Executivo em Aradas reprovado: e agora? A Ria explica-lhe o que se segue
Na primeira reunião após a instalação da Assembleia de Freguesia de Aradas, a proposta da presidente da Junta para o primeiro vogal do executivo foi reprovada. A reunião foi de seguida suspensa, não tendo sido votados os restantes nomes. O episódio levanta dúvidas sobre o que acontece agora, quem assegura a gestão da freguesia e se pode haver novas eleições. Com base nas informações jurídicas emitidas pela Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), a Ria explica-lhe o que se segue.
Redação
A Junta de Freguesia fica sem executivo?
Não. Segundo a ANAFRE, o princípio da continuidade do mandato (artigo 80.º da Lei n.º 169/99, na redação da Lei n.º 5-A/2002) determina que os titulares dos órgãos autárquicos mantêm-se em funções até serem legalmente substituídos. Isto significa que o anterior executivo - ainda que cessante - continua em funções até que um novo seja aprovado e tome posse, evitando qualquer vazio de poder na gestão local.
O que acontece depois de uma reprovação do executivo?
De acordo com a ANAFRE, a proposta dos vogais é apresentada pela presidente da Junta à Assembleia de Freguesia, que vota de forma secreta. Se a proposta for rejeitada, “cria-se uma situação de bloqueio e a consequente paralisação da atividade dos dois órgãos da freguesia”. Nessa situação, a presidente deve reformular a proposta e apresentá-la novamente, podendo este processo repetir-se “até esgotadas todas as possibilidades”, esclarece a ANAFRE.
E se nunca houver acordo? Há novas eleições?
A lei não prevê uma dissolução automática nem eleições intercalares imediatas por causa da não aprovação dos vogais do executivo. Enquanto não houver novo executivo, mantém-se o anterior em funções, em gestão corrente, até que uma nova proposta seja aprovada pela Assembleia de Freguesia. Se o impasse persistir, o que poderá provocar eleições é a renúncia dos eleitos e a verificação da falta de quórum no órgão (note-se que, por exemplo, foi por esse motivo que foram convocadas eleições intercalares em São Jacinto, em 2022).
O que pode ou não pode fazer a Junta de Freguesia durante o período de gestão?
Neste período os órgãos das autarquias locais e os seus titulares, no âmbito das respetivas competências, sem prejuízo da prática de atos correntes e inadiáveis, ficam impedidos de deliberar ou decidir em relação às seguintes matérias: “Contratação de empréstimos; Fixação de taxas, tarifas e preços; Aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis; Posturas e regulamentos; Quadros de pessoal; Contratação de pessoal; Criação e reorganização de serviços; Nomeação de pessoal dirigente; Nomeação ou exoneração de membros de conselhos de administração dos serviços municipalizados e das empresas municipais; Remuneração dos membros do conselho de administração dos serviços municipalizados; Participação e representação da autarquia em associações, fundações, empresas ou quaisquer outras entidades públicas ou privadas; Municipalização de serviços e criação de fundações e empresas; Cooperação e apoio a entidades públicas ou privadas e apoio a atividades correntes e tradicionais; Concessão de obras e serviços públicos; Adjudicação de obras públicas e de aquisição de bens e serviços; Aprovação e licenciamento de obras particulares e loteamentos; Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequados, no apoio a atividades de interesse da freguesia de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra; Afetação ou desafetação de bens do domínio público municipal; Deliberar sobre a criação dos conselhos municipais; Autorizar os conselhos de administração dos serviços municipalizados a deliberar sobre a concessão de apoio financeiros, ou outro, a instituições legalmente constituídas; Aprovar os projetos, programas de concurso, caderno de encargos e adjudicação”.
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Logo após o chumbo do nome apresentado, Catarina Barreto suspendeu de imediato os trabalhos, sem permitir intervenções por parte dos eleitos da oposição. A decisão surpreendeu os restantes membros da Assembleia, que aguardavam a possibilidade de intervir antes de dar seguimento ao processo. A reunião ficará assim adiada, mantendo-se em aberto a definição do executivo que irá liderar a freguesia nos próximos anos. Segundo a oposição, Catarina Barreto recusou assinar o "acordo de entendimento" que previa a realização de uma auditoria financeira e gestão aos mandatos 2017-2021 e 2021-2025, a disponibilização de todos os documentos que constam da sentença do Tribunal de Aveiro e que resultou na apresentação de um recurso por parte da Junta de Freguesia e o regresso das funcionárias da Junta que alegam serem vítimas de assédio laboral aos seus anteriores local de trabalho e funções. [EM ATUALIZAÇÃO]
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Hoje, dia 24, o evento passa pelo Pavilhão Municipal Mariana Lopes, onde decorrem duas sessões de treino – a primeira teve início às 9h00 e a segunda começou às 14h00. O segundo dia de evento começa cedo, pelas 6h30, com uma corrida solidária a partir do Cais da Fonte Nova. Pelas 9h30, há nova sessão de treino na Praia do Bronze. O 25º aniversário da modalidade na Europa é marcado por uma sessão a decorrer no sábado, a partir das 15h00, no Auditório D. João Evangelista Lima Vidal, em Florinhas do Vouga.
Oposição em Aradas disponível para aprovar executivo com auditoria externa e acesso a documentos
A Ria apurou que a oposição exige a contratação, no prazo máximo de 30 dias úteis após a tomada de posse, de uma entidade externa e independente para realizar uma auditoria financeira e de gestão aos mandatos autárquicos de 2017-2021 e 2021-2025. Paralelamente, requer o cumprimento, no prazo de oito dias úteis, da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, com a entrega integral da documentação já solicitada e que, segundo a oposição, continua por facultar. Na sentença proferida a 13 de julho de 2025, o tribunal concluiu que a Junta não respeitou os prazos legais previstos na Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (LADA), tendo apenas disponibilizado parte da informação após a entrada da ação judicial. O tribunal sublinhou ainda que a documentação em causa é de natureza pública e que o direito de acesso não pode ser condicionado por custos administrativos considerados excessivos. Apesar disso, o executivo contestou a decisão e interpôs recurso, mantendo o processo em curso. Outro ponto central das negociações é a reposição da situação laboral de duas funcionárias da Junta de Freguesia que denunciaram assédio laboral. A oposição exige o fim imediato das alegadas práticas de assédio e a reintegração das trabalhadoras nos seus anteriores locais de trabalho e funções. A par disso, a oposição exige acesso pleno e permanente a toda a informação relevante da Junta, a realização de reuniões periódicas de acompanhamento e a integração de algumas das suas propostas nos futuros Planos e Orçamentos da freguesia. A Assembleia de Freguesia está agendada para esta noite, às 21h, ocasião em que Catarina Barreto, presidente da Junta, apresentará a sua proposta de composição do executivo. Resta agora perceber se aceitará as condições impostas pela oposição. Caso a proposta seja rejeitada, a Junta ficará a exercer apenas competências de gestão corrente até que seja alcançado um acordo. Se o impasse persistir ao longo de várias tentativas, poderá ser convocado um novo ato eleitoral através da realização de eleições intercalares.
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Colaboração entre UA e PHBP tenta desenvolver armários outdoor mais eficientes e sustentáveis
O objetivo principal, escrevem os responsáveis, é “desenvolver armários outdoor com capacidade superior de dissipar calor, reduzir ganhos térmicos e diminuir o nível de ruído, superando as limitações dos sistemas tradicionais”. Para que seja possível “otimizar o desempenho térmico e acústico dos armários outdoor”, o projeto deve recorrer a soluções “inovadoras”, como materiais de mudança de fase (PCM), fluídos térmicos e otimização do sistema de free cooling. A colaboração entre a UA e a PHBP junta, de acordo com a nota de imprensa, a experiência industrial com o conhecimento académico, potenciando o desenvolvimento de soluções tecnológicas de ponta. A equipa de investigadores na UA tem Artur Ferreira, professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), como líder e é coorientada por Augusto Lopes, professor do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica. Vão estar ainda envolvidos investigadores do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro e do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA). Do lado da PHBP, vai estar envolvida uma equipa multidisciplinar com formação avançada em engenharia mecânica, eletrotécnica e energia renovável.