UA: Exposição em crochet na Biblioteca alerta para as alterações climáticas
‘A Linha do Clima’ é uma exposição de crochet inaugurada durante a tarde de ontem, dia 9, na Sala Hélène de Beauvoir da Biblioteca da Universidade de Aveiro (UA). A iniciativa alerta para as alterações climáticas e estará patente até ao dia 21 de maio.
Ana Patrícia Novo
JornalistaPor ser algo que decorre durante um extenso período, as alterações climáticas são uma temática por vezes difícil de se comunicar. “As pessoas não o compreendem efetivamente, porque é algo que muitas vezes ultrapassa a nossa memória e a nossa dimensão”, repara Myriam Lopes, docente no Departamento de Ambiente e Ordenamento (dao), investigadora no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA e uma das coordenadoras do projeto ‘A Linha do Clima’. Nesse sentido, Myriam aponta que um dos objetivos do grupo responsável pela criação da iniciativa foi o de que as “pessoas pudessem visualizar efetivamente” o fenómeno. “A alteração do clima é uma alteração de uma média de 30 anos”, aponta ainda.
A exposição, patente na Biblioteca da UA, conta assim com 30 cachecóis expostos, crochetados pelas mãos de 31 pessoas da comunidade UA. As peças coloridas seguem um código de cor onde cada linha representa a temperatura média diária registada em Aveiro. A exposição começa com os dados de 1994 e estende-se até 2023. Do período temporal, o ano mais frio e onde se contam mais fios em tons de verde e azul é o de 2018 e, pelo contrário, 2022 consolida-se como o ano mais quente, onde abundam os tons vermelhos, laranjas e mesmo pretos. A recolha de dados foi também levada a cabo pela equipa por detrás do projeto.
A iniciativa tentou ainda sensibilizar para “a questão das políticas” e a forma como as alterações climáticas impactam também “ao nível de outros setores”, aponta Myriam. Assim, a exposição pretende também induzir pensamentos na forma como se podem “desenvolver estratégias de intervenção”, salienta a investigadora. “Este projeto é uma tomada de consciência do problema para depois também mudarmos a ação. De alguma forma, esperamos ter contribuído para esta mudança”, repara.
Myriam deu ainda nota de que a equipa procurou desenvolver o projeto com materiais sustentáveis e locais. “Queríamos que também o projeto tivesse aqui alguma ótica de sustentabilidade e, portanto, fomos procurar materiais nacionais, produzidos em Portugal e escolhemos a ‘Rosários 4’ porque é uma marca portuguesa que usa fibras naturais de algodão, sem químicos”, realça a investigadora.
Além da sustentabilidade também a saúde mental e a promoção do bem-estar se constituiu como um pilar da iniciativa. “Nós reconhecemos que, efetivamente, as pessoas precisavam deste espaço de encontro para partilha, mas também para relaxamento, para se desconectarem daquilo que é o dia-a-dia, do stress do trabalho”, sublinha Myriam.
A iniciativa contou ainda com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, que sublinha não só a temática da exposição, que considera “extremamente importante e oportuna”, mas também o facto do projeto ter conseguido consolidar uma equipa “para o bem-estar e para a saúde mental dos participantes”, enquanto organizaram uma iniciativa de divulgação “de ciência e de um problema do nosso tempo”. “Acho que todos estes ângulos são ângulos extraordinariamente positivos e raras vezes vi uma ideia tão feliz e tão bem aproveitada”, frisa o reitor.
A iniciativa conta ainda com a realização de uma oficina de croché, realizadas na sala da exposição amanhã, 11 de abril, entre as 14h e as 18h. Na próxima segunda-feira, dia 14, pelas 16h, será realizado um workshop sobre Aquisição de Dados para Ciências da Atmosfera, na Sala de Formação da Biblioteca da UA. A iniciativa é gratuita, mas de inscrição obrigatória.
Recomendações
Reitor da UA acredita que reforma do Ministério da Educação pode ser “oportunidade para melhorar”
O reitor considera que, após décadas de evolução, “falta fazer uma avaliação” do sistema. Sem criticar os anteriores governos, que “fizeram crescer” o aparelho científico nacional, Paulo Jorge Ferreira elogia a medida que, de acordo com Fernando Alexandre, Ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, vai permitir ultrapassar uma “uma estrutura anacrónica”. Recorde-se que, conforme noticiado ontem pela Ria, as atuais 18 entidades e 27 dirigentes superiores entre os serviços de ensino não superior e superior, ciência e inovação vão passar a ser apenas 7 entidades e 27 dirigentes superiores. De acordo com a informação prestada pelo governo, os organismos extintos, entre os quais estão a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou a Agenda Nacional de Inovação (ANI), vão passar a integrar novas entidades. No entender do reitor, Portugal e a Europa têm tido muita dificuldade em “transformar a investigação em economia, em valor acrescentado”. Desse prisma, acredita que a reorganização pode ser positiva e que o caminho seguido pelo governo é “uma direção válida a explorar”. Paulo Jorge Ferreira acrescenta que a extinção das entidades “não pode” impedir os projetos de investigação em curso, que, acredita, podem até beneficiar desta reforma.
TFAAUAv prepara participação em festival no Peru
Para além do grupo de Aveiro, vão participar outras três tunas internacionais (de Países Baixos, Chile e Colômbia), quatro tunas peruanas e outras quatro tunas convidadas. Em comunicado endereçado à Ria, a Tuna nota que o encontro é ainda “mais especial” porque a TFAAUAv é também tuna madrinha da tuna anfitriã, a Tuna Femenina de Derecho da Universidad de San Martín de Porres. A participação no VII SANMARTINAS - Festival Internacional da Tuna Femenina de Derecho, que decorre em Lima, acontece entre 15 e 16 de agosto e, de acordo com as estudantes, o principal objetivo é "levar a nossa música, tradição e espírito académico portugueses além-fronteiras".
Antigo presidente do Conselho Geral da UA condecorado com Grã-Cruz do Mérito Industrial
A cerimónia teve lugar esta segunda-feira, 28 de julho, no Palácio de Belém, e visou distinguir o percurso de António Oliveira no setor industrial e empresarial, nomeadamente, no contributo para o desenvolvimento económico nacional, a promoção da inovação e a projeção internacional da indústria portuguesa. Tal como avançado pela Universidade de Aveiro (UA), desde dezembro de 2021 até 2025, António Oliveira foi também presidente do Conselho Geral da UA, “instituição com a qual mantém uma relação próxima de mais de duas décadas”. O percurso de António Oliveira já havia sido anteriormente distinguido com o prémio EY Entrepreneur of the Year – Inovação (2021) e com um Prémio Especial nos Prémios Exportação & Internacionalização (2024), pelo seu papel transformador na liderança da OLI. A Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial visa distinguir quem, como empresário ou trabalhador, se destacou pelo seu contributo relevante para o fomento e valorização das indústrias em Portugal.
UA em destaque no desenvolvimento de bioplásticos sustentáveis com subprodutos vegetais
Na UA, o projeto conta com uma equipa multidisciplinar composta pelas investigadoras Paula Ferreira, Idalina Gonçalves, Célia Miranda e Marta Ferro, do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO), bem como pelo investigador Manuel A. Coimbra, do Departamento de Química e membro do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE). Ao contrário dos bioplásticos convencionais, que geralmente utilizam recursos comestíveis e competem com a cadeia alimentar, o “BIOCOATING” recorre, segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a resíduos como lamas ricas em amido de batata, sementes de abacate, pele de prata do grão de café, borras de café e aparas de papel. Esta abordagem evita a competição com o setor alimentar, ao mesmo tempo que promove o reaproveitamento de resíduos agroindustriais. Entre os principais desafios estão a melhoria das propriedades mecânicas dos bioplásticos, a sua capacidade de barreira a gases e a escalabilidade económica, de modo a garantir uma aplicação em larga escala. Financiado pelo programa Portugal 2030, através do Compete 2030, o projeto conta com um investimento elegível superior a 1,3 milhões de euros, dos quais cerca de 939 mil euros são comparticipados pelo FEDER. A colaboração entre a UA e a Isolago não é nova. A mesma já tinha acontecido através dos projetos “POTATOPLASTIC” e “PLASTICOLIGHT”.
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IL defende demolição da antiga sede da CERCIAV
Os responsáveis da Iniciativa Liberal atacam ambos os candidatos e consideram que a polémica “é o reflexo de uma política capturada por disputas familiares”. Recorde-se que os irmãos Alberto e Luís, que se candidatam à Câmara Municipal de Aveiro por PS e por “Aliança Mais Aveiro”, respetivamente, têm discutido ao longo da semana a demolição do antigo edifício da CERCIAV. Depois de José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ter anunciado a intervenção em sede de Assembleia Municipal, a providência cautelar interposta por Alberto Souto suspendeu o avanço dos trabalhos. Luís Souto reagiu ontem e defendeu que se deve prosseguir com a demolição, ao passo que Alberto Souto já se mostrou “desiludido” com a postura do oponente. Para a Iniciativa Liberal, a disputa é apenas “um combate entre irmãos, num ringue cujo chão é a cidade e cujos impactos recaem sobre os cidadãos”. Embora considere que a antiga sede da CERCIAV é um edifício “sem capacidade de adaptação às exigências atuais” e que a argumentação do candidato do PS é “frágil, contraditória e demagógica”, a IL deixa também críticas ao representante da coligação “Aliança Mais Aveiro”. No entender do partido, Luís Souto “em vez de apresentar uma visão para Aveiro, limita-se a reagir”. Os liberais defendem a expansão e recuperação do edifício do Conservatório, cujo projeto aprovado inclui, de acordo com a nota enviada, três estúdios de dança, salas de percussão e espaços de estudo. A demolição da antiga sede da CERCIAV foi, no entender da IL, prevista de forma "responsável, com parecer técnico, para dar lugar a um equipamento moderno, acessível e funcional”.
Passadiços do Paiva reabrem parcialmente amanhã após incêndio
Foi na zona de Espiunca, onde se localiza uma das entradas dos Passadiços do Paiva, que o fogo destruiu centenas de metros da estrutura. De acordo com uma nota publicada na rede social Facebook, o troço Areinho-Vau abre já amanhã ao público, bem como a ponte 516 Arouca. Permanece encerrado apenas o troço Vau – Espiunca. Em declarações à Agência Lusa, Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, disse que a autarquia vai estudar uma "medida inovadora que permita com mais facilidade aceder a determinados pontos". O objetivo é que se crie um mecanismo que torne mais fácil conter os focos junto aos passadiços. Esta foi a quarta vez que o fogo atingiu os Passadiços do Paiva desde a inauguração, em junho de 2015.
Luís Souto acusa PS de “brincar” com a habitação em apresentação dos candidatos da ‘Aliança’ a Cacia
As críticas surgiram na sequência da proposta apresentada por Alberto Souto, candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Aveiro, em entrevista dada ao Jornal de Notícias. Recorde-se que, como foi ontem noticiado pela Ria, a ideia seria de subarrendar habitação a preços mais acessíveis do que os praticados pelo mercado até que seja construída mais habitação pública. Luís Souto Miranda considerou a proposta “irresponsável” e disse mesmo que o candidato do PS só a fazia “para ficar bem na fotografia”. No longo prazo, acredita o candidato, a proposta “só iria favorecer a especulação e aumentar os preços, […], mas não iria resolver nada”. Tema de destaque do discurso do candidato à autarquia foi também a polémica demolição da antiga sede da CERCIAV para expansão do Conservatório. Depois de Alberto Souto ter interposto uma providência cautelar que suspendeu a destruição do edifício, o cabeça-de-lista da ‘Aliança’ acusa-o de voltar a colocar “sinais de STOP” aos projetos da autarquia. Luís Souto garante que a coligação “não quer parar nada” e orienta o discurso para Cacia: “Não há sinais STOP connosco aqui em Cacia”. O candidato refere que, em vários aspetos, Cacia pode beneficiar da proximidade da autarquia ao governo. Primeiro na valorização do Baixo Vouga, que diz ser uma arma da freguesia para atrair turismo, e depois na luta pela abolição das portagens na A25, que afetam Cacia. Luís Souto diz contar com o “lobby” do deputado do PSD Firmino Ferreira, que esteve presente na sessão como presidente da Comissão Política Concelhia do PSD Aveiro, e com o apoio de secretários de Estado que “trata quase por tu”. Também Nelson Santos, recandidato à freguesia de Cacia pela coligação “Aliança Mais Aveiro”, sublinhou a questão das portagens. O autarca refere que Cacia é “a freguesia mais castigada pelos pórticos” e considera que, sem eles, desaparece o “caos” na Quintã e no resto da freguesia. A pensar num próximo mandato, o candidato diz que “a parte de pensar já passou, agora é hora de executar". Nesse sentido, promete avançar com o novo acesso a Sarrazola, bem como com a requalificação da antiga sede de junta, e de uma série de ruas da freguesia. Entre outras propostas, assumiu ainda a vontade de expandir o Parque de São Bartolomeu, onde a sessão se realizou. Nelson Santos falou ainda sobre a vontade de dar seguimento ao processo de renovação das piscinas e do mercado. O candidato disse que “ouviu dizer que há uma lista” que quer mudar as piscinas e que “não sabe o que quer fazer”. A resposta é dirigida a Alberto Souto, que incluiu a questão na sua “Rota das Oportunidades”, rubrica que mantém nas redes sociais sobre impasses do concelho, a defender uma otimização das piscinas para que sejam usadas para além dos meses da época balnear.
Reitor da UA acredita que reforma do Ministério da Educação pode ser “oportunidade para melhorar”
O reitor considera que, após décadas de evolução, “falta fazer uma avaliação” do sistema. Sem criticar os anteriores governos, que “fizeram crescer” o aparelho científico nacional, Paulo Jorge Ferreira elogia a medida que, de acordo com Fernando Alexandre, Ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, vai permitir ultrapassar uma “uma estrutura anacrónica”. Recorde-se que, conforme noticiado ontem pela Ria, as atuais 18 entidades e 27 dirigentes superiores entre os serviços de ensino não superior e superior, ciência e inovação vão passar a ser apenas 7 entidades e 27 dirigentes superiores. De acordo com a informação prestada pelo governo, os organismos extintos, entre os quais estão a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou a Agenda Nacional de Inovação (ANI), vão passar a integrar novas entidades. No entender do reitor, Portugal e a Europa têm tido muita dificuldade em “transformar a investigação em economia, em valor acrescentado”. Desse prisma, acredita que a reorganização pode ser positiva e que o caminho seguido pelo governo é “uma direção válida a explorar”. Paulo Jorge Ferreira acrescenta que a extinção das entidades “não pode” impedir os projetos de investigação em curso, que, acredita, podem até beneficiar desta reforma.