Autárquicas: Conheça os candidatos da “Aliança Mais Aveiro” às juntas de freguesia de Aveiro
A Comissão Política da Secção do Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro aprovou esta segunda-feira, 2 de junho, em plenário de militantes, os cabeças de lista às dez juntas de freguesia do concelho, no âmbito das eleições autárquicas de 2025. A Ria esteve à conversa com os candidatos para conhecer os seus percursos e motivações.
Isabel Cunha Marques
JornalistaTal como noticiado anteriormente pela Ria, o PSD-Aveiro reuniu com os seus militantes na passada segunda-feira, no mesmo local onde, no dia anterior, 1 de junho, Alberto Souto de Miranda apresentou oficialmente os candidatos às freguesias pelo PS-Aveiro: no Salão Polivalente de Nossa Senhora de Fátima.
No que respeita à escolha dos candidatos na União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, Esgueira, Santa Joana, Oliveirinha, São Bernardo e São Jacinto, a coligação “Aliança Mais Aveiro” optou por uma renovação significativa, apresentando novos nomes. Nas cinco primeiras freguesias referidas, os atuais presidentes de Junta não se recandidatam e há um dado comum a todas elas: nenhum dos candidatos escolhidos por Luís Souto Miranda - cabeça de lista à Câmara Municipal de Aveiro - faz parte dos atuais executivos. A maioria ocupa funções nas Assembleias de Freguesia. Já em São Jacinto, o atual presidente, Arlindo Tavares, não será recandidato por motivos profissionais. A escolha da Aliança recaiu sobre a atual tesoureira do executivo, Cristina Gonçalves.
Numa nota enviada à Ria, a “Aliança Mais Aveiro” anunciou ainda que, a partir desta quarta-feira, 4 de junho, fará a apresentação individual dos candidatos através das redes sociais. “Até ao dia 14 de junho – com exceção de domingo, 8 – serão apresentados os cinco candidatos e as cinco candidatas às Juntas de Freguesia, integrando uma equipa forte e coesa, liderada por Luís Souto de Miranda”, lê-se no comunicado. As apresentações estão agendadas para as 11h00 de cada dia.
Conhece aqui os cabeças de listas pela “Aliança Mais Aveiro” às juntas de freguesia do concelho:
União das Freguesias de Glória e Vera Cruz
Glória Leite, atual diretora do Agrupamento de Escolas José Estêvão, será a candidata à presidência da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz pela coligação “Aliança Mais Aveiro”, sucedendo a Fernando Marques, que não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos. Em declarações à Ria, Glória Leite sublinhou que abraça esta candidatura com um profundo sentido de responsabilidade. “É um novo desafio que aceitei com humildade e com orgulho, porque é com esses dois escritos muito presentes que devemos encarar esses desafios que nos fazem”, exprimiu.
A candidatura surgiu a convite de Luís Souto. “Como candidata independente da [coligação] ‘Aliança Mais Aveiro’ a pedido do professor Luís Souto, resolvi aceitar para fazer um bocadinho de bem pela cidade que também tanto bem me tem feito ao longo destes anos todos”, explicou.
Com 58 anos, Glória Leite tem um longo percurso ligado à educação, sendo licenciada e mestre pela Universidade de Aveiro. “Eu sou professora, licenciada pela Universidade de Aveiro, tirei lá também um mestrado em Gestão e Administração Escolar e, portanto, sou filha desta terra - da escola primária até à universidade”, comentou.
A sua carreira começou, no entanto, ligada ao setor cultural já que dos “17 aos 25 anos” foi funcionária do Museu de Aveiro e esteve ligada “à área da conservação e do restauro”. Desde há 28 anos que exerce funções na gestão escolar, primeiro em São Bernardo e, nos últimos 12 anos, no Agrupamento de Escolas José Estêvão, onde se mantém como diretora. “Tenho-me mantido nos lugares que me pedem ou que a escola precisa e sempre com espírito de missão e com os pés muito assentes na terra”, vincou.
Glória Leite não tem filiação partidária e fez questão de sublinhá-lo à Ria: “Nunca fui militante de partido nenhum, nem serei.”
A nível autárquico, Glória Leite já desempenhou funções como deputada municipal independente entre 2017 e 2021, integrada no grupo do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro. “Foi uma coisa muito passageira e terminou aí. Quando o engenheiro Ribau Esteves [atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro] me convidou foi com alguma surpresa que eu recebi, embora o doutor Élio [Maia] (...) sempre me tivesse convidado para fazer parte do elenco camarário com ele e eu tenha sempre declinado, porque gosto muito da escola também”, admitiu.
Sobre a sua candidatura, Glória Leite mostrou-se motivada e pronta a contribuir. “Estamos neste projeto para vencer, ninguém vai à luta sem que seja com esse fim”, afirmou. Sublinhou, no entanto, a sua abordagem pessoal. “Eu encaro isto num outro ponto de vista naquilo que é a minha simplicidade. Vou fazer os possíveis por conquistar um resultado expressivo. Contarão com a minha energia, com o meu empenho e com a minha total disponibilidade”, realçou.
Nas últimas eleições autárquicas de 2021, a coligação 'Aliança com Aveiro' (PSD/CDS/PPM) conquistou 41,17% dos votos na freguesia, elegendo sete mandatos, frente aos cinco da coligação OS/PAN e um do Bloco de Esquerda (BE).
Apesar deste resultado, Glória Leite considera que o contexto político atual é diferente. “Os tempos são outros. Há uma evolução política a nível nacional e também deverá haver a nível regional”, recordou.
Cacia
Nelson Santos, atual presidente da Junta de Freguesia de Cacia, avança para o seu último mandato à frente dos destinos da freguesia pela coligação “Aliança Mais Aveiro”. Aos 46 anos e com uma longa ligação à comunidade, assume novamente a candidatura, reforçando o compromisso com a população e com os projetos em curso. "Acho que fizemos muita coisa, nos mandatos anteriores, mas temos algumas coisas a concluir. Por isso é que dissemos que devemos continuar, porque somos os melhores preparados e as pessoas que conhecem melhor a região", considerou. "É, nesse sentido, que avanço. Eu e a minha equipa", acrescentou Nelson.
Militante do PSD desde os 18 anos, Nelson Santos tem dedicado grande parte da sua vida ao serviço da comunidade. "Sou mesmo de Cacia e tenho uma tradição familiar de Cacia. Já fui presidente de várias associações, catequista, presidente do Centro Atlético Póvoa do Pacense (CENAP) e colaborador no jornal Ecos de Cacia. Já fui também tesoureiro e vogal… Ando aqui há muito tempo", recordou, sublinhando o seu enraizamento na freguesia.
Profissionalmente, é “contabilista certificado” e já trabalhou em várias empresas. Entre os projetos em destaque para este novo ciclo, Nelson Santos sublinhou à Ria a importância das obras em curso e a necessidade de dar continuidade ao trabalho feito. "Um concurso que saiu agora das piscinas e do mercado para a empreitada, temos uma outra situação que é uma rua nova que nós queremos fazer em Sarrazola que vai criar novas dinâmicas", revelou. Além disso, destacou "novos arruamentos para fazer e a parte da requalificação viária", que está a ser planeada com a Câmara Municipal de Aveiro. "Estamos a trabalhar com a Câmara para conseguir lançar agora uma nova empreitada para o alcatroamento de novas ruas", lembrou.
O autarca disse ainda acompanhar de perto a requalificação do Rio Novo do Príncipe, no Baixo Vouga, e a intervenção prevista para a escola de Sarrazola. "Há uma série de procedimentos de obras que estamos a acompanhar", sublinhou.
No plano social e cultural, o atual presidente de junta reforçou a aposta nas associações da freguesia. "Temos a construção do centro náutico no Rio Vouga, com as nossas tasquinhas, com as nossas marchas. (…) Queremos continuar com esta dinâmica. A população adere em massa e estão sempre a pedir mais", referiu, com entusiasmo. "Será um gosto continuar a corresponder", concluiu.
Nas últimas eleições autárquicas de 2021, a coligação conquistou 63,64% dos votos na freguesia, elegendo dez mandatos, frente aos três da coligação PS/PAN. “Nós temos trabalhado todos os dias para responder às perguntas das pessoas. É o nosso grande âmbito. É querer fazer mais e mais e melhor", vincou. "Sou um presidente que anda sempre de mangas arregaçadas e bastante próximo da minha população", exprimiu Nelson.
Esgueira
Rui Cordeiro, até agora primeiro secretário da Assembleia de Freguesia de Esgueira, foi o escolhido por Luís Souto para suceder a Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia, que não se recandidata por ter atingido o limite de mandatos.
Aos 63 anos, Rui Cordeiro, natural de Coimbra e residente em Esgueira há quatro décadas, assume este desafio com sentido de responsabilidade. “Não estava assim tão envolvido na política, portanto, não posso dizer que nunca me passou pela cabeça, mas não esperava certamente ser eu o candidato. Na altura que me convidaram pensei um bocadinho e decidi aceitar o desafio e cá estou preparado para o enfrentar”, afirmou.
Militante do PSD desde o início deste ano, Rui Cordeiro encara a candidatura com ambição. “Tudo faremos para, no mínimo, manter, mas claro que vamos trabalhar para tentar melhorar o resultado. Trabalhamos sempre para melhorar o resultado”, salientou. Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas de 2021, a coligação conquistou 43,50% dos votos na freguesia, elegendo sete mandatos, frente aos cinco da coligação PS/PAN e um do Bloco de Esquerda.
Apesar da renovação na equipa, o novo presidente sublinhou a continuidade do projeto iniciado por Ângela Almeida. “Isto é um projeto de continuidade. Temos muitas ideias novas para fazer que não foram feitas, ou porque não houve oportunidade ou porque não surgiram as ideias. Por isso, é uma equipa nova e completamente renovada, mas um dos objetivos é ser um projeto de continuidade. Há muita coisa que está a decorrer e que terá continuidade”, garantiu.
Quanto à constituição da nova equipa, Rui Cordeiro revelou à Ria que a mesma ainda está em fase de construção. “Ainda estamos em formação de equipas e, neste momento, há uma pessoa que transitará do Executivo anterior. Em princípio, não haverá mais ninguém, mas não temos as equipas fechadas”, avançou.
Santa Joana
Com a impossibilidade de Victor Marques se recandidatar devido ao limite de mandatos, a coligação aposta em Óscar Ratola Branco para liderar a freguesia nas próximas eleições autárquicas.
Atual presidente da Assembleia de Freguesia, Óscar Ratola Branco assumiu à Ria que esta candidatura era uma possibilidade natural. “Tinha noção que era uma coisa que poderia surgir, tendo em conta a minha vivência pela freguesia”, afirmou. Militante do PSD há mais de 30 anos, Óscar acredita que tem um contributo valioso a dar. “Acho que tenho um valor acrescentado para a freguesia e para o futuro desta”, disse.
Natural de Santa Joana, onde nasceu e cresceu, tem 48 anos e exerce a profissão de “gestor de gama”. Apesar da sua experiência profissional, Óscar partilhou que conta com um longo percurso na vida política local. “Já estive no Executivo durante 16 anos, em mandatos anteriores, neste último como presidente da Assembleia. Portanto, sempre foram equipas ganhadoras e também espero, obviamente, conseguir manter este ímpeto de vitórias, não tanto por mim, mas pela freguesia”, sublinhou.
Caso seja eleito presidente da Junta, esta será a sua primeira vez à frente do Executivo, embora já tenha integrado vários elencos anteriores. “Das várias vezes que integrei o Executivo, com outras listas ou candidatos, estive sempre como vogal e, portanto, agora, a correr bem, será como presidente e de uma outra perspetiva”, expôs.
Nas últimas eleições autárquicas de 2021, a coligação alcançou 53,40% dos votos na freguesia, elegendo oito mandatos, frente aos quatro da coligação PS/PAN e um do Bloco de Esquerda.
Aradas
Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia de Aradas, será novamente candidata à liderança da freguesia. Se reeleita, este será o seu terceiro e último mandato nestas funções. "Cada candidatura é sempre um desafio. Um desafio que abraço com gosto e com a mesma emoção do primeiro dia em que abracei este desafio de liderar os destinos da freguesia de Aradas e de me candidatar e de me propor a isso. O entusiasmo que me foi fornecido em 2017 mantém-se e está reforçado", afirmou a candidata, que é advogada de profissão e militante do PSD desde 2018.
Sobre o percurso já realizado à frente da Junta, Catarina Barreto recordou os compromissos assumidos desde a sua primeira eleição. "Nós, quando desenhamos uma candidatura a uma autarquia, fazemos de acordo com o plano, sendo que sabemos que são três mandatos. Há o objetivo que me propus em 2017 e que fomos alcançando - e que foram muitos. Requalificámos grande parte da nossa rede viária, o Centro de Saúde e reabilitámos grande parte do nosso parque escolar”, relembrou.
Ainda assim, Catarina reconheceu que há trabalho por concluir. "O caminho faz-se caminhando e vai havendo sempre obra para fazer. Ainda temos objetivos para concretizar que nos predispusemos e que ainda não conseguimos alcançar, mas com força e afinco vamos concretizar", referiu.
Entre os projetos estruturais da sua presidência destacou o "Aradas+", uma iniciativa iniciada em 2018. "Caso venha a ser reeleita - espero que aconteça e com maioria - os nossos projetos, em concreto, o projeto “Aradas+”, serão reforçados. Já atingiram um grau de maturidade”, atentou.
À Ria, Catarina Barreto reforçou ainda a importância da equipa que lidera. "As expectativas é continuarmos com uma equipa multidisciplinar, forte, unida, que já resistiu a muita turbulência e que vai continuar a trabalhar, porque tem uma máquina a olear. Sabemos o que fazer, o que é preciso fazer e sabemos como fazer", insistiu.
Nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2021, a coligação do PSD conquistou 46,28% dos votos na freguesia, elegendo sete mandatos. O Movimento Independente Sentir Aradas e a coligação PS/PAN elegeram três mandatos cada. Para este novo ciclo, o objetivo é claro: "O nosso propósito é reforçar a maioria. Queremos esse voto de confiança do povo, até para podermos continuar a desenvolver o nosso trabalho”, explicou a atual presidente de junta.
Questionada ainda sobre a possibilidade de o Movimento Independente “Sentir Aradas” não apresentar candidatura própria e apoiar o PS, a presidente respondeu com abertura: "Todos os cenários são válidos e todas as pretensões de candidatura ou de apoio são válidas". "O povo, no dia do ato eleitoral, decidirá se continua a apostar numa aposta ganha que tem dado resultados e frutos para a freguesia. Relembro que nos 16 anos anteriores a eu ser presidente de junta tinham sido apenas intervencionadas sete ruas. No meu primeiro mandato, intervencionámos 23 ruas. É este contraponto. O povo fará a sua justiça, os adversários políticos farão certamente o seu trabalho”, reforçou.
Oliveirinha
Carolina Santos, atual secretária da Assembleia de Freguesia de Oliveirinha, será a candidata da coligação à presidência da Junta de Freguesia, sucedendo a Firmino Ferreira, impedido de se recandidatar devido à limitação de mandatos.
Aos 46 anos e a trabalhar na Unidade de Saúde de Oliveirinha, Carolina assume este novo desafio com entusiasmo e sentido de missão. “Foi um desafio que aceitei prontamente. Eu nasci, cresci em Oliveirinha, sou muito ligada à terra e a esta freguesia em várias vertentes. Dou catequese também”, afirmou.
Com um percurso ligado à política local desde 2009, Carolina tem acompanhado de perto o trabalho desenvolvido pela junta. “Desde 2009 integro a Assembleia de Freguesia de Oliveirinha, portanto, também acompanho de certa forma o trabalho desenvolvido pela Junta de Freguesia e aceitei com convicção e com bastante empenho este desafio”, reforçou.
Militante do PSD há cerca de três anos, Carolina Santos integra agora a candidatura da coligação “Aliança Mais Aveiro”. Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 61,71% dos votos na freguesia, elegendo seis mandatos contra dois do PS/PAN e um do Bloco de Esquerda. Questionada sobre a meta para estas eleições, a candidata é clara: “Melhorar o resultado? Esse é o objetivo”, respondeu.
Para tal, a continuidade do trabalho desenvolvido por Firmino Ferreira será uma das prioridades. “Eu tenho vindo a acompanhar e pretendo continuar o excelente trabalho realizado por ele, quer no âmbito de apoio aos movimentos associativos, quer na criação de melhores condições de vida para quem reside em Oliveirinha”, salientou, acrescentando ainda que pretende “tornar a freguesia mais apelativa para que novas pessoas venham residir cá e para os que cá residem tenham melhores condições de vida”.
Eixo e Eirol
Em Eixo e Eirol, Sara Rocha, atual presidente da Junta de Freguesia, será novamente candidata ao cargo. Residente na freguesia há mais de 30 anos, a candidata conta com funções de direção no Centro Social de Azurva.
A Ria tentou contactar Sara Rocha, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação que representa venceu com 44,02% dos votos, elegendo sete mandatos, contra os seis do PS/PAN, que obteve 42,06%. A diferença entre as duas forças políticas foi de apenas 1,96%.
Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz
Na União de Freguesias de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, não haverá mudanças no rosto da candidatura da coligação. Miguel Silva, atual presidente da junta, volta a ser o escolhido para liderar o projeto.
Com 47 anos e militante do PSD há mais de uma década, Miguel Silva exerce a profissão de comercial e apresenta-se a votos com a ambição de dar continuidade ao trabalho desenvolvido. “A nossa ideia é manter o ritmo de obras materiais e imateriais que têm vindo a caracterizar a nossa atuação nos últimos quatro anos deste mandato”, afirmou, destacando a proximidade com a comunidade. “Sempre com muita proximidade com as pessoas, associações e com as empresas da nossa freguesia”, considerou.
Confiante na escolha dos eleitores, Miguel Silva sublinhou o objetivo da candidatura: “O objetivo da nossa candidatura é vencer novamente as eleições. Saber que a decisão está no povo e que o povo certamente irá escolher bem”.
Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 60,54% dos votos na freguesia, elegendo sete mandatos contra dois do PS/PAN.
São Jacinto
Na Junta de Freguesia de São Jacinto, Cristina Gonçalves, atual tesoureira na junta liderada por Arlindo Tavares, que não se recandidata por motivos profissionais, foi o nome escolhido. Recorde-se que esta foi a primeira candidata a ser anunciada pela “Aliança Mais Aveiro” na primeira e única sessão da jornada “Pensar Aveiro”, promovida pela candidatura de Luís Souto, precisamente em São Jacinto.
A Ria tentou contactar a candidata, mas até ao momento não foi possível obter uma declaração desta.
Nas intercalares de 2022, a coligação venceu com 48,68% dos votos e quatro mandatos. O Partido Socialista alcançou 33,47% e dois mandatos, seguido da CDU com 17,44% e um mandato.
São Bernardo
Pedro Mónica, atual presidente da Assembleia de Freguesia de São Bernardo, foi o nome escolhido pela coligação para concorrer à presidência da Junta de Freguesia nas próximas eleições autárquicas. O atual presidente, Henrique Vieira, não pode recandidatar-se já que atingiu o limite de três mandatos consecutivos.
Segundo Pedro Mónica, o processo de escolha foi natural. “As cartas estavam todas na mesa, portanto, quando surgiram nomes por parte da lista o meu foi sugerido. A partir desse momento, comecei a pôr em questão estar ou não. Acabei por aceitar… O processo foi mais ou menos natural”, sintetizou.
Com 53 anos, engenheiro de eletrónica e telecomunicações de profissão, Pedro Mónica contou à Ria que acumula uma vasta experiência de envolvimento cívico na freguesia, entre os exemplos, na “direção do Centro Paroquial e na Comissão da Fábrica da Igreja – conselho económico”. Acrescentou ainda que o seu pai “sempre esteve muito próximo da própria criação da freguesia”. “Historicamente eu estou muito ligado a São Bernardo também”, exprimiu.
Sobre a sua futura atuação, Pedro Mónica garantiu que manterá a linha de continuidade levada a cabo por Henrique Vieira. “A nível das linhas mestras será a mesma. Não tenho a menor dúvida porque a dinâmica que foi defendida na junta está a funcionar bem”, opinou. Contudo, reconheceu que existem ainda desafios a ultrapassar. “Há outros projetos que também estão em andamento que tenho conhecimento porque estou ligado à junta e à assembleia há quase 20 anos. Por isso, conheço os problemas que estão a afetar e que de certa forma estão a dificultar alguns avanços das nossas coletividades”, continuou.
Sobre a candidatura de Luís Souto de Miranda à Câmara de Aveiro, Pedro Mónica assegura que este “será uma mais-valia para a nossa freguesia”. “Já tivemos duas visitas do candidato Luís Souto que tomou a iniciativa de se inteirar do trabalho das nossas instituições, dos problemas que temos a resolver na freguesia e estou convicto que ele na Câmara será uma mais-valia para a nossa freguesia”, frisou.
Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 53,61% dos votos na freguesia, elegendo seis mandatos contra três do movimento independente ‘São Bernardo Mais e Melhor’ (SB MM).
Recomendações
Assembleia Municipal de Aveiro: afinal, o que diz o Regimento sobre a intervenção do público?
A sessão extraordinária foi convocada de acordo com o Regimento? Não. O n.º 2 do artigo 23.º determina que, nas sessões extraordinárias, o período de intervenção do público deve ocorrer no início da reunião, com a duração máxima de 30 minutos. O edital da sessão de 2 de setembro colocava esse momento no final, em clara violação do Regimento. Como reagiu o presidente da Assembleia ao erro na convocatória? Depois da Ria ter noticiado que a convocatória não cumpria o Regimento, Luís Souto prestou declarações ao Diário de Aveiro, antes da sessão, afirmando que estava a “avaliar a melhor solução” e sublinhando que não tinha sido recebida qualquer inscrição do público. Já no início da reunião, sem nunca assumir expressamente o erro, acabou por o corrigir na prática: anunciou que iria abrir espaço para a intervenção de um munícipe no arranque da sessão (e não no final, como constava da convocatória). Tratou, contudo, essa participação como “excecional”, uma vez que o pedido não tinha respeitado o prazo previsto no Regimento. O presidente da Assembleia Municipal tinha fundamento legal para abrir essa exceção? Sim. O n.º 4 do artigo 23.º do Regimento estabelece que “compete ao Presidente da Mesa permitir a intervenção do público sem prévia inscrição, sempre que tal se justifique”. Ou seja, mesmo sem inscrição dentro do prazo (um dia útil antes da sessão), o presidente tinha fundamento regimental para autorizar a intervenção. Trata-se, no entanto, de uma opção e não de uma obrigação. E o que aconteceu de seguida? Ainda durante o período da intervenção do público e antes do início da ordem do dia, uma cidadã levantou-se da plateia e pediu igualmente a palavra, ao abrigo do mesmo n.º 4 do artigo 23.º. Luís Souto não permitiu que a cidadã colocasse a questão, alegando que o público não pode interromper os trabalhos ou manifestar-se. Perante este cenário, que solução tinha a cidadã para pedir a palavra? Aqui há uma lacuna regimental: o Regimento permite que um cidadão fale, excecionalmente, sem inscrição prévia, mediante autorização do presidente, mas não define o modo de pedir essa exceção. No caso das inscrições prévias é referido no Regimento que devem ser entregues, até ao dia útil anterior ao início da sessão, nos serviços de apoio da Assembleia Municipal ou por correio eletrónico. No caso de uma pessoa que pretenda intervir sem prévia inscrição, o Regimento não define qual a metodologia que deve ser seguida. E quando o Regimento tem uma lacuna, quem decide? Quando o Regimento não define de forma clara um procedimento, como acontece com a forma de pedir a palavra sem inscrição prévia, a decisão cabe à Mesa da Assembleia. O próprio Regimento prevê esta solução: no artigo 65.º pode ler-se que “compete aos membros da Mesa decidir sobre os casos omissos no presente Regimento e integrar as suas lacunas”. Ou seja, perante uma lacuna, é a Mesa que interpreta e decide. No entanto, essa decisão não é absoluta, porque também o artigo 6.º, n.º 2 estabelece que “das decisões da Mesa da Assembleia Municipal cabe recurso para o plenário”. Assim, qualquer deputado municipal pode recorrer da decisão, ficando a palavra final nas mãos de todos os membros da Assembleia.
Câmara de Aveiro aprova PP do Parque Desportivo com críticas à habitação e à participação pública
No período antes da ordem do dia, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, começou por dar nota do crescimento do Festival Dunas de São Jacinto que decorreu de 22 a 24 de agosto em São Jacinto. Segundo o autarca, “desde 2017” o evento tem registado uma evolução positiva, quer na qualidade, quer na adesão do público. Ribau Esteves aproveitou ainda para responder a Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, que no dia 24 de agosto escreveu nas suas redes sociais que a primeira edição do festival foi da sua responsabilidade. “Tenho muito orgulho em o ter criado e até batizado”, afirmou o candidato socialista. Na sequência disse ainda que o festival “evoluiu bem” e é um “sucesso”, embora realce que os transportes têm de ser ajustados, nomeadamente, o ferry. “Não se entende que não haja horários adequados à excepcionalidade do evento, nem que a lancha de passageiros esteja parada, quando tão necessária seria”, frisou. Em resposta, Ribau Esteves afirmou que o festival “foi inventado por nós” e rejeitou qualquer continuidade com iniciativas anteriores. “Nós não copiamos este festival de ninguém, nem demos seguimento a coisa nenhuma”, assegurou, considerando a declaração do socialista “mais uma nota da falta de seriedade da pessoa em causa” e “mais um exemplo da mentira em que vive o PS e o Dr. Alberto Souto”. Na mesma reunião, o vereador socialista Fernando Nogueira apelou à moderação, reconhecendo que, apesar de não existir uma “marca” consolidada, houve no passado um festival. “Pode é dizer que não tinha continuidade e que não era um evento ainda regular da Câmara, mas daí até chegar ao ponto de dizer que não foi inventado e que é uma coisa completamente nova. (...) Um meio termo aí se calhar também nos faz aí alguma falta”, observou. Já no período da ordem do dia, a proposta de PP do Parque Desportivo de Aveiro, em discussão pública e objeto de declaração de não caducidade, foi um dos pontos que mais tempo consumiu na reunião. O presidente da Câmara explicou que o plano, aprovado na reunião camarária de 24 de junho, recebeu parecer desfavorável de três entidades, sobretudo devido à “existência de um gasoduto de alta pressão que não foi considerado e sobre o qual estavam mesmo previstas construções”. O autarca admitiu a falha: “Houve um erro (…) nosso e da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional], provocado (…) [pelo facto] de não termos consultado a entidade gestora do gasoduto e dessa condicionante”. Entretanto, foi elaborada uma nova versão do plano e, segundo o presidente, na passada quinta-feira realizou-se a segunda reunião da comissão de acompanhamento. “[Dessa reunião] saímos com um parecer favorável, condicionado ainda a alguns ajustamentos, nomeadamente, na componente legal”, apontou. Segue-se agora a fase de audição pública, com “carácter de urgência”, à semelhança do processo aplicado ao Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. De acordo com o autarca, o procedimento inclui um pré-aviso de cinco dias, 20 dias de consulta pública e, após o tratamento das participações, o documento será submetido à Assembleia Municipal. Relativamente à proposta de não caducidade, Ribau Esteves referiu que a mesma só “termina no próximo dia 6 de setembro”. Do lado da oposição, o vereador socialista Fernando Nogueira manifestou preocupação com a resposta habitacional prevista no plano. A proposta camarária contempla a construção de “169 fogos” a custos controlados, número que o socialista considera “insuficiente”. Fernando Nogueira acrescentou ainda que o PS não se sente confortável com a forma como a proposta foi aferida, nem com a participação pública prevista. “Temos razões para achar que a participação pública não é de grande esclarecimento. Temos tido bons exemplos de como ela é tratada e essa é também uma razão para não darmos sustentação à ideia de que o plano está pronto para discussão pública”, afirmou. Recorde-se que, no passado dia 27 de agosto, o Executivo Municipal aprovou o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, alvo de críticas de todos os quadrantes políticos e da sociedade civil. Em resposta, o presidente da Câmara acusou o PS de adotar uma postura “muito demagógica”. “Eu percebo a dialética, mas nós preferimos fazer. 169 fogos de habitação a custos controlados é pouco? Era melhor 500 ou 600? Claro que sim, mas obviamente também crescia o irrealismo”, afirmou, sublinhando que o Município tem atualmente quatro operações de habitação a custos controlados em desenvolvimento, embora nenhuma esteja ainda concluída. O autarca destacou que este é o “primeiro plano de pormenor” do Município em que parte da edificabilidade prevista será destinada a habitação acessível. “Nunca aconteceu”, frisou. Deixou ainda a garantia de que se a próxima maioria entender pode fazer mais habitação a custos controlados. “O plano não o proíbe”, esclareceu. No seguimento, Ribau Esteves aproveitou ainda para deixar uma crítica ao PS: “O Partido Socialista hoje tem como ferramenta política principal a retro escavadora. É um partido que anda sempre de retro: anda para trás e a partir com tudo”. A proposta acabou aprovada por maioria, com a abstenção do vereador independente Rui Carneiro e o voto contra do PS. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria pela autarquia, o PP do Parque Desportivo de Aveiro constitui uma “intervenção de grande dimensão e impacto regional, que prevê a introdução de novas zonas habitacionais, áreas comerciais, serviços, equipamentos e espaços empresariais, articulando-os com a malha urbana existente e promovendo a requalificação dos terrenos adjacentes aos atuais equipamentos desportivos”. O projeto pretende ainda “reforçar a competitividade de Aveiro nos planos turístico, social, cultural e económico, com especial foco na promoção da prática desportiva de base e de alto rendimento, assegurando uma estratégia de crescimento sustentável e coeso para o território”. Outro dos temas que gerou também discussão ao longo da ordem de trabalhos prendeu-se com a abertura do procedimento de classificação do edifício da antiga Biblioteca Municipal, como Monumento de Interesse Municipal. Recorde-se que conforme aprovado em reunião camarária no dia 6 de março, o antigo edifício da Biblioteca Municipal será transformado no Museu de Arte Cerâmica Contemporânea. O vereador socialista Fernando Nogueira saudou a iniciativa de classificação, mas lamentou que não tenha havido “o mesmo cuidado com outros imóveis, não apenas pela via patrimonial, mas também pelos lugares com memória coletiva, como a própria proposta refere”. Relativamente ao edifício em causa, deixou clara a discordância: “Nunca chegaremos a estar de acordo com isto. (…) A nossa posição é que a construção do Museu da Bienal perturba a memória do lugar que se diz querer preservar (…) pela sua volumetria e que nos atira para uma argumentação muito parecida com aquela que foi usada pelos políticos locais em 87”. Fernando Nogueira recordou ainda que o Município chegou a ter “uma carta de património municipal aprovada em conjunto com o Plano Diretor Municipal de 1995”, que acabou por cair no esquecimento, questionando o destino dado a outros edifícios com relevância histórica que, no seu entender, “também poderiam e deveriam ter sido classificados pela Câmara”. Também o vereador independente Rui Carneiro votou favoravelmente, mas deixou uma dúvida quanto à articulação entre a futura classificação e o projeto já aprovado para o Largo Jaime Magalhães Lima. Perante as intervenções, Ribau Esteves mostrou-se surpreendido com as posições dos vereadores. “Se vocês são contra este projeto sejam contra esta proposta. (…) Esta proposta só vem aqui porque nós temos um projeto (…) aprovado e vamos adjudicar”, insistiu. O autarca recordou que, após um segundo concurso, a obra foi adjudicada, tendo seguido a revisão orçamental para a Assembleia Municipal desta terça-feira, 2 de setembro, num novo valor base de 4.8 milhões de euros. O presidente da Câmara sublinhou ainda que a proposta de classificação decorre diretamente do projeto e tem também uma função instrumental: garantir a elegibilidade do edifício para fundos comunitários, nomeadamente, do programa regional Centro 2030. A proposta acabou por ser aprovada por unanimidade.
Aveiro recebe a partir de hoje os Summer Games 2025 do Special Olympics
A tocha olímpica chega hoje a Aveiro de comboio e vai percorrer “pontos emblemáticos” da cidade. A viagem até ao Rossio, onde será acesa a pira olímpica, vai ser feita a bordo de um moliceiro. A cerimónia de abertura, que arranca pelas 20h30, conta com a participação da campeã olímpica Rosa Mota, que vai acompanhar a “Torch Run” organizada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e pelos responsáveis do Special Olympics Portugal. Está prevista a participação de atletas naturais de Andorra, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Itália, Malta, Mónaco, Portugal e Roménia naquilo que, diz a autarquia, será mais do que uma competição. De acordo com a nota de imprensa, a prova será uma “grande festa da inclusão” e celebra “a superação, o talento e a união através do desporto”. Vão realizar-se provas de basquetebol, ténis de mesa, equitação, atletismo, programa de treino de atividade motora (MATP), futsal, ginástica, natação e andebol. A prova vai contar com a presença de representantes do Comité Olímpico e do Comité Paralímpico de Portugal, de membros do Governo, do Instituto Nacional para a Reabilitação, da Fundação INATEL, do Special Olympics Europa/Eurásia, da Universidade de Aveiro, da Câmara Municipal de Aveiro e de várias federações e associações desportivas.
PS Aveiro apresenta Jaime Paulo como candidato à Junta de Esgueira amanhã
Com 69 anos e uma vida dedicada ao desporto, Jaime Paulo foi um dos fundadores da Associação Desportiva da Taboeira. “A minha vida é desportiva. Politicamente o que mais me seduziu foram as pessoas”, afirmou o candidato em entrevista à Ria. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o candidato é ainda descrito como uma pessoa “habituada a cuidar dos outros”, tendo o intuito de “melhorar a freguesia”. “À profissão de Técnico de Farmácia une um percurso cívico com mais de 50 anos, sendo uma personalidade reconhecida que formou gerações de jovens na Associação Desportiva de Taboeira”, descreve o PS Aveiro. A apresentação pretende ser um “momento de partilha, encontro e compromisso com a população” onde serão dadas a conhecer, segundo o partido, “as propostas e a visão da candidatura para o futuro da freguesia”. A lista encabeçada por Jaime Manuel Ferreira Paulo integra a candidatura socialista “Um Futuro com Todos”, liderada por Alberto Souto de Miranda à Câmara Municipal de Aveiro, nas próximas eleições autárquicas.
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Universidade de Aveiro e centro clínico lançam campanha para doação de corpos à ciência
A campanha, denominada "Doar para ensinar e salvar”, tem início na sexta-feira e pretende informar a população sobre a importância e o processo da doação. “Por ser um tema sensível, urge informar a população sobre a sua importância e, sobretudo, sobre a facilidade e dignidade de todo o processo”, salienta uma nota de imprensa sobre o lançamento da campanha. Numa primeira fase, a campanha será divulgada nas redes sociais das instituições envolvidas e posteriormente através dos meios de comunicação social. A iniciativa conta com a colaboração das Unidades Locais de Saúde associadas ao Centro Académico Clínico. “O estudo de corpos humanos é fundamental para o avanço da ciência médica e para a formação de futuros profissionais de saúde, sendo a doação, enquadrada na legislação nacional, um processo simples e que deve ser formalizado em vida”, refere a nota. “A campanha tem por base a importância do legado para as gerações vindouras e o altruísmo inerente à doação de um corpo para o ensino a estudantes de medicina e outros profissionais de saúde”, conclui. Todos os cidadãos podem doar o seu corpo para fins de ensino e investigação científica, o que torna possível o treino dos profissionais de saúde. O EMHA é um consórcio de inovação em saúde, dedicado a melhorar a assistência, educação e investigação, composto pela UA e as Unidades Locais de Saúde (ULS) da Região de Aveiro, Gaia/Espinho, Estre Douro e Vouga e Matosinhos. A ULS do Baixo Mondego é membro observador.
Segunda fase de acesso ao Ensino Superior terminou na quarta-feira com 17 mil candidatos
De acordo com os dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) atualizados hoje, 17.114 estudantes apresentaram candidatura a uma das quase 16 mil vagas. No ano passado, as instituições de ensino superior receberam 19.810 inscrições durante a segunda fase, mais 2.696 do que as deste ano. A redução do número de candidatos já se tinha registado na primeira fase, com menos de 50 mil alunos inscritos, um valor muito abaixo do registado nos últimos anos e só comparado a 2018. No final da primeira fase, apenas 43.899 conseguiram colocação (menos 12,1% em relação ao ano passado) e muitos puderam agora voltar a tentar o ingresso no ensino superior. A concurso vão agora 15.923 vagas, sendo a esmagadora maioria lugares para os quais não houve candidatos durante a 1.ª fase (11.513), a que se somam 4.401 lugares para os quais houve estudantes colocados, que acabaram por não se inscrever, e outras 20 vagas adicionais. Os resultados serão divulgados em 14 de setembro, seguindo-se depois uma 3.ª fase, entre 23 e 25 de setembro, com as vagas sobrantes. Na semana passada, o ministro da Educação, Ciência e Inovação considerou que a diminuição de alunos colocados "é preocupante" e está relacionada com "a mudança das regras dos exames", que tornaram obrigatória a realização de três provas nacionais para acabar o 12.º ano e pelo menos duas provas para concorrer ao ensino superior. Ainda assim, o ministro recusou alterar as regras de conclusão do ensino secundário e acesso ao superior, mas admitiu que possa haver no futuro "uma grande discussão nacional" para repensar mudanças, reconhecendo que algumas instituições de ensino superior localizadas no interior foram muito afetadas pela diminuição de alunos.
Assembleia Municipal de Aveiro: afinal, o que diz o Regimento sobre a intervenção do público?
A sessão extraordinária foi convocada de acordo com o Regimento? Não. O n.º 2 do artigo 23.º determina que, nas sessões extraordinárias, o período de intervenção do público deve ocorrer no início da reunião, com a duração máxima de 30 minutos. O edital da sessão de 2 de setembro colocava esse momento no final, em clara violação do Regimento. Como reagiu o presidente da Assembleia ao erro na convocatória? Depois da Ria ter noticiado que a convocatória não cumpria o Regimento, Luís Souto prestou declarações ao Diário de Aveiro, antes da sessão, afirmando que estava a “avaliar a melhor solução” e sublinhando que não tinha sido recebida qualquer inscrição do público. Já no início da reunião, sem nunca assumir expressamente o erro, acabou por o corrigir na prática: anunciou que iria abrir espaço para a intervenção de um munícipe no arranque da sessão (e não no final, como constava da convocatória). Tratou, contudo, essa participação como “excecional”, uma vez que o pedido não tinha respeitado o prazo previsto no Regimento. O presidente da Assembleia Municipal tinha fundamento legal para abrir essa exceção? Sim. O n.º 4 do artigo 23.º do Regimento estabelece que “compete ao Presidente da Mesa permitir a intervenção do público sem prévia inscrição, sempre que tal se justifique”. Ou seja, mesmo sem inscrição dentro do prazo (um dia útil antes da sessão), o presidente tinha fundamento regimental para autorizar a intervenção. Trata-se, no entanto, de uma opção e não de uma obrigação. E o que aconteceu de seguida? Ainda durante o período da intervenção do público e antes do início da ordem do dia, uma cidadã levantou-se da plateia e pediu igualmente a palavra, ao abrigo do mesmo n.º 4 do artigo 23.º. Luís Souto não permitiu que a cidadã colocasse a questão, alegando que o público não pode interromper os trabalhos ou manifestar-se. Perante este cenário, que solução tinha a cidadã para pedir a palavra? Aqui há uma lacuna regimental: o Regimento permite que um cidadão fale, excecionalmente, sem inscrição prévia, mediante autorização do presidente, mas não define o modo de pedir essa exceção. No caso das inscrições prévias é referido no Regimento que devem ser entregues, até ao dia útil anterior ao início da sessão, nos serviços de apoio da Assembleia Municipal ou por correio eletrónico. No caso de uma pessoa que pretenda intervir sem prévia inscrição, o Regimento não define qual a metodologia que deve ser seguida. E quando o Regimento tem uma lacuna, quem decide? Quando o Regimento não define de forma clara um procedimento, como acontece com a forma de pedir a palavra sem inscrição prévia, a decisão cabe à Mesa da Assembleia. O próprio Regimento prevê esta solução: no artigo 65.º pode ler-se que “compete aos membros da Mesa decidir sobre os casos omissos no presente Regimento e integrar as suas lacunas”. Ou seja, perante uma lacuna, é a Mesa que interpreta e decide. No entanto, essa decisão não é absoluta, porque também o artigo 6.º, n.º 2 estabelece que “das decisões da Mesa da Assembleia Municipal cabe recurso para o plenário”. Assim, qualquer deputado municipal pode recorrer da decisão, ficando a palavra final nas mãos de todos os membros da Assembleia.
Autárquicas: Joana Dias concorre pela CDU a S. João da Madeira com foco nas casas e impostos
Segundo revela fonte local da coligação entre PCP e Partido Ecológico Os Verdes, a cabeça de lista do referido concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto tem nessas propostas três reflexos de um "permanente compromisso e trabalho com a humanização da cidade e o combate à pobreza". Citada pela coligação, Joana Dias defende que "o município deve mobilizar os meios possíveis e disponíveis na sua esfera para melhorar a oferta de habitação social e promover a habitação económica", e realça que "foi a CDU que, ao longo dos últimos anos, lutou para a concretização do processo" de converter antigos imóveis da PSP e GNR em apartamentos, como está agora em curso. O segundo foco da coligação prende-se com "a necessidade de repensar os impostos no concelho", começando pelo IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis], que "deve baixar para o mínimo legal". Em contrapartida, o escalão mais alto da derrama "deveria subir para o máximo legal de 1,5%", quando relativo ao "lucro de empresas com grande volume de negócios". Joana Dias defende igualmente "o apoio ao comércio local e aos agentes económicos, sobretudo da indústria transformadora, para dinamizar o tecido da economia e ajudar à formação de postos de trabalho qualificados e bem remunerados". A candidata quer que se analise, aliás, a opção de privilegiar a aposta no parque local de ciência e tecnologia, já que não lhe parece "que a Sanjotec seja suficiente para garantir que o investimento da câmara municipal se reflete realmente na atividade económica da cidade". Outra preocupação da candidata de comunistas e ecologistas é a mobilidade, no que a CDU começa por reclamar "a necessidade de melhoria e alargamento dos passeios", para depois reivindicar o reforço do serviço municipal de transporte coletivo. "O TUS funciona bem, mas pode ser melhorado com correção de linhas e, eventualmente, a introdução de uma nova", explica. Menos positiva é a avaliação da ferrovia local: "Continuamos a pugnar pela requalificação e reestruturação da linha do Vale do Vouga. (...) Não estamos especialmente interessados nas questões técnicas, que devem ser deixadas aos técnicos; queremos é um processo de requalificação que avance". Ativista do Movimento Democrático de Mulheres, Joana Dias integra a direção regional do PCP e já foi dirigente do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, no que lhe reconhecem "destacado trabalho na atividade sindical do setor social". Sem revelar a idade da candidata, a CDU acrescenta que a sua cabeça de lista já fez parte da Assembleia de Freguesia de São João da Madeira e encabeçou a lista da distrital de Aveiro nas legislativas de maio de 2025. Além de Joana Dias pela coligação entre PCP e Verdes, nas eleições de 12 de outubro à Câmara Municipal de São João da Madeira também concorrem Moisés Ferreira pelo BE, Tiago Lima pela IL, Ricardo Almeida pelo Chega, João Oliveira pela coligação PSD/CDS-PP e Jorge Vultos Sequeira, que, pelo PS, é o atual presidente da autarquia. Nesse que é o concelho mais pequeno do país, com cerca de oito quilómetros quadrados e 22.200 habitantes, o executivo camarário eleito em 2021 integra atualmente quatro elementos do PS e três da coligação entre sociais-democratas e populares.