer uma cidade que seja inclusiva e democrática no transporte”. Entre bandeiras, megafones e a distribuição de panfletos e do jornal do partido, a iniciativa contou com a presença de Rui Tavares. A acompanhar a comitiva seguia também o ‘pequeno’ José Caçador, de 14 anos, natural de Ílhavo, que se destacava- além da sua tenra idade- ao levar uma das bandeiras do partido. Aos jornalistas, explicou que o que mais o atraía no Livre eram os seus valores: “O europeísmo e a vertente verde, que o diferenciam. É por isso que sou do Livre e não de outro partido”. Terminada a primeira paragem, a arruada prosseguiu pela Avenida Lourenço Peixinho, onde Rui Tavares ia cumprimentando com quem se cruzava pelo caminho. Durante a caminhada, aconteceu uma situação insólita: os megafones da carrinha da ‘Aliança com Aveiro’, estacionada na Avenida, eram claramente audíveis. A situação não passou despercebida a Bruno Fonseca. “Demonstra, mais uma vez, a falta de consciência do que é a mobilidade nesta Avenida. Como podemos verificar é de trânsito. Nós temos de arranjar alternativas para a cidade. As pessoas têm de ter o desejo de querer usar o transporte e não como primeira opção o carro ou o uber”, comentou à Ria. Já pelo Fórum Aveiro, Rui Tavares aproveitou para tomar o segundo café do dia e para conversar com alguns estudantes de 17 anos, indecisos sobre seguir ou não para a universidade. No momento, tirou até uma foto com os jovens. “É sempre uma oportunidade para ouvir as pessoas até mais do que falar. Pelo menos, essa foi a maneira que eu fui encontrando para me sentir confortável nesta pele de político e candidato que não era aquilo que tinha pensado fazer na minha vida. Na verdade, o grande motivo de interesse que tenho quando faço estas caminhadas e estes contactos com as pessoas é perguntar-lhe acerca delas”, contou aos jornalistas. Questionado sobre as expectativas para os resultados das autárquicas, em Aveiro, já que esta é a primeira vez que o partido concorre no concelho, Rui Tavares disse que eram “altas”. “Queremos que o Livre seja um representante político aqui, com o Bruno Fonseca, a Aurora Cerqueira e tantas outras candidatas que honram Aveiro e os cidadãos deste município. Queremos identificar os problemas ambientais, patrimoniais e sociais que podem ser corrigidos e, acima de tudo, apresentar uma visão e um modelo de desenvolvimento que acompanhem o dinamismo da cidade e os sonhos das pessoas que vêm para Aveiro. Há muita gente que vem estudar aqui e decide ficar, e queremos que essas pessoas tenham opções, oportunidades económicas e possam ser felizes em Aveiro”. “Uma candidatura municipal era absolutamente imprescindível para construirmos um caminho de enraizamento. Pessoas que já votaram no Livre [nas legislativas] (…) poderão agora votar no Livre para eleger o Bruno Fonseca para a Câmara Municipal”, acrescentou. A Ria aproveitou ainda para questionar o co-porta-voz sobre o que já tinha ouvido falar da campanha autárquica em Aveiro, marcada pela disputa entre dois irmãos: Alberto Souto de Miranda, pelo PS, e Luís Souto de Miranda, pela ‘Aliança com Aveiro’. “Não é o único município”, respondeu, apontando o Porto como exemplo. “Eu tenho acompanhado a campanha autárquica, um pouco por todo o país, o que espero é que os munícipes de Aveiro tenham escolha. Nós achamos que faltava aqui escolha numa esquerda verde, europeia, que defenda os direitos humanos que, no fundo, representa uma candidatura de progresso, de humanismo e queríamos muito ter esta escolha no boletim de voto”. A arruada terminou no Rossio, depois de uma passagem pela Câmara de Aveiro, onde Rui Tavares perguntou em tom alegre se já era altura de provar os tradicionais ovos moles. Recorde-se que no passado sábado, 27 de setembro, o Livre apresentou a sua candidatura autárquica ao concelho de Aveiro. Entre as prioridades do partido estão a habitação, a mobilidade, a saúde, entre outras. Relembre-se também que esta é a primeira vez que o partido avança com uma candidatura à Câmara de Aveiro. Neste caso, encabeçada por Bruno Santos Fonseca, especialista em Relações Internacionais, de 33 anos, natural de Ovar e residente, atualmente, em Esgueira.
Diogo Machado apresenta queixa contra Ribau Esteves em resposta a acusação de dívida por cobrar
A queixa de Diogo Soares Machado também inclui Rui Soares Carneiro, vereador eleito pelo Partido Socialista, que, durante a reunião, interpelou o presidente a respeito de uma das “imparidades reconhecidas” relacionadas com o “adiantamento por conta de despesas do ex-funcionário Diogo Machado, de um valor superior a 20 mil euros”. Nas palavras do candidato do Chega, quando Ribau Esteves mente sobre si, sobre o seu carácter e sobre o seu comportamento, sabe que Diogo Soares Machado “não lhe perdoa e muito menos deixará que a mentira fique sem punição”. “Ribau é um escroque e terá o tratamento que os escroques merecem. Tal como o esbirro Carneiro”, concluiu o ex-diretor da AveiroExpo. A conferência de imprensa marcada pelo chega para o final da tarde de hoje, dia 3, vai servir para que “tudo fique em pratos limpos”, diz Diogo Soares Machado, que afirma também que “o resto é com o Ministério Público”. Na publicação, o candidato do Chega anexou ainda uma fotografia da Ata de Audiência de Julgamento, referente ao dia 29 de janeiro de 2015, em que fica determinado que a empresa AveiroExpo teve de pagar 5.000€ a Diogo Soares Machado pela cessação do contrato de trabalho.
Autárquicas: Miguel Gomes (IL) propõe "choque liberal" para transformar Aveiro
Miguel Gomes sublinha que o objetivo é “aproximar freguesias, criar qualidade de vida e devolver espaço à cidade e aos cidadãos”. O primeiro eixo deste plano é a "Mobilidade 360º", que assenta na criação de um Terminal Intermodal do futuro junto à Estação de Aveiro, na requalificação da Avenida Europa como espinha dorsal da mobilidade, servida por autocarros rápidos, ‘shuttles’ e bicicletas e na modernização da Linha do Vouga, transformada em linha de superfície ágil e frequente, também a ligar Ílhavo. Com este modelo, o cabeça de lista garante que todas as freguesias ficam a cinco minutos do centro sem depender do automóvel, adiantando que o plano tem ainda impacto direto na habitação. “Quando for tão apelativo viver em Esgueira, Aradas, Cacia como no centro, a oferta aumenta e os preços deixam de sufocar”, explica Miguel Gomes. A segunda proposta incide sobre a antiga lota, um espaço que se encontra devoluto há cerca de 20 anos, e para onde a IL propõe um “lugar de oportunidades, turismo e ambiente”, com esplanadas, bares e restaurantes voltados para a ria, um parque verde com ciclovias e zonas de lazer e um pavilhão multiúsos, assim como espaços dedicados à arte, associações e desportos náuticos. “O espaço da lota deve ser devolvido à cidade como lugar de encontro, cultura e futuro para os aveirenses, dinamizando economicamente aquela área”, afirma Miguel Gomes. A terceira proposta recupera uma ideia já defendida pela IL desde 2021, que é a criação de um Parque Central nos terrenos entre a Avenida 25 de Abril e a Avenida Europa, atrás do pavilhão dos Galitos. “Inspirado no 'Central Park', este será um pulmão verde com mais de 20 hectares que prevê relvados para famílias, lago paisagístico, espaços para desporto e cultura ao ar livre com anfiteatros verdes, arte pública e áreas para feiras e concertos”, refere Miguel Gomes. Para o cabeça de lista da IL, partido que não tem nenhum eleito em Aveiro, estas três propostas são a base de um novo caminho para Aveiro: “Este é o verdadeiro choque liberal para Aveiro. Três projetos que transformam a cidade para as próximas gerações e que só são possíveis com o voto liberal”. Além de Miguel Gomes, pela IL, são candidatos à Câmara de Aveiro Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM), Alberto Souto (PS), Diogo Machado (Chega), João Moniz (BE), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre), Ana Rita Moreira (PAN) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!). A Câmara de Aveiro é atualmente liderada pelo social-democrata José Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM e ainda três vereadores da parceria PS/PAN.
Câmara de Aveiro avança com construção da nova Escola Homem Cristo
“O executivo municipal deliberou aprovar o projeto de execução e a abertura de procedimento para o Concurso Público da empreitada da ‘Nova Escola Homem Cristo’, pelo valor base de 10.500.099,98 euros, com um prazo de execução de 732 dias”, refere uma nota camarária. A proposta foi aprovada por maioria com dois votos contra de um vereador do PS e outro vereador eleito pelo PS, mas que atualmente é independente, após a retirada da confiança política por parte do partido. Segundo a autarquia, a nova Escola Secundária Homem Cristo, fica localizada nos terrenos contíguos à Escola Básica de 2º e 3º Ciclo João Afonso de Aveiro, junto à Avenida da Universidade de Aveiro. “Será um edifício novo que a Câmara entregará ao Ministério da Educação, criando melhores condições a toda a comunidade escolar, quer seja ao nível dos edifícios e dos espaços verdes, de recreio e de desporto”, refere a mesma nota. Para as atuais instalações da Homem Cristo, um edifício que está a necessitar de uma obra de profunda requalificação, a Câmara diz estar a projetar “uma vida nova” com a instalação dos serviços camarários, que se encontram atualmente e provisoriamente instalados, há quase 25 anos, no edifício da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos. A autarquia refere ainda que a área ocupada pelos Serviços da Câmara de Aveiro no edifício da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos "será qualificada e adaptada em termos funcionais para integrar o Centro de Congressos de Aveiro”.
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Livre arranca arruada em Aveiro com críticas à mobilidade e apelo a uma cidade mais “inclusiva”
Foi no Largo da Estação de Comboios, em Aveiro, que o Livre deu o pontapé de saída para mais uma arruada pela cidade. Um local que, segundo Bruno Fonseca, não foi escolhido ao acaso por se tratar de um “ponto central" que “deveria representar uma maior mobilidade na cidade”. “Foi intencional para dar uma mensagem que a cidade de Aveiro pode ser mesmo um concelho com uma mobilidade séria. O que não acontece até hoje”, atirou. O candidato explicou que o projeto do Livre pretende transformar essa realidade: “Apresentar uma mobilidade e uma rede que seja para todos. A mobilidade não é só o comboio, não é só o Vouguinha, envolve todos os transportes. Temos de incentivar o uso da bicicleta criando ciclovias seguras e interligadas e não que terminem em pontes. Temos de fazer esse processo e apresentar essas ideias. Só com todos é que conseguimos fazer uma cidade que seja inclusiva e democrática no transporte”. Entre bandeiras, megafones e a distribuição de panfletos e do jornal do partido, a iniciativa contou com a presença de Rui Tavares. A acompanhar a comitiva seguia também o ‘pequeno’ José Caçador, de 14 anos, natural de Ílhavo, que se destacava- além da sua tenra idade- ao levar uma das bandeiras do partido. Aos jornalistas, explicou que o que mais o atraía no Livre eram os seus valores: “O europeísmo e a vertente verde, que o diferenciam. É por isso que sou do Livre e não de outro partido”. Terminada a primeira paragem, a arruada prosseguiu pela Avenida Lourenço Peixinho, onde Rui Tavares ia cumprimentando com quem se cruzava pelo caminho. Durante a caminhada, aconteceu uma situação insólita: os megafones da carrinha da ‘Aliança com Aveiro’, estacionada na Avenida, eram claramente audíveis. A situação não passou despercebida a Bruno Fonseca. “Demonstra, mais uma vez, a falta de consciência do que é a mobilidade nesta Avenida. Como podemos verificar é de trânsito. Nós temos de arranjar alternativas para a cidade. As pessoas têm de ter o desejo de querer usar o transporte e não como primeira opção o carro ou o uber”, comentou à Ria. Já pelo Fórum Aveiro, Rui Tavares aproveitou para tomar o segundo café do dia e para conversar com alguns estudantes de 17 anos, indecisos sobre seguir ou não para a universidade. No momento, tirou até uma foto com os jovens. “É sempre uma oportunidade para ouvir as pessoas até mais do que falar. Pelo menos, essa foi a maneira que eu fui encontrando para me sentir confortável nesta pele de político e candidato que não era aquilo que tinha pensado fazer na minha vida. Na verdade, o grande motivo de interesse que tenho quando faço estas caminhadas e estes contactos com as pessoas é perguntar-lhe acerca delas”, contou aos jornalistas. Questionado sobre as expectativas para os resultados das autárquicas, em Aveiro, já que esta é a primeira vez que o partido concorre no concelho, Rui Tavares disse que eram “altas”. “Queremos que o Livre seja um representante político aqui, com o Bruno Fonseca, a Aurora Cerqueira e tantas outras candidatas que honram Aveiro e os cidadãos deste município. Queremos identificar os problemas ambientais, patrimoniais e sociais que podem ser corrigidos e, acima de tudo, apresentar uma visão e um modelo de desenvolvimento que acompanhem o dinamismo da cidade e os sonhos das pessoas que vêm para Aveiro. Há muita gente que vem estudar aqui e decide ficar, e queremos que essas pessoas tenham opções, oportunidades económicas e possam ser felizes em Aveiro”. “Uma candidatura municipal era absolutamente imprescindível para construirmos um caminho de enraizamento. Pessoas que já votaram no Livre [nas legislativas] (…) poderão agora votar no Livre para eleger o Bruno Fonseca para a Câmara Municipal”, acrescentou. A Ria aproveitou ainda para questionar o co-porta-voz sobre o que já tinha ouvido falar da campanha autárquica em Aveiro, marcada pela disputa entre dois irmãos: Alberto Souto de Miranda, pelo PS, e Luís Souto de Miranda, pela ‘Aliança com Aveiro’. “Não é o único município”, respondeu, apontando o Porto como exemplo. “Eu tenho acompanhado a campanha autárquica, um pouco por todo o país, o que espero é que os munícipes de Aveiro tenham escolha. Nós achamos que faltava aqui escolha numa esquerda verde, europeia, que defenda os direitos humanos que, no fundo, representa uma candidatura de progresso, de humanismo e queríamos muito ter esta escolha no boletim de voto”. A arruada terminou no Rossio, depois de uma passagem pela Câmara de Aveiro, onde Rui Tavares perguntou em tom alegre se já era altura de provar os tradicionais ovos moles. Recorde-se que no passado sábado, 27 de setembro, o Livre apresentou a sua candidatura autárquica ao concelho de Aveiro. Entre as prioridades do partido estão a habitação, a mobilidade, a saúde, entre outras. Relembre-se também que esta é a primeira vez que o partido avança com uma candidatura à Câmara de Aveiro. Neste caso, encabeçada por Bruno Santos Fonseca, especialista em Relações Internacionais, de 33 anos, natural de Ovar e residente, atualmente, em Esgueira.
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Autárquicas: Miguel Gomes (IL) propõe "choque liberal" para transformar Aveiro
Miguel Gomes sublinha que o objetivo é “aproximar freguesias, criar qualidade de vida e devolver espaço à cidade e aos cidadãos”. O primeiro eixo deste plano é a "Mobilidade 360º", que assenta na criação de um Terminal Intermodal do futuro junto à Estação de Aveiro, na requalificação da Avenida Europa como espinha dorsal da mobilidade, servida por autocarros rápidos, ‘shuttles’ e bicicletas e na modernização da Linha do Vouga, transformada em linha de superfície ágil e frequente, também a ligar Ílhavo. Com este modelo, o cabeça de lista garante que todas as freguesias ficam a cinco minutos do centro sem depender do automóvel, adiantando que o plano tem ainda impacto direto na habitação. “Quando for tão apelativo viver em Esgueira, Aradas, Cacia como no centro, a oferta aumenta e os preços deixam de sufocar”, explica Miguel Gomes. A segunda proposta incide sobre a antiga lota, um espaço que se encontra devoluto há cerca de 20 anos, e para onde a IL propõe um “lugar de oportunidades, turismo e ambiente”, com esplanadas, bares e restaurantes voltados para a ria, um parque verde com ciclovias e zonas de lazer e um pavilhão multiúsos, assim como espaços dedicados à arte, associações e desportos náuticos. “O espaço da lota deve ser devolvido à cidade como lugar de encontro, cultura e futuro para os aveirenses, dinamizando economicamente aquela área”, afirma Miguel Gomes. A terceira proposta recupera uma ideia já defendida pela IL desde 2021, que é a criação de um Parque Central nos terrenos entre a Avenida 25 de Abril e a Avenida Europa, atrás do pavilhão dos Galitos. “Inspirado no 'Central Park', este será um pulmão verde com mais de 20 hectares que prevê relvados para famílias, lago paisagístico, espaços para desporto e cultura ao ar livre com anfiteatros verdes, arte pública e áreas para feiras e concertos”, refere Miguel Gomes. Para o cabeça de lista da IL, partido que não tem nenhum eleito em Aveiro, estas três propostas são a base de um novo caminho para Aveiro: “Este é o verdadeiro choque liberal para Aveiro. Três projetos que transformam a cidade para as próximas gerações e que só são possíveis com o voto liberal”. Além de Miguel Gomes, pela IL, são candidatos à Câmara de Aveiro Luís Souto (PSD/CDS-PP/PPM), Alberto Souto (PS), Diogo Machado (Chega), João Moniz (BE), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre), Ana Rita Moreira (PAN) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!). A Câmara de Aveiro é atualmente liderada pelo social-democrata José Ribau Esteves, que, no seu terceiro mandato, integra o executivo com outros cinco eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM e ainda três vereadores da parceria PS/PAN.
Aprovadas 22 candidaturas da região de Aveiro ao Mar 2030 de 5,8 milhões de euros
“Das 38 propostas submetidas, 22 receberam parecer favorável, totalizando um investimento de 5.813.363,88 de euros, e foram enviadas para homologação pela Autoridade de Gestão do Mar 2030”, informa uma nota de imprensa da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro. De acordo com aquela entidade, “o maior ênfase, tanto em quantidade como em apoio financeiro, recai na melhoria de infraestruturas físicas e na aquisição de material de apoio à transformação, distribuição e comercialização dos produtos”. Outro destaque é a aquisição de equipamentos, como os de apoio à “Arte Xávega”, ou de embarcações que apoiam a preservação da construção naval tradicional. “As propostas aprovadas também fomentam o empreendedorismo ligado ao mar e promovem a sustentabilidade ambiental e a adaptação às alterações climáticas”, realça a nota de imprensa. O Grupo de Ação Costeira da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro é responsável pela execução da Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL), “apoiando iniciativas que reforcem a competitividade dos setores da pesca e aquicultura e valorizem o património marítimo-cultural”. “A CIRA assume, assim, um papel ativo na concretização deste instrumento nacional que aplica o Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura, visando promover uma economia azul sustentável”, refere a nota.