São João da Madeira celebra Natal com “Fábrica dos Sonhos” imersiva e realidade virtual
São João da Madeira vai assinalar o Natal com um programa de atividades que inclui uma “Fábrica dos Sonhos” com realidade virtual e hologramas, o que a autarquia anuncia como “uma experiência imersiva inédita em Portugal”.
Redação
A proposta dessa cidade do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto absorve parte do investimento que câmara municipal e junta de freguesia reservam para a quadra natalícia, num montante que se reparte entre 61.500 euros para animação (num aumento de 12.300 face a 2023) e 135.300 para iluminação pública (o que constitui mais 18.450 do que no ano passado).
“Vai ser uma experiência realmente distintiva e também inclusiva, porque, para garantir que todos podem vivê-la, vamos levar óculos de realidade virtual às instituições de solidariedade social do concelho, para partilhar a ‘Fábrica’ com quem tiver mobilidade reduzida ou outras limitações”, declara à agência Lusa o presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira.
O presidente da junta de freguesia, Rodolfo Andrade, que comparticipa o cartaz de atividades a iniciar no próximo sábado com 18.450 euros, realça que as propostas em causa demonstram “a importância das sinergias na governação local”.
“Sentimos que havia necessidade de apresentar uma programação de Natal que nos distinguisse e nos projetasse como um concelho diferenciador, mas sempre aliada à tradição, à música, às cores, aos cheiros e à magia desta época”, declara o autarca.
A aposta foi, por isso, no “primeiro Natal imersivo do país”, com base numa estrutura coberta que parte de “tecnologia de ponta como realidade virtual, hologramas e ‘videomapping’ e combina esses recursos com uma história “que se deverá tornar uma referência para todos os sanjoanenses”.
A “Fábrica de Sonhos” já está a ser instalada na Praça Luís Ribeiro, no centro pedonal de São João da Madeira. Às crianças que estudam nas escolas do 1.º Ciclo e jardins-de-infância do concelho já foram oferecidas cerca de 2.000 entradas.
A estrutura tecnológica entra em funcionamento este sábado às 17:30, após o que estará disponível ao público até 31 de dezembro, operando de domingo a quinta-feira no período das 10:00 às 20:00 e às sextas, sábados e domingos até duas horas mais tarde – e nos dias 24 e 31 de dezembro apenas das 10:00 às 13:00.
A experiência tem uma duração aproximada de 20 minutos e conta com três momentos narrativos: a “Viagem ao Pólo Norte”, em realidade virtual; a “História de Natal”, projetada a 360 graus, com efeitos audiovisuais e olfativos; e a interação com o Pai Natal, que os organizadores prometem ser “um momento especial para todas as idades”.
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Aveiro sob aviso amarelo na sexta-feira devido à chuva
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 03:00 e as 09:00 de sexta-feira. O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. O IPMA prevê para sexta-feira no continente períodos de chuva ou aguaceiros nas regiões norte e centro, localmente fortes no litoral, vento do quadrante sul e subida da temperatura mínima. As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 05 graus Celsius (em Bragança) e os 17 (em Lisboa) e as máximas entre os 12 (na Guarda) e os 23 (em Santarém).
Ilustradora Luísa Nunes expõe naturalistas discriminadas e insetos ameaçados
As mostras constam do programa do 15.º Encontro Bienal de Ilustração da autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, onde as ilustrações da autora doutorada em Ecologia de Insetos e especialista em Entomologia ficam disponíveis até domingo nos Paços da Cultura e, de segunda-feira até 14 de dezembro, na Torre da Oliva. “Tentamos diversificar os estilos de desenho entre as nossas 30 exposições”, disse a curadora da Bienal, Adélia Carvalho, pelo que foram incluídas “estas propostas relacionadas com ilustração científica por representarem uma área de trabalho que, embora com menos visibilidade pública, é importantíssima para o meio académico e para a divulgação de conhecimento”. No caso dos chamados insetos-joia, que motivam a exposição “Naturia Secreta”, Luísa Ferreira Nunes admite que a fotografia macro disponibiliza mais facilmente a mesma informação que os desenhos, mas não surte o mesmo efeito junto do público, seja ele especializado ou não. A autora conta, aliás, que a sua primeira experiência a desenhar invertebrados com iridescência foi no Museu de História Natural de Florença, onde estava a receber formação sobre a montagem de coleções de insetos e não houve entusiasmo perante a sua proposta de retratar os espécimes disponíveis. “Eu estava maravilhada, mas eles não perceberam o potencial da minha sugestão e só me deixaram desenhar se fosse fora do horário de trabalho. Ao ver os desenhos é que mudaram de opinião e então pediram-me que fizesse mais, para ficarem com esse registo em arquivo”, recorda. A diferença está “na perícia manual e artesanal” que o desenho exige, na observação muito mais “meticulosa” que implica. Disso resulta “um toque mais humano”, algo intimista, que prende de forma distinta o observador e o deixa mais sensível às características das espécies retratadas. Essas tanto podem ser nativas da Papua Nova Guiné como da Austrália ou Madagáscar, mas em comum têm o facto de todas estarem “em risco de conservação ou já extintas” – o que se deve sobretudo ao tráfico gerado pelos seus exoesqueletos com brilho, cujos reflexos abrangem um vasto leque de cores consoante a incidência da luz, o habitat em que o espécime se quer camuflar e o predador a que pretende escapar, já que algumas tonalidades são impercetíveis a certos animais. O fascínio em torno desses escaravelhos-joia é “por serem muito bonitos” e cada vez mais raros, o que leva os colecionadores – “que dizem ser conservacionistas, mas estão longe disso”, garante a docente de Entomologia – a contratarem pessoas só para tentar capturá-los nas florestas. “É um mercado que vale muito dinheiro”, garante Luísa Ferreira Nunes. “Nos museus há um respeito extremo pelos insetos-joia – quando secos, cada um pode demorar semanas ou meses a ser montado e depois fica guardado com códigos numa caixa-forte – mas na internet eles motivam um dos maiores mercados ilegais de tráfico de vida selvagem e há quem pague 20.000 euros por um escaravelho morto”. Muito menos valor se deu às cientistas que, embora tendo sido pioneiras na observação de determinadas espécies, foram menosprezadas pela sociedade e pelo próprio meio académico da altura meramente por serem mulheres. São 14 dessas exploradoras – só muito postumamente reconhecidas pelas inovações que introduziram no estudo da Natureza – que a docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco homenageia nos desenhos reunidos na mostra “Mulheres Naturalistas do Passado”. Luísa Ferreira Nunes destaca, dessa lista, Maria Sibylla Merian, que, no século XVII, “viajou sozinha para a selva do Suriname, num barco cheio de escravos da cana-de-açúcar, e foi a primeira pessoa a registar um crocodilo”. Para o apreço da ilustradora pela cientista holandesa contribuem ainda dois outros fatores: “Fazemos anos no mesmo dia e ambas aprendemos a desenhar com o nosso pai”. A portuguesa que já fez uma travessia do Alaska e quer inspirar as suas alunas a serem igualmente intrépidas reconhece que as mulheres ainda enfrentam preconceitos na atualidade, inclusive no meio universitário, mas admite que nenhum estará ao nível dos que Merian enfrentou no seu tempo. “Quando ela regressou à Europa foi vítima de escárnio, disseram que as suas observações eram todas inventadas e nunca perdeu a fama de mentirosa nem recuperou a credibilidade, o que é de uma injustiça tremenda”, defende Luísa Ferreira Nunes, considerando que Merian foi precursora de Darwin e Tennyson em temas como a sobrevivência do mais apto e a evolução das espécies. A holandesa “só passou a ser respeitada quando os homens reconheceram o que ela tinha feito” e, para a naturalista portuguesa que nela se inspirou séculos mais tarde, “isso é doloroso de saber ainda hoje”. Além das exposições “Naturia Secreta” e “Mulheres Naturalistas do Passado”, Luísa Ferreira Nunes também é a autora da agenda ilustrada que o Encontro Bienal de Ilustração de São João da Madeira apresenta ao público domingo de manhã. O diário resulta de uma colaboração de vários anos com a RVJ Editores e para 2025 a docente e investigadora escolheu o tema “Gatos Selvagens”, do que diz resultar um produto que, à semelhança de anos anteriores, deverá ter “muito mais vendas nos Estados Unidos do que em Portugal”.
Águeda vence prémio Folha Verde Europeia de 2026
Numa nota camarária, o presidente da autarquia, Jorge Almeida, disse que o prémio é o reconhecimento do compromisso do município com o ambiente e com a aplicação de políticas para um desenvolvimento mais sustentável. “É com muito orgulho que recebemos esta distinção que destaca Águeda como uma referência e modelo a seguir em toda a Europa pelas medidas e boas práticas que implementamos na área ambiental”, disse Jorge Almeida, citado na mesma nota. O autarca vincou ainda que este reconhecimento à escala europeia, e que é atribuído, pela primeira vez, a um município da região Centro, é “um incentivo para continuar este percurso de inovação e de vanguarda, contribuindo para um futuro melhor e para a concretização de uma visão sustentável do concelho e do mundo”. Na cerimónia, que decorreu ontem, em Valência (Capital Verde Europeia deste ano), Águeda e Vaasa (Finlândia) foram distinguidas com o prémio Folha Verde Europeia, atribuído a cidades com uma população entre 20 e 100 mil habitantes. No caso de Águeda, segundo a autarquia, a Comissão Europeia destacou o Plano de Ação Climática do município, que tem o “objetivo ambicioso” de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 90% até 2050, em comparação com 2005, bem como outros projetos desenvolvidos com a ajuda da comunidade. As duas cidades vão receber um prémio financeiro de 200 mil euros, cada uma, para ajudar a organizar atividades durante o ano em que detêm o título (neste caso será em 2026) e desencadear novas transformações. Para além deste prémio, a Comissão Europeia atribuiu a Guimarães o título de “Capital Verde Europeia 2026”, destinado a cidades com mais de 100 mil habitantes.
Mealhada anuncia investimento de 1,4 milhões de euros na criação de habitação
“São oito fogos a ser construídos na Póvoa da Mealhada, num investimento estimado em 1.409.515,27 euros, no âmbito da candidatura apresentada ao Programa 1.º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para construir e reabilitar habitação”, destacou. Segundo esta autarquia do distrito de Aveiro, o acordo de colaboração entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), para o projeto de construção de habitações unifamiliares na Póvoa da Mealhada, foi aprovado na segunda-feira. “Os oito fogos são de tipologia T3, distribuídos por dois blocos, cada um constituído por quatro moradias unifamiliares, em banda, circundadas por passeios e jardins e ainda servidas por espaço de lazer e convívio”, informou. Trata-se de um projeto que visa “colmatar a dificuldade de habitação existente no Município”. As habitações destinam-se a ser arrendadas pelo IHRU a pessoas e agregados abrangidos pelo Programa de Apoio ao Arrendamento (PAA). A Estratégia Local de Habitação do Município da Mealhada, aprovada em agosto de 2022, foi definida para o horizonte temporal 2022 – 2026, identificando as ações prioritárias a desenvolver no Município da Mealhada, entre investimentos públicos e privados. Além da criação de habitação na Póvoa da Mealhada, prevê também a criação de habitação na Pedrulha, no Canedo e na Pampilhosa. “Aponta para um investimento de 68 milhões de euros”, destacou.
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Comerciantes descontentes com a construção de monumento na rotunda da Sé de Aveiro
“Para nós está completamente desenquadrado [o monumento à muralha de Aveiro]. Primeiro porque quer representar uma situação histórica que me parece muito pouco a ver com o que está a ser construído. Segundo, pelo local de implantação. Numa rotunda que ainda por cima tira a vista, quer aos seus utilizadores quer às pessoas que estão a entrar na praça. Era a principal praça de Aveiro…. Até dava prazer ver os turistas a tirar foto dali… Tinham um enquadramento total do espaço e agora vai ficar com uma excrescência”, começou por partilhar um dos comerciantes à Ria, insistindo que não percebe o propósito. “Aquilo faz lembrar tudo menos as portas… E este muro que alegadamente pretende ser um revivalismo à muralha não me parece nada a ver com a muralha tradicional”, continuou. Em jeito de desabafo, mesmo sem a obra estar concluída, exprimiu que tem já a “esperança” de que o próximo autarca de Aveiro “retire” o monumento. “Quando? Não sei. Mas vai acontecer de certeza”, afirmou. Para o comerciante, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, quis apenas “deixar uma marca” com a construção do monumento. “Isto já era um projeto antigo que estava na gaveta… Como é o último mandato e já não tem de dar contas a ninguém decidiu retirá-lo (…) e espetar aqui um ferro. Neste caso, não foi ferro, mas sim cimento”, criticou. Questionado pela Ria sobre como teve conhecimento das obras e do fecho da Avenida, este lojista destacou que “não fomos tidos nem achados” e que “não houve nenhum edital, nem nenhuma informação”. “Soube pela impossibilidade de utilizar o espaço porque tinha cá as grades e não conseguíamos passar”, sublinhou. Já num outro comércio a mesma observação foi partilhada. “O Município não me avisou de nada no que toca ao corte da estrada. Eu só soube pelo jornal local. Nós não tivemos nenhum aviso… Ninguém nos mandou uma carta ou um email a avisar de nada…”, lamentou o lojista, realçando que o comércio local está a ser “muito penalizado por causa da muralha”. Para este a Avenida precisava de obras, mas tal como o anterior lojista não consegue entender o propósito da construção da muralha. “Isto não me faz lembrar o Aveiro de antigamente... Sinceramente não sei e todos os vizinhos aqui à volta ninguém está a perceber muito bem a obra”, expressou. Outros dois lojistas criticaram ainda o tamanho do monumento. “Acho exageradamente grande. Podia ter sido construído um monumento mais pequeno para chamar a atenção…Não um mamarracho como se costuma dizer”, reconheceu um deles. A obra de qualificação do Adro da Sé de Aveiro e de construção do Monumento à Muralha de Aveiro tem um investimento superior a 740 mil euros. A empreitada tem como data de conclusão o dia “1 de dezembro”. A informação foi avançada por Ribau Esteves, na última reunião camarária. O Monumento da Muralha de Aveiro foi projetado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira e tem como objetivo, segundo a autarquia, “valorizar a história de Aveiro, com a implantação de um monumento evocativo da muralha da cidade e de um modo particular da Porta do Sol”. Na sessão de abertura da 18ª edição das Jornadas de História Local e de Património Documental, o presidente do Município de Aveiro avançou que o monumento “está quase pronto” e aconselhou as pessoas a “conhecerem mais a obra do arquiteto Siza Vieira pelo mundo inteiro”. “Vejam o instrumento que vamos passar a ter, porque este arquiteto com 94 anos - e que tem obras pelo mundo inteiro - vai ter a sua única obra de arte pública em Aveiro”, realçou. Sobre a construção do monumento evocativo da Muralha de Aveiro, Ribau Esteves relembrou que a ideia do mesmo já advém do anterior presidente do Município de Aveiro, Élio Maia [2005-2013], na altura, para assinalar os 250 anos da elevação a cidade. “Depois não houve obviamente capacidade financeira”, justificou. O autarca aveirense acusou ainda o seu “antecessor”, neste caso, Alberto Souto de Miranda de ter destruído a muralha “com o buraco do túnel da Sé”. “Era lá que estava a muralha e nem sequer tiveram o bom senso de guardar uma pedrinha que fosse…. Foram todas para um sítio ou para vários sítios… Não deixaram uma ao menos na reserva dos nossos museus”, atirou.
Aveiro vai fazer “mais e melhor” após Capital Portuguesa da Cultura
A pouco mais de um mês do encerramento de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura, que acaba a 29 de dezembro, Ribau Esteves diz que o município subiu “um patamar naquilo que é o crescimento qualitativo da capacidade da Câmara de fazer e promover cultura e da rede de agentes culturais”. O autarca falava durante a apresentação da programação do Teatro Aveirense (TA) para o primeiro quadriénio de 2025. Apesar de haver uma menor quantidade de eventos culturais no próximo ano, comparativamente com este ano, Ribau Esteves diz que “o crescimento qualitativo e também quantitativo nalgumas das operações” da programação do município vai continuar em 2025, dando como exemplo o investimento na programação do TA e em alguns eventos considerados “marcas chave”. “A Feira de Março, a Feira do Livro, o Festival dos Canais, o Festival Dunas de São Jacinto, o PRISMA e a Bienal de Cerâmica Artística são marcas que vão ter mais investimento institucional e a maior parte delas mais investimento financeiro da Câmara”, sublinhou. O presidente da Câmara anunciou ainda que no próximo ano vão acontecer dois eventos que ainda estão relacionados com a Capital Portuguesa da Cultura, um dos quais será a apresentação pública de um documento sobre o que foi este evento. “Temos a obrigação de deixar contada essa história, de deixar a possibilidade de quem quiser voltar a viver, num formato diferente, aquilo que foi o investimento histórico da nossa vida que é o de termos sido Capital Portuguesa da Cultura”, disse o autarca. Relativamente à programação para o TA, o diretor deste equipamento, José Pina, disse que a estreia absoluta de “Terra das Minhocas”, uma peça de teatro infantil de Chiara Guidi é “um dos projetos mais marcantes” do próximo ano. José Pina detalhou que esta encenação criada especificamente para o Aveirense é a resposta a um desafio que foi lançado à encenadora italiana para “com uma estrutura local, neste caso o Palco Central, criar em contexto de residência, em contexto colaborativo, um projeto para o público escolar”. Outro dos destaques vai para a estreia nacional, a 22 de fevereiro, de “O Filho da Tempestade”, um concerto espetáculo da Compagnia della Fortezza, com a participação de Andrea Salvadori e Armando Punzo, também italianos. Ainda na música, Marta Pereira da Costa irá apresentar o seu novo disco “Sem Palavras”, num espetáculo que acontece a 27 de janeiro, um ano depois do concerto de abertura de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura. Pelo palco do Aveirense vão ainda passar a banda aveirense Moonshiners (25 de janeiro), Paulo de Carvalho (09 de fevereiro), o projeto “Para sempre Marco” (14 de fevereiro) e Mão Morta (07 de março). A 13 e 16 de março, a artista brasileira Cláudia Raia apresenta “Menopausa”, uma peça de teatro sobre a mulher 50+ que retrata situações vividas por mulheres no seu “segundo acto” de vida. Na dança, destaque para a estreia absoluta de “Danças”, com direção artística e coreografia de Martina Griewank Ambrósio, da Geórgia, e, no cinema, tem lugar a 18.ª edição da Festa do Cinema Italiano, nos dias 22 e 23 de abril. José Pina salientou ainda as peças de teatro “Solstício de Inverno”, da companhia Teatro da Cidade, (18 de janeiro), “Sul”, da companhia A Turma (28 março), e “Refugiado”, de Paulo Matos (30 abril). A programação começa com o já tradicional Concerto de Ano Novo e Reis, nos dias 01 e 02 de janeiro, a cargo da Orquestra Filarmonia das Beiras, com direção de Jan Wierzba, onde não faltarão as tradicionais valsa, polca ou marcha.
Aveiro sob aviso amarelo na sexta-feira devido à chuva
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 03:00 e as 09:00 de sexta-feira. O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. O IPMA prevê para sexta-feira no continente períodos de chuva ou aguaceiros nas regiões norte e centro, localmente fortes no litoral, vento do quadrante sul e subida da temperatura mínima. As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 05 graus Celsius (em Bragança) e os 17 (em Lisboa) e as máximas entre os 12 (na Guarda) e os 23 (em Santarém).
Estudos da UA mostram vantagens da terapia fágica: terapia agora aprovada em Portugal
As infeções do trato urinário são das doenças infeciosas mais comuns, tanto na comunidade como no contexto hospitalar, resultando em elevadas taxas de morbilidade e custos económicos significativos associados ao seu tratamento. Entre as infeções urinárias, a cistite não complicada - infeção da bexiga - é a mais prevalente, sendo responsável por 95% de todos os casos. Contudo, em ambiente hospitalar, o risco de adquirir uma infeção urinária complicada aumenta, especialmente em pacientes algaliados. O tratamento convencional destas infeções consiste no uso de antibióticos. Segundo as orientações da Associação Europeia de Urologia, o tratamento da cistite aguda não complicada inclui o uso de antibióticos de primeira linha, como a fosfomicina, pivmecillinam e a nitrofurantoína, enquanto terapias alternativas incluem fluoroquinolonas, cefpodoxima proxetil, sulfametoxazol e trimetoprim. No entanto, atualmente, muitas das bactérias que causam infeções urinárias, adquiridas tanto no ambiente hospitalar como na comunidade, são resistentes a antibióticos, sendo frequentemente resistentes a antibióticos pertencentes a várias famílias, o que dificulta o seu tratamento. Por outro lado, a maioria das bactérias responsáveis pelas infeções urinárias pode crescer sob a forma de biofilmes. Os biofilmes consistem em agregados de bactérias que aderem a superfícies abióticas ou bióticas, envoltos numa matriz polimérica extracelular. Esta estrutura confere-lhes proteção contra a resposta imunitária do hospedeiro, condições de stress e antimicrobianos, como os antibióticos. As estirpes formadoras de biofilme são particularmente problemáticas, uma vez que causam infeções graves e apresentam uma resistência significativamente superior (10 a 1000 vezes maior) às dos antibióticos quando comparadas com as bactérias na forma livre planctónica. Estas bactérias podem colonizar superfícies abióticas, incluindo dispositivos médicos, como cateteres, frequentemente usados em pacientes hospitalizados. Face ao aumento crescente da resistência aos antibióticos, torna-se imperativo desenvolver alternativas eficazes para controlar estas infeções. A terapia fágica, que utiliza vírus que infetam especificamente bactérias (bacteriófagos, ou simplesmente fagos), tem surgido como uma solução eficaz contra estirpes bacterianas resistentes aos antibióticos, podendo substituir ou complementar a terapia antibiótica convencional. Embora a Europa Oriental tenha começado a utilizar a terapia fágica já em 1919, continuando a aplicá-la até aos dias de hoje na área da clínica, na Europa Ocidental, o seu uso terapêutico permanece limitado. Contudo, tem vindo a ganhar terreno como terapia experimental em tratamentos compassivos, como terapia de último recurso para pacientes em que os antibióticos não surtem efeito, tendo já contribuído para salvar várias vidas. Em 2018, a Bélgica tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a aprovar o uso da terapia fágica para tratar infeções causadas por bactérias resistentes a antibióticos. Portugal seguiu recentemente o mesmo caminho. Este mês, o Infarmed aprovou o uso da terapia fágica no país, tornando-se assim Portugal um dos primeiros países a regulamentar esta abordagem para o tratamento de infeções causadas por bactérias resistentes aos antibióticos, como as infeções urinárias. De facto, os fagos têm sido amplamente investigados a nível mundial como uma alternativa promissora para controlar infeções urinárias, incluindo aquelas causadas por estirpes bacterianas resistentes aos antibióticos e formadoras de biofilme. Recentemente, na UA foram desenvolvidos três estudos sobre a aplicação da terapia fágica na inativação de bactérias associadas a infeções urinárias. Num primeiro estudo, avaliou-se a aplicação de três novos fagos na inativação de uma bactéria frequentemente associada a infeções urinárias e que apresenta uma elevada taxa de resistência aos antibióticos. Os resultados foram promissores: os fagos, tanto isoladamente como combinados em cocktail, mostraram elevada eficácia mesmo em amostras de urina, atingindo uma inativação de 99% após quatro horas de tratamento. Estes resultados motivaram a realização de novos estudos com outras bactérias implicadas em infeções urinárias. Num segundo estudo, foi isolado um novo fago e testado contra uma estirpe de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemases. Os resultados corroboraram os resultados obtidos no primeiro estudo, demonstrando que o fago foi eficaz na inativação da bactéria e manteve a sua atividade em condições de pH baixo, como ocorre na urina, observando-se uma inativação de 99, 99% após nove horas de tratamento. Num terceiro estudo, dois fagos foram testados contra uma estirpe de Pseudomonas aeruginosa resistente a vários antibióticos. Estes fagos foram avaliados isoladamente e em combinação (cocktail) contra P. aeruginosa na sua forma livre (células planctónicas) e em biofilmes em urina. Adicionalmente, foi analisado o efeito do tratamento combinado de um dos fagos com o antibiótico ciprofloxacina na inativação de biofilmes de P. aeruginosa formados em urina. Os resultados deste terceiro estudo mostraram que o tratamento com fagos foi altamente eficaz na inativação de biofilmes de P. aeruginosa em urina, alcançando uma redução 10 vezes superior ao estudo anterior, de 99,999%, após quatro horas de tratamento. Neste estudo, os melhores resultados foram obtidos utilizando apenas fagos, comparativamente aos resultados obtidos usando apenas antibiótico ciprofloxacina ou mesmo o tratamento combinado dos fagos com a ciprofloxacina que não aumentou a inativação de P. aeruginosa. Estes estudos demostraram que a utilização de fagos poderá ser uma abordagem promissora para controlar infeções urinárias, nomeadamente infeções causadas por estirpes formadoras de biofilme e resistentes a antibióticos. A equipa de investigação do Laboratório de Microbiologia Aplicada do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA envolvida: Adelaide Almeida (líder de equipa e professora do Departamento de Biologia); Carla Pereira; Pedro Costa; Márcia Braz; João Duarte; Carolina Máximo; Ana Brás e Inês Martinho