Autárquicas: Livre elegeu mais de 50 autarcas em busca de novos “protagonismos”
O Livre ultrapassou a meta estabelecida pelo porta-voz Rui Tavares de quintuplicar o número de eleitos em autarquias, passando de oito para mais de 50, em busca de novos “protagonismos” e uma maior implantação local. No caso de Aveiro, conseguiu eleger um deputado municipal.
Redação
Com cerca de 99% dos resultados apurados, o partido liderado por Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes conseguiu aumentar de forma significativa a sua representação local, naquelas que foram as terceiras eleições autárquicas nas quais concorreu desde a sua fundação.
Se em 2021 o partido elegeu oito autarcas em todo o país, desta vez superou a meia centena, ultrapassando até a meta fixada pelo porta-voz Rui Tavares durante a campanha eleitoral (40).
No discurso em reação aos resultados, ainda antes da meia-noite de hoje, Tavares previu que o partido conseguisse triplicar o número de eleitos – ou seja, atingir 24 – e não se arriscou quanto ao quintuplicar, meta fixada por si na campanha, mas de acordo com os resultados até ao momento o Livre já ultrapassou esse objetivo.
Apesar de não ter conseguido cantar a vitória em Lisboa na coligação que juntou PS, Livre, BE e PAN no apoio a Alexandra Leitão, o partido manteve o seu lugar na vereação, com Carlos Teixeira a assumir o cargo até agora exercido por Rui Tavares.
O partido conseguiu eleger cerca de duas dezenas de deputados municipais em Almada, Amadora, Aveiro, Barcelos, Cascais, Coimbra, Faro, Felgueiras, Gondomar, Lisboa, Matosinhos, Montijo, Oeiras, Porto, Póvoa de Varzim, Sintra, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Gaia.
No que toca a deputados em freguesias, o partido rondou os trinta eleitos.
Das três grandes apostas do partido durante a campanha, apenas uma saiu vitoriosa: Ana Abrunhosa, antiga ministra socialista, que conseguiu vencer a autarquia de Coimbra numa coligação que juntou PS, Livre e PAN, e onde o partido esteve à beira de eleger uma vereadora, Clara Cruz Santos.
Já Sintra, concelho onde o Livre apoiou Ana Mendes Godinho juntamente com o PS, e Lisboa, foram duas derrotas da noite para o partido de Rui Tavares.
Outra perda registou-se em Oeiras, concelho onde o partido apoiava a vereadora Carla Castelo (coligação Livre, BE e Volt Portugal), que acabou por não ser reeleita, num concelho dominado por Isaltino Morais, e também no Porto, com o candidato Hélder Sousa a falhar a vereação.
Nas freguesias do Areeiro, Alvalade e Avenidas Novas, que o Livre ambicionava liderar para que funcionassem como “autarquias modelo”, saiu vitoriosa a coligação PSD/CDS-PP/IL, que conquistou as três.
No seu discurso na noite eleitoral, Rui Tavares considerou que o objetivo do partido de uma maior implantação autárquica “está a ser cumprido” e deu “as boas-vindas a uma geração de novos autarcas” do Livre, que busca agora “alargar protagonismos”.
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Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo os números anunciados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre julho e setembro deste ano foram vendidos 3,622 milhões de livros, mais 3,7% do que no período homólogo do ano passado. As vendas traduziram-se num encaixe financeiro de 52,640 milhões de euros, mais 5% face ao terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. A subida do número de unidades vendidas foi registada apesar do aumento do preço médio do livro em 1,2%, para os 14,53 euros, em relação aos preços médios do terceiro trimestre do ano passado. Quanto aos pontos de venda, 77,4% dos livros, neste terceiro trimestre, foram vendidos por livrarias, enquanto 22,6%, por hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a ficção, com o maior número de unidades vendidas - 35,5% do total -, a um preço médio de 16,94 euros, o que representa a maior 'fatia' do volume de vendas, 41,4%. Em segundo lugar, está a literatura infantojuvenil, com um peso de 33,1% do mercado, em número de livros vendidos, a um preço médio de 11,63 euros por unidade, o que se traduz em 26,5% do valor total das vendas. A venda de livros de não-ficção representou 28,2%, em unidades, a um preço médio de 16,07 euros, para 31,2% do valor do mercado. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,1% em número de unidades vendidas, 0,9% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,09 euros. Os números globais deste terceiro trimestre, traduzem ainda um crescimento em relação ao trimestre anterior (abril-junho de 2025), quando foram vendidos perto de 3,278 milhões de livros, num total de 47,683 milhões de euros.
Autárquicas: PSD e PS são os vencedores, CDU com "erosão lenta" e Chega ficou aquém - politólogo
Em declarações à Lusa, numa leitura dos resultados das eleições autárquicas, o historiador e politólogo António Costa Pinto considerou que o PS, ainda assim, conseguiu sobreviver bem em várias câmaras, apesar de ser substituído na Associação Nacional de Municípios pelo PSD, que conseguiu mais câmaras municipais. “Eu creio que o significado mais importante destas eleições autárquicas é que os dois grandes partidos da democracia portuguesa são de longe os vencedores destas eleições”, disse o especialista, sublinhando a dianteira do PSD, que apesar de perder algumas autarquias para o PS, como Viseu, recuperou outras, como o Porto. Sublinhando o facto de o PSD ter conseguido um maior numero de câmaras municipais, que lhe permitirá substituir o PS na liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), António Costa Pinto considerou que o resultado das autárquicas de domingo espelham “uma maioria de centro-direita e direita na política portuguesa”. Salientou igualmente que, nalgumas autarquias, como no Porto, que recuperou, o PSD “roubou a mensagem política ao Chega”. “Não subestimaria o facto de, em algumas grandes metrópoles, o PSD ter assumido uma mensagem política mais próxima do discurso securitário e do discurso mais conservador em relação à imigração”, afirmou, destacando que esta situação foi “claríssima em Lisboa e no Porto”. Considerou ainda que o PS, com uma rotação de poder a nível autárquico, conquistando algumas câmaras importantes ao PSD, “sobrevive bem” e sublinhou o resultado do CDS, que “no fundamental, também sobrevive” nos locais onde não está coligado com o PSD. Quanto ao facto de a CDU perder quase metade das câmaras de detinha - “algumas importantes” -, mostra uma “erosão eleitoral lenta”. “Nalgumas é facilmente explicável porque é que as perde, como é o caso de Setúbal, que fica nas mãos da sua dissidente” [Maria das Dores Meira], acrescentou. Quanto ao Chega, que conquistou apenas três autarquias, António Costa Pinto disse que as expectativas do partido de André Ventura “ficaram muitíssimo aquém”, sublinhando que, com o número de mandatos alcançados e o facto de, mesmo não elegendo, passar a ser o terceiro partido nalguns concelhos, consolida-se como um partido nacional. “Parece não haver dúvida de que, sobretudo fora dos grandes municípios, a personalização [dos candidatos] é importante”, afirmou o politólogo. Nas eleições autárquicas de domingo, o PSD venceu o maior número de câmaras, recuperando a ANMP, que pertencia ao PS desde 2013, e triunfou nos cinco municípios mais populosos do país. No total nacional, o PSD com listas próprias, ou em coligações, venceu em 136 municípios, contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas. Mesmo perdendo a presidência da ANMP, o PS continua a ter um peso significativo ao nível autárquico, detendo câmaras em todos os distritos do território nacional e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Os socialistas causaram algumas surpresas ao vencerem em Viseu e Bragança, duas capitais de distrito tradicionalmente dominadas pelo PSD, conseguindo ainda retirar Faro e Coimbra aos sociais-democratas. E, entre outros municípios do sul do país, retiraram à CDU a autarquia de Évora. O Chega apenas venceu em São Vicente (Madeira), em Albufeira (no Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém), somando pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas de maio tinha atingido 1,4 milhões de votos. A CDU voltou a recuar em termos de peso autárquico nacional, passando de 19 câmaras em 2021 para 12. Perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal. E das 19 câmaras que a CDU tinha conquistado em 2021 manteve somente oito (Barrancos, Cuba, Arraiolos, Silves, Avis, Palmela, Seixal e Sesimbra). Já o CDS manteve as suas seis câmaras municipais: Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Vale de Cambra (Aveiro, Ponte de Lima (Viana do Castelo), Santana (Madeira) e Velas (Açores).
Operação "Viajar sem pressa" fiscaliza velocidade a partir de terça-feira
Inserida no Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025, esta é a décima das 11 campanhas de sensibilização e de fiscalização planeadas para este ano, a realizar mensalmente, segundo um comunicado conjunto da ANSR, Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR). No âmbito da campanha, que termina em 20 de outubro, a ANSR realizará ações de sensibilização em todo o país, enquanto as operações de fiscalização, “com especial incidência em vias e acessos com elevado fluxo rodoviário”, ficam a cargo da PSP e da GNR. Na nota, as autoridades lembram que o excesso de velocidade é uma das principais causas de acidentes nas estradas e é responsável por mais de 60% das infrações registadas. A ANSR, a GNR e a PSP recordam que a probabilidade de existirem vítimas mortais aumenta em função da velocidade a que circulam os veículos. À semelhança de 2024, no PNF de 2025 os temas das campanhas de sensibilização e de fiscalização são: velocidade, álcool, acessórios de segurança, telemóvel e veículos de duas rodas a motor.
Autárquicas: Maioria dos líderes partidários fecha campanha a Norte
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, escolheu Espinho, a sua cidade natal, para encerrar a última jornada de campanha, que começa no Mercado do Bolhão, no Porto, ao lado de Pedro Duarte, o seu antigo ministro dos Assuntos Parlamentares e cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/IL à autarquia portuense. O dirigente social-democrata estará ainda em Vila Nova de Gaia e em Aveiro, antes do comício marcado para as 20:00 em Espinho, também no concelho aveirense. Já o secretário-geral do PS inicia o último dia de campanha em Sintra, antes de assinar o Compromisso Autárquico dos Candidatos à Área Metropolitana de Lisboa na Gare do Oriente, na capital portuguesa. José Luís Carneiro acompanha Alexandra Leitão, cabeça de lista pela coligação PS/Livre/BE/PAN, pelas 15:00 na descida do Chiado, em Lisboa, rumando, depois, ao distrito do Porto, para ações em Gondomar, Valongo e Vila Nova de Gaia. A intensa agenda do líder socialista tem a sua conclusão no Porto, no Clube Fenianos Portuenses. Também o líder do Chega, André Ventura, terminará a campanha a Norte, mais concretamente no Minho: depois de uma arruada em Braga e de uma paragem em Vila Verde, participa no comício de encerramento em Viana do Castelo, no Santoinho. A presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, visita o Mercado de Guimarães, no distrito de Braga, e segue para Santa Maria da Feira, em Aveiro, concluindo as iniciativas do último dia de campanha em Matosinhos, no Porto. À esquerda, o Livre também elegeu o Norte, mais concretamente Gondomar, no distrito do Porto, para o fechar 11 dias na estrada, com os co-porta-vozes Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes a juntarem-se ao secretário-geral socialista em Sintra e em Lisboa, onde estarão ainda acompanhados pela porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, que de manhã tem uma ação em Oeiras. Em sentido contrário, os dirigentes de PCP e Bloco de Esquerda vão descendo no mapa de Portugal ao longo do dia, com Paulo Raimundo a começar na Moita, antes de acompanhar João Ferreira, candidato da CDU (PCP/PEV), numa arruada em Lisboa, com início no largo do Chiado. O secretário-geral comunista encerra a campanha com um comício em Évora, enquanto a coordenadora do BE termina a jornada na Amadora. Mariana Mortágua começa o dia numa arruada no Porto. O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, foi o único dirigente a escolher as ilhas para o último dia de campanha, viajando até aos Açores, mais concretamente até Velas, na ilha de São Jorge, onde os centristas têm uma das suas lideranças de câmara. A campanha oficial para as eleições autárquicas termina hoje para mais de 800 grupos de cidadãos e forças políticas, que candidataram cerca de 12.860 listas a autarquias de todo o país, de acordo com dados provisórios da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Nas eleições autárquicas, que decorrem entre as 08:00 e as 19:00 de domingo, os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes de 308 câmaras municipais, 308 assembleias municipais e 3.221 assembleias de freguesia. Outras 37 freguesias vão escolher o executivo em plenários de cidadãos, por terem menos de 150 votantes. De acordo com a Administração Eleitoral da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), existem 9.303.840 eleitores inscritos para as autárquicas.
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Governação em Aveiro: dois caminhos em cima da mesa para Luís Souto
O primeiro, aquele que se figura como mais provável para o arranque do mandato, é uma governação minoritária, assente em diálogo permanente e na construção de maiorias ‘ponto a ponto’ para viabilizar as matérias estruturantes como orçamento, grandes opções do plano, investimentos de maior escala ou a política fiscal (IMI, IRS, Derrama). O segundo, mais estável, mas politicamente mais exigente, é uma maioria através da partilha de pelouros, que implicaria integrar no executivo, pelo menos, um dos cinco vereadores da oposição - Diogo Soares Machado do Chega ou, por exemplo, um dos vereadores independentes eleitos nas listas do PS, em troca de responsabilidades executivas e um acordo escrito para o mandato. No primeiro cenário, onde a governação de Carlos Moedas em Lisboa é um bom exemplo, a Câmara funciona com a aritmética de 4-4-1 e a estabilidade nasce de conversações antes de cada reunião. Na prática, Luís Souto teria de dedicar uma fatia relevante da sua agenda a reuniões preparatórias com PS e Chega, enviando propostas com antecedência, acolhendo propostas de alteração e combinando, por exemplo, ‘abstenções técnicas’ sempre que existam pontos de convergência. Em Portugal é regra que a maioria dos pontos discutidos em reuniões de Câmara Municipal seja aprovada sem sobressaltos, mas o novo quadro político de Aveiro torna mais difícil a aprovação dos documentos estruturantes. Neste cenário, perde-se alguma velocidade na decisão e cresce a imprevisibilidade quando as sensibilidades partidárias divergem. Ainda assim, é um caminho que preserva a identidade programática da coligação vencedora e respeita o sinal do eleitorado, que fragmentou o poder. O segundo cenário de maioria com partilha de pelouros oferece estabilidade: bastaria conquistar um dos cinco vereadores da oposição para transformar a geometria variável em maioria estável. Isso pode acontecer de duas formas. A primeira é através do Chega, atribuindo-lhe pelouros com fronteira clara, mediante um acordo escrito que detalhe objetivos comuns. A segunda passa por independentes eleitos em listas do PS (como Marta Ferreira Dias ou Rui Castilho Dias), cuja condição de independência lhes confere, em tese, maior margem para arquitetar uma solução de governabilidade sem que o PS entre formalmente no executivo. Em ambos os casos, os ganhos são evidentes - menos desgaste negocial, capacidade de planear quatro anos de obras e políticas sem sobressaltos -, mas o custo político também pesa: integração da oposição na máquina executiva, partilha de resultados e eventual resistência interna dentro do partido. No caso do Chega, há ainda o enquadramento nacional e a leitura pública que uma solução destas poderia suscitar. Em qualquer dos caminhos, o eleitorado deixou um recado claro: a partir de agora, a governação de Aveiro joga-se menos na força das máquinas partidárias e mais na capacidade de construir consensos úteis.
Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo os números anunciados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre julho e setembro deste ano foram vendidos 3,622 milhões de livros, mais 3,7% do que no período homólogo do ano passado. As vendas traduziram-se num encaixe financeiro de 52,640 milhões de euros, mais 5% face ao terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. A subida do número de unidades vendidas foi registada apesar do aumento do preço médio do livro em 1,2%, para os 14,53 euros, em relação aos preços médios do terceiro trimestre do ano passado. Quanto aos pontos de venda, 77,4% dos livros, neste terceiro trimestre, foram vendidos por livrarias, enquanto 22,6%, por hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a ficção, com o maior número de unidades vendidas - 35,5% do total -, a um preço médio de 16,94 euros, o que representa a maior 'fatia' do volume de vendas, 41,4%. Em segundo lugar, está a literatura infantojuvenil, com um peso de 33,1% do mercado, em número de livros vendidos, a um preço médio de 11,63 euros por unidade, o que se traduz em 26,5% do valor total das vendas. A venda de livros de não-ficção representou 28,2%, em unidades, a um preço médio de 16,07 euros, para 31,2% do valor do mercado. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,1% em número de unidades vendidas, 0,9% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,09 euros. Os números globais deste terceiro trimestre, traduzem ainda um crescimento em relação ao trimestre anterior (abril-junho de 2025), quando foram vendidos perto de 3,278 milhões de livros, num total de 47,683 milhões de euros.
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