RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Cidade

Um ano do novo Rossio: parque de estacionamento “pouco utilizado” continua a ser alvo de críticas

Há precisamente um ano inaugurava-se aquela que viria a tornar-se uma das obras mais polémicas da cidade de Aveiro: a requalificação do Largo do Rossio. Uma das grandes críticas apontadas ao projeto estava relacionada com a construção de um novo parque de estacionamento subterrâneo. A Ria procurou sair à rua para perceber o balanço do primeiro ano de inauguração do novo Rossio.

Um ano do novo Rossio: parque de estacionamento “pouco utilizado” continua a ser alvo de críticas
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
07 jan 2025, 12:54

Há mais de um ano que Márcia é lojista na zona do Rossio. Para esta comerciante a obra era “necessária”, não só para os peões como para os automóveis. “Antes era uma grande confusão… Eu via as pessoas a atravessar a rua no meio dos carros. Era bastante perigoso”, começou por recordar. Apesar de reconhecer desvantagens que o trânsito [daquela zona] se faça agora num único sentido, Márcia destacou que a empreitada veio tornar o local “mais amplo e arejado”. “No fundo, acabou por ampliar o espaço. Também se nota aqui o movimento, dado que também estamos bem situados e próximos dos moliceiros (…) As pessoas passam aqui com alguma facilidade…. Inclusive já tive pessoas que são daqui de Aveiro e que, por vezes, nos questionam há quanto tempo é que a loja aqui está porque nunca tinham reparado [nela]”, constatou.

Apesar da construção do novo parque de estacionamento subterrâneo, Márcia opta por estacionar, diariamente, o seu carro “debaixo da autoestrada” já que esta é uma zona não paga. “Trabalhar quase todos os dias e pagar [estacionamento] para mim era impensável…”, frisou à Ria. “Das poucas vezes em que lá estacionei, realmente vê-se muitos lugares vagos, ou seja, o que significa que não é muito utilizado”, lamentou. “Por exemplo, ao pé da Universidade [há uma tarifa de estacionamento] em que o dia inteiro é um euro… Francamente, o dia inteiro não acho assim tão caro… Pode-se pensar numa solução do género”, apontou.

Júlio é outro dos comerciantes que não deixou de assinalar um balanço positivo com o avanço da obra no Rossio. “O comércio beneficiou. Acho que toda a gente deve estar a pensar dessa maneira (…) Também beneficiou a parte social (…) Isto era uma zona com muitos arrumadores, muita prostituição e isso parece que desapareceu daqui…”, relembrou. No que toca ao “nível arquitetónico” da empreitada [o que incluiu também a construção do novo parque de estacionamento] caraterizou a mesma de “polémica”. “Eu era contra a obra do parque [de estacionamento] e continuo a ser. Acho que é polémico… Por causa do parque de estacionamento tiraram a parte do arvoredo. Agora isto tem sempre o lado positivo e o lado negativo... Eu pessoalmente para o comércio acho que melhorou”, opinou.

Se até agora os lojistas identificavam um maior número de pontos positivos do que negativos, para Augusta - que já está há mais de duas décadas na zona do Rossio - a empreitada não trouxe vantagens. “Está engraçada, está muito bonita, mas não tem nada de utilitária. Não era esta a solução de todo…”, frisou. “Isto está muito mal. Não sei se é o sentido de trânsito…. Qualquer coisa aqui não está a correr bem. Depois não temos sítios para parar…. Portanto, nós queremos descarregar alguma coisa e não temos”, desabafou, acrescentando que, nos dias de hoje, os seus clientes “são os turistas que andam a pé”.

“O turista que vai a Aveiro não sai dali e não faz mais do que um passeio de moliceiro”

A obra de requalificação do Rossio e da Praça General Humberto (também conhecida como Ponte-Praça), teve um custo de 20,5 milhões de euros. Um custo de mais 8,1 milhões do que estava previsto inicialmente [o custo inicial era de 12,4 milhões de euros]. Desses, 2 milhões foram comparticipados por fundos comunitários. À data de inauguração a autarquia justificou o aumento do preço da empreitada com “a guerra, a pandemia, a inflação e trabalhos complementares necessários”. A obra incluiu, entre outras estruturas, a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, a requalificação da superfície e a remodelação de toda a Ponte-Praça.

Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS-Aveiro, não tem dúvidas de que a obra do Rossio era necessária, ainda que reconheça que esta “não era a requalificação” que o seu partido proporia. Por exemplo, o PS “não proporia o parque de estacionamento pelos custos que teve e pela baixa utilização que tem… Proporia uma requalificação que pensasse o espaço de modo que os aveirenses pudessem usufruir do mesmo. Condicionaria ainda o trânsito aos moradores daquela zona... É importante que os moradores do bairro da Beira-Mar possam de facto usufruir do mesmo com alguma qualidade de vida. Retiraria dali também aquela pressão turística, mas isso só se consegue com um plano municipal para o turismo que tenha outras rotas e que tenha outros pontos de interesse devidamente identificados que não o Rossio”, criticou. “O turista que vai a Aveiro não sai dali e não faz mais do que um passeio de moliceiro”, lamentou.

Para a presidente da concelhia do PS-Aveiro, o Rossio tornou-se assim, desde há um ano para cá, um espaço pensado para “passantes” e não para quem quer usufruir dele. “Esse conforto não existe porque as árvores ainda não cresceram e esperemos que de facto cresçam em breve”, esperançou, reafirmando que era uma “requalificação necessária” ainda que, na sua opinião, o “custo benefício” da empreitada seja “negativo”. “Mas não se pode dizer que está pior porque não está… Não estava bem”, sustentou.

Concessionária do Parque de Estacionamento contraria afirmações de baixa utilização

Sobre a baixa utilização do parque de estacionamento do Rossio [descrita pelos comerciantes e pela líder socialista], a Ria contactou a empresa Telpark (Empark), que tem a concessão do espaço, bem como do parque do Mercado Manuel Firmino, que contrariou esta perspetiva e que destacou que o projeto “tem vindo a decorrer de acordo com as expectativas estabelecidas” e que “ambos [os parques] têm registado uma utilização significativa, com fluxos variados em função das dinâmicas e necessidades dos munícipes e dos turistas”. No que toca ao parque do Rossio a empresa acrescentou ainda que o “balanço é muito positivo”. “Este parque de estacionamento destaca-se pelo seu carácter multifuncional, conferindo uma mais-valia ao habitual modelo de parqueamento, ao incluir a opção de converter o espaço num local para exposições e eventos culturais. Aliás, no passado ano de 2024, ano em que Aveiro foi Capital da Cultura, o parque recebeu milhares de visitantes, quer para estacionar, quer para participar nas diversas atividades que se realizaram”, referiu.

A Ria foi, ao longo dos últimos meses, até ao Parque de Estacionamento do Rossio onde verificou que a média de carros estacionados, diariamente, era de 30/40 automóveis, aumentando este número ao fim de semana, mas raramente para números superiores à metade da lotação. Recorde-se que a lotação máxima do parque é de 222 lugares.

Fonte próxima confirmou ainda à Ria que, até ao momento, apenas por duas vezes o parque de estacionamento ficou totalmente lotado, uma no último fim de semana de outubro e outra na véspera de Natal. Também esta realidade foi contrariada pela empresa que referiu à Ria que “em várias ocasiões, o parque atingiu a sua capacidade total”, apontando como exemplo “o período em que decorreu o Europeu de Futebol, mas também noutras ocasiões não relacionadas diretamente com um evento concreto”. Sobre o tempo médio de permanência dos veículos, a Telpark garantiu que o mesmo “varia consoante o período do dia e o dia da semana”.

Ao longo dessas visitas ao Parque de Estacionamento do Rossio, a Ria verificou ainda que já há paredes e portas degradadas no espaço. Confrontada com esta realidade, a Telpark não confirmou a situação e expôs que a “segurança das nossas instalações é fundamental” e que são realizadas “inspeções regulares a todas elas, de forma a garantir a sua segurança e correta manutenção”. “Caso seja detetada alguma necessidade de intervenção ou melhoria, esta é programada e efetuada de acordo com os horários previstos, garantindo sempre a melhor experiência para os nossos clientes”, afirmou.

“O Rossio não é uma zona periférica da cidade”

Maria Miguel Galhardo, atual presidente da Ciclaveiro [uma associação que defende e promove o uso da bicicleta], defende que a obra do Rossio não acrescentou uma “mais-valia” à promoção das bicicletas, no centro da cidade, “por várias razões”. “Primeiro porque a via supostamente ciclável, alocada ao uso da bicicleta, é uma via que não está sinalizada e que não é confortável porque o piso é paralelo (…) Está desenhada sem estar segregada relativamente ao uso pedonal e, portanto, cria conflitos entre o utilizador da bicicleta e o peão (…)”, apontou, reconhecendo que a mesma “muitas vezes” está ocupada. “Ou está a ser utilizada pelos peões (…) ou para os automobilistas pararem, estacionarem e fazerem cargas e descargas para os estabelecimentos que ali existem”, observou.

Sobre a estrutura e os estacionamentos que foram colocados para as bicicletas [na zona do Rossio], a presidente da Ciclaveiro afirmou que os mesmos são uma “solução totalmente contra todas as boas práticas”. “Esta Câmara tem mais do que informação técnica sobre o que são estacionamentos seguros. Aliás, já os colocou em vários outros projetos como na Mário Sacramento (…) Ali aquelas rodas - que parecem quase umas jantes de automóveis - não dão absolutamente segurança nenhuma ao utilizador das bicicletas que a quer deixar em segurança (…)”, reconheceu.

Em jeito de balanço, Maria Miguel Galhardo recordou a posição [contra] da Ciclaveiro, desde o início, no que toca ao projeto do Rossio, realçando que o mesmo tornou “totalmente acética aquela zona da cidade”. “Uma zona onde havia muito verde e era um espaço de fruição… Em dias de pico de calor é terrível estar ali (…) Relativamente à questão prática, esta Câmara disse que aquele estacionamento subterrâneo que ali foi feito é um parque periférico… Isto é completamente incoerente, porque o Rossio não é uma zona periférica da cidade... O Rossio é o coração da cidade. Continuarmos a bombear carros e sobretudo autocarros de turismo enormes (…) a passar no coração do Rossio e da cidade não faz sentido (…)”, salientou.

Ainda sobre o parque de estacionamento subterrâneo do Rossio, a presidente da Ciclaveiro salientou que “nunca teve” fundamento e que o Rossio continua a ter “carros mal-estacionados, em cima de passeios, na zona de coexistência sem que a parte da fiscalização faça o que lhe compete (…)”.

A Ria tentou ainda obter uma reação da autarquia relativamente ao primeiro ano da obra de requalificação do Rossio, mas, até ao momento, não obteve resposta.

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Durante a sessão, a artista convida os participantes a um “olhar diferente” sobre as obras do ceramista Heitor Figueiredo. Ao passo que, de acordo com a nota de imprensa, as peças “compõem mundos imaginários, criados a partir da fusão e alteração de diferentes moldes, criando obras de arte que remetem para formas de habitação”, Ana Amaral vai adicionar “a sua própria visão poética”. A inscrição na performance é obrigatória e deve ser feita através do email [email protected]. A Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro reúne, em vários espaços municipais e públicos, 13 exposições de cerâmica de diferentes artistas. O Museu de Aveiro / Santa Joana acolhe 110 obras de 96 artistas.

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O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Luís Souto, garante “não ter preconceitos de falar com uns e com outros” no sentido de encontrar soluções para Aveiro. Na sua opinião, “a comunicação [com a oposição] é fundamental para que a Câmara possa funcionar com uma atitude construtiva”, sendo que diz ser também “muito fácil” falar com os opositores. “São pessoas que conhecemos há muitos anos e com quem tivemos sempre cordialidade no trato”, assume. Apesar das declarações públicas de Luís Souto evidenciarem que a sua estratégia passa por governar em minoria, em permanente diálogo e com disponibilidadade para consensos, a Ria sabe que esta narrativa não está a colar no PS-Aveiro. Os socialistas definiram a sua estratégia para os próximos dias e optaram por fazer um teste inicial à liderança do novo edil aveirense, como forma de confirmar se as palavras de Luís Souto tinham algum fundamento. Foi com esse objetivo que a nova bancada do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal apresentou uma proposta para a Mesa deste órgão ser constituída por um secretário indicado pelos socialistas. Mas a coligação 'Aliança com Aveiro' bloqueou esta iniciativa e nem o apoio da bancada do PS à eleição de Miguel Capão Filipe como presidente da Assembleia Municipal mudou essa posição. Recorde-se que a composição da CMA, anteriormente governada em maioria pelos eleitos da coligação ‘Aliança com Aveiro’ – em 2021, a ‘Aliança’ elegeu seis vereadores contra três eleitos do PS -, passou a não ter nenhuma força política maioritária – tal como a ‘Aliança’, o PS conquistou quatro assentos na Câmara, enquanto o Chega tem agora um vereador. Neste cenário, a que Luís Souto diz que a ‘Aliança’ “tem de se adaptar”, o novo presidente assinala que tem de “acompanhar os desenvolvimentos e ver até que ponto há uma atitude colaborativa e um espírito construtivo no relacionamento com os vários parceiros”. Questionado sobre se este acompanhamento se pode traduzir na atribuição de pelouros, Luís Souto não negou a possibilidade, mas também não a confirmou, repetindo as mesmas ideias: “Não temos preconceitos nenhuns. Vamos acompanhar qual é a postura de uns e de outros nos próximos tempos”. Se Paula Urbano, líder da concelhia do PS, já afirmou, em entrevista à Ria, que o partido não se quer constituir como “força de bloqueio”, mas que também não vai aceitar pelouros, a posição do Chega não fecha por completo a porta. Na sequência da noite eleitoral, o vereador eleito disse à Agência Lusa que estava disposto a ajudar à “estabilidade governativa”, mas assinalava que ainda era “prematuro” falar em pelouros. À conversa com os jornalistas no final da tomada de posse dos órgãos autárquicos do Município, Diogo Soares Machado preferiu não adiantar novidades sobre possíveis negociações e disse que, durante a próxima semana, iam existir desenvolvimentos. Nesse sentido, garantindo que o Chega não abdica das suas propostas, o responsável indica que, se estas forem bem recebidas, então “Aveiro é governável”. Não obstante, o novo vereador deixou alguns reparos ao discurso de Luís Souto que, recorde-se, disse que a oposição devia “acatar a decisão popular”. Segundo diz, da mesma forma que a oposição “respeita” a vitória da ‘Aliança’, também o presidente deve “respeitar” os aveirenses que não deram a maioria à coligação. Sobre a distribuição de pelouros dentro do executivo, Luís Souto preferiu não revelar detalhes sobre aquilo que já tem programado. O autarca deixou apenas a nota de que vai assumir as pastas da cultura, do desporto e do ambiente. Das quatro freguesias em que quem ganhou as eleições não conseguiu ter maioria – o PS em Glória e Vera Cruz e a ‘Aliança’ em Esgueira, Eixo e Eirol e Aradas -, apenas Aradas não viu o executivo a ser aprovado na primeira tentativa. Lembre-se que Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia reeleita, suspendeu os trabalhos da sessão de instalação dos novos órgãos autárquicos após ter sido reprovada a eleição do primeiro vogal do futuro executivo. Luís Souto afirma que foi dada “bastante autonomia” aos autarcas para terem “margem de manobra” na negociação dentro de cada freguesia. Em Aradas, o presidente afirma que o processo ainda está a decorrer e que terá um “bom desenlace”, até porque, no seu entender, “a população não iria entender uma situação de bloqueio total da gestão da freguesia”. “Isso depois repercute na qualidade de vida do dia-a-dia da população”, aponta. Nos bastidores da política local, acredita-se que a postura de maior recato de Catarina Barreto ao longo dos últimos dias evidencia que está a ser preparada uma solução de governabilidade para a Junta de Freguesia de Aradas. A confiança de Luís Souto, preconizada na perspetiva de um "bom deselance" para breve, reforça essa teoria. Mas a Ria sabe que Catarina Barreto, desde o dia em que o seu executivo foi reprovado, não voltou a estabelecer contactos com o movimento independente 'Sentir Aradas' e com o Partido Socialista. Pelo que, existindo boas perspetivas para breve, isso poderá antever que a estratégia passará por um entendimento com o Chega. Os próximos dias serão decisivos e uma negociação com Diogo Soares Machado nunca será fácil sem um acordo de entendimento alargado que envolva também a governação na CMA.

Tomada de Posse: Luís Souto pede à oposição que “acate a decisão popular”
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O Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu para assistir à tomada de posse dos novos órgãos autárquicos do Município. Para além dos eleitos e de alguns cidadãos, destaca-se ainda a presença de Silvério Regalado, secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Firmino Ferreira, presidente da concelhia de Aveiro do PSD e deputado à Assembleia da República, e Pedro Frazão, deputado à Assembleia da República eleito pelo Chega. Após terem tomado posse todos os novos deputados municipais, vereadores e presidentes da Junta de Freguesia do Município de Aveiro, chegou o momento de discursar Luís Souto. O autarca, que deixou a Assembleia Municipal para presidir à Câmara, começou por afirmar que a decisão dos eleitores aveirenses foi “clara” e que, com a mudança na presidência, se inicia um “novo ciclo”. Luís Souto destacou o papel das freguesias no resultado final das eleições, tendo sido decisivas as votações nas freguesias mais rurais do concelho. O autarca voltou a sublinhar que a coesão dentro do Município é, consigo, uma prioridade da Câmara Municipal e reafirmou o que já tinha dito aquando da apresentação do seu programa eleitoral: “Chegou a hora das freguesias”. Apesar do resultado ter sido favorável, Luís Souto recorda que, na Câmara Municipal, o objetivo era mesmo manter a maioria – recorde-se que foram eleitos quatro vereados da ‘Aliança com Aveiro’, quatro vereadores do PS e um vereador do Chega. O novo presidente aponta que, ao longo da campanha, chegou a “alertar” para a possibilidade de serem criados mecanismos de “bloqueio” e que os cidadãos foram desafiados a “assumir a responsabilidade”. Não tendo sido cumpridos os desejos do autarca, existe agora um novo cenário político que a ‘Aliança’ “tem de aceitar” e que exige diálogo com a oposição. No processo de governação, Luís Souto garante que vai procurar soluções em conjunto “sem preconceitos político-partidários”, mas deixa um aviso: “A vitória foi nossa […] e isso exige da parte de quem não venceu o acatamento da decisão popular”. O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro não deixou de referir alguns “maus exemplos” da ação política que diz ter encontrado durante a campanha. Primeiro, apontou o dedo à falta de isenção das instituições e, depois, acusou “alguma comunicação social” de ter atitudes “facciosas e parciais”. Nas suas palavras, o “palco estava montado e as luzes da ribalta estavam ligadas, mas parece que não era para nós”. Feito o balanço da campanha, Luís Souto começou a falar com os olhos colocados no futuro. O objetivo, conforme indicado na campanha, é dar “continuidade” à dinâmica imprimida nos mandatos presididos por José Ribau Esteves. “Não viemos para reverter ou destruir o que foi feito. Queremos Aveiro com o pé no acelerador e não no travão”, rematou. Não obstante, o recém-empossado presidente não esqueceu que, durante a campanha, falou em “continuidade com inovação”. Por isso, garante que há “correções” a fazer e que deve haver uma aposta em “novas soluções que devem sempre ser suportadas no conhecimento científico e técnico”. Para a habitação, Luís Souto falou de uma “política integrada” com respostas de base pública, privada ou público-privada, aproveitando sempre a totalidade dos mecanismos implementados pelo governo. Da mesma forma, na saúde, o autarca defende uma visão “integrada” que não se cinja ao setor público, mas que abrace também o privado e o social, com especial atenção para a saúde mental. Entre as prioridades destacadas pelo novo presidente foi também destacado desenvolvimento sustentável, a avaliação da oferta de transportes públicos ou um “reformismo” que passa pela simplificação de processos da Câmara. Como principais passos a dar no futuro próximo, Luís Souto retomou a intenção de criar uma Agência Municipal do Investimento e Inovação, um Conselho Estratégico Municipal e, na área da cultura, um novo Centro de Arte Contemporânea e o Centro Interpretativo do Sal. Numa mensagem para o Governo, com quem diz que tem “muito para conversar”, Luís Souto alertou que vai estar “atento e insistente” para resolver questões como a do Hospital de Aveiro, do eixo Aveiro-Águeda, das portagens que ainda se mantêm e de “outras propostas que terá para o futuro de Aveiro”. Nesse sentido, o autarca não deixou de assinalar que a presença de um secretário de Estado na tomada de posse é “simbólica de uma amizade com Aveiro” e que significa que “podemos contar com ele”. Em tom de agradecimento, Luís Souto voltou-se para Ribau Esteves, presidente cessante, dizendo que espera “estar à altura” da herança deixada. No mesmo sentido, garantiu que vai continuar em comunicação com o ex-presidente que governou Aveiro ao longo de 12 anos e que esse diálogo é, em si mesmo, um “ativo” para o Município. A falar para a família, o primeiro a ser nomeado foi o irmão Alberto Souto, que foi o “principal adversário” na corrida à CMA como candidato pelo PS. Luís Souto diz que foi “duro” estar no lado oposto do irmão, mas ressalva que, com “a liberdade de pensamento e de opção política com que foram criados pelos pais, havia o risco de isto vir a acontecer”. Da mesma forma, deixou ainda uma palavra ao falecido irmão Paulo Henrique que, “quem sabe estaria a rir-se de tudo isto, mas certamente com uma pontinha de orgulho pelos irmãos”. Antes do final do discurso, o novo presidente agradeceu ainda à mulher, aos filhos e aos netos.

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Com 33 escolas distinguidas, Aveiro destacou-se como “um dos Municípios mais ativos na promoção da sustentabilidade e na formação de cidadãos conscientes do ponto de vista ambiental”, segundo escreve a autarquia. Na nota de imprensa pode ainda ler-se que as distinções são “resultado de um trabalho e um empenho contínuo na implementação do Eco-Escolas”. Recorde-se que o programa Eco-Escolas, coordenado em Portugal pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), é “uma iniciativa internacional destinada a todos os graus de ensino – do pré-escolar ao ensino superior – que procura encorajar ações e premiar o trabalho de qualidade desenvolvido pelas escolas na gestão ambiental e na sensibilização das suas comunidades”. Os estabelecimentos aveirenses distinguidos foram: Escola Básica de Barrocas, Escola Básica de Glória, Escola Básica de Santiago e Escola Básica João Afonso (Agrupamento de Escolas de Aveiro), Escola Básica de Eixo e Escola Básica de Azurva (Agrupamento de Escolas de Eixo), Escola Básica de Alumieira, Escola Básica de Esgueira, Escola Básica de Quinta do Simão e Escola Básica e Secundária Dr. Jaime Magalhães (Agrupamento de Escolas de Esgueira), Escola Básica de Areais, Escola Básica de Presa, Escola Básica n.º 1 de São Bernardo, Escola Básica n.º 2 de São Bernardo, Escola Básica de Solposto e Escola Secundária José Estêvão (Agrupamento de Escola José Estêvão), Escola Básica de Aradas, Escola Básica de Leirinhas, Escola Básica de Quinta do Picado, Jardim de Infância de Quinta do Picado e Escola Secundária Dr. Mário Sacramento (Agrupamento de Escolas Dr. Mário Sacramento), Escola Básica de Póvoa do Paço, Escola Básica de Quintã do Loureiro, Escola Básica de Sarrazola, Escola Básica de Taboeira e Escola Básica Rio Novo do Príncipe (Agrupamento de Escolas de Rio Novo do Príncipe), Casa Vera Cruz, Centro de Infância Arte e Qualidade, Centro Infantil da Casa do Povo de Oliveirinha, Colégio D. José I, Escola Profissional de Aveiro e Florinhas do Vouga (Estabelecimentos de Educação e Ensino Privado e IPSS’S) e Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro (Ensino Superior).

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A parlamentar social-democrata lamentou as diferenças naquilo que diz respeito à atuação da Câmara Municipal de Ovar sobre a Escola Secundária de Esmoriz e da autarquia espinhense sobre a Escola Básica e Secundaria Domingos Capela. Segundo aponta, “enquanto no caso de Ovar existe um projeto pronto e forte envolvimento municipal, em Espinho o Município – que outrora era socialista ou independente, honestamente nem nós, Espinhenses, sabemos o que foi – não deu informação concreta sobre o andamento do processo. E essa incerteza tem, naturalmente, gerado alguma preocupação”. Carolina Marques, que refere que ambas as escolas mencionadas “servem comunidades escolares muito ativas e expressivas” e pediu uma posição ao ministro “com o objetivo de tranquilizar ambas as comunidades escolares, professores, alunos e funcionários”. Não obstante, a deputada sublinha que “saber que o governo está empenhado em dar resposta”.

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Tomada de Posse: Luís Souto pede à oposição que “acate a decisão popular”

O Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu para assistir à tomada de posse dos novos órgãos autárquicos do Município. Para além dos eleitos e de alguns cidadãos, destaca-se ainda a presença de Silvério Regalado, secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Firmino Ferreira, presidente da concelhia de Aveiro do PSD e deputado à Assembleia da República, e Pedro Frazão, deputado à Assembleia da República eleito pelo Chega. Após terem tomado posse todos os novos deputados municipais, vereadores e presidentes da Junta de Freguesia do Município de Aveiro, chegou o momento de discursar Luís Souto. O autarca, que deixou a Assembleia Municipal para presidir à Câmara, começou por afirmar que a decisão dos eleitores aveirenses foi “clara” e que, com a mudança na presidência, se inicia um “novo ciclo”. Luís Souto destacou o papel das freguesias no resultado final das eleições, tendo sido decisivas as votações nas freguesias mais rurais do concelho. O autarca voltou a sublinhar que a coesão dentro do Município é, consigo, uma prioridade da Câmara Municipal e reafirmou o que já tinha dito aquando da apresentação do seu programa eleitoral: “Chegou a hora das freguesias”. Apesar do resultado ter sido favorável, Luís Souto recorda que, na Câmara Municipal, o objetivo era mesmo manter a maioria – recorde-se que foram eleitos quatro vereados da ‘Aliança com Aveiro’, quatro vereadores do PS e um vereador do Chega. O novo presidente aponta que, ao longo da campanha, chegou a “alertar” para a possibilidade de serem criados mecanismos de “bloqueio” e que os cidadãos foram desafiados a “assumir a responsabilidade”. Não tendo sido cumpridos os desejos do autarca, existe agora um novo cenário político que a ‘Aliança’ “tem de aceitar” e que exige diálogo com a oposição. No processo de governação, Luís Souto garante que vai procurar soluções em conjunto “sem preconceitos político-partidários”, mas deixa um aviso: “A vitória foi nossa […] e isso exige da parte de quem não venceu o acatamento da decisão popular”. O novo presidente da Câmara Municipal de Aveiro não deixou de referir alguns “maus exemplos” da ação política que diz ter encontrado durante a campanha. Primeiro, apontou o dedo à falta de isenção das instituições e, depois, acusou “alguma comunicação social” de ter atitudes “facciosas e parciais”. Nas suas palavras, o “palco estava montado e as luzes da ribalta estavam ligadas, mas parece que não era para nós”. Feito o balanço da campanha, Luís Souto começou a falar com os olhos colocados no futuro. O objetivo, conforme indicado na campanha, é dar “continuidade” à dinâmica imprimida nos mandatos presididos por José Ribau Esteves. “Não viemos para reverter ou destruir o que foi feito. Queremos Aveiro com o pé no acelerador e não no travão”, rematou. Não obstante, o recém-empossado presidente não esqueceu que, durante a campanha, falou em “continuidade com inovação”. Por isso, garante que há “correções” a fazer e que deve haver uma aposta em “novas soluções que devem sempre ser suportadas no conhecimento científico e técnico”. Para a habitação, Luís Souto falou de uma “política integrada” com respostas de base pública, privada ou público-privada, aproveitando sempre a totalidade dos mecanismos implementados pelo governo. Da mesma forma, na saúde, o autarca defende uma visão “integrada” que não se cinja ao setor público, mas que abrace também o privado e o social, com especial atenção para a saúde mental. Entre as prioridades destacadas pelo novo presidente foi também destacado desenvolvimento sustentável, a avaliação da oferta de transportes públicos ou um “reformismo” que passa pela simplificação de processos da Câmara. Como principais passos a dar no futuro próximo, Luís Souto retomou a intenção de criar uma Agência Municipal do Investimento e Inovação, um Conselho Estratégico Municipal e, na área da cultura, um novo Centro de Arte Contemporânea e o Centro Interpretativo do Sal. Numa mensagem para o Governo, com quem diz que tem “muito para conversar”, Luís Souto alertou que vai estar “atento e insistente” para resolver questões como a do Hospital de Aveiro, do eixo Aveiro-Águeda, das portagens que ainda se mantêm e de “outras propostas que terá para o futuro de Aveiro”. Nesse sentido, o autarca não deixou de assinalar que a presença de um secretário de Estado na tomada de posse é “simbólica de uma amizade com Aveiro” e que significa que “podemos contar com ele”. Em tom de agradecimento, Luís Souto voltou-se para Ribau Esteves, presidente cessante, dizendo que espera “estar à altura” da herança deixada. No mesmo sentido, garantiu que vai continuar em comunicação com o ex-presidente que governou Aveiro ao longo de 12 anos e que esse diálogo é, em si mesmo, um “ativo” para o Município. A falar para a família, o primeiro a ser nomeado foi o irmão Alberto Souto, que foi o “principal adversário” na corrida à CMA como candidato pelo PS. Luís Souto diz que foi “duro” estar no lado oposto do irmão, mas ressalva que, com “a liberdade de pensamento e de opção política com que foram criados pelos pais, havia o risco de isto vir a acontecer”. Da mesma forma, deixou ainda uma palavra ao falecido irmão Paulo Henrique que, “quem sabe estaria a rir-se de tudo isto, mas certamente com uma pontinha de orgulho pelos irmãos”. Antes do final do discurso, o novo presidente agradeceu ainda à mulher, aos filhos e aos netos.