Fatinha Ramos distinguida como sócia honorária da AAAUA
A artista e ilustradora internacional Fatinha Ramos foi distinguida com o título de sócia honorária pela Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro (AAAUA), numa decisão unânime tomada na Assembleia-Geral da instituição, realizada a 20 de março.
Redação
Natural de Aveiro e atualmente residente em Antuérpia, Fatinha Ramos é uma figura de destaque no panorama artístico mundial. A sua carreira multifacetada — que abrange desde ilustração editorial a murais públicos, passando por livros infantis, animação, cerâmica e moda — tem vindo a conquistar prémios e reconhecimento em todo o mundo.
Segundo uma nota da AAAUA enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, sublinhou a importância deste momento, afirmando ser de “uma grata felicidade acolhermos na nossa galeria de sócios uma personalidade tão relevante no panorama nacional e internacional”. Destacou ainda que o percurso de Fatinha Ramos “inspira a comunidade alumni, que a acolhe com entusiasmo, numa valorização da responsabilidade social pelo lado das artes”, reforçando que “é objetivo da Associação valorizar a cultura e a cidadania ativa”.
A arte de Fatinha Ramos é conhecida pela sua capacidade de provocar emoções profundas, através de um universo visual marcado por “texturas singulares”. “Este universo criativo já faz parte da identidade cultural de Aveiro, visível, por exemplo, no emblemático mural ‘Reflexos’”, aponta como exemplo. As suas criações abordam frequentemente temáticas sociais como o “aquecimento global, o sexismo e o racismo, dando voz às minorias que precisam ser ouvidas”.
Com um portefólio que inclui colaborações com instituições como o MoMA, Google, Netflix, TIME, The New York Times, The Washington Post, TATE Modern ou o Parlamento Europeu, Fatinha Ramos tem vindo a conquistar inúmeros galardões desde 2016, entre os quais os World Illustration Awards, o prémio de Eexcelência Patrick Nagel e dois prémios de ouro da Society of Illustrators de Los Angeles.
Ao receber a distinção, num jardim da Universidade de Aveiro, Fatinha Ramos partilhou que “foi uma boa surpresa”. “Sinto-me muito lisonjeada e honrada com este título, que agradeço imensamente”, expressou.
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Universidade de Aveiro desmente declarações “falsas” de Ribau Esteves sobre Nave 'Caixa UA'
A reação da UA surge em comunicado oficial, enviado hoje à Ria, onde se esclarece de forma detalhada a legalidade da infraestrutura, rebatendo diretamente os argumentos apresentados por Ribau Esteves. A Universidade começa por destacar que a Nave Multiusos 'Caixa UA' “é um espaço flexível, destinado a acolher eventos culturais, académicos, científicos e desportivos”, construído para dar resposta a necessidades internas da academia, face à reconhecida “inexistência de equipamentos comparáveis no município”. “Inexistência que ainda hoje se verifica, em contraste com outras capitais de distrito”, relembra. Segundo o esclarecimento, a esmagadora maioria dos eventos realizados na nave não são sequer públicos, sendo sim “eventos internos da própria Universidade de Aveiro”. A UA sublinha ainda que a construção da infraestrutura seguiu todos os trâmites legais, tendo sido viabilizada pelo “mecenato da Caixa Geral de Depósitos” e contando com “visto prévio do Tribunal de Contas”, “sem qualquer derrapagem orçamental” ou de “prazo” - foi concluída em “364 dias”. A Universidade recorda ainda que a inauguração da Nave ‘Caixa UA’, em maio de 2024, contou não só com a presença do primeiro-ministro como do ministro da Educação, Ciência e Inovação, mas também do próprio presidente da Câmara de Aveiro, “numa demonstração clara do reconhecimento institucional da importância deste equipamento para o concelho e para a região”. Sobre a “alegada ilegalidade” da Nave, a Universidade afirmou ainda que a alegação é “falsa” da qual dá ênfase à “indiferença pela verdade ou total ignorância acerca da lei aplicável, ainda para mais no contexto de uma sessão pública e publicamente transmitida de um órgão de governo municipal”. Tal como avançado esta manhã pela Ria, a nota da Universidade cita diretamente o “Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID)”, concretamente o “artigo 4.º, n.º 3, alínea a)”, do “Decreto-Lei n.º 141/2009”, alterado pelo “Decreto-Lei n.º 110/2012,” onde se estabelece uma “exceção clara” ao afirmar que o “regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau”, lê-se. Em resumo, a UA acrescenta ainda que “excecionam-se explicitamente as "instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino público””. Assim, a obrigatoriedade de licenciamento por parte do IPDJ não se verifica nesta situação. Face a isto, a Universidade considera “inaceitável” e “falsa” a afirmação de que a infraestrutura constitui um “mau exemplo” ou que “está fora da legalidade”, salientando que a Nave ‘Caixa UA’ tem vindo a demonstrar “o seu valor no acolhimento de múltiplos eventos relevantes para a academia e para a região”. O projeto foi desenvolvido com base num “modelo de financiamento transparente e equilibrado”. No fecho do comunicado, a Universidade de Aveiro reafirma o seu compromisso com “a legalidade, a transparência e o interesse público”, lamentando que as declarações “públicas falsas” possam colocar em causa o “rigor técnico e a responsabilidade institucional que têm orientado este e todos os seus outros projetos”. Recorde-se que o comunicado da UA surgiu em resposta à afirmação de Ribau Esteves onde afirmou, na última Assembleia Municipal, que a infraestrutura universitária “é ilegal” e representa “um mau exemplo”, justificando a acusação com a alegada ausência de parecer obrigatório do IPDJ. No momento, o presidente da Câmara respondia diretamente à sugestão do Partido Socialista (PS) que identificava a Nave Multiusos como um exemplo de eficiência financeira, ao referir que a estrutura custou “oito ou nove milhões de euros” e que, por isso, deveria servir de referência para a Câmara Municipal que adjudicou o novo pavilhão municipal por 22,1 milhões de euros.
AAUAv: UAveiro é bicampeã nacional universitária de Counter-Strike 2
A competição, organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU Portugal), reuniu as melhores equipas universitárias do país nas modalidades de Counter-Strike 2, Valorant, Rocket League e League of Legends. Estiveram presentes 32 equipas, apuradas através dos torneios regionais, representando 17 clubes universitários de todo o país. A equipa de Counter-Strike 2 da UAveiro, composta por André Clérigo, Guilherme Mesquita, Francisco Domingues, Tomás Silva, José Costa, Gonçalo Freitas, João Mendes e Tiago Pita, venceu a final frente à Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) por 3-0, numa série à melhor de cinco. Além do título em Counter-Strike 2, a UAveiro participou também nas modalidades de League of Legends e Rocket League. Em League of Legends, a equipa aveirense composta por Diogo Couto (ECT), João Santos (Eng.Informática), Rafael Maia (Redes e Sistemas Informáticos), Gonçalo Martins (ECT), André Alves (Eng. Informática) e Alexandre Faustino (EET) caiu nos quartos de final frente à AAIPS. Em Rocket League, a equipa representada por Eduardo Fernandes (mestrado Eng. Informática), Diogo Barros (Eng. Computacional), Rodrigo Lopes (ECT) e Guilherme Silva (MTC) alcançou o terceiro lugar, ao vencer a AEIST por 4-2. Mais de 250 agentes desportivos estiveram envolvidos nesta edição dos eFADU Nacionais, que contou com transmissão em direto na RTP Arena e no canal de Twitch da eFADU Portugal. O evento teve ainda o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos e da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Administração e Gestão do Porto (ISAG).
Investigadores da UA criam nova tecnologia que alia diagnóstico à terapêutica tumoral
A nova tecnologia foi desenvolvida por um grupo de investigação multidisciplinar da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com o Instituto Politécnico do Porto. O projeto resultou na criação de um conjunto de moléculas “que melhoram a imagiologia médica, com menor toxicidade, e permitem também a terapia fotodinâmica de tumores”, segundo uma nota de imprensa da Universidade de Aveiro. As novas moléculas integram, numa única estrutura, a capacidade de detetar tumores mais eficientemente em tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética nuclear (RMN), e, ao mesmo tempo, atuam terapeuticamente sobre o tumor. “Isto significa que as moléculas já patenteadas possuem características de agentes de contraste para diagnóstico e propriedades terapêuticas, permitindo tratar diretamente o tecido tumoral, um avanço que pode melhorar o prognóstico de pacientes com cancro”, explica. De acordo com a nota, “os compostos preparados apresentam menor toxicidade em comparação com os produtos de contraste usados clinicamente”, o que se deve “à natureza dos compostos, à menor quantidade necessária e à sua distribuição preferencial no tecido tumoral”. Integraram a equipa de investigação Amparo Faustino e Graça Neves (LAQV-REQUIMTE), Rui Pereira (ESSUA - Escola Superior de Saúde), Adelaide Almeida (CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar) e Rúben Fernandes (Politécnico do Porto). A tecnologia, intitulada "Porfirinas Iodadas, seus métodos de produção, formulação, composição farmacêutica e usos", faz parte de uma patente nacional recentemente concedida, adianta a nota universitária.
Universidade de Aveiro conta com um laboratório dedicado à Engenharia Biomédica
O denominado BIOMEDIC Lab, que é inaugurado na quarta-feira e fica localizado no Departamento de Física da UA, “representa um marco no reforço da formação em Engenharia Biomédica na UA”. “O BIOMEDIC Lab surge como uma plataforma transversal aos três ciclos de formação em Engenharia Biomédica — licenciatura, mestrado e doutoramento — promovendo uma ligação dinâmica entre ensino, investigação e aplicação tecnológica”, dá conta uma nota de imprensa da Universidade. De acordo com a universidade, o novo espaço “permitirá um ensino inovador capaz de responder aos atuais desafios pedagógicos, bem como o desenvolvimento de projetos e protótipos que respondam a desafios reais dos cuidados de saúde, colocando o conhecimento científico ao serviço da sociedade”. Segundo João Miguel Dias, diretor do Departamento de Física, o laboratório “representa um salto qualitativo no ensino da Engenharia Biomédica na UA, uma vez que ao proporcionar acesso a tecnologias de ponta e simulação realista, permite que os estudantes desenvolvam competências fundamentais para o futuro da saúde”. O espaço está equipado com “recursos avançados que vão dar aos estudantes a oportunidade de explorar áreas como instrumentação médica, realidade aumentada aplicada à saúde, reabilitação tecnológica e bioengenharia”. Durante a inauguração, terá lugar uma Mostra Tecnológica, na qual serão apresentados protótipos desenvolvidos por estudantes dos vários ciclos de formação. A inauguração contará com a presença do reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, do diretor do Departamento de Física, João Miguel Dias, e de Márcio Colunas, fundador e ‘Chief Scientific Officer’ da “Sword Health”, empresa que patrocinou a criação do laboratório.
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Universidade de Aveiro desmente declarações “falsas” de Ribau Esteves sobre Nave 'Caixa UA'
A reação da UA surge em comunicado oficial, enviado hoje à Ria, onde se esclarece de forma detalhada a legalidade da infraestrutura, rebatendo diretamente os argumentos apresentados por Ribau Esteves. A Universidade começa por destacar que a Nave Multiusos 'Caixa UA' “é um espaço flexível, destinado a acolher eventos culturais, académicos, científicos e desportivos”, construído para dar resposta a necessidades internas da academia, face à reconhecida “inexistência de equipamentos comparáveis no município”. “Inexistência que ainda hoje se verifica, em contraste com outras capitais de distrito”, relembra. Segundo o esclarecimento, a esmagadora maioria dos eventos realizados na nave não são sequer públicos, sendo sim “eventos internos da própria Universidade de Aveiro”. A UA sublinha ainda que a construção da infraestrutura seguiu todos os trâmites legais, tendo sido viabilizada pelo “mecenato da Caixa Geral de Depósitos” e contando com “visto prévio do Tribunal de Contas”, “sem qualquer derrapagem orçamental” ou de “prazo” - foi concluída em “364 dias”. A Universidade recorda ainda que a inauguração da Nave ‘Caixa UA’, em maio de 2024, contou não só com a presença do primeiro-ministro como do ministro da Educação, Ciência e Inovação, mas também do próprio presidente da Câmara de Aveiro, “numa demonstração clara do reconhecimento institucional da importância deste equipamento para o concelho e para a região”. Sobre a “alegada ilegalidade” da Nave, a Universidade afirmou ainda que a alegação é “falsa” da qual dá ênfase à “indiferença pela verdade ou total ignorância acerca da lei aplicável, ainda para mais no contexto de uma sessão pública e publicamente transmitida de um órgão de governo municipal”. Tal como avançado esta manhã pela Ria, a nota da Universidade cita diretamente o “Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID)”, concretamente o “artigo 4.º, n.º 3, alínea a)”, do “Decreto-Lei n.º 141/2009”, alterado pelo “Decreto-Lei n.º 110/2012,” onde se estabelece uma “exceção clara” ao afirmar que o “regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau”, lê-se. Em resumo, a UA acrescenta ainda que “excecionam-se explicitamente as "instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino público””. Assim, a obrigatoriedade de licenciamento por parte do IPDJ não se verifica nesta situação. Face a isto, a Universidade considera “inaceitável” e “falsa” a afirmação de que a infraestrutura constitui um “mau exemplo” ou que “está fora da legalidade”, salientando que a Nave ‘Caixa UA’ tem vindo a demonstrar “o seu valor no acolhimento de múltiplos eventos relevantes para a academia e para a região”. O projeto foi desenvolvido com base num “modelo de financiamento transparente e equilibrado”. No fecho do comunicado, a Universidade de Aveiro reafirma o seu compromisso com “a legalidade, a transparência e o interesse público”, lamentando que as declarações “públicas falsas” possam colocar em causa o “rigor técnico e a responsabilidade institucional que têm orientado este e todos os seus outros projetos”. Recorde-se que o comunicado da UA surgiu em resposta à afirmação de Ribau Esteves onde afirmou, na última Assembleia Municipal, que a infraestrutura universitária “é ilegal” e representa “um mau exemplo”, justificando a acusação com a alegada ausência de parecer obrigatório do IPDJ. No momento, o presidente da Câmara respondia diretamente à sugestão do Partido Socialista (PS) que identificava a Nave Multiusos como um exemplo de eficiência financeira, ao referir que a estrutura custou “oito ou nove milhões de euros” e que, por isso, deveria servir de referência para a Câmara Municipal que adjudicou o novo pavilhão municipal por 22,1 milhões de euros.
Luís Souto de Miranda apresenta mandatário e candidatos às juntas de freguesia esta sexta-feira
De acordo com uma nota enviada às redações, a sessão contará ainda com a apresentação dos mandatários da juventude e sénior. Recorde-se que os cabeças de lista às dez juntas de freguesia do concelho foram aprovados no passado dia 2 de junho, em plenário de militantes da Comissão Política da Secção do Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro, tal como noticiado pela Ria.
Ribau Esteves assegura que Câmara de Aveiro será entregue em “excelente condição financeira”
O ponto dois da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal desta terça-feira tinha como objetivo a apreciação e votação das contas consolidadas de 2024. José Ribau Esteves sublinhou que “a história que estas contas contam de saúde financeira desta Câmara, em termos de substância, é exatamente igual à história que se vai contar na conta que a Câmara vai fazer até ao último dia do meu mandato”, garantindo que “a nova Câmara, seja ela qual for, em dois meses e pouco não vai conseguir estragar a qualidade das contas”. O presidente reforçou ainda que “a Câmara Municipal de Aveiro - bem presidida [atualmente] - vai ser entregue ao meu sucessor em excelente condição financeira”, numa resposta direta às preocupações levantadas pela oposição, nomeadamente, ao PAN. Referindo-se ao facto de o partido ainda não ter apresentado candidato à Câmara de Aveiro nas próximas eleições autárquicas e à gestão de Alberto Souto de Miranda (ex-presidente entre 1997 e 2005), Ribau Esteves aproveitou ainda para lançar uma indireta: “Se o problema do PAN em arranjar candidato é alguém que está aterrado, cheio de medo, que vai receber uma Câmara parecida com a que eu recebi, digam à pessoa para não ter medo”, ironizou. “Se quiserem que eu lhe explique as contas, tenho muito gosto em recebê-la no meu gabinete e explicar-lhe a situação. (…) Não inventem fantasmas em relação a essa matéria”, concluiu. Pedro Rodrigues, do PAN, criticou a narrativa positiva da Câmara sobre as contas, argumentando que “esta realidade só poderá ser verdadeira avaliada no final do mandato, uma vez que foram realizados investimentos de grande dimensão, muitos deles em obras cuja relevância questionamos”. O deputado municipal alertou para o impacto desses investimentos, suportados em parte por fundos comunitários, mas também “à custa de uma forte carga fiscal imposta aos cidadãos aveirenses”, justificando o voto contra do partido. Recorde-se que o investimento de 22,1 milhões de euros na construção do novo pavilhão municipal ‘Oficina do Desporto’ será totalmente suportado pela Câmara Municipal de Aveiro, sem recurso a fundos comunitários. O financiamento será assegurado através de um empréstimo bancário de longo prazo. Segundo a autarquia "o contrato prevê que o reembolso seja realizado em prestações trimestrais, com taxa de juro variável, indexada à Euribor a 3 meses do spread de 0,239% e pagamento de juros também a três meses". Contabilizando os encargos com juros, o custo total da obra poderá ascender aos 30 milhões de euros - valor que pressupõe a inexistência de derrapagens financeiras. Segundo uma notícia do Jornal de Notícias, publicada a 17 de maio deste ano, a dívida total da Câmara Municipal de Aveiro situava-se, em 2024, em 58,6 milhões de euros: a sexta maior dívida, em valores absolutos, dos municípios portugueses. Contudo, neste valor ainda não está incluído o empréstimo para construção do novo pavilhão municipal, contraído apenas este ano. Por sua vez, Jorge Greno, do CDS-PP, manifestou o voto favorável à conta consolidada, enquanto Manuel Prior, do PSD, considerou o momento “mais um ato burocrático legal” e classificou as contas como “boas” e “positivas”. O deputado social-democrata realçou o voto favorável do PS em reunião de Câmara e expressou o desejo de que os resultados positivos se mantenham nos próximos anos.
Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal
O debate político em torno das legislativas ficou marcado por posições divergentes entre os deputados municipais. Gabriel Bernardo, do Chega, fez questão de destacar o crescimento do seu partido como reflexo da vontade popular. “No dia 18 [de maio] os portugueses foram muito claros naquilo que queriam. (…) Tivemos uma clara demonstração daquilo que é a democracia”, considerando que “os grandes derrotados das legislativas foram o Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE), os principais responsáveis pela política de emigração desastrosa destes últimos anos”. Neste seguimento, Jorge Girão, do CDS-PP, fez uma leitura crítica do crescimento do Chega. “Eu continuo a achar que o Chega não é um partido de extrema-direita. É um partido de oportunismo”, defendendo que muitos dos seus votos vieram de “esquerda”. Referindo-se diretamente a José Ribau Esteves vincou ainda que se “houvesse mais políticos em Portugal com o discurso do engenheiro Ribau não haveria Chega ou haveria um Chega muito mais pequeno”. Sobre o crescimento da “direita e da extrema-direita”, Nuno Teixeira, deputado do PCP, deixou ainda a garantia que o partido está preparado “para intervir”. Do lado do PSD, Manuel Prior assumiu a vitória do seu partido nas legislativas, realçando que o Chega foi o “vencedor dos perdedores”. “Neste ato eleitoral de maio houve um vencedor e só um vencedor que foi o PSD. Todos os outros perderam. (…) Pode-se, no máximo, dizer que entre os perdedores o Chega foi quem teve mais votos”. A inclusão da ampliação e modernização do Hospital de Aveiro no programa do novo Governo foi abordada por vários deputados municipais. Pedro Rodrigues, do PAN, sublinhou a urgência da intervenção. “Não faz sentido que os utentes sejam chamados para cirurgias, se apresentem no hospital e uma vez lá chegados não tenham a garantia que a cirurgia vá ocorrer no próprio dia”, denunciou. “Esperamos que as últimas promessas eleitorais possam dar frutos, pois esta situação arrasta-se há demasiado tempo com um custo elevado para os utentes e profissionais de saúde”, desejou. Também João Moniz, do Bloco de Esquerda, reagiu de forma positiva à inclusão da obra no plano governativo. “Esta tem sido uma luta do Bloco de Esquerda há muito tempo. (…) Isto é uma boa notícia para Aveiro e para as pessoas que aqui vivem e para toda a região. (…) Queremos também rejeitar pessoas que estão outra vez a agitar outra vez o fantasma da localização do hospital. Nós pensávamos que esse debate já estava ultrapassado. Existem pré-existências e temos de lidar com elas não podemos simplesmente terraplanar o que existe e, portanto, o hospital existe ali. (…) Temos de avançar com a expansão o quanto antes”, relembrou, numa alusão a uma publicação de Alberto Souto nas suas redes sociais onde defende que seja estudada uma outra localização para o Hospital de Aveiro. Em resposta às preocupações levantadas, José Ribau Esteves garantiu que o processo de ampliação está em curso e criticou o ruído político gerado em torno do tema, garantindo que “não há novidade na história do hospital”. “A ampliação do hospital [vai avançar], independentemente de haver outras pessoas que andam sempre a dispersar (…) e que dizem outras coisas. É tudo respeitável, mas não interessa para nada”, considerou. Neste seguimento, o presidente da Câmara relembrou ainda que a “ULS da região de Aveiro” já adjudicou “o segundo concurso do projeto por infelicidade do que aconteceu no primeiro”. “Há uma reserva financeira no [Programa] Centro 2030 para financiar a obra. (…) Nunca esteve em causa”, frisou, criticando a contratação pública. “É preciso andar para a frente, que se assine o contrato com o projetista que ganhou, que o contrato tenha visto do tribunal de contas (…) e que se faça bem e depressa naquele realismo que lembrei na Assembleia Municipal lá para o final de 2026…”, lembrou. Sobre o projetista, Ribau Esteves garantiu que a empresa que ganhou o concurso é de “grande qualidade” e “com muita experiência no setor hospitalar”. “Não é preciso dinheiro em 2026. É preciso cabimento orçamental para que se possa lançar o concurso e, obviamente a partir de 2027 é preciso dinheiro no pressuposto que teremos empreiteiro. É preciso começar a pagar ao empreiteiro”, atentou. Note-se que o concurso para “Aquisição dos Serviços de Elaboração do Projeto de Execução para a Empreitada de Construção da Unidade de Ambulatório da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, EPE, e de Assistência Técnica Durante as Fases de Concurso e de Construção” é da responsabilidade da própria ULS.