RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Incêndios: Ribau Esteves pede um “Governo diferente” e “autoridade para agir”

“O Governo ouviu bem, tomou nota de tudo e este diálogo vai seguramente continuar com outros autarcas do país, porque é preciso que o Governo nos ouça de uma vez por todas, porque nós precisamos é autoridade e capacidade para atuar”, comentou.

Incêndios: Ribau Esteves pede um “Governo diferente” e “autoridade para agir”
Redação

Redação

17 set 2024, 17:04

O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, disse hoje que se pede que “este Governo seja diferente”, dando aos autarcas “autoridade para agir” onde os terrenos não são limpos.

“Pressionámos todos para que este seja um Governo diferente e seja capaz de nos permitir agir rapidamente no terreno”, declarou Ribau Esteves à saída de uma reunião de autarcas do distrito com membros do Governo.

Ribau Esteves lembrou que já leva 27 anos como autarca e que o presidente da Câmara de Águeda, igualmente na reunião, também já é autarca há duas décadas e com muita experiência da realidade no terreno.

“O Governo ouviu bem, tomou nota de tudo e este diálogo vai seguramente continuar com outros autarcas do país, porque é preciso que o Governo nos ouça de uma vez por todas, porque nós precisamos é autoridade e capacidade para atuar”, comentou.

O presidente da Câmara de Aveiro considerou que existe excesso de burocracia e deu o exemplo do incumprimento na limpeza dos terrenos.

“A nossa capacidade de agir é limitadíssima: notificamos, depois temos audiência dos interessados, aplicamos a decisão final”, relatou.

No entanto, prosseguiu, “a pessoa tem recurso ainda para dentro da câmara e, se não concordar, arranja advogado e recorre para Tribunal, com efeito suspensivo. Isto tem que acabar!”.

Segundo o autarca, há também “situações em que não é possível cumprir” a legislação, por não se conseguir identificar os proprietários de um terreno.

“Vamos à Conservatória, damos 30 voltas e não se consegue”, descreveu.

Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região Norte e Centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.

As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.

Hoje, às 13:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.

A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.

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Ribau Esteves critica “pressa” nas presidenciais e Simão Santana apoia Gouveia e Melo
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Ribau Esteves critica “pressa” nas presidenciais e Simão Santana apoia Gouveia e Melo

A cerca de meio ano para as eleições presidenciais há já três nomes em cima da mesa. Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD; Henrique Gouveia e Melo, ex-chefe do Estado-Maior da Armada; António José Seguro, ex-secretário-geral do PS. Mariana Leitão da Iniciativa Liberal (IL) também tinha anunciado a sua candidatura, mas esta quinta-feira acabou por a retirar para disputar a liderança da IL, depois da saída de Rui Rocha. Interpelado pela Ria, no final da reunião camarária desta quinta-feira, Ribau Esteves criticou a excessiva aceleração e a partidarização do processo eleitoral. “Nunca percebi a pressa nestas eleições presidenciais. Nunca percebi, de todo. Nem a pressa, nem a partidarização. Esta questão de que cada partido tem de ter um candidato, eu discordo”, frisou. Para o autarca, “os candidatos têm de se apresentar, têm de fazer o seu trabalho”, cabendo depois aos partidos decidir se apoiam ou não.” Como exemplo, referiu a candidatura de Luís Marques Mendes, que, num “ato muito simbólico”, decidiu “formalmente deixar de ser militante do PSD”. Reconheceu, no entanto, “que Marques Mendes nunca deixou de ser militante do PSD, mas formalmente deixou de o ser”, acrescentando que foi “um sinal de que aquela eleição não é partidária - embora, há muito tempo, esta eleição tenha sido partidarizada”. Numa visão sobre os partidos, Ribau Esteves criticou ainda a forma como estes têm tratado a eleição presidencial. “O PSD tem um candidato, o PS anda à rasca, mas está à procura de um, a Iniciativa Liberal tem um [entretanto Mariana Leitão retirou a sua candidatura], o Chega já teve um, agora não sabemos se vai continuar ou não”, expôs, vincando ser “contra isto”. Num tom mais pessoal acrescentou ainda que, oportunamente, tomará uma decisão e que a tornará pública, “tranquilo da minha vida”. “Qual é a pressa?”, voltou a questionar Ribau Esteves. Para o autarca aveirense “vivemos numa sociedade em que tudo anda com uma pressa absurda”. Ainda sem uma decisão tomada, garantiu: “Vou querer o mais possível fazer aquela escolha boa de qual destes todos é o melhor, mas mesmo que essa não acontecesse (…) ia pela outra de qual destes todos é o menos mau”. Ribau Esteves terminou assegurando à Ria que votará “em alguém, não me vou abster, nem anular o voto, nem votar em branco, mas não há pressa nenhuma”. Por sua vez, Simão Santana, adjunto do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, revelou à Ria que está a apoiar Henrique Gouveia e Melo “por uma questão de convicção”. O ex-presidente do PSD-Aveiro consta na lista de apoiantes que foi tornada pública no site oficial da candidatura de Gouveia e Melo. “Acho que o espaço democrático em Portugal está minado pelo medo e os partidos (…) não têm sido capazes de conquistar as pessoas pela esperança, pelo futuro, pelas coisas boas que podemos fazer, não só para nós próprios, mas para o nosso país”, opinou. “Acho que Gouveia e Melo representa esta liderança que precisamos. É um líder nato, não é uma segunda ou terceira figura de um partido, até porque isto não se trata de uma eleição de partidos. Trata-se de uma eleição de pessoas”, assegurou. Neste seguimento vincou à Ria, ser “um simples apoiante português” que considera o antigo almirante o “líder certo, na hora certa”. Questionado sobre o facto do PSD ter declarado, na última semana, apoio à candidatura presidencial de Marques Mendes, Simão Santana respondeu que apesar de discordar da escolha continua a apoiar o partido. “Não está nada disso em causa, não misturo. Além do mais, é importante, dentro do PSD, que existam ideias diferentes, porque isto obviamente enriquece o PSD. Acho que a candidatura do Gouveia e Melo vai enriquecer o espaço político e vem ajudar os partidos (…) moderados a poderem ter mais força no mundo”, justificou. Neste seguimento, relembrou ainda que é “apenas um militante livre, que gosta muito do seu partido, mas que gosta muito do seu país”. “O país está sempre à frente de qualquer circunstância pessoal”, assegurou. Sobre o nome de Luís Marques Mendes foi mais além e disse que esta foi uma decisão “fabricada” pela direção do PSD. “Eu acho que não é uma boa escolha. Eu gostaria muito que o Partido Social Democrata pudesse apoiar o antigo almirante à presidência da República. Acho que era a escolha certa”, insistiu. Questionado ainda pela sua saída da presidência da concelhia do PSD-Aveiro e por um possível regresso à vida política, Simão Santana reafirmou que “não” abandonou a política. “Eu simplesmente saí da minha posição de presidente do PSD porque achei que não fui bem tratado, nem tido em conta (…) num momento da decisão que me diria absolutamente respeito. Portanto, eu não saí da vida política ativa, continuo como conselheiro nacional. E enquanto achar que sou útil ao PSD cá continuarei”, assegurou.

Ribau Esteves evita comentar 'Rota de Oportunidades' de Alberto Souto, mas enumera investimentos
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Desde o passado dia 22 de maio que Alberto Souto de Miranda, candidato socialista à CMA, iniciou uma nova ação de campanha intitulada “Rota das Oportunidades”. A iniciativa pretende “identificar no terreno situações de estagnação e desperdício de potencial no concelho”. Questionado pela Ria, no final da reunião camarária desta quinta-feira, sobre se tem acompanhado esta iniciativa, o atual presidente da Câmara, José Ribau Esteves afirmou que vê “tudo o que é o processo político do Município de Aveiro, com toda a atenção”. “Não exatamente por obrigação, mas também tenho como uma das minhas funções como presidente de Câmara, que é um cargo político, estar a par de tudo. Portanto, é uma opção política que também a sinto como uma obrigação”, justificou. Sobre Alberto Souto, Ribau Esteves recorda que este foi presidente da Câmara e deixou a autarquia em situação crítica. “O Dr. Alberto Souto foi presidente desta Câmara e saiu despedido pelos cidadãos. Entendeu [ser candidato], 20 anos depois de ter sido despedido e de ter trabalhado nesta Câmara durante oito anos. Fez algumas coisas boas, fez muitas asneiras e deixou a Câmara na pré-falência. E os cidadãos, que é quem manda na democracia, despediram-no”, atirou. O autarca sublinhou ainda o percurso dos seus antecessores. “Nós somos cinco [ex] presidentes de Câmara. Só quatro fomos eleitos. O presidente Celso Santos foi presidente desta Câmara, mas não foi eleito. Quando tentou ser eleito, perdeu. Como o seu sucessor, Alberto Souto, perdeu as eleições. Como o seu sucessor, Élio Maia, perdeu as eleições. O nosso primeiro presidente de Câmara eleito, Girão Pereira - e o último presidente de Câmara eleito e ainda em funções ‘José Ribau Esteves’ - não perderam as eleições, saem por motivos de vontade própria e/ou do quadro legal que limita uma outra qualquer possibilidade”, frisou. Até ao momento, Alberto Souto já lançou quatro vídeos no âmbito da iniciativa “Rota das Oportunidades” que, como diz, tem como objetivo falar de ideias e obras que estão paradas “há 20 anos”. Entre os temas que já falou está a zona urbanística junto ao Moinho do Canal do Paraíso, onde referiu estar com um “enorme desmazelo urbanístico”; a antiga lota de Aveiro que considera ser o “maior impasse e o maior buraco urbanístico” do concelho de Aveiro; o famoso prédio da Avenida Lourenço Peixinho em que destaca ser um “escândalo urbanístico” e referências a Esgueira onde atira que “não há um único parque digno desse nome”. Questionado diretamente sobre os conteúdos da "Rota das Oportunidades", Ribau Esteves evitou tecer comentários sobre as ideias do opositor. “Ouço tudo, mas não faço declarações públicas de concordância ou discordância. Não faço ideia do que é que quer dizer o ‘Parque de Esgueira’. Não faço ideia, nem quero fazer. Respeito e, obviamente, o sr. candidato explicará ao seu eleitorado e discutirá com os outros candidatos essa e as outras ideias”, vincou. Ainda assim, Ribau Esteves respondeu às críticas apontadas por Alberto Souto com exemplos de projetos em curso ou já realizados pela autarquia, como o Plano de Pormenor do Canal do Paraíso. “Está em curso um plano de pormenor, chama-se Plano de Pormenor do Canal do Paraíso, que integra essa zona. As opções (...) vieram aqui à Câmara, são públicas. O plano teve uma primeira fase de inquérito público, virá proximamente para ser aprovado e vai ter outro inquérito público. Portanto, a posição da Câmara sobre essa matéria está claríssima e tem um processo em curso, com uma importância legal brutal”, respondeu. Sobre a antiga lota, o presidente da Câmara recordou que já há um “projeto em curso”. “Estamos a formalizar o projeto de execução e temos um fundo comunitário aprovado, do ITI [Instrumentos Territoriais Integrados] das Redes Urbanas, no caso das Cidades Azuis, que vai comparticipar uma primeira fase das obras de urbanização e infraestruturação daquele terreno”, recordou. Sobre o prédio da Avenida Lourenço Peixinho, Ribau Esteves relembrou que há já uma nova empresa titular do espaço e um projeto em desenvolvimento. “Posso adicionar que a AM48 - a mesma empresa que é dona da Foz de Prata - fez um concurso para escolher o arquiteto e participaram cinco ou seis gabinetes. Eu fui chamado à sede da empresa, em Lisboa, porque a empresa quis ouvir-me antes de fechar a sua decisão. (…) Foi-me dito recentemente que o projeto desse arquiteto (…) entrará proximamente. Não sei dizer nada de mais rigoroso em termos matemáticos do que o proximamente”, assegurou. Quanto à freguesia de Esgueira, Ribau Esteves admitiu que existe um problema com a “falta objetiva de espaço público”, relembrando alguns dos investimentos feitos pelo atual Executivo como, por exemplo, o Parque Aventura Fonte do Meio. “Um grande investimento que acabou com um dos mais graves passivos ambientais”, considerou. Por fim, Ribau Esteves considerou que Alberto Souto já teve várias oportunidades para se candidatar, mas optou por não o fazer. “Se o Dr. Alberto Souto tivesse vindo disputar comigo [eleições]... Teve a oportunidade de fazer três disputas comigo: não foi a uma. Ele podia ter disputado três eleições comigo. Perdeu a oportunidade de discutirmos tudo e mais alguma coisa”, exprimiu.

Inova-Ria reúne especialistas para refletir sobre o futuro das telecomunicações
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Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a sessão teve início com a apresentação de Pedro Carvalho, da Altice Labs, que abordou a evolução das telecomunicações. Seguiu-se a intervenção de Sérgio Tavares, da HFA, que demonstrou como esta área é também transversal a “vários setores industriais, desde a automação ao aeroespacial, passando pela produção de equipamentos fundamentais como ONTs, OLTs e módulos XFP NG-PON2, integrados em redes de fibra ótica”. Também António Teixeira, em representação da PICadvanced, apresentou “o estado atual e a evolução das redes óticas PON, com especial enfoque na transição para velocidades de 25G e 50G, e no impacto dos circuitos fotónicos integrados (PICs) enquanto tecnologia chave para redes mais eficientes, compactas e sustentáveis”. Com um olhar sobre o futuro, Nuno Borges Carvalho do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da UA abordou os “gaps tecnológicos ainda existentes, os desafios energéticos colocados pelo crescimento exponencial da conetividade e as dimensões sociais e éticas que devem acompanhar esta transformação digital, como a sustentabilidade, a proteção de dados e a inclusão digital”. Mário Campolargo, antigo secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, foi o responsável por encerrar a sessão com “uma reflexão sobre a crescente hiperconetividade da sociedade atual, reforçando a necessidade de uma utilização consciente, responsável e sustentada da tecnologia”. “O próximo workshop será anunciado em breve”, avança ainda a nota. O DigiAdvance é um projeto financiado pela Comissão Europeia, que visa apoiar as PME europeias a colmatar as lacunas de competências digitais dos seus trabalhadores. A Inova-Ria e a Universidade de Aveiro são parceiras do projeto.

Município de Aveiro apresenta livro que encerra operação Capital Portuguesa da Cultura
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"Com o lançamento destas duas obras, a autarquia encerra simbolicamente o ciclo de Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, deixando um legado material, expressivo e simbólico que testemunha a transformação vivida pela cidade, pelo município e pela região de Aveiro ao longo do excecional ano de 2024", refere uma nota camarária. Durante a reunião do executivo municipal, realizada esta quinta-feira, o presidente da Câmara, Ribau Esteves, explicou que estas duas obras deixam "contada como deve ser a história de um ano absolutamente fantástico e absolutamente notável" e são também "um exercício formal de agradecimento a todas as pessoas que deram um contributo para essa operação". O livro, com mais de 400 páginas, reúne textos e imagens que revisitam os principais momentos e eixos programáticos de Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024. A publicação inclui reflexões sobre o conceito curatorial, as áreas temáticas desenvolvidas, as parcerias institucionais estabelecidas, os programas de participação pública e os indicadores numéricos de uma operação cultural de dimensão inédita em Portugal. O vídeo apresenta registos videográficos das múltiplas ações que integraram a programação de Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, complementados pelos testemunhos de protagonistas institucionais e artísticos. A obra audiovisual promove também uma reflexão sobre temas estruturantes como identidade, democracia, sustentabilidade e tecnologia, pilares conceptuais que sustentaram todo o projeto. A sessão de apresentação do livro e do vídeo “Aveiro 2024 – Até ao Infinito” terá lugar no Teatro Aveirense, às 18h00, com entrada gratuita. Os ingressos podem ser levantados a partir de sexta-feira, na bilheteira do Teatro Aveirense, estando a sua disponibilização limitada à lotação da sala.

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Última Jam Session do ano letivo celebra mês do orgulho com a presença de Sincera Mente
Universidade

Última Jam Session do ano letivo celebra mês do orgulho com a presença de Sincera Mente

Sincera Mente tem vindo a ganhar notoriedade nas redes sociais e marcou presença na última Jam Session do ano letivo da UA. À Ria, sublinhou que a receção foi “muito calorosa”, com pessoas a pedirem vídeos, fotografias e até autógrafos. Foi, inclusive, na UA que deu o primeiro autógrafo desde que começou com o projeto da Sincera. “Tem sido uma experiência muito boa, muito enriquecedora, porque as pessoas partilham comigo as experiências que têm a ver os meus vídeos, faz-me muito feliz e dá-me vontade de continuar”, conta. De vestido azul a fazer lembrar a arte azulejar típica da região, Sincera Mente conta que demorou “três horas” a preparar o figurino. “Hoje eu decidi vir super bem produzida”, observa. Por trás da personagem está um professor de teatro e de dança que partilha a mesma personalidade da Sincera. “Se eu estivesse desmontada seria exatamente igual, só que sem saltos, para não sofrer tanto”, brinca. O projeto pretende “trazer a arte drag para a rua”. “A arte drag é feita para o palco e eu acho que a arte drag, que agrupatantas outras artes, pode ser trazida para a rua para mostrar que realmente nós existimos, nós estamos aqui. Não há mal nenhum,nós não queremos fazer mal a ninguém, queremos apenasentreter-vos”, repara. A Universidade é, para Sincera, “um palco mais privilegiadopara trazer esta mensagem”. “Partimos do princípio de que sãopessoas que estão informadas, que são de uma geraçãoque está apta a receberpessoas diferentes eperceber que quanto mais diferenças virmos, mais humanos somos, com mais característicasnos identificamos”, afirma, enquanto lembra que “há pessoas que ainda não sabem quem são e que estão a descobrir quem são:tanto na sua identidade comosexualmente etoda a gente passa por esse processo”. À Ria, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, faz um balanço positivo das Jam Sessions em conjunto o NEMU. “As pessoas têm aderido” à iniciativa que proporciona momentos de lazer, mesmo numa altura que é marcada pela época de exames. “[Os estudantes presentes] são a prova de que são precisas estas pausas para conseguir o equilíbrio perfeitoentre aquilo que é o estudo, a vida académicae todas estas partes que fazem este percurso tão singular”, diz a representante dos estudantes. Também Matilde Cardoso, coordenadora do NEMU, aponta o sucesso da iniciativa que incentiva os estudantes – de Música ou não – a partilhar momentos de lazer e cultura. “A malta costuma estar a assistir, traz um instrumento e entra para tocar: acredito quenestes eventos a malta se conheçae que depois até se junte e forme grupos”, conta Matilde. A estudante repara ainda que a diversidade cultural e a abordagem da temática da comunidade LGBTQIA+ como “importante” por ser algo que continua a “ter de ser falado”. Joana atenta ainda que a iniciativa dá o pontapé de saída para um mês com um especial foco precisamente na comunidade LGBTQIA+, de forma a celebrar e chamar a atenção para a temática. “Temos acima de tudo que ser uma academia inclusivae aberta a todos eque conseguimos mostrar aquilo que é o espírito de acolhimento(…)e é isso que nós queremos trazer para cima da mesa:mostrar aquilo que somos, que a UA é abertaa todos e que acima de tudo sabe receber”, afirma.

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Entendeu [ser candidato], 20 anos depois de ter sido despedido e de ter trabalhado nesta Câmara durante oito anos. Fez algumas coisas boas, fez muitas asneiras e deixou a Câmara na pré-falência. E os cidadãos, que é quem manda na democracia, despediram-no”, atirou. O autarca sublinhou ainda o percurso dos seus antecessores. “Nós somos cinco [ex] presidentes de Câmara. Só quatro fomos eleitos. O presidente Celso Santos foi presidente desta Câmara, mas não foi eleito. Quando tentou ser eleito, perdeu. Como o seu sucessor, Alberto Souto, perdeu as eleições. Como o seu sucessor, Élio Maia, perdeu as eleições. O nosso primeiro presidente de Câmara eleito, Girão Pereira - e o último presidente de Câmara eleito e ainda em funções ‘José Ribau Esteves’ - não perderam as eleições, saem por motivos de vontade própria e/ou do quadro legal que limita uma outra qualquer possibilidade”, frisou. Até ao momento, Alberto Souto já lançou quatro vídeos no âmbito da iniciativa “Rota das Oportunidades” que, como diz, tem como objetivo falar de ideias e obras que estão paradas “há 20 anos”. Entre os temas que já falou está a zona urbanística junto ao Moinho do Canal do Paraíso, onde referiu estar com um “enorme desmazelo urbanístico”; a antiga lota de Aveiro que considera ser o “maior impasse e o maior buraco urbanístico” do concelho de Aveiro; o famoso prédio da Avenida Lourenço Peixinho em que destaca ser um “escândalo urbanístico” e referências a Esgueira onde atira que “não há um único parque digno desse nome”. Questionado diretamente sobre os conteúdos da "Rota das Oportunidades", Ribau Esteves evitou tecer comentários sobre as ideias do opositor. “Ouço tudo, mas não faço declarações públicas de concordância ou discordância. Não faço ideia do que é que quer dizer o ‘Parque de Esgueira’. Não faço ideia, nem quero fazer. 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Sobre a antiga lota, o presidente da Câmara recordou que já há um “projeto em curso”. “Estamos a formalizar o projeto de execução e temos um fundo comunitário aprovado, do ITI [Instrumentos Territoriais Integrados] das Redes Urbanas, no caso das Cidades Azuis, que vai comparticipar uma primeira fase das obras de urbanização e infraestruturação daquele terreno”, recordou. Sobre o prédio da Avenida Lourenço Peixinho, Ribau Esteves relembrou que há já uma nova empresa titular do espaço e um projeto em desenvolvimento. “Posso adicionar que a AM48 - a mesma empresa que é dona da Foz de Prata - fez um concurso para escolher o arquiteto e participaram cinco ou seis gabinetes. Eu fui chamado à sede da empresa, em Lisboa, porque a empresa quis ouvir-me antes de fechar a sua decisão. (…) Foi-me dito recentemente que o projeto desse arquiteto (…) entrará proximamente. Não sei dizer nada de mais rigoroso em termos matemáticos do que o proximamente”, assegurou. Quanto à freguesia de Esgueira, Ribau Esteves admitiu que existe um problema com a “falta objetiva de espaço público”, relembrando alguns dos investimentos feitos pelo atual Executivo como, por exemplo, o Parque Aventura Fonte do Meio. “Um grande investimento que acabou com um dos mais graves passivos ambientais”, considerou. Por fim, Ribau Esteves considerou que Alberto Souto já teve várias oportunidades para se candidatar, mas optou por não o fazer. “Se o Dr. Alberto Souto tivesse vindo disputar comigo [eleições]... Teve a oportunidade de fazer três disputas comigo: não foi a uma. Ele podia ter disputado três eleições comigo. Perdeu a oportunidade de discutirmos tudo e mais alguma coisa”, exprimiu.

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