RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

A ouvir e a agir: o balanço de Pedro Lages como provedor do estudante da UA

Corria o ano de 2014 quando Pedro Lages concluía o curso de Biotecnologia na Universidade de Aveiro (UA). Nove anos depois, regressava à sua antiga ‘casa’, desta vez, para assumir o papel de provedor do estudante até 2026. A um ano de terminar o seu mandato, Pedro Lages foi o mais recente convidado do podcast Ria Co(m)vida.

A ouvir e a agir: o balanço de Pedro Lages como provedor do estudante da UA
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
02 mai 2025, 21:29

Nomeado por unanimidade pelo Conselho Geral, o também antigo dirigente associativo e alumni UA começou por explicar à Ria que aceitou o convite para esta entrevista “por acreditar que é relevante poder prestar contas sobre aquilo que tem sido o seu trabalho (…), mas também [para] promover um pouco mais a figura do provedor”. Este “é um dos objetivos que acabei por definir quando aceitei este desafio”, assegurou.

Ao refletir sobre a sua missão, Pedro Lages avançou que a tem encarado de uma “forma tranquila” para “conhecer bem os problemas que são transmitidos pelos estudantes”. “Isso também acredito que é um garante da independência que esta função pode ter. É escutar os problemas que os estudantes nos transmitem, estudá-los de certa forma e enquadrá-los na realidade da UA, para depois poder promover mudanças ou resoluções que possam ir de encontro às suas expectativas”, sintetizou.

Apesar da importância do cargo, o provedor reconheceu que a maioria dos estudantes desconhece a sua existência. “Se nós atentarmos no número de estudantes da nossa universidade e no número de requisições que o provedor do estudante tem ao longo dos tempos, desde a sua criação, reparamos que não ultrapassamos o 1% dos estudantes a recorrerem ao provedor. Isto não pode ser por não existirem situações a carecer de apoio, porque elas acontecem diariamente e não quer dizer que a universidade esteja a falhar na sua missão”, refletiu.

Para Pedro Lages a curta duração dos ciclos de estudo pode ser uma das razões que contribuiu, ao longo dos tempos, para esse afastamento. “Se não houver um esforço constante de promoção dos órgãos e dos serviços da universidade... Eles não vão conhecê-los durante a sua passagem. [Os estudantes] passam por cá em ciclos cada vez mais curtos. As licenciaturas têm três anos, os novos públicos que conseguimos atrair vêm cá em formações cada vez mais reduzidas e, portanto, este esforço de difusão desta figura deve ser constante”, reforçou.

Pedro considera ainda o provedor do estudante como o “último recurso” dentro da universidade “para resolver situações que os estudantes possam considerar injustas, eventuais conflitos com serviços, docentes, colegas”. Embora não tenha poder deliberativo, o provedor tem a capacidade de “mediar (…) junto dos órgãos ou dos serviços da universidade”. “[É] quase um soft power, que é, não tendo capacidade de decidir, as suas recomendações são ou carecem de uma justificação em caso de não serem seguidas por parte da entidade que recebe a recomendação”, expôs.

Ao longo do seu mandato, um dos eixos prioritários tem sido a proteção dos estudantes com atividades extracurriculares, entre os exemplos, dirigentes associativos ou trabalhadores-estudantes. “A universidade não é apenas uma instituição de formação académica, é também um espaço de cidadania. (…) Portanto, todos estes estudantes carecem de uma maior proteção”, vincou.

Ao longo da entrevista, Pedro Lages analisou ainda o último relatório de atividades disponível de 2023 onde foram identificadas como principais áreas de atuação os temas académico-administrativos, pedagógicos e de ação social. Apesar do relatório de 2024 ainda não estar disponível, publicamente, o provedor adiantou que o número de exposições “aumentou” e que, apesar dos temas serem transversais [aos de 2023], há uma “grande prevalência nos temas académico-administrativos”. Dentro destes temas, destacam-se assuntos relacionados com dívidas de propinas, concessão de estatutos especiais e pedidos para inscrição em unidades curriculares adicionais.

“No ano de 2024 eu posso destacar um aumento da procura por estudantes de doutoramento, associada a temas de pressão académica, que devemos estar atentos e analisar com a calma necessária, mas que devem merecer aqui a nossa atenção”, adiantou. “Há alguns conflitos conducentes, alguma incompatibilidade com orientadores, mas são temas que carecem também de calma, de reflexão, para percebemos como é que conseguimos ultrapassar estas situações”, continuou o provedor estudante.

Já com um olhar crítico sobre o perfil de um provedor de provedor do estudante, Pedro Lages afirmou que se revê com o modelo utilizado na UA já que este prevê a escolha de um provedor sem vínculo formal à universidade. “Eu acredito que este modelo mais facilmente salvaguarda esta independência. E é uma independência que, ao mesmo tempo, deve uma responsabilidade diretamente aos estudantes”, sublinhou. Também sobre a duração do número de anos do mandato [três anos], o provedor opinou ser “relevante” e “adequada”. “Seria, na minha opinião, muito mais relevante definir quantos mandatos é que um provedor pode fazer limitando-os. Acredito que essa renovação acaba por ser muito importante no exercício das funções, ou seja, traz dinamismo, novas ideias e impede quem está no exercício do cargo de se acomodar ao normal funcionamento”, exprimiu. Note-se que na revisão dos estatutos da UA não foi definido nenhum limite de mandatos para a figura do provedor do estudante, mas a proposta do Governo para o novo RJIES aponta a um limite de dois mandatos de três anos.

Questionado ainda sobre a relação com a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), o provedor definiu-a como “extraordinária”. “Pela minha experiência não me faria sentido, exercendo estas funções, não ter uma relação próxima com a Associação Académica. (…) A relação com a AAUAv tem sido extraordinária, tem vindo a melhorar ao longo do tempo, fruto também dessa maior proximidade que eu tenho tentado assumir junto da Associação”, disse.

A um ano para terminar o mandato, Pedro Lages exprimiu que sente que tem sido “útil” à comunidade e que “essa é uma das grandes satisfações” que leva do exercício destas funções. Sobre uma eventual continuidade no cargo, responde com ponderação: “Naturalmente, tendo exercido um mandato, ou estando a chegar próximo do final do mandato, tenho disponibilidade, naturalmente, para continuar, porque também tenho mais conhecimento e acredito que (…) posso aportar um maior valor”, considerou.

Recomendações

GrETUA estreia rubrica “Fora do Armário” com conversa sobre a ‘flânerie’
Universidade

GrETUA estreia rubrica “Fora do Armário” com conversa sobre a ‘flânerie’

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a primeira edição do “Fora do Armário” será dedicada ao tema “A Flânerie: dos livros às outras artes” e procurará “debruçar-se sobre esta figura icónica da poesia do século XIX para explorar o gesto de caminhar e deambular pela cidade enquanto prática literária e artística”. O convidado desta edição será Diogo Marques, investigador do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e do CODA - Center for Digital Culture and Innovation da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A conversa contará ainda com sugestões de leitura do “catálogo da livraria-armário que o GrETUA mantém em parceria com a snob e por leituras de textos selecionados”. A entrada é gratuita. A nova rubrica ficará ainda, posteriormente, disponível em formato podcast.

Agenda ILLIANCE apresenta resultados esta quarta-feira na UA
Universidade

Agenda ILLIANCE apresenta resultados esta quarta-feira na UA

Com o tema “Contributo para a Competitividade e Resiliência da Economia Portuguesa", a sessão, que decorre no auditório Renato Araújo, pretende dar a conhecer os resultados alcançados até à data no âmbito desta agenda, e promover a reflexão sobre o contributo das agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a competitividade e resiliência da economia portuguesa. A sessão de abertura contará com a intervenção de João Veloso, vice-reitor da UA, seguida da participação de Nelson Ferreira, responsável internacional de Indústria 4.0 na Bosch Termotecnologia, que abordará o papel estratégico do conhecimento e da tecnologia na competitividade. Marta Marques, coordenadora da UACOOPERA - unidade transversal para a Cooperação com a Sociedade -, completará a sessão inaugural sublinhando o papel da UA como catalisador de inovação colaborativa. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o painel principal, subordinado ao tema “Impulsionar a Competitividade e a Resiliência Económica através de I&D e Inovação: O Papel Estratégico das Agendas Mobilizadoras do PRR”, reunirá alguns dos protagonistas da inovação em Portugal. Entre eles estará Tiago Sacchetti, diretor da Bosch Industry Consulting em Portugal e Espanha. No encerramento do evento é ainda aguardado Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial, mas “ainda sem presença confirmada”. “Mudar a forma como construímos e habitamos é crucial para enfrentar as alterações climáticas. Com a Agenda ILLIANCE, Portugal dá um passo concreto rumo a um futuro mais verde e resiliente, provando que a inovação colaborativa é a chave para transformar desafios globais em oportunidades de desenvolvimento económico e social”, realçou Nelson Ferreira.  João Veloso, citado na nota, acrescentou ainda que “este evento, que junta empresas e academia, evidenciará de forma clara as vantagens desta parceria, que se pretende cada vez mais próxima e mais intensa”. A participação na sessão é livre, mas de inscrição obrigatória, limitada à capacidade do auditório. A Agenda ILLIANCE é uma das 21 Agendas Mobilizadoras/Verdes para a Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em que a UA participa. Financiado pelo PRR, o consórcio da Agenda Mobilizadora ILLIANCE prevê o lançamento de 77 novos produtos, com um potencial de vendas superior a 300 milhões de euros, reforçando a competitividade nacional e posicionando Portugal na linha da frente da construção sustentável e da neutralidade carbónica. Assente nos pilares da saúde, conforto e sustentabilidade, a Agenda ILLIANCE aposta na industrialização de tecnologias inovadoras capazes de transformar o setor dos edifícios, responsável por uma parte significativa do consumo energético e das emissões de gases com efeito de estufa, para reduzir a dependência energética, melhorar a qualidade de vida, proteger o ambiente e acelerar o combate às alterações climáticas.

Noite Europeia dos Investigadores traz mais de 50 projetos desenvolvidos na UA à Fábrica
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Noite Europeia dos Investigadores traz mais de 50 projetos desenvolvidos na UA à Fábrica

A iniciativa é dedicada a todos os públicos e famílias e decorre no espaço exterior da Fábrica Centro Ciência Viva. Divulgar projetos de investigação, mostrar quem são os investigadores e o que os motiva são os objetivos desta noite. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o evento proporcionará momentos de contacto direto entre investigadores e o público participante, através de diversas atividades de comunicação e divulgação de ciência, tais como a Feira de Ciência e Tecnologia - “Science@UA”, exposições e a estreia do espetáculo de arte e ciência “O EnCanto de Investigar… As mais belas coisas do Mundo”. No caso da Feira de Ciência e Tecnologia, entre as 21h00 e as 24h00, a mesma contará com a apresentação e demonstração de “52 projetos de investigação inovadores desenvolvidos na UA, juntando a participação de mais de 130 cientistas”. Neste mesmo horário, estará aberta para visita a exposição interativa “Mãos na Massa”, a exposição “Feito de Ciência: os Materiais do Nosso Futuro” e a exposição de fotografia “A viagem do Pianoscópio”. No que toca ao espetáculo de arte e ciência, pelas 22h00, a performance pretende criar em palco um momento acolhedor, íntimo, especial, a partir do livro de Valter Hugo Mãe, com o mesmo nome. A Noite Europeia dos Investigadores é considerada o maior evento europeu de celebração da Ciência e da sua relação com a sociedade. Celebrada em 460 cidades, em 25 países europeus, esta iniciativa pretende ser uma homenagem a todos os investigadores e uma oportunidade de mostrar à sociedade os resultados mais atuais da investigação. Todas as atividades da Noite Europeia dos Investigadores são gratuitas e não requerem inscrição prévia. O programa na íntegra pode ser consultado aqui

Autárquicas: Estudantes deslocados têm até hoje para pedir voto antecipado
Universidade

Autárquicas: Estudantes deslocados têm até hoje para pedir voto antecipado

De acordo com a informação disponível na Comissão Nacional de Eleições (CNE), o pedido deve ser dirigido ao presidente da Câmara Municipal da autarquia onde o estudante está recenseado, podendo ser feito por “meios eletrónicos ou via postal”. A candidatura deve ser acompanhada de uma cópia do documento de identificação civil [cartão de cidadão ou bilhete de identidade] e de uma declaração emitida pelo estabelecimento de ensino que comprove a admissão ou frequência. Após a receção do requerimento, o presidente da câmara tem até esta quinta-feira, “25 de setembro”, para enviar, por correio registado com aviso de receção, a documentação necessária ao exercício do voto, devolvendo igualmente os documentos apresentados pelo estudante. O processo culmina entre “29 de setembro e 2 de outubro”, período durante o qual “o presidente da Câmara Municipal da área onde se encontre situado o estabelecimento de ensino desloca-se a esse estabelecimento de ensino para que seja exercido o direito de voto pelos estudantes”. Após a votação é ainda entregue um documento comprovativo do exercício do direito de voto. Recorde-se que as eleições autárquicas estão marcadas para o próximo dia 12 de outubro.

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ERC oficializa sondagem do PS: Alberto Souto à frente, mas com empate técnico
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ERC oficializa sondagem do PS: Alberto Souto à frente, mas com empate técnico

Recorde-se que a divulgação sem ficha técnica e sem registo oficial foi criticada pela candidatura adversária, que acusou o PS de “ilusionismo”. A própria Ria, numa notícia publicada no seu site, esclareceu que até aquela data nenhuma informação estava disponível no site da ERC que validasse e oficializasse o estudo encomendado pela direção nacional do Partido Socialista. Mas a verdade é que a informação consta hoje no site da ERC, acompanhada de toda a documentação legalmente exigida. O inquérito foi realizado entre 4 e 20 de agosto, através de 603 entrevistas presenciais junto de eleitores do concelho de Aveiro. Os entrevistadores registaram diretamente as respostas em dispositivo eletrónico (sistema CAPI, Computer Assisted Personal Interview). As entrevistas foram distribuídas por todas as freguesias, respeitando quotas de género e idade, para garantir uma amostra semelhante à população recenseada. A margem de erro indicada é de cerca de quatro pontos percentuais. No que diz respeito aos resultados, o PS aparece na frente com 36%, a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM) surge logo de seguida com 31% e o Chega com 19%. Os restantes partidos ficam entre 1% e 2%, com BE, IL e Livre a surgirem com 2% cada e CDU e PAN com 1% cada. Como a diferença entre PS e Aliança é de cinco pontos e a margem de erro ronda os quatro pontos, os intervalos possíveis das duas candidaturas sobrepõem-se. Em termos simples: tanto é possível que o PS esteja realmente à frente como que as duas candidaturas estejam praticamente empatadas. É por isso que este cenário é classificado como empate técnico. Na corrida autárquica por candidatos, a vantagem de Alberto Souto (PS) é mais evidente: 46% contra 22% de Luís Souto (‘Aliança com Aveiro’) e 16% de Diogo Soares Machado (Chega). Os restantes candidatos não ultrapassam os 3%, com Miguel Gomes (IL) a registar 3%, João Moniz (BE) 2%, Isabel Tavares (CDU) 2% e Bruno Simões Fonseca (Livre) 1%. O estudo evidencia também um dado curioso: Alberto Souto tem um melhor resultado eleitoral do que o próprio partido, enquanto Luís Souto obtém um resultado inferior à coligação que lidera. Este desfasamento sugere que a imagem de Alberto Souto é mais valorizada pelos eleitores do que a sigla partidária que o apoia, atraindo votos para além da base socialista. No caso da ‘Aliança com Aveiro’, acontece o inverso: a marca partidária parece ter mais força do que o candidato, sinal de que parte do eleitorado social-democrata e centrista pode não estar totalmente convencido com Luís Souto. Apesar destes números, há sinais que recomendam prudência. Três em cada dez eleitores continuam indecisos e outros 7% dizem que não irão votar. A incerteza é maior entre os jovens e entre as mulheres, dois segmentos que podem vir a decidir o desfecho. Salienta-se ainda que, desde o período em que decorreu a sondagem, aconteceram vários debates, iniciativas de rua e até polémicas que podem ter influenciado os eleitores. No retrato que a sondagem traça, espera-se uma eleição autárquica muito disputada em Aveiro, com PS e Aliança separados por uma margem curta e com o Chega (partido que habitualmente tem resultados oficiais superiores aos das sondagens) consolidado como terceira força. O dado mais importante, porém, é o número de indecisos: são esses eleitores que podem, em última instância, decidir quem vai liderar os destinos da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) a partir de 12 de outubro. Ficha técnica da sondagem Relatório da sondagem

GrETUA estreia rubrica “Fora do Armário” com conversa sobre a ‘flânerie’
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Requalificação de centros de saúde por ajuste direto aprovadas pela Câmara da Mealhada
Região

Requalificação de centros de saúde por ajuste direto aprovadas pela Câmara da Mealhada

De acordo com esta autarquia do distrito de Aveiro, a decisão foi tomada pelo executivo municipal na segunda-feira para garantir a execução destas obras apoiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O executivo aprovou a contratação, por ajuste direto, da requalificação do Centro de Saúde da Mealhada à entidade Canas – Engenharia e Construção, pelo valor de 2,2 milhões de euros, com o prazo de execução de 240 dias. Já a requalificação do Centro de Saúde da Pampilhosa será contratada à empresa BERAFA, Lda, por 720.500 euros, com um prazo de execução de 180 dias. “Os dois avisos do PRR contemplam, além das unidades da Mealhada e da Pampilhosa, a requalificação do Centro de Saúde do Luso, com 377.200 euros, cuja obra já está a decorrer. Um outro aviso do PRR contempla a construção de um novo equipamento, na Vacariça, com um financiamento de 702.168 euros, cuja construção avançará no início de outubro”, indicou. Na nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Câmara da Mealhada referiu também que foi aprovado o lançamento de novo concurso para a Requalificação da Pampilhosa Baixa – Fase 1, após o primeiro concurso ter ficado deserto. Com o preço base de 1,6 milhões de euros e um prazo de execução de um ano, a intervenção pretende requalificar o espaço público nas suas várias vertentes, quer ao nível dos trajetos motorizados e pedonais, quer como espaço de convívio e fruição, promovendo a circulação pedonal. Visa ainda a criação de espaços seguros e confortáveis para todo o tipo de mobilidade e, paralelamente, pretende melhorar as condições de circulação motorizada e de estacionamento de veículos.

Bob James, Hollenbeck, Yumi Ito e Marta Ren nos 16 espetáculos de Espinho até fim do ano
Região

Bob James, Hollenbeck, Yumi Ito e Marta Ren nos 16 espetáculos de Espinho até fim do ano

O programador dessa sala de espetáculos do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto revela que o cartaz inicialmente previsto para o último trimestre de 2025 também incluía um espetáculo com o compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, para o qual a bilheteira já tinha sido aberta e rapidamente esgotara, mas essa agenda teve de ser redefinida face à morte do artista brasileiro no passado dia 13 de setembro, aos 89 anos (que também incluía passagens por Braga, Lisboa e Viseu). "Temos as melhores memórias da passagem do Hermeto Pascoal por Espinho em 2018 e dos dois concertos que deu nessa altura, um com o seu sexteto e outro com a Orquestra de Jazz de Espinho. Era um génio, um dos maiores nomes da história da música, e era com muita felicidade que nos preparávamos para o receber de novo. Tal já não será possível, mas o seu legado é eterno”, declarou o programador André Gomes à Lusa. A programação definitiva do Auditório aposta agora em música, dança e na performance multidisciplinar da americana Meredith Monk, cuja atuação a 14 de outubro já tem plateia esgotada, tal como acontece com a estreia nacional de Michelle David & The True-tones e o regresso de Kandace Springs, em parceria com a Orquestra Clássica de Espinho. “Será um trimestre que nos permitirá afirmar ainda mais o Auditório de Espinho como uma sala que pretende proporcionar ao seu público experiências originais ou distintas”, realça André Gomes. O cartaz do último trimestre arranca já esta sexta-feira com o concerto que junta a violinista holandesa Noa Wildschut à Orquestra Clássica de Espinho, para, sob a direção do jovem maestro polaco Pawel Kapula, se explorar repertório de Max Bruch, Mendelssohn e Mieczyslaw Weinberg. Seguem-se duas formações portuguesas: a 04 de outubro, o Ludovice Ensemble, com composições barrocas que marcaram o ambiente de Paris no tempo de Luís XV, e a 10 a dupla constituída pelo barítono André Baleiro e pelo pianista David Santos, com “Paisagens Marítimas” a partir de obras de Brahms, Fauré, Debussy, Benjamin Britten, Rebecca Clarke, Freitas Branco e Lopes-Graça. A 18 o palco será para Marta Ren e a Orquestra de Jazz de Espinho, com o que André Gomes define como “um programa inédito de homenagem ao cantor e compositor norte-americano Otis Redding”, e a 31 dar-se-á “a estreia absoluta em Portugal do lendário teclista Bob James”, que, vencedor de dois prémios Grammy, para uns é “o padrinho do smooth jazz” e para outros “um ícone do hip-hop, uma vez que os samples da sua música tiveram um papel fundamental na fundação do rap”. Além da esgotada sessão com Kandace Springs, novembro trará quatro outras propostas: a 14, o regresso da pianista e cantora Yumi Ito, que, no âmbito do Misty Fest, demonstra porque a consideram “uma referência mundial na improvisação vocal, entre a art-pop, o jazz e o neoclássico”; a 21, o brasileiro Castello Branco, que se associa ao Ensemble da Escola Profissional de Música de Espinho para reinterpretar temas da sua discografia; a 28 o espetáculo “Take”, em que a Companhia Instável apresenta com detalhes “cinematográficos” uma criação de dança contemporânea de São Castro e António M. Cabrita; e a 30 a estreia em Portugal do recital para traverso e cordas pela brito-australiana Liane Sadler e o alemão Elias Conrad, a partir de temas do compositor e teórico português renascentista Vicente Lusitano. A 06 de dezembro o foco passa para a Mimo’s Dixie Band, cuja performance para famílias “Circus Time” envolve música da década de 1920, artes circenses e comédia, e a 12 estará em cena a Orquestra de Jazz de Espinho com o compositor e baterista norte-americano John Hollenbeck, que André Gomes considera “um dos mais inovadores e singulares criadores do jazz contemporâneo”. Os últimos concertos do trimestre serão protagonizados, a 19 e 20 de dezembro, por outro coletivo germinado no Auditório, em concreto a Orquestra Clássica de Espinho, que, sob a batuta da jovem maestrina austríaca Katharina Wincor, escolheu para concerto de Natal “Danças Orquestrais” que evocarão “desde o hedonismo dos salões vienenses dos últimos anos do Império Austro-Húngaro até à música tradicional eslovaca”.