Edifício inacabado na Lourenço Peixinho volta a tribunal, mas AM48 garante avanço do projeto
Após adquirir de adquirir a ‘Canal Capital - Sociedade de Construções e Turismo, S.A’, na sequência de um processo de falência, o Grupo AM48 lidera dois dos principais projetos de reabilitação urbana em Aveiro. Em entrevista à Ria, Francisca Martins, administradora do grupo, falou sobre o futuro do edifício inacabado na Avenida Dr. Lourenço Peixinho e o avanço das obras na urbanização ‘Foz de Prata’.
Isabel Cunha Marques
JornalistaO emblemático edifício, localizado no gaveto entre a Avenida Dr. Lourenço Peixinho e a Rua Eng. Oudinot, está ao abandono há mais de 20 anos e envolvido num processo judicial que se arrastava há quase década e meia. No dia 6 dezembro de 2024, o Município de Aveiro enviava uma nota às redações onde anunciava a resolução do embargo judicial, após um acordo entre as partes, que contou com o envolvimento da Câmara. O Município admitiu ter tido “um papel relevante” na origem do problema, ao não definir, “no início do mandato 2009–2013”, a altura máxima do edifício — a chamada cércea, que oscilava entre cinco e sete pisos. Na altura, a Câmara Municipal era liderada por Élio Maia (PSD/CDS).
Tal como recorda o Jornal de Notícias (JN), a história deste edifício remonta ao início dos anos 2000, quando uma empresa apresentou à autarquia um projeto para construir um edifício de sete andares. A construção avançou e a estrutura chegou a ser erguida, mas, entretanto, foi aprovado o Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA), que passou a limitar os edifícios na zona a cinco pisos. O então presidente da Câmara, Élio Maia, determinou que o novo plano deveria ser cumprido, ordenando o embargo da obra. A promotora não aceitou a decisão e iniciou um diferendo judicial que se prolongaria ao longo dos anos, agravado pela posterior falência da empresa construtora [Canal Capital].
Já em fase de insolvência, a AM48 adquire o prédio à massa falida, mas depara-se com mais um obstáculo: um ex-sócio da empresa original alega que o imóvel já tinha sido vendido a outra entidade. O novo litígio arrastou-se nos tribunais até 21 de novembro de 2024, quando, por sugestão do juiz, foi alcançado um entendimento entre a AM48 e o ex-sócio. O desbloqueio só foi possível porque, pelo meio, em dezembro de 2019, a revisão do Plano Diretor Municipal e do Estudo Urbanístico da Avenida Dr. Lourenço Peixinho fixou a cércea em seis pisos. Ainda assim, a empresa teria que “demolir o último piso”, conforme afirmou José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao JN.
Na nota enviada à comunicação social em dezembro, a Câmara de Aveiro dava ainda nota de que já teria começado a trabalhar com a empresa dona do imóvel - a AM48 - “para que o projeto dê entrada nos Serviços Municipais, assegure a necessária aprovação, de modo a permitir o início da obra de reabilitação do edifício, o mais rapidamente possível”. E acrescentava: “Realçamos a perspetiva positiva e otimista que temos sobre o futuro próximo deste edifício, já que a empresa que fica definitivamente com a titularidade do imóvel é a mesma que tem em curso no Canal de São Roque, a operação de investimento “Foz de Prata”, o que significa que estamos a falar de uma empresa com capacidade de investimento, credível e fazedora”.
No entanto, apesar do acordo judicial anunciado pela CMA, a Ria apurou que deu entrada, a 28 de fevereiro de 2025, uma nova ação em tribunal. Em resposta a um pedido de esclarecimento, no dia 11 de março, a AM48 explicou por email que o processo, movido pela empresa “Lugares Intemporais – Promoção Imobiliária, Lda., impulsionada pelo aveirense Mário Duarte Fonseca Santos, contra os senhores Carlos da Silva e Maria Manuela das Neves Louro Miranda Neto da Silva, tem por objeto um contrato promessa assinado pelo dito Mário Santos, que entre eles celebraram relativamente ao prédio da Avenida Doutor Lourenço Peixinho151; sucede que, como esse prédio era e é propriedade da Canal Capital, esta sociedade está envolvida nesse processo judicial, apenas e só porque é a sua proprietária e não porque tenha nada a ver com as motivações do litígio”, lê-se. Nesse email, a AM48 garantiu ainda que o “desenvolvimento do projeto para licenciamento no decurso de 2025”, bem como o investimento anunciado, se “manteriam”.
Quatro meses depois, em entrevista à Ria, Francisca Martins voltou a garantir que esta nova ação “em nada impactou o desenvolvimento do projeto, a entrega à Câmara, o licenciamento, nem o envolvimento da AM48”. Reforçou ainda que o processo resultou de uma aquisição natural de uma empresa que “estava em insolvência”.
Segundo a responsável, o projeto para o novo edifício segue em desenvolvimento e deverá ser apresentado publicamente “no último trimestre deste ano”. Neste momento, estão em análise dois cenários: manter e adaptar a estrutura existente ou optar pela demolição total. Sobre a futura função do edifício, Francisca Martins afirma que “todas as possibilidades estão em cima da mesa, entre habitação, comércio e turismo”. “Temos os dois cenários em cima da mesa. (…) O mais importante para nós é garantir um projeto seguro, com qualidade e com tudo aquilo que são as linhas e o ADN da AM48”, assegura. Apesar de ainda não estar definido o montante total do investimento, a administradora considera que será um projeto com impacto positivo “a nível social, ambiental e governativo”.
Foz de Prata: primeiro projeto da AM48 “para a cidade” foi inaugurado a semana passada
Ao contrário do projeto do emblemático edifício na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que ainda se encontra em fase de projeto e sem data prevista para início das obras, a urbanização Foz de Prata já está em desenvolvimento. No passado dia 17 de junho, foram inaugurados os primeiros espaços públicos deste novo empreendimento, que marca também o primeiro grande projeto da AM48 a concretizar-se no terreno em Aveiro.
À Ria, a administradora apontou que a “localização privilegiada” e o “subaproveitamento” da zona do empreendimento Foz de Prata foram os principais fatores que levaram a empresa a apostar na região aveirense. “É uma das zonas de entrada da cidade, portanto, é (…) a cara da cidade de Aveiro”, afirmou. A responsável sublinhou que o desafio de transformar positivamente uma zona com potencial foi um dos principais fatores de motivação para a empresa. “[Este projeto] marcou muito a forma como a AM48 opera e desenvolve os seus projetos”, disse.
A cidade de Aveiro é apontada pela administradora como “um polo”, destacando o turismo, o dinamismo universitário e a forte componente industrial como condições para a criação de “um conjunto de parcerias estratégicas” nas várias vertentes do projeto.
Os espaços públicos agora inaugurados incluem um parque infantil e juvenil, um campo de jogos, uma zona lagunar, áreas verdes, bancos de jardim e um novo passeio pedonal ao longo do canal, além de uma ciclovia. “Queríamos um projeto para a cidade e tudo o que isso implica”, frisou Francisca Martins. A intervenção contempla ainda o alargamento da Avenida Carlos Candal e o prolongamento do Canal de São Roque, empreitada que já foi adjudicada “à empresa Paviazeméis, que vai criar uma baía de moliceiros e novos portos de moliceiros ao longo do canal”.
A aposta em criar espaços públicos, “que vão beneficiar tanto os obviamente promitentes compradores, mas também a própria cidade”, nasce daquilo que Francisca apontou como uma das “maiores preocupações” da empresa: “aproximar as pessoas do canal [de São Roque], dos espaços verdes e das zonas de lazer e ao ar livre”.
A administradora destacou ainda que as valências públicas do projeto Foz de Prata são um “empreendimento de carbono zero” e sublinhou que o grupo se alinha com “uma preocupação muito grande (…) para que fosse respeitado e valorizado aquilo que é o envolvimento social e ambiental”. Ainda nesse sentido, Francisca Martins aproveitou a oportunidade para apontar o Foz de Prata como “o primeiro loteamento a nível nacional com uma certificação LEED NB [Leadership in Energy and Environmental Design– Neighborhood Development], uma certificação de sustentabilidade que tem aqui um conjunto de métricas que se têm de respeitar”. “Nós temos aqui na vanguarda daquilo que são os novos bairros, (…) porque as cidades têm de começar a ser repensadas na forma como são desenvolvidas”, frisou.
As obras da urbanização também já arrancaram. O empreendimento traduz-se na construção numa área global de 50.017,75 m2, com a “criação de 400 fogos de habitação, 272 lugares de estacionamento público, uma média superfície comercial com 1870 m2 e um Hotel que ocupará 11.600 m2”, num investimento total de “cerca de 150 milhões de euros”. A ambição da AM48 é que todo o projeto esteja concluído “até 2030”, embora haja empreendimentos a ser “desenvolvidos por outros parceiros e por outros promotores”, como o “Ethula” e o “Ceramium”. “O nosso grande objetivo é que sim, em 2030 o Foz de Prata esteja em pleno funcionamento e plena construção e é para isso que estamos a trabalhar”, garantiu.
Quanto ao hotel, a administradora revelou que “nos próximos meses” será anunciada a marca hoteleira que irá operar a unidade. “Já temos um acordo fechado com todas as condições base definidas. Vamos agora assinar o contrato”, adiantou, acrescentando que se trata de “uma marca internacional de grande renome” e que será um hotel de “cinco estrelas”.
Recomendações
Luís Souto substitui Ratola por Rosário Carvalho e reafirma que PS tem aproveitado as suas ideias
Em declarações à Ria, Luís Souto, candidato à presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) pela ‘Aliança Mais Aveiro’ (coligação PSD/CDS/PPM) aponta que a candidatura de Jorge Ratola à autarquia de Espinho impossibilita a sua continuidade como um dos coordenadores do grupo de trabalho responsável pela elaboração do programa eleitoral. A sua substituição por Rosário Carvalho, justifica Luís, deve-se sobretudo ao seu “conhecimento bastante profundo da realidade aveirense”. Luís relembra ainda o papel desempenhado por Rosário, enquanto vereadora da Ação Social e das Obras Particulares na equipa de José Ribau Esteves, entre 2015 e 2021, frisando que, à data, tinha uma vereação “com poderes bastante importantes” e que “após a sua saída mantém-se ligada à área social”. Rosário Carvalho é, atualmente, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro e apontada por muitos como uma pessoa próxima de Jorge Ratola. Questionado sobre a composição da restante equipa responsável pela elaboração do programa eleitoral da ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto preferiu não avançar com nomes, explicando que “neste momento, nós não estamos a divulgar” o grupo de trabalho referido na nota de imprensa. O candidato social-democrata refere ainda que Jorge Ratola continua a ser “uma referência”, frisando que será um “conselheiro, mas agora de uma forma menos participada”. “Contamos muito com a experiência de Jorge Ratola (…) e iremos continuar com toda a certeza a contar com a sua colaboração dentro das possibilidades mais limitadas e o que eu desejo ao companheiro Jorge Ratola é uma grande vitória em Espinho também”, afirma Luís Souto. Quanto à divulgação do programa eleitoral, Luís Souto não adianta uma data para o fazer, garantindo apenas que o mesmo será feito “a tempo de os eleitores conhecerem as propostas e refletirem sobre elas”. Aponta, no entanto, que em agosto “as pessoas vão muito de férias”, o que pode indicar que o programa eleitoral deverá ser revelado em setembro. Note-se que as eleições autárquicas foram marcadas para o dia 12 de outubro deste ano. Luís Souto garante ainda que “continuamos a estar muito empenhados em ouvir os aveirenses, as associações, as instituições à medida que desenvolvemos esse mesmo programa. Portanto, ele será anunciado, será divulgado (…) ninguém vai votar com a página em branco”, assegurou. “Do nosso lado, será um programa ambicioso, mas sempre mantendo (…) o equilíbrio das contas públicas municipais: é um dever que temos para com os aveirenses”, reafirma. Relativamente à assinatura por parte da sua equipa de um Código de Ética e de Conduta, anunciado pelo próprio na passada quarta-feira durante a apresentação do livro ‘Isto é um Escândalo’, Luís aproveitou a oportunidade para esclarecer que a medida será feita à luz daquilo que também Luís Montenegro fez com a sua equipa. “O Governo de Luís Montenegro também criou um determinado código de conduta para quem for escolhido para as equipas. Nós pensamos que é um bom modelo, claro que as pessoas são todas íntegras e não está em causa isso: é apenas um sinal que queremos dar para a sociedade do nosso compromisso com a ética, de não pactuarmos com qualquer possibilidade de infringir a lei”, evidencia. Questionado pela Ria sobre a divulgação do conteúdo do código que será assinado por todos os membros das sua equipa, Luís Souto deu nota que ainda não está prevista uma data. Sobre as acusações dirigidas a Alberto Souto de Miranda, também na passada quarta-feira, relativamente ao aproveitamento de medidas anunciadas pela ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto apontou, a título de exemplo, que “em determinado momento” defendeu “a existência de um conselho estratégico municipal e agora vi essa proposta patente numa das mil e uma propostas” apresentadas pelo candidato do Partido Socialista (PS). A “valorização da diáspora aveirense” e a aposta “decisiva” na qualidade de vida, com um “aumento da área dos espaços verdes”, são outros exemplos de medidas apontadas como Luís Souto como tendo sido também aproveitadas pela candidatura de Alberto Souto. “Se calhar também vamos encontrar [essas propostas] noutras candidaturas, pronto, são boas ideias, é bom que haja também consensos”, reflete. Questionado sobre quando é que essas propostas foram apresentadas pela coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto aponta não conseguir precisar “o momento exato”, uma vez que já tem realizado “várias entrevistas” e publicações nas redes sociais.
Paulo Ribeiro leva esta noite “Maurice Accompagné” ao Teatro Aveirense
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, em 2024, a Companhia Paulo Ribeiro iniciou uma nova trilogia partindo da música e compositores de diferentes épocas: o início do século XX, a década de 60 e a atualidade. “A música será a respiração do tempo, dos constrangimentos e das esperanças dos anos que se foram vivendo”, lê-se. No caso concreto desta criação a mesma será composta por “três peças coreográficas diferentes que procuram uma unidade na sua diversidade formal e musical (e sentimental), que se inspiram primeiro na música e, a seguir, na vida e na sensibilidade dos compositores escolhidos”. Maurice Accompagné é “a primeira parte da trilogia, incide sobre o início do século XX, cruzando a vida e a obra de Luís de Freitas Branco e de Maurice Ravel. A peça seguinte será focada na atualidade, a década de 20 do século XXI, que colocará lado a lado Louis Andriessen e Luís Tinoco. Por fim, regressar-se-á aos anos 60, a partir de Joly Braga Santos e Benjamin Britten”, esclarece a nota. A nota refere ainda que ao longo do espetáculo, Paulo Ribeiro pretende “cruzar tempos, realidades e geografias diferentes”. “Lembrar como a música e o corpo transcendem o momento e nos ligam irremediavelmente uns aos outros, se possível transcrever a dimensão e a elevação que a música e o corpo possuem, independentemente das contingências e dos momentos mais ou menos propícios que os moldam”, realça. “É claramente pelo corpo e pela música que nós estamos todos conectados para além da banalidade e da espuma dos dias”, finaliza a nota. O bilhete pode ser adquirido aqui.
BE quer que Câmara de Aveiro compre antigo edifício da CGD para centralizar serviços municipais
No dia 25 de junho, o Diário de Aveiro avançou que o edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no centro de Aveiro, tinha sido colocado à venda novamente, desta vez, por 4.1 milhões de euros. O imóvel localizado na Rua Clube dos Galitos já tinha estado à venda, em 2022, por 3.4 milhões de euros, mas a alienação não chegou a ser consumada. Foi neste edifício que a Caixa Geral funcionou “até ao final do verão de 2018, estando desocupado desde essa altura”. A instituição bancária volta assim a tentar vender o edifício com um novo valor- face ao anterior- superior a meio milhão de euros. Numa nota enviada às redações, esta sexta-feira, João Moniz defendeu que a autarquia “deve adquirir de imediato o antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos”. Para o BE, este imóvel, construído de raiz para acolher serviços e escritórios, é a “solução ideal para a tão necessária centralização dos serviços municipais”. “O custo do imóvel é inteiramente comportável para o orçamento camarário”, afirmou, acrescentando ainda que “esta é uma oportunidade de garantir um espaço com todas as condições, no centro da cidade, para dar resposta ao presente problema dos serviços da autarquia”. No seguimento, o BE considerou ainda “errada e dispendiosa” a opção do executivo de converter a Escola Secundária Homem Cristo para esse fim. “Estamos perante um edifício de elevado valor patrimonial, o primeiro construído de raiz em Portugal para funcionar como escola secundária. Transformá-lo em serviços administrativos não só desvirtua a sua função histórica como implicará custos significativos com requalificação, reconversão funcional e ainda com a construção de uma nova infraestrutura escolar para o substituir”, disse. O BE relembrou ainda que a “proposta de aquisição do edifício da ex-CGD foi já apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal, mas foi chumbada pela maioria”. “Agora que o edifício está novamente no mercado, há que não repetir o erro. Qual é o melhor destino para este imóvel emblemático da cidade? Ser transformado num hotel ou ser devolvido ao serviço público e das populações?”, questionou João Moniz.
PS entrega projeto-lei para isentar últimos troços com portagem na A25
Na exposição de motivos, no projeto-lei entregue, o PS justifica a proposta com a necessidade de assegurar igualdade de tratamento ao longo de toda a extensão da A25 — a "única" autoestrada com "199 quilómetros", que liga a Barra, na Gafanha da Nazaré (Ílhavo), a Vilar Formoso, junto à fronteira com Espanha O partido considera que a permanência destes pórticos representa uma “iniquidade” para os aveirenses, e recorda que, no programa eleitoral com que se apresentou às legislativas de 18 de maio deste ano — “Um Novo Impulso para Portugal” — assumiu o compromisso de garantir “a isenção na A25 a toda a sua extensão”. Embora o atual primeiro-ministro tenha afirmado, durante a campanha eleitoral em Aveiro, que a eliminação dos pórticos remanescentes “não está esquecida”, o PS critica a ausência de medidas concretas por parte do XXV Governo. Por isso, defende que “deverá ser a Assembleia da República a determinar que o mesmo regime de isenção seja aplicado a todo o traçado da A25”. Em nota enviada às redações, esta sexta-feira, Hugo Oliveira, deputado e presidente da Federação do PS Aveiro, sublinhou que este projeto de lei é o “único” que tem “como objetivo exclusivo resolver o problema da região de Aveiro, ao contrário de outras que visam, sem critério e de forma indiscriminada, a eliminação total de portagens em todo o território português”. Recorde-se que a proposta do PS que deu origem à Lei n.º 37/2024 foi aprovada na generalidade em 2 de maio de 2024, com os votos favoráveis do Bloco de Esquerda (BE), PCP, Livre, Chega (CH), Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e do próprio PS. O Partido Social Democrata (PSD) e o CDS-Partido Popular (CDS-PP) votaram contra, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) se absteve. A lei entrou em vigor a 1 de janeiro de 2025, determinando a eliminação de portagens em várias antigas SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador). Contudo, no caso da A25, a medida apenas abrangeu a concessão “Beiras Litoral e Alta”, deixando de fora a concessão “Costa de Prata”, que abrange o troço entre Albergaria-a-Velha e as praias, e onde permanecem os três pórticos de Esgueira–Aveiro Nascente, Estádio–Angeja e Angeja–Albergaria. Em entrevista à Ria, no dia 2 de janeiro, Hugo Oliveira já tinha garantido que a eliminação das portagens na concessão “Beiras Litoral e Alta” tinha sido “o princípio e não o fim”. Recorde-se que também no dia 20 de junho,o Partido Comunista Português (PCP) entregou o "Projeto de Lei n.º 34/XVII/1.ª" que abrangia, entre outros troços, também os três pórticos ainda em funcionamento na A25, entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, integrados na concessão “Costa de Prata”.
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Cantina de Santiago encerra temporariamente para manutenção, mas mantém apoio à Aveiro Cup
Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), explicou que a decisão visa "preservar as condições de funcionamento" daquele espaço. “Executamos os trabalhos de manutenção e limpeza exigidos, face ao trabalho intensivo e ininterrupto de dois serviços de alimentação diários”, referiu. Segundo João Ribeiro, a Cantina de Santiago requer uma intervenção diferenciada devido à “elevada afluência” que regista ao longo do ano. A reabertura está prevista para o início do próximo ano letivo. Apesar do encerramento, a Cantina de Santiago mantém esta semana o fornecimento de refeições aos participantes da 30.ª edição da Aveiro Cup, torneio internacional de futebol juvenil que decorre de 2 a 6 de julho. Este ano, o evento reúne 40 clubes e centenas de jovens atletas entre os 8 e os 17 anos, com jogos espalhados por vários campos do concelho, incluindo o relvado sintético do Crasto, na UA. “A Cantina do Crasto não tem as mesmas condições em termos de centralidade e, por uma questão de segurança dos miúdos e também de logística, é prática recorrente servir estas refeições em Santiago”, justificou o diretor delegado dos SASUA. As restantes unidades de alimentação da universidade: Restaurante TrêsDê, Espaço Grelhados, Restaurante Universitário e Restaurante Vegetariano – mantêm o seu funcionamento regular.
Luís Souto substitui Ratola por Rosário Carvalho e reafirma que PS tem aproveitado as suas ideias
Em declarações à Ria, Luís Souto, candidato à presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) pela ‘Aliança Mais Aveiro’ (coligação PSD/CDS/PPM) aponta que a candidatura de Jorge Ratola à autarquia de Espinho impossibilita a sua continuidade como um dos coordenadores do grupo de trabalho responsável pela elaboração do programa eleitoral. A sua substituição por Rosário Carvalho, justifica Luís, deve-se sobretudo ao seu “conhecimento bastante profundo da realidade aveirense”. Luís relembra ainda o papel desempenhado por Rosário, enquanto vereadora da Ação Social e das Obras Particulares na equipa de José Ribau Esteves, entre 2015 e 2021, frisando que, à data, tinha uma vereação “com poderes bastante importantes” e que “após a sua saída mantém-se ligada à área social”. Rosário Carvalho é, atualmente, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro e apontada por muitos como uma pessoa próxima de Jorge Ratola. Questionado sobre a composição da restante equipa responsável pela elaboração do programa eleitoral da ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto preferiu não avançar com nomes, explicando que “neste momento, nós não estamos a divulgar” o grupo de trabalho referido na nota de imprensa. O candidato social-democrata refere ainda que Jorge Ratola continua a ser “uma referência”, frisando que será um “conselheiro, mas agora de uma forma menos participada”. “Contamos muito com a experiência de Jorge Ratola (…) e iremos continuar com toda a certeza a contar com a sua colaboração dentro das possibilidades mais limitadas e o que eu desejo ao companheiro Jorge Ratola é uma grande vitória em Espinho também”, afirma Luís Souto. Quanto à divulgação do programa eleitoral, Luís Souto não adianta uma data para o fazer, garantindo apenas que o mesmo será feito “a tempo de os eleitores conhecerem as propostas e refletirem sobre elas”. Aponta, no entanto, que em agosto “as pessoas vão muito de férias”, o que pode indicar que o programa eleitoral deverá ser revelado em setembro. Note-se que as eleições autárquicas foram marcadas para o dia 12 de outubro deste ano. Luís Souto garante ainda que “continuamos a estar muito empenhados em ouvir os aveirenses, as associações, as instituições à medida que desenvolvemos esse mesmo programa. Portanto, ele será anunciado, será divulgado (…) ninguém vai votar com a página em branco”, assegurou. “Do nosso lado, será um programa ambicioso, mas sempre mantendo (…) o equilíbrio das contas públicas municipais: é um dever que temos para com os aveirenses”, reafirma. Relativamente à assinatura por parte da sua equipa de um Código de Ética e de Conduta, anunciado pelo próprio na passada quarta-feira durante a apresentação do livro ‘Isto é um Escândalo’, Luís aproveitou a oportunidade para esclarecer que a medida será feita à luz daquilo que também Luís Montenegro fez com a sua equipa. “O Governo de Luís Montenegro também criou um determinado código de conduta para quem for escolhido para as equipas. Nós pensamos que é um bom modelo, claro que as pessoas são todas íntegras e não está em causa isso: é apenas um sinal que queremos dar para a sociedade do nosso compromisso com a ética, de não pactuarmos com qualquer possibilidade de infringir a lei”, evidencia. Questionado pela Ria sobre a divulgação do conteúdo do código que será assinado por todos os membros das sua equipa, Luís Souto deu nota que ainda não está prevista uma data. Sobre as acusações dirigidas a Alberto Souto de Miranda, também na passada quarta-feira, relativamente ao aproveitamento de medidas anunciadas pela ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto apontou, a título de exemplo, que “em determinado momento” defendeu “a existência de um conselho estratégico municipal e agora vi essa proposta patente numa das mil e uma propostas” apresentadas pelo candidato do Partido Socialista (PS). A “valorização da diáspora aveirense” e a aposta “decisiva” na qualidade de vida, com um “aumento da área dos espaços verdes”, são outros exemplos de medidas apontadas como Luís Souto como tendo sido também aproveitadas pela candidatura de Alberto Souto. “Se calhar também vamos encontrar [essas propostas] noutras candidaturas, pronto, são boas ideias, é bom que haja também consensos”, reflete. Questionado sobre quando é que essas propostas foram apresentadas pela coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Luís Souto aponta não conseguir precisar “o momento exato”, uma vez que já tem realizado “várias entrevistas” e publicações nas redes sociais.
Paulo Ribeiro leva esta noite “Maurice Accompagné” ao Teatro Aveirense
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, em 2024, a Companhia Paulo Ribeiro iniciou uma nova trilogia partindo da música e compositores de diferentes épocas: o início do século XX, a década de 60 e a atualidade. “A música será a respiração do tempo, dos constrangimentos e das esperanças dos anos que se foram vivendo”, lê-se. No caso concreto desta criação a mesma será composta por “três peças coreográficas diferentes que procuram uma unidade na sua diversidade formal e musical (e sentimental), que se inspiram primeiro na música e, a seguir, na vida e na sensibilidade dos compositores escolhidos”. Maurice Accompagné é “a primeira parte da trilogia, incide sobre o início do século XX, cruzando a vida e a obra de Luís de Freitas Branco e de Maurice Ravel. A peça seguinte será focada na atualidade, a década de 20 do século XXI, que colocará lado a lado Louis Andriessen e Luís Tinoco. Por fim, regressar-se-á aos anos 60, a partir de Joly Braga Santos e Benjamin Britten”, esclarece a nota. A nota refere ainda que ao longo do espetáculo, Paulo Ribeiro pretende “cruzar tempos, realidades e geografias diferentes”. “Lembrar como a música e o corpo transcendem o momento e nos ligam irremediavelmente uns aos outros, se possível transcrever a dimensão e a elevação que a música e o corpo possuem, independentemente das contingências e dos momentos mais ou menos propícios que os moldam”, realça. “É claramente pelo corpo e pela música que nós estamos todos conectados para além da banalidade e da espuma dos dias”, finaliza a nota. O bilhete pode ser adquirido aqui.
BE quer que Câmara de Aveiro compre antigo edifício da CGD para centralizar serviços municipais
No dia 25 de junho, o Diário de Aveiro avançou que o edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no centro de Aveiro, tinha sido colocado à venda novamente, desta vez, por 4.1 milhões de euros. O imóvel localizado na Rua Clube dos Galitos já tinha estado à venda, em 2022, por 3.4 milhões de euros, mas a alienação não chegou a ser consumada. Foi neste edifício que a Caixa Geral funcionou “até ao final do verão de 2018, estando desocupado desde essa altura”. A instituição bancária volta assim a tentar vender o edifício com um novo valor- face ao anterior- superior a meio milhão de euros. Numa nota enviada às redações, esta sexta-feira, João Moniz defendeu que a autarquia “deve adquirir de imediato o antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos”. Para o BE, este imóvel, construído de raiz para acolher serviços e escritórios, é a “solução ideal para a tão necessária centralização dos serviços municipais”. “O custo do imóvel é inteiramente comportável para o orçamento camarário”, afirmou, acrescentando ainda que “esta é uma oportunidade de garantir um espaço com todas as condições, no centro da cidade, para dar resposta ao presente problema dos serviços da autarquia”. No seguimento, o BE considerou ainda “errada e dispendiosa” a opção do executivo de converter a Escola Secundária Homem Cristo para esse fim. “Estamos perante um edifício de elevado valor patrimonial, o primeiro construído de raiz em Portugal para funcionar como escola secundária. Transformá-lo em serviços administrativos não só desvirtua a sua função histórica como implicará custos significativos com requalificação, reconversão funcional e ainda com a construção de uma nova infraestrutura escolar para o substituir”, disse. O BE relembrou ainda que a “proposta de aquisição do edifício da ex-CGD foi já apresentada pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal, mas foi chumbada pela maioria”. “Agora que o edifício está novamente no mercado, há que não repetir o erro. Qual é o melhor destino para este imóvel emblemático da cidade? Ser transformado num hotel ou ser devolvido ao serviço público e das populações?”, questionou João Moniz.