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LusoLav desculpa-se em Espinho mas quer abordar afetados pelo TGV pré-relatório final

O consórcio LusoLav, que irá construir a linha de alta velocidade entre o Porto e Oiã, pediu hoje desculpas pelas abordagens à população em Espinho, mas quer falar com proprietários expropriados antes de ter o relatório ambiental final aprovado.

LusoLav desculpa-se em Espinho mas quer abordar afetados pelo TGV pré-relatório final
Redação

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15 abr 2025, 11:08

"Queria começa por reiterar aquilo que por diversas vezes já transmitimos à Câmara Municipal, relativamente ao nosso pedido de desculpas pela forma como entrámos no território de Espinho", disse hoje o administrador do LusoLav Rui Guimarães, durante uma sessão de esclarecimento que decorreu ao final da tarde de hoje no Centro Multimeios de Espinho. Em causa estão abordagens à população que pode vir a ser expropriada pelo consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) para a construção da linha de alta velocidade, muitas vezes feitas ao fim de semana, como várias pessoas se queixaram na sessão de hoje.

"Houve aqui uma descoordenação interna que gerou um pouco aquilo que todos nós pudemos ver na comunicação social", admitiu Rui Guimarães, perante as mais de 200 pessoas que quase esgotaram o auditório do Centro Multimeios. O administrador do consórcio disse ainda que quer abordar os proprietários alvo de expropriações antes da aprovação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), que deverá ser posto em consulta pública em agosto e que o consórcio espera ver aprovado em 24 de outubro.

"Formalmente só devemos começar a falar em conversas de expropriação a partir do momento que tenhamos a aprovação do RECAPE, que será no dia 24 de outubro. Essa seria a data na qual nós nos devíamos sentar e falar, o que não impede que a gente o faça antes", admitiu hoje em Espinho. Porém, tal interação seria "uma conversa condicional", pois a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) poderia colocar objeções ao projeto de execução apresentado pelo LusoLav.

Rui Guimarães apontou que há "95% de probabilidades" do traçado apresentado hoje em Espinho ser o que será submetido a RECAPE, sendo objetivo do consórcio arrancar com os trabalhos em janeiro. "Se calhar permite, se estiverem dispostos a isso, a ir conversando coisas com a nossa área de expropriações", disse aos vários proprietários e moradores presentes na sala, que foram colocando questões a representantes do consórcio e à presidente da Câmara de Espinho, Maria Manuel Cruz (PS).

Entre as questões levantadas na sessão de cerca de três horas e meia, estiveram os critérios de avaliação das propriedades (imóveis e terrenos), a rapidez com que terão de arranjar soluções e as formas de mitigar impactos, situações de pessoas idosas, críticas à abordagem do consórcio às populações ou o abandono da opção de construção de vários troços em túnel. No final da sessão, a autarca de Espinho relembrou que o RECAPE estará em consulta pública entre agosto e setembro, e admitiu que o município vai ficar "com o território comprometido, fragilizado, descaracterizado". "A nossa luta enquanto câmara vai continuar a ser o aumento dos túneis", referiu, dizendo que houve alterações ao projeto das quais teve apenas conhecimento hoje.

Presente na assistência, a vereadora do PSD Lurdes Ganicho, engenheira civil, também relembrou que há "várias metodologias construtivas" possíveis, apontando que os representantes do consórcio "têm um contrato e têm que minimizar os encargos da obra que tem de fazer". Em março, o presidente da Junta de Anta e Guetim, Nuno Almeida, disse que o traçado foi alterado sem aviso, estando sinalizadas para demolição casas antes indicadas como seguras, e o consórcio confirmou que estava a fazer "levantamentos de cadastro no terreno" no mas "dentro do corredor ambientalmente aprovado".

Na semana passada, a Lusa noticiou que o consórcio quer ainda mudar a localização da estação de Gaia e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma, algo desconhecido pela Câmara do Porto, IP, Governo e Metro do Porto.

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Depressão Davide traz agitação marítima a Aveiro a partir de hoje
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Depressão Davide traz agitação marítima a Aveiro a partir de hoje

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a depressão Davide vai provocar até à manhã de domingo ondas de oeste/noroeste até 5,5 metros de altura significativa. A agitação marítima vai diminuir temporariamente durante o dia de domingo e até meio da tarde de segunda-feira. Por causa da agitação marítima, o IPMA já tinha emitido avisos para toda a costa portuguesa para hoje e no fim de semana, sendo que todos os distritos da costa portuguesa estão sob aviso amarelo até às 21:00 de hoje. O IPMA emitiu para os distritos de Aveiro, Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Coimbra e Braga aviso laranja entre as 12:00 e as 18:00 de sábado, passando depois a amarelo até às 06:00 de domingo. Devido ao estado do mar, as barras marítimas de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Póvoa do Varzim, Vila do Conde e Portinho da Ericeira estão fechadas a toda a navegação e as de Aveiro, Viana do Castelo e Figueira da Foz estão condicionadas, segundo informação divulgada no site da Autoridade Marítima Nacional. Adicionalmente, prevê-se chuva persistente, e por vezes forte a partir do final de dia de hoje e até meio da tarde de sábado no Minho e Douro Litoral, e nos distritos de Aveiro, Vila Real e Viseu. Por isto, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos de Viseu, Porto, Vila Real, Viana do Castelo, Aveiro e Braga, em especial nas zonas montanhosas, entre as 00:00 e as 15:00 de sábado.

Venda antecipada de bilhetes para Carnaval de Estarreja arranca hoje com descontos
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“Os bilhetes estarão disponíveis na plataforma BOL, numa fase de venda antecipada que decorre até 06 de janeiro, mantendo os valores da edição anterior”, refere uma nota camarária. Esta campanha, segundo a autarquia, visa incentivar a aquisição de ‘packs’ de livre-trânsito para bancadas e plataformas, com preços que variam entre os 14 e 20 euros para os adultos e entre os sete e 12 euros para as crianças até aos 10 anos. O Carnaval de Estarreja dá assim início à contagem decrescente para uma das maiores festas do município, que decorre de 07 a 17 de fevereiro, convidando todos a garantir o seu lugar na celebração que, ano após ano, reúne milhares de foliões. Entre os desfiles com bilheteira destacam-se os grandes Corsos Carnavalescos, que regressam nos dias 15 e 17 de fevereiro, o Carnaval Infantil (08 de fevereiro) e o Desfile Noturno das Escolas de Samba, marcado para 13 de fevereiro. A edição do próximo ano traz ainda um novo formato de lugar de bancada em banco corrido, ampliando as opções para quem prefere assistir aos corsos com mais conforto. Quanto à animação noturna, o Espaço Folia, que voltará a instalar-se na Praça Francisco Barbosa, promete ser novamente o epicentro da festa após o pôr-do-sol — e mantendo as entradas gratuitas.

Quatro pessoas deslojadas após incêncio habitacional em Oliveira de Azeméis
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Segundo fonte dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, o alerta para o incêndio foi dado às 6:44 para a Rua do Alvelhe. Não foram registados feridos, mas a família, constituída por um casal e por dois filhos maiores de idade, estaria dentro de casa quando o incêndio deflagrou. O comandante dos bombeiros confirmou que a habitação, uma vivenda, ficou sem condições de habitabilidade, sendo ainda desconhecidas as causas do incidente. Fonte do comando regional da Área Metropolitana do Porto disse que os moradores estão temporariamente alojados em casa de familiares. No local, estiveram nove operacionais acompanhados por uma ambulância e dois carros de combate a incêndio.

Incêndio em habitação deixa dois desalojados em Arouca
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Segundo o adjunto dos Bombeiros de Fajões, Carlos Teixeira, o alerta para o incêndio, ocorrido na Rua Central de Cabeçais, foi dado cerca das 02:30. “A casa ficou sem condições de habitabilidade devido ao fumo”, referiu o responsável, adiantando que o casal, com cerca de 30 anos, que residia na habitação foi realojado temporariamente em casa dos pais. As duas pessoas ficaram com ferimentos ligeiros por inalação de fumo, mas recusaram assistência hospitalar, acrescentou. Para o local foram mobilizados meios dos Bombeiros Voluntários de Fajões e de Arouca, com 24 operacionais apoiados por nove veículos, para além da ambulância de Suporte Imediato de Vida de Arouca, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação da Feira e a GNR.

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Foi ao som do grupo ÁTOA que a Mordomia de São Gonçalinho apresentou esta sexta-feira o cartaz das tradicionais Festas em Honra de São Gonçalinho para 2026. Questionado pela Ria à margem da apresentação sobre a escolha do cartaz, Osvaldo Pacheco, juiz da mordomia, referiu que é um “fio condutor” em relação ao do ano anterior. “Objetivamente, procuramos que houvesse um fio condutor e que houvesse alguma continuidade. Achamos que faz algum sentido, tradicionalmente, as pessoas encontrarem algo que já estão habituadas porque isso fideliza”, explicou. Sobre o orçamento deste ano, Osvaldo Pacheco adiantou que o mesmo ainda não está fechado. “Há coisas que ainda estão em aberto. Como eu costumo dizer, em relação ao orçamento, prognósticos só no final do jogo”, brincou. Interpelado ainda sobre o tamanho da tenda instalada no Rossio, o juiz da mordomia frisou que será a “mesma do ano passado”. “Ligeiramente maior do que há dois anos e, portanto, penso que a tenda é suficientemente grande para o evento e há sempre a hipótese de abrir as laterais- se o tempo estiver bom. Na prática, podemos funcionar no Rossio como se não tivéssemos tenda, mas tudo dependerá do São Pedro e dos acordos que o São Gonçalinho tiver com o São Pedro”, frisou. Relativamente à venda de cavacas, Osvaldo Pacheco sublinhou que estão a correr “dentro do esperado”. “Aquelas pessoas em que a decisão está tomada já começaram a fazer as suas encomendas e, portanto, como nós temos stock limitado existe muita gente que vem à última da hora, mas aí já não temos hipótese”, disse. “Quem tem a vontade de comprar cavacas deve-o fazer o mais rápido possível”, desafiou. Além da programação anunciada, o juiz da mordomia avançou ainda que há outras novidades a caminho “que não cabem no cartaz”. “Vamos ter atividades para todas as idades, para todos os tipos de interesses, e vamos ter pela primeira vez a exibição de filmes realizados no DeCA, na Universidade de Aveiro, sobre a festa e a discussão sobre esses trabalhos”, atentou.  Sobre os desejos para estas festividades, Osvaldo Pacheco foi direto: “Que esteja bom tempo”, gracejou. Os festejos em Honra de São Gonçalinho começam no dia 8 de janeiro, quinta-feira, com a “Salva 21 tiros”, pelas 9h00, seguindo-se a arruada pelas 9h30. Pelas 18h00, terá ainda lugar a eucaristia. A noite prossegue, no Palco Glicínias (no Rossio), com a atuação da Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), pelas 21h00 e com a atuação da Tuna Universitária de Aveiro, pelas 22h00. O primeiro dia finaliza com Alma de Boquerón, pelas 23h30 e com DJ Kold pelas 1h00. O Grupo Coral Vera Cruz atuará ainda na capela pelas 00h00. O dia seguinte, 9 de janeiro, inicia, novamente, com a “Salva 21 tiros”, pelas 9h00, e a arruada pelas 9h30. A tarde prossegue, no Palco Glicínias, com a animação sénior, pelas 14h00, seguindo-se a atuação do grupo ÁTOA, pelas 22h00 e o espetáculo pirotécnico pelas 00h00. A noite finalizará, pelas 00h30, com o grupo “Johnwaynes”. Já no sábado, a programação da manhã mantém-se [“Salva 21 tiros” e arruada], sendo que na parte de tarde haverá ainda eucaristia pelas 17h30. A noite prossegue no Palco Glicínias com a atuação de Miguel Araújo, pelas 22h30, com o espetáculo pirotécnico, pelas 00h00, e com o DJ Zé Gabriel & DJ André Neto, pelas 00h30. O domingo, 11 de janeiro, inicia, novamente, com a “Salva 21 tiros”, pelas 9h00, e com a eucaristia (com o Grupo Coral Vera-Cruz), pelas 11h00. A partir das 16h00, no Palco Glicínias, seguir-se-á pelas 16h00 a atuação da Faina, pelas 22h30 o “Tributus Pink Floyd Reverence Show” e com o “Afrobrothers”, pelas 00h30. As tradicionais Festas em Honra de São Gonçalinho terminam na segunda-feira, 12 de janeiro, com a “Salva 21 tiros”, pelas 9h00, e com a eucaristia, pelas 9h30. No Palco Glicínias estará ainda a acontecer pelas 10h30, o papa cavacas e pelas 18h00, a grande arruada. Este dia o destaque vai ainda para a atuação de Némanus, pelas 22h30, e para o espetáculo piromusical, pelas 00h00. As festas de São Gonçalinho realizam-se anualmente no fim de semana mais próximo do dia 10 de janeiro, dia de São Gonçalinho. As festividades são marcadas pelo pagamento de promessas ao santo em agradecimento ao seu poder de cura de doenças ósseas e à sua capacidade de resolver problemas amorosos. Em troca, os aveirenses e forasteiros atiram quilos de cavacas [doce conventual] da cúpula da capela de São Gonçalinho para o público.

Civilria RunClub São Silvestre Cidade de Aveiro condiciona trânsito este sábado
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A Civilria RunClub São Silvestre Cidade de Aveiro, que integra uma caminhada de 5 km e uma corrida de 10 km, realiza-se este sábado. Como tal, estão previstos condicionamentos de trânsito em vários dos arruamentos centrais da Cidade, entre as 16h30 e as 21h30. No Cais da Fonte Nova, onde será feita a partida e a chegada da prova, o corte do trânsito será por um período mais alargado, ou seja, das 07h00 até às 21h30. Nas ruas de acesso ao percurso da prova poderão ainda surgir novos constrangimentos. No Cais da Fonte Nova será feita a reserva de todos os lugares de estacionamento. De acordo com a nota, o percurso da Civilria RunClub São Silvestre Cidade de Aveiro seguirá pelas seguintes vias, com corte total de trânsito: Cais da Fonte Nova, Av. Congressos da Oposição Democrática, Rua doEng. Oudinot, Av. Dr. Lourenço Peixinho, Rua do Clube dos Galitos, Rua da Liberdade, Rua da Arrochela, Rua do Clube dos Galitos, Rua do Batalhão de Caçadores 10, Av. 25 de Abril, Av. de Francisco Sá Carneiro e Rua Manuel J. Braga Alves (paralela).

PS, PSD e CDS juntos na eleição para a Assembleia da CIRA; Comissão de Proteção Civil gera discórdia
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PS, PSD e CDS juntos na eleição para a Assembleia da CIRA; Comissão de Proteção Civil gera discórdia

A Assembleia Municipal da quarta-feira passada começou com um consenso entre os maiores partidos representados. PSD e CDS, que se candidataram juntos como ‘Aliança com Aveiro’, chegaram a um entendimento com o PS para apresentar uma lista conjunta para representar a AMA na Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). A lista única que se candidatou era constituída por: Joaquim Marques (PSD), Sónia Gomes (PSD), Armando Peres (PSD), Gonçalo Caetano Alves (CDS), Fernando Nogueira (PS) e Rosa Venâncio (PS). Como suplentes ficaram Manuel Cartaxo (PSD), Ana Oliveira (PSD), João Ribeiro (PS) e Rosa Aparício (PS). Após uma votação, em que os presidentes das Juntas de Freguesia não participaram, totalizaram-se 20 votos favoráveis e cinco votos brancos. Onde a discussão não foi tão pacífica foi na eleição de um presidente de Junta para a Comissão Municipal de Proteção Civil. Embora os socialistas achassem que Bruno Ferreira – o único presidente de Junta eleito pelo PS – devia ocupar o cargo, uma vez que liderava a maior e a mais urbana freguesia do concelho, o resto da Assembleia teve um entendimento diferente. Durante o período de discussão, Catarina Barreto, presidente da Junta de Aradas, saiu em defesa do colega Nelson Santos, presidente da Junta de Cacia, e advogou que a mudança não fazia sentido. A votação acabou por ser expressiva em benefício do social-democrata, que reuniu 21 votos contra os dez de Bruno Ferreira. Contaram-se ainda quatro abstenções. No seguimento das eleições, Catarina Barreto foi ainda a escolhida para representar a AMA no XXVII Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), tendo como substituto Óscar Ratola Branco, da Junta de Santa Joana. Já Miguel Silva, da Junta de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, e Sara Rocha, presidente da Junta de Eixo e Eirol, foram eleitos para a Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais. Carolina Santos, presidente de Junta de Oliveirinha, foi a escolhida para integrar o Conselho Municipal de Educação de Aveiro. Ângelo Ferreira foi o cidadão eleitor apontado para a Comissão Alargada da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Aveiro. O ponto sete da discussão, “Delegação de Competência Genérica no Presidente da Câmara Municipal para autorização previa de compromissos plurianuais”, foi introduzido por Luís Souto, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), como o mais importante da discussão. Segundo explica o autarca, a proposta do executivo era para que “não tivesse que vir tudo à Assembleia até determinado limite, neste caso os 500 mil euros, para essas autorizações dos compromissos plurianuais”. Do lado da oposição, PS e Chega entenderam votar a favor da proposta. Para João Ribeiro, deputado socialista, a aprovação da proposta prende-se com a ideia de que “a dinâmica de gestão pública exige celeridade”. Já Armando Grave, do Chega, considerou que o voto do partido consubstanciava um voto de confiança e uma “imputação de responsabilidade” ao próprio Luís Souto. O único outro opositor presente, a Iniciativa Liberal – o Livre não esteve na AMA – foi quem levantou mais dúvidas. A deputada liberal Cláudia Rocha assinalou que o valor limite aumentou dez vezes em relação ao mandato passado e questionou que “necessidades concretas” ou “compromissos assumidos” tinha o executivo. A eleita perguntou ainda a Luís Souto se ia ser feita uma “avaliação prévia de risco financeiro para cada compromisso plurianual assumido” e quis saber o porquê de a votação desta delegação de competências não acompanhar a votação do Orçamento Municipal e das Grandes Opções do Plano (GOP). Luís Souto respondeu que a autarquia tem de aproveitar “os mecanismos para aliviar a máquina do Estado”: “[A IL] pergunta: «Mas porquê um valor tão alto?» Foi o legislador que assim o considerou, porque teve a noção de que este país não anda para a frente”.   Na mesma senda, o presidente atacou a Iniciativa Liberal, que disse querer “assumir o papel de grande controlo” quando se afirma “tão amiga da facilitação, da liberalização e de soltar amarras da nossa sociedade”. Quanto à possibilidade de este ponto vir a ser votado numa outra Assembleia, Luís Souto apontou que “há necessidade que esteja acautelada (…) para podermos dar andamento a uma diversidade de procedimentos”. Na votação, todos os partidos se pronunciaram a favor, à exceção dos dois deputados liberais, que se abstiveram. O segundo ponto da ordem de trabalhos que mais discussão gerou foi o ponto oito – “Aquisição de serviços de diagnóstico e avaliação do potencial risco de rutura de árvores, pelo período de 24 meses - autorização para a assunção de compromissos plurianuais”. Fernando Nogueira, deputado eleito pelo Partido Socialista, fez notar que a empresa que ia prestar o serviço à autarquia era a “Floresta bem cuidada”. Ora, segundo aponta, esta é a mesma entidade responsável pelos “serviços de poda e abate de árvores” no Município. Dirigindo-se ao presidente, o socialista questionou se “parece racional e adequado que a empresa contratada para o abate de árvores também seja aquela que faz a sua avaliação sanitária e do seu possível abate”. “Não lhe parece que os perfis de prestação de serviços conflituam entre si?”, acrescentou. Luís Souto recusou as incompatibilidades sugeridas pelo deputado e ironizou: “Se calhar o senhor deputado acha que tem de se criar uma empresa «Só fazemos podas» e outra «Só analisamos se estão podres»”. No mesmo registo, o autarca disse também que, “daqui a mais, uma empresa só pode martelar pregos e outra só pode apertar porcas porque pode haver [incompatibilidade]”. Segundo afirma também o presidente, não devem existir muitas empresas com as competências da “Floresta bem cuidada”, pelo que descarta a problemática levantada por Fernando Nogueira. Da parte da Iniciativa Liberal, o deputado Diogo Gomes colocou uma série de questões sobre o trabalho que a empresa fez nos últimos 24 meses na autarquia. O liberal apontou ainda que a perceção de que o Município tem a “motosserra como primeiro recurso” acaba por corroer a confiança dos cidadãos e pediu a valorização do património arbóreo. Na votação, PS absteve-se e os restantes partidos votaram todos a favor da proposta.

Luís Souto reage à abolição das portagens na A25: “Quem gosta de pagar? É uma boa notícia”
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Luís Souto reage à abolição das portagens na A25: “Quem gosta de pagar? É uma boa notícia”

“Quem é que gosta de pagar? Ninguém gosta de pagar, portanto é uma boa notícia”, responde Luís Souto quando confrontado com a posição da Câmara Municipal em relação à eliminação de todas as portagens na A25. Recorde-se que, no passado dia 26, por proposta do Partido Socialista durante a discussão na especialidade do Orçamento de Estado para 2026, foi aprovado o fim as portagens restantes na A25. PS, Chega, IL, Livre, PCP, BE e JPP votaram a favor, o PAN absteve-se e PSD e CDS foram contra. O presidente da autarquia não ataca a posição dos partidos que o apoiaram na corrida à Câmara, PSD e CDS, e aponta que o Governo “tem um quadro geral para ponderar nesta situação das portagens”. No entanto, Luís Souto sublinha que “obviamente sempre defendeu a abolição desses pórticos” e que “a posição da CMA é a mesma de sempre”. A posição do atual presidente é coincidente com aquilo que também já tinha sido exposto pelo seu antecessor José Ribau Esteves. À Ria, o ex-presidente disse que se tratava de “uma vitória para Aveiro infelizmente muito demorada”. “O Governo e os partidos que o suportam foram contra por questões de princípio e porque queriam uma solução global para o país, com uma estratégia de redução gradual das portagens”, explicou também. O mesmo não se pode dizer de Firmino Ferreira, deputado à Assembleia da República pelo PSD e presidente da concelhia de Aveiro do partido. Em resposta escrita à Ria, o líder concelhio acusou os socialistas de quererem acabar com as portagens “à pressa” e defendeu que o Governo queria “desbloquear a situação de forma sustentada”. Lembre-se que o fim das portagens nas ex-SCUT foi aprovado em 2024 por intermédio de uma proposta do PS. Na altura, os socialistas esqueceram que na A25 existiam duas concessões - a Concessão “Costa de Prata” e a Concessão “Beiras Litoral e Alta” – e, portanto, só numa delas é que a medida surtiu efeito. Assim, depois de 1 de janeiro de 2025, continuaram a pagar-se portagens em três pórticos: Esgueira-Aveiro Nascente, Estádio-Angeja e Angeja-Albergaria.