PSD-Aveiro reúne hoje e estes são os nomes mais prováveis dos candidatos às juntas de freguesia
Depois da concelhia de Aveiro do Partido Socialista (PS) ter votado e apresentado os seus candidatos às juntas de freguesia ao longo dos últimos dias, esta segunda-feira, 2 de junho, é a vez do PSD-Aveiro reunir os seus militantes precisamente no mesmo local onde Alberto Souto apresentou ontem, 1 de junho, os seus candidatos às freguesias: o Salão Polivalente de Nossa Senhora de Fátima. O plenário de militantes, agendado para esta noite, terá como ponto central da ordem de trabalhos a auscultação interna sobre as candidaturas autárquicas, incluindo a aprovação dos nomes propostos para liderarem as dez freguesias do concelho.
Redação
Segundo apurou a Ria, na União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, Esgueira, Santa Joana, Oliveirinha, São Bernardo e São Jacinto, o partido irá lançar novos candidatos. Nas primeiras cinco freguesias, os atuais presidentes de Junta não se poderão recandidatar, sendo que há um dado curioso e comum a todas elas: nenhum dos candidatos escolhidos por Luís Souto, candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) pela coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, pertence ao atual Executivo, com a esmagadora maioria dos candidatos a saltarem da Assembleia de Freguesia. Já na última freguesia enumerada, São Jacinto, o atual presidente, Arlindo Tavares, não será recandidato por motivos profissionais e a escolha recai sobre a atual tesoureira do Executivo, Cristina Gonçalves.
Consulte aqui os nomes mais prováveis para candidatos às juntas de freguesia pela coligação 'Aliança Mais Aveiro' (PSD/CDS/PPM).
São Jacinto
Cristina Gonçalves deverá ser a escolha. Atualmente tesoureira na junta liderada por Arlindo Tavares, que não se recandidata por motivos profissionais, o seu nome foi anunciado em março, durante a primeira e única sessão da jornada “Pensar Aveiro”, promovida pela candidatura de Luís Souto, precisamente em São Jacinto.
União das Freguesias de Glória e Vera Cruz
Na maior freguesia do concelho de Aveiro, a coligação deverá apostar em Glória Leite, diretora do Agrupamento de Escolas José Estêvão. Fernando Marques, presidente da junta, não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos. Questionada a 6 de maio pela Ria, Glória Leite não confirmou nem desmentiu a sua candidatura.
A Ria sabe que a escolha de Glória Leite não terá agradado ao histórico autarca Fernando Marques, atual presidente da Junta de Freguesia, e a vários militantes do PSD-Aveiro que afirmam que a candidata escolhida é próxima dos socialistas e de Alberto Souto. Entre os descontentes, segundo fontes próximas do partido, estará Ribau Esteves, atual presidente da CMA.
Cacia
Nelson Santos, atual presidente da junta, deverá recandidatar-se para um último mandato. O atual presidente da Junta de Freguesia de Cacia assume um papel ainda mais relevante nestas eleições, pois é visto como um elemento do núcleo duro de Luís Souto, a par de Firmino Ferreira, atual presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha.
Esgueira
Rui Cordeiro, primeiro secretário da Assembleia de Freguesia, é apontado como o sucessor de Ângela Almeida, atual presidente de junta, impedida de se recandidatar por ter atingido o limite de mandatos. A Ria sabe que Ângela Almeida teria indicado Isabel Barbosa, atual tesoureira do seu Executivo, para sua sucessora, mas Luís Souto terá optado por Rui Cordeiro.
Santa Joana
A aposta deverá recair sobre Óscar Ratola Branco, atual presidente da Assembleia de Freguesia. Victor Marques, atual presidente da Junta de Freguesia, atinge o limite de mandatos e não será recandidato.
Aradas
Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia, deverá manter-se como candidata. Este será o seu último mandato, caso seja reeleita.
Recorde-se que a presidente da Junta de Freguesia de Aradas foi a primeira militante do PSD-Aveiro a declarar apoio público à candidatura de Luís Souto. A sua proximidade com o candidato do partido à CMA fez com que vários militantes considerassem o seu nome como provável na lista à Câmara Municipal, mas a Ria sabe que Catarina Barreto será recandidata em Aradas, não estando neste momento incluída no núcleo duro que lidera e define a estratégia da campanha de Luís Souto.
Oliveirinha
Com Firmino Ferreira, atual presidente da Junta de Freguesia, afastado pela limitação de mandatos, a coligação deverá apostar em Carolina Santos, atual secretária da Assembleia de Freguesia.
Eixo e Eirol
Sara Rocha, atual presidente da junta, deverá ser novamente candidata na freguesia de Eixo e Eirol.
Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz
Também da União de Freguesias de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz não deverá haver alterações. Miguel Silva, atual presidente, deverá manter-se como candidato da coligação.
São Bernardo
Henrique Vieira, atual presidente desta Junta de Freguesia, não se pode recandidatar por atingindo o limite de três mandatos consecutivos. A Ria sabe que a escolha deverá recair sobre Pedro Mónica, atual presidente da Assembleia de Freguesia.
A Ria continuará a acompanhar de perto todos os desenvolvimentos das eleições autárquicas em Aveiro, nomeadamente do plenário do PSD-Aveiro previsto para esta noite.
Recomendações
'Aliança com Aveiro' de Aradas acusa oposição de ter alterado e quebrado acordo à última hora
A coligação liderada por Catarina Barreto afirma que, na reunião negocial realizada no dia 22 de outubro, tinha ficado acordado que a oposição aprovaria um executivo da Junta composto exclusivamente por quatro vogais indicados pela Aliança com Aveiro - Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vítor Tavares e Júlio Dias - e que a votação seria feita de forma uninominal. A Mesa da Assembleia teria presidência entregue ao Movimento 'Sentir Aradas', com o PS como primeiro secretário e o Chega como segundo. “Os eleitos das candidaturas 'Sentir Aradas', Partido Socialista e Chega informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia”, refere o comunicado. Recorde-se de que a oposição não precisa do apoio da 'Aliança com Aveiro' para aprovar uma proposta sua de composição da Mesa, porque dispõe de maioria na Assembleia de Freguesia. Já a presidente de Junta eleita, que lidera a coligação 'Aliança com Aveiro' em minoria na Assembleia, precisa do apoio da oposição para aprovar o seu executivo. A coligação diz ainda que ficou combinado que a oposição redigiria um documento formalizando o acordo, a ser assinado antes da tomada de posse. Porém, a minuta recebida às 17h08 de quinta-feira, 23 de outubro, “não fazia qualquer referência à eleição dos vogais aprovados” e incluía “exigências e imposições inaceitáveis”, entre as quais uma auditoria externa, “quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião” - e uma “assunção de responsabilidades por assédio” laboral a duas funcionárias da Junta, apesar de a questão estar “a ser analisada pela IGF”. Catarina Barreto afirma ter respondido ao email às 19h24 do mesmo dia, manifestando “desagrado e discordância” face ao documento e reafirmando disponibilidade para acordo, mas garante que não recebeu resposta da oposição. Na sessão de instalação, diz ter cumprido o acordado e submetido à votação o nome de Sandra Sindão - “o primeiro nome acordado por todos” - que acabou rejeitado. A presidente encerrou de seguida a reunião, deixando a Junta em gestão. A 'Aliança' acusa a oposição de protagonizar “um número político pouco conseguido” e de ter agido “sem seriedade, confiança ou responsabilidade”, preferindo “tratar o assunto na comunicação social antes de responder”. A coligação afirma que convocará “nova reunião em breve” para restaurar a normalidade institucional. A posição agora apresentada contrasta com o comunicado divulgado na véspera pela oposição, que acusa Catarina Barreto de ter rejeitado três condições essenciais para viabilizar o executivo: auditoria externa, reintegração de funcionárias e cumprimento imediato da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. No entendimento da oposição, estas condições são apenas "garantias de transparência", não percebendo porque motivo Catarina Barreto se recusa a aceitar. "Nas eleições para a Assembleia de Freguesia de Aradas, realizadas no passado dia 12 de Outubro, os Aradenses votaram e democraticamente atribuíram os seguintes resultados e mandatos: Aliança com Aveiro – 35,30% que resulta na atribuição de 6 mandatos, Sentir Aradas – 21,82% que resulta na atribuição de 3 mandatos, Partido Socialista – 21,35% que resulta na atribuição de 3 mandatos e Chega – 8,53% que resulta na atribuição de 1 mandato. Em face dos resultados atribuídos e tendo em conta que a Aliança com Aveiro não conseguiu a maioria dos mandatos, a primeira candidata da Aliança com Aveiro e Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, numa atitude de humildade democrática e sentido de responsabilidade, tomou a iniciativa de contactar os lideres das candidaturas do Sentir Aradas, Gilberto Ferreira, do Partido Socialista Sónia Aires e do Chega Ricardo Nascimento, com o intuito de se alcançar um acordo, de forma a instalar os Órgãos Autárquicos da Freguesia de Aradas e a eleição dos vogais que acompanham a Presidente Eleita no Executivo e a Mesa da Assembleia de Freguesia. Foi agendada e realizou-se no dia 22 de Outubro (quarta-feira) uma reunião com a presença de todos os intervenientes acima referidos. Na referida reunião foi manifestada pela Presidente eleita Catarina Barreto a sua intenção de criar uma plataforma de entendimento com regular participação e reuniões com as demais forças politicas eleitas para a Assembleia de Freguesia. Discutiram-se e foram prestados todos os esclarecimentos relativamente ao programa eleitoral e projetos da Aliança com Aveiro, para se encontrarem pontos comuns, uma vez que isso seria o mais importante para a Freguesia. Foram ainda abordadas e prestados todos os esclarecimentos em relação a duas funcionárias da Junta e sobre as funções que desempenham, e ainda sobre o interesse de manter aberto em horário laboral o Armazém da Junta, com a afetação de um recurso humano. Foi também abordada a necessidade da Câmara rever o contrato da Veolia, por forma a existir um varredor na freguesia de Aradas, bem como de uma melhor prestação de serviço da empresa. Terminadas as considerações e esclarecimentos, quando eram 19:00 horas, os eleitos das candidaturas Sentir Aradas, Partido Socialista e Chega, informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia. Seguidamente, foi solicitado que a Presidente de Junta eleita indicasse quem pretendia integrar no Órgão Executivo. A oposição opôs-se à integração de dois candidatos. E foram aceites e ficou acordado por unanimidade que os quatro vogais a integrar o Executivo da Aliança com Aveiro fossem os candidatos Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vitor Tavares e Júlio Dias, ficando também acordado que a forma de votação seria uninominal. Seguidamente, foi discutida a composição da Mesa da Assembleia, tendo ficado acordado por todos a seguinte composição: Presidência – para o Movimento Sentir Aradas, como segunda lista mais votada, sendo o cargo atribuído a Sílvia Neves ou Nélson Silva, após indicação do Movimento; 1.º Secretário – para o Partido Socialista, sendo o cargo atribuído a Beatriz Claro; 2.º Secretário – para o Partido Chega, sendo o cargo atribuído a Ricardo Nascimento Nessa senda ficou ainda acordado a redação de um documento a cargo dos elementos das listas opositoras para ser assinado por todos, antes da tomada de posse, comprometendo-se os mesmos a enviá-lo no dia seguinte (quinta feira – dia 23.10.2025) até à hora de almoço. A reunião foi terminada cerca das 19:35. No dia 23.10.2025, por email, para a Junta de Freguesia, às 17h08 foi rececionado uma minuta de acordo, em claro desrespeito pelos termos acordados por todos e em confronto com a verdade dos fatos ocorridos na reunião, a saber: 1. Desde logo, a minuta do acordo apresentada, estranhamente, não faz qualquer referência à eleição dos vogais aprovados para a constituição do Executivo e da composição da Mesa, conforme foi aprovado por todos; 2. Depois elenca exigências e imposições inaceitáveis relacionadas com a realização de uma auditoria quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião, muito menos discutida ou acordada; 3. Depois fazem uma exigência incompreensível e inaceitável de uma assunção de responsabilidades por assédio, quando não foi acordado nada quanto às trabalhadoras, muito menos quanto à questão do Assédio, que atualmente está a ser analisada pelo IGF e deverá aguardar os ulteriores termos e a decisão a ser proferida pela entidade competente. Em resposta ao acordo proposto, a Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, nesse mesmo dia (23.10.2025 – quinta-feira), às 19h24, enviou um email de resposta a todos os eleitos intervenientes na reunião, manifestando o seu desagrado e a discordância do teor do documento face ao acordado na reunião no que toca aos temas acima expostos. Nesse mesmo email, manifestou uma vez mais a sua intenção e disponibilidade em se alcançar acordo, colocando como principal e único interesse a Freguesia de Aradas. O email foi rececionado por todos os eleitos, que não ousaram sequer dar qualquer resposta. No dia de onten, sexta-feira, dia da agendada Tomada de Posse, de forma pública e em vários órgãos da comunicação social foi dada a notícia das exigências constantes da proposta de acordo apresentada pelos eleitos opositores à Aliança com Aveiro. Quando esses eleitos não responderam ao email da Presidente de Junta eleita. Por coerência e sensatez politica hoje após a Ato de Instalação e na reunião de eleição dos Órgãos Autárquicos, a Presidente eleita, cumpriu religiosamente o que fora acordado por todos na reunião do dia 23.10.2025. Colocou à votação da Assembleia de Freguesia o primeiro nome acordado por todos para vogal do Executivo, o de Sandra Sindão. Tendo o mesmo sido rejeitado pelos eleitos das candidaturas opositoras à Aliança com Aveiro. Tendo de seguida encerrado a reunião. Este ato, provocado pela oposição, deixará o Executivo da Junta de Freguesia em gestão, com os graves prejuízos e limitações na execução de projetos e obras para Aradas e para os Aradenses. Além disso, revela uma conduta política pouco séria, confiável e responsável, por parte da oposição, quando formaliza um acordo, depois o tenta unilateralmente alterar contrariando o acordado, e depois não o cumpre. Lamentavelmente foi um número político pouco conseguido, por parte de toda a oposição, que demonstrou bem que não pretendia celebrar qualquer acordo, ainda mais quando preferiu tratar um assunto privado na comunicação social, sem responder à Aliança com Aveiro. Hoje, com esta posição em bloco e unida de toda a oposição, deu-se mais um mau exemplo de como estar e fazer politica. Foi mais um ataque à credibilidade dos políticos ao princípio da confiança e ao respeito pela democracia e pela vontade do povo. Lamentavelmente quem perde é Aradas e os Aradenses. A Presidente eleita, Catarina Barreto e a sua equipa da Aliança com Aveiro, pautará a sua atuação escrupulosamente pela defesa da verdade, pelo respeito democrático e pela palavra dada a ARADAS e aos seus concidadãos. Tal como determina a lei, será convocada nova reunião em breve para tentar promover e normalizar o funcionamento dos Órgãos Autárquicos da Junta e Assembleia de Freguesia, democraticamente eleitos pelos Aradenses e trazer a tranquilidade institucional que hoje a oposição (Movimento Sentir Aradas, Partido socialista e Chega) em bloco e concertadamente, não quis permitir que acontecesse. As pessoas de Aradas não mereciam o momento político, que vivemos! Mas, cada um terá de assumir as responsabilidades dos seus atos. Apesar de lamentável e triste, o momento, exige-nos que continuemos a defender o bom nome de Aradas e dos Aradenses. A Candidatura Aliança com Aveiro - Aradas"
Acordo entre ‘Aliança com Aveiro’ e Chega viabiliza executivo em Eixo e Eirol
Em contrapartida por viabilizar o executivo, o Chega elegeu um elemento para a Mesa da Assembleia de Freguesia, integrando a lista proposta pela 'Aliança com Aveiro'. O Partido Socialista, segunda força política mais votada nesta freguesia, optou por votar em branco. Numa publicação nas redes sociais, o candidato do Chega descreveu a tomada de posse como um momento de “respeito democrático e espírito de cooperação”, sublinhando que o entendimento estabelecido com a ‘Aliança com Aveiro’ se baseia na “defesa dos interesses da freguesia” e na “estabilidade governativa local”. O partido afirmou congratular-se “pela abertura ao diálogo e pela concretização deste acordo que coloca Eixo e Eirol acima de qualquer diferença partidária”. Com este entendimento, fica assegurada a instalação do novo Executivo e da Mesa da Assembleia, permitindo à União de Freguesias iniciar o seu mandato autárquico com maioria funcional.
Oposição em Aradas reafirma que não quer lugares no executivo, apenas garantias de transparência
Tal como avançado pela Ria, a sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos, em Aradas, que aconteceu esta sexta-feira, 24 de outubro, na sede da Junta de Freguesia, durou apenas cerca de meia hora. Catarina Barreto suspendeu os trabalhos logo após a reprovação da proposta do primeiro vogal do futuro executivo. Assim, mantém-se em gestão corrente o atual órgão executivo, estando prevista a marcação de uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem uma data prevista. Questionada pelos jornalistas, à margem da sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos, a oposição, em Aradas, não se mostrou surpreendida com a curta duração da reunião. “A partir do momento em que nós não recebemos resposta positiva à proposta de acordo, que foi remetida ontem para a senhora presidente, era uma situação que poderia, eventualmente, acontecer”, exprimiu Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ para a Assembleia de Freguesia. Interpelado ainda sobre a impossibilidade de intervir durante a Assembleia, Gilberto acrescentou com ironia: “Aqui, o processo democrático funciona sempre muito bem. Estas situações são um bocadinho recorrentes. (...) Infelizmente, Aradas é uma terra atípica nesse processo e a democracia aqui tem uns passos largos para dar e para se consolidar”. Confrontados com o alegado acordo atingido na primeira reunião negocial, conforme defendeu Catarina Barreto, Sónia Aires, eleita pelo Partido Socialista (PS), sublinhou que “não existia nenhum acordo”. “Nós enviamos o acordo de entendimento, depois da reunião, tal como o combinado. (…) Havia alguns pontos que a senhora presidente queria retirar e, portanto, nesse aspeto não houve qualquer acordo, (…) não está nada escrito, nem nada vinculado”, sublinhou. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, a oposição em Aradas tinha-se mostrado disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’. Para tal, tinha imposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente e o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal. Esta sexta-feira, em entrevista à Ria, à margem da sessão, Catarina Barreto assegurava que tinha reunido, “na passada quarta-feira”, 23 de outubro, com a oposição e que tinha ficado acordado a aprovação do executivo proposto. No seguimento, Ricardo Nascimento, eleito pelo Chega para a Assembleia de Freguesia de Aradas, deu ainda nota à comunicação social de que “não” foi convidado pela presidente para a reunião negocial. “Fui convidado pelo Gilberto e pela Sónia. (…) No começo da reunião eu estava a responder a uma mensagem para a minha esposa e ela fez questão de perguntar se eu estava a gravar. (…) Nós é que fomos muito inocentes em entrar dentro da sala para fazer essa reunião informal”, exprimiu. “Uma reunião informal não tem acordo nenhum. Foi ela que ditou fazermos um acordo e ela não aceitou o acordo formal que enviamos, nem fazer a auditoria”, continuou Ricardo. Conforme noticiado pela Ria, quando questionada pelo acordo apresentado pela oposição, Catarina Barreto mostrou-se inflexível quanto à possibilidade de o aceitar. “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”, assegurou. Questionados sobre a possibilidade da autarca continuar a recusar as condições exigidas pela oposição, Sónia vincou: “nós nunca recusamos o diálogo”. “Não aceitando o acordo, nós continuamos a dialogar e, tal como o Gilberto estava a referir, não temos nada a opor e é unânime que a ‘Aliança’ ganhou. (…) A questão essencial é a capacidade que não existe de diálogo com as outras forças políticas e movimentos independentes. Esse é o grande problema”, alertou. “Somos todos a favor da governabilidade, agora, sem transparência, pelo menos, aqui não se anda”, acrescentou Ricardo Nascimento, reforçando que a oposição não pretende qualquer lugar no executivo, mas apenas “garantias de transparência”. Sem responderem, diretamente, à questão se aceitarão ou não “renegociar” o acordo, no caso de Catarina Barreto não ceder, o eleito pelo Chega acrescentou ainda: “Eu acho que ainda é muito cedo para falar. (…) Ela está no calor da tensão. Toda a gente aqui quer que Aradas seja melhor. Eu acredito que ela também queira” e que, por isso, venha a ceder. Entretanto, a oposição fez também já chegar um email à comunicação social, este sábado, 25 de outubro, em forma de resposta aos acontecimentos da Assembleia de Freguesia desta sexta-feira. No comunicado, aproveitam para reafirmar as declarações prestadas à comunicação social, à margem da sessão, e para responder à autarca sobre a resposta por escrito que fez chegar, na passada quinta-feira, pelas 19h23, por email, à oposição, onde propunha uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”. Segundo as três forças políticas, a posição da autarca demonstra “clara e inequivocamente, a impossibilidade de negociação sobre os assuntos que consideramos de importância fulcral e de relevo máximo para as decisões a tomar num futuro próximo, uma vez que são instrumentos relevantes para aferição do estado da gestão financeira da freguesia, tendo em conta que, nos mandatos anteriores, estes aspetos sempre estiveram envoltos em suspeição e polémica”. No seguimento, sugerem que a “humildade democrática vale para todos, não apenas para alguns”. “A responsabilidade do que hoje sucedeu recai exclusivamente em Catarina Barreto que, além de mais uma vez faltar à verdade e numa atitude antidemocrática, impediu outros eleitos de se manifestarem e de usarem a palavra para rebater as afirmações por ela proferidas, negando o direito de resposta, de forma pública e esclarecedora, conduta que repetiu, aquando do pedido de declaração de voto, após leitura da ata”, lê-se no comunicado. Na nota, a oposição reforça que continuará “disponível” para o diálogo, “por forma a que se dissipem todas as dúvidas”, terminando com a seguinte questão: “Será que os seus pares eleitos pela Aliança com Aveiro e em situação idêntica geririam a situação da mesma forma e aprovariam esta conduta?” "Para esclarecimento de todos os Aradenses, pela transparência e lealdade que nos merecem sempre, em nome do respeito pela Democracia e pela Verdade, o Movimento Independente 'Sentir Aradas', o Partido Socialista e o Partido Chega, emitem conjuntamente o presente comunicado com o objetivo de dar a conhecer a verdade dos factos que conduziram à não viabilização do executivo da Junta de Freguesia de Aradas a 24 de outubro de 2025. 1. Em reunião efetuada em 22 de outubro de 2025, agendada por Catarina Barreto e na qual participaram o Movimento Independente 'Sentir Aradas', o Partido Socialista e o Partido Chega, representados, respetivamente, por Gilberto Ferreira, Sónia Aires e Ricardo Nascimento, foram discutidos vários pontos de interesse geral para a Freguesia e para os Aradenses, com o objetivo de procurar consensos que pudessem conduzir a uma situação de governabilidade estável, no respeito absoluto pelos resultados eleitorais de 12 de outubro passado e nunca por meros e mesquinhos interesses pessoais em lugares ou cargos; 2. Tal reunião, necessariamente informal, priorizava ouvir Catarina Barreto e as linhas orientadoras para o novo mandato, bem como, eventualmente, e se tal fosse por todos considerado importante, dar contributos para desbloquear consensos; 3. No seguimento da reunião, foi solicitado pela mesma o envio da proposta de acordo via email, a fim de posteriormente se proceder à assinatura da referida proposta; 4. Procedeu-se ao envio do email a Catarina Barreto, no qual se explanavam as condições que as partes envolvidas consideravam como essenciais e obrigatórias para que um executivo por si liderado pudesse ser viabilizado, anexando ao referido email a proposta de acordo e dando nota de que a assinatura do mesmo deveria ocorrer até às 18h00 do dia 24 de outubro de 2025, dia da Tomada de Posse; 5. Entre os vários pontos elencados e considerados de relevo para o estabelecimento de uma boa gestão autárquica na Freguesia de Aradas, numa perspetiva de diálogo e cooperação, assinalam-se três que consideramos inegociáveis: a) Auditoria externa a contratar em 30 dias úteis após a instalação e tomada de posse da Assembleia de Freguesia e respetivo Executivo, efetuada por entidade independente; b) Resolução, em definitivo, da questão laboral litigiosa entre as funcionárias e a Junta de Freguesia de Aradas, a qual originou inspeção por parte da Inspeção Geral de Finanças, restabelecendo o normal funcionamento e execução das tarefas anteriormente efetuadas pelas trabalhadoras, tendo em conta o respeito pelas mesmas e pelos seus postos de trabalho; c) A apresentação imediata da documentação várias vezes requerida e nunca facultada pelo Executivo da Junta de Freguesia de Aradas, dando assim cumprimento à sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro de julho de 2025. 6. No entendimento de Catarina Barreto, os pontos atrás referidos deveriam ser retirados do acordo, conforme resposta por escrito da própria no dia 23 de outubro de 2025, não demonstrando disponibilidade para chegar a entendimento. Esta posição demonstra, clara e inequivocamente, a impossibilidade de negociação sobre os assuntos que consideramos de importância fulcral e de relevo máximo para as decisões a tomar num futuro próximo, uma vez que são instrumentos relevantes para aferição do estado da gestão financeira da freguesia, tendo em conta que nos mandatos anteriores estes aspetos sempre estiveram envoltos em suspeição e polémica; 7. Respeitamos e reconhecemos a vitória da Aliança com Aveiro, fá-lo-emos sempre, da mesma forma que exigimos respeito pela maioria dos Aradenses que não lhe confiaram a maioria. A humildade democrática vale para todos, não apenas para alguns. A responsabilidade do que hoje sucedeu recai exclusivamente em Catarina Barreto que, além de mais uma vez faltar à verdade e numa atitude antidemocrática, impediu outros eleitos de se manifestarem e de usarem a palavra para rebater as afirmações por ela proferidas, negando o direito de resposta, de forma pública e esclarecedora, conduta que repetiu aquando do pedido de declaração de voto após leitura da ata. Da nossa parte, continuaremos disponíveis para o diálogo, por forma a que se dissipem todas as dúvidas. Por fim, deixamos a seguinte questão: será que os seus pares eleitos pela Aliança com Aveiro e em situação idêntica geririam a situação da mesma forma e aprovariam esta conduta? Movimento 'Sentir Aradas', PS-Aradas, CHEGA 24 de outubro de 2025"
Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial
A sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos de Aradas estava marcada para as 21h00. O Salão Nobre Manuel Simões Madaíl foi o local escolhido para o evento, mas, ainda antes da hora marcada, já se percebia que o espaço seria pequeno para acolher as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao momento. Muitas acabaram mesmo por ficar de pé. Entre os presentes destacavam-se, entre outros, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Diogo Machado, vereador eleito pelo Chega na Câmara Municipal de Aveiro. À chegada ao salão, Catarina Barreto começou por exigir aos vários elementos da oposição - Movimento Sentir Aradas, Partido Socialista (PS) e Chega - que se encontravam sentados na fila da frente, que se posicionassem de acordo com a ordem determinada pelo tribunal. Concluído esse processo, a sessão teve início cerca de oito minutos depois da hora prevista. Seguiu-se a instalação da Assembleia de Freguesia, com a tomada de posse dos diferentes eleitos. Catarina Barreto passou então a presidir à primeira reunião da Assembleia de Freguesia, destinada à instalação dos órgãos autárquicos. “Desejo que este ato decorra com urbanidade e humildade democrática na sequência também das reuniões que foram assim havidas”, vincou a presidente. A verdade é que a primeira reunião demoraria apenas cerca de 30 minutos. Tal como anteriormente avançado pela Ria, Catarina Barreto optou por submeter à votação o primeiro vogal do futuro executivo através de votação nominal, em vez de votação em lista. A proposta acabou por ser reprovada pelos membros da Assembleia, com sete votos contra e seis a favor, e os trabalhos foram imediatamente suspensos pela presidente de Junta. No seguimento, a autarca alertou os presentes de que a Junta se manteria em gestão com o órgão executivo em funções e que seria agendada uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem adiantar uma data. Mesmo depois de ter comunicado a suspensão dos trabalhos, restando apenas a assinatura da ata final, o número de pessoas presentes manteve-se praticamente inalterado até Catarina Barreto encerrar a sessão. Antes disso, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento ‘Sentir Aradas’, pediu à presidente para intervir e fazer uma declaração de voto, ao que esta respondeu que o fizesse por escrito. Perante a resposta, um dos cidadãos presentes comentou, em tom baixo, com outro: “Isto é uma vergonha”. Questionada no final pela Ria, sobre a suspensão dos trabalhos, Catarina Barreto explicou que teve uma reunião com a oposição, “na passada quarta-feira”, e que foi acordado aprovar a “composição” que tinha indicado. “A maioria do acordo não contemplava nada do que foi falado. A reunião iniciou-se às 17h30 e durou até às 19h30”, contou. Recorde-se que, tal como noticiado, a oposição em Aradas estava disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’, tendo proposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reintegração das duas funcionárias, alegadamente vítimas de assédio laboral, nas anteriores funções e local de trabalho. Ainda sobre a reunião de negociação do “acordo de entendimento” que decorreu na passada quarta-feira, 22 de outubro, a presidente de Junta assegurou que em “momento algum foi utilizada a palavra auditoria” e que “em momento algum iríamos reconhecer o quer que seja quanto à questão das trabalhadoras”. “Até porque a questão das trabalhadoras é uma questão, como foi explicado, que está a ser devidamente investigada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF), e, portanto, teria oportunamente que aguardar o seu desenlace”, disse. “Eu disponibilizei-me até, inclusivamente, a mostrar todos os documentos que tínhamos quanto à IGF. (…) Foi de comum acordo que não seria dado nenhum desenlace à questão das trabalhadoras”, continuou. Relativamente à auditoria, Catarina Barreto assegurou que só soube esta quinta-feira, 23 de outubro, da exigência. “Ficou acordado que eles redigiriam o documento escrito e que me enviariam até ao final da manhã. O email chegou eram 17h15 [de quinta-feira]. Não foi enviado para o meu email pessoal, foi enviado para os serviços da secretaria da Junta. Quando eu tive conhecimento do mesmo, de imediato, iniciei a redação do email em que narrei todas as questões que foram abordadas e que não estão contempladas”, referiu. Segundo a presidente, o acordo “preconizava só obrigações para o órgão executivo e obrigações que não podem”. “O projeto votado foi o projeto da ‘Aliança com Aveiro’. (…) Como é que uma reunião que decorre com líderes partidários para definir a composição dos órgãos não consta nenhuma referência a essa mesma composição?”, questionou, dando nota que a oposição, “em vez de responder ao meu email, comunicaram à comunicação social. Isto não é de todo [correto]…. O email devia ter tido uma resposta”, exprimiu. Entretanto, a Ria já teve acesso ao email que Catarina Barreto remeteu para a oposição esta quinta-feira, pelas 19h23, onde criticou a alegada mudança de posição da oposição e propôs uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”, manifestando “disponibilidade para firmar o acordo que espelhe o que foi discutido e acordado em sede da reunião, nos moldes e termos nela analisados e por todos aceites”. No fim, interpelada ainda se estaria disponível para assinar o acordo, no caso da oposição manter as condições, nomeadamente a realização de uma auditoria, a presidente de Junta respondeu prontamente: “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”. “A ‘Aliança com Aveiro’ está disponível, dentro do que foi conversado e acordado, em sede de reunião de líderes. (…) Não é uma questão de estar disponível ou não para a auditoria. A Junta de Freguesia de Aradas foi fiscalizada por várias entidades… Aliás, eu não percebo como é que uma das condições do acordo era contratarmos uma auditoria escolhida por eles. Como é que em termos de procedimentos administrativos eles podem indicar a contratação da empresa que nós teríamos. A ser uma auditoria teria de ser lançado um concurso como todos sabemos… Portanto, não me parece viável eles indicarem uma empresa à escolha deles para a Junta de Freguesia suportar”, atentou. A Ria consultou o “acordo de entendimento” disponibilizado pela própria presidente de Junta de Aradas, onde a oposição fala que “deverá ser efetuada consulta ao mercado, podendo as entidades a serem consultadas serem sugeridas por qualquer um dos signatários do presente acordo”.
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'Aliança com Aveiro' de Aradas acusa oposição de ter alterado e quebrado acordo à última hora
A coligação liderada por Catarina Barreto afirma que, na reunião negocial realizada no dia 22 de outubro, tinha ficado acordado que a oposição aprovaria um executivo da Junta composto exclusivamente por quatro vogais indicados pela Aliança com Aveiro - Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vítor Tavares e Júlio Dias - e que a votação seria feita de forma uninominal. A Mesa da Assembleia teria presidência entregue ao Movimento 'Sentir Aradas', com o PS como primeiro secretário e o Chega como segundo. “Os eleitos das candidaturas 'Sentir Aradas', Partido Socialista e Chega informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia”, refere o comunicado. Recorde-se de que a oposição não precisa do apoio da 'Aliança com Aveiro' para aprovar uma proposta sua de composição da Mesa, porque dispõe de maioria na Assembleia de Freguesia. Já a presidente de Junta eleita, que lidera a coligação 'Aliança com Aveiro' em minoria na Assembleia, precisa do apoio da oposição para aprovar o seu executivo. A coligação diz ainda que ficou combinado que a oposição redigiria um documento formalizando o acordo, a ser assinado antes da tomada de posse. Porém, a minuta recebida às 17h08 de quinta-feira, 23 de outubro, “não fazia qualquer referência à eleição dos vogais aprovados” e incluía “exigências e imposições inaceitáveis”, entre as quais uma auditoria externa, “quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião” - e uma “assunção de responsabilidades por assédio” laboral a duas funcionárias da Junta, apesar de a questão estar “a ser analisada pela IGF”. Catarina Barreto afirma ter respondido ao email às 19h24 do mesmo dia, manifestando “desagrado e discordância” face ao documento e reafirmando disponibilidade para acordo, mas garante que não recebeu resposta da oposição. Na sessão de instalação, diz ter cumprido o acordado e submetido à votação o nome de Sandra Sindão - “o primeiro nome acordado por todos” - que acabou rejeitado. A presidente encerrou de seguida a reunião, deixando a Junta em gestão. A 'Aliança' acusa a oposição de protagonizar “um número político pouco conseguido” e de ter agido “sem seriedade, confiança ou responsabilidade”, preferindo “tratar o assunto na comunicação social antes de responder”. A coligação afirma que convocará “nova reunião em breve” para restaurar a normalidade institucional. A posição agora apresentada contrasta com o comunicado divulgado na véspera pela oposição, que acusa Catarina Barreto de ter rejeitado três condições essenciais para viabilizar o executivo: auditoria externa, reintegração de funcionárias e cumprimento imediato da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. No entendimento da oposição, estas condições são apenas "garantias de transparência", não percebendo porque motivo Catarina Barreto se recusa a aceitar. "Nas eleições para a Assembleia de Freguesia de Aradas, realizadas no passado dia 12 de Outubro, os Aradenses votaram e democraticamente atribuíram os seguintes resultados e mandatos: Aliança com Aveiro – 35,30% que resulta na atribuição de 6 mandatos, Sentir Aradas – 21,82% que resulta na atribuição de 3 mandatos, Partido Socialista – 21,35% que resulta na atribuição de 3 mandatos e Chega – 8,53% que resulta na atribuição de 1 mandato. Em face dos resultados atribuídos e tendo em conta que a Aliança com Aveiro não conseguiu a maioria dos mandatos, a primeira candidata da Aliança com Aveiro e Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, numa atitude de humildade democrática e sentido de responsabilidade, tomou a iniciativa de contactar os lideres das candidaturas do Sentir Aradas, Gilberto Ferreira, do Partido Socialista Sónia Aires e do Chega Ricardo Nascimento, com o intuito de se alcançar um acordo, de forma a instalar os Órgãos Autárquicos da Freguesia de Aradas e a eleição dos vogais que acompanham a Presidente Eleita no Executivo e a Mesa da Assembleia de Freguesia. Foi agendada e realizou-se no dia 22 de Outubro (quarta-feira) uma reunião com a presença de todos os intervenientes acima referidos. Na referida reunião foi manifestada pela Presidente eleita Catarina Barreto a sua intenção de criar uma plataforma de entendimento com regular participação e reuniões com as demais forças politicas eleitas para a Assembleia de Freguesia. Discutiram-se e foram prestados todos os esclarecimentos relativamente ao programa eleitoral e projetos da Aliança com Aveiro, para se encontrarem pontos comuns, uma vez que isso seria o mais importante para a Freguesia. Foram ainda abordadas e prestados todos os esclarecimentos em relação a duas funcionárias da Junta e sobre as funções que desempenham, e ainda sobre o interesse de manter aberto em horário laboral o Armazém da Junta, com a afetação de um recurso humano. Foi também abordada a necessidade da Câmara rever o contrato da Veolia, por forma a existir um varredor na freguesia de Aradas, bem como de uma melhor prestação de serviço da empresa. Terminadas as considerações e esclarecimentos, quando eram 19:00 horas, os eleitos das candidaturas Sentir Aradas, Partido Socialista e Chega, informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia. Seguidamente, foi solicitado que a Presidente de Junta eleita indicasse quem pretendia integrar no Órgão Executivo. A oposição opôs-se à integração de dois candidatos. E foram aceites e ficou acordado por unanimidade que os quatro vogais a integrar o Executivo da Aliança com Aveiro fossem os candidatos Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vitor Tavares e Júlio Dias, ficando também acordado que a forma de votação seria uninominal. Seguidamente, foi discutida a composição da Mesa da Assembleia, tendo ficado acordado por todos a seguinte composição: Presidência – para o Movimento Sentir Aradas, como segunda lista mais votada, sendo o cargo atribuído a Sílvia Neves ou Nélson Silva, após indicação do Movimento; 1.º Secretário – para o Partido Socialista, sendo o cargo atribuído a Beatriz Claro; 2.º Secretário – para o Partido Chega, sendo o cargo atribuído a Ricardo Nascimento Nessa senda ficou ainda acordado a redação de um documento a cargo dos elementos das listas opositoras para ser assinado por todos, antes da tomada de posse, comprometendo-se os mesmos a enviá-lo no dia seguinte (quinta feira – dia 23.10.2025) até à hora de almoço. A reunião foi terminada cerca das 19:35. No dia 23.10.2025, por email, para a Junta de Freguesia, às 17h08 foi rececionado uma minuta de acordo, em claro desrespeito pelos termos acordados por todos e em confronto com a verdade dos fatos ocorridos na reunião, a saber: 1. Desde logo, a minuta do acordo apresentada, estranhamente, não faz qualquer referência à eleição dos vogais aprovados para a constituição do Executivo e da composição da Mesa, conforme foi aprovado por todos; 2. Depois elenca exigências e imposições inaceitáveis relacionadas com a realização de uma auditoria quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião, muito menos discutida ou acordada; 3. Depois fazem uma exigência incompreensível e inaceitável de uma assunção de responsabilidades por assédio, quando não foi acordado nada quanto às trabalhadoras, muito menos quanto à questão do Assédio, que atualmente está a ser analisada pelo IGF e deverá aguardar os ulteriores termos e a decisão a ser proferida pela entidade competente. Em resposta ao acordo proposto, a Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, nesse mesmo dia (23.10.2025 – quinta-feira), às 19h24, enviou um email de resposta a todos os eleitos intervenientes na reunião, manifestando o seu desagrado e a discordância do teor do documento face ao acordado na reunião no que toca aos temas acima expostos. Nesse mesmo email, manifestou uma vez mais a sua intenção e disponibilidade em se alcançar acordo, colocando como principal e único interesse a Freguesia de Aradas. O email foi rececionado por todos os eleitos, que não ousaram sequer dar qualquer resposta. No dia de onten, sexta-feira, dia da agendada Tomada de Posse, de forma pública e em vários órgãos da comunicação social foi dada a notícia das exigências constantes da proposta de acordo apresentada pelos eleitos opositores à Aliança com Aveiro. Quando esses eleitos não responderam ao email da Presidente de Junta eleita. Por coerência e sensatez politica hoje após a Ato de Instalação e na reunião de eleição dos Órgãos Autárquicos, a Presidente eleita, cumpriu religiosamente o que fora acordado por todos na reunião do dia 23.10.2025. Colocou à votação da Assembleia de Freguesia o primeiro nome acordado por todos para vogal do Executivo, o de Sandra Sindão. Tendo o mesmo sido rejeitado pelos eleitos das candidaturas opositoras à Aliança com Aveiro. Tendo de seguida encerrado a reunião. Este ato, provocado pela oposição, deixará o Executivo da Junta de Freguesia em gestão, com os graves prejuízos e limitações na execução de projetos e obras para Aradas e para os Aradenses. Além disso, revela uma conduta política pouco séria, confiável e responsável, por parte da oposição, quando formaliza um acordo, depois o tenta unilateralmente alterar contrariando o acordado, e depois não o cumpre. Lamentavelmente foi um número político pouco conseguido, por parte de toda a oposição, que demonstrou bem que não pretendia celebrar qualquer acordo, ainda mais quando preferiu tratar um assunto privado na comunicação social, sem responder à Aliança com Aveiro. Hoje, com esta posição em bloco e unida de toda a oposição, deu-se mais um mau exemplo de como estar e fazer politica. Foi mais um ataque à credibilidade dos políticos ao princípio da confiança e ao respeito pela democracia e pela vontade do povo. Lamentavelmente quem perde é Aradas e os Aradenses. A Presidente eleita, Catarina Barreto e a sua equipa da Aliança com Aveiro, pautará a sua atuação escrupulosamente pela defesa da verdade, pelo respeito democrático e pela palavra dada a ARADAS e aos seus concidadãos. Tal como determina a lei, será convocada nova reunião em breve para tentar promover e normalizar o funcionamento dos Órgãos Autárquicos da Junta e Assembleia de Freguesia, democraticamente eleitos pelos Aradenses e trazer a tranquilidade institucional que hoje a oposição (Movimento Sentir Aradas, Partido socialista e Chega) em bloco e concertadamente, não quis permitir que acontecesse. As pessoas de Aradas não mereciam o momento político, que vivemos! Mas, cada um terá de assumir as responsabilidades dos seus atos. Apesar de lamentável e triste, o momento, exige-nos que continuemos a defender o bom nome de Aradas e dos Aradenses. A Candidatura Aliança com Aveiro - Aradas"
Acordo entre ‘Aliança com Aveiro’ e Chega viabiliza executivo em Eixo e Eirol
Em contrapartida por viabilizar o executivo, o Chega elegeu um elemento para a Mesa da Assembleia de Freguesia, integrando a lista proposta pela 'Aliança com Aveiro'. O Partido Socialista, segunda força política mais votada nesta freguesia, optou por votar em branco. Numa publicação nas redes sociais, o candidato do Chega descreveu a tomada de posse como um momento de “respeito democrático e espírito de cooperação”, sublinhando que o entendimento estabelecido com a ‘Aliança com Aveiro’ se baseia na “defesa dos interesses da freguesia” e na “estabilidade governativa local”. O partido afirmou congratular-se “pela abertura ao diálogo e pela concretização deste acordo que coloca Eixo e Eirol acima de qualquer diferença partidária”. Com este entendimento, fica assegurada a instalação do novo Executivo e da Mesa da Assembleia, permitindo à União de Freguesias iniciar o seu mandato autárquico com maioria funcional.
Oposição em Aradas reafirma que não quer lugares no executivo, apenas garantias de transparência
Tal como avançado pela Ria, a sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos, em Aradas, que aconteceu esta sexta-feira, 24 de outubro, na sede da Junta de Freguesia, durou apenas cerca de meia hora. Catarina Barreto suspendeu os trabalhos logo após a reprovação da proposta do primeiro vogal do futuro executivo. Assim, mantém-se em gestão corrente o atual órgão executivo, estando prevista a marcação de uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem uma data prevista. Questionada pelos jornalistas, à margem da sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos, a oposição, em Aradas, não se mostrou surpreendida com a curta duração da reunião. “A partir do momento em que nós não recebemos resposta positiva à proposta de acordo, que foi remetida ontem para a senhora presidente, era uma situação que poderia, eventualmente, acontecer”, exprimiu Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ para a Assembleia de Freguesia. Interpelado ainda sobre a impossibilidade de intervir durante a Assembleia, Gilberto acrescentou com ironia: “Aqui, o processo democrático funciona sempre muito bem. Estas situações são um bocadinho recorrentes. (...) Infelizmente, Aradas é uma terra atípica nesse processo e a democracia aqui tem uns passos largos para dar e para se consolidar”. Confrontados com o alegado acordo atingido na primeira reunião negocial, conforme defendeu Catarina Barreto, Sónia Aires, eleita pelo Partido Socialista (PS), sublinhou que “não existia nenhum acordo”. “Nós enviamos o acordo de entendimento, depois da reunião, tal como o combinado. (…) Havia alguns pontos que a senhora presidente queria retirar e, portanto, nesse aspeto não houve qualquer acordo, (…) não está nada escrito, nem nada vinculado”, sublinhou. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, a oposição em Aradas tinha-se mostrado disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’. Para tal, tinha imposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente e o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal. Esta sexta-feira, em entrevista à Ria, à margem da sessão, Catarina Barreto assegurava que tinha reunido, “na passada quarta-feira”, 23 de outubro, com a oposição e que tinha ficado acordado a aprovação do executivo proposto. No seguimento, Ricardo Nascimento, eleito pelo Chega para a Assembleia de Freguesia de Aradas, deu ainda nota à comunicação social de que “não” foi convidado pela presidente para a reunião negocial. “Fui convidado pelo Gilberto e pela Sónia. (…) No começo da reunião eu estava a responder a uma mensagem para a minha esposa e ela fez questão de perguntar se eu estava a gravar. (…) Nós é que fomos muito inocentes em entrar dentro da sala para fazer essa reunião informal”, exprimiu. “Uma reunião informal não tem acordo nenhum. Foi ela que ditou fazermos um acordo e ela não aceitou o acordo formal que enviamos, nem fazer a auditoria”, continuou Ricardo. Conforme noticiado pela Ria, quando questionada pelo acordo apresentado pela oposição, Catarina Barreto mostrou-se inflexível quanto à possibilidade de o aceitar. “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”, assegurou. Questionados sobre a possibilidade da autarca continuar a recusar as condições exigidas pela oposição, Sónia vincou: “nós nunca recusamos o diálogo”. “Não aceitando o acordo, nós continuamos a dialogar e, tal como o Gilberto estava a referir, não temos nada a opor e é unânime que a ‘Aliança’ ganhou. (…) A questão essencial é a capacidade que não existe de diálogo com as outras forças políticas e movimentos independentes. Esse é o grande problema”, alertou. “Somos todos a favor da governabilidade, agora, sem transparência, pelo menos, aqui não se anda”, acrescentou Ricardo Nascimento, reforçando que a oposição não pretende qualquer lugar no executivo, mas apenas “garantias de transparência”. Sem responderem, diretamente, à questão se aceitarão ou não “renegociar” o acordo, no caso de Catarina Barreto não ceder, o eleito pelo Chega acrescentou ainda: “Eu acho que ainda é muito cedo para falar. (…) Ela está no calor da tensão. Toda a gente aqui quer que Aradas seja melhor. Eu acredito que ela também queira” e que, por isso, venha a ceder. Entretanto, a oposição fez também já chegar um email à comunicação social, este sábado, 25 de outubro, em forma de resposta aos acontecimentos da Assembleia de Freguesia desta sexta-feira. No comunicado, aproveitam para reafirmar as declarações prestadas à comunicação social, à margem da sessão, e para responder à autarca sobre a resposta por escrito que fez chegar, na passada quinta-feira, pelas 19h23, por email, à oposição, onde propunha uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”. Segundo as três forças políticas, a posição da autarca demonstra “clara e inequivocamente, a impossibilidade de negociação sobre os assuntos que consideramos de importância fulcral e de relevo máximo para as decisões a tomar num futuro próximo, uma vez que são instrumentos relevantes para aferição do estado da gestão financeira da freguesia, tendo em conta que, nos mandatos anteriores, estes aspetos sempre estiveram envoltos em suspeição e polémica”. No seguimento, sugerem que a “humildade democrática vale para todos, não apenas para alguns”. “A responsabilidade do que hoje sucedeu recai exclusivamente em Catarina Barreto que, além de mais uma vez faltar à verdade e numa atitude antidemocrática, impediu outros eleitos de se manifestarem e de usarem a palavra para rebater as afirmações por ela proferidas, negando o direito de resposta, de forma pública e esclarecedora, conduta que repetiu, aquando do pedido de declaração de voto, após leitura da ata”, lê-se no comunicado. Na nota, a oposição reforça que continuará “disponível” para o diálogo, “por forma a que se dissipem todas as dúvidas”, terminando com a seguinte questão: “Será que os seus pares eleitos pela Aliança com Aveiro e em situação idêntica geririam a situação da mesma forma e aprovariam esta conduta?” "Para esclarecimento de todos os Aradenses, pela transparência e lealdade que nos merecem sempre, em nome do respeito pela Democracia e pela Verdade, o Movimento Independente 'Sentir Aradas', o Partido Socialista e o Partido Chega, emitem conjuntamente o presente comunicado com o objetivo de dar a conhecer a verdade dos factos que conduziram à não viabilização do executivo da Junta de Freguesia de Aradas a 24 de outubro de 2025. 1. Em reunião efetuada em 22 de outubro de 2025, agendada por Catarina Barreto e na qual participaram o Movimento Independente 'Sentir Aradas', o Partido Socialista e o Partido Chega, representados, respetivamente, por Gilberto Ferreira, Sónia Aires e Ricardo Nascimento, foram discutidos vários pontos de interesse geral para a Freguesia e para os Aradenses, com o objetivo de procurar consensos que pudessem conduzir a uma situação de governabilidade estável, no respeito absoluto pelos resultados eleitorais de 12 de outubro passado e nunca por meros e mesquinhos interesses pessoais em lugares ou cargos; 2. Tal reunião, necessariamente informal, priorizava ouvir Catarina Barreto e as linhas orientadoras para o novo mandato, bem como, eventualmente, e se tal fosse por todos considerado importante, dar contributos para desbloquear consensos; 3. No seguimento da reunião, foi solicitado pela mesma o envio da proposta de acordo via email, a fim de posteriormente se proceder à assinatura da referida proposta; 4. Procedeu-se ao envio do email a Catarina Barreto, no qual se explanavam as condições que as partes envolvidas consideravam como essenciais e obrigatórias para que um executivo por si liderado pudesse ser viabilizado, anexando ao referido email a proposta de acordo e dando nota de que a assinatura do mesmo deveria ocorrer até às 18h00 do dia 24 de outubro de 2025, dia da Tomada de Posse; 5. Entre os vários pontos elencados e considerados de relevo para o estabelecimento de uma boa gestão autárquica na Freguesia de Aradas, numa perspetiva de diálogo e cooperação, assinalam-se três que consideramos inegociáveis: a) Auditoria externa a contratar em 30 dias úteis após a instalação e tomada de posse da Assembleia de Freguesia e respetivo Executivo, efetuada por entidade independente; b) Resolução, em definitivo, da questão laboral litigiosa entre as funcionárias e a Junta de Freguesia de Aradas, a qual originou inspeção por parte da Inspeção Geral de Finanças, restabelecendo o normal funcionamento e execução das tarefas anteriormente efetuadas pelas trabalhadoras, tendo em conta o respeito pelas mesmas e pelos seus postos de trabalho; c) A apresentação imediata da documentação várias vezes requerida e nunca facultada pelo Executivo da Junta de Freguesia de Aradas, dando assim cumprimento à sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro de julho de 2025. 6. No entendimento de Catarina Barreto, os pontos atrás referidos deveriam ser retirados do acordo, conforme resposta por escrito da própria no dia 23 de outubro de 2025, não demonstrando disponibilidade para chegar a entendimento. Esta posição demonstra, clara e inequivocamente, a impossibilidade de negociação sobre os assuntos que consideramos de importância fulcral e de relevo máximo para as decisões a tomar num futuro próximo, uma vez que são instrumentos relevantes para aferição do estado da gestão financeira da freguesia, tendo em conta que nos mandatos anteriores estes aspetos sempre estiveram envoltos em suspeição e polémica; 7. Respeitamos e reconhecemos a vitória da Aliança com Aveiro, fá-lo-emos sempre, da mesma forma que exigimos respeito pela maioria dos Aradenses que não lhe confiaram a maioria. A humildade democrática vale para todos, não apenas para alguns. A responsabilidade do que hoje sucedeu recai exclusivamente em Catarina Barreto que, além de mais uma vez faltar à verdade e numa atitude antidemocrática, impediu outros eleitos de se manifestarem e de usarem a palavra para rebater as afirmações por ela proferidas, negando o direito de resposta, de forma pública e esclarecedora, conduta que repetiu aquando do pedido de declaração de voto após leitura da ata. Da nossa parte, continuaremos disponíveis para o diálogo, por forma a que se dissipem todas as dúvidas. Por fim, deixamos a seguinte questão: será que os seus pares eleitos pela Aliança com Aveiro e em situação idêntica geririam a situação da mesma forma e aprovariam esta conduta? Movimento 'Sentir Aradas', PS-Aradas, CHEGA 24 de outubro de 2025"
Catarina Barreto afirma que oposição garantiu aprovação do executivo após reunião negocial
A sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos de Aradas estava marcada para as 21h00. O Salão Nobre Manuel Simões Madaíl foi o local escolhido para o evento, mas, ainda antes da hora marcada, já se percebia que o espaço seria pequeno para acolher as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao momento. Muitas acabaram mesmo por ficar de pé. Entre os presentes destacavam-se, entre outros, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Diogo Machado, vereador eleito pelo Chega na Câmara Municipal de Aveiro. À chegada ao salão, Catarina Barreto começou por exigir aos vários elementos da oposição - Movimento Sentir Aradas, Partido Socialista (PS) e Chega - que se encontravam sentados na fila da frente, que se posicionassem de acordo com a ordem determinada pelo tribunal. Concluído esse processo, a sessão teve início cerca de oito minutos depois da hora prevista. Seguiu-se a instalação da Assembleia de Freguesia, com a tomada de posse dos diferentes eleitos. Catarina Barreto passou então a presidir à primeira reunião da Assembleia de Freguesia, destinada à instalação dos órgãos autárquicos. “Desejo que este ato decorra com urbanidade e humildade democrática na sequência também das reuniões que foram assim havidas”, vincou a presidente. A verdade é que a primeira reunião demoraria apenas cerca de 30 minutos. Tal como anteriormente avançado pela Ria, Catarina Barreto optou por submeter à votação o primeiro vogal do futuro executivo através de votação nominal, em vez de votação em lista. A proposta acabou por ser reprovada pelos membros da Assembleia, com sete votos contra e seis a favor, e os trabalhos foram imediatamente suspensos pela presidente de Junta. No seguimento, a autarca alertou os presentes de que a Junta se manteria em gestão com o órgão executivo em funções e que seria agendada uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem adiantar uma data. Mesmo depois de ter comunicado a suspensão dos trabalhos, restando apenas a assinatura da ata final, o número de pessoas presentes manteve-se praticamente inalterado até Catarina Barreto encerrar a sessão. Antes disso, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento ‘Sentir Aradas’, pediu à presidente para intervir e fazer uma declaração de voto, ao que esta respondeu que o fizesse por escrito. Perante a resposta, um dos cidadãos presentes comentou, em tom baixo, com outro: “Isto é uma vergonha”. Questionada no final pela Ria, sobre a suspensão dos trabalhos, Catarina Barreto explicou que teve uma reunião com a oposição, “na passada quarta-feira”, e que foi acordado aprovar a “composição” que tinha indicado. “A maioria do acordo não contemplava nada do que foi falado. A reunião iniciou-se às 17h30 e durou até às 19h30”, contou. Recorde-se que, tal como noticiado, a oposição em Aradas estava disponível para aprovar um executivo integralmente constituído por elementos da coligação ‘Aliança com Aveiro’, tendo proposto um conjunto de condições, com destaque para a realização de uma auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reintegração das duas funcionárias, alegadamente vítimas de assédio laboral, nas anteriores funções e local de trabalho. Ainda sobre a reunião de negociação do “acordo de entendimento” que decorreu na passada quarta-feira, 22 de outubro, a presidente de Junta assegurou que em “momento algum foi utilizada a palavra auditoria” e que “em momento algum iríamos reconhecer o quer que seja quanto à questão das trabalhadoras”. “Até porque a questão das trabalhadoras é uma questão, como foi explicado, que está a ser devidamente investigada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF), e, portanto, teria oportunamente que aguardar o seu desenlace”, disse. “Eu disponibilizei-me até, inclusivamente, a mostrar todos os documentos que tínhamos quanto à IGF. (…) Foi de comum acordo que não seria dado nenhum desenlace à questão das trabalhadoras”, continuou. Relativamente à auditoria, Catarina Barreto assegurou que só soube esta quinta-feira, 23 de outubro, da exigência. “Ficou acordado que eles redigiriam o documento escrito e que me enviariam até ao final da manhã. O email chegou eram 17h15 [de quinta-feira]. Não foi enviado para o meu email pessoal, foi enviado para os serviços da secretaria da Junta. Quando eu tive conhecimento do mesmo, de imediato, iniciei a redação do email em que narrei todas as questões que foram abordadas e que não estão contempladas”, referiu. Segundo a presidente, o acordo “preconizava só obrigações para o órgão executivo e obrigações que não podem”. “O projeto votado foi o projeto da ‘Aliança com Aveiro’. (…) Como é que uma reunião que decorre com líderes partidários para definir a composição dos órgãos não consta nenhuma referência a essa mesma composição?”, questionou, dando nota que a oposição, “em vez de responder ao meu email, comunicaram à comunicação social. Isto não é de todo [correto]…. O email devia ter tido uma resposta”, exprimiu. Entretanto, a Ria já teve acesso ao email que Catarina Barreto remeteu para a oposição esta quinta-feira, pelas 19h23, onde criticou a alegada mudança de posição da oposição e propôs uma “revisão integral do acordo e das suas cláusulas”, manifestando “disponibilidade para firmar o acordo que espelhe o que foi discutido e acordado em sede da reunião, nos moldes e termos nela analisados e por todos aceites”. No fim, interpelada ainda se estaria disponível para assinar o acordo, no caso da oposição manter as condições, nomeadamente a realização de uma auditoria, a presidente de Junta respondeu prontamente: “A postura da ‘Aliança com Aveiro’ mantém-se”. “A ‘Aliança com Aveiro’ está disponível, dentro do que foi conversado e acordado, em sede de reunião de líderes. (…) Não é uma questão de estar disponível ou não para a auditoria. A Junta de Freguesia de Aradas foi fiscalizada por várias entidades… Aliás, eu não percebo como é que uma das condições do acordo era contratarmos uma auditoria escolhida por eles. Como é que em termos de procedimentos administrativos eles podem indicar a contratação da empresa que nós teríamos. A ser uma auditoria teria de ser lançado um concurso como todos sabemos… Portanto, não me parece viável eles indicarem uma empresa à escolha deles para a Junta de Freguesia suportar”, atentou. A Ria consultou o “acordo de entendimento” disponibilizado pela própria presidente de Junta de Aradas, onde a oposição fala que “deverá ser efetuada consulta ao mercado, podendo as entidades a serem consultadas serem sugeridas por qualquer um dos signatários do presente acordo”.