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Paula Urbano diz que PSD devia estar preocupado por não ter, em Aveiro, candidato capaz à CMA

Paula Urbano Antunes, eleita em 2022 presidente da concelhia do PS-Aveiro e reconduzida no mesmo cargo em julho deste ano, foi a segunda convidada no âmbito das grandes entrevistas aos presidentes dos partidos políticos de Aveiro, inseridas no podcast ‘Eleições Autárquicas 2025’, promovido pela Ria – Rádio Universitária de Aveiro.

Paula Urbano diz que PSD devia estar preocupado por não ter, em Aveiro, candidato capaz à CMA
Redação

Redação

07 nov 2024, 18:50

Em grande entrevista à Ria, a líder do PS-Aveiro centrou-se na habitação, nos investimentos nas freguesias, na mobilidade e na qualificação urbana para comentar os últimos 19 anos de governação PSD-CDS na autarquia de Aveiro.

Para Paula Urbano Antunes uma “questão que tanto preocupa os aveirenses” é “a questão da habitação e o facto de até data ainda não estar elaborada uma Estratégia Local de Habitação que permita às pessoas, que residem em Aveiro, acederem, efetivamente, a uma habitação a preços mais baixos que os preços de mercado”, dizendo mesmo que “é impensável como, havendo os instrumentos financeiros para tal, o Município não elaborou a Estratégia Local de Habitação para permitir que os seus munícipes possam ter melhores condições e acesso àquele que é um bem essencial [a habitação]”.

A presidente da concelhia socialista dirigiu também críticas na gestão das prioridades de investimento do concelho de Aveiro, acusando o atual Executivo Municipal de “não olhar para o Município como um todo”, de concentrar “os investimentos em só duas ou três freguesias” e de “não levar pessoas para todas as freguesias do Município”.

Ainda no que diz respeito às freguesias, também os atuais presidente das Juntas de Freguesia, todos eleitos pela coligação ‘Aliança com Aveiro’, foram visados por Paula Urbano Antunes. “Há algo que que nos é dito de forma recorrente (..) é que há muitas queixas em relação aos executivos [das Juntas] e quando os fregueses vão ter com o Executivo dizem ‘isso não é connosco’. Há alguma desresponsabilização e tudo é passado para a responsabilidade da Câmara Municipal”, afirma Paula Urbano Antunes, reconhecendo, no entanto, que “haverá alguma centralização ao nível da tomada das decisões”, mas dando nota que “os fregueses ressentem-se com isso, porque querem respostas e querem respostas do poder que está mais próximo que, neste caso, é o presidente da Junta”.

“Se fosse presidente do PSD-Aveiro preocupava-me por, em Aveiro, não ter ninguém capaz de ser candidato à Câmara Municipal.”

A líder socialista, quando questionada sobre os nomes mais falados como eventuais candidatos do PSD à Câmara Municipal de Aveiro, quis deixar um recado ao presidente do PSD-Aveiro, Simão Santana. “Se fosse presidente do PSD-Aveiro preocupava-me por, em Aveiro, não ter ninguém capaz de ser candidato à Câmara Municipal”, numa clara alusão ao facto de Rogério Carlos e Silvério Regalado, nomes mais falados dentro do PSD como candidatos à CMA, serem naturais de Ílhavo e Vagos, respetivamente. Paula Urbano Antunes considerou ainda que o PSD-Aveiro “tem constantemente necessidade de importar candidatos dos concelhos vizinhos”, afirmando que dessa forma “não está a dar espaço para se criarem quadros que possam vir a assumir a liderança do Município”.

Perante a insistência da Ria para comentar os nomes mais falados para candidatos à CMA, a líder socialista, consciente das preferências de Ribau Esteves, apontou baterias para Rogério Carlos, atual vice-presidente da CMA, que considerou não ter “competência” e “notoriedade”. Já para Jorge Ratola, Luís Souto de Miranda e Silvério Regalado deixou apontamentos positivos em termos pessoais e profissionais.

O balanço das eleições autárquicas de 2021 e a estratégia para 2025

A presidente da concelhia socialista, que venceu em 2022 as eleições para a liderança do PS-Aveiro a Manuel Oliveira e Sousa, antigo candidato pelo PS à Câmara Municipal, não demonstrou qualquer problema em assumir que a estratégia seguida nas últimas eleições autárquicas “falhou”. “Na minha opinião a coligação [com o PAN] falhou. Falhou o recurso a determinadas pessoas da sociedade civil, que em determinado momento até podem ter tido uma ação que foi importante, em determinado contexto e muito circunscrito, como por exemplo a questão do líder do movimento ‘Juntos pelo Rossio’, mas que em sede de eleições autárquicas acabou por revelar que não foram as decisões ideais para melhorarmos o nosso resultado”, afirmou.

Mas Paula Urbano Antunes rapidamente se quis centrar no futuro, definido o perfil da pessoa que irá liderar a candidatura do PS à Câmara Municipal e que será apresentada publicamente “em princípio no início do ano [de 2025]”. “Tem que ser agregador, em primeiro lugar, e tem que ter um perfil de liderança que congregue várias sensibilidades, várias áreas de formação e que esteja disposto e disponível a protagonizar um projeto político de mudança - a quatro, oito e doze anos - para o Município de Aveiro”, dando ainda nota que “não tem que ser uma pessoa militante do Partido Socialista”, mas que “tem que se identificar, obviamente, com os valores do Partido Socialista”. Quanto a coligações à esquerda, Paula Urbano confirmou que o PS está “totalmente indisponível”, colocando-se à margem de um tema introduzido para o debate pelo Bloco de Esquerda.

Confrontada com uma eventual candidatura de Alberto Souto de Miranda à liderança da autarquia aveirense, a presidente do PS-Aveiro reconheceu que é um “excelente nome” e “dos melhores currículos que o PS tem”, afirmando que o seu trabalho, como presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) entre 1998 e 2005, “mudou completamente o Município”, deixando “um legado material e imaterial extraordinário”. Como exemplos desse trabalho, Paula Urbano refere “os muros da ria que foram requalificados nessa altura, o lago no Cais da Fonte Nova, a rede viária que foi também aberta, o túnel da Estação ou o túnel da Sé”.

Quando questionada sobre as acusações do PSD-Aveiro sobre o facto da governação de Alberto Souto ter levado o Município à “pré-bancarrota”, a presidente da concelhia socialista de Aveiro afirmou “que as coisas estavam controladas” e que “a dívida era resolvida a 10/20 anos”. Paula Urbano Antunes aproveitou ainda este para deixar uma pequena provocação ao PSD-Aveiro, afirmando que a atual governação “também deixará dívida para quem vier a seguir” e que o PS vai “conseguir resolver esse problema da dívida, sem andar 20 anos a falar nele”.

A grande entrevista pode ser consultada na íntegra aqui.

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Ribau Esteves preocupado com eventual centralização dos fundos europeus
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Ribau Esteves preocupado com eventual centralização dos fundos europeus

Ribau Esteves observa que, com o atual Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já se está "a ensaiar, na gestão de um mecanismo que é muito importante, que tem muito dinheiro, essa centralização". O autarca de Aveiro (município integrado na CCDR-Centro) considera, "absolutamente", que uma certa autonomia regional obtida no continente através da gestão local dos fundos europeus poderá ser perdida. Sem regiões no continente, segundo Ribau Esteves, "os governos nacionais decidem tudo, têm uma tendência para afetar os recursos à própria máquina da administração central do Estado ou àquilo que entendem que politicamente é mais interessante, concentrando recursos nas zonas do país onde vive mais gente". José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo confirmou à Lusa que “é óbvio que não há hipótese de haver política de coesão se aqueles que são beneficiários e que até implementam a política, que são as autoridades locais e regionais, forem excluídas dessa política”.   O autarca valonguense falava à margem da 163.ª sessão plenária do Comité das Regiões, assembleia composta por representantes eleitos em regiões, cidades e vilas de toda a União Europeia da qual faz parte, representando a família política europeia do PS, o Partido Socialista Europeu (PES). Em Portugal continental, além do Governo central, a operacionalização dos fundos europeus cabe a programas regionais geridos pelas CCDR. Nos últimos meses, várias notícias a nível europeu, relativas ao desenho do orçamento comunitário após 2027, deram conta de uma eventual centralização da gestão dos fundos, o que já motivou a tomada de posição de instituições como o Comité das Regiões. Para José Manuel Ribeiro, "há esta preocupação sistemática, que une todos os grupos, ou pelo menos o grosso dos grupos - o EPP [Partido Popular Europeu], o PES e outros grupos - em torno desta defesa do papel dos chamados atores locais e regionais", opostos à centralização da gestão. Segundo o socialista, mecanismos como os PRR "não são alinhados com o espírito do tempo de [Jacques] Delors [ex-presidente da Comissão Europeia] ou com o espírito da Coesão". Já Carlos Carvalho, presidente da Câmara de Tabuaço (distrito de Viseu, integrado na Comunidade Intermunicipal do Douro, Norte), teme que aumente "o fosso" face a "realidades economicamente mais beneficiadas". "Nós não temos investimento nacional. Falo no município de Tabuaço. Estou a terminar um ciclo de três mandatos e aquilo que foi um investimento do Orçamento do Estado do nosso Governo foi praticamente zero. Estaremos a falar em 100 mil euros ou 200 mil euros, o que é perfeitamente absurdo", observou. O investimento no concelho foi feito "com fundos próprios e com aquilo que é a comparticipação dos fundos europeus", e apenas "porque esses fundos são alocados, quer com aquilo que é negociado com a comunidade europeia, quer depois o que a Comissão de Coordenação [regional] vai distribuindo" às "regiões mais atrasadas economicamente". No dia 12 de novembro, o presidente da CCDR-Norte, António Cunha, defendeu uma gestão regionalizada dos fundos de coesão europeus, esperando que a posição seja "colocada na agenda a tempo" de ser considerada na construção do posicionamento nacional sobre o tema. Já esta quarta-feira, o presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, defendeu "não uma União centralizada do ponto de vista institucional, político e financeiro" em Bruxelas, mas sim uma instituição "que chame todos à participação e à gestão daqueles que são os recursos".

Teatro Aveirense acolhe peça de teatro “Fica Comigo Esta Noite”
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Teatro Aveirense acolhe peça de teatro “Fica Comigo Esta Noite”

Estão agendadas cinco apresentações do espetáculo “Fica Comigo Esta Noite”, no âmbito da programação de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura, que terão lugar no Teatro Aveirense nos dias 21, 22 e 23 de novembro, pelas 21h30, e no dia 24 de novembro, pelas 17h00 e pelas 21h30. A peça de teatro começa com a morte inesperada de um funcionário de classe média/baixa (Miguel Falabella), residente numa pequena cidade. Para a mulher (Marisa Orth), que não estava presente no momento, o sentimento de perda soma-se ao da culpa. A trama gira à volta do velório, que tem lugar na cama do casal. Perante toda a situação, a mulher apenas consegue lembra-se dos maus episódios que viveu com o marido, sendo que, a determinada altura, ele torna-se espectador e interveniente no próprio velório. Os bilhetes para esta comédia podem ser adquiridos no site da Ticketline

Aveiro sai do ranking dos municípios com melhor desempenho financeiro em 2023
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Aveiro sai do ranking dos municípios com melhor desempenho financeiro em 2023

Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, dos 19 municípios que integram o distrito de Aveiro, nove constam no ranking dos 100 melhores classificados globalmente, em 2023, mas o Município de Aveiro fica de fora. O ‘ranking’ global do Anuário Financeiro é elaborado com base na pontuação obtida pelos municípios em dez indicadores, para um máximo de 1.900 pontos, relativos à eficiência e eficácia financeira. “Se um município ficasse em primeiro lugar em todos os rankings, ele teria 1900 pontos”, explica Pedro Camões, professor auxiliar do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro (DCSPT) e um dos autores do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. Aveiro posiciona-se “normalmente entre o 28º e o 30º lugar em muitas coisas”, refere. Tudo junto, “as coisas boas em que está em 30º misturam-se com as más e depois dá um resultado que faz com que Aveiro ainda não esteja no lugar perfeito como queria estar certamente”, concluiu Pedro Camões. “A realidade [de Aveiro] é uma realidade que ainda tem desafios, mas é uma realidade que está a ser corrigida”, sublinha. Santa Maria da Feira, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ílhavo, Estarreja, Arouca, Ovar, Mealhada e Vale de Cambra são os municípios do distrito de Aveiro que obtiveram pontuação suficiente para, em 2023, entrar no ranking. Santa Maria da Feira registou a maior pontuação do distrito (1.583 pontos) e Vale de Cambra a mais baixa (886). Contrariamente ao que se registou em 2022, ano em que Aveiro registou 972 pontos e entrou no ranking, o Município não entrou na listagem do documento de 2023. De notar ainda que a primeira vez que Aveiro entrou no ranking foi no ano de 2019, tendo alcançado o 34º lugar nos municípios de média dimensão. Em 2020 subiu 17 lugares (17º lugar) e em 2021 recuou para o 30º lugar. Nas edições compreendidas entre 2014 e 2018 o Município de Aveiro também não entrou, segundo os Anuários Financeiros publicados, nos 100 primeiros pontuados do ranking global. Em 2023 Aveiro apresenta, segundo o documento, uma receita fiscal de 38.127.557 euros, o segundo valor mais alto no Município nos últimos 11 anos. Desse valor, 21,2% é proveniente do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), sendo Aveiro destacado no Anuário como um dos sete municípios, a nível nacional, para os quais o IMI ultrapassa os 20% da receita total cobrada. Ainda sobre o IMI, Aveiro, juntamente com Lisboa, foram os distritos que apresentaram menor taxa de crescimento do imposto relativamente ao ano anterior. A receita fiscal do Município conta ainda com algumas das maiores contribuições a nível do imposto da Derrama Municipal, do Imposto Único de Circulação (IUC) e de taxas, multas e outras penalidades. Aveiro faz ainda parte de três municípios (Aveiro, Amadora e Moita) que apresentaram valores de Venda de Bens Duradouros em 2023, sendo que em 2022 “não tinham apresentado qualquer valor nesta rubrica orçamental”, lê-se no documento. Em 2023, o Município obteve ainda cerca de 8 milhões de euros (8.024.685€) em receita através da venda de bens e serviços. Em relação ao volume de receita cobrada, Aveiro ocupa o 28º lugar como município com maior volume da receita cobrada em 2023 (90.475.065€) e configura-se como o 32º em 35 municípios em que a receita fiscal apresenta um maior peso no total da receita cobrada. Quanto às despesas, Aveiro encontra-se também nos 35 municípios com maior volume de despesa paga em aquisição de bens e serviços correntes (23.764.641€), de investimento pago (39.809.560€), de despesas pagas em transferências correntes e de capital e subsídios (10.336.105€). Aveiro regista ainda despesa paga de quase 42 milhões de euros em aquisição de bens de capital e em transferências de capital. A média de pagamentos das obrigações a nível nacional foi de 97,5%, no entanto, Aveiro destaca-se cumprindo com 99,1% da despesa paga obrigatória. O valor total em despesas pagas por Aveiro disponíveis no Anuário fixa-se em cerca de 102 milhões de euros, o que significa que gastou, em 2023, cerca de 12 milhões de euros acima da receita cobrada. No ano de 2023, Aveiro é também um dos 17 municípios a nível nacional que utilizou empréstimos ao abrigo do programa do Fundo de Apoio Municipal (FAM). Entre 2016 e 2022, o Município recebeu cerca de 78 milhões de euros. Em 2023, não foi recebido mais nenhum montante destes fundos, tendo sido amortizado cerca de 4 milhões de euros o que baixou o montante a pagar para a casa dos 52 milhões de euros. Ainda assim o Município é o que tem a 2ª maior dívida a nível nacional relativamente ao FAM. Aveiro entra ainda em 10º no ranking com maior diferença positiva entre amortização de empréstimos e novos empréstimos. Relativamente ao prazo médio de pagamento, Aveiro situa-se em 24º a nível nacional. O ano passado o Município procedia ao pagamento, em média, dentro de 3 dias úteis. Este indicador tem vindo a melhorar para o Município de Aveiro, sendo que em 2015 o tempo médio de pagamento situava-se em 354 dias. Em declarações prestadas à Ria, à margem da Reunião de Câmara realizada na quinta-feira passada, dia 14 de novembro, José Ribau Esteves sublinha que “o Município de Aveiro hoje é um Município que nas suas performances financeiras está muito bem”. “Nós estamos num patamar muito alto de qualidade de gestão, mas como eu sempre digo, em qualidade não há limite, é sempre possível subir no patamar qualitativo, seja do que for, nomeadamente na gestão de uma Câmara Municipal”, revelou o presidente aveirense. José Ribau Esteves reforçou ainda que “a grande novidade que o anuário traz” não são as contas da Câmara, mas sim um “enquadramento das nossas contas nas contas dos municípios portugueses”. O autarca deixou ainda um aviso de que “é preciso olhar para os rankings de forma cuidada”. “Eu nisto vou às conclusões que nos interessam, eu diria isto se no ranking final nós estivéssemos em primeiro - que nunca na vida, porque nunca quero que uma câmara gerida por mim tenha depósitos bancários monumentais – nós temos recursos financeiros para gastar, para usar e não para ter depósitos bancários: nós temos gerido a Câmara com saldos por causa da recredibilização da Câmara em termos financeiros para não faltarmos com pagamentos a ninguém e para termos uma capacidade de antecipação de contratação grande”, concluiu José Ribau Esteves. “Em termos do valor daquilo que quer dizer a qualidade de gestão e a solidez das finanças da Câmara as coisas estão ditas com clareza meridiana”, destacou. Na sessão de abertura da apresentação do Anuário Financeiro, José Ribau Esteves, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) afirmou que o anuário de contas conclui algo que à ANMP “apraza registar” referindo-se à “confirmação da tendência positiva dos últimos anos das contas dos municípios portugueses”. Segundo Ribau Esteves, “o anuário vem mais uma vez comprovar o excelente desempenho dos municípios na gestão financeira, económica e patrimonial evidenciando o saldo global positivo do conjunto dos municípios”. Na sua intervenção o vice-presidente da ANMP referiu que “este ano na proposta de lei do orçamento do estado acordamos pelo segundo ano consecutivo uma adulteração total das regras distributivas inscritas na lei de finanças locais”, com o objetivo de atenuar as diferenças de atribuição de financiamento aos municípios. “A sua aplicação era de um absurdo tal que tínhamos municípios com perdas até 40% e municípios com ganhos a tocar os 75%”, sublinhou Ribau Esteves. O vice-presidente da ANMP deixou ainda uma “nota e cuidado” relativamente ao anuário das contas de 2024, que estará a ser desenvolvido ao longo do próximo ano. O aviso de Ribau Esteves tem em consideração um facto sublinhado pelo mesmo noutras ocasiões, conforme noticiado pela Ria. “2023 é um ano com uma pressão extraordinária de execução de investimento porque, lembrando a coisa que esquecemos rapidamente, foi o último ano de execução do quadro de fundos comunitários Portugal 2020”, referiu o presidente da ANMP. A sessão de abertura contou ainda com a participação de Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), e de Filipa Calvão, presidente do Tribunal de Contas. Maria José Fernandes, presidente do Instituto Politécnico do Cávado-Ave (IPCA) e coordenadora do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses sublinhou na sua intervenção o “caminho difícil” que foi feito ao longo dos 20 anos que separam a edição lançada este ano da primeira. “Nenhum de nós, e alguns já não estão cá infelizmente, sabia do impacto que este trabalho poderia vir a ter, mas tinham visão para perceber que havia um caminho a ser feito e foi um caminho duro”, referiu Maria José Fernandes. Na apresentação do documento a presidente do IPCA referiu ainda e parabenizou os municípios “pelo caminho que fizeram naquilo que foi a transparência da informação”, tendo destacado que ao longo das edições a participação no anuário foi expandido de 75 para 308 municípios. O documento é assinado pelo Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas.

Ribau Esteves: “O PS o que fez no seu tempo foi vender habitação social”
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Ribau Esteves: “O PS o que fez no seu tempo foi vender habitação social”

Em resposta à entrevista de Paula Urbano Antunes, Ribau Esteves garantiu à Ria, no final da última reunião camarária, que a matéria da habitação é recorrente nos debates, nomeadamente, nas reuniões de Câmara e na Assembleia Municipal e que a mesma integra o plano e orçamento de 2025 para o Município. “Nós temos um plano habitacional que não tem nada a ver com a estratégia socialista de habitação... Sempre disse que somos contra (…) a estratégia que o governo socialista definiu para a área da habitação em Portugal. Somos contra. Temos uma outra estratégia”, frisou. No que toca ao caminho a seguir pelo executivo atual, relativamente à matéria da habitação, José Ribau Esteves esclareceu que no “ponto um” está a reabilitação dos “cerca de 600 fogos que a Câmara tem”. “Cerca de uma centena [dos fogos] estava inabitável. É fundamental primeiro tratarmos dos nossos…. Tem sido uma operação muito difícil porque as empresas para irem para dentro de um apartamento tratar de uma janela, de uma porta, mudar um móvel, instalar rede de gás… Isto hoje é uma série de problemas… Mas temos de conseguir”, afirmou. “Ainda agora vamos entregar 63 casas todas elas que estavam inabitáveis e tiveram esse calvário de obras para agora serem casas todas elas fantásticas. Estão como novas para as pessoas irem para lá viver”, completou. “No ponto dois” da estratégia atual, o autarca acrescentou ainda a reabilitação de habitação social no Bairro da Griné e do Caião. “O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) tem 400 fogos em Aveiro. Tudo num estado globalmente vergonhoso. Andamos a pressionar o IHRU desde que cá chegamos para tratar daqueles fogos (…) O IHRU finalmente tem um presidente em condições, tem uma administração em quem temos esperança… A ver se o arquiteto Benjamim Pereira consegue pôr aquilo a funcionar…”, esperançou. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, “no total, destes 11 anos [de liderança], vamos para cima das 100 casas [entregues]”. “No tempo do PS, em oito anos, entregaram zero casas e eles é que são socialistas e nós é que somos social-democratas e democratas-cristãos…”, atirou. Sobre a política de habitação do PS [ao longo dos oito anos à frente da autarquia aveirense], José Ribau Esteves caraterizou-a como “mau demais”. “Nós fizemos obras para as pessoas terem conforto térmico e acústico dentro das suas casas. Isso não existia. Tínhamos pessoas que (…) alugavam a estudantes e ganhavam uma fortuna. Tínhamos algumas práticas marginais à lei…. Tudo isto veio do Partido Socialista”, realçou. “O PS o que fez no seu tempo foi vender habitação social. As casas que eram habitação social foi o executivo que mais casas vendeu. E alojar zero”, disse. Sobre a crítica de Paula Urbano Antunes, o autarca aveirense ironizou que a afirmação “tem” fundamentação. “Só estou a dizer que com três ou quatro exemplos a Câmara de Aveiro tem uma estratégia habitacional e que está a executar… Habitação a custos controlados, investimento privado, 320 fogos na Quinta da Pinheira, etc”, enumerou. “Estou só a dizer também que a nossa estratégia de habitação não passa pelo primeiro direito. Temos o nosso programa, estamos a executá-lo com sucesso. Em Portugal, 85% da verba referenciada no orçamento do Estado para o primeiro direito foi esgotada por cinco municípios. Onde? Nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa onde os problemas são mais complexos. Nós seguimos um outro caminho numa lógica social-democrata e democrata-cristã. Somos contra a lógica socialista e sempre o assumi de forma clara com testemunhos verbais e escritos”, culminou. Segundo Ribau Esteves, atualmente, “Aveiro é um dos municípios portugueses (…) que mais habitação social tem em regime de renda acessível”.

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Bolsas do ensino superior só chegam "aos muito pobres" impedindo muitos alunos de estudar
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“É preciso ser-se muito pobre para se ter acesso a uma bolsa de estudo”, alertou Alberto Amaral, coordenador científico do Conselho Consultivo do Edulog, que hoje divulga o estudo “Cartografia e dinâmicas socioeconómicas dos estudantes do ensino superior do Grande Porto e da Grande Lisboa”. Nos últimos anos, as regras para aceder às bolsas de estudo têm vindo a ser alargadas, abrangendo cada vez mais alunos, mas os investigadores defendem que os critérios “continuam muito restritivos” e os valores “insuficientes para fazer face a todas as despesas”. Atualmente, as famílias com um rendimento anual per capita superior a 12 mil euros são excluídas, deixando “muitos estudantes de fora, às vezes, só por cem euros”, alertou a investigadora Maria José Sá e uma das autoras do estudo, em entrevista à Lusa. Quatro em cada 10 alunos estudam longe de casa e os custos de estar deslocado podem chegar facilmente aos mil euros mensais, segundo o estudo que analisou as condições socioeconómicas dos estudantes que em 2023 frequentavam instituições de ensino superior (IES) das regiões de Lisboa e do Porto. Com base em entrevistas realizadas a alunos e a responsáveis dos serviços das IES, como foi o caso dos serviços de ação social, a investigadora conclui que “o ensino superior continua a não ser acessível a todos”, uma vez que quem não tem direito a bolsa não tem dinheiro para estudar longe de casa e “fica de fora”. “É fácil não obter a bolsa, porque o limiar para a atribuição da bolsa é muito baixo. As famílias com pais empregados facilmente ultrapassam esse limiar. Muitos dos que desejam seguir estudos não têm possibilidade de o fazer ou fazem-no tendo um emprego em part-time”, sublinhou. O problema de acumular os estudos com trabalho está associado a um “maior risco de abandono”, refere o relatório, apontando os estudantes mais desfavorecidos como os mais visados nesta modalidade, porque precisam de financiar os seus estudos. As associações de estudantes, os serviços de ação social e outras entidades das instituições ligadas aos alunos têm “recebido imensos pedidos de apoio e as bolsas nunca são suficientes para os pedidos”, revelou a investigadora, acrescentando que entre aqueles responsáveis existe a “perceção de que muitos ficam à porta”. Há histórias de alunos que não se candidatam ao ensino superior por incapacidade financeira, outros que não conseguem uma vaga mas também daqueles que tiveram um bom desempenho académico para chegar ao ensino superior, “mas como não conseguem aceder à bolsa acabam por ficar de fora logo à partida ou então no fim do primeiro ano”, alertou a especialista. As dificuldades financeiras também “colocam os estudantes perante um dilema enorme que é desistir ou transferirem-se para outro curso”. Entre os que aceitam ficar a estudar mais perto de casa, também há casos de “abandono no final do primeiro ano” porque “entraram num curso que não queriam”, contou Maria José Sá. O trabalho também encontrou dificuldades no dia-a-dia dos alunos apoiados. Alberto Amaral diz que a maioria dos bolseiros recebe um valor que serve apenas para “o pagamento das propinas, razão pela qual esse apoio deveria ser revisto e aumentado”. Para os investigadores, é urgente mudar as regras para que as bolsas cheguem a mais alunos e com valores mais elevados, mas também são precisos mais quartos a preços acessíveis. Os investigadores recomendam ao governo a criação de mais alojamentos subsidiados, o aumento das bolsas de estudo e a revisão dos critérios de elegibilidade podem melhorar significativamente a experiência dos estudantes, diminuindo o peso das despesas pessoais. Maria José Sá salientou que o estudo retrata a realidade das regiões de Lisboa e do Porto, onde se encontra a maioria das instituições de ensino superior e mais de metade dos alunos a frequentar o ensino superior, e que no resto do país o cenário será diferente.

Dispositivo especial de emergência com novas equipas de bombeiros para pico da gripe
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Dispositivo especial de emergência com novas equipas de bombeiros para pico da gripe

Segundo noticia hoje o jornal Púbico, este dispositivo pode chegar até às 100 ambulâncias de emergência, que serão garantidas pelas corporações de bombeiros, assim como os recursos humanos, e financiadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). De acordo com um despacho do Ministério da Saúde ainda a ser publicado em Diário da República e citado pelo jornal Público, estas equipas podem ser criadas entre 01 de dezembro e 28 de fevereiro de 2025, período durante o qual o aumento de casos de gripe faz crescer a pressão sobre as urgências hospitalares. Na sexta-feira a Liga dos Bombeiros de Portugal (LBP) e o INEM reúnem-se para discutir os critérios de seleção dos locais onde serão ativadas as novas equipas. Caberá ao INEM definir o número de equipas a constituir e o período de funcionamento de cada uma, em função das “necessidades expectáveis” e das “eventuais dificuldades operacionais acrescidas que se possam verificar em determinadas áreas geográficas”, escreve o jornal. É também o INEM que irá pagar mensalmente às associações de bombeiros o valor diário de 247 euros por equipa, que deve funcionar 24 horas por dia, escreve o jornal, não explicando se os elementos dos bombeiros terão de receber formação extra e por quem será ministrada. À Liga dos Bombeiros compete solicitar aos corpos de bombeiros voluntários que participem neste dispositivo. O despacho do Ministério da Saúde determina que será aplicada uma penalização ao valor a pagar por dia, “sempre que se verifique inoperacionalidade do meio”. A criação de cada equipa “implica a afetação permanente, 24 horas por dia, de uma ambulância de emergência”, adicionais às ambulâncias adstritas aos Postos de Emergência Médica ou Postos de Reserva. Hoje, são ouvidos no Parlamento o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, associações representativas dos trabalhadores e o presidente interino do INEM, Sérgio Janeiro, na sequência de requerimentos apresentados pelo Chega e PS, por causa das recentes dificuldades de resposta do instituto.

Ribau Esteves preocupado com eventual centralização dos fundos europeus
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Ribau Esteves preocupado com eventual centralização dos fundos europeus

Ribau Esteves observa que, com o atual Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já se está "a ensaiar, na gestão de um mecanismo que é muito importante, que tem muito dinheiro, essa centralização". O autarca de Aveiro (município integrado na CCDR-Centro) considera, "absolutamente", que uma certa autonomia regional obtida no continente através da gestão local dos fundos europeus poderá ser perdida. Sem regiões no continente, segundo Ribau Esteves, "os governos nacionais decidem tudo, têm uma tendência para afetar os recursos à própria máquina da administração central do Estado ou àquilo que entendem que politicamente é mais interessante, concentrando recursos nas zonas do país onde vive mais gente". José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo confirmou à Lusa que “é óbvio que não há hipótese de haver política de coesão se aqueles que são beneficiários e que até implementam a política, que são as autoridades locais e regionais, forem excluídas dessa política”.   O autarca valonguense falava à margem da 163.ª sessão plenária do Comité das Regiões, assembleia composta por representantes eleitos em regiões, cidades e vilas de toda a União Europeia da qual faz parte, representando a família política europeia do PS, o Partido Socialista Europeu (PES). Em Portugal continental, além do Governo central, a operacionalização dos fundos europeus cabe a programas regionais geridos pelas CCDR. Nos últimos meses, várias notícias a nível europeu, relativas ao desenho do orçamento comunitário após 2027, deram conta de uma eventual centralização da gestão dos fundos, o que já motivou a tomada de posição de instituições como o Comité das Regiões. Para José Manuel Ribeiro, "há esta preocupação sistemática, que une todos os grupos, ou pelo menos o grosso dos grupos - o EPP [Partido Popular Europeu], o PES e outros grupos - em torno desta defesa do papel dos chamados atores locais e regionais", opostos à centralização da gestão. Segundo o socialista, mecanismos como os PRR "não são alinhados com o espírito do tempo de [Jacques] Delors [ex-presidente da Comissão Europeia] ou com o espírito da Coesão". Já Carlos Carvalho, presidente da Câmara de Tabuaço (distrito de Viseu, integrado na Comunidade Intermunicipal do Douro, Norte), teme que aumente "o fosso" face a "realidades economicamente mais beneficiadas". "Nós não temos investimento nacional. Falo no município de Tabuaço. Estou a terminar um ciclo de três mandatos e aquilo que foi um investimento do Orçamento do Estado do nosso Governo foi praticamente zero. Estaremos a falar em 100 mil euros ou 200 mil euros, o que é perfeitamente absurdo", observou. O investimento no concelho foi feito "com fundos próprios e com aquilo que é a comparticipação dos fundos europeus", e apenas "porque esses fundos são alocados, quer com aquilo que é negociado com a comunidade europeia, quer depois o que a Comissão de Coordenação [regional] vai distribuindo" às "regiões mais atrasadas economicamente". No dia 12 de novembro, o presidente da CCDR-Norte, António Cunha, defendeu uma gestão regionalizada dos fundos de coesão europeus, esperando que a posição seja "colocada na agenda a tempo" de ser considerada na construção do posicionamento nacional sobre o tema. Já esta quarta-feira, o presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, defendeu "não uma União centralizada do ponto de vista institucional, político e financeiro" em Bruxelas, mas sim uma instituição "que chame todos à participação e à gestão daqueles que são os recursos".

Toscca cria fundo florestal para diminuir importação e gerar riqueza sustentável
Região

Toscca cria fundo florestal para diminuir importação e gerar riqueza sustentável

“Nós somos importadores líquidos de madeira o que nos faz pensar sempre que, se a floresta estivesse um bocadinho mais bem gerida, uma parte disto que nós importamos não tinha de ser importado”, disse à agência Lusa Pedro Pinhão. Este foi o pensamento base do fundador e diretor executivo (CEO) da Toscca – Equipamentos em Madeira, com sede em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, para criar um fundo florestal, projeto em que trabalha há cerca de seis meses, admitiu. Em entrevista à agência Lusa, este responsável disse que, além do “objetivo de diminuir as importações de madeira, que atualmente rondam os 75% a 80%, para ter produção nacional”, a criação do fundo florestal também permite gerar economia. Como, exemplificou, “com cogumelos e apicultura que é um património que tem, e deve, ser potenciado”, o que o leva a acreditar que, “mais tarde ou mais cedo, as pessoas vão perceber que o valor da floresta não é só a madeira”. “E gerar emprego. Uma floresta bem cuidada precisa de pessoas para a cuidar, para a limpar, para a tratar, para a adubar, para a desbastar, ou seja, estamos a criar emprego”, realçou. Esse projeto permite, igualmente, “aumentar a sustentabilidade ambiental, uma vez que as áreas florestais aumentam a fixação de dióxido de carbono e, ao mesmo tempo, vai diminuir muito o risco de incêndio”. Pedro Pinhão adiantou que este fundo “será gerido por uma estrutura profissional autónoma” e para a qual procuram profissionais na área da engenharia civil e economia, de forma a gerirem os seus recursos. “A Toscca será a financiadora e estamos a pensar em começar com um investimento de cinco milhões de euros para já, para uma área de, um mínimo, de 100 hectares que queremos ter”, reconheceu. Assim, essa estrutura terá de “encontrar as parcelas que interessem, de negociar com os proprietários as soluções que tiverem de ser negociadas e, depois passarem para a operacionalização: fazer projetos de reflorestação, licenciá-los e executá-los”. Um dos desafios que tem pela frente passa por agregar “pequenas parcelas de vários proprietários, numa só”, sendo que o “principal problema a norte do [rio] Tejo é a pulverização da propriedade, em que a área florestal tem uma média de 0,54 hectares, o que significa parcelas minúsculas”. “Isto inviabiliza rigorosamente tudo. Inviabiliza gestão e investimento. Muitos destes proprietários nem sabem que as têm, porque as herdaram e são de tal maneira pequenas que nem sabem onde é que elas estão”, apontou. Nesse sentido, neste momento, a Toscca está “a fazer o trabalho de campo, ou seja, a comprar, alugar ou convidar os proprietários a serem parceiras do fundo entrando com as unidades correspondentes às áreas que têm”, sejam particulares ou não. “O objetivo é fecharmos uma parcela florestal com o mínimo de 100 hectares, porque vai-nos permitir ter uma gestão profissional. Já estamos a ensaiar na zona de Águeda, onde já temos uma parcela de 25 [hectares] e as coisas estão a funcionar relativamente bem”, revelou. Apesar de admitir que “o pinho é a matéria-prima de base da Toscca”, Pedro Pinhão disse que não vai limitar o fundo à plantação de pinheiros e “pode contemplar eucalipto e outras variedades ou espécies” de árvores. “Vamos tentar, em cada território, encontrar a sua espécie mais rentável e, tanto quanto possível, a nativa, mas a nativa melhorada, isto é, ter pinheiros, e aí será mais no interior, com algum melhoramento genético para serem mais produtivos”, assumiu. A empresa “está a tentar localizar a melhor área, sendo que a ideia não é pegar num território que já é grande, mas sim, nas pequenas parcelas, muitas das vezes abandonadas, porque é aí que está o maior potencial e desafio, que é tornar uma área inculta em rentável”. Pedro Pinhão reconheceu que o projeto do fundo florestal “está a consolidar-se, e a ser formalizado” e, neste momento, em mãos está a sua “formalização jurídica” para poder “rentabilizar, proteger e defender a floresta”. “Sim, no futuro, queremos ter meios próprios de defesa e combate, como sapadores, que possam, eventualmente, estar em rede ou integrar a proteção civil, porque a floresta é a nossa base e temos de a saber defender e rentabilizar”, reforçou.