RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

CMA anuncia nova residência para estudantes, mas não há limite máximo para o valor dos quartos

O terreno do parque de estacionamento contíguo ao antigo Autocarro Bar foi vendido pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) com a obrigatoriedade de fixação de uma residência para estudantes, mas não foi definido nenhum limite máximo para o valor dos quartos a arrendar aos estudantes e a empresa poderá praticar a sua tabela de preços sem qualquer limitação.

CMA anuncia nova residência para estudantes, mas não há limite máximo para o valor dos quartos
Redação

Redação

11 jan 2025, 12:26

O Município de Aveiro avançou na quarta-feira, 8 de janeiro, em nota de imprensa enviada à comunicação social, que a obra da nova residência privada para estudantes junto à Universidade de Aveiro (UA) vai arrancar na próxima segunda-feira, 13 de janeiro. Segundo a nota, a obra “no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro” vai permitir a criação de “219 quartos para estudantes desta Universidade” e “vai incluir uma bolsa de estacionamento público, com 68 lugares à superfície e 124 lugares em cave”. A operação liderada pela empresa Coordenada Decisiva, Lda “vai contar com uma “área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaço verde com 1.306 m2”.

Questionado à margem da reunião da Câmara Municipal sobre o projeto, Ribau Esteves garantiu que o mesmo é “absolutamente” positivo para a cidade. “[Em Aveiro] temos uma realidade que é: nós precisamos de aumentar a disponibilidade de alojamento para os estudantes da nossa universidade (…) É conhecida a carência em termos de quantidade. [No caso do mercado imobiliário] essa carência é ter preços muito altos (…) Só há uma forma de resolvermos isto que é aumentar a oferta”, considerou. Segundo o autarca aveirense o mercado inventou soluções novas. “Inventou a dimensão do interesse privado em construir residências universitárias e, portanto, hoje já há várias cidades portuguesas como Lisboa, Porto, Braga e Covilhã (…) que têm residência universitárias feitas por investimento privado, sem fundo comunitário e é uma nova forma do mercado e da sociedade responder a uma necessidade”, explicou.

À Ria, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) adiantou ainda que, neste momento, a autarquia tem mais “dois processos idênticos em licenciamento e mais três processos em desenvolvimento informal (…)”.

De acordo com a nota de imprensa, esta empreitada faz parte do Plano de Desenvolvimento Habitacional do Município de Aveiro que tem como objetivo “ajudar à boa regulação do mercado de habitação no Município, concretizando-se por um relevante investimento privado total de cerca de 12 milhões de euros”. A operação remonta a 2023 a um terreno vendido pela CMA, por 2,5 milhões de euros, “com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma residência universitária de estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada”.

Questionado pela Ria sobre se o contrato estabelecido com o proprietário previa alguma cláusula que colocasse um teto máximo a cobrar aos estudantes pelas rendas dos quartos, o presidente da CMA realçou que a autarquia “não faz ação social escolar ao nível do ensino superior”. “Isso não é uma competência nossa”, frisou.

Ribau Esteves adiantou ainda que a empresa responsável pela construção não será a mesma a fazer a gestão da residência universitária. “A empresa investidora está a negociar com as entidades gestoras de residências (…) Esse processo não está definido (…) O que é que essa empresa fará? Aquilo que as outras fizeram nos outros sítios porque em Aveiro não temos nenhum exemplo para dar, mas temos exemplos para conhecer (…), nomeadamente, em Lisboa, no Porto, em Braga e na Covilhã. O que a empresa faz? A empresa tem uma tabela de referência e depois negoceia – se quiser - e acorda com três entidades: primeiro consigo própria para definir a sua própria política social (…); [em segundo] com os serviços de ação social das universidades (…) e em [terceiro] com a própria Câmara, em que pode ela própria pode assumir uma política de ação social (…)”, explicou. “Isto são formulações que já existem noutros sítios e que nós agora com este investidor (…) estamos a conversar todos. Vários deles já reuniram com a Universidade, obviamente”, continuou.

A Ria sabe que as residências privadas que existem nos Municípios referidos por Ribau Esteves (“em Lisboa, no Porto, em Braga e na Covilhã”) praticam alguns dos valores mais altos do mercado nestas cidades e são muito procuradas por estudantes internacionais provenientes de países onde as famílias vivem com rendimentos superiores aos de Portugal. Um bom exemplo disso é a “Micampus Residências”, presente em Braga, Covilhã e Porto, que, no caso de Braga, a opção mais barata de alojamento que tem disponível implica uma renda de 500/mês para os estudantes.

Recorde-se ainda que, segundo os dados mais recentes do Observatório do Alojamento Estudantil, o preço médio dos quartos em Aveiro encontra-se neste momento nos 340 euros.

Interpelado sobre possíveis instrumentos para controlar os preços praticados aos estudantes pelo proprietário da residência, Ribau Esteves disse ainda que “era o que mais faltava. Nós somos social-democratas e democratas cristãos. Aqui não há comunistas. Estamos a falar de mercado. O mercado não tem obrigação nenhuma a não ser que contratualize com o Estado (…)”, atentou.

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Estudantes da UA nomeados para os prémios Sophia Estudante
Universidade

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PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ é o projeto de Pedro Loyola, Pedro Henriques, Júlia Köche e Isis Coutinho, nomeado para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação dos Prémios Sophia Estudante. O trabalho foi realizado para a unidade curricular ‘Projeto Multimédia’ da Licenciatura em Multimédia e Tecnologias da Comunicação do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA) e conta a história da proliferação de um vírus respiratório. O trabalho, já vencedor do prémio Art Film Awards em 2024 na categoria de ‘Melhor Filme Animado’, é uma espécie de continuação “de um outro projeto, o PlayMutation” adiantou Pedro Loyola. “A professora responsável pelo projeto sugeriu esse tema e fazer algo na área da multimédia, no caso uma animação, e a ideia surgiu assim”, contou Pedro Loyola à Ria. Sobre a nomeação para os prémios Sophia Estudante, Pedro garantiu que o grupo está “muito feliz”. “Este é o nosso segundo festival, primeiro em Portugal, e vai ser uma emoção enorme porque vamos poder ir presencialmente”, referiu o estudante. O trabalho ‘PAIXÃO VIRAL: Até que a Imunidade nos Separe’ vai ser avaliado, juntamente com oito outros projetos, por Alice Guimarães (realizadora), Carla Andrino (atriz), Cátia Biscaia (produtora), João Gonzalez (realizador) e José Fidalgo (ator) Também Pedro Gomes, estudante do Mestrado em Engenharia e Design do Produto no DeCA, viu o cartaz de um trabalho que desenvolveu nomeado para a categoria ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante. 'Memórias em Tons de Esquecimento' é uma curta-metragem que Pedro desenvolveu de forma extracurricular e que pretende ser um retrato fiel da realidade e uma homenagem aos avós. “A minha maneira de me exprimir é esta”, referiu o estudante. ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ brinca com a noção do tempo e conta a história de uma avó que, por doença, tem de ser ensinada pelo neto. “Vi o desenvolvimento da Alzheimer da minha avó nos últimos tempos a agravar-se cada vez mais e esse foi um dos argumentos para eu retratar tanto o meu crescimento como o desenvolvimento da interação que tenho com a minha avó desde quando era miúdo até agora”, contou Pedro. “Acho que todos nós chegamos a uma fase da vida em que sentimos que devemos fazer alguma coisa por quem ainda cá está, neste caso os meus avós são uns dos meus maiores apoios de crescimento”, referiu Pedro Gomes. Quanto à nomeação, Pedro Gomes confessa que não estava à espera da nomeação, mas ficou orgulhoso por conseguir “ter alguma coisa da minha terra e minha no Algarve e a nível nacional no que toca a prémios de estudantes acho que é muito bom”. De notar que ‘Memórias em Tons de Esquecimento’ foi premiado na edição de 2024 no evento Made In Deca (MID). O cartaz do projeto foi contributo de Maria Luís Chaves, uma colega de trabalho de Pedro Gomes. O júri que vai avaliar a categoria de ‘Melhor Cartaz’ dos prémios Sophia Estudante é composto por Antunes João (distribuidor), Bárbara Brandão (caracterizadora), José Vieira Mendes (crítico de Cinema), Julita Santos (produtora) e Paolo Marinou Blanco (realizador). Os prémios Sophia Estudante são prémios atribuídos anualmente pela Academia Portuguesa de Cinema. A iniciativa tem como principais objetivos “incentivar e premiar futuros cineastas” bem como “proporcionar aos estabelecimentos de ensino com cursos de cinema e audiovisual a oportunidade de mostrarem os trabalhos desenvolvidos em contexto escolar”, lê-se no regulamento. O ano de 2025 é ainda marcado pela comemoração do 10º aniversário da iniciativa, que soma este ano a realização de 11 edições.

Reitor da UA diz que a qualidade é a “única garantia de sobrevivência de uma instituição”
Universidade

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No quarto encontro, em entrevista à Ria, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA garantiu que é “importante continuar” com este tipo de eventos e que a qualidade é a “única garantia de sobrevivência de uma instituição”. “Competimos hoje com todos no mercado internacional e a única coisa que nos pode fazer sobressair não será nunca a localização geográfica ou o tamanho, mas será sempre a qualidade. Por isso, é sempre nessa vertente que a UA deve desenvolver-se e estes encontros e reflexões são essenciais para o irmos fazendo em contínuo”, relembrou. No programa que contou, entre outros contributos, com a perspetiva dos estudantes através da presença da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Paulo Jorge Ferreira salientou que os estudantes “são um fator essencial” e que, no fundo, “os sistemas de acreditação, de monitoria ou de gestão de qualidade destinam-se em última análise a garantir que os estudantes que são preparados por dada instituição saem bem preparados e que a instituição cumpriu o seu papel”. “(…) Incorporá-los à partida no processo de qualidade acho que é incontornável”, afirmou. A edição deste ano ficou ainda marcada pela intervenção da juíza conselheira do Tribunal de Contas, Helena Abreu Lopes que falou acerca do contributo do Tribunal de Contas na área da qualidade, em especial nos domínios da transparência e ética, cultura e organização. Recorde-se o “Encontro Qualidade_UA” é um evento interno da UA que se realizou, pela primeira vez, no dia 7 de outubro de 2021. O objetivo da iniciativa é continuar a contribuir para a promoção da cultura da qualidade da instituição, necessária à constante garantia e melhoria da qualidade dos processos desenvolvidos na UA, principalmente no âmbito das suas funções nucleares: ensino, investigação e cooperação.

Ciclaveiro sugere uso da bicicleta e dos autocarros com fecho do estacionamento do autocarro bar
Universidade

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Desde o dia 13 de janeiro que o estacionamento do autocarro bar está encerrado ao público para dar lugar à construção da nova residência privada para estudantes. De forma a aliviar a “pressão acrescida” da circulação automóvel no campus, face ao encerramento do estacionamento do autocarro bar, os SCIRP informaram a comunidade académica, por email, que desde o dia 13 de janeiro “todos os parques de estacionamento do Campus de Santiago (Parques 1 a 14) estão em pleno funcionamento, com as respetivas cancelas operacionais”. Para os que não possuem estacionamento atribuído, os SCIRP relembraram ainda a “utilização do parque da Agra do Crasto, junto à Escola Superior de Saúde e à Casa do Estudante como uma alternativa viável e conveniente”. Neste seguimento, a Ciclaveiro [associação aveirense que tem como objetivo promover a utilização da bicicleta como meio de deslocação] remeteu, na passada quinta-feira, 23 de janeiro, uma nota de imprensa aos órgãos de comunicação a informar que enviou para os SCIRP e para a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) um conjunto de outras sugestões para fazer face aos constrangimentos com o encerramento do estacionamento. “É um conjunto de constrangimentos porque as pessoas não têm ou não procuram outras alternativas. Na verdade, nós temos uma cidade organizada em função do carro e quando falha um estacionamento desta dimensão é óbvio que é o caos o que não tinha de ser. Se as pessoas se distribuíssem pelos vários modos de mobilidade e de deslocação, provavelmente, não havia este caos montado. O problema é que as pessoas todas estão dependentes do carro e não procuram outra alternativa e nós quisemos mostrar que há outras alternativas”, justificou à Ria Maria Miguel Galhardo, presidente da Ciclaveiro. Entre essas alternativas ao carro estão os transportes públicos disponíveis na zona do campus da UA “algo excecional”, segundo a Ciclaveiro, no Município. “Particularmente, o operador municipal AveiroBus tem diversas linhas (1, 2, 3, 4, 5, 6, 11, Centro-Verde e Centro-Azul) com paragens no Hospital, Conservatório, Avenida da Universidade e no Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA). Ademais, o operador intermunicipal Busway opera também várias linhas nessas mesmas paragens”, afirmou.   Ainda na nota de imprensa, a associação relembrou que o Município tem “condições particularmente favoráveis” para a adoção da mobilidade ativa, nomeadamente, em bicicleta. “O campus da Universidade [não é] uma exceção a estas condições. Não é de somenos referir a utilização da Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro (BUGA), que tem uma doca dentro do campus, e das bicicletas do projeto UAUBike da própria universidade e que poderiam ser mais ativamente promovidas e dinamizadas”, considerou. A Ciclaveiro recordou ainda a “gratuitidade dos passes sub-23 para estudantes do ensino superior até aos 23 anos e os preços reduzidos dos passes gerais atualmente apenas 15 euros de passe mensal AveiroBus”. “(…) Se temos outros modos de deslocação disponíveis porque não usá-los? É isso que nós queremos apelar e queríamos que a UA e a AAUAv se juntassem a este apelo. Acho que era bom para todos até porque o próprio campus não fica tão sobrecarregado de carros”, realçou Maria Miguel Galhardo. Num outro email enviado à Câmara Municipal de Aveiro, a Ciclaveiro expôs também algumas preocupações relativas à fase de conclusão de duas obras municipais e as condições para os modos ativos de mobilidade nas suas imediações. Uma dessas obras é referente à requalificação do adro da Sé de Aveiro em que, segundo a Ciclaveiro, a empreitada apagou, “das vias adjacentes, a faixa para bicicletas, que anteriormente se estendia desde o início da Avenida dos Congressos da Oposição Democrática (junto da rotunda situada em frente ao Pingo Doce) até ao entroncamento semaforizado junto ao Parque Infante D. Pedro”. “Precisamente no local onde a referida faixa para bicicletas poderia ter sido ligada com a ciclovia segregada que foi implementada na recém-requalificada Avenida 25 de Abril, muito estranhamos a decisão de não repor a faixa destinada à utilização da bicicleta e reforçada a sua sinalização vertical, situação já anteriormente sinalizada pela Ciclaveiro em comunicação datada de março de 2024”, lê-se na nota. “Além disso, esta faixa para bicicletas é utilizada todas as semanas por crianças que se deslocam em bicicleta para a escola, no âmbito do programa de mobilidade escolar ativa que a Ciclaveiro está a promover nas quatro escolas de ensino pré-escolar e 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Aveiro (PéPedal)”, continua. Face aos trabalhos da obra do Centro Escolar das Barrocas, a Ciclaveiro apelou ainda ao Município para que “tome esta oportunidade para também dignificar e requalificar a frente escolar particularmente, tomando medidas dissuasoras da circulação, paragem e estacionamento automóvel em frente ao portão de entrada da escola, induzindo as famílias a caminhar com as crianças até à entrada da escola, conseguindo-se o descongestionamento da frente escolar, tornando-a mais segura para as crianças e, simultaneamente, promovendo a sua autonomia, saúde e bem-estar”.

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Segundo os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) a reabertura do espaço, na nova configuração, deverá acontecer na “próxima segunda-feira, 3 de fevereiro”. Em alternativa, os SASUA sugerem a utilização do espaço Campi Marmita do Instituto de Engenharia Electrónica e Informática de Aveiro (IEETA).

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