RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Luís Souto defende Catarina Barreto: “Foi erro administrativo. Repôs a verba, o caso está encerrado”

Numa arruada promovida pela ‘Aliança com Aveiro’ esta tarde, dia 6, no Bairro de Santiago, Luís Souto, candidato da coligação à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), reagiu à notícia de que Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas (JFA), beneficiou indevidamente de verbas da ADSE. O cabeça-de-lista reafirmou a versão da recandidata autárquica e garantiu que Catarina Barreto apenas beneficiou de ADSE devido a um “erro administrativo”. Segundo Luís Souto, como a presidente devolveu as verbas “o caso está mais que encerrado”.

Luís Souto defende Catarina Barreto: “Foi erro administrativo. Repôs a verba, o caso está encerrado”
Redação

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06 out 2025, 19:17

A primeira palavra do candidato na reação ao caso foi de apreço pelo trabalho político da presidente da Junta de Freguesia de Aradas. “Se há freguesia onde tenho notado um entusiasmo enorme com a nossa candidatura é em Aradas […] A Catarina Barreto fez mandatos exemplares, é uma pessoa próxima do povo, que o povo tem carinho por ela”, sublinha Luís Souto.

É por isso, no seu entender, que se “criou uma estrutura de combate pessoal à doutora Catarina Barreto”. Referindo-se ao movimento independente “Sentir Aradas”, que este ano se volta a candidatar à Junta de Freguesia e que é liderado por Gilberto Ferreira (ex-dirigente da JSD e do PSD-Aveiro), Luís Souto frisou que “é o mesmo grupinho que passa a vida no Tribunal; são pessoas que se calhar estavam bem no antigo regime, seriam agentes da PIDE ou coisa do género, porque só sabem fazer denúncias, denúncias, denúncias…”. Segundo afirma, o movimento é o mesmo que, em 2021, tentou impedir a candidatura da ‘Aliança com Aveiro’ nas eleições autárquicas.

Ainda ao ataque, Luís Souto acusou o mesmo grupo de pessoas de já terem participado nesta “cruzada” não só contra Catarina Barreto, mas já antes contra o José Ribau Esteves, presidente da autarquia.

Já sobre a denúncia anónima que chegou aos partidos com assento na Assembleia Municipal em outubro de 2022 - um mês antes de Catarina Barreto ter sido contactada pela ADSE para regularizar a sua situação -, Luís Souto preferiu desconsiderar: “A denúncia anónima também é uma prática «PIDEsca». […] Quem tem denúncias a fazer que assuma o seu nome, que seja honrado e que vá participar aos organismos competentes. O organismo competente de investigação criminal em Portugal chama-se Ministério Público. Estamos num tempo de muita covardia […] Nós não somos desse género nem pactuamos com esse tipo de jogadas”.

O candidato da ‘Aliança’ negou ainda ter dito que “teria de atuar” caso se verificasse que Catarina Barreto beneficiou indevidamente de ADSE - recorde-se que, no passado dia 11 de setembro, às questões “Vamos supor que este caso da ADSE se confirmava. O que é que iria fazer? Catarina Barreto continuaria a ser a candidata por Aradas?”, Luís Souto respondeu “O que eu digo é o seguinte: toda a gente sabe as linhas gerais que estão emanadas no partido e que se aplicam a todos os candidatos. Se houver algum candidato que esteja envolvido em algum caso de corrupção ou de desvio de dinheiros públicos, seja em géneros ou seja em dinheiro, obviamente que aí teremos de atuar”.

Agora, o cabeça-de-lista da ‘Aliança’ explica melhor o sentido das suas palavras: “Eu falei em processos judiciais. E nós não somos analfabetos, nós somos esclarecidos. Quando houver uma condenação em Tribunal por corrupção - foi o que eu disse e mantenho - então estaremos cá para avaliar. Não há nenhuma condenação em Tribunal”.

Como já tinha dito anteriormente, Luís Souto aponta que a ADSE é “um corpo muito grande que tem várias tipologias” e que, portanto, podem existir algumas confusões. Para este caso, o que interessa ao candidato da ‘Aliança’ é que “houve um erro e a pessoa em causa repôs essas verbas”. “Este caso está mais que encerrado para mim, o que me importa é o trabalho político da senhora presidente da Junta”, conclui.

A uma semana das eleições, Luís Souto nota um movimento “com mais entusiasmo” do que nas últimas disputas eleitorais

À entrada para a última semana de campanha eleitoral, Luís Souto diz-se muito confiante na vitória nas urnas. O único objetivo que o candidato admite é a confirmação dos resultados de há quatro anos: maioria absoluta com a conquistas de todas as Juntas de Freguesia do Município (apenas a Junta de Freguesia de São Jacinto não foi vencida pela ‘Aliança’ em 2021, mas acabou também por passar para o domínio da coligação nas eleições intercalares de 2022).

Embora lembre que não esteve tão presente nas ruas nas duas últimas campanhas (o candidato à Câmara Municipal era Ribau Esteves, ao passo que Luís Souto concorria como cabeça-de-lista à Assembleia Municipal), o líder da ‘Aliança’ nota “mais entusiasmo” nas ruas do que nos últimos atos eleitorais. “Podem considerar que estou a exagerar, mas em cada dez pessoas [com que falamos] nove estão-nos a apoiar”, rematou.

Como já tem feito durante a campanha, Luís Souto voltou a reforçar a importância de que Juntas de Freguesia, Câmara Municipal e Governo estejam alinhados politicamente. Da mesma forma, puxou a si a figura de Ribau Esteves e disse que “é ótimo que o sucessor tenha uma comunicação estreita com ele […] Não tenham dúvidas que será também um conselheiro muito importante. Os aveirenses devem pensar nisto tudo”.

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Na publicação, o líder local do Chega critica o facto de Luís Souto manter a confiança na atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas e recandidata ao cargo, apesar de, segundo Diogo Soares Machado, estarem “confirmadas pela investigação jornalística da Ria as suspeitas de que a autarca esteve indevida e ilegalmente inscrita na ADSE durante quase cinco anos”. O candidato acusa ainda o cabeça de lista da coligação de “insultar adversários políticos” e de “dar o dito por não dito”, ao afirmar que o caso “está encerrado”. Na mensagem, Diogo Soares Machado elenca um conjunto de perguntas que, considera, permanecem sem resposta. Entre elas, o candidato do Chega quer saber “qual o montante total de que beneficiou indevidamente a autarca por via da ADSE”, “quem assinou a inscrição que a identificava como funcionária da Junta” e “se algum funcionário da autarquia foi alvo de inquérito ou processo disciplinar” por ter inscrito indevidamente Catarina Barreto na ADSE. Questiona também “se o valor devolvido só o foi devido à denúncia anónima de outubro de 2022” e “quem suportou as despesas com advogados e custas judiciais no processo em que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro obrigou a Junta a entregar a documentação”. Para o candidato do Chega, o episódio revela “um modo de estar inaceitável na causa pública” e denuncia “a falta de transparência e responsabilidade política” da presidente da Junta e do candidato da coligação 'Aliança com Aveiro'. “Se alguém nos roubar hoje e devolver o nosso dinheiro daqui a cinco anos, depois de ser apanhado, afinal não roubou?”, questiona Diogo Soares Machado no final da publicação, prometendo que, caso seja eleito, vai “investigar profundamente toda a situação e exigir explicações e responsabilidades”. Diogo Soares Machado deixou ainda críticas ao PS-Aveiro e ao candidato socialista à Câmara Municipal, Alberto Souto. Lamentou que “nunca tenham tido uma palavra sobre todo este caso indigno e inacreditável”, considerando que a ausência de reação revela “falta de sentido de responsabilidade perante os cidadãos”. A reação surge depois da Ria - Rádio Universitária de Aveiro ter revelado que a ADSE confirmou a utilização indevida de cuidados de saúde por parte de Catarina Barreto, que esteve inscrita no subsistema entre janeiro de 2018 e novembro de 2022, apesar de não ter vínculo de emprego público - requisito legal para o acesso. A autarca alega que confiou nos serviços administrativos da Junta e classifica o episódio como um “erro administrativo”, garantindo ter devolvido as verbas indevidamente recebidas.

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A conferência de imprensa tinha sido marcada com o intuito de falar sobre a situação da Junta de Freguesia de Aradas, mas o foco acabou por mudar com a reunião de Câmara da passada quinta-feira. Diogo Machado começou por falar sobre a queixa-crime por prática de difamação agravada que, durante a tarde, já tinha anunciado que tinha apresentado contra José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e Rui Soares Carneiro, vereador independente. Em causa estavam as acusações do autarca na reunião de Câmara da passada quinta-feira, dia 2, quando, ao aprovar a extinção da AveiroExpo, Ribau Esteves atacou o candidato do Chega e ex-diretor da empresa: “Algumas dessas pessoas até estão em disputas política-eleitorais e têm dívidas graves e de montante relevante para com a nossa empresa”. Na altura, o vereador Rui Carneiro interpelou o presidente sobre uma das “imparidades reconhecidas” relacionadas com o “adiantamento por conta de despesas do ex-funcionário Diogo Machado, de um valor superior a 20 mil euros”, ao que Ribau Esteves respondeu que “é da vida” e que não tem “grandes ilusões” de receber esse montante. Na resposta, o candidato do Chega afirmou que se trata de uma “mentira grosseira com dolo”, uma vez que tem a intenção de prejudicar a sua candidatura. Nas palavras de Diogo Soares Machado, o que Ribau Esteves tentou fazer foi uma tentativa de “linchamento de carácter e assassinato político”. Segundo afirma, não é a primeira ocasião em que o autarca tenta atacar opositores da mesma forma: foi o caso de Manuel Sardo, ex-presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, que Ribau Esteves terá acusado de usar dinheiros públicos em benefício próprio. O cabeça-de-lista do Chega na corrida à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) explica que foi ele quem avançou com um processo contra a AveiroExpo e não o contrário – processo de que viria a sair vencedor. Diogo Soares Machado nega que possa manter uma dívida para com a empresa, tendo em conta que a ata de audiência de julgamento, datada de 29 de janeiro de 2015, dita que “com o cumprimento do presente acordo, autor [Diogo Soares Machado] e ré [AveiroExpo] declaram, reciprocamente, que nada mais têm a haver um do outro”. Por isto, diz que não vai “perdoar” as palavras do autarca e do vereador, que apelidou de “escroques da política”, por terem protagonizado um “teatro burlesco e bizarro” na reunião do executivo municipal. Diogo Soares Machado assinala que a queixa “é para ir até ao fim”. Para além dos ataques a Ribau Esteves, que disse ter sido “transformado” pelo poder, Diogo Soares Machado também se estendeu nas críticas a Rui Soares Carneiro. Para além de alegar que o vereador pode estar a caminho da direção da Aveiro Parquexpo – “é um «suponhamos»”, disse -, o candidato do Chega também disse que o autarca foi visto no mercado de Cacia com sacos da candidatura da ‘Aliança com Aveiro’. Recorde-se que o vereador foi eleito pelo Partido Socialista, mas que, depois de ter admitido não apoiar o partido na corrida à Câmara Municipal de Aveiro, foi-lhe retirada a confiança política. Entretanto, o vereador já reagiu à queixa-crime apresentada através da sua conta do Facebook. Nas suas palavras, “é curioso: não o conheço pessoalmente, nada me move contra ele, e até politicamente seria difícil mover-me - afinal, é complicado fazer oposição ao vazio. O vazio não tem forma, nem ideias, nem proposta - apenas ruído, como fica mais uma vez provado”. Rui Soares Carneiro alega que se “limitou” a ler o Relatório de Gestão e Contas e o Relatório Final dos Liquidatários da Aveiro-Expo, EM, pelo que afirma: “pelos vistos, ler documentos oficiais é agora considerado difamação - uma inovação jurídica digna de registo”. “O país inteiro procura novas formas de empreendedorismo, Aveiro encontrou o seu primeiro empreendedor do vitimismo político”, conclui o vereador. Para o vereador, é “estranho” que Diogo Soares Machado se tenha sentido difamado e não tenha apresentado queixa sobre a empresa que o considera credor. Na sua leitura, o candidato revela “intolerância democrática” ao querer condicionar quem fiscaliza, “fragilidade política” por falar de suspeitas sem apresentar provas e “tendência persecutória” por “transformar o contraditório em queixa”. O vereador eleito pelo PS acrescenta ainda que os avanços de Diogo Soares Machado aconteceram “com uma pressa notável” e salientou que “a queixa foi apresentada […] a poucos dias de o relatório seguir para a Assembleia Municipal”. Segundo afirma Rui Soares Carneiro, terá sido “coincidência” ou “talvez apenas o receio de ouvir o próprio nome ser novamente lido”. Numa última nota, Rui Soares Carneiro nota ainda estar “absolutamente tranquilo” e afirma “cada um faz campanha com as armas que tem. Uns com ideias, outros com queixas”. A situação política na freguesia de Aradas não deixou também de ser mencionada durante a conferência. Diogo Soares Machado, acompanhado de Ricardo Nascimento, novo cabeça-de-lista pelo Chega a Aradas, começou por recordar que Luís Silvano, primeiro candidato a ser anunciado na corrida à Junta de Freguesia, foi afastado do partido depois de ter sido tornado público que o ex-concorrente tinha sido afastado do INEM por furto de combustível. Foi nesse sentido que disse não perceber o porquê de Luís Souto, cabeça-de-lista da ‘Aliança com Aveiro’, ainda manter a confiança em Catarina Barreto, recandidata à presidência da Junta. Diogo Soares Machado lembra que a Junta foi condenada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) a facultar uma série de documentos e acusou a autarca de praticar “ilegalidades gravíssimas”, tendo sido o “exemplo mais aberrante” o caso em que beneficiou indevidamente de verbas da ADSE, embora tenha mencionado também o que diz que a autarca “fez às funcionárias e funcionários”. Lembre-se que a Junta de Freguesia de Aradas foi alvo de uma auditoria por parte da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) no passado mês de agosto devido a uma queixa de uma colaboradora da Junta, relativa a factos ocorridos em 2021. Sobre esta situação, Diogo Soares Machado atirou-se aos jornalistas e disse que, depois de o Chega ter abdicado da sua candidatura, é a comunicação social que “permite que Catarina Barreto continue [como candidata]”. Embora os jornalistas presentes tenham realçado que os desenvolvimentos da situação em Aradas têm sido sempre noticiados, o candidato do Chega reforçou que o jornalismo tem o dever de investigar, alegando um diferente tratamento entre os partidos. “Imaginem que a Catarina Barreto era do Chega. Davam 1000 notícias!”, rematou. Entretanto, a Ria já questionou a ADSE sobre o caso citado pelo candidato do Chega. De acordo com a notícia publicada esta tarde, dia 6, Catarina Barreto recebeu indevidamente verbas do instituto durante quase cinco anos, tendo reposto todas as verbas depois de ter sido notificada sobre as irregularidades. Embora não tivesse direito a estar inscrita na ADSE, a presidente da Junta de Freguesia de Aradas defende que se tratou de um “erro administrativo”.

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“Estranha-se que a presidente da Junta de Freguesia de Aradas tenha aparentemente protelado a divulgação desta informação. Estranha-se também que procure agora atribuir responsabilidades aos serviços da Junta, quando é, afinal, responsável política por tudo o que ali acontece”, afirmou João Moniz, sublinhando que a autarca não se pode demitir das suas responsabilidades. O dirigente bloquista recordou que foi o candidato da coligação 'Aliança com Aveiro', Luís Souto de Miranda, que desafiou publicamente a comunicação social a investigar o caso. “Foi o candidato Luís Souto de Miranda quem solicitou esta investigação jornalística. Fê-lo certamente porque pretendia agir em conformidade com as conclusões”, acrescentou. Para João Moniz, a situação exige respostas rápidas: “Seja como for, os esclarecimentos devidos por parte dos principais protagonistas devem ser o mais rápidos possível, atendendo à gravidade dos detalhes reportados pela Ria - Rádio Universitária de Aveiro.” A reação surge depois da Ria ter revelado que a ADSE confirmou a utilização indevida de cuidados de saúde por parte de Catarina Barreto, que esteve inscrita no subsistema entre janeiro de 2018 e novembro de 2022, apesar de não ter vínculo de emprego público - requisito legal para o acesso. A autarca alega que confiou nos serviços administrativos da Junta e classifica o episódio como um “erro administrativo”, garantindo ter devolvido as verbas indevidamente recebidas.

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De acordo com a convocatória, a reunião terá três pontos na ordem de trabalhos: informações gerais, análise da situação política e outros assuntos. A reunião acontece num momento em que decorre a campanha para as eleições autárquicas, sendo expectável que a análise da situação política incida sobre o contexto local, a estratégia eleitoral da coligação liderada por Luís Souto e a dinâmica partidária do PSD no concelho. Recorde-se que a atual presidente da Assembleia de Secção é Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas, depois de José Ribau Esteves ter apresentado a sua demissão no seguimento da escolha unilateral de Luís Souto, pela direção nacional do partido, como candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA).

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