RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

País

381 jovens com 16 anos casaram desde 2023 antes da proibição legal em Portugal

Um total de 381 jovens com 16 anos casaram em Portugal desde 2023, 52 dos quais nos primeiros três meses deste ano, antes da alteração legislativa que veio proibir os casamentos com menores de 18 anos.

381 jovens com 16 anos casaram desde 2023 antes da proibição legal em Portugal
Redação

Redação

12 abr 2025, 12:53

Segundo dados do Instituto de Registos e Notariado (IRN), pedidos pela agência Lusa, 705 jovens, com idades entre os 16 e os 18 anos, casaram em 2023, 2024 e nos primeiros três meses de 2025.

Entre os jovens com 16 anos, o número aumentou de 135 em 2023 para 194 em 2024, o que representa um acréscimo de 43,7%. Entre janeiro e março casaram 52. No mesmo período de tempo, houve também registo de 32 casamentos em que ambos tinham 16 anos, entre 12 casamentos em 2023, 17 em 2024 e cinco já em 2025.

A maioria destes casamentos, em que ambos tinham 16 anos, registou-se no distrito de Beja (13), seguindo-se Aveiro (5), Braga (4), Faro (3) e Porto (2). Os restantes aconteceram nos distritos de Castelo Branco, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal, cada um com registo de um casamento.

Por outro lado, registaram-se 349 casamentos em que pelo menos um dos elementos do casal tinha 16 anos, e que representa 74,25% do total de 470 casamentos com menores registados desde 2023.

Na faixa etária entre os 16 e os 18 anos, os jovens com 16 anos são os mais representativos, seja no número total de pessoas que casam, seja no número de casamentos e basta olhar para o número de casamentos em que pelo menos uma das pessoas tinha 17 anos para o valor baixar para 196 matrimónios. O número de casamentos em que pelo menos um dos elementos tinha 18 anos foi de 111.

Entre 2023 e março de 2025 casaram 381 jovens com 16 anos, o que representa 54% do total de 705 menores que casaram neste período de tempo. Os jovens com 17 anos assumem 30%, enquanto os jovens com 18 anos são 15,7%. Também no total das 940 pessoas que casaram, e em que pelo menos uma delas era menor, os jovens com 16 anos estão em maioria e representam quase metade (40,53%), enquanto os jovens com 17 anos representam 22,6% e os de 18 anos 11,81%.

Do total de jovens com 16 anos que casaram desde 2023, a maioria é do género feminino. Houve 317 raparigas que contraíram matrimónio, enquanto rapazes foram 64.

A desigualdade de género mantém-se entre os jovens que casaram com 17 anos, já que entre o total de 213, 127 eram raparigas e 86 eram rapazes, o mesmo acontecendo entre os jovens com 18 anos, já que do total de 111, 96 eram raparigas e 15 eram rapazes.

Desde o dia 02 de abril que estão proibidos os casamentos de menores de 18 anos e o casamento infantil, precoce ou forçado passou a integrar o conjunto das situações de perigo que legitimam a intervenção para promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em perigo.

O presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República em 24 de março, depois de, em finais de fevereiro, a Assembleia da República ter aumentado para os 18 anos a idade mínima para um jovem poder casar e retirou de vários artigos da legislação a referência à emancipação.

O decreto foi votado em 20 de fevereiro, no parlamento, e foi aprovado com os votos contra do PSD, IL e CDS-PP e resulta dos projetos de lei do Bloco de Esquerda (BE) e partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), aprovados na generalidade em 31 de janeiro, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Recomendações

Autárquicas: Núcleo duro da direção do PSD reúne-se hoje dois dias depois de vitória eleitoral
País

Autárquicas: Núcleo duro da direção do PSD reúne-se hoje dois dias depois de vitória eleitoral

De acordo com uma nota à imprensa, a Comissão Permanente Nacional reúne-se a partir das 10:30 num hotel em Lisboa, prevendo-se que Leonor Beleza, primeira vice-presidente do partido, faça uma declaração à imprensa no final. Este órgão integra o presidente do PSD e também primeiro-ministro, Luís Montenegro, os seis ‘vices’ do partido, o secretário-geral e líder parlamentar Hugo Soares e, como convidado, o coordenador nacional autárquico Pedro Alves. Apesar de não ter sido indicado qualquer tema para a convocatória à imprensa, a reunião acontece dois dias depois das autárquicas de domingo que o PSD venceu. Sozinho e em coligações, os sociais-democratas conseguiram eleger o maior número presidentes de câmara, 136, de acordo com os resultados provisórios do Ministério da Administração Interna, sendo que em 109 concelhos governarão com maioria absoluta. Destes, 78 foram eleitos em listas apenas do PSD e 58 em coligações. No total, o PSD conseguiu perto de 1,9 milhões de votos e 34,31% do total. Em relação às anteriores autárquicas, em 2021, o partido conquistou mais 22 câmaras (tinha 114) e inverteu a liderança do poder local, com mais câmaras e freguesias do que o PS, o que lhe permitirá liderar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (Anafre), o objetivo traçado por Luís Montenegro. O PSD, sozinho ou em coligações, ganhou os cinco municípios com mais população no país – mantém Lisboa e Cascais, recuperando Porto, Vila Nova de Gaia e Sintra -, vencendo também no bastião socialista Guimarães. No entanto, os sociais-democratas perderam capitais de distrito em relação há quatro anos (lideram agora sete, contra nove em 2021): o PSD ficou sem os bastiões de Bragança e Viseu e câmaras que detinha como Coimbra e Faro; em contrapartida, ganhou Beja pela primeira vez e recuperou o Porto, mantendo Aveiro, Braga, Lisboa, Portalegre e Santarém. Nas autárquicas de 10 de outubro, o PS foi o segundo partido e conquistou, sozinho, 126 câmaras, e mais duas em coligação com o Livre e PAN.

PSP realiza até dia 24 em todo o país operação “Bullying é Para Fracos”
País

PSP realiza até dia 24 em todo o país operação “Bullying é Para Fracos”

Em comunicado, a PSP adianta que durante duas semanas serão intensificadas “as ações de sensibilização”, realizadas através das suas Equipas do Programa Escola Segura (EPES), "sobre as temáticas do 'bullying' e 'cyberbullying' junto da comunidade escolar”. Com a campanha a PSP pretende "chamar a atenção para o impacto negativo que estes comportamentos têm na vida das vítimas, bem como para a importância de identificar comportamentos e sinais que permitam detetar, de forma precoce, vítimas que estejam a ser alvo destes fenómenos, promovendo assim a sua proteção e encaminhamento para as entidades competentes”. Segundo o comunicado, no ano letivo 2024/2025, a PSP realizou 6.336 ações de sensibilização sobre 'bullying' e 'cyberbullying' que contaram com a participação de mais de 131.200 alunos. Durante esse período, as EPES registaram 2.791 ocorrências criminais, 130 das quais relacionadas com situações de 'bullying' e 21 com situações de 'cyberbullying', “representando um decréscimo residual em comparação com o ano letivo 2023/2024”. “Estas 151 ocorrências correspondem a 5,4% do total das ocorrências criminais verificadas no último ano letivo”. A PSP apela à denúncia de todas as situações de 'bullying/cyberbullying' de que se tenha conhecimento e, numa tentativa de identificar as vítimas, aconselha os pais a estarem atentos a alterações de comportamentos ao nível alimentar ou do sono, bem como do rendimento escolar, ao desinteresse por atividades que as cativavam, mudança de amigos e tentativas e/ou ameaças de suicídio. Deverão ainda prestar atenção a sinais como hematomas, cortes, arranhões, dores de cabeça e de barriga, material escolar danificado ou que desaparece, ansiedade/depressão, agressividade/timidez ou isolamento, acrescenta. Segundo a PSP, não discriminar nem censurar as vítimas, inclui-las nas atividades do grupo e promover a sua autoestima pode ajudá-las. “A operação pretende ainda assinalar o Dia Mundial de Combate ao 'Bullying', que se celebra anualmente a 20 de outubro, relembrando que a luta contra este fenómeno não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas, tratando-se sim de uma luta diária e constante, cuja responsabilidade cabe a toda a comunidade”.

Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro
País

Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro

“Não, nós no PSD não damos orientações aos nossos autarcas. Nós, no PSD, defendemos a autonomia do poder local, que está plasmada e consagrada na Constituição da República e nós levamos isso a sério. Quem tem de gerir os municípios são os autarcas Não somos nós. O que nós damos aos autarcas são orientações estratégicas, são orientações políticas de base”, disse Luís Montenegro. Antes de rumar a Espinho, onde vive e onde vai cumprimentar o social-democrata Jorge Ratola que ganhou a presidência da câmara local com maioria absoluta, após uma campanha acidentada para PSD e PS, Luís Montenegro que esteve a acompanhar a noite autárquica no Porto, parou m Vila Nova de Gaia para dar os parabéns a Luís Filipe Menezes pelo regresso a um concelho que liderou durante 16 anos. Numa passagem curta de menos de 15 minutos, depois de um abraço logo à saída do carro e ao som de gritos de “vitória”, o líder do PSD elogiou o autarca histórico de Vila Nova de Gaia que recupera a autarquia ao fim de 12 anos de liderança socialista, mas sem maioria absoluta. “Nós somos amigos há muitos anos, muitos mesmo. E conversámos e perspetivámos esta possibilidade [de regresso a uma candidatura em Gaia] aqui em Francelos, sem ninguém saber, longe da atenção quer dos dirigentes partidários, quer da imprensa, com um conjunto de pressupostos que depois se vieram a verificar, mas sobretudo com um espírito de reconhecimento pelo trabalho que ele já fez nos 16 anos”, disse Montenegro. Mas, recordando o passado, deixou uma promessa: “Ele não veio para contemplar o que já fez. Ele veio para fazer muita coisa nova”. Referindo-se a esta eleição, na qual PSD concorria coligado com CDS-PP e IL, Luís Montenegro disse que “o PSD é, efetivamente, hoje o maior partido português”, algo “indiscutível” que o torna “o partido mais português de Portugal”, confessando-se “muito satisfeito”. “Eu só posso ficar muito satisfeito por termos conseguido, de uma vez, ganhar duas eleições relativas, ganhar três eleições regionais, ganhar as eleições autárquicas e, pela primeira vez na nossa história, termos presidências de Câmara Municipal em todos os distritos do país”, resumiu. Já questionado sobre o que poderá estar a faltar ao PS para alcançar vitórias semelhantes, Montenegro disse que não é comentador ou analista político e que por “respeito democrático” não responderia à pergunta, mas acabou por sugerir reflexão aos socialistas. “Efetivamente, alguma coisa está mal quando se quer, no fundo, negar uma realidade política que muitas vezes ultrapassa algumas barreiras ideológicas mais fechadas, mais dogmáticas, mas isso é uma questão que o Partido Socialista terá de analisar. Eu já tenho muito com o que me preocupar para gerir o PSD, não vou estar agora a dedicar-me àquilo que é a gestão dos outros partidos. Como português, como cidadão, tenho a minha leitura, mas fica para mim”, disse. Voltando a possíveis acordos de governabilidade, o presidente social-democrata reiterou que são os autarcas quem tem “condições de poder executar nos seus territórios as balizas da orientação política” que o PSD defende para Portugal. “Porque o país será tão mais competitivo e desenvolvido se nas autarquias houver a mesma capacidade de transformação, de reforma, de arrojo, de ambição que nós queremos implementar e estamos a implementar no Governo (…). Naqueles casos em que localmente seja necessário aproximar posições, cultivar o diálogo político, os autarcas estão habituados a isso”, referiu.

Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024
País

Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024

Segundo os números anunciados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre julho e setembro deste ano foram vendidos 3,622 milhões de livros, mais 3,7% do que no período homólogo do ano passado. As vendas traduziram-se num encaixe financeiro de 52,640 milhões de euros, mais 5% face ao terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. A subida do número de unidades vendidas foi registada apesar do aumento do preço médio do livro em 1,2%, para os 14,53 euros, em relação aos preços médios do terceiro trimestre do ano passado. Quanto aos pontos de venda, 77,4% dos livros, neste terceiro trimestre, foram vendidos por livrarias, enquanto 22,6%, por hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a ficção, com o maior número de unidades vendidas - 35,5% do total -, a um preço médio de 16,94 euros, o que representa a maior 'fatia' do volume de vendas, 41,4%. Em segundo lugar, está a literatura infantojuvenil, com um peso de 33,1% do mercado, em número de livros vendidos, a um preço médio de 11,63 euros por unidade, o que se traduz em 26,5% do valor total das vendas. A venda de livros de não-ficção representou 28,2%, em unidades, a um preço médio de 16,07 euros, para 31,2% do valor do mercado. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,1% em número de unidades vendidas, 0,9% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,09 euros. Os números globais deste terceiro trimestre, traduzem ainda um crescimento em relação ao trimestre anterior (abril-junho de 2025), quando foram vendidos perto de 3,278 milhões de livros, num total de 47,683 milhões de euros.

Últimas

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira
Opinião

"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira

Decorreram no passado domingo as eleições autárquicas no país. No entanto, nesta sequência de artigos irei escalpelizar a nossa região. Primeiro, Aveiro, depois a CIRA e por fim, aquele, ainda existente, e no entanto anacrónico limite territorial, o distrito.  Em síntese, a Aliança com Aveiro teve um resultado satisfatório, Alberto Souto atingiu, mais uma vez, o seu limiar de resistência, o resultado máximo que ele poderia almejar, o Chega entra na vereação, algo histórico e a IL passa a estar presente na Assembleia Municipal. O Livre passa a ter um deputado municipal único e o Bloco de Esquerda e o PCP perdem os seus representantes. Não tenho a certeza absolutíssima, mas acho que é a primeira vez que este partido não tem representação em Aveiro.  A Aliança com Aveiro ganhou as eleições e conseguiu fazer um 9-1 nas freguesias, demonstrando a sua presença e consistência. Desde 2005, em que historicamente o CDS e o PSD se uniram em Aveiro – mas mesmo antes, com a exceção de 2001 – o resultado destes dois partidos dá sempre para vencer em Aveiro e na quase totalidade das suas freguesias (o centro da cidade, com a união, é um caso à parte). Alberto Souto atingiu quase o seu limiar de resistência, aqueles votantes que teve em 2005 e em 1997. É alguém que ultrapassa a base do partido e entra em todo o lado, mas também tem um conjunto de resistências que não conseguiu ultrapassar durante a campanha. Em termos comunicacionais, passou uma mensagem de Messias (o cartaz junto à rotunda da Salineira é o melhor exemplo), de alguém que tinha e tem um desígnio para a cidade. Ora, isso não batia certo com a mensagem-slogan “um futuro com todos, com as pessoas”. Demasiados projetos e ideias – algumas com vinte e cinco anos e que estão ultrapassadas ou erradas – voltaram a passar a mensagem de despesista, que se colocou como supercola, embora ele se tentasse libertar. O Chega quase que cumpria o desígnio do seu líder André Ventura. Diogo Soares Machado utilizou os chavões todos mas esqueceu-se que, a exemplo dos irmãos, também ele faz parte de uma família com pergaminhos na cidade, uma elite. E que também ele tem um passado. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar os resultados absolutos da última campanha em que tinha sido mentor, em 2013 e segurar o seu lugar de vereador. Será um erro a Aliança com Aveiro se unir a ele, de forma permanente. Em relação aos partidos que não entraram na vereação, mas sim na Assembleia: a IL conseguiu solidificar a sua presença, garante um resultado sólido e consegue 2 elementos na Assembleia Municipal. Ainda tem uma presença fraca nas freguesias, algo muito parecido com todos os outros partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições – o trabalho político, ao contrário do que se pesa, deve começar três anos antes… O candidato do Livre conseguiu atingir um dos seus três resultados e será deputado municipal. Quem merecia lá estar era a Aurora Cerqueira, porque foi ela que andaram a mostrar em todo o lado, para que as pessoas não se esquecessem que ele era o candidato triplo. Receberam os votos dos que, à esquerda, quiseram castigar o BE e PCP. Quanto a João Moniz, basta dizer que não chega ser o melhor nos debates e um dos mais bem preparados quando se cola a uma extrema-esquerda em plena crise de identidade… Se continuar com vontade e for independente, será alguém a ter debaixo de olho para 2029. Quanto ao PCP, precisa olhar para dentro. Perdeu a sua representação em Aveiro, pela primeira na sua história. Terá sido a última? Não refiro o PAN, pois a sua presença na Assembleia Municipal em 2021 foi, somente, devido ao acordo maravilhoso feito com o PS. A representatividade real está expressa nos resultados deste ano. Candidatos à última da hora dão nisto. Em relação às freguesias e a resultados específicos, é de salientar que poderemos ainda vir a ter novidades, dada a evidente dificuldade da Aliança com Aveiro (e Catarina Barreto, que ganhou com larga margem, mas sem maioria) fazer executivo em Aradas. Se a mesma situação acontece em Esgueira e Eixo Eirol, as campanhas nesses dois locais pareceram mais pacíficas e que darão lugar a negociações mais simples para formar o executivo. São Jacinto foi uma vitória forte da Aliança, demonstrativa que a mensagem do caos anterior afetará o PS nos próximos tempos. Em 2029, Cacia poderá ser um problema grave para a Aliança. Os últimos dados ideológicos (votos as legislativas) levam-me a analisar que a mudança de presidente poderá levar outro tipo de mudanças. Nas outras freguesias (com exceção de Aradas, caso Catarina Barreto se mantenha) os presidentes ainda se poderão recandidatar e por isso, poderemos antecipar eleições mais calmas, em condições normais. Luis Souto de Miranda vai ter um mandato mais fácil do que se julga. Com quatro vereadores e uma assembleia municipal maioritária, basta aguardar para as mudanças que o PS terá no executivo e na sua liderança partidária, e cumprir os mínimos olímpicos. Saiba auscultar as pessoas e resolver alguns assuntos, sendo que o mais crítico em Aveiro será o do estacionamento – com aquilo que está previsto e no terreno. Aveiro, em termos noticiosos, foi tratado como um fait-divers. Fomos falados, nos meios de comunicação, pela “curiosidade” de termos dois irmãos, um contra o outro. Mas não fomos alvo de sondagens, estudos de opinião ou cobertura. Demonstrativo da falta de peso nacional, e de figuras nacionais, mas também da crença no que poderia acontecer. Já em termos noticiosos regionais, vou dar uns enormes parabéns a todos. Numa altura em que a comunicação social nacional passa por uma crise estrutural e de confiança, notei uma evolução positiva em todos os meios, com debates, podcasts, análises e muito trabalho de casa. Parabéns ao Diário de Aveiro, à AveiroMag, ao Noticias de Aveiro, Rádio Terranova e, claro, à Rádio Ria. Amanhã publicarei um segundo artigo, sobre as eleições em termos regionais/distritais e conclusões.

Miguel Gomes mostra-se “muito feliz” com resultado da IL e reafirma que “não somos moletas do PSD”
Cidade

Miguel Gomes mostra-se “muito feliz” com resultado da IL e reafirma que “não somos moletas do PSD”

Na Câmara Municipal, onde em 2021, no primeiro ano em que concorreu no concelho, a IL Aveiro ocupava a sexta posição com 790 votos (2,31%), o partido mais do que duplicou esse resultado, atingindo agora a quarta força política com 2.010 votos (5,19%). Na Assembleia Municipal, órgão em que até então não tinha representação, a IL elegeu dois deputados municipais, com um total de 2.348 votos, mais 1.323 do que há quatro anos. Também na Assembleia de Freguesia, onde não tinha mandatos, o partido conquistou um lugar em Glória e Vera Cruz, alcançando 1.766 votos (4,56%) nas seis das dez freguesias onde concorreu. Em entrevista à Ria, Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, mostrou-se “muito feliz” com o resultado e aproveitou o momento para agradecer aos aveirenses. “Consideramos que fizemos um excelente trabalho e, felizmente, conseguimos que o trabalho feito, diariamente, junto dos eleitores e das pessoas fosse reconhecido. Quando assim é só podemos ficar felizes com o resultado obtido e agradecer a todos os aveirenses que confiaram em nós”, exprimiu. Novamente questionado sobre a recusa em integrar uma eventual coligação com a “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM), Miguel Gomes vincou que: “não somos moletas do PSD”. “Temos as nossas ideias muito próprias, as nossas convicções”, afirmou. “Posso dizer que estamos muito contentes de ter optado por não fazer coligação. (…) Estamos muito convictos de que é melhor a IL Aveiro estar sozinha do que irmos coligados com outros e correndo o risco de desaparecer. Estamos aqui para marcar a nossa presença como Iniciativa e não para servir de moletas a outros partidos”, continuou. Na reta final da conversa, o candidato aproveitou ainda para parabenizar Luís Souto de Miranda e a coligação pela vitória nestas eleições autárquicas. “Desejo um bom trabalho a Luís Souto e à coligação em prol de Aveiro e dos aveirenses”, disse. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.

Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz
Cidade

Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz

Em 2021, o Bloco de Esquerda em Aveiro tinha conquistado, nos três órgãos- Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia - um total de 7.565 votos. Este ano, o partido viu esse número cair para 2.752 votos, o que representa menos 4.813 do que há quatro anos. Especificando cada órgão: na Câmara Municipal, onde em 2021 o BE era a terceira força política, com 2.191 votos (6,40%), o partido caiu agora para a sexta posição com 780 votos (2,01%). Na Assembleia Municipal- onde há quatro anos tinha elegido dois deputados- o BE perde representação, alcançando apenas 1.001 votos (2,58%). Já nas Assembleias de Freguesia, às quais o partido concorreu, em 2025, a todas as freguesias exceto São Jacinto, o BE perdeu os quatro mandatos que havia conquistado em 2021. “É uma perda muito grande de votos e de mandatos”, reconheceu João Moniz à Ria. “Nós temos de olhar para a realidade como ela é e o que ela nos diz é que o Bloco de Esquerda foi derrotado nestas eleições. Não há outra forma de dizer isto sem ser esta e qualquer outra forma que tente amenizar o que aconteceu é contraproducente”, continuou. Questionado pela Ria sobre as razões desta queda, o candidato não se “ilibou pessoalmente”, nem à estrutura do partido, mas reconheceu que não é possível “dissociar os resultados autárquicos do Bloco Esquerda daquilo que tem sido a desfiguração do Bloco [a nível nacional]”. “Quem me segue nas redes sociais sabe que eu tenho uma opinião crítica em relação à linha do partido, eu já o disse em entrevistas, em publicações nas redes sociais, mas não queria focar a conversa nisso porque acho que não é tempo para isso. Nós vamos fazer a reflexão interna e aí vamos fazer esse diálogo interno sobre o que é que está em causa e porquê”, afirmou, avançando que o partido tem já assembleia marcada para o “próximo sábado”. “Obviamente nós fizemos alguma coisa de errado e vamos ter uma reflexão interna sobre o que produziu este resultado.Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, completou. Note-se que esta segunda-feira, um dia após as eleições, João Moniz fez uma publicação nas suas redes sociais onde aproveitou para saudar Luís Souto de Miranda pela vitória. Aproveitou também para agradecer a “todos” pelo envolvimento na campanha do BE em Aveiro e reconheceu que apesar “da qualidade da campanha, da prestação nos debates e entrevistas, e da centralidade que muitas das ideias que lançámos adquiriram na campanha, esta foi uma grande e pesada derrota do Bloco de Esquerda em Aveiro”. Questionado ainda sobre se a possível coligação à esquerda, que o BE tentou promover com o Livre, o PAN e a CDU, poderia ter evitado este desfecho, João Moniz admitiu não saber e citou o exemplo do que aconteceu em Lisboa. “A coligação liderada pelo Partido Socialista (PS) foi menos do que a soma dos partidos, pelo menos contabilizando o resultado de 2021. Portanto, as coisas às vezes não são assim tão lineares”, recordou. Recorde-se que também esta terça-feira, 14 de outubro, o BE Aveiro fez uma publicação, através das suas redes sociais, onde reconhece que os “resultados eleitorais ficaram muito aquém das nossas expectativas e representam uma derrota para o Bloco, tanto em Aveiro como no país”. “Apesar do reconhecimento geral na qualidade da campanha que construímos e do programa que apresentámos, o Bloco de Esquerda perdeu toda a sua representação institucional nos órgãos do poder local em Aveiro.É uma derrota que encaramos com humildade e sentido de responsabilidade. Mas é também um momento de balanço e de renovação da nossa determinação”, lê-se. Apesar do resultado, o partido garante que continuará a estar presente em Aveiro “a lutar por um concelho mais justo, solidário e livre”. “Continuaremos a denunciar as desigualdades, a combater a especulação imobiliária, a defender o direito à habitação e a exigir transportes públicos de qualidade. A todas e todos os que acreditam que é possível mudar Aveiro, deixamos uma promessa: continuaremos a trabalhar, com empenho e com esperança”, afirma. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM)venceu a Câmara Municipal sem maioriae elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.

Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal
Cidade

Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal

Entre os três órgãos a que concorreu - Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia- o Livre Aveiro obteve um total de “2803 votos”. Na Câmara Municipal, o partido alcançou a quinta posição entre as nove forças políticas em disputa, com 849 votos (2,19%). Na Assembleia Municipal manteve a mesma classificação, conseguindo 1.305 votos (3,37%) e elegendo, assim, um deputado municipal, a sua primeira representação no concelho. Já nas Assembleias de Freguesia de Glória e Vera Cruz e de Esgueira, o Livre obteve 649 votos (1,68%), não tendo conseguido eleger qualquer mandato. Face a este desfecho, Bruno Fonseca, que também foi o candidato à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas, mostrou-se “feliz” com o resultado alcançado vincando à Ria que o mesmo “ainda torna a responsabilidade maior o que nós queremos fazer pela cidade”. “Isto já é um trabalho que vem detrás mesmo antes de apresentarmos esta candidatura ao Município de Aveiro”, recordou. “Com esta candidatura e com os dados que já temos dá-nos mais alento para continuar a trabalhar e a enraizar o projeto do Livre na cidade”, acrescentou ainda o candidato. Sobre o lugar que agora ocupará na Assembleia Municipal, Bruno Fonseca garantiu: “a voz dos aveirenses vai ser ouvida e colocada na Assembleia Municipal”. “Esse foi o nosso objetivo principal quando apresentamos a candidatura e vamos fazer esse trabalho conjunto com os aveirenses de levantar os problemas e levar as soluções para cima da mesa”, sublinhou. “O Livre será essa voz”, insistiu. Recorde-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.