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Sociedade desportiva do Beira-Mar aprovada: Nuno Quintaneiro aponta já ao futuro

À segunda foi de vez. Depois de na última Assembleia Geral do SC Beira-Mar a aprovação de uma sociedade desportiva ter sido chumbada por escassos 5 votos, o cenário inverteu-se desta vez e a nova proposta, com algumas alterações, recebeu praticamente o voto favorável de todos os sócios presentes, com exceção de uma abstenção. Nuno Quintaneiro, em entrevista à Ria, não escondeu a sua satisfação.

Sociedade desportiva do Beira-Mar aprovada: Nuno Quintaneiro aponta já ao futuro
Redação

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17 mai 2025, 13:29

Foi no dia 23 de abril que a direção do SC Beira-Mar, liderada por Nuno Quintaneiro, apresentou a proposta para criação de uma sociedade desportiva na sequência de um pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, que prevê um investimento total de 10 milhões de euros no universo do futebol aurinegro. Esse montante inclui 1,5 milhões de euros para liquidação do passivo do clube, 3,5 milhões para construção de um centro de excelência dedicado ao alto rendimento e 5 milhões para financiamento da equipa sénior ao longo de cinco épocas.

Na altura, a proposta gerou dúvidas entre alguns associados, entre os quais vários antigos dirigentes, que manifestaram preocupações com a falta de informação sobre a empresa que participaria na constituição da sociedade desportiva, bem como com a inexistência de uma garantia bancária internacional do valor previsto para a liquidação do passivo.

Após o chumbo, a direção do clube anunciou que iria avançar com três alterações principais: a prestação de uma garantia bancária anual de 100 mil euros durante 10 anos (compromisso que já tinha sido assumido por Nuno Quintaneiro na última Assembleia Geral do clube), a inserção de uma cláusula que responsabiliza o investidor pelo passivo da futura sociedade desportiva, caso as quotas ou ações revertam para o clube, e a disponibilização de informação adicional sobre os parceiros envolvidos no projeto.

As alterações introduzidas ao documento acabaram por satisfazer a globalidade dos sócios e a Assembleia Geral de ontem, 16 de maio, confirmou o avanço da criação da sociedade desportiva, com praticamente todos os 252 sócios presentes a votarem favoravelmente, com exceção de um sócio que optou pela abstenção.

Nuno Quintaneiro, em entrevista à Ria, confessa que se sente “grato, com uma energia e ânimo renovados”, agradecendo a “confiança e a expectativa que é depositada neste novo ciclo que agora se inicia”.

Nuno Quintaneiro relembra ainda que os “esclarecimentos e as questões levantadas já tinham sido prestados e assegurados na última Assembleia Geral”. “Não havia, na minha perspetiva, necessidade de votar contra, nem provocar aqui um atraso de três semanas (...) na preparação daquilo que é a próxima época desportiva e estruturação do que será esta relação com a sociedade”, afirma o presidente do SC Beira-Mar.

Apesar disso, o presidente do clube aurinegro respeita o “entendimento das pessoas que votaram contra” na última Assembleia Geral e já está focado no futuro. “Agora há um conjunto de atos que vão ter que se suceder, nomeadamente os pressupostos que o investidor vai ter que cumprir e depois há toda a tramitação formal de constituição da sociedade desportiva que também temos que executar”, esclarece.

Segundo Nuno Quintaneiro, “se o processo andar rápido, correr bem”, o clube terá a sociedade desportiva formalmente constituída “no espaço de três semanas a um mês”, acreditando que será possível inscrever as duas equipas de futebol sénior (A e B), nas respetivas competições desportivas, já como sociedade desportiva.

Quanto à próxima época, Quintaneiro esclareceu que o trabalho de parceria com o investidor é para continuar, recordando que “as decisões do futebol [ao longo dos últimos meses], apesar de tomadas pelo clube, foram sempre em diálogo e em consenso com o parceiro”. “Temos uma visão estratégica partilhada, temos uma filosofia e uma orientação alinhadas e que nos permitem com alguma facilidade gerar consensos nas decisões”, esclareceu, sem antes afirmar, que o que irá mudar é, no fundo, “a capacidade de investimento” que o clube não tinha.

Confrontado pela Ria relativamente a um possível atraso na preparação da próxima época, fruto do clube ter passado o último mês a discutir quanto ao avanço da sociedade desportiva, Nuno Quintaneiro deu nota que não consegue “avaliar os danos que possa ter causada”, apesar de transmitir uma mensagem de confiança. “Eu acredito que grande parte das situações serão recuperáveis e conseguiremos minimizá-las. (...) Tenho a consciência de algumas oportunidades que possamos ter perdido neste período. (...) Naquilo que diz respeito ao futebol sénior é mais complicado, porque estamos a falar de contextos em que os melhores atletas, aqueles que na relação qualidade-preço temos mais interesse, naturalmente são mais apetecíveis e sabemos que têm outras propostas, outras ofertas e podem já estar alguns deles comprometidos e não terem ficado à espera”, clarificou.

Quanto à escolha do treinador para a próxima época, o presidente da direção do SC Beira-Mar não quis adiantar uma data. “Têm existido conversas sobre o assunto, temos que nos voltar a sentar, voltar a estruturar um orçamento com algum grau de certeza para a partir daqui poder-se trabalhar e tomar decisões. Ou seja, uma coisa é ter perspetivas, outra coisa é tomar decisões e avançar para elas. E nesse sentido, só a partir de agora vamos passar a essa fase”, afirmou.

Nuno Quintaneiro assume que está sentido com Ribau Esteves

Durante a Assembleia Geral que decorreu ontem, 17 de maio, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, Nuno Quintaneiro aproveitou para responder a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro.

Recorde-se que o autarca aveirense, durante a sessão solene de comemoração do 25 de abril, fez considerações sobre a forma como decorreu a última Assembleia Geral do SC Beira-Mar. Durante o seu discurso, Ribau Esteves afirmou que era preciso “combater o extremismo da má educação, da agressão física e verbal ignóbil que (...) aconteceu esta semana na Assembleia Geral de uma das nossas associações privadas sem fins lucrativos”, naquilo que foi entendido com uma referência clara à reunião magna do SC Beira-Mar.

Em entrevista à Ria, Nuno Quintaneiro recorda que Ribau Esteves não esteve presente na última Assembleia Geral do clube, reconhecendo que está sentido com o edil aveirense pelas considerações que considera “injustas”, “completamente extemporâneas” e “sem qualquer fundamento”.

O presidente da direção do SC Beira-Mar afirma que “os sócios manifestaram a sua intenção de voto de forma totalmente livre, esclarecida e houve respeito máximo por todos”, reconhecendo que “após a Assembleia”, possa ter existido no exterior do Estádio Municipal de Aveiro “algumas trocas de bocas entre alguns associados”. Contudo, reafirma que são “situações normais que acontecem na vida em comunidade, em que as pessoas que discutem visões, podem eventualmente cometer algum excesso de linguagem”. “Estou a admitir coisas que não assisti, mas nunca a pôr em causa a democracia na instituição. Isso é absolutamente inaceitável”, remata Nuno Quintaneiro. Por último, o líder aurinegro esclareceu ainda que o clube tem nos seus órgão sociais “pessoas com um percurso notável também de luta pela liberdade”.

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Hóti Hotéis espera investir perto de “100 milhões” em novo projeto hoteleiro junto ao Meliá
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O projeto prevê a construção de quatro edifícios ao longo de 35 mil metros quadrados, tendo a arquitetura dos mesmos ficado a cargo de Joana Borges, arquiteta da b2a e da empresa Hugo Correia Arq. A grande aposta do grupo Hóti Hotéis é no mercado residencial, a que dois dos edifícios vão estar dedicados sob o nome de “Golden Aveiro Residence”, totalizando “134 frações”. Da mesma forma, o terceiro seguirá a mesma lógica, mas quem adquirir ou arrendar apartamentos – um total de “49” - terá o benefício de poder usufruir dos serviços hoteleiros. Já o quarto edifício será um novo hotel que envolve “162” quartos e estúdios – inclui StarInn, com “90” quartos, e Star Studios, com “72” estúdios. Para além dos edifícios, vai ser também construído, em 15 mil metros quadrados, um parque de estacionamento subterrâneo com 236 lugares. De acordo com Joana Borges, os edifícios residenciais, completamente envidraçados, serão essencialmente compostos por apartamentos T3 e T4, tendo entre 25% e 30% de apartamentos T1 e T2. Por seu lado, segundo Ricardo Gonçalves, administrador da Hóti Hotéis, o edifício que serve de hotel terá duas competências: um hotel com “conceito de lifestyle” e a parte de “Smart Studios”, para “estadias de maior duração” – algo que, afirma, “faz todo o sentido” numa cidade como Aveiro, com “uma universidade pujante” e uma série de multinacionais que necessitam de alojamento de qualidade. A aposta no mercado residencial era já uma vontade antiga da Hóti Hotéis, apontou Miguel Proença, CEO do grupo, que destaca que se trata de um mercado em expansão: “Permite-nos criar um hotel onde o hotel não existe e crescer para um espaço residencial. […] É uma forma muito interessante de diversificar a receita. Permite que ela seja conseguida não apenas pela solução clássica de vários hotéis, com vários segmentos. […] É também uma forma muito bem conseguida de ver uma expressão de risco […] porque tem um timing de retorno completamente diferente do retorno da hotelaria”, explicou o responsável. Durante a sua intervenção, José Ribau Esteves, que falou na sua última ação pública enquanto presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), recordou que o processo foi “muito difícil”. No seu entender, isso aconteceu também porque “a velocidade de trabalho da Câmara é muito superior à da Hótis Hotéis”, que foi sempre “pressionada” pela autarquia ao longo do processo. Inicialmente, segundo o presidente, estava previsto que o hotel fosse construído num terreno da Universidade de Aveiro (UA) em frente à estação ferroviária. Na altura, conforme conta, foi lançado um concurso público pela instituição a que se candidatou uma empresa com um projeto “excelente”. No entanto, após a passagem de pasta entre os reitores Manuel Assunção e Paulo Jorge Ferreira, o atual responsável “deu o dito por não dito” e a UA acabou por “seguir outro caminho” – uma história que Ribau Esteves afirma não constar do seu livro, mas que espera vir a fazer parte de uma nova edição que venha a escrever “já fora da Câmara e paga por si”. Entretanto, tanto pela “menor velocidade” da Hótis Hotéis, devido a um processo judicial colocado pelos proprietários dos terrenos onde o empreendimento se vai instalar contra a CMA – e que, entretanto, acabou por ser retirado – como pela revisão do Plano de Pormenor do Centro, Ribau Esteves explica que a obra acabou por não avançar. Agora, o autarca desafia também o seu sucessor, Luís Souto, a articular com o grupo hoteleiro para conseguir que, assim que a obra esteja pronta, também esteja completa a requalificação do Barreiro – uma obra que já tem “projeto terminado” e que “faz vizinhança” com um dos prédios que vão ser construídos.

SC Beira-Mar deve constituir sociedade desportiva até ao final da época com investidores portugueses
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Após ter caído o acordo que o SC Beira-Mar tinha com Breno Dias Silva para a constituição de uma Sociedade Desportiva por Quotas (SDQ), Nuno Quintaneiro conta que, durante o verão, voltou ao processo de “abrir as portas” do clube para ouvir propostas. Durante esse período, o presidente conta que “apanhou de tudo” e foi vítima de um “assédio constante” por parte de quem se queria constituir como parceiro do Beira-Mar, mas acabou por reduzir as opções a três potenciais investidores: dois estrangeiros e um português. O escolhido acabou por ser mesmo o português, que foi conduzido ao clube por intermédio de Gualter Barros, administrador da IRBAL S.A. – uma pessoa que, diz o presidente, merece a confiança do Beira-Mar. Apesar de garantir que se trata de alguém com experiência no mundo do futebol, Nuno Quintaneiro não revelou a identidade do parceiro escolhido a pedido do próprio, que alega que se o acordo fosse revelado agora poderia criar “instabilidade” noutros negócios em que está envolvido. Inicialmente, conta o presidente, o investidor estava reticente em aceitar os princípios impostos pelos associados para a constituição de uma sociedade desportiva. Mais tarde, acabou por perceber que “deste lado existe gente séria” e, depois de “dar luta” e de os responsáveis do Beira-Mar “forçarem, forçarem, forçarem”, ambas as partes acabaram por chegar a um entendimento. A principal novidade deste acordo é que, para além dos dez milhões de euros previstos para a operação – um milhão e meio a ser usados para a liquidação da dívida do clube, e oito para a sociedade desportiva, sendo desses três milhões e meio para a construção de um centro de alto rendimento e cinco para a equipa principal de futebol -, o investidor vai também investir 200 mil euros ao longo da presente temporada nas equipas principais de futebol. Segundo conta Nuno Quintaneiro, tanto o clube tem pressa para que o negócio avance como o próprio investidor, por “segurança jurídica dos investimentos que estão a fazer”. Prevê-se que em dezembro o acordo seja formalizado, embora o prazo seja extensível até ao final da temporada. Já a transmissão dos direitos desportivos do clube só pode acontecer em 2026/2027. Conforme tinha sido noticiado pela Ria, a reunião de associados do clube tinha também na ordem de trabalhos o ponto “Informação aos sócios sobre a aplicação da ‘regra de ouro’, respeitante ao triénio 2021-2024, nos termos e para os efeitos previstos no art. 27º, nº 4 dos Estatutos”. De acordo com os estatutos do clube, cada direção deve ter como “regra de ouro” que, “no final do seu mandato, a situação líquida do S. C. Beira-Mar, seja, se nada de anormal e extraordinário ocorrer, pelo menos igual à existente aquando da sua tomada de posse, devendo o eventual agravamento da mesma, após confirmação por auditoria promovida pela nova Direção, ser assumido solidariamente pelos membros em funções da Direção cessante”. Após fazer uma contextualização histórica sobre a entrada da regra nos estatutos do clube, Nuno Quintaneiro acabou por concluir que “o défice do Beira-Mar é um défice estrutural” e que, por isso, no paradigma atual, a responsabilidade não pode ser imputada totalmente à direção. “Enquanto estivermos neste contexto no Campeonato de Portugal é praticamente impossível não ter défice […] Esta regra serve para proteger uma situação de equilíbrio, não para sancionar as pessoas que num contexto extremamente adverso acabam por apresentar uma situação líquida negativa”, apontou. Assim, a decisão da atual direção do SC Beira-Mar foi a de não aplicar a “regra de ouro” à direção que esteve em funções entre 2021 e 2024, presidida por Afonso Miranda. Não obstante, o presidente salientou que concorda com a manutenção da regra nos estatutos e disse que é seu “objetivo” entregar o Beira-Mar numa “situação de equilíbrio” a quem lhe suceder. Por outro lado, pode ler-se na deliberação do Conselho Fiscal que a regra não deve ser aplicada nem à direção anterior nem à atual e fica a recomendação de que se reveja o texto dos estatutos. A Assembleia Geral do SC Beira-Mar serviu ainda para aprovar o Relatório de Atividades e Contas do exercício de 2024/2025, que apenas não mereceu o voto favorável de um associado presente, que votou contra o documento. O relatório dá nota de um resultado líquido negativo superior a 54 mil euros, que, segundo Nuno Quintaneiro, representa uma “grande recuperação”. No ano anterior, o valor ultrapassava os 200 mil euros negativos.

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O programa municipal, que já vai na 17.ª edição, “visa apoiar estudantes do ensino superior, com idades até 29 anos, residentes no concelho há mais de dois anos e cujos rendimentos familiares se enquadrem nos critérios estipulados no regulamento”. São abrangidos pelo programa os estudantes inscritos em ciclos de estudos conducentes ao grau de licenciado, ao grau de mestre e inscritos em cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) ministrados em Estarreja. O prazo de candidatura decorre até dia 28, “exclusivamente online através da Plataforma SIGA”, de acordo com uma nota municipal, dando conta de que este ano há alterações no procedimento de candidatura. “Os estudantes devem, em primeiro lugar, enviar uma comunicação para o endereço eletró[email protected], indicando o nome completo, data de nascimento, número de identificação fiscal, número do cartão de cidadão, nome do pai e da mãe, nome do encarregado de educação e respetivo número de identificação fiscal”, explica. Após o envio desses dados, “os candidatos receberão um código de acesso que lhes permitirá submeter a candidatura na Plataforma SIGA, de forma exclusivamente online”. Para além de novas bolsas, o programa permite a renovação de bolsas atribuídas em edições anteriores, pesando nos critérios de seleção o menor rendimento per capita do agregado familiar e o mérito académico dos candidatos. O apoio financeiro mensal mantém-se até 125 euros, num total anual entre 750 euros e 1.250 euros, dependendo do escalão atribuído. A Bolsa de Estudo é uma prestação pecuniária, destinada a apoiar os encargos normais inerentes à frequência do curso, e tem uma duração de 10 meses, correspondente ao ano escolar. Como contrapartida, os bolseiros comprometem-se a prestar 80 horas anuais de serviço comunitário em iniciativas municipais. Desde o lançamento do programa em 2009, a Câmara Municipal de Estarreja já atribuiu mais de 350 bolsas de estudo, “consolidando-se como um forte aliado na formação e qualificação dos jovens do concelho”, indica a nota municipal.

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