RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Ministro acredita que novo RJIES “não sofrerá alterações muito significativas” na AR

À margem da cerimónia de abertura do ano letivo 2025/2026 da Universidade de Aveiro (UA), que aconteceu ontem, dia 16, Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, falou à Ria sobre a proposta de Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) aprovada no passado mês de setembro em reunião de Conselho de Ministros. Segundo o governante, o documento, que chega à discussão na Assembleia da República (AR) no próximo dia 23, “vai ao encontro de muitas questões” levantadas pela oposição e, portanto, não deve “sofrer alterações muito significativas”.

Ministro acredita que novo RJIES “não sofrerá alterações muito significativas” na AR
Redação

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16 out 2025, 19:16

A Assembleia da República agendou para a próxima quinta-feira, 23 de outubro, às 15h00, a discussão em plenário da Proposta de Lei n.º 30/XVII/1.ª, apresentada pelo Governo, que procede à revisão do RJIES. Além da proposta do Governo, serão igualmente discutidos projetos de lei apresentados por outros partidos, nomeadamente pelo Chega, PCP, PAN, Bloco de Esquerda e Partido Socialista, todos com iniciativas próprias de alteração ao diploma, sendo que o Grupo Parlamentar do PS deu entrada da sua proposta na passada sexta-feira, 10 de outubro.

A votação agendada para esta sessão plenária será na generalidade, o que significa que o parlamento vai decidir se concorda ou não com o princípio da revisão do RJIES, sem ainda entrar na redação final dos artigos. Se a proposta do Governo for aprovada nesta fase, o diploma seguirá para discussão na especialidade, na Comissão de Educação e Ciência, onde os deputados poderão analisar o texto artigo por artigo e apresentar propostas de alteração.

Após essa etapa, o texto final regressará ao plenário para votação final global. Só depois dessa votação e da promulgação pelo Presidente da República é que a revisão do RJIES poderá ser publicada em Diário da República e entrar em vigor. Na prática, a sessão da próxima quinta-feira representará o primeiro teste político ao novo regime jurídico, permitindo perceber o grau de consenso entre os partidos sobre a necessidade e o rumo da reforma proposta para o Ensino Superior.

Fernando Alexandre, em declarações exclusivas à Ria depois da cerimónia de abertura do ano letivo na Universidade de Aveiro, afirma que a proposta de RJIES que agora vai começar a ser discutida “reflete contributos das propostas anteriores, da legislatura anterior” e “vai ao encontro de muitas questões” levantas pelos diferentes partidos. Apesar de considerar que o documento já era “robusto” quando começou a ser apresentado, o ministro assinala que a queda do Governo deu tempo para “amadurecer o diploma e melhorá-lo em muitas dimensões”.

Fernando Alexandre assinala que, apesar de haver sempre espaço para melhorar, o documento “reflete ou procurou refletir algumas daquelas que eram as preocupações ou críticas que os principais partidos da oposição tinham feito” e, por isso, acredita que “não sofrerá alterações muito significativas”.

Conforme noticiado pela Ria, uma das principais alterações introduzidas pela nova proposta do RJIES diz respeito às regras de composição do Conselho Geral e ao processo de eleição do reitor. Nas versões anteriores do diploma, o Governo tinha proposto percentagens fixas para o peso de cada corpo da comunidade académica na eleição do reitor. No entanto, na proposta final, essa opção foi substituída pelo fixação de tetos mínimos e máximos, garantindo que cada um dos corpos - docentes e investigadores (1), estudantes (2), pessoal técnico, especialista e de gestão (3) - tenha pelo menos 10% e não mais de 50% , tanto na composição do Conselho Geral como na eleição do reitor.

De acordo com o ministro da tutela, “no âmbito da sua autonomia, as instituições decidirão qual é o peso que darão a cada um dos corpos”, sublinhando que o objetivo é reforçar a flexibilidade e a autorregulação das universidades e politécnicos na definição da sua própria governação interna.

No entanto, há uma novidade que salta à vista: na adaptação ao novo regime, a revisão dos estatutos de cada instituição não vai passar pelos conselhos gerais em funções. A lei prevê a criação de uma assembleia transitória de 25 membros - o órgão será presidido pelo reitor e conta também com 12 docentes/investigadores, quatro estudantes, três trabalhadores do pessoal técnico, especialista e de gestão e cinco personalidades externas de reconhecido mérito, não pertencentes à instituição, mas com experiência relevante.

A constituição desta assembleia é, diz Fernando Alexandre, “muito semelhante àquela que foi definida em 2007”. A presença maioritária de docentes no órgão (a contar com o reitor, são 13 docentes e investigadores em 25 membros) “faz sentido” para que “as pessoas que estão mais representadas na instituição e que estão constantemente na instituição possam ter mais peso”.

O ministro não acredita que essa maioria possa, no entanto, traduzir-se num “espírito de classe” que venha a beneficiar os docentes em detrimento dos outros membros no texto que ficar inscrito nos estatutos. “Não funciona assim. […] Não tenho ideia de ter um corpo a funcionar em bloco contra outro corpo. Ou seja, dentro de cada corpo há sempre perspetivas muito diferentes”, concluiu Fernando Alexandre.

O reforço do peso do pessoal não docente, agora denominado de pessoal técnico, especialista e de gestão, foi destacado pelo governante. Já os estudantes não deixam de contar para as decisões, mas Fernando Alexandre assinala: “os estudantes são um corpo que está em constante mudança” e que “mesmo aí podíamos ter alguma perturbação”.

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UA assinala novo ano letivo com alertas à valorização da ciência e inclusão no Ensino Superior
Universidade

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No seu discurso, Paulo Jorge Ferreira começou por referir a diminuição do número de candidatos no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, que em 2025, comparativamente a 2019 e anos anteriores, “decresceu dramaticamente”. “Isso deve preocupar-nos. Portugal precisa de pessoas qualificadas, capazes de transformar conhecimento em progresso, ciência em inovação, e ideias em futuro”, atentou. “Num país em declínio demográfico e em plena aceleração tecnológica, não podemos perder talento. É fundamental assegurar uma maior fluidez entre o ensino secundário e o ensino superior, para que nenhum jovem com capacidade e vontade de aprender fique pelo caminho”, continuou o reitor. Embora reconhecendo que esta realidade é transversal à UA, o reitor sublinhou que, na instituição, as notas “continuam a melhorar de forma expressiva”. “Comparando com 2019, o número de estudantes colocados na primeira fase, em primeira opção, com nota superior a 18 valores, triplicou”, afirmou, excluindo os cursos de Medicina e Engenharia Aeroespacial, que em 2019 ainda não existiam. “Se os incluirmos, o crescimento mais que quadruplicou. É um sinal de confiança dos melhores estudantes na qualidade do ensino e da investigação que aqui fazemos”, referiu. Na cerimónia, que distinguiu também os melhores estudantes que ingressaram este ano na UA, bem como aqueles que entraram em anos anteriores e mantiveram ou superaram a sua média, Paulo Jorge Ferreira assegurou que foi graças a este trabalho que, esta quarta-feira, foi possível entregar “178 bolsas e prémios”. Foi ainda atribuído o Prémio Literário Aldónio Gomes, que tem como objetivo estimular a criação literária e apoiar novos autores, a Renata Zanete, na categoria de narrativa juvenil, com o texto “Férias de verão e águas de bacalhau”. Paulo Jorge Ferreira dirigiu-se ainda aos estudantes internacionais. Segundo o reitor, este ano, a UA acolheu “4478 estudantes de 109 países, em todas as modalidades de ensino, de grau ou em mobilidade”. “Somos uma comunidade multicultural, onde se cruzaram, ao longo dos últimos anos, mais de 150 nacionalidades”, afirmou. “Num tempo em que milhões de pessoas são forçadas a deixar as suas casas por causa da guerra, da pobreza ou das alterações climáticas, a Universidade deve continuar a ser um porto de abrigo para o diálogo, a compreensão e a esperança. (…) Cada um dos nossos estudantes é uma semente de conhecimento e paz. Possam essas sementes germinar, mesmo se tudo à nossa volta parecer desfazer-se. O mundo bem precisa”, continuou Paulo Jorge Ferreira. Refletindo também sobre a realidade nacional, Paulo Jorge Ferreira sublinhou que, atualmente, “há áreas do saber cuja situação merece reflexão”, apontando como exemplos “a Física, a Geologia e a Química”, onde o “número de candidatos se reduziu de forma drástica”. “Apenas seis em cada 1000 jovens candidatos escolheram Química. Só 36, em todo o país, a colocaram como primeira opção. Apenas um a inscreveu como única escolha. Em Geologia, a situação é semelhante; em física, pouco melhor”, frisou. No seguimento, alertou que o “problema do desinteresse pelas ciências começa a montante da universidade e 12 anos de escolaridade antes da entrada na universidade”. “Precisamos de cultivar, desde cedo, o gosto pelo saber e pela descoberta. (…) A ciência não precisa de espectadores, precisa de protagonistas”, atentou Paulo Jorge Ferreira. Na reta final do seu discurso interrogou: “Quem sabe se não será aqui, na Universidade de Aveiro, que um dos nossos novos estudantes venha um dia a descobrir uma nova terapia, ou um material revolucionário capaz de mudar o mundo? Que maior aventura poderiam desejar?”. “Estamos preparados para acolher mais estudantes”, garantiu ainda o reitor da UA. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) avançou que a Universidade de Aveiro está, neste momento, a investir “26 milhões de euros” em novas residências que juntas constituirão “cerca de 425 novas camas e a reabilitar 556 camas existentes”. “Estamos atentos às necessidades dos nossos estudantes. Lamento que ainda não seja, este ano, que estejam disponíveis, mas conseguiremos torná-las disponíveis a tempo do próximo ano, em junho”, avançou. Agradeceu ainda, de forma particular, à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, parceira no projeto desenvolvido naquele município, e, no caso de Aveiro, aos Armazéns da Quimigal e ao campus do Crasto, “que correm inteiramente por nossa conta”. Joana Regadas aproveitou a ocasião para relembrar o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta terça-feira, 14 de outubro, no qual se conclui, entre outros aspetos, que os alunos carenciados continuam a enfrentar mais obstáculos para prosseguir os estudos após o ensino secundário. “O Ensino Superior não está a cumprir o seu principal propósito, não é para todos”, alertou a presidente da AAUAv. “Quando entram, é mais provável que escolham instituições não tão reconhecidas, e menos provável que sejam colocados em programas de excelência e que consigam bolsas de mérito. É mais provável que se vejam obrigados a cingirem-se às oportunidades dentro da sua região”, continuou. A presidente da AAUAv centrou ainda o seu discurso na “definição de resiliência”. “Outra palavra que se encontra no campo lexical do sucesso no Ensino Superior. Uma característica que todo o estudante universitário tem de ter na bagagem, é já quase como um pré-requisito na admissão ao curso, mas que nem por isso são garantidas as ferramentas para que todos possam adquiri-la”, justificou Joana Regadas. Numa crítica direta à realidade atual, a presidente da AAUAv acrescentou que “é um caminho solitário, apoiado na grande maioria das vezes por colegas, em chamadas com os serviços que teimam em não ser atendidas, em apoios que não têm datas, nem montantes previstos para serem recebidos, em listas de espera de cinco meses para consultas, que prometem auxiliar nesta caminhada”. Tal como Paulo Jorge Ferreira, lembrou também os estudantes internacionais que chegam “à universidade meio ano depois do início do ano letivo, sendo expectável o mesmo aproveitamento escolar do que um colega que entrou no dia um”. “Podemos adicionar não conseguir compreender a língua em que os conteúdos são lecionados, esperar meses para conseguir um agendamento na Agência para a Integração, Migrações e Asilo [AIMA], um simples número de segurança social para poder seguir com todos os processos burocráticos, com o simples e necessário passo de encontrar casa. Podemos ainda adicionar a probabilidade de ficarem retidos nos aeroportos, porque o visa de estudante que lhes disseram ser suficiente não foi”, relembrou Joana Regadas. “A resiliência consiste na capacidade de se saber adaptar face aos desafios e recursos disponíveis”, rematou. Acrescentou ainda ao seu discurso as palavras de “adaptabilidade e recursos”. “Recursos financeiros que teimam em impor limitações nas condições de cada estudante, ou porque não conseguem encontrar uma casa a um preço suportável, ou porque não conseguem adquirir o material necessário para frequentarem o seu curso”, atirou. “Porque ficaram no limiar de obter uma bolsa de estudo e deixaram de ter oportunidade de permanecer no ensino superior, porque os fundos europeus que financiavam diferentes projetos de ensino terminaram e ficaram sem saber o passo seguinte”, continuou. Sobres os recursos criticou ainda a falta de transportes públicos “nos horários e nas zonas necessárias” e a falta de condições nos “edifícios onde têm aulas”. “Porque querem praticar desporto, mas deparam-se com uma pista de atletismo sem condições. Porque querem almoçar na cantina, mas encontram-na sistematicamente fechada, vendo-se obrigados a optarem por uma refeição incompleta ou a deslocar-se até à cantina mais próxima e a atrasarem-se para a aula seguinte”, lembrou, recordando também os “trabalhadores-estudantes”. “Passam por muitas horas de preocupações sobre o mês seguinte e até quando serão capazes de permanecer matriculados. Passam por enfrentar as recentes notícias de descongelamento das propinas, passam pelo receio de que o Ensino Superior permaneça apenas para algumas classes sociais”, prosseguiu Joana Regadas. Por fim, terminou com a palavra “liberdade”. “Liberdade para ser valorizado, porque não podemos pedir apenas que as Instituições de Ensino Superior falem para fora da sua comunidade, temos de pedir que saibam também dar espaço e valor à sua comunidade, aos seus estudantes para falar”, apelou. Na sua intervenção, Fernando Alexandre começou por reconhecer que os “estudantes têm que estar cada vez mais no centro” em todos os ciclos de ensino. Citando também o estudo da OCDE, que foi apresentado na passada terça-feira, o ministro da Educação, Ciência e Inovação concentrou-se essencialmente a falar sobre o “sistema complexo” da ação social. De acordo com Fernando Alexandre, atualmente, a nível nacional, há “cerca de 84 mil estudantes a receber apoio [na ação social]- bolsa e complemento para alojamento”. Reconheceu ainda ser necessário existir “equidade no Ensino Superior”, recordando que o regulamento de ação social está agora a ser revisto e que “em breve” entrará em discussão pública. Sem esquecer o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) anunciou ainda que o mesmo entrará em discussão na Assembleia da República (AR), na próxima semana, no dia “23 de outubro”.

UA e INESC-MN desenvolvem método “inovador” para deteção de biomarcador para cancro da mama
Universidade

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Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, a equipa de investigação do Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química (CICECO) criou “um processo inovador para o pré-tratamento do soro humano, que leva a melhorias na deteção do biomarcador recetor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2)”. A equipa de investigação é composta por: Mara Guadalupe Freire Martins, Maria Silvina Marques Mendes e Ana Francisca Silva, da UA, em colaboração com João Pedro Conde, Inês Agostinho e Virginia Chu, do INESC-MN. A abordagem é “crucial” para a monitorização do cancro da mama, “uma vez que a análise do HER2 no soro humano é de extrema importância na gestão da doença”. Os dispositivos empregues potenciam um “diagnóstico mais ágil e um acompanhamento mais eficaz da doença”. De acordo com as investigadoras, a invenção aborda “vários desafios críticos na deteção e monitorização do cancro da mama”. “Em primeiro lugar, procura superar as limitações dos métodos convencionais de análise, que são frequentemente afetados pela presença de proteínas abundantes no soro humano. Estas proteínas interferem significativamente na deteção precisa e exata de biomarcadores em baixas concentrações, como o HER2”, explicam. O desenvolvimento desta inovação surgiu no âmbito do projeto PTDC/EMD TLM/3253/2020: “Integração do pré-tratamento de fluidos humanos e deteção de biomarcadores tumorais utilizando sistemas aquosos bifásicos formados por líquidos iónicos em dispositivos microfluídicos”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O projeto começou em 1 de março de 2021 e terminou em 28 de fevereiro de 2025. Dado o potencial inovador da tecnologia, a UA, através da sua unidade de transferência de tecnologia, UACOOPERA, submeteu “um pedido provisório de patente, seguido de um pedido europeu”. “Atualmente, decorrem os primeiros 12 meses sobre o depósito, pelo que ainda se pode avançar com a proteção noutros territórios em que haja interesse”, avança ainda a nota.

Cerimónia de Abertura do Ano Letivo da UA recebe ministro Fernando Alexandre na próxima quarta-feira
Universidade

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Para além de assinalar o arranque do novo ano letivo, a cerimónia também serve para distinguir os melhores estudantes que ingressaram nos cursos do primeiro ciclo de estudos da Universidade de Aveiro, bem como daqueles que, já frequentando a UA, “mantêm um excelente desempenho académico”. No total, vão ser entregues 114 bolsas a novos estudantes e 52 bolsas de manutenção. Para além destas bolsas, somam-se ainda aquelas que são entregues por empresas e entidades parceiras da instituição: no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia Física, vão ser entregues quatro bolsas patrocinadas pelas empresas Aspöck Portugal, Porcelanas da Costa Verde, S.A., Prirev, e MTBrandão; no âmbito o Prémio de Mérito da Licenciatura em Engenharia de Materiais, serão atribuídas nove bolsas patrocinadas pelas empresas Saint-Gobain Portugal, SA, Durit-Metalurgia Portuguesa do Tungsténio, Lda, Polivouga - Indústria de Plásticos, SA, J. Prior, Fábrica de Plásticos, Lda, Grestel - Produtos Cerâmicos, SA, Palbit, SA, Isolago Europe Lda; Componit e Prifer e Technical Molds S.A. Durante a cerimónia vai ser ainda atribuído o Prémio Ambiente & Desenvolvimento, patrocinado pela Fundação Eng. António Pascoal e pelo Instituto do Ambiente e Desenvolvimento. Da mesma forma, ainda vai ser entregue o Prémio Literário Aldónio Gomes a Renata Flaiban Zanete, que venceu o XIV Prémio Literário Aldónio Gomes de 2025 na categoria de narrativa juvenil com o texto "Férias de verão e águas de bacalhau".

MP acusa professor da Universidade de Aveiro por comentários homofóbicos
Universidade

MP acusa professor da Universidade de Aveiro por comentários homofóbicos

O professor universitário de 63 anos, residente no Porto, está acusado de um crime de discriminação e de incitamento ao ódio e violência, segundo o despacho de acusação datado de 23 de setembro, a que a Lusa teve hoje acesso. O caso resultou de uma queixa apresentada junto do Departamento de Investigação e Ação Penal de Aveiro pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), que se constituiu como assistente no processo. O MP refere que o docente publicou na sua página, na rede social Facebook, diversos comentários cujos conteúdos "revestem uma conotação de teor depreciativo e discriminatório relativamente a pessoas pertencentes à comunidade LGBT, por causa do seu sexo ou orientação sexual, identidade e expressão de género". Em causa está uma publicação que o professor fez em junho de 2022 a criticar a comunidade LGBTQ+, a propósito de uma campanha publicitária que dava a conhecer vários termos relacionados com esta comunidade, como “gay”, “lésbica”, “queer” ou “não-binária”. “Acho que estamos a precisar urgentemente duma ‘inquisição’ que limpe este lixo humano (?) todo!”, escreveu na altura o docente, adiantando que o ato publicitário era uma agressão e que “merecia umas valentes pedradas nas vitrinas”. Os investigadores referem ainda que o arguido proferiu diversos comentários discriminatórios no telejornal de um canal de televisão, em que admitiu ser homofóbico, fazendo a apologia à violência. O MP diz que o arguido sabia que as expressões usadas eram de caráter injurioso, discriminatório e incentivavam ao ódio e violência contra pessoas ou grupo de pessoas por causa do seu sexo ou orientação sexual, identidade e expressão de género. A acusação realça ainda a elevada gravidade da conduta do arguido, afirmando que esta era suscetível de se projetar e se revelar, de forma negativa, não só na sua idoneidade cívica, mas também enquanto docente no Departamento de Física da UA. O advogado Pedro Teixeira, que representa a AAUAv no processo, refere que a conduta do arguido é especialmente censurável não apenas pela sua função social, atendendo à sua profissão, como pelo meio usado de especial propagação e divulgação. “Lamento também que não veja nos presentes autos um qualquer sinal de arrependimento, ou seja, o desvalor é total”, disse à Lusa o causídico, defendendo que estas atitudes e comportamentos “têm de ser exemplarmente punidos”, para que não se tornem uma prática recorrente na sociedade. Entre as testemunhas arroladas pelo MP está o então presidente da AAUAv Wilson Carmo e antigos alunos do docente. Fonte da UA disse à Lusa que o docente foi suspenso temporariamente, enquanto decorreu o processo disciplinar instaurado pela instituição, mas já recomeçou a dar aulas. “Em resultado da instauração do processo disciplinar em apreço, foi proferida decisão condenatória, cuja bondade e acerto se encontra presentemente a ser discutida em sede judicial, por via de ação própria instaurada pelo Sr. Professor”, referiu a UA. O arguido tem agora um prazo de 20 dias, contados a partir da notificação da acusação, para requerer a abertura de instrução e evitar que o processo chegue a julgamento.

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