Equipa internacional com participação da UA premiada por tecnologia de prevenção de incêndios
Um sistema baseado em “Internet das coisas” para monitorização e alerta precoce de fogos rurais, desenvolvido por uma equipa internacional que envolve membros da Universidade de Aveiro (UA), foi distinguido com o prémio "Runner-Up" na categoria de Demonstradores, "Technology Applications”.
Redação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o sistema foi desenvolvido no âmbito do projeto RATEOSPC e do Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal (POCTEP) envolvendo o Departamento de Eletrónica Telecomunicações e Informática (DETI) e o Instituto de Telecomunicações (IT) da UA.
“O sistema integra sensores de dados ambientais sem fios, para monitorizar a temperatura, humidade, velocidade e direção do vento, assim como outros indicadores biofísicos em tempo-real. Recorrendo a tecnologia open-source, o sistema processa, armazena e permite visualizar os dados recebidos, fornecendo capacidade para a monitorização em tempo-real e a análise preditiva para a geração de alertas”, explica.
Com o título "Demo of an early warning system for remote sensing of wildfires", o trabalho foi desenvolvido por Marta Oliveira, Luís Malarmey, Pedro Casau, Paulo Pedreiras, João Paulo Barraca e Pedro Fonseca do DETI e IT da UA, e por Sandra Millán Arias e Cristina Barrios, do Centro de Investigaciones Científicas y Tecnológicas de Extremadura (Espanha). O sistema foi apresentado por Marta Oliveira na 7th Experiment@ International Conference - expat’25 que decorreu de 3 a 5 de setembro na cidade de Horta, no Faial.
Ao longo da conferência científica, foi ainda dado a conhecer o artigo dos mesmos autores intitulado "An early warning system for remote sensing of wildfires”, que fornece uma visão do sistema criado e das suas capacidades.
Recomendações
Autárquicas: Estudantes deslocados têm até hoje para pedir voto antecipado
De acordo com a informação disponível na Comissão Nacional de Eleições (CNE), o pedido deve ser dirigido ao presidente da Câmara Municipal da autarquia onde o estudante está recenseado, podendo ser feito por “meios eletrónicos ou via postal”. A candidatura deve ser acompanhada de uma cópia do documento de identificação civil [cartão de cidadão ou bilhete de identidade] e de uma declaração emitida pelo estabelecimento de ensino que comprove a admissão ou frequência. Após a receção do requerimento, o presidente da câmara tem até esta quinta-feira, “25 de setembro”, para enviar, por correio registado com aviso de receção, a documentação necessária ao exercício do voto, devolvendo igualmente os documentos apresentados pelo estudante. O processo culmina entre “29 de setembro e 2 de outubro”, período durante o qual “o presidente da Câmara Municipal da área onde se encontre situado o estabelecimento de ensino desloca-se a esse estabelecimento de ensino para que seja exercido o direito de voto pelos estudantes”. Após a votação é ainda entregue um documento comprovativo do exercício do direito de voto. Recorde-se que as eleições autárquicas estão marcadas para o próximo dia 12 de outubro.
Estudantes levam a responsabilidade de representar a UA no Programa Iberorquestras Juvenis
Fabiana Silva Vaz, viola d’arco, e Gonçalo Dias Pires, clarinete, foram os estudantes da UA escolhidos entre todos os candidatos nacionais. O Programa Iberorquestras Juvenis decorre em Espanha e reúne 88 jovens instrumentistas de diferentes países, proporcionando uma experiência intensiva de ensaios e masterclasses dirigidos por professores e maestros de reconhecimento internacional. Citados numa nota de imprensa enviada à Ria, Gonçalo exprimiu que esta seleção representa “um enorme motivo de confiança, sobretudo por ter sido feita por um júri estrangeiro, o que me faz acreditar que o meu trabalho no clarinete tem potencial para ser valorizado fora de Portugal”. “Será uma oportunidade única de tocar uma das minhas sinfonias preferidas, composta por um dos meus compositores favoritos. Além disso, será extremamente enriquecedor partilhar o palco com músicos de diferentes nacionalidades e realidades musicais, e acima de tudo, talentosos e competentes. Estou igualmente entusiasmado por poder trabalhar sob a orientação de professores e solistas de orquestras profissionais de grande prestígio”, referiu. Também Fabiana Vaz destacou a relevância da experiência: “Trabalhar com maestros de renome internacional e partilhar palco com jovens músicos de diferentes países será, sem dúvida, uma experiência única e enriquecedora, tanto a nível artístico como pessoa”. “Estou convicta de que esta oportunidade terá um grande impacto no meu percurso, permitindo-me crescer, descobrir novas perspetivas e levar esse conhecimento também para a minha prática enquanto musicista e professora”, continuou. Ambos os estudantes sublinharam ainda o privilégio de representar Portugal e a UA num contexto internacional. “Levo comigo a responsabilidade de corresponder à confiança que me foi depositada e o compromisso de contribuir ativamente para este encontro que promove a união musical para além das fronteiras”, afirmou Fabiana. “Sinto uma grande responsabilidade em representar Portugal e a UA, especialmente num momento em que as expectativas para os clarinetistas portugueses estão mais elevadas do que nunca”, completou Gonçalo. O repertório a interpretar inclui obras de Liszt, Josep Planells e a Quinta Sinfonia de Dmitri Chostakovich. Após o Encontro, integrarão a digressão da Jovem Orquestra Nacional de Espanha (JONDE) em janeiro de 2026, com concertos no Auditório de Saragoça, no Palau de la Música em Valência e no Auditório Nacional de Música em Madrid. Gonçalo Dias Pires frequenta o Mestrado em Ensino de Música (clarinete) na UA, na classe dos professores Luís Carvalho, Sérgio Neves e Horácio Ferreira. É membro efetivo da Banda Sinfónica Transmontana e tem colaborado com a Banda Sinfónica Portuguesa e a Orquestra Filarmonia das Beiras. Já participou em masterclasses com reconhecidos clarinetistas nacionais e internacionais e trabalhou sob a direção de vários maestros. Em 2024, conquistou o 2.º prémio no Concurso Nacional de Clarinete da Fundação Lions e o 3.º prémio no Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas da APC. (Associação Portuguesa do Clarinete). Fabiana Silva Vaz, natural de Valença do Minho, iniciou os estudos na Academia de Música da Fortaleza de Valença e prosseguiu a Licenciatura em Música na UA, onde concluiu a especialização em viola d’arco com o professor António Pereira. Atualmente frequenta o Mestrado em Ensino da Música na mesma instituição. Teve contacto com músicos de referência como Miguel da Silva, William Coleman e Sào Soulez Larivière, e trabalhou com maestros como Johannes Schlaefli, Nuno Coelho e Jan Wierzba. Desde 2022, toca numa viola de François Denis. Em 2024, conquistou o 2.º prémio no 13.º Concurso de Corda “Cidade de Vigo”.
UA dá “passo muito importante” com Teatro Anatómico e reforça prática dos estudantes de Medicina
Em declarações à Ria, António Amaro, diretor do Teatro Anatómico, sublinhou a importância deste avanço para a instituição na formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina. “É um passo muito importante porque a UA necessitava de ter um local onde pudesse fazer a disseção cadavérica”, exprimiu. “Uma coisa é dar anatomia sem ter acesso aos cadáveres, outra coisa é ter acesso aos cadáveres. (…) Os alunos de Medicina têm necessidade de ter contacto com os órgãos reais e não apenas com os órgãos poliméricos, (…) feitos em plástico”, continuou. O diretor do Teatro sublinhou ainda que o espaço terá também impacto na formação contínua de profissionais de saúde. “Este teatro anatómico poderá ser utilizado para cursos fora da Universidade, nomeadamente em áreas como a cirurgia. Os cirurgiões precisam de locais onde possam treinar determinado tipo de técnicas cirúrgicas. E, por isso, o teatro anatómico está aberto a essas colaborações futuras”, avançou. Recorde-se ainda que, em entrevista à Ria, Firmino Machado, diretor do curso de medicina na UA, já tinha avançado que o Teatro Anatómico iria beneficiar outros cursos, como é o caso da Engenharia Biomédica ou das Ciências Biomédicas. Durante a sessão de inauguração foi ainda apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, tendo-se seguido uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contou com a presença de Ana Povo, secretária de Estado da Saúde, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.
UA inaugura novo teatro anatómico e lança programa de doação de corpos à ciência esta quarta-feira
De acordo com uma nota de imprensa da UA enviada às redações, o teatro anatómico é considerado “fundamental” para a formação dos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da UA. A nota salienta ainda que a observação e intervenção em corpos é essencial para o estudo e avanço da ciência médica. O processo de doação está enquadrado pela legislação nacional e deve ser feito em vida, embora ainda exista necessidade de maior divulgação e esclarecimento sobre esta prática, considerada simples, mas essencial para a “qualidade do ensino e da investigação”. Neste contexto, a UA lançou a campanha de sensibilização “Doar para Ensinar a Salvar”, em colaboração com as Unidades Locais de Saúde do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance (EMHA). Durante a sessão de inauguração, que terá início pelas 14h30, será apresentado o Programa de Doação do Corpo à Ciência, seguido de uma visita às instalações do Teatro Anatómico. O momento contará com a presença de Ana Povo, Artur Silva, presidente do Centro Académico Clínico EMHA e vice-reitor da UA, Francisco Amado, diretor de Ciências Médicas da UA e Rui Costa, diretor da Escola Superior de Saúde da UA.
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Autárquicas: Estudantes deslocados têm até hoje para pedir voto antecipado
De acordo com a informação disponível na Comissão Nacional de Eleições (CNE), o pedido deve ser dirigido ao presidente da Câmara Municipal da autarquia onde o estudante está recenseado, podendo ser feito por “meios eletrónicos ou via postal”. A candidatura deve ser acompanhada de uma cópia do documento de identificação civil [cartão de cidadão ou bilhete de identidade] e de uma declaração emitida pelo estabelecimento de ensino que comprove a admissão ou frequência. Após a receção do requerimento, o presidente da câmara tem até esta quinta-feira, “25 de setembro”, para enviar, por correio registado com aviso de receção, a documentação necessária ao exercício do voto, devolvendo igualmente os documentos apresentados pelo estudante. O processo culmina entre “29 de setembro e 2 de outubro”, período durante o qual “o presidente da Câmara Municipal da área onde se encontre situado o estabelecimento de ensino desloca-se a esse estabelecimento de ensino para que seja exercido o direito de voto pelos estudantes”. Após a votação é ainda entregue um documento comprovativo do exercício do direito de voto. Recorde-se que as eleições autárquicas estão marcadas para o próximo dia 12 de outubro.
Movimento de Ovar submeteu petição à UE para travar demolição da fachada do Cineteatro
Com dois eleitos na Assembleia Municipal viabilizados pelo Partido Popular Monárquico e pelo Nós Cidadãos, e concorrendo também às eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro, o movimento em causa revela hoje que o pedido foi submetido “ao abrigo da Convenção de Faro” e reflete “as preocupações de boa parte dos vareiros”, que, em alternativa à demolição, defendem a reabilitação do edificado que persiste do auditório inaugurado em 1944 e desativado nos anos 90. “Esta petição pode ser a nossa luz ao fundo do túnel”, declara o Movimento 2030 que submeteu a petição na sexta-feira, cerca de duas semanas depois de PSD e PS terem aprovado, em reunião de câmara, o projeto que prevê a demolição da fachada do antigo imóvel. Para o movimento, “apesar do seu estado, por inação dos seus próprios donos, este edifício merece carinho, atenção e uma segunda vida – uma segunda oportunidade que pode impulsionar o nosso concelho”. Referindo que foi por sua iniciativa que o tema ganhou notoriedade em 2024, o Movimento lamenta que a discussão pública sobre o novo projeto da Câmara tenha sido “intencionalmente limitada” e considera que isso é mais grave porque a demolição “não estava prevista na estratégia política do PSD para os quatro anos de mandato” que agora estão prestes a terminar. Face a “pedidos de reunião com o executivo que nunca tiveram resposta”, e um “ofício da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro [CCDRC] que sugeria à Câmara de Ovar a salvaguarda do edifício”, o Movimento avançou com um abaixo assinado que reuniu 1.053 assinaturas contra a demolição e foi partilhada por várias figuras públicas nacionais ligadas às artes. O tema chegou assim à Assembleia da República, “levando à criação de uma comissão parlamentar”. Mesmo assim, o projeto de arquitetura que a Câmara aprovou este mês prevê o desaparecimento do que resta do antigo auditório, pelo que o Movimento alerta: “Não queremos acreditar que o executivo camarário tenha iniciado uma votação unânime sem ter um parecer favorável, evitando assim futuros constrangimentos, tal como aconteceu recentemente na Avenida do Bom Reitor, onde a câmara avançou com uma obra sem o aval da CCDRC, vendo-a depois embargada”. Em todo o caso, os autores da petição enviada à UE comprometem-se a “fazer de tudo para salvar o edifício” e, embora assumindo-se “bairristas”, admitem horizontes alargados. “Que se desenganem os fundamentalistas: o património de Ovar não é apenas para Ovar e deve estar à disposição do mundo”, concluem. Segundo o site da Comissão Europeia, qualquer pessoa ou organização estabelecida num dos países da UE pode apresentar uma petição sobre questões relacionadas com legislação ou políticas europeias. O conteúdo do pedido é “tratado pelo Parlamento Europeu”, sendo que, “na maioria dos casos, o Secretariado da Comissão das Petições elabora uma síntese que é depois traduzida em todas as línguas oficiais da EU” e, por sua vez, “publicada no Portal das Petições logo que a comissão tiver tomado uma decisão sobre a admissibilidade” do tema. Quanto à Convenção de Faro, como é frequentemente designada a Convenção-Quadro do Conselho da Europa sobre o Valor do Património Cultural para a Sociedade, é um tratado multilateral pelo qual os estados subscritores concordam em proteger o património cultural e os direitos dos cidadãos de aceder e participar desse património.
Motoristas marcam greve contra horários da Unir impossíveis de cumprir com segurança
A medida foi decidida num plenário nas instalações da Feirense em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, com representantes dos cerca de 100 motoristas que fazem os percursos entre Vila Nova de Gaia e Espinho na referida rede de transportes públicos da Área Metropolitana do Porto. Segundo Hélder Borges, dirigente da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, “os horários que existem não são compatíveis com circulação em segurança e o nível de limpeza e manutenção está um caos”. “Vamos fazer greve para alertar para isto e ver se começa a haver fiscalização decente, antes que aconteça uma desgraça e depois nos venham dizer que não os alertámos a tempo”, acrescentou. O sindicalista culpa pela situação “tanto a Unir, que estabelece os horários, como a Feirense, que assume o compromisso de os cumprir” mesmo sabendo que não são viáveis. Entidades fiscalizadoras como “a Autoridade para as Condições do Trabalho e o Instituto de Mobilidade e Transportes também não estão a cumprir o seu papel como deviam porque permitem que isto continue a acontecer”, disse. Como exemplos de rotas impossíveis de cumprir no trajeto anunciado, Hélder Borges aponta a viagem entre as Vendas de Grijó, em Pedroso, no extremo sul de Gaia, e a Praça D. João II, no Porto, ou o trajeto entre essa última e o Largo da Feira dos Carvalhos, também em Pedroso, pela Senhora do Monte. “A Unir quer que esses trajetos durem 30 minutos, mas, como os motoristas não conseguem fazê-los em menos de 40, na melhor das hipóteses, isso quer dizer que, a meio da manhã, dos quatro ou cinco horários previstos, um já desapareceu e foi suprimido”, notou o porta-voz dos trabalhadores. Além do atraso, há ainda a agravante de que “as pessoas estão na paragem à espera de um autocarro que não vai aparecer e depois, quando entram no próximo, se põem a ‘trocar galhardetes’ com o motorista, que fica ainda mais em stress, chega ao fim do dia desfeito e só almoçou em meia hora quando devia ter tido 60 minutos de pausa”, referiu. Pelas mesmas razões, também o nível de “limpeza e manutenção dos autocarros está muito mau”, o que se agrava agora que começou o período de aulas, com transporte de maior número de estudantes, “mais entradas e saídas nas paragens, e mais atrasos a acumular”. Hélder Borges afirma que há outras questões para resolver no setor, como os salários baixos e o subsídio de refeição sem atualização há dois anos, mas disse que “a prioridade é mesmo a segurança” e, como solução, defendeu que a mais exequível é “a retificação dos horários, de forma a que se possa cumprir os limites de velocidade e conduzir com segurança”. Contactada pela Lusa, fonte oficial da Transportes Metropolitanos do Porto esclarece: “Não detetamos nenhum horário que seja impossível de realizar. Todos os tempos atribuídos são perfeitamente viáveis”. Quanto às outras questões abordadas pela Fectrans, a Unir diz que lhes é “alheia”, porque não tem “qualquer responsabilidade nos horários de trabalho atribuídos aos motoristas nem na sobrecarga laboral que eles alegam”. “É ao operador que compete atribuir as linhas a fazer por cada profissional e garantir a sua boa condição física e mental”, disse a mesma fonte da Unir, referindo como exemplo que uma viagem de Espinho ao Porto não tem que ser feita em ambos os sentidos pelo mesmo motorista. “Ele pode chegar ao Porto e depois mudar de autocarro e fazer outro trajeto menos cansativo. O operador é que tem a responsabilidade de gerir isso”, declarou. A Lusa tentou ouvir telefonicamente a Feirense, que é detentora da marca Beira Douro, que também opera para a Unir em Gaia e Espinho, mas as chamadas não foram atendidas. Na rede Unir, no lote Norte Nascente (Santo Tirso/Valongo/Paredes/Gondomar) opera a Nex Continental, no Norte Poente (Póvoa de Varzim/Vila do Conde) a Porto Mobilidade, no Norte Centro (Maia/Matosinhos/Trofa) a Vianorbus, no Sul Poente (Vila Nova de Gaia e Espinho) a Transportes Beira Douro e no Sul Nascente (Santa Maria da Feira/São João da Madeira/Arouca/Oliveira de Azeméis/Vale de Cambra) a Xerbus.
Ex-juiz da Feira condenado mais uma vez agora por ameaçar um militar da GNR
A sentença do Tribunal da Feira, datada de outubro de 2024, foi agora confirmada pelo TRP, que negou provimento ao recurso interposto pelo ex-magistrado judicial. O antigo juiz, natural de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, foi condenado por um crime de ameaça agravado, na pena de 100 dias de multa, à taxa diária de 15 euros, o que perfaz o montante global de 1.500 euros. Os factos ocorreram na noite de 28 de abril de 2021. O Tribunal deu como provado que o arguido e um outro indivíduo iniciaram uma discussão com o dono de um restaurante em Santa Maria da Feira que lhes recusou servir bebidas alcoólicas. A GNR foi chamada ao local e quando um dos militares se dirigiu ao arguido para lhe pedir a identificação, porque este se recusou a tirar a viatura, que estava mal estacionada, este exibiu o cartão profissional do Conselho Superior de Magistratura, dizendo-lhe que se estava a meter com um tubarão e que iria usar a farda mas não iria ser por muito tempo. O arguido ameaçou ainda o militar de morte fazendo referência ao caso mediático do homicida de Aguiar da Beira: “nunca ouviste falar do caso do Pedro Dias de Arouca? Já não te recordas do que ele fez aos Guardas e àquele casal? Olha, se calhar pode-te acontecer igual e pode não demorar muito tempo”. Os juízes desembargadores não tiveram dúvidas que o arguido queria atemorizar o ofendido com uma agressão futura contra a sua vida e que as expressões usadas e a analogia com o caso de Pedro Dias “eram adequadas a provocar-lhe medo ou inquietação, não obstante as suas funções e o hábito de lidar com situações e pessoas problemáticas”. O antigo magistrado esteve colocado em Santa Maria da Feira até ter sido aposentado compulsivamente, em 2015, pelo Conselho Superior de Magistratura, por ter dirigido atos processuais aparentando encontrar-se alcoolizado ou sob influência de medicamentos. Já antes deste caso, o ex-juiz foi condenado ao pagamento de uma multa de 4.000 euros por agredir um casal, e, num outro processo, viu ser-lhe aplicada uma pena de 15 meses de prisão suspensa por um crime de condução perigosa de veículo rodoviário, um crime de desobediência e outro de difamação agravada.