São Jacinto: ‘Aliança Mais Aveiro’ apresenta Cristina Gonçalves e acusa PS de “má gestão”
Com críticas diretas à anterior gestão socialista da Junta de São Jacinto, marcada por “má” governação e gestão da freguesia, a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) apresentou, este domingo, 27 de julho, Cristina Gonçalves como candidata à presidência da junta. Cristina Gonçalves, Arlindo Tavares, atual presidente da junta, e Luís Souto de Miranda, cabeça de lista à Câmara, responsabilizaram o Partido Socialista (PS) por salários em atraso, penhoras, dívidas superiores a 700 mil euros e pelo que definiram como um verdadeiro “pesadelo” herdado em 2022.
Redação
Cristina Gonçalves é a atual tesoureira da Junta de Freguesia e sucede a Arlindo Tavares, que não se recandidata por motivos profissionais. A candidata foi a primeira a ser anunciada pela coligação, durante a sessão inaugural da iniciativa “Pensar Aveiro”, realizada precisamente em São Jacinto.
Durante a cerimónia, que decorreu no Salão Paroquial da freguesia, Luís Souto de Miranda começou por destacar o papel da diáspora como um dos pilares da estratégia da candidatura. “[Queremos] pôr essas pessoas em rede, a trabalhar connosco, com a Câmara Municipal, aproveitando os talentos e as ligações que mantêm, nomeadamente com a Universidade de Aveiro (UA)”, afirmou, referindo-se à forte presença de emigrantes da região, sobretudo nos Estados Unidos.
Sobre Cristina Gonçalves, o candidato da ‘Aliança’ sublinhou a sua “seriedade”, “rigor” e “disponibilidade”. “Tenho constatado uma permanente vontade de ouvir, ajudar a encontrar soluções e a lutar pelo melhor para a sua terra”, declarou. A presença de Arlindo Tavares também mereceu destaque por parte do candidato à Câmara. Luís Souto de Miranda descreveu-o como “um grande autarca” e valorizou a sua comparência na sessão como sinal de apoio à candidatura de Cristina Gonçalves. “Está connosco, está com a Cristina e está neste projeto”, afirmou.
Ao comentar a decisão de Arlindo Tavares de não se recandidatar por motivos profissionais, o candidato à ‘Aliança’ elogiou o gesto, considerando-o exemplo de “desprendimento”, uma qualidade que, segundo disse, “é muito rara na política”. E acrescentou: “Pessoas que não ficam agarradas a um lugar merecem todo o respeito”. Sobre o facto de Cristina pertencer à atual equipa desta junta disse ainda que esta integrou um grupo de trabalho que teve “a mais difícil das tarefas de todos os nossos autarcas”. “Foi a tarefa de salvar a Junta de Freguesia e salvar a autonomia de São Jacinto”, atirou.
Como tem sido habitual nas suas intervenções, o candidato da ‘Aliança Mais Aveiro’ dirigiu críticas ao PS, acusando-o de ter conduzido a Junta de São Jacinto à falência e a situações de penhora. “Nunca é demais recordar que o PS, tal como fez na Câmara quando lá esteve, atirou com a Junta de São Jacinto para a falência, para as penhoras, para a angústia de querer fazer muito e não poder”, acusou.
Recorde-se que já na sessão de apresentação da União de Freguesias de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, Luís Souto de Miranda fez questão de lançar críticas à anterior liderança socialista nesta junta, onde, segundo afirmou, “nem a conta da luz nem a internet eram pagas”.
Relembre-se também que nas eleições autárquicas de 2021, o socialista António Aguiar venceu a Junta de São Jacinto por apenas 29 votos de diferença, elegendo três elementos, o mesmo número que a coligação PSD/CDS/PPM. No entanto, Aguiar renunciou ao cargo em julho do mesmo ano, poucos dias depois de a Câmara Municipal de Aveiro (liderada pela coligação) retirar à Junta a gestão do parque de campismo local, alegando “graves e reiterados incumprimentos”. Nas eleições intercalares de 2022, a coligação ‘Aliança Com Aveiro’ venceu com 48,68% dos votos, conquistando quatro mandatos e assumindo a presidência da junta.
Em relação ao futuro, Luís Souto defendeu uma abordagem assente numa “renovada energia, com determinação e uma vontade de fazer mais — mais por São Jacinto”. Justificou ainda o facto de Cristina Gonçalves ser a primeira candidata anunciada pela coligação com a importância estratégica da freguesia: “São Jacinto é uma prioridade estratégica para o Município. (…) E será assim no futuro”. Para Luís Souto de Miranda, esta freguesia representa uma “trave-mestra da política” que pretende implementar, apontando a coesão territorial como um dos principais objetivos do projeto político da coligação.
Comentando críticas de moradores que consideram São Jacinto uma freguesia esquecida, Luís Souto de Miranda garantiu que “isso não pode acontecer”. Sublinhou ainda o papel ativo da candidata: “A Cristina, desde o momento em que foi apresentada e passou a estar mais próxima da população, não perdeu tempo em mostrar-nos não só o potencial de São Jacinto, mas também as preocupações de quem aqui vive”.
Recorrendo à expressão “olhos nos olhos”, o cabeça de lista comprometeu-se a enfrentar os desafios específicos da freguesia, frisando a necessidade de “assumir os custos acrescidos de quem vive em São Jacinto”. Como prioridades, apontou a melhoria das acessibilidades entre a freguesia e o centro de Aveiro, bem como a resolução das dificuldades no acesso aos cuidados de saúde.
No seguimento, anunciou a construção de um “Plano Municipal de Saúde” e desconstruiu: “Nós vamos olhar para a rede dos cuidados de saúde primários e incluindo a unidade hospitalar em todo o município de forma a que todas as freguesias tenham uma boa satisfação das suas necessidades no acesso à saúde que é no fundo a maior preocupação que todos temos”. Apontou ainda como prioridade melhorar os serviços de socorro, o policiamento e a necessidade de trabalhar com os municípios e a autarquias vizinhas.
Como problema “número um”, em São Jacinto, apontou a oferta de transportes. Carência essa que disse ser necessário encará-la com “diálogo” e “determinação”. Entre as propostas para melhorar a mobilidade, destacou a intenção de avançar com uma via ciclável e resolver a situação do parque de campismo. Sobre este último, foi claro: “Sem preconceitos, sem complexos, apenas visando encontrar o mais rápido possível uma boa solução”. Falou ainda sobre a necessidade de “dinamizar” o CARSurf São Jacinto, alertando que a ‘Aliança Mais Aveiro’ quer transformar a freguesia “na capital juvenil do Município”.
No que toca às infraestruturas desportivas, Luís Souto de Miranda sublinhou que a piscina local está “em vias de conclusão”. Contudo, reconheceu que é fundamental “trabalhar em conjunto com as coletividades locais e com a Junta de Freguesia para melhorar as condições da prática desportiva”.
Relativamente à antiga base aérea, o candidato afirmou que a coligação pretende defender, junto do Governo, a tradição histórica da aviação em São Jacinto. “Nós queremos e vamo-nos empenhar por recuperar o aeródromo e apostar no enorme potencial que ele tem para São Jacinto e para todo o município, eu diria, para o país”, destacou. Neste seguimento, criticou o facto de Aveiro ser o “único município” que “não tem um aeródromo à sua disposição”. “Isso é inaceitável. Nós temos condições excelentes aqui em São Jacinto. A pista, dizem-nos, é ótima. Há que aproveitá-la e não destruir”, sugeriu.
Ainda sobre a antiga base aérea, Luís Souto de Miranda destacou o seu “grande potencial”, não só para a “recreação aérea”, mas também para a investigação, especialmente em áreas relacionadas com as ciências aeronáuticas, mencionando a UA como exemplo.
Entre as ambições da candidatura, Luís Souto de Miranda sublinhou também a importância da valorização da “frente de Ria”, revelando a intenção de reforçar, junto do Governo, a proposta de gestão municipal daquela zona. “Como já se percebeu, tudo isto depende de uma boa concertação com o Governo”, afirmou, voltando a insistir na ideia-chave que tem vindo a marcar as suas intervenções: “[É fundamental] termos uma freguesia, uma Câmara e um Governo todos bem articulados”. “Só assim é que estes assuntos poderão ser desbloqueados”, vincou.
Sobre a Reserva Natural de São Jacinto vincou que a mesma tem de ser vista como uma “oportunidade” e não como um “empecilho” para a freguesia. “Temos que lhe dar mais dinâmica, reforçar a educação ambiental, mas também o turismo ambiental responsável”, apontou.
Mostrando ainda convicção de que será eleito [presidente da Câmara], o candidato da ‘Aliança’ deixou ainda a nota de que já começou a fazer contactos “informais” para avançar com o "bom progresso de São Jacinto”. Recorde-se que em entrevista ao Jornal de Notícias (JN), este domingo, Luís Souto considerou que é o “pior adversário” que Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, poderia ter e que não admitia a hipótese de “perder” nestas eleições autárquicas.
Sobre os resultados autárquicos daquela Junta de Freguesia, Luís Souto de Miranda avançou que Cristina “tem todas as condições pessoais e políticas para ganhar (…) com uma expressiva vitória”. Mais uma vez, criticando diretamente o PS sugeriu que: “Em Aveiro e em São Jacinto não podemos regressar ao pesadelo da má gestão e da má reputação financeira e institucional das autarquias”, sublinhando a importância das “boas contas”.
“O país não tinha solução para o descalabro das contas da nossa junta”
Na mesma linha, Arlindo Tavares — atual presidente da Junta de Freguesia — usou a sua intervenção para partilhar a experiência vivida desde que tomou posse em 2022, destacando o “orgulho” e a “honra” que sentiu ao assumir o cargo. No entanto, relatou ter encontrado uma situação financeira “muito grave”. “Tão grave que, quando tomamos posse, encontramos salários em atraso, uns míseros sete euros nas contas e uma dívida de 720 mil euros por pagar. Para ajudar ainda, em janeiro de 2023, somos alvo de um arresto de bens, tudo fruto da má gestão, da má governação do PS na nossa junta de freguesia. Isto não se passou há 20 anos, mas sim há pouco mais de dois anos”, contou.
Apesar das dificuldades, o autarca assegurou que o “grave problema” foi resolvido, deixando uma nota de reconhecimento a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, por ter contribuído para a recuperação financeira da junta. “O país não tinha solução para o descalabro das contas da nossa junta”, exprimiu. “Pagamos a dívida, honramos os compromissos com mais de 42 fornecedores, recuperamos a nossa credibilidade e o nosso bom nome”, continuou Arlindo Tavares.
Face às críticas de que “nos últimos anos nada foi feito em São Jacinto”, o autarca ironizou: “Como se a maior obra que fizemos — a recuperação financeira — não fosse nada”. Apontou ainda várias intervenções concretas realizadas pela Junta, como a requalificação do edifício sede e a ampliação do cemitério. E não poupou a críticas à anterior gestão socialista: “Com a gestão do PS, eram obras feitas e não pagas, como sucedeu com o Parque Infantil Geriátrico e a intervenção no Polo Desportivo Lomba da Mata, que tivemos de ser nós a pagar a fatura final”, assegurou.
Rejeitando as acusações de dependência da Câmara Municipal, Arlindo Tavares foi direto: “Acusam agora as nossas Juntas de Freguesia de subveniência à Câmara Municipal de Aveiro. Negativo”, respondeu. “Onde outros vêm subserviência, nós vemos trabalho de equipa, colaboração e de cooperação”, atirou. O atual presidente da Junta de Freguesia de São Jacinto sublinhou ainda a necessidade de “virar a página”, sem, no entanto, esquecer os “erros cometidos no passado recente” e os responsáveis por esses mesmos erros.
Num apelo direto ao cabeça de lista da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’, Arlindo Tavares pediu especial atenção à mobilidade, em particular às carreiras de autocarros que servem a freguesia. “Por isso, peço que possas dar prioridade a este tema de um forte impacto na nossa população”, apelou.
Dirigindo-se diretamente à candidata Cristina Gonçalves garantiu-lhe total “ajuda e apoio” para a candidatura. “Este apoio não se compara a nada àquilo que fizeste em 2021 e em 2022. Que contra tudo e contra todos apoiaste o nosso projeto, as nossas ideias e fizeste parte dele. Sei tudo o que passaste e por isso devo-te uma enorme gratidão e o meu sentido obrigado, Cristina”, exprimiu, partilhando ainda alguns episódios particulares com esta.
“No dia 13 de novembro de 2022, dia das eleições intercalares em que vencemos com maioria absoluta, numa conversa a dois disse-te: ‘Tenho capacidade para resolver o problema financeiro da nossa Junta, mas tenho medo de falhar’. E tu respondeste-me: ‘A população de São Jacinto depositou em nós a sua confiança para resolver este problema. Se falharmos, tentamos”, contou. Na sequência, garantiu ainda que a candidata está “mais do que preparada” para ser presidente de Junta de São Jacinto.
São Jacinto “é uma terra linda, mas que carece de maior atenção”
Na sua intervenção, Cristina Gonçalves falou com emoção sobre aquela que é a sua “casa”: “Aqui nasci, cresci, vivo e trabalho”, partilhou. Reconhecendo o potencial da freguesia, alertou, no entanto, que São Jacinto “é uma terra linda, mas que carece de maior atenção”. “Quem aqui vive conhece bem as dores e as dificuldades. Sabemos o que custa depender de transportes, de horários que não servem as nossas necessidades. Sabemos o que é querer trabalhar, estudar, ter acesso à saúde e serviços e sentirmos que estamos longe de tudo”, reforçou, insistindo que falta “planeamento, investimento, visão e ação” na freguesia.
Dirigindo também críticas à anterior gestão socialista da Junta de Freguesia, Cristina recordou: “Ninguém sabe o que é chegar à junta com vontade imensa de trabalhar e sofrermos de imediato um arresto de bens que nos deixou sem equipamentos: secretárias, computadores, cadeiras, documentos, peças históricas. A isso somaram-se cortes de água, eletricidade, telecomunicações, contas a zero e salários dos funcionários em atraso por pagar. E isto, meus caros, não foram dias… foram meses”, lembrou.
Sobre aquele que será o seu trabalho assegurou que tem como objetivo valorizar o “trabalho feito até aqui e abrir caminho para novas soluções, novas ideias e uma gestão moderna e eficaz, que busque o desenvolvimento que a freguesia merece e necessita”.
Apontando como prioridade uma liderança próxima da população, Cristina Gonçalves comprometeu-se com uma Junta que “se levanta com as pessoas e trabalha para elas”, que ouve, defende e valoriza as ideias da comunidade. No seu discurso, destacou ainda pilares como o serviço à comunidade, o desenvolvimento sustentável, a cultura, a juventude e o envelhecimento ativo, sublinhando que a sua candidatura nasce de “um compromisso contínuo com a comunidade”.
Entre os desafios mais urgentes que identificou estão os transportes, o turismo e a habitação. Cristina defendeu uma aposta clara na melhoria das ligações rodoviárias e na reorganização dos horários e frequências de autocarros, realçando que a atual limitação de acessos “condiciona o dia-a-dia das pessoas e isola a freguesia”. Sobre o turismo, defendeu um modelo sustentável, com investimento planeado, apoio ao comércio local e a reabertura do parque de campismo como elemento estratégico para a economia local. “Caro futuro presidente, a intervenção na nossa frente de Ria é primordial para o desenvolvimento de São Jacinto. A construção de uma marina não é uma miragem, é uma necessidade”, insistiu. Já em matéria de habitação, alertou para a escassez de oferta e apelou a políticas que permitam aos jovens “permanecer na terra onde nasceram”.
A candidata defendeu ainda que a freguesia deve ser beneficiada financeiramente pela utilização de equipamentos como as piscinas, o complexo desportivo e o parque de campismo, cuja gestão é atualmente articulada com a Câmara Municipal. “Outra coisa não faria sentido, afinal é o nosso património”, afirmou.
Cristina Gonçalves terminou a sua intervenção com um compromisso claro: “Colocar a experiência que adquiri ao serviço da população, com uma equipa preparada, renovada e motivada”.
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Ribau Esteves lança livro e garante que o seu futuro “já está decidido, mas é segredo”
Foi no Teatro Aveirense que o ainda presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, apresentou este sábado, 25 de outubro, o livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”. Com a plateia praticamente lotada na parte inferior da sala, o evento contou com a presença de várias figuras ligadas à política, entre elas, vereadores do atual executivo, elementos da oposição como Rui Carneiro (agora independente), presidentes de junta e até o recém-eleito presidente da Câmara, Luís Souto de Miranda, da coligação ‘Aliança com Aveiro’. À entrada do teatro, antes do início da sessão, Ribau Esteves fez questão de cumprimentar pessoalmente cada convidado, distribuindo cumprimentos. Às 18h14, deu-se início à apresentação, que começou com a exibição de um pequeno vídeo, no qual o autarca partilhava reflexões sobre o seu percurso e sobre a obra agora publicada. Mal o vídeo terminou, o público respondeu com uma prolongada salva de palmas. Foi então que Ribau Esteves subiu ao palco, acompanhado por dois jornalistas que fez questão de convidar para conduzirem a conversa de apresentação do livro. A primeira “provocação” do jornalista incidiu sobre a exaustividade do livro, questionando-o se o mesmo era uma “prestação de contas” ou antes um “relatório de contas para a sociedade”. Face à questão, Ribau Esteves respondeu prontamente que era “um testemunho”. “Aliás, escolhemos o dia de hoje para lançar o livro por uma questão muito simples: é o dia mais comprido do ano, tem 25 horas”, observou, arrancando novamente uma salva de palmas da plateia. Sobre a pergunta inicial, acrescentou que “toda a gente pode pegar e ler os relatórios de contas”, mas que o formato do livro é mais “agradável e acessível”. Tal como avançado pela Ria, esta foi uma obra escrita, na íntegra, pelo ainda presidente da Câmara. Durante a sessão, o autarca admitiu que, “numa primeira fase”, contactou uma entidade para escrever o livro, mas depois acabou por decidir que “não fazia sentido”. “Eu queria escrevê-lo pela minha mão.Queria ter a opção de estrutura, de contar histórias, umas mais conhecidas, outras nunca conhecidas, e fazê-lo em exercício de funções”, exprimiu. Na ocasião disse ainda que o escreveu entre março e outubro deste ano. “[Foi escrito] nos domingos, um sábado ou outro mais livre, nos voos para Bruxelas. (…) Deixei de ir às missas todos os domingos, de fazer as minhas corridas. (…) Precisava de tempo para escrever o livro e para juntar tudo e ainda por cima fi-lo em círculo fechado. Eu só tenho três colaboradores que me deram uma ajuda: (…) o meu chefe de gabinete, o Guilherme Carlos, o meu adjunto, Simão Santana, e a minha chefe de divisão de Cultura e Turismo, a Sónia Almeida”, partilhou. Questionado, em seguida, sobre onde encontrou ânimo para os seus 28 anos de vida autárquica, Ribau Esteves destacou que o seu “primeiro recurso é ter vontade”. Sublinhou ainda que, se pudesse escolher o que fazer nos “próximos quatro anos”, voltaria a ser presidente da Câmara de Aveiro. “Mas, felizmente, há limitações de mandatos, eu sou completamente a favor, e, portanto, muito feliz por chegar ao fim destes 12 anos e por passar a pasta, neste caso, ao meu sucessor, Luís Souto de Miranda”, afirmou. Aproveitou ainda o momento para justificar o porquê desta obra contar com prefácios de Luís Montenegro, primeiro-ministro, e de António Costa, presidente do Conselho Europeu, tal como avançado pela Ria. “O António Costa foi o primeiro-ministro com quem mais tempo trabalhei. Um pouco mais de oito anos dos 12. E o Luís Montenegro é o atual”, referiu. O livro conta ainda com uma passagem a que apelidou de “judicialização da política”. Conforme relata na obra, a que Ria já teve acesso, em “fevereiro de 2020”, o autarca escreveu uma “Carta Aberta Contra a Judicialização da Política em Aveiro”, devido à tensão política que se vivia na altura. “A tensão política estava num nível alto e com a utilização que considerei excessiva e despropositada de processos interpostos em Tribunal e queixas formais à Polícia Judiciária, ao Ministério Público e à Inspeção Geral de Finanças”, lê-se. No Tribunal, por exemplo, recorda que os processos eram relativos ao “novo PDM”, à “nova carta educativa” e ao projeto do “Rossio”. Na obra agora publicada, Ribau Esteves fez questão de incluir a transcrição da referida carta. Questionado sobre essa aposta, o autarca sublinhou que nada tem contra quem recorre aos meios judiciais para o que é justo, mas manifestou discordância quando, segundo as suas palavras, “as pessoas não sabem ser democratas”. “É eu ter ido a votos e ter dito que vou fazer a obra do Rossio (…) e quem perdeu não saber respeitar a democracia e a derrota e ir tentar, em tribunal, impedir a Câmara de fazer uma obra democrática”, afirmou. Recorde-se que a obra de requalificação do Rossio e da Praça General Humberto (também conhecida como Ponte-Praça), teve um custo de 20,5 milhões de euros. Um custo de mais 8,1 milhões do que estava adjudicado inicialmente [12,4 milhões de euros]. Em janeiro de 2021, como noticiou o Notícias de Aveiro, o Movimento 'Juntos pelo Rossio' interpôs uma providência cautelar para tentar travar a obra, mas em setembro do mesmo ano receberam a resposta de que a acção tinha sido indeferida. Ainda a título de exemplo, criticou também a providência cautelar interposta por Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas. “Entretanto, um candidato à Câmara discorda que a gente ponha abaixo uma casa velha que não serve para nada, mas pronto, ele discorda. (…) O que é que ele faz? Mete-nos em tribunal. É isto que eu condeno”, atirou. Acrescentou ainda o processo que o PS lhe interpôs por ter afirmado que a Câmara de Aveiro tinha problemas de corrupção. “Os vereadores entenderam que a minha acusação pública de corrupção os afetava como socialistas e a credibilidade dos autarcas do partido socialista. (…) [O processo] foi arquivado”, sublinhou. Já na reta final da conversa, um dos jornalistas “atreveu-se” a voltá-lo a questionar quanto ao seu futuro. Face à questão, o autarca respondeu que, nestas eleições autárquicas, foi convidado pelo “partido” para ser candidato a outras Câmaras. “A única coisa que pedi foi compreensão pelo meu não”, disse. Face à insistência da jornalista por uma resposta concreta, o autarca adiantou que no dia “31 deste mês” já tem jantar marcado e que no “dia 1 [de novembro] já tem esquema montado”. “Um tipo também tem de transitar de forma saudável”, afirmou. “Aquilo que estamos hoje a fazer é a conversar com o líder do partido. O partido entende que os meus recursos e o meu conhecimento devem ser úteis ao país no quadro de serviço público e estamos a falar sobre isso com toda a tranquilidade e seriedade”, avançou, salientando que, por enquanto, não pode dizer mais nada. “A última conversa com o Montenegro até foi por SMS (…) e não há conversa sobre esse assunto, nem se aponta indícios se é empresa pública ou entidade não sei de quê, se é Norte, se é Sul, se é regional… Zero”, referiu. “Já está decidido, mas é segredo. Não posso dizer nada”, rematou. Recorde-se de que, ao longo da campanha eleitoral, Ribau Esteves foi alvo de críticas por parte da oposição, que associou a sua mudança de postura - passando da recusa à participação ativa na campanha ao apoio público a Luís Souto de Miranda - a eventuais negociações para garantir lugares políticos após o fim do seu mandato autárquico. Sem ignorar também as críticas que surgiram após a divulgação da obra, motivadas pelo facto de ter sido integralmente paga pelo Município de Aveiro, e aproveitando o momento em que entregava uma lembrança aos dois convidados, Ribau Esteves afirmou: “Há malta que se incomoda porque o livro custou dinheiro. Graças a deus, já pagamos. Mas como ele é pago pelo dinheiro do povo todos os presentes levam um livro de borla”. A declaração mereceu, de imediato, uma salva de palmas a quem por lá se encontrava.
Vereador do Chega diz ser “tempo de devolver a democracia a Aradas” após impasse no executivo
Diogo Soares Machado afirma que “as maiorias, absolutas ou relativas, nada mais são do que a expressão da vontade dos fregueses” e que “humildade democrática é respeitar a vontade de quem votou”, defendendo que "quando estes [eleitores] decidem retirar à ainda presidente da Junta a possibilidade de actuar como quer sem prestar contas, isso significa que estão cansados do livre arbítrio e do quero, posso e mando permanente". Segundo o vereador eleito pelo Chega para a Câmara Municipal,o executivo deve existir, mas ser “eficazmente escrutinado e fiscalizado”, algo que diz que “a presidente cessante nunca conseguirá compreender”. Criticou ainda a recusa da presidente Catarina Barreto em aceitar uma auditoria externa às contas e aos processos da Junta, considerando que tal decisão abre a porta à continuação de “atos de gestão danosa e utilização indevida de dinheiros públicos”, numa clara alusão o facto da atual presidente de Junta ter beneficiado indevidamente do regime da ADSE ao longo de 5 anos. O vereador elogia ainda Ricardo Nascimento, eleito do Chega na Assembleia de Freguesia de Aradas, afirmando que será uma “voz tranquila, mas inflexível nas questões de princípio, honestidade e rigor na gestão da coisa pública”. Remata dizendo que é “tempo de devolver a democracia a Aradas”. A publicação surge horas depois da suspensão dos trabalhos da Assembleia de Freguesia, na qual o primeiro vogal proposto para o executivo da 'Aliança com Aveiro' foi rejeitado por sete votos contra e seis a favor. A oposição ('Sentir Aradas', PS e Chega) justifica a decisão com a recusa da presidente em aceitar condições essenciais como uma auditoria financeira independente e acesso imediato à documentação determinada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal. Até ao momento Diogo Soares Machado é o único líder de um partido político local, ou candidato nas últimas eleições autárquicas, a reagir ao sucedido.
'Aliança com Aveiro' de Aradas acusa oposição de ter alterado e quebrado acordo à última hora
A coligação liderada por Catarina Barreto afirma que, na reunião negocial realizada no dia 22 de outubro, tinha ficado acordado que a oposição aprovaria um executivo da Junta composto exclusivamente por quatro vogais indicados pela Aliança com Aveiro - Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vítor Tavares e Júlio Dias - e que a votação seria feita de forma uninominal. A Mesa da Assembleia teria presidência entregue ao Movimento 'Sentir Aradas', com o PS como primeiro secretário e o Chega como segundo. “Os eleitos das candidaturas 'Sentir Aradas', Partido Socialista e Chega informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia”, refere o comunicado. Recorde-se de que a oposição não precisa do apoio da 'Aliança com Aveiro' para aprovar uma proposta sua de composição da Mesa, porque dispõe de maioria na Assembleia de Freguesia. Já a presidente de Junta eleita, que lidera a coligação 'Aliança com Aveiro' em minoria na Assembleia, precisa do apoio da oposição para aprovar o seu executivo. A coligação diz ainda que ficou combinado que a oposição redigiria um documento formalizando o acordo, a ser assinado antes da tomada de posse. Porém, a minuta recebida às 17h08 de quinta-feira, 23 de outubro, “não fazia qualquer referência à eleição dos vogais aprovados” e incluía “exigências e imposições inaceitáveis”, entre as quais uma auditoria externa, “quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião” - e uma “assunção de responsabilidades por assédio” laboral a duas funcionárias da Junta, apesar de a questão estar “a ser analisada pela IGF”. Catarina Barreto afirma ter respondido ao email às 19h24 do mesmo dia, manifestando “desagrado e discordância” face ao documento e reafirmando disponibilidade para acordo, mas garante que não recebeu resposta da oposição. Na sessão de instalação, diz ter cumprido o acordado e submetido à votação o nome de Sandra Sindão - “o primeiro nome acordado por todos” - que acabou rejeitado. A presidente encerrou de seguida a reunião, deixando a Junta em gestão. A 'Aliança' acusa a oposição de protagonizar “um número político pouco conseguido” e de ter agido “sem seriedade, confiança ou responsabilidade”, preferindo “tratar o assunto na comunicação social antes de responder”. A coligação afirma que convocará “nova reunião em breve” para restaurar a normalidade institucional. A posição agora apresentada contrasta com o comunicado divulgado na véspera pela oposição, que acusa Catarina Barreto de ter rejeitado três condições essenciais para viabilizar o executivo: auditoria externa, reintegração de funcionárias e cumprimento imediato da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. No entendimento da oposição, estas condições são apenas "garantias de transparência", não percebendo porque motivo Catarina Barreto se recusa a aceitar. "Nas eleições para a Assembleia de Freguesia de Aradas, realizadas no passado dia 12 de Outubro, os Aradenses votaram e democraticamente atribuíram os seguintes resultados e mandatos: Aliança com Aveiro – 35,30% que resulta na atribuição de 6 mandatos, Sentir Aradas – 21,82% que resulta na atribuição de 3 mandatos, Partido Socialista – 21,35% que resulta na atribuição de 3 mandatos e Chega – 8,53% que resulta na atribuição de 1 mandato. Em face dos resultados atribuídos e tendo em conta que a Aliança com Aveiro não conseguiu a maioria dos mandatos, a primeira candidata da Aliança com Aveiro e Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, numa atitude de humildade democrática e sentido de responsabilidade, tomou a iniciativa de contactar os lideres das candidaturas do Sentir Aradas, Gilberto Ferreira, do Partido Socialista Sónia Aires e do Chega Ricardo Nascimento, com o intuito de se alcançar um acordo, de forma a instalar os Órgãos Autárquicos da Freguesia de Aradas e a eleição dos vogais que acompanham a Presidente Eleita no Executivo e a Mesa da Assembleia de Freguesia. Foi agendada e realizou-se no dia 22 de Outubro (quarta-feira) uma reunião com a presença de todos os intervenientes acima referidos. Na referida reunião foi manifestada pela Presidente eleita Catarina Barreto a sua intenção de criar uma plataforma de entendimento com regular participação e reuniões com as demais forças politicas eleitas para a Assembleia de Freguesia. Discutiram-se e foram prestados todos os esclarecimentos relativamente ao programa eleitoral e projetos da Aliança com Aveiro, para se encontrarem pontos comuns, uma vez que isso seria o mais importante para a Freguesia. Foram ainda abordadas e prestados todos os esclarecimentos em relação a duas funcionárias da Junta e sobre as funções que desempenham, e ainda sobre o interesse de manter aberto em horário laboral o Armazém da Junta, com a afetação de um recurso humano. Foi também abordada a necessidade da Câmara rever o contrato da Veolia, por forma a existir um varredor na freguesia de Aradas, bem como de uma melhor prestação de serviço da empresa. Terminadas as considerações e esclarecimentos, quando eram 19:00 horas, os eleitos das candidaturas Sentir Aradas, Partido Socialista e Chega, informaram que não tencionavam qualquer lugar no Executivo, mas sim na Mesa da Assembleia. Seguidamente, foi solicitado que a Presidente de Junta eleita indicasse quem pretendia integrar no Órgão Executivo. A oposição opôs-se à integração de dois candidatos. E foram aceites e ficou acordado por unanimidade que os quatro vogais a integrar o Executivo da Aliança com Aveiro fossem os candidatos Sandra Sindão, Sara Ferreira, Vitor Tavares e Júlio Dias, ficando também acordado que a forma de votação seria uninominal. Seguidamente, foi discutida a composição da Mesa da Assembleia, tendo ficado acordado por todos a seguinte composição: Presidência – para o Movimento Sentir Aradas, como segunda lista mais votada, sendo o cargo atribuído a Sílvia Neves ou Nélson Silva, após indicação do Movimento; 1.º Secretário – para o Partido Socialista, sendo o cargo atribuído a Beatriz Claro; 2.º Secretário – para o Partido Chega, sendo o cargo atribuído a Ricardo Nascimento Nessa senda ficou ainda acordado a redação de um documento a cargo dos elementos das listas opositoras para ser assinado por todos, antes da tomada de posse, comprometendo-se os mesmos a enviá-lo no dia seguinte (quinta feira – dia 23.10.2025) até à hora de almoço. A reunião foi terminada cerca das 19:35. No dia 23.10.2025, por email, para a Junta de Freguesia, às 17h08 foi rececionado uma minuta de acordo, em claro desrespeito pelos termos acordados por todos e em confronto com a verdade dos fatos ocorridos na reunião, a saber: 1. Desde logo, a minuta do acordo apresentada, estranhamente, não faz qualquer referência à eleição dos vogais aprovados para a constituição do Executivo e da composição da Mesa, conforme foi aprovado por todos; 2. Depois elenca exigências e imposições inaceitáveis relacionadas com a realização de uma auditoria quando essa palavra nunca foi sequer aventada na reunião, muito menos discutida ou acordada; 3. Depois fazem uma exigência incompreensível e inaceitável de uma assunção de responsabilidades por assédio, quando não foi acordado nada quanto às trabalhadoras, muito menos quanto à questão do Assédio, que atualmente está a ser analisada pelo IGF e deverá aguardar os ulteriores termos e a decisão a ser proferida pela entidade competente. Em resposta ao acordo proposto, a Presidente de Junta eleita, Catarina Barreto, nesse mesmo dia (23.10.2025 – quinta-feira), às 19h24, enviou um email de resposta a todos os eleitos intervenientes na reunião, manifestando o seu desagrado e a discordância do teor do documento face ao acordado na reunião no que toca aos temas acima expostos. Nesse mesmo email, manifestou uma vez mais a sua intenção e disponibilidade em se alcançar acordo, colocando como principal e único interesse a Freguesia de Aradas. O email foi rececionado por todos os eleitos, que não ousaram sequer dar qualquer resposta. No dia de onten, sexta-feira, dia da agendada Tomada de Posse, de forma pública e em vários órgãos da comunicação social foi dada a notícia das exigências constantes da proposta de acordo apresentada pelos eleitos opositores à Aliança com Aveiro. Quando esses eleitos não responderam ao email da Presidente de Junta eleita. Por coerência e sensatez politica hoje após a Ato de Instalação e na reunião de eleição dos Órgãos Autárquicos, a Presidente eleita, cumpriu religiosamente o que fora acordado por todos na reunião do dia 23.10.2025. Colocou à votação da Assembleia de Freguesia o primeiro nome acordado por todos para vogal do Executivo, o de Sandra Sindão. Tendo o mesmo sido rejeitado pelos eleitos das candidaturas opositoras à Aliança com Aveiro. Tendo de seguida encerrado a reunião. Este ato, provocado pela oposição, deixará o Executivo da Junta de Freguesia em gestão, com os graves prejuízos e limitações na execução de projetos e obras para Aradas e para os Aradenses. Além disso, revela uma conduta política pouco séria, confiável e responsável, por parte da oposição, quando formaliza um acordo, depois o tenta unilateralmente alterar contrariando o acordado, e depois não o cumpre. Lamentavelmente foi um número político pouco conseguido, por parte de toda a oposição, que demonstrou bem que não pretendia celebrar qualquer acordo, ainda mais quando preferiu tratar um assunto privado na comunicação social, sem responder à Aliança com Aveiro. Hoje, com esta posição em bloco e unida de toda a oposição, deu-se mais um mau exemplo de como estar e fazer politica. Foi mais um ataque à credibilidade dos políticos ao princípio da confiança e ao respeito pela democracia e pela vontade do povo. Lamentavelmente quem perde é Aradas e os Aradenses. A Presidente eleita, Catarina Barreto e a sua equipa da Aliança com Aveiro, pautará a sua atuação escrupulosamente pela defesa da verdade, pelo respeito democrático e pela palavra dada a ARADAS e aos seus concidadãos. Tal como determina a lei, será convocada nova reunião em breve para tentar promover e normalizar o funcionamento dos Órgãos Autárquicos da Junta e Assembleia de Freguesia, democraticamente eleitos pelos Aradenses e trazer a tranquilidade institucional que hoje a oposição (Movimento Sentir Aradas, Partido socialista e Chega) em bloco e concertadamente, não quis permitir que acontecesse. As pessoas de Aradas não mereciam o momento político, que vivemos! Mas, cada um terá de assumir as responsabilidades dos seus atos. Apesar de lamentável e triste, o momento, exige-nos que continuemos a defender o bom nome de Aradas e dos Aradenses. A Candidatura Aliança com Aveiro - Aradas"
Acordo entre ‘Aliança com Aveiro’ e Chega viabiliza executivo em Eixo e Eirol
Em contrapartida por viabilizar o executivo, o Chega elegeu um elemento para a Mesa da Assembleia de Freguesia, integrando a lista proposta pela 'Aliança com Aveiro'. O Partido Socialista, segunda força política mais votada nesta freguesia, optou por votar em branco. Numa publicação nas redes sociais, o candidato do Chega descreveu a tomada de posse como um momento de “respeito democrático e espírito de cooperação”, sublinhando que o entendimento estabelecido com a ‘Aliança com Aveiro’ se baseia na “defesa dos interesses da freguesia” e na “estabilidade governativa local”. O partido afirmou congratular-se “pela abertura ao diálogo e pela concretização deste acordo que coloca Eixo e Eirol acima de qualquer diferença partidária”. Com este entendimento, fica assegurada a instalação do novo Executivo e da Mesa da Assembleia, permitindo à União de Freguesias iniciar o seu mandato autárquico com maioria funcional.
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Relógios atrasam uma hora esta madrugada de domingo
Na madrugada deste domingo, 26 de outubro, em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios atrasaram 60 minutos quando marcavam as 2h00, passando para a 1h00. Na Região Autónoma dos Açores, a mudança aconteceu à 1h00 da madrugada de domingo, passando para as 00h00. A hora legal voltará depois a mudar a 29 de março 2026, para o regime de verão. O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.
Ribau Esteves lança livro e garante que o seu futuro “já está decidido, mas é segredo”
Foi no Teatro Aveirense que o ainda presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, apresentou este sábado, 25 de outubro, o livro “Aveiro, Coragem de Mudar, com Ribau Esteves”. Com a plateia praticamente lotada na parte inferior da sala, o evento contou com a presença de várias figuras ligadas à política, entre elas, vereadores do atual executivo, elementos da oposição como Rui Carneiro (agora independente), presidentes de junta e até o recém-eleito presidente da Câmara, Luís Souto de Miranda, da coligação ‘Aliança com Aveiro’. À entrada do teatro, antes do início da sessão, Ribau Esteves fez questão de cumprimentar pessoalmente cada convidado, distribuindo cumprimentos. Às 18h14, deu-se início à apresentação, que começou com a exibição de um pequeno vídeo, no qual o autarca partilhava reflexões sobre o seu percurso e sobre a obra agora publicada. Mal o vídeo terminou, o público respondeu com uma prolongada salva de palmas. Foi então que Ribau Esteves subiu ao palco, acompanhado por dois jornalistas que fez questão de convidar para conduzirem a conversa de apresentação do livro. A primeira “provocação” do jornalista incidiu sobre a exaustividade do livro, questionando-o se o mesmo era uma “prestação de contas” ou antes um “relatório de contas para a sociedade”. Face à questão, Ribau Esteves respondeu prontamente que era “um testemunho”. “Aliás, escolhemos o dia de hoje para lançar o livro por uma questão muito simples: é o dia mais comprido do ano, tem 25 horas”, observou, arrancando novamente uma salva de palmas da plateia. Sobre a pergunta inicial, acrescentou que “toda a gente pode pegar e ler os relatórios de contas”, mas que o formato do livro é mais “agradável e acessível”. Tal como avançado pela Ria, esta foi uma obra escrita, na íntegra, pelo ainda presidente da Câmara. Durante a sessão, o autarca admitiu que, “numa primeira fase”, contactou uma entidade para escrever o livro, mas depois acabou por decidir que “não fazia sentido”. “Eu queria escrevê-lo pela minha mão.Queria ter a opção de estrutura, de contar histórias, umas mais conhecidas, outras nunca conhecidas, e fazê-lo em exercício de funções”, exprimiu. Na ocasião disse ainda que o escreveu entre março e outubro deste ano. “[Foi escrito] nos domingos, um sábado ou outro mais livre, nos voos para Bruxelas. (…) Deixei de ir às missas todos os domingos, de fazer as minhas corridas. (…) Precisava de tempo para escrever o livro e para juntar tudo e ainda por cima fi-lo em círculo fechado. Eu só tenho três colaboradores que me deram uma ajuda: (…) o meu chefe de gabinete, o Guilherme Carlos, o meu adjunto, Simão Santana, e a minha chefe de divisão de Cultura e Turismo, a Sónia Almeida”, partilhou. Questionado, em seguida, sobre onde encontrou ânimo para os seus 28 anos de vida autárquica, Ribau Esteves destacou que o seu “primeiro recurso é ter vontade”. Sublinhou ainda que, se pudesse escolher o que fazer nos “próximos quatro anos”, voltaria a ser presidente da Câmara de Aveiro. “Mas, felizmente, há limitações de mandatos, eu sou completamente a favor, e, portanto, muito feliz por chegar ao fim destes 12 anos e por passar a pasta, neste caso, ao meu sucessor, Luís Souto de Miranda”, afirmou. Aproveitou ainda o momento para justificar o porquê desta obra contar com prefácios de Luís Montenegro, primeiro-ministro, e de António Costa, presidente do Conselho Europeu, tal como avançado pela Ria. “O António Costa foi o primeiro-ministro com quem mais tempo trabalhei. Um pouco mais de oito anos dos 12. E o Luís Montenegro é o atual”, referiu. O livro conta ainda com uma passagem a que apelidou de “judicialização da política”. Conforme relata na obra, a que Ria já teve acesso, em “fevereiro de 2020”, o autarca escreveu uma “Carta Aberta Contra a Judicialização da Política em Aveiro”, devido à tensão política que se vivia na altura. “A tensão política estava num nível alto e com a utilização que considerei excessiva e despropositada de processos interpostos em Tribunal e queixas formais à Polícia Judiciária, ao Ministério Público e à Inspeção Geral de Finanças”, lê-se. No Tribunal, por exemplo, recorda que os processos eram relativos ao “novo PDM”, à “nova carta educativa” e ao projeto do “Rossio”. Na obra agora publicada, Ribau Esteves fez questão de incluir a transcrição da referida carta. Questionado sobre essa aposta, o autarca sublinhou que nada tem contra quem recorre aos meios judiciais para o que é justo, mas manifestou discordância quando, segundo as suas palavras, “as pessoas não sabem ser democratas”. “É eu ter ido a votos e ter dito que vou fazer a obra do Rossio (…) e quem perdeu não saber respeitar a democracia e a derrota e ir tentar, em tribunal, impedir a Câmara de fazer uma obra democrática”, afirmou. Recorde-se que a obra de requalificação do Rossio e da Praça General Humberto (também conhecida como Ponte-Praça), teve um custo de 20,5 milhões de euros. Um custo de mais 8,1 milhões do que estava adjudicado inicialmente [12,4 milhões de euros]. Em janeiro de 2021, como noticiou o Notícias de Aveiro, o Movimento 'Juntos pelo Rossio' interpôs uma providência cautelar para tentar travar a obra, mas em setembro do mesmo ano receberam a resposta de que a acção tinha sido indeferida. Ainda a título de exemplo, criticou também a providência cautelar interposta por Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas. “Entretanto, um candidato à Câmara discorda que a gente ponha abaixo uma casa velha que não serve para nada, mas pronto, ele discorda. (…) O que é que ele faz? Mete-nos em tribunal. É isto que eu condeno”, atirou. Acrescentou ainda o processo que o PS lhe interpôs por ter afirmado que a Câmara de Aveiro tinha problemas de corrupção. “Os vereadores entenderam que a minha acusação pública de corrupção os afetava como socialistas e a credibilidade dos autarcas do partido socialista. (…) [O processo] foi arquivado”, sublinhou. Já na reta final da conversa, um dos jornalistas “atreveu-se” a voltá-lo a questionar quanto ao seu futuro. Face à questão, o autarca respondeu que, nestas eleições autárquicas, foi convidado pelo “partido” para ser candidato a outras Câmaras. “A única coisa que pedi foi compreensão pelo meu não”, disse. Face à insistência da jornalista por uma resposta concreta, o autarca adiantou que no dia “31 deste mês” já tem jantar marcado e que no “dia 1 [de novembro] já tem esquema montado”. “Um tipo também tem de transitar de forma saudável”, afirmou. “Aquilo que estamos hoje a fazer é a conversar com o líder do partido. O partido entende que os meus recursos e o meu conhecimento devem ser úteis ao país no quadro de serviço público e estamos a falar sobre isso com toda a tranquilidade e seriedade”, avançou, salientando que, por enquanto, não pode dizer mais nada. “A última conversa com o Montenegro até foi por SMS (…) e não há conversa sobre esse assunto, nem se aponta indícios se é empresa pública ou entidade não sei de quê, se é Norte, se é Sul, se é regional… Zero”, referiu. “Já está decidido, mas é segredo. Não posso dizer nada”, rematou. Recorde-se de que, ao longo da campanha eleitoral, Ribau Esteves foi alvo de críticas por parte da oposição, que associou a sua mudança de postura - passando da recusa à participação ativa na campanha ao apoio público a Luís Souto de Miranda - a eventuais negociações para garantir lugares políticos após o fim do seu mandato autárquico. Sem ignorar também as críticas que surgiram após a divulgação da obra, motivadas pelo facto de ter sido integralmente paga pelo Município de Aveiro, e aproveitando o momento em que entregava uma lembrança aos dois convidados, Ribau Esteves afirmou: “Há malta que se incomoda porque o livro custou dinheiro. Graças a deus, já pagamos. Mas como ele é pago pelo dinheiro do povo todos os presentes levam um livro de borla”. A declaração mereceu, de imediato, uma salva de palmas a quem por lá se encontrava.
Crimes contra idosos subiram 26,4% em quatro anos
As estatísticas da justiça sobre os crimes contra pessoas com 65 ou mais anos registados pelas autoridades policiais avançam que os crimes contra os idosos aumentaram de 33.469 em 2020 para 42.313 em 2024, o que corresponde a um crescimento percentual de 26,4%. Os dados divulgados esta sexta-feira, 24 de outubro, mostram que em 2020 e 2021 o número de crimes é idêntico (33.469), aumentando para 38.721 em 2022, voltando aumentar para 43.640 em 2023, mas baixou para 42.313 no ano passado. A DGPJ destaca que o aumento de crimes foi ligeiramente superior ao longo dos últimos quatro anos contra os idosos, apesar da maioria dos crimes ser contra a população com menos de 65 anos. As estatísticas indicam também que as pessoas com 65 anos ou mais são principalmente afetadas por crimes contra o património, que constituem 67,5% das ocorrências neste grupo, seguidos por crimes contra as pessoas, com 28,6%. Entre os crimes contra as pessoas, a DGPJ destaca que no ano passado 3.071 idosos foram vítimas de ofensa à integridade física voluntária simples, surgindo a violência doméstica contra cônjuge ou análogo como a segunda categoria de crime mais numerosa, contabilizando 2.434 pessoas com 65 anos ou mais. Outros dos crimes de que esta população foi vítima em 2024 estão a ameaça e coação (951), outros tipos de violência doméstica (812), ofensa à integridade física voluntária grave (80) e, “com menor expressão quantitativa, mas elevada gravidade”, homicídio voluntário consumado (16). Em relação aos crimes contra o património, as estatísticas da justiça sublinham que no ano passado 2.645 pessoas idosas foram vítimas de furto em residência com arrombamento, escalamento ou chaves falsas, seguido de 2.409 situações de burla informática ou comunicações. Outros tipos de crimes de que esta população é alvo incluem o furto em veículo motorizado (1.774), o furto em residência sem arrombamento (1.564), o furto de oportunidade de objetos não guardados (1.495), o furto por carteirista (1.441), o furto de veículo motorizado (1.247), o abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento (1.104). A DGPJ avança ainda que os distritos do interior norte e centro do país registam as maiores proporções de crimes contra pessoas idosas, sendo Bragança o que apresenta o valor mais elevado com 25,18%, seguido Vila Real (22,99%), Guarda (22,72%), Castelo Branco (21,83%), Viana do Castelo (20,57%), Santarém (19,98%), Portalegre (18,47%), Viseu (18,40%), Coimbra (18,36%). “Este fenómeno contrasta com os valores observados nos grandes centros urbanos e regiões litorais, onde Lisboa apresenta a menor proporção (11,47%), seguida pelo Porto (13,36%) e Setúbal (13,93%). Apesar de, em termos absolutos, distritos como Lisboa (8.189), Porto (5.911), Setúbal (3.916) e Faro (3.016) registarem mais casos, a sua expressão proporcional é menor devido ao elevado número total de vítimas nestas regiões mais populosas”, refere o documento. A DGPJ explica ainda que para uma "compreensão mais alargada do fenómeno, foi realizada uma análise que considera a população com mais de 65 anos ou mais em cada distrito, para calcular a permilagem das pessoas idosas lesadas/ofendidas/vítimas em cada distrito e assim averiguar o risco para a população idosa de cada área geográfica". Segundo a nota, os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Viseu e a Região Autónoma da Madeira são os que apresentam "a menor taxa com 3 lesados/ofendidos por cada 1.000 pessoas com 65 anos ou mais".
Pescador resgatado ao largo de Espinho após embarcação virar com golpe do mar
Em declarações à Lusa, o comandante da Zona Marítima do Norte da Marinha Portuguesa, Rui Lampreia, explicou que o alerta foi dado esta sexta-feira, 24 de outubro, por volta das 16h30, de que uma embarcação de pesca tinha virado ao largo de Espinho. A Polícia Marítima conseguiu resgatar com vida o único tripulante da embarcação, um homem com cerca de 70 anos. O tripulante foi assistido pelos Bombeiros Voluntários de Espinho numa ambulância. A embarcação de recreio terá sido “surpreendida pelo golpe do mar”, mas arrojou na praia a norte do Hotel Sol Verde, acrescentou a mesma fonte.