Glória e Vera Cruz: este são os nomes mais falados para a liderança da Junta de Freguesia
Estamos a cerca de 4 meses do prazo limite para entrega das candidaturas às próximas eleições autárquicas e o candidatos à Câmara Municipal dos diferentes partidos têm dedicado as últimas semanas a identificar eventuais candidatos às Juntas de Freguesia. É o caso da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz. A Ria procurou ouvir fontes próximas do PSD e do PS e preparou-lhe um resumo com os nomes mais falados.
Redação
No caso da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, há nesta fase pelo menos três nomes em cima da mesa. Gonçalo Carvalho, antigo presidente da Associação de Andebol de Aveiro, e Fernando Marques, que tem o mesmo nome do atual presidente da Junta de Freguesia pois é seu filho, são nomes falados por vários militantes sociais-democratas como eventuais candidatos pela coligação PSD/CDS/PPM. Bruno Ferreira, atual tesoureiro no Executivo da Junta de Freguesia, tem sido surpreendentemente apontado por várias pessoas como possível candidato independente apoiado pelo PS.
Contactado pela Ria, o militante social-democrata Gonçalo Carvalho referiu estar “sempre disponível” para ajudar o partido naquilo que for necessário. “[É necessário] malta mais nova ajudar e eu estou sempre disponível, seja na Glória Vera Cruz ou em outras zonas”, afirmou. Questionado se já mostrou essa disponibilidade a Luís Souto, candidato do PSD/CDS/PPM à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Gonçalo referiu que formalmente “não”. “Vamos sempre falando não só com o Luís, mas até com pessoas que saíram da Comissão Política, pessoas que não estão no ativo no partido, as conversas vão sempre surgindo”, disse. “Eu acho que até a Ria sabe primeiro quando é que eu vou ter a conversa do que propriamente eu”, brincou.
Também Fernando Marques, filho do atual presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, exprimiu à Ria estar disponível para assumir esse lugar. “Eu sou um munícipe tecnicamente habilitado para um cargo autárquico. Tenho um mestrado em Planeamento Regional e Urbano, sou auditor em Contratação Pública pela Universidade de Coimbra, estou a fazer as unidades curriculares do mestrado de Administração e Políticas Públicas. Por outro lado, tenho feito um discreto e eficiente trabalho autárquico (…). O último argumento que gostaria que fosse utilizado é de ser filho de... Será por méritos próprios e não por ser seu herdeiro, passo a expressão”, relembrou.
Tal como Gonçalo, Fernando Marques avançou que também não falou com Luís Souto. “Eu disponível para a comunidade estou sempre, mesmo quando ninguém me pediu nada. Eu sempre tomei a iniciativa de trabalhar para a comunidade, mas discreto e sempre presente”, afirmou. “Não tenho nenhum comentário a conversas ocorridas ou não ocorridas”, acrescentou.
Contactado pela Ria, Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, não quis fazer comentários. “Tudo a seu tempo”, declarou.
Recorde-se que o atual presidente da Junta de Freguesia, Fernando Marques, um histórico autarca do Município de Aveiro, não se poderá recandidatar fruto ter atingindo o limite de mandatos possíveis, depois de 12 anos na liderança da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz. É provável que as próximas semanas tragam novos desenvolvimentos.
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Quatro freguesias de Aveiro fecham negociações para evitar eleições intercalares
Após as eleições autárquicas, começam a ser agendados os primeiros atos de instalação das Assembleias de Freguesia. No concelho de Aveiro, apenas seis das dez freguesias alcançaram maioria absoluta. Nas restantes quatro -Glória e Vera Cruz, Esgueira, Aradas e Eixo e Eirol - os futuros presidentes enfrentam agora o desafio de negociar com os outros partidos a aprovação dos respetivos executivos logo na primeira reunião da Assembleia. A 12 de outubro, a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu nove das dez freguesias, falhando apenas a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, onde o PS conquistou a presidência, com Bruno Ferreira, atual membro do executivo da Aliança, agora eleito presidente da Junta, como já noticiado pela Ria. Recorde-se que, na primeira reunião da Assembleia de Freguesia, cabe ao presidente recém-eleito apresentar a proposta de vogais para o executivo, que só tomará posse se for aprovada pelos restantes eleitos. No caso de Eixo e Eirol, a ‘Aliança com Aveiro’ venceu esta Junta de Freguesia com 1.316 votos (42,89%), baixando 1,13% em relação ao resultado de 2021 (44,02%). Esta descida, acrescida à entrada do Chega (que anteriormente não tinha concorrido a esta junta), fez com que a ‘Aliança’ perdesse a maioria, alcançando seis mandatos. Já o Partido Socialista (PS) alcançou seis mandatos e o Chega um mandato. Contactada pela Ria, Sara Rocha, atual presidente de Junta e reeleita novamente para o cargo pela ‘Aliança’, mostrou-se confiante quanto à aprovação do executivo na primeira Assembleia de Freguesia que decorrerá já esta sexta-feira, 24 de outubro, pelas 21h00. “Eu acho que todos nós, pelo menos, falo pela ‘Aliança’ e pelo PS, queremos o melhor para a nossa terra”, exprimiu. No seguimento, adiantou à Ria que já conversou com o João Morgado, candidato do PS a esta Junta de Freguesia, sobre a proposta de executivo que procurará aprovar esta sexta-feira. “Ele ficou de me dar um ok. (…) Acredito na maturidade democrática e como eles perderam eu acho que faz todo o sentido eles aprovarem o nosso executivo. (…) Acredito nas pessoas e, principalmente, que querem o melhor para a nossa freguesia. (…) Como tal, acredito que o PS vai apoiar a minha lista”, vincou. Relativamente ao mandato do Chega, Sara Rocha disse ainda que não acredita que esta força política “crie um bloqueio”. “Não o vejo como tal, porque acho que também vai pensar na freguesia”, afirmou. “Eu acho que aqui temos de defender a nossa freguesia. Não é só a questão da cor partidária…”, exprimiu. No caso de Esgueira, a ‘Aliança com Aveiro’ venceu esta Junta de Freguesia com 35,33%, ainda que por uma margem muito reduzida: 12 votos. No que toca ao número de mandatos na Assembleia de Freguesia, a ‘Aliança’ alcançou seis, o PS cinco e o Chega dois. Tal como a de Eixo e Eirol, a instalação da Assembleia de Freguesia ocorrerá já esta sexta-feira, 24 de outubro, pelas 21h00. Em relação a este momento, Rui Cordeiro, eleito presidente de Junta pela coligação ‘Aliança com Aveiro’, mostrou-se também confiante de que a sessão possa decorrer “normalmente”, ainda que tenha admitido à Ria que o executivo não está fechado e que se encontra, neste momento, “em negociações com os restantes partidos”. “Só tem de estar fechado no dia da instalação”, atentou. “Obviamente um executivo uniforme é mais fácil do que gerir um executivo partilhado, mas, neste momento, não vou dizer o que vai acontecer porque ainda não está fechado”, afirmou, deixando tudo em aberto. No caso da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, o PS venceu esta junta, ao contrário de 2021, com 3.710 votos (37,46%). Em relação à ‘Aliança com Aveiro’ obteve mais 429 votos. O resultado garantiu ao PS a vitória ainda que não tenha alcançado maioria absoluta. Em relação ao número de mandatos, o PS conquistou seis, a ‘Aliança’ cinco, a Iniciativa Liberal (IL) um e o Chega um. De salientar que, nas últimas eleições autárquicas, tanto o Chega como a Iniciativa Liberal não haviam obtido qualquer mandato. Em entrevista à Ria, Bruno Ferreira, atual tesoureiro e agora eleito presidente de Junta pelo PS, garantiu que as conversações sobre o futuro executivo “estão finalizadas”. “Foi muito fácil”, insistiu. “Por uma questão de cortesia conversei com a AD [Aliança com Aveiro] e o partido pôs determinadas condições que foram acordadas e estão aceites. A IL propôs uma situação que a nós não nos agradou muito, quase uma imposição, e nós não aceitamos. (…) Aliás, já lhes informei disso mesmo. (…) Do Chega está em cima da mesa não um acordo, mas uma conversa”, partilhou. Contactada pela Ria, Glória Leite, candidata da ‘Aliança’ a esta Junta, confirmou o acordo com o PS, salientando que a coligação ajudará a “viabilizar” o executivo e que no seu caso ficará com o cargo de “presidente da Assembleia de Freguesia”. A cabeça de lista adiantou também que Bruno Ferreira lhe chegou a propor um lugar no executivo, mas que acabou por “recusar” por não concordar com a opção. Neste caso, a instalação da Assembleia de Freguesia ocorrerá na próxima quarta-feira, 29 de outubro, pelas 21h00. No caso de Aradas, a ‘Aliança com Aveiro’ venceu esta junta de freguesia com 1.548 votos (34,76%), menos 11,52% do que em 2021 (46,28%). No que toca ao número de mandatos, a ‘Aliança’ alcançou seis, o movimento independente ‘Sentir Aradas’ três, o PS três e o Chega um mandato. Tal como Eixo e Eirol e Esgueira, a instalação da Assembleia de Freguesia decorrerá também esta sexta-feira, pelas 21h00. Em entrevista à Ria, Catarina Barreto, reeleita presidente de Junta nestas eleições, não se alongou muito quanto ao assunto, referindo apenas que “estamos em conversações”. Sobre a aprovação do executivo, a presidente de Junta referiu ainda estar com a “serenidade necessária para conduzir o ato de instalação e ser o que resultar da vontade dos eleitos”. Recorde-se que, segundo informações recebidas pela Ria, logo após a contagem dos votos, Catarina Barreto abordou diretamente Gilberto Ferreira, líder do movimento independente ‘Sentir Aradas’, com o objetivo de marcar uma reunião entre ambos. Os contactos entre Catarina e a oposição intensificaram-se nos últimos dias e está prevista uma reunião decisiva para hoje. A Ria sabe que este assunto está a ser tratado de forma diferente por partes dos partidos da oposição. No entendimento destes, tendo em conta todas as polémicas que surgiram ao longo deste mandato relacionadas com a Junta de Freguesia de Aradas e a sua presidente, só uma negociação com cedências claras por parte de Catarina Barreto poderá levar a oposição a aprovar a proposta para criação do executivo. Caso a situação não evolua para um entendimento, poderá colocar-se o cenário de eleições intercalares nesta freguesia. Confrontada com esta realidade, a autarca garantiu que esse cenário “não a preocupa nada”. “A minha disponibilidade é para aceitar o que for deliberado. Tenho um mandato, já governei duas vezes com maioria absoluta, e, portanto, tenho maturidade política suficiente para aceitar este resultado e aceitá-lo de forma democrática e depois em função do desenrolar ir acompanhando e tomando decisões. Cada facto implica uma nova decisão… Portanto, não vou dizer que estou preocupada com eleições e se vou proceder à eleição do executivo ou não. Eu estou eleita e tenho um executivo em gestão. Sexta-feira os eleitos serão chamados a pronunciar-se e certamente poderão ou não eleger e poderá ou não repetir-se o ato de eleição do executivo”, afirmou. No seguimento, recordou o caso do Município de Águeda em que a “Assembleia [de Freguesia] reuniu 21 vezes até ir para eleições intercalares”. “As situações nunca são lineares. No caso de Aradas, em concreto, há dois partidos e um movimento de cidadãos para conversar e, portanto, segue uma conjuntura de soluções que se podem construir querendo o bem da freguesia”, afirmou. “A Aliança está disponível para negociar, para conversar e aceitou o resultado com humildade democrática e tem maturidade para isso. Portanto, estamos abertos a conversações e é o que estamos a fazer”, rematou. A Ria sabe que há outra dúvida que corre nos bastidores da política em Aradas e que poderá ser decisiva neste desfecho: o facto de Catarina Barreto tomar posse na próxima sexta-feira para um terceiro e último mandato como presidente da Junta de Freguesia de Aradas. Ora, no entendimento da oposição, não é garantido que Catarina Barreto se possa recandidatar num cenário de eleições intercalares, por ter atingido o limite legal de “três mandatos consecutivos”. No site da Comissão Nacional de Eleições (CNE), nas “perguntas frequentes” sobre “limitação de mandatos” há uma que salta à vista: “Não cheguei a completar o 3º mandato consecutivo. Posso candidatar-me na eleição seguinte ao mesmo órgão? No entender da CNE não, pois não é necessário que os mandatos sejam integralmente cumpridos por parte dos presidentes de câmara ou de junta”. Falta perceber se o entendimento do CNE seria ou não acompanhado pelas autoridades competentes, no caso de realização de eleições intercalares. Mas, para já, uma coisa é certa: nesta freguesia a aprovação do executivo poderá ser uma tarefa mais complicada para a coligação ‘Aliança com Aveiro’.
“Final Girl” e “Palestra Purgatório” trazem dança e música até ao GrETUA esta sexta-feira
“Final Girl” é, segundo uma nota enviada à Ria, o “resultado do desafio que a bailarina Rina Marques estendeu ao palhaço e encenador Rui Paixão para dirigir um solo de dança”. A performance é inspirada na “figura da sobrevivente feminina do cinema de terror”. “A imagem desse universo cinematográfico, da última mulher viva para defrontar o assassino, a que sobrevive para contar a história, é o ponto de partida para a criação de uma performance que pretende criar um imaginário plástico e coreográfico clownesco”, explica a nota. A noite prossegue com “Palestra Purgatório”, a dupla que junta DJ Auchantopshelf e DJ Passou Bem. São ainda esperados convidados, entre eles, a “estreante DJ Bruxsa”. As reservas para esta noite podem ser feitas aqui. O evento tem o custo de seis euros para estudante e de oito euros para não estudante.
O que leva à repetição de eleições numa freguesia? A Ria explica
Ainda no ano passado, a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna divulgou um estudo que analisa todas as eleições autárquicas intercalares realizadas em Portugal entre 2016 e 2024. No total, foram identificados 31 atos eleitorais intercalares: 29 para Assembleias de Freguesia e 2 para Câmaras Municipais - registando-se um pico de ocorrências em 2022, ano em que se realizaram nove eleições deste tipo. Ao contrário do que por vezes se supõe, nenhuma destas eleições resultou de anulação do ato eleitoral, irregularidades graves ou empate técnico. Em 100% dos casos, o motivo apontado foi o mesmo: “falta de quórum”, isto é, segundo o estudo, a “impossibilidade de preenchimento dos lugares deixados em aberto no órgão autárquico em questão, com recurso aos meios legalmente previstos, aliada ao facto da maioria do número legal de membros desse mesmo órgão já não se encontrar em efetividade de funções”. Importa, por isso, distinguir um impasse político de uma impossibilidade jurídica. O simples facto de a Assembleia de Freguesia reprovar a proposta de executivo apresentada pelo presidente da Junta não é, por si só, motivo para convocar eleições intercalares - como confirmam vários pareceres oficiais. A lei não prevê a dissolução do órgão apenas por falta de aprovação dos vogais do executivo. No entanto, quando esse impasse político prolongado acaba por conduzir à renúncia formal da maioria dos membros da Assembleia de Freguesia e já não existam suplentes disponíveis para os substituir, o órgão deixa legalmente de ter quórum mínimo para funcionar. É por esse motivo que a realização de eleições intercalares se torna obrigatória. Essa situação pode resultar tanto da renúncia da lista vencedora como, em certos casos, da renúncia dos membros da oposição. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Croca (Penafiel), onde - como noticiava o Diário de Notícias a 25 de janeiro de 2018 - “os cinco elementos da oposição na Assembleia de Freguesia renunciaram aos mandatos, o que obriga à convocação de eleições intercalares”. Neste caso, com estas renúncias, o órgão deixou de ter a maioria dos membros em funções. A marcação destas eleições cabe ao Governo da República, através de decreto do Ministro da Administração Interna, e só pode ocorrer após proposta formal da Câmara Municipal e parecer da Comissão Nacional de Eleições (CNE). O estudo conclui ainda que estas eleições intercalares ocorrem maioritariamente em freguesias de pequena ou média dimensão, com maior incidência nos distritos de Viana do Castelo, Aveiro e Viseu, refletindo uma crescente fragmentação e instabilidade política ao nível local.
Autárquicas: PSD-Aveiro “regozija-se” pelos resultados no concelho de Aveiro
Os responsáveis do PSD “regozijam-se” com os resultados obtidos que são, nas suas palavras, “excelentes”. No comunicado, os sociais-democratas dão os parabéns a todas as equipas que “alcançaram o seu objetivo” e desejam-lhes um “ótimo trabalho”. Para além de se dirigir a “companheiros, companheiras, independentes, jovens e menos jovens, autarcas, pessoas que simplesmente acreditaram no projeto da ‘Aliança com Aveiro’”, à JSD e aos parceiros de coligação, o partido não esquece a Glória Leite, candidata à Junta de Freguesia de Glória e Vera Cruz que acabou por perder a autarquia. No comunicado, deixam uma “palavra de profundo agradecimento” à professora “porque efetivamente fez com a sua equipa uma campanha extremamente profissional, dedicada, séria e com propostas que beneficiariam as suas gentes”. Não obstante, a Comissão Política da Secção do PSD Aveiro parabeniza a candidatura do PS, que saiu vencedora, e garante que vai assumir os mandatos de opositores de “forma frontal, honesta e colaborativa”. Recorde-se que, em entrevista à Ria, Firmino Ferreira, que assume o cargo de presidente interino da concelhia do PSD-Aveiro depois da demissão de Simão Santana, também já tinha afirmado que o resultado foi “excelente” e descartou, “para já”, a possibilidade de a estrutura ir para eleições internas.
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Câmara Municipal de Estarreja volta a promover programa de exercício físico para maiores de 50 anos
Duas vezes por semana ao longo de todo o ano letivo, os inscritos participam de aulas que, de acordo com a Câmara Municipal de Estarreja, se caracterizam por um “trabalho generalizado, incluindo uma ativação geral, exercícios aeróbios (caminhar, dança, jogging), exercícios de força, de equilíbrio, jogos lúdicos e relaxamento final”. O objetivo é “possibilitar o aumento da autonomia e da qualidade de vida” dos munícipes. A inscrição no programa pode ser feita no Complexo de Desporto e Lazer de Estarreja e tem uma mensalidade de cinco euros. As aulas acontecem sempre durante o período da manhã e são lecionadas diferentes pontos do concelho. A Câmara Municipal de Estarreja promove ainda outras atividades para além do programa “Ginástica Sénior” dirigidos à população sénior, tais como hidrofuncional, hidroginástica, zumba gold e Walking Football. Estas iniciativas estão inseridas no programa VIVER+, que “visa promover o envelhecimento ativo e saudável, a aprendizagem ao longo da vida e o combate ao isolamento social”.
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