Autárquicas: CDU repete candidatura de Quintino Matos à Câmara da Murtosa
A CDU repete a candidatura de Quintino Matos à Câmara da Murtosa nas eleições de 12 de outubro, que propõe uma maior proximidade da autarquia com os problemas reais da população, com “políticas de esquerda ao lado do povo”.
Redação
Nascido em 1969 e desde há cerca de 30 anos com atividade comercial na Murtosa, no distrito de Aveiro, Quintino Pinto Matos tenta novamente a eleição para a Câmara, apresentando-se como “uma pessoa simples, mas conhecedora dos problemas do Município”.
Em declarações à comunicação social, o cabeça de lista diz-se “motivado pelo desejo de ser ativo na resolução dos problemas dos cidadãos”, e afirma que quer dar especial atenção à saúde e à educação, lembrando que houve a transferência de competências nessas áreas para a autarquia.
Quintino Matos critica a gestão municipal dos últimos anos, em que se fazem infraestruturas sem acautelar a sua manutenção futura, numa “navegação à vista”, nomeadamente edifícios públicos. “A gestão atual limitou-se a resolver problemas à medida que surgiam, sem um projeto de futuro ou preocupação com a manutenção do existente”, disse.
Por um “genuíno serviço público”, o candidato da CDU (coligação PCP/PEV) quer uma maior envolvimento e participação da população na gestão autárquica, porque “não basta dizer o que está mal no café sem indicar alternativas”.
Quintino Matos admite que a eleição para presidente da Câmara é difícil, mas sublinha que o voto na CDU pode ser uma "mais-valia" e uma "solução".
Além de Quintino Matos, concorrem à Câmara da Murtosa o atual presidente, Januário Cunha (PSD), Paulo Amorim (JPM), Bruno Tavares (Chega) e Augusto Vidal Leite (PS).
Nas eleições autárquicas de 2021 o PSD foi o partido mais votado para a Câmara da Murtosa, com 71,10% dos votos e quatro mandatos, seguido do PS, com 15,97% e um mandato, enquanto o CDS obteve 04,84% sem qualquer mandato, tal como a CDU, que obteve 02,32% dos votos.
As eleições autárquicas estão agendadas para dia 12 de outubro.
Recomendações
Biblioteca de Ílhavo com mais de 257 mil empréstimos em duas décadas
“Ao longo de 20 anos, a Rede de Bibliotecas de Ílhavo integrou mais de 195 mil exemplares no seu catálogo, registando quase 18 mil leitores inscritos e mais de 257 mil empréstimos”, refere uma nota municipal. Para celebrar “duas décadas de promoção da leitura e da cultura” foi elaborado um programa que começa na quarta-feira e vai até ao dia 27, com uma exposição de ilustração de Pedro Costa, edições especiais da Bebeteca e um Baile Literário. Encontros com autores, ‘workshops’, horas do conto e espetáculos, entre outras atividades, preenchem a programação, que inclui um concerto de Luísa Sobral, no dia 13, às 21:30, na Casa da Cultura de Ílhavo, onde apresentará o seu novo disco, “DanSando”. Os utilizadores da biblioteca têm 20% de desconto nos bilhetes e antes do espetáculo, às 16:00, a artista estará na Biblioteca a apresentar o seu livro.
Cineclube de Espinho faz ciclo gratuito sobre realizador brasileiro Glauber Rocha
A descrição é de fonte do cineclube dinamizado pela mesma associação cultural que anualmente promove o FEST – Festival Novos Realizadores Novo Cinema, na referida cidade do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto. A programação de setembro também integra filmes de Una Gunjak, Melanie Pereira, Oliver Laxe e Jonathan Millet, mas o destaque do cineclube é “o ciclo especial dedicado ao grande nome do Cinema Novo Brasileiro, com as suas principais obras, obrigatórias de ver ou rever”. O primeiro dos quatro filmes em exibição com assinatura do realizador – que também foi ator, jornalista, crítico de cinema e escritor – será "Deus e o Diabo na Terra do sol" (1964), na sua versão restaurada, que teve estreia em 2022 no Festival de Cannes, 58 anos depois da apresentação original no certame, e aborda “o real e o divino do sertão brasileiro”. Nomeado para a Palma d’Ouro também em Cannes, em 1967, segue-se “Terra em Transe”, onde o autor Paulo Autran tem um dos principais papéis da sua carreira, enquanto Porfírio Diaz, com “o seu sonho de ser imperador do Eldorado”. A terceira obra do ciclo será "António das Mortes" (1969), um 'western' que no mesmo ano deu a Glauber Rocha o prémio de melhor realizador em Cannes, e a quarta será "A Idade da Terra" (1980), um drama experimental que, retratando a “situação política, cultural e racional do Brasil no final dos anos 70”, foi o derradeiro filme do cineasta e o mais polémico da sua carreira. Glauber Pedro de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia, em 14 de março de 1939. Realizou dezena e meia de filmes, entre curtas e longas metragens, que marcaram o Cinema Novo brasileiro. Da sua filmografia destacam-se igualmente "Barravento" (1961), "Amazonas, Amazonas" (1965), "Câncer" (1972), "História do Brasil" (1974), "Claro" (1975) e "Di Cavalcanti" (1977), curta-metragem que também lhe deu o Prémio do Júri, em Cannes. Presente em Portugal, em 1974, Glauber Rocha é um dos cineastas de "As Armas e o Povo", documentário realizado e produzido pelo Coletivo de Trabalhadores da Atividade Cinematográfica, que retrata os dias que vão da queda da ditadura portuguesa, em 25 de Abril de 1974, às manifestações do 1.º de Maio. Glauber Rocha exilou-se em Portugal, pouco depois, tendo vivido em Sintra até vésperas da morte, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1981. Os outros filmes que o Cineclube FEST vai exibir em setembro, em Espinho, são: “Visita de Estudo” (2023), uma “poderosa representação da adolescência” pela realizadora bósnia Una Gunjak; “Sirât” (2025) obra “única e arrebatadora” com que o cineasta espanhol Oliver Laxe ganhou o Prémio do Júri em Cannes; “As Melusinas à Margem do Rio” (2023), um documentário da portuguesa Melanie Pereira sobre mulheres nascidas em famílias imigradas no Luxemburgo; e “Os Fantasmas” (2024), um 'thriller' do francês Jonathan Millet sobre “um grupo secreto de perseguição aos líderes fugitivos do regime sírio”. Apesar de terem entrada livre, as sessões do Cineclube FEST são limitadas aos lugares existentes, pelo que os bilhetes devem ser reservados com antecedência, para levantamento 30 minutos antes do início da exibição.
Fábrica de calçado de Azeméis encerra sem avisar cerca de 70 trabalhadores
A informação foi disponibilizada à Lusa pela presidente do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC), que, identificando a empresa em causa como a YFF II – Young Fashion Footwear, realça que essa unidade do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto tem em atraso para com os cerca de 70 funcionários o pagamento “dos salários de julho e agosto, e do subsídio de férias”. “Ninguém sabe o que quer dizer o aviso de que a empresa não tem como lhes pagar nos próximos 15 dias, porque nem está no papel explicado, nem o patrão atende o telefone a ninguém”, afirmou a dirigente sindical, Fernanda Moreira. Suspensão temporária dos contratos de trabalho ou insolvência são duas consequências possíveis com que os funcionários estão preocupados, embora o SNPIC afirme que “a empresa estava com encomendas” e que não houve quebra de produção que fizesse adivinhar o risco de encerramento da fábrica – que vinha produzindo apenas para o mercado estrangeiro. Fernanda Moreira não está, contudo, otimista, considerando o historial do responsável pela empresa que, segundo os diretórios disponíveis na Internet, foi constituída em maio de 2022. “O patrão já é conhecido por ter o hábito de abrir e fechar empresas assim. Desaparece de um momento para o outro e abre outra empresa, com outro número de contribuinte, logo nos dias a seguir”. A Lusa tentou obter esclarecimentos da YFF II, mas os contactos telefónicos disponíveis estavam desligados.
Autárquicas: Professora aposentada Isabel Vieira é a candidata da CDU na Mealhada
“Continuaremos a bater-nos pela reativação da parte da linha que liga a Figueira da Foz à Pampilhosa como estruturante de um novo desenvolvimento do concelho e ainda a construção de uma casa mortuária que sirva todos os munícipes”, destacou. De acordo com a antiga professora de matemática, que já tinha sido candidata à Câmara Municipal de Mealhada em 1989, também pela CDU, a sua candidatura “não olha exclusivamente para a expressão local dos problemas, como outras pretendem fazer”. “Demarca-se das más políticas das forças em que se inscrevem, mas assume que o bem-estar das populações do nosso concelho depende, de forma absolutamente decisiva, das opções políticas gerais. Por isso, somos uma candidatura com compromissos políticos e ideológicos, que não disfarçamos quando estamos a discutir matérias autárquicas”, acrescentou. Segundo Isabel Vieira, de 83 anos, a sua candidatura dá destaque “à situação e aos problemas dos trabalhadores”. “Incluímos os trabalhadores das autarquias e refiro a insistência com que a CDU tem defendido a melhoria da atribuição do suplemento de penosidade e insalubridade atribuído pela Câmara Municipal”, apontou. Além de Isabel Vieira, pela CDU, concorrem à Câmara da Mealhada o atual presidente António Jorge Franco, pelo Movimento Independente Mais e Melhor; Guilherme Duarte, pelo PS; Nelson Fernandes, pelo PSD; Francisco Lopes, pelo Chega; e Ana Luzia Cruz, pelo BE. António Jorge Franco foi eleito presidente da Câmara Municipal da Mealhada em 2021, pelo Movimento Independente Mais e Melhor com 37,82% dos votos, enquanto o PS arrecadou 29,54%, a Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada 19,20%, a CDU 4,27%, o BE 3,10% e o Chega 1,58%. O executivo da Câmara Municipal da Mealhada é formado por três eleitos do Movimento Independente Mais e Melhor, três do PS e um da Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada. As eleições autárquicas estão agendadas para dia 12 de outubro.
Últimas
Família Bóia acusa Ribau Esteves de “falsas declarações” e promete sede para o SC Beira-Mar
Logo no arranque do texto, António Paulo Bóia, em representação da família, desmente frontalmente o autarca: “Não é verdade que a família Bóia pretenda fazer um prédio de seis pisos no seu terreno como afirmou! O nosso projeto (…) é ao nível de rés-do-chão mais 3.º andar (três e não seis!)”. Segundo a família, a proposta apresentada à CMA corresponde em altura ao prédio de escritórios vizinho e é até um piso mais baixo do que os conhecidos “prédios cor-de-rosa” do mesmo quarteirão. Recorda ainda que a cércea projetada está em linha com outros empreendimentos já aprovados pela autarquia, como na Rua Cais do Alboi e na Rua da Liberdade. Na reunião extraordinária da Câmara Municipal de 27 de agosto, Ribau Esteves tinha sido taxativo ao justificar a oposição à pretensão dos Bóia: “O problema da família de António Paulo Bóia não é o hotel: o problema é não construir um prédio de 6 pisos no terreno deles. (…) Vocês já estão a ver: um prédio de 6 pisos, dupla frente, com o ponto de observação da cidade, seguramente o mais privilegiado de todos. (…) Para o proprietário era fantástico. (…) Mas a nossa opção urbana é não.” As palavras do autarca são agora rebatidas pela família com documentação entregue à Ria: a memória descritiva e justificativa do projeto submetido à autarquia que comprova que o pedido de licenciamento era apenas para rés-do-chão mais três andares, afastando a versão apresentada pelo presidente da Câmara. Num dos pontos mais duros do comunicado, a família Bóia acusa Ribau Esteves de ter usado o Plano de Pormenor (PP) para atingir diretamente a família. “Este facto vem, pois, publicamente confirmar qual é o único propósito deste PP: a obsessão pessoal do presidente pela não construção no nosso terreno”, acusam, acrescentando que todo o processo foi desenhado para “secar” o valor do terreno e forçar uma negociação com o promotor do hotel ao reduzir o preço em caso de expropriação - já que o plano destina a sua parcela a jardim público. As críticas ganham ainda mais peso quando confrontadas com as declarações do próprio Ribau Esteves durante a mesma reunião. O presidente da CMA admitiu que poderia ter avançado com o licenciamento do hotel através da figura de Empreendimento de Caráter Estratégico (previsto no novo PDM de 2019), mas preferiu elaborar um Plano de Pormenor para “densificar” juridicamente o processo, assumindo que previa o conflito com outros proprietários. “Porque é que nós quisemos densificar com um Plano de Pormenor? Precisamente, porque aconteceu aquilo que era a minha previsão. Porque os proprietários (…) queriam construir e não podem construir – e negociaram com a empresa investidora e não chegaram a acordo”, disse. A família Bóia vai mais longe e acusa Ribau Esteves de privilegiar o promotor do hotel, alegando que o critério para travar o seu projeto esteve ligado ao valor das vistas. “O critério subjacente à sua real não aprovação (…) foi afinal o de cortarmos as vistas ao promotor da torre estrela do projeto de apartamentos e hotel. (…) Muito menos compreendemos – e aceitaremos! – que tal possa suceder para privilegiar outro privado em novo projeto gigante com iguais ‘vistas’!”, escreve António Paulo Bóia. O comunicado responde ainda às acusações de especulação imobiliária. “Gerar mais património legalmente não é nenhum crime, nem está errado. (…) Se o nosso pequeno projeto com 2.000 m2 construtivos cria exponencial riqueza segundo o raciocínio do presidente, então, para um projeto como o do promotor (…) com 40.000 m2, poderemos assumir que se tratará da potenciação de ganhos multimilionários a um só promotor.” Para a família Bóia, o contraste é evidente: Ribau Esteves alertou para a possibilidade de os seus apartamentos alcançarem valores na ordem dos “4 milhões de euros”, mas não demonstrou a mesma preocupação relativamente à valorização do terreno e do negócio dos investidores do hotel, aos quais o Plano de Pormenor abre a porta para erguerem um edifício de 12 andares. A terminar, a família anuncia um gesto simbólico: disponibilizar parte do edifício que pretende erguer voltado para o Rossio para acolher a futura sede administrativa e frente-loja do Sport Clube Beira-Mar. “Após ter conhecimento desta forma de ‘ataque estratégico’, decidimos efetuar novo sacrifício pessoal, como sinal do nosso especial carinho e dedicação a Aveiro”, refere o comunicado, garantindo que a direção do clube já foi informada da intenção. A reação da família Bóia surge a cerca de 24 horas da Assembleia Municipal de Aveiro, que esta terça-feira, 2 de setembro, irá reunir para a última palavra sobre o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. É neste palco político que se decidirá o futuro do projeto, num processo que tem dividido a cidade e que promete também prolongar-se nos tribunais. A Ria apurou que os grupos parlamentares municipais estão a realizar as habituais reuniões preparatórias e que vários deputados e presidentes de Junta equacionam pedir substituição para esta sessão, procurando, de forma estratégica, evitarem uma associação a uma aprovação de um dos temas mais sensíveis da atualidade aveirense. ESCLARECIMENTO RELATIVO ÀS FALSAS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DA CÂMARA DE AVEIRO A NOSSO RESPEITO Após conhecimento público daquilo que entendemos ser as gravíssimas afirmações do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, proferidas na passada reunião pública extraordinária do Executivo Municipal em 27/08/2025, referentes à aprovação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, venho, em representação da Família Bóia, efetuar publicamente um desmentido cabal sobre o teor das mesmas no que a nós nos diz respeito, bem como contextualizar o porquê dessa presumida gravidade associada às declarações proferidas. Assim, e desde já, podemos comunicar que NÃO É VERDADE que a família Bóia pretenda fazer um prédio de 6 pisos no seu terreno como afirmou! O nosso projeto - que deu entrada na Câmara - é ao nível de rés-do-chão mais 3º andar (TRÊS e NÃO SEIS!), correspondendo em altura à cércea exatamente igual ao nível do prédio de escritórios que lhe está contíguo (“empena e gaveto”) e até possui um piso abaixo da cota máxima dos prédios “cor-de-rosa” que lhe são vizinhos imediatos no quarteirão. A altura que ambicionamos corresponde, igualmente, à recentemente aprovada por este mesmo executivo, em 2 prédios muito próximos, do outro lado do canal, um na Rua Cais do Alboi e outro na Rua da Liberdade (mesmo à saída da ponte da dubadoura). (NOTA: Com esta confusão de perceção das alturas dos prédios demonstrada pelo Sr. presidente, será bom que os aveirenses devam estar atentos à autorização final do projeto de licenciamento não vá, em idêntico equívoco, aprovar uma torre estrela de 24 andares em vez dos 12…) Estas graves afirmações, cujo único objetivo previsível será o de tentar prejudicar a nossa imagem em Aveiro na defesa da nossa legítima pretensão, invocando um falso pretexto para a não aprovação de construção do nosso terreno, e assim desviar a atenção da finalidade real - como à frente explicaremos- da criação deste Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Esta apresentação pública prestada pelo presidente do Executivo num órgão deliberativo municipal como argumento de reprovação constitui, pois, uma manobra de diversão, com potenciais repercussões patrimoniais graves para a nossa família que não iremos tolerar. Ainda - e tal como afirmou nessa mesma reunião - cita-se: “nós podíamos licenciar o hotel sem plano de pormenor perfeitamente” e “aconteceu o que eu previa com um proprietário”, surgem agora as provas do que se suspeitava e alegávamos amiúde. É QUE ESTE FACTO VEM POIS PUBLICAMENTE CONFIRMAR QUAL É O ÚNICO PROPÓSITO DESTE PP: A OBSESSÃO PESSOAL DO PRESIDENTE PELA NÃO CONSTRUÇÃO NO NOSSO TERRENO. Só que, relembra-se os menos atentos, tudo isto foi efetuado às custas dos contribuintes! Pergunta-se, evidentemente, quanto não terá custado a preparação de todo este PP (dos nossos bolsos, leia-se) se não havia tal necessidade? Os aveirenses podem ter sido enganados nesta matéria… A este propósito tudo parece então indiciar que esta constatável estratégia de “secar” a nova construção à volta da “torre-estrela” com este plano, deverá ser só uma: forçar-nos a uma negociação com o promotor da torre dos apartamentos/hotel e reduzir o valor do terreno drasticamente em processo de expropriação, por passar a ter uma tipologia de terreno de jardim público por si equacionada. Mas há mais considerandos importantes a referir. O presidente afirmou que o terreno da família Bóia constitui-se um “ponto de observação da cidade, seguramente o ponto mais privilegiado de todos”, revelando inclusive que, por comparação com a luxuosa zona do Cais da Fonte Nova, os apartamentos ali a edificar eram de valorização muito superior, porque possuíam as melhores vistas da cidade e que tal não poderia ser! Sobre estas asserções, retira-se evidentemente que o critério subjacente à sua real não aprovação, e que move pessoalmente o responsável do executivo sempre é e foi, como temos vindo a referir publicamente, afinal, o de cortarmos as vistas ao promotor da torre estrela do projeto de apartamentos e hotel. Além disso, igualmente, entendemos ser muito grave que seja um presidente de Câmara a decidir per si o critério de que, se um terreno urbano - e urbanizado! -, que foi legitimamente comprado, e cujo direito de construção resultou para sempre até deliberado numa Assembleia Municipal, não possa permitir ser edificado, assumindo publicamente como a sua fundamental argumentação o facto de ter as melhores vistas da cidade! Em bom rigor, muito menos compreendemos - e aceitaremos! - que tal possa suceder, ao invés, para privilegiar outro privado em novo projeto gigante com iguais “vistas”! Podemos ainda deduzir a partir do afirmado, que sugere que a Família Bóia retiraria vantagens especulativas enormes, ganhando milhões com essa edificação. Será bom esclarecer o Sr. presidente que gerar mais património legalmente não é nenhum crime, nem está errado. Aliás, esse deve ser o desígnio económico de uma nação: criar riqueza! Além disso, construir não fica de graça e está cada vez mais caro devido aos fatores mão-de-obra e material. Mas queremos aqui relevar um ponto que sobressai deste tema e que se potencia como algo igualmente grave: ora, se o nosso pequeno projeto com 2.000 m2 construtivos cria exponencial riqueza segundo o raciocínio do presidente, então, para um projeto como o do promotor que o presidente pretende aprovar com nova construção exclusiva no quarteirão e que prevê – conforme divulgado no anúncio da Remax - uma capacidade bruta de edificação de 40.000 m2 (VINTE VEZES MAIS!) poderemos assumir que se tratará (utilizando as suas próprias palavras e cálculos aritmético-financeiros) da potenciação de ganhos multimilionários a um só promotor. E resulta, igualmente, que, dessa alegada especulação patrimonial e vantagem adquirida, o Sr. presidente tem, inclusive, perfeito conhecimento económico-financeiro da mesma e mesmo assim a quer patrocinar urbanisticamente. Além do mais, ressalva-se aos mais curiosos interessados que, até ao momento, não são conhecidas quaisquer contrapartidas públicas para Aveiro por parte do promotor. Na verdade, nem sequer cedências públicas do seu terreno… Sobre este assunto, aproveitamos para referir novamente, que estes novos indícios de alegados crimes de abuso de poder e prevaricação, serão adicionados rapidamente à nossa iminente ação judicial criminal, com vista ao cabal apuramento dos factos envolvendo, naturalmente, tudo e todos que ao nível do município participaram e vierem a colaborar deste estranho processo urbanístico. PROVA DE AVEIRISMO E HUMILDADE DOS BÓIAS Após ter conhecimento desta forma de “ataque estratégico”, perpetrado pelo responsável do executivo, aos valores sócio-economicos sempre defendidos pela Família Bóia, decidiu esta, uma vez mais efetuar novo sacrifício pessoal, como sinal do nosso especial carinho e dedicação a Aveiro, e para que não restem dúvidas da nossa postura comunitária, oferecendo um espaço na edificação prevista sobre o nosso terreno voltado para o rossio, para que ali possa surgir a FUTURA SEDE ADMINISTRATIVA E ÁREA DE FRENTE-LOJA DO SPORT CLUBE BEIRA-MAR . Esta nossa resolução corresponde ao desejo do nosso pai (Eng. Manuel Bóia) de que naquele edifício pudessem um dia ficar algumas instituições importantes de Aveiro (principalmente a residência do governador civil, cargo infelizmente extinto e portanto agora prejudicada). A direção do SPORT CLUBE BEIRA-MAR já foi, entretanto, informada desta nossa pretensão, sendo recetiva à mesma. António Paulo Bóia
Biblioteca de Ílhavo com mais de 257 mil empréstimos em duas décadas
“Ao longo de 20 anos, a Rede de Bibliotecas de Ílhavo integrou mais de 195 mil exemplares no seu catálogo, registando quase 18 mil leitores inscritos e mais de 257 mil empréstimos”, refere uma nota municipal. Para celebrar “duas décadas de promoção da leitura e da cultura” foi elaborado um programa que começa na quarta-feira e vai até ao dia 27, com uma exposição de ilustração de Pedro Costa, edições especiais da Bebeteca e um Baile Literário. Encontros com autores, ‘workshops’, horas do conto e espetáculos, entre outras atividades, preenchem a programação, que inclui um concerto de Luísa Sobral, no dia 13, às 21:30, na Casa da Cultura de Ílhavo, onde apresentará o seu novo disco, “DanSando”. Os utilizadores da biblioteca têm 20% de desconto nos bilhetes e antes do espetáculo, às 16:00, a artista estará na Biblioteca a apresentar o seu livro.
Teatro Aveirense fecha 2025 com Bumba na Fofinha, António Fagundes e Noiserv
Em outubro, o destaque vai para “Sombra”, solo de stand-up de Bumba na Fofinha, que regressa a Aveiro a 2 de outubro para duas sessões. Logo depois, entre 8 e 11, a cidade volta a ser palco do PRISMA / Art Light Tech, festival de arte e tecnologia inserido na Aveiro Tech Week, que chega à 7.ª edição com o tema “A Forma das Coisas”. O mês inclui ainda concertos de Bombazine (dia 16) e Carlos Fino com a Banda Amizade – Banda Sinfónica de Aveiro (dia 17), a estreia de mais um espetáculo comunitário do Cantar-o-Lar (dia 26), uma nova edição do Festival Novos Bardos (27 a 31) e termina com “O Meu Super Herói”, de Elmano Sancho (dia 31). O mês de novembro arranca com a ópera “Adilson”, de Dino D’Santiago (dia 7), coproduzida pelo Teatro Aveirense. Segue-se a estreia de “Gosto, Logo Existo”, projeto que junta a Orquestra das Beiras e o LP Studio (dia 15). A comédia brasileira “Dois de Nós”, com António Fagundes, Christiane Torloni, Thiago Fragoso e Alexandra Martins, sobe ao palco de 20 a 23. O encerramento dos Festivais de Outono’25 acontece a 28, e Noiserv atua no dia seguinte. Em dezembro, a programação abre com o Trio Catch, formação alemã que se apresenta pela primeira vez em Portugal. A estreia de “Precópio”, da Red Cloud Teatro de Marionetas, ocupa o palco de 5 a 7. A música mantém-se em evidência com um concerto solidário que junta a Banda do Exército - destacamento do Porto e a Banda Sinfónica do Conservatório de Música de Aveiro (dia 6), o projeto Girls 96 (dia 11) e o regresso dos Danças Ocultas com o seu 10.º álbum (dia 12). O mês inclui ainda a estreia nacional de “A Caminho da Escola”, da companhia Campi Qui Pugui (dia 14), e encerra com o tradicional Concerto Coral - Cantar o Natal, no dia 21, da Escola Artística do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian. De acordo com a nota de imprensa enviada às redações, o Teatro Aveirense ultrapassou no primeiro semestre de 2025 os números do ano anterior, quando Aveiro foi Capital Portuguesa da Cultura. Citado na nota, para José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro ,este resultado “é reflexo de uma estratégia cultural consistente, assente numa programação qualificada, na requalificação do edifício e na valorização dos recursos técnicos e humanos”. Já José Pina, diretor do teatro, sublinhou “o aumento sustentado da adesão do público e a capacidade de o teatro afirmar-se nacional e internacionalmente, com uma programação atual, desafiante e transversal, enraizada na comunidade local”. No reforço da infraestrutura técnica, o Município anunciou a aquisição de novos projetores, num investimento de “41 mil euros”, elevando para “660 mil euros” o total aplicado desde 2020 em equipamentos. Este investimento, garante a autarquia, tem sido fundamental para atrair estreias e produções de grande escala. Entre as novidades do trimestre destaca-se ainda a publicação dedicada à terceira edição do Laboratório de Dramaturgia, iniciativa do Centro de Documentação do Teatro Aveirense, criado em 2021 para valorizar o espólio histórico e registar a atividade atual.
Fábrica Centro Ciência Viva recebe jovens de seis países para debater alterações climáticas
Ao longo dos cinco dias do “Campus Internacional Climántica – eCO2rivers”, segundo uma nota de imprensa enviada às redações, os jovens entre os 13 e os 18 anos terão a oportunidade de participar em workshops de dança, canto, improvisação teatral e musical, artes plásticas, fotografia, edição de vídeo, DJ, holografia e robótica. O programa, assente numa abordagem STEAM, procura desenvolver produtos de comunicação de ciência através da arte, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a emergência climática. O evento conta ainda com a participação de 12 investigadores e 38 divulgadores de ciência da Universidade de Aveiro e de instituições espanholas. A organização é partilhada entre a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e o projeto Climántica. Segundo explica a nota, com base no conhecimento adquirido no campus, os alunos estão a trabalhar em equipas para desenvolver dois tipos de projetos: um teatro musical e várias curtas-metragens de sensibilização ambiental sobre as alterações climáticas. Está ainda a decorrer um programa de capacitação de professores do 3º ciclo do ensino básico e secundário, que inclui palestras com investigadores e workshops. O evento final de encerramento está marcado para o dia 3 de setembro, das 11h30 às 13h00, no auditório do Centro de Congressos de Aveiro. Na ocasião serão apresentadas as curtas-metragens produzidas pelos alunos, bem como o teatro musical. A iniciativa contará com a presença de Artur Silva, vice-reitor da Universidade de Aveiro, de Rogério Carlos, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, de Francisco Soñora-Luna, da Universidade de Santiago de Compostela e coordenador do projeto Climántica e de Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. A edição deste ano do Campus Internacional Climántica surge no âmbito do projeto europeu eCO2rivers, focado no impacto das alterações climáticas nos rios e zonas húmidas da Península Ibérica, e que tem como propósito criar um documentário e materiais educativos que promovam o cuidado com estes ecossistemas. A Universidade de Aveiro, através da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, integra o consórcio responsável, juntamente com o IES Virxe do Mar e o IES Lope de Veja (Espanha) e a Associação Diogo de Azambuja (Portugal).