Santana Lopes admite vitória do PS em Aveiro e considera disputa “insólita” entre irmãos Souto
Pedro Santana Lopes afirmou esta segunda-feira, no seu espaço de comentário no canal televisivo Now, que a eleição autárquica em Aveiro “está renhida” e que Alberto Souto (PS) pode vencer a Câmara Municipal, atualmente liderada por Ribau Esteves (PSD/CDS/PPM).
Redação
O antigo primeiro-ministro e atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz – que agora lidera uma candidatura do PSD/CDS à mesma autarquia - destacou o caráter inédito da corrida eleitoral, marcada pelo confronto direto entre irmãos: Alberto Souto, candidato do PS, e Luís Souto, escolhido por Luís Montenegro como candidato pela coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS/PPM).
“É algo de insólito, não é? É certo que um é do PS e outro é do PSD. E pronto, não era esperável. Aliás, acho que nunca aconteceu em lado nenhum haver assim dois irmãos na disputa”, afirmou Santana Lopes, sublinhando que a decisão de avançar com Luís Souto partiu da direção nacional do PSD contra a opinião do atual presidente da autarquia. “Luís Montenegro quis apostar neste candidato contra a opinião de Ribau Esteves. (...) Acabaram por impor esta escolha. Mas, de facto, é irmão contra irmão.”
Apesar de reconhecer o trabalho do atual autarca, Santana Lopes não excluiu uma mudança: “Aveiro deu um grande salto. Ele [Ribau Esteves] fez muitas obras difíceis. Tem um feito complicado, mas todos temos. Mas o PS pode ganhar.” Acrescentando logo de seguida “está renhido”.
Santana Lopes encerrou a análise com uma nota pessoal sobre a disputa familiar: “Não sei se a Marisa tem irmãos. Espero nunca passar por isso. Concorrer a uma eleição contra um irmão. (...) Não estou a criticar, mas quer dizer, não consigo imaginar. Cada um tem o seu feitiço, a sua maneira de ser...”.
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PS-Aveiro já apresentou programa: conheça aqui as propostas da equipa de Alberto Souto
Depois de uma mobilização muito significativa da coligação ‘Aliança com Aveiro’ na entrega das listas ao Tribunal, o Partido Socialista (PS) respondeu em alta rotação: aproveitou a apresentação do programa eleitoral para demonstrar que também sabe marcar território. A estratégia de Alberto Souto para estas autárquicas está cada vez mais nítida. O candidato socialista procura assumir a dianteira, impor o ritmo e colocar os adversários em posição reativa. O primeiro passo foi ousado: lançar, ainda um ano antes das eleições, um livro de ideias para o futuro da cidade. À época, apressou-se a esclarecer que não se tratava de um “pré-lançamento” da candidatura. Mas a política tem destas ironias: na plateia desse evento estava Luís Souto, irmão e hoje adversário direto. Com esse gesto, Alberto Souto não escrevia apenas páginas de reflexão, mas ensaiava uma coreografia política: agitar as águas, testar reações, avaliar apoios. O resultado deu-lhe confiança e, pouco tempo depois, assumia formalmente o regresso ao terreno que melhor conhece - a luta eleitoral, onde se sente em casa. Seguiram-se meses de contactos incessantes, uns públicos, outros discretos. Foi a fase em que procurou reconciliar críticos internos - sem grande sucesso, diga-se, mas com a aparente vantagem de ter silenciado as vozes mais ruidosas até, pelo menos, ao desfecho das urnas. Com dedicação quase exclusiva à candidatura, Alberto Souto misturava presença diária no terreno com uma atividade digital intensa, lançando nas redes sociais um fluxo contínuo de propostas. Assim construía a imagem do “candidato das ideias”, mas abria também flancos: não faltaram acusações de regressar com a velha marca da “megalomania” e do “despesismo”. A par da agenda de propostas, geria com cautela outro momento crítico: a elaboração das listas. Optou pela tática do adiamento, concentrando em si o processo para evitar fugas de informação e preservar apoios. Só no fim a estratégia começou a mostrar fragilidades, quando rebentou a polémica com Rui Soares Carneiro, vereador socialista afastado das listas. Mas, como aluno aplicado, Alberto Souto soube aprender depressa. Nos últimos meses tem afinado a comunicação, sublinhando que muitas das ideias partilhadas online não eram ainda compromissos firmes, mas intenções sujeitas a amadurecimento - os verdadeiros compromissos, garantiu, só surgiriam com o programa oficial. Na semana passada, chegou ao Tribunal de Aveiro para entregar as listas e, ao mesmo tempo, para se reencontrar com o eleitorado. Falou de contas com prudência e assumiu que a sua gestão financeira autárquica não fora perfeita, justificando-se com o peso do Estádio - “que todos os partidos aprovaram” - e a ausência de apoio estatal. Foram os preparativos para o momento central: a apresentação do programa eleitoral. No Edifício Atlas, o candidato exibiu visível entusiasmo. Alberto Souto gosta de palco, gosta de plateias. E, quando fala para as pessoas, sente-se claramente no lugar onde mais gosta de estar. Na sua intervenção, Alberto Souto começou por classificar o seu programa de “roteiro para o futuro de Aveiro” e, mais tarde, voltaria a chamar-lhe “guião”, como já tinha feito aquando da entrega das listas de candidatos. Em conversa com a Ria, explicou que o compromisso com o cumprimento integral do programa é “total”, embora lembre que todas as semanas “aparecem projetos novos com os quais nós não estamos a contar e que queremos abraçar”. Sobre as ideias propostas, Alberto Souto salienta que se trata de um programa “realista” para quatro anos. O candidato fala de um documento com propostas “criativas” e desafia os opositores a encontrar “propostas megalómanas” no programa. Recorde-se que, depois do lançamento do livro em que Alberto Souto divulgou 101 ideias para a cidade de Aveiro, a concelhia do PSD-Aveiro disse que se tratava de um “trágico regresso ao passado” e apontou “irrealismo, imitação, falta de compromisso com entidades financiadoras nacionais e europeias, megalomania e regresso à bancarrota”. Agora, o candidato do PS afirma que “é um bitaite que a oposição pôs a correr” e “é de quem quer tentar encontrar alguma coisa negativa para dizer”. À semelhança do que já tinha referido na semana passada, Alberto Souto voltou a reiterar uma muito maior “prudência” nesta candidatura. Nesse sentido, o candidato sublinha que nenhuma das obras que pretende fazer avançar vai ser lançada sem ter o respetivo financiamento garantido. O cabeça-de-lista do PS assinala que a experiência o ensinou a ter outro cuidado na relação com o Estado, quando foi “enganado” no processo de construção do Estádio Municipal de Aveiro. Acusado pela oposição de ser o único a contribuir com ideias para a candidatura, Alberto Souto contaria e recorda que o documento passou por várias fases de construção. Desde os encontros temáticos e as propostas que foi apresentando semanalmente, o candidato nota ainda que contaram também as propostas feitas pelos candidatos às Juntas e que o programa final foi desenhado por uma equipa de doze pessoas, com e sem filiação partidária. Não obstante, atira que é melhor ter ideias próprias do que “não ter nenhumas” – uma conotação que quer fazer a Luís Souto e que é acompanhada pelos restantes candidatos. Alberto Souto faz ainda questão de sublinhar que as propostas inscritas no programa são “partilhadas” e, por isso, não se incomoda que outros as apropriem - “já aconteceu”, lembra - porque entende que tal é sinal da sua qualidade. Com este discurso, cuidadosamente ensaiado, procura projetar-se numa posição de superioridade, quase paternal, como quem assume o papel de senador político. O candidato do PS reafirma que, apesar das suas ideias terem “algum impacto”, estão dentro das possibilidades financeiras da autarquia. Embora assuma que os compromissos que estão agora a ser assumidos pelo atual Executivo vão condicionar a sua atuação caso seja eleito, Alberto Souto conta à Ria que não antevê uma situação “dramática” nos cofres da Câmara e mantém apenas alguma “curiosidade” sobre o estado atual das contas. Se a estruturação do programa começa por elencar as medidas que abrangem o município e só depois refere os casos de cada uma das freguesias, Alberto Souto preferiu apresentar as ideias no sentido inverso. De acordo com o candidato, o objetivo foi dar um “sinal político” de valorização das freguesias para que não haja “freguesias de primeira, de segunda e de terceira”. Para cada freguesia, Alberto Souto destacou entre duas a três medidas, a começar por Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, “a mais periférica”. Aí, as principais bandeiras são a construção de dois relvados sintéticos, em Requeixo e Nariz, e a construção de um novo jardim na Póvoa do Valado. Em Eixo e Eirol, o PS quer fazer duas praias fluviais: uma no Parque da Balsa, em Eixo, e outra no Parque de Merendas, em Eirol. Para além das praias, Alberto Souto quer ainda fazer um anfiteatro no Parque de Azurva para que se possam realizar espetáculos ao ar livre. Para Oliveirinha, Alberto Souto defende um jardim público e novos balneários para a Associação Recreativa e Cultural de Oliveirinha (ARCO). São Jacinto é uma freguesia em que o candidato do PS diz que a única obra relevante do atual Executivo foi “pintar a marginal de vermelho”. Para a freguesia, o Partido Socialista propõe requalificar a marginal, o complexo desportivo que está “completamente ao abandono” e o ancoradouro para náutica de recreio. Alberto Souto quer também uma lancha alternativa operacional para servir as populações quando o ferry não está operacional, uma vez que “o ferry é um ferry híbrido, trabalha uns dias e outros não trabalha ou trabalha a gasóleo”. Outra proposta destacada foi a criação de um parque de caravanas. A criação de uma nova avenida entre a rotunda do Rato e o jardim da Igreja é a principal proposta da candidatura para Santa Joana. Alberto Souto refere que a avenida já podia estar em construção há 20 anos e que só não avançou por “razões de pequena política”. No entender do candidato, a via teria o “condão” de organizar e estruturar o espaço da freguesia, “agarrando” a freguesia ao centro de Aveiro. Ainda a pensar em Santa Joana, os socialistas querem conferir polivalência desportiva ao Parque de Feiras e requalificar e relvar o campo do FIDEC. Já em São Bernardo, Alberto Souto considera que há também uma “avenida para construir” entre o Largo da Fanfarra e o Pavilhão, bem como um auditório “há anos prometido”. A requalificação da piscina e do mercado de Cacia é uma questão para que o candidato já tinha apontado e que continua a reivindicar. Entretanto, “como seria de esperar”, de acordo com o candidato, a obra foi agora adjudicada, depois das chamadas de atenção dos socialistas. Outra proposta, que é também considerada para a freguesia de Esgueira, são os passeios e sentidos únicos em Sarrazola e na Póvoa do Paço. Apesar de reconhecer que há quem acredite que a proposta “pode encontrar resistências”, Alberto Souto assinala que as pessoas “não andam em segurança na rua” e que quem está de carro “pode ir dar mais uma voltinha”. Para Aradas, a candidatura socialista quer ver requalificado o Complexo do Carôcho e propõe a criação de um Parque do Bonsucesso. Em Esgueira, para além da aposta nos passeios e em sentidos únicos em Mataduços, defende a requalificação do Complexo Desportivo de Esgueira, o reforço dos parques de estacionamento e a criação de um novo parque urbano. Chegado ao centro, à União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, Alberto Souto começou por reivindicar uma “nova vida” para a antiga Lota. O candidato acredita que o projeto do atual Executivo é “mais do mesmo”. Contra a ideia de “construir muito”, o socialista defende outra abordagem que passe por construir um parque urbano com alguns edifícios de qualidade. Não se opondo à construção de habitações, nota que não têm de ser “para ricos” e lembra que “Aveiro nasceu com casas com barco à porta”. Uma proposta que, afirma, “traz sempre alguma controvérsia” é a limitação do tráfego automóvel na Avenida Dr. Lourenço Peixinho a transportes públicos, cargas e descargas, moradores e veículos de emergência. No imediato, Alberto Souto diz que é preciso resolver o engarrafamento diário: “É um problema que temos de resolver já. Dar um passo atrás e garantir os fluxos de trânsito para depois dar dois passos à frente e limitar arrojadamente o trânsito na Avenida”. Ainda para Glória e Vera Cruz são propostas a requalificação do bairro da beira-mar, a criação de estacionamento subterrâneo na Praça dos Bombeiros Novos, o Parque das Barrocas e o Parque Central e uma nova ponte pedonal entre a Dobadoura e o Rossio. A primeira bandeira assumida pelo programa eleitoral do Partido Socialista para Aveiro é “Mais parques e zonas verdes”. Alberto Souto considera que o que se passou com os parques em Aveiro é um “mistério” e que não foi construído nenhum parque “digno desse nome”. Conforme previamente anunciado, o objetivo da candidatura do PS é construir três parques nos próximos quatro anos, as Barrocas, o Parque Central e em Esgueira. A tarefa, que “devia ter começado há 20 anos”, adivinha-se “difícil” para Alberto Souto, uma vez que muitos dos terrenos são privados. Na pasta da habitação, Alberto Souto dispara novamente contra o Executivo liderado por José Ribau Esteves. Segundo afirma, Aveiro perdeu a oportunidade de beneficiar de financiamento proveniente do PRR por só ter apresentado a Estratégia Local de Habitação nos últimos meses. A “esperança” do candidato é que, agora que o documento já foi aprovado, possa haver algum reforço de verba ou prorrogação do prazo. Como já tem vindo a referir, embora não tenha nenhuma “bala de prata” para resolver o problema, algumas das soluções que apresenta são o arrendamento pela Câmara para depois subarrendar a preços controlados, o arrendamento acessível, o incentivo a trazer os Alojamentos Locais para o mercado de arrendamento ou fazer permutas de terrenos com empreiteiros de forma a não inflacionar os preços dos imóveis e aumentar a oferta. No âmbito da mobilidade, Alberto Souto quer apostar em novas tipologias de passeios mais baratos, mais rápidos e de longa distância para todas as freguesias. O candidato entende que hoje as pessoas não andam em segurança e que isso se deve à falta de passeios no município. Já na zona histórica, defende que exista um piquete de intervenção rápida para a calçada portuguesa. Para além de defender a requalificação das piscinas do Carocho, de Oliveirinha e de Cacia, o programa eleitoral indica ainda a vontade de abrir concurso para uma nova piscina municipal. “Ninguém entende que Aveiro não tem nem uma piscina municipal”, diz Alberto Souto. Outra prioridade do PS é a criação de creches na zona industrial. Alberto Souto afirma que a procura por parte dos empresários é muita, uma vez que isso permite que pais e mães que trabalham nas fábricas tenham uma relação de proximidade, sem necessidade de movimentos pendulares. O candidato adianta que alguns dos empresários que ouviu se dispuseram mesmo a “entrar numa vaquinha” para que o projeto possa ser levado avante. A ideia, explica o cabeça-de-lista, é depois encontrar um parceiro em IPSS que queira assumir a responsabilidade. Para além das creches, também foi enaltecida a necessidade de mais lares e de mais respostas para o apoio domiciliário. Voltado para os mais jovens, o candidato socialista assume que a Câmara deve ter como meta o “zero abandono escolar” no ensino universitário em Aveiro por carências económicas. Tendo em conta os custos associados à frequência no ensino superior, como o valor dos quartos que “está caríssimo”, Alberto Souto entende que a cidade tem de ser mais ambiciosa. Nesse sentido, considera que a autarquia tem condições suficientes para atribuir bolsas complementares àquelas que já são atribuídas pela Universidade – “não é nenhuma fortuna”. No campo da cultura, Alberto Souto classifica de “oportunidade perdida” a distinção de Aveiro como Capital Portuguesa da Cultura 2024. Depois de falar com as associações culturais, o candidato assinala que uma das principais queixas dos representantes foi serem convidados para eventos na véspera para “fazerem de figurantes”. Sendo apologista de que se tragam grandes espetáculos a Aveiro, lembra que também é importante criar oportunidade de criação e de expressão. Alberto Souto não esqueceu os artistas de rua. Recorde-se que, conforme noticiado pela Ria, no passado mês de julho “estalou o verniz” entre a autarquia e os artistas, que se queixam das barreiras colocadas para que possam atuar. O candidato do PS diz que “não se percebe esta implicância” e garante que vai avançar com um regulamento para artistas e eventos de rua. Como é um documento que já existe noutros municípios, afirma que “não é preciso refletir muito” e que basta copiar o que já existe. Foi dado destaque à proposta de um novo canal que vá desde o Cais do Paraíso até à Universidade. O canal torna-se numa forma de os estudantes terem forma de chegar ao centro urbano através de um meio de mobilidade náutica. A ideia, defende Alberto Souto, vem reforçar o papel dos canais na cidade para fins não necessariamente turísticos. Também está a ser pensada a construção de outro canal que vá de S. Roque à Capela das Barrocas, mas o candidato ressalva que ainda tem de perceber se os compromissos já assumidos pelo executivo não o impedem de dar seguimento ao projeto. Com críticas à anterior ideia para uma ponte pedonal que liga o Rossio à Dobadoura, Alberto Souto promete agora uma nova ponte que, embora próxima da proposta anterior, esteja no “sítio certo”, no “cotovelo” do canal central. O que mais entusiasma o socialista é que a ponte vá ser um “hotspot” de Aveiro: “Não será apenas para atravessar, mas para estar”. Além de dizer que a ponte “não pode ser muito cara”, salienta que resolve o problema do atravessamento. Ainda nos destaques do programa eleitoral, Alberto Souto quer fazer da Universidade de Aveiro um “braço-armado” nas políticas públicas para a cidade e adianta que são seus objetivos relançar a mobilidade ciclável com o reforço das pistas dedicadas, investir numa Aveiro mais digital e eficiente com o recurso a inteligência artificial e com a modernização da aplicação móvel municipal, apostar na relação com a Universidade para a qualificação das políticas públicas, criar um Conselho Estratégico para Aveiro, um Conselho para a Juventude, um Conselho para o Envelhecimento Ativo e um Conselho para o Ambiente e Sustentabilidade. Todos os projetos contam com a garantia de “contas certas e pagamentos a horas”. No final da sessão, houve ainda tempo para que alguns dos apoiantes da candidatura colocassem questões a Alberto Souto. Desde os conhecidos do candidato até pessoas que se identificaram como militantes do PSD, Alberto Souto recolheu a concordância geral dos presentes em relação ao programa, embora com algumas ressalvas. Das intervenções, destacam-se as críticas dirigidas por um membro da audiência à nova obra que vai ser feita no Hospital, que prevê a construção de um novo bloco ambulatório e do Centro Académico Clínico Egas Moniz. Embora não seja a solução ideal para Alberto Souto, que gostaria de ver um novo Hospital ser edificado de raiz, o candidato frisa que “o ótimo é inimigo do bom” e que volta a dizer que “não vai perder um dia” na obra. Recorde-se que Alberto Souto chegou a propor que se estudasse uma nova localização para a infraestrutura. O socialista - agora mais prudente - diz que, se a Câmara ficar à espera de que o Estado invista os 500 milhões de euros necessários para a construção do Hospital, corre o risco de perder a oportunidade de qualificar o atual. Não obstante, garante que, “se abrirem a porta”, a autarquia arranja os terrenos “no dia seguinte”.
AAAUA promove Regata Alumni Aveiro Race em setembro
Depois de em 2024 ter organizado uma prova no Rio Vouga, entre Sever do Vouga e Águeda, a AAAUA propõe-se este ano repetir a iniciativa, mas no contexto da Ria de Aveiro, com saída e regresso ao Pavilhão do Campus Náutico do Sporting Clube de Aveiro. Com 45 quilómetros ao longo da costa ocidental, de Ovar até Mira, o seu percurso, com uma largura de 11 quilómetros, abrange 11 municípios desta região: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo. Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos. Citado numa nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, realçou que a atividade é da “maior importância porque visa reunir a comunidade alumni em estreita ligação com a água, no desenvolvimento e na prática de desporto náutico e na vivência de um lugar icónico da região”. A ação acontece em parceria com o Sporting Clube de Aveiro, “o primeiro clube parceiro da Associação”. As inscrições estão abertas e disponíveis aqui, sendo que a prova terminará no Pavilhão Náutico do Sporting Clube de Aveiro com entrega de prémios, num momento de convívio. A atividade tem o custo de 20 euros para sócios com situação regularizada e acompanhantes e de 30 euros para o público em geral.
Já é conhecida a ordem das candidaturas nos boletins de voto em Aveiro
Na corrida à Câmara Municipal, o primeiro lugar no boletim de voto pertence ao PAN – Pessoas, Animais, Natureza, seguido do Bloco de Esquerda e do Livre. A fechar a lista surge o movimento Nós, Cidadãos!. Entre os principais partidos, o PS surge na oitava posição e a coligação Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) aparece em sexto lugar, enquanto o Chega ocupa a sétima posição. Para a Assembleia Municipal, a lista encabeçada pela Iniciativa Liberal surge em primeiro lugar no boletim, enquanto o Chega aparece na última posição. O PS figura em sexto lugar e a Aliança com Aveiro em quinto. Também já são conhecidas as ordens das candidaturas nas diferentes Assembleias de Freguesia do concelho.As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro e os boletins de voto agora definidos serão a imagem que os eleitores encontrarão nas urnas. Órgão: Câmara Municipal 1. Pessoas – Animais – Natureza (PAN) 2. Bloco de Esquerda (B.E.) 3. Livre (L) 4. Iniciativa Liberal (IL) 5. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 6. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 7. Chega (CH) 8. Partido Socialista (PS) 9. Nós, Cidadãos! (NC) Órgão: Assembleia Municipal 1. Iniciativa Liberal (IL) 2. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 3. Livre (L) 4. Pessoas – Animais – Natureza (PAN) 5. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 6. Partido Socialista (PS) 7. Bloco de Esquerda (B.E.) 8. Chega (CH) Aradas – Assembleia de Freguesia 1. Chega (CH) 2. Partido Socialista (PS) 3. Sentir Aradas – SA (SA) 4. Iniciativa Liberal (IL) 5. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 6. Bloco de Esquerda (B.E.) 7. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) Cacia – Assembleia de Freguesia 1. Bloco de Esquerda (B.E.) 2. Partido Socialista (PS) 3. Iniciativa Liberal (IL) 4. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 5. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) Esgueira – Assembleia de Freguesia 1. Livre (L) 2. Bloco de Esquerda (B.E.) 3. Iniciativa Liberal (IL) 4. Chega (CH) 5. Partido Socialista (PS) 6. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 7. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) Oliveirinha – Assembleia de Freguesia 1. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 2. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 3. Chega (CH) 4. Bloco de Esquerda (B.E.) 5. Partido Socialista (PS) São Bernardo – Assembleia de Freguesia 1. Partido Socialista (PS) 2. Iniciativa Liberal (IL) 3. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 4. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 5. Bloco de Esquerda (B.E.) São Jacinto – Assembleia de Freguesia 1. Partido Socialista (PS) 2. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 3. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) Santa Joana – Assembleia de Freguesia 1. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 2. Partido Socialista (PS) 3. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 4. Bloco de Esquerda (B.E.) 5. Chega (CH) 6. Iniciativa Liberal (IL) Eixo e Eirol – Assembleia de Freguesia 1. Chega (CH) 2. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 3. Bloco de Esquerda (B.E.) 4. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 5. Partido Socialista (PS) Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz – Assembleia de Freguesia Partido Socialista (PS) 1. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 2. Chega (CH) 3. Bloco de Esquerda (B.E.) 4. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) União das Freguesias de Glória e Vera Cruz – Assembleia de Freguesia 1. Iniciativa Liberal (IL) 2. Partido Socialista (PS) 3. Bloco de Esquerda (B.E.) 4. CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) 5. Aliança com Aveiro (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) 6. Chega (CH) 7. Livre (L)
Auditoria do IGF decorre na Junta de Freguesia de Aradas devido a queixa laboral
Em declarações à Ria, a presidente da Junta, Catarina Barreto, confirmou que se encontra a decorrer uma auditoria previamente agendada, relacionada com uma queixa de uma colaboradora da Junta, relativa a factos ocorridos em 2021. Segundo informações não oficiais e comentários nos bastidores da política local, a situação poderá estar ligada à deslocalização da funcionária do atendimento ao público para os armazéns da Junta, situação que terá motivado alegações de assédio laboral por parte da trabalhadora. A Ria tentou obter mais esclarecimentos junto da IGF sobre os motivos específicos da auditoria, mas até ao momento não recebeu resposta.
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Nova residência universitária privada avança, mas preços dos quartos ainda não são conhecidos
Conforme noticiado pela Ria em janeiro, a nova residência está a ser construída “no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro”. A operação, que está a cargo da empresa Coordenada Decisiva, Lda, “vai contar com uma área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaço verde com 1.306 m2”. Recorde-se que esta operação remonta a 2023 a um terreno vendido pela CMA, por 2,5 milhões de euros, “com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma residência universitária de estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada”. Se em janeiro se falava na criação de 219 quartos, o jornal online Construir, num artigo publicado esta quinta-feira, não deixa claro que o número não possa aumentar para “240”. Depois de começar por falar nos 219 previamente anunciados, o jornal explica que vão ser feitos “60 quartos-suíte” por cada um dos quatro andares superiores, o que totaliza 240 quartos. Mais à frente, na nota técnica divulgada pelo jornal, o número de 240 alojamentos é reiterado. O mesmo se pode dizer em relação aos lugares de estacionamento. No corpo da notícia são repetidos os números que tinham sido divulgados em janeiro: 124 lugares em cave e 68 lugares à superfície. Por seu lado, a nota técnica, publicada no final do artigo, também dá conta de outros números. Aí consta que devem surgir “170 lugares cobertos” e “90 lugares à superfície”. Outro valor que difere é o do investimento na residência. Aquando do início da obra, a CMA falava num investimento privado de "cerca de 12 milhões de euros". Na notícia agora publicada, a Construir avança que a estrutura representa um investimento de “cerca de 15 milhões de euros”. O que ainda persiste como mistério é o valor a ser cobrado por cada quarto. Relembre-se que, quando questionado pela Ria, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, recusou a ideia de colocar uma cláusula no contrato de venda do terreno que definisse um teto máximo por quarto a ser cobrado aos estudantes. Entretanto, a Ria procurou também ouvir o responsável da empresa Coordenada Decisiva Lda., mas até ao momento não obteve qualquer resposta. Tal como noticiado anteriormente, as residências privadas em cidades como Lisboa, Porto, Braga e Covilhã são especialmente procuradas por estudantes internacionais oriundos de países onde os rendimentos familiares são, em regra, superiores aos de Portugal. Um bom exemplo disso é a “Micampus Residências”, presente em Braga, Covilhã e Porto, que, no caso de Braga, a opção mais barata de alojamento que tem disponível implica uma renda de 500/mês para os estudantes. Recorde-se ainda que, segundo os dados do Observatório do Alojamento Estudantil, consultados em janeiro pela Ria, o preço médio dos quartos em Aveiro situava-se nos 340 euros. De acordo com a Construir, dos “240” quartos previstos, “16” são dedicados a pessoas com mobilidade reduzida e vão ter uma maior área para permitir a movimentação dos residentes. Cada quarto vai estar equipado com uma “cama individual com arrumação, uma secretária, estantes de parede e também guarda-roupa embutido”. A Construir garante ainda que todas as unidades de alojamento vão ser equipadas com “instalações sanitárias modulares totalmente equipadas, que vão de encontro com o conceito de modularidade de construção e que maximizam a rapidez na montagem do edifício”. A publicação avança que o edifício vai estar dividido em cinco pisos e uma cave. No piso térreo estarão disponíveis os espaços comerciais e as zonas comuns e administrativas da residência, nomeadamente a biblioteca, as salas de estudo, o refeitório e os espaços polivalentes. Já a cave vai ser dedicada a áreas de lazer e permanência, um auditório, zonas técnicas e um estacionamento. O projeto aposta numa estrutura realizada em perfis metálicos SinProfile que, segundo diz o arquiteto em resposta enviada à Ria, se destaca pela “rapidez de construção, resistência, custo otimizado e integração em outros sistemas”. Miguel Ibraim da Rocha acrescenta que a estrutura permite ainda reduzir o impacto ambiental. À Construir, o responsável explica que a opção de expor na fachada os perfis metálicos estruturais se baseia na lógica formal das estruturas industriais. O objetivo, afirma, é “conferir ao edifício uma leitura formal de verticalidade e ritmo, reforçando a sua presença urbana e identidade visual”. A publicação avança também que a estrutura principal do edifício é composta por perfis metálicos laminados e soldados, o que permite uma construção modular, rápida e precisa, com uma grande redução de resíduos e desperdícios em obra. Por seu lado, as fachadas são resolvidas com um sistema ventilado de painéis metálicos perfurados, o que garante eficiência térmica, ventilação natural e manutenção simplificada. De acordo com o arquiteto, são painéis que oferecem uma expressão “leve e tecnológica”, o que contribui para uma linguagem arquitetónica “coerente e funcional”. Nos quartos vão ser instaladas portadas metálicas que, de acordo com o jornal, funcionam como dispositivos de sombreamento e privacidade. No exterior vai ser criada uma torre completamente transparente de acessos verticais. O objetivo é dinamizar o conjunto e conferir ao edifício uma identidade única que o torne facilmente identificável à vista.
PJ detém suspeita de atear fogo numa casa em Estarreja por vingança
Em comunicado, a PJ salientou que a mulher, de 50 anos, foi detida fora de flagrante delito. A PJ adiantou que a detida terá agido por vingança por, alegadamente, o dono da casa não lhe ter pagado trabalhos domésticos que realizou. “A suspeita deslocou-se à habitação do devedor, partiu o vidro de uma janela e introduziu, no interior da casa, palha a arder”, especificou. O incêndio, que aconteceu em maio, destruiu a habitação e só não atingiu prédios vizinhos graças à intervenção dos bombeiros, frisou. A detida vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para a aplicação de eventuais medidas de coação.
Autárquicas: Ricardo Campelo Magalhães concorre pela IL a Azeméis para baixar impostos
Em declarações à Lusa, o cabeça de lista e presidente da concelhia do partido da referida autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto afirma: “A atitude reformista com que o PS foi eleito em 2017 está completamente perdida apenas oito anos depois, com uma liderança longe não só dos munícipes como do próprio 'staff' da Câmara. É algo difícil de medir, mas é palpável”. Referindo que a lista da IL envolve “uma equipa jovem, mas com experiência profissional”, o candidato resume as suas propostas à intenção de “dar nova vida a Oliveira de Azeméis” e enquadra-as em quatro áreas temáticas. A primeira está relacionada com a dicotomia “município rico, município pobre” e representa “a vontade de baixar impostos e taxas, desburocratizar [os serviços] e aproximar” a estrutura autárquica da população, o que, em termos concretos, incluirá “o aumento do Benefício Municipal em IRS e a descida das taxas de saneamento”. Essa rede pública, juntamente com a de distribuição de água, constitui a segunda grande preocupação de Ricardo Campelo Magalhães, que realça que “Oliveira de Azeméis tem a segunda fatura de água mais cara do país” e, apesar do crescimento da estrutura de abastecimento, ainda exibe uma taxa de cobertura do território “abaixo de dois terços”. As outras propostas da IL prendem-se depois com centralidade e mobilidade. No primeiro caso, o candidato pretende “recentrar o concelho em si, com diversas políticas para consumir local, melhorar a mobilidade, reduzir o parqueamento pago – como prometido pelo executivo (…) – e melhorar o marketing do município”. Quanto à mobilidade, propõe-se acabar com a tendência do atual executivo para “deixar as estradas e os equipamentos do concelho sem manutenção para alcatroar as estradas em ano de eleições” e levar outras estruturas “ao ponto de precisarem de grandes intervenções, que sejam inauguráveis”. “Na IL somos pela eficiência, comprometendo-nos a fazer a manutenção das estradas e dos equipamentos quando necessário, para bem da população e do orçamento”, conclui. Com 45 anos e residente em Oliveira de Azeméis, Ricardo Campelo Magalhães tem um Mestrado em Economia Internacional pela Faculdade de Economia do Porto e é atualmente sócio-gerente da empresa de mediação de seguros Campelo de Magalhães. Antes disso, foi analista na empresa Finantech e consultor na auditora KPMG, em São Paulo, assim como ‘trader’ na então Fincor. “Em termos associativos, foi representante de Portugal no IREF (Institut de Recherches Économiques et Fiscales), organizador e professor dos chamados ‘Campos da Liberdade’ do Language of Liberty Institute e ‘blogger’ n’O Insurgente”, acrescenta. Já nível político, foi candidato da IL pelo distrito de Aveiro nas eleições legislativas de 2022 e 2025, sendo o atual líder da concelhia do partido em Oliveira de Azeméis. Além de Ricardo Campelo Magalhães pela IL, às eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro em Oliveira de Azeméis concorrem também Sara Costa pelo BE, Manuel Almeida pelo Chega, Pedro Marques pela coligação entre PSD e CDS-PP, e Joaquim Jorge Ferreira pelo PS. Esse último é o atual presidente da autarquia com 163 quilómetros quadrados e cerca de 70.000 habitantes. Tem maioria absoluta na Câmara e lidera a um executivo com seis eleitos socialistas e três vereadores sociais-democratas (pela coligação PSD/CDS), candidatando-se em outubro ao seu terceiro mandato.
Ribau Esteves defende “reforma profundíssima” no combate aos incêndios
Ribau Esteves advoga que o país precisa de uma reforma “profundíssima e séria” para acabar com a “doença crónica” que é a “performance absolutamente absurda, negativíssima, dos incêndios”. Para ter um combate de qualidade, o autarca, que também é vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), defende que a aposta nos meios aéreos é fundamental. O objetivo é conseguir uma reação rápida às ignições que são mais facilmente controladas se detetadas ao início. “Se demorar um dia, dois, três ou 10 dias a mobilizar meios aéreos, por exemplo, pois com certeza que a única coisa que eu vou ter no incêndio é o seu crescimento, até porque sabemos bem que os meios terrestres não têm capacidade operacional em certas tipologias de espaço geofísico”, considera Ribau Esteves. Nesse sentido, o presidente assinala também a reformulação do sistema de combate de terra. No entender do autarca, muitas corporações de bombeiros estão limitadas do ponto de vista dos recursos humanos. Outra preocupação do presidente da Câmara Municipal de Aveiro prende-se com a falta de poder de comando dos autarcas. Como responsáveis pela Proteção Civil Municipal, os presidentes “têm que comandar”, entende Ribau Esteves. Para isso, defende que tem de existir uma reformulação de toda a rede que existe atualmente. Os autarcas têm também um importante papel na pressão sobre os proprietários para limparem os terrenos, defende Ribau Esteves. No entanto, “não vale a pena ter ilusões” de cumprir totalmente, uma vez que não há meios disponíveis. O presidente diz ter apresentado uma proposta de plano de ação ao anterior governo de Luís Montenegro, mas que não recebeu qualquer resposta. A meta seria ter a “capacidade de usar a posse administrativa de parcelas de minifúndio onde os proprietários não fazem o seu trabalho, têm uma expectativa de venda com valores muito altos, e isso obviamente provoca um risco de incêndio” Ribau Esteves defende que a prioridade deve ser sempre dada à prevenção. Assim, defende que deve ser reforçada a ação punitiva dos incendiários, obrigando-os a “cuidar da floresta para que ela seja mais resiliente ao fogo”. Este tipo de moldura penal, associada à limitação da liberdade, é “fundamental” para dissuadir os cidadãos do crime de fogo posto, acredita. Uma nova Lei das Finanças Locais é outra das reivindicações do autarca. A ideia seria recompensar município como o Sabugal para que consigam “capacitar-se para proteger, por exemplo, a sua capacidade de fixação de carbono, que tem em muito maior condição do que têm os municípios mais urbanos do litoral do país”.