Expor crianças a microplásticos prejudica tiroide e desenvolvimento
A exposição a plastificantes e microplásticos constitui um perigo para o normal funcionamento da tiroide e um risco para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, revela um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) hoje divulgado.
Redação
Em causa estão os ftalatos, substâncias químicas utilizadas principalmente em produtos de plástico, como PVC (plástico de cloreto de polivinil), para torná-los mais flexíveis. A equipa da FMUP analisou dados de mais de 5.600 crianças e adolescentes de vários países e reuniu, lê-se no resumo enviado à Lusa, “evidências suficientes para concluir que a exposição aos ftalatos causa alteração na função da glândula tiroide com um aumento nos níveis de hormona T3 e uma diminuição nos níveis hormona T4 total”.
O estudo foi publicado em janeiro na revista médica European Journal of Pediatrics com um alerta dirigido aos médicos, nomeadamente pediatrias, e às autoridades de saúde. “Ao longo das décadas que usamos plásticos, começou-se a perceber que estes ftalatos têm impacto na saúde humana e em quase todos os organismos vivos. Infelizmente, vivemos com eles por todo o lado. É quase impossível comprar algo no supermercado sem um plástico. Até os suminhos das crianças têm um plástico à volta”, exemplificou a professora da FMUP, Augusta Coelho.
Em declarações à Lusa, a investigadora considerou que os pediatras têm um papel crucial ao educar os pais sobre a exposição aos ftalatos e sugerir medidas preventivas, como uso de vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos, e evitar aquecer comida em recipientes plásticos, entre outras.
“Não nos podemos enganar a nós próprios: atualmente com o nosso nível de civilização e a procura de conforto que buscamos é muito difícil não termos contacto com os microplásticos. Há medidas que eu posso enumerar, mas sinceramente acho que isto merece uma reflexão mais política, mais global, a pensar no que vamos oferecer às gerações futuras”, disse.
Além dos riscos para a saúde já conhecidos, especialmente no que diz respeito às alterações hormonais e à saúde reprodutiva, este estudo da FMUP vem reforçar os potenciais riscos dos ftalatos para o neurodesenvolvimento das crianças. Os ftalatos são plastificantes amplamente utilizados na indústria dos plásticos que estão presentes em muitos bens de consumo, incluindo embalagens de alimentos e vestuário.
Também são utilizados em produtos de cuidados pessoais, como sabonetes, champôs, ‘sprays’ para o cabelo, perfumes e vernizes, e em vários brinquedos infantis, incluindo lápis de cera, insufláveis, massa de modelar e tintas.Estas substâncias podem entrar no organismo por ingestão, absorção cutânea e inalação.
“Os resultados do nosso estudo realçam a importância de minimizar o contacto com plastificantes e microplásticos no ambiente”, frisou Augusta Coelho, lembrando que hoje, “e bem”, se investe muito na conversa com os pais sobre questões de segurança, “como colocar a cadeirinha no carro”, por exemplo, e se deve aproveitar para “parar um bocadinho e motivar os pais a ter comportamentos de proteção das crianças em relação aos microplásticos”.
“A população, os jovens, também é bastante ativa nestas campanhas. Acho que isto deve ser falado nas escolas, Não sabemos ainda qual é o impacto que esta geração terá mais tarde, daqui a décadas, por ter sido sujeita a um elevado nível de exposição aos ftalatos”, sublinhou.
De acordo com a especialista, a União Europeia (UE) tem tomado medidas para reduzir a exposição dos cidadãos a estas substâncias, mas fora da UE, não são regulamentados da mesma forma devido às suas diferentes aplicações. Assim, produtos contendo esses ftalatos podem ser encontrados no mercado da UE.
Atualmente, vários ftalatos (DEHP, BBZP, DiBP e DNBP) não podem ser utilizados sem autorização para usos específicos. O DEHP, DNBP, DIBP e BBZP estão proibidos em todos os brinquedos e artigos de puericultura, enquanto o DINP, DIDP e DNOP estão proibidos em brinquedos e artigos de puericultura que possam ser colocados na boca.
A UE estabeleceu um limite para a quantidade de BPA em brinquedos para crianças até três anos e em brinquedos destinados a serem colocados na boca. O uso de ftalatos classificados como tóxicos para a reprodução é proibido em cosméticos.
A UE está ainda a definir limites legais para a concentração de certos ftalatos (DEHP, BBZP e DNBP) em materiais em contacto com alimentos.
Recomendações
Fnam lança petição para reconhecer a profissão de médico como de desgaste rápido
Segundo a dirigente, a petição será lançada até ao final de julho para que, depois de recolhidas as assinaturas suficientes, seja discutida na Assembleia da República. A Fnam reuniu este sábado, no Porto, o Conselho Nacional e debateu a penosidade da profissão. "O Serviço Nacional de Saúde não é uma fábrica e os médicos não são peças de produtividade", disse Joana Bordalo e Sá, considerando que o acordo coletivo de trabalho, a negociar com a tutela, deverá incluir "novas cláusulas", como as 35 horas semanais de trabalho. A Fnam não abdica da inclusão dos médicos internos na carreira, da recuperação de dias de férias e de "salários justos". Em 01 de julho, a Fnam chegou a um consenso para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, após interrompido o diálogo, tendo agendado uma reunião para o fim do mês. A estrutura sindical pediu a intervenção da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, depois de ambos se terem reunido em 10 de março. Na altura, a tutela negou estar a negociar com a Fnam, alegando que o que estava a decorrer era um processo de conciliação com as unidades locais de saúde sobre a regulamentação coletiva de trabalho. O Governo assinou um acordo de revalorização salarial e das carreiras médicas em 30 de dezembro de 2024, mas apenas com o Sindicato Independente dos Médicos. A Federação Nacional dos Médicos acionou os "mecanismos legais disponíveis" para garantir o cumprimento da negociação coletiva, alegando que a recusa da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em negociar com a estrutura constituía "uma grave violação da lei".
Mais de um milhão de utentes notificados para atualização de dados no SNS
“Esta iniciativa visa notificar, através do envio de SMS, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com dados obrigatórios em falta no RNU, alertando-os para a necessidade de se dirigirem às respetivas unidades de saúde e completarem a informação em falta”, adiantou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Em comunicado, a ACSS referiu que, em articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, serão contactados 1,1 milhões de utentes com informação necessária em falta para ter um registo atualizado no RNU, a base de dados nacional que agrega e identifica o cidadão que acede ao SNS. Deste universo, apenas 251 mil utentes estão inscritos nos cuidados de saúde primários, refere o comunicado, que avança que a operação de contacto por mensagem SMS vai decorrer entre terça-feira e o final de julho. “Após esta data e volvidos 90 dias, para os utentes que, ainda assim, mantenham informação em falta, haverá nova operação de contacto”, assegurou a ACSS, adiantando que, a partir de janeiro de 2026 e depois de esgotadas estas tentativas de atualização dos dados, “entrarão automaticamente em vigor as condições associadas a cada tipologia de registo”. Um despacho de janeiro deste ano determinou que a inscrição numa unidade cuidados de saúde primários pressupõe um registo atualizado, através do preenchimento integral dos dados biográficos do utente (como nome, idade, sexo, país de naturalidade e nacionalidade), apresentação de número de identificação fiscal, documentação de identificação civil e registo de residência nacional. Já no caso de cidadãos estrangeiros é ainda necessária a apresentação da autorização de residência válida (exceto menores), quando aplicável, referiu a ACSS, considerando que este processo atualização do RNU tem sido realizado de forma gradual pelas entidades do Ministério da Saúde “com grande rigor, integrando medidas preventivas de contacto com os utentes, de forma a não colocar em causa o seu acesso ao SNS”.
Área ardida este ano quase que triplicou face a 2024 e fogos aumentaram 68%
O SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), tem um novo portal com informações para a população e comunicação social sobre o risco de incêndios, ocorrências de fogo ativas e medidas de proteção, bem como estatísticas sobre os incêndios e a área ardida. O novo portal indica que, entre 01 de janeiro e 11 de julho (sexta-feira), deflagraram 3.202 incêndios rurais que consumiram 9.974 hectares. No mesmo período do ano passado, tinham ocorrido 1.902 fogos e 3.246 hectares de área ardida. Os dados mostraram que a maioria dos incêndios rurais registou-se este ano na região Norte, com 1.761, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (521), Centro (460), Alentejo (334) e Algarve (127). Já os valores mais elevados da área ardida foram no Alentejo (4.616 hectares) e no Norte (4.591), seguido do Centro (602), Lisboa e Vale do Tejo (145) e Algarve (21 hectares). Segundo as estatísticas do SGIFR, 28% dos fogos ocorreram este ano em dias de risco ‘muito elevado’ de incêndio e 10% em dias de risco “máximo”, enquanto as chamas consumiram mais área ardida em dias de risco ‘máximo’ (29%) e ‘extremo’ (17%). Apesar de muitos fogos ainda estarem a ser investigados, os dados indicam que 24% das ocorrências de incêndio tiveram como causa o uso do fogo e 12% o incendiarismo.
Venda de livros aumenta 10% no segundo trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre abril e junho deste ano foram vendidos 3.277.957 livros, mais 9,8% do que no período homólogo do ano passado. Estas unidades de venda traduziram-se num encaixe financeiro superior a 47 milhões de euros (47.683.077), mais 11,1% face ao segundo trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. Estas subidas foram registadas apesar do aumento do preço médio do livro de 1,2% para os 14,55 euros. Neste mesmo período foram postos à venda 3.045 novos livros. Quanto aos pontos de venda, 70,7% dos livros vendidos neste segundo trimestre foram escoados por livrarias, enquanto 29,3% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores das vendas, já que 79,1% do total arrecadado no mercado livreiro foram repartidos pelas livrarias e 20,9% ficaram com os hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a literatura infantojuvenil, com o maior número de unidades vendidas - 38,5% do total -, a um preço médio de 11,58 euros, que contribuem com 30,7% para o encaixe financeiro total, abaixo da receita das vendas de ficção e não-ficção. Em segundo lugar, em termos de unidades vendidas, está a ficção, com um peso de 32,9% do mercado, a um preço médio de 16,82 euros por livro, conseguindo um valor correspondente a 38% do total das vendas. Os livros de não-ficção representam 25% das unidades vendidas neste período, a um preço médio de 17,59 euros, e obtêm 30,3% do valor total de vendas. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,6% em número de unidades vendidas, 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,28 euros. Na quinta-feira, durante a apresentação do Book 2.0, o presidente da APEL, Miguel Pauseiro, disse que o mercado livreiro tem vindo a crescer de forma consistente, indicando que entre 2021 e 2024, esse crescimento situou-se um pouco acima dos 30% em valor e ligeiramente abaixo dos 30% em unidades, e que os primeiros meses de 2025 apontam no mesmo sentido. De acordo a APEL, este crescimento deve-se em grande parte aos jovens, sobretudo motivados por redes sociais e clubes de leitura, com muita atividade e muita partilha.
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Ílhavo vai celebrar Acordos de Cooperação com Associações esta quinta-feira
Os acordos, aprovados por maioria na Reunião do Executivo Municipal de 3 de julho, “representam um investimento total de 691.720,95 euros”, aponta o município em nota enviada às redações. A iniciativa “reflete o compromisso do Município de Ílhavo em apoiar e promover o desenvolvimento das associações locais, reconhecendo o seu papel fundamental na coesão social e no enriquecimento cultural da comunidade”, atenta a autarquia. 1 Associação de Bombeiros: 325.000,00 euros 13 Associações de Ação Social: 191.693,07 euros 19 Associações Culturais e Recreativas: 122.082,42 euros 7 Agrupamentos de Escuteiros: 24.822,76 euros 2 Grupos de Jovens: 16.147,70 euros 3 Associações de Moradores e Socioprofissionais: 11.975,00 euros
‘Aliança Mais Aveiro’ apresenta esta sexta-feira Pedro Mónica como candidato à Junta de São Bernardo
Pedro Mónica, atual presidente da Assembleia de Freguesia de São Bernardo, foi o nome escolhido pela coligação para suceder a Henrique Vieira, que termina o seu terceiro mandato consecutivo e, por isso, está impedido por lei de se recandidatar. Com 53 anos, engenheiro de eletrónica e telecomunicações, Pedro Mónica já havia adiantado à Ria que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo atual executivo. “A nível das linhas mestras será a mesma. Não tenho a menor dúvida porque a dinâmica que foi defendida na junta está a funcionar bem”, opinou. Tal como aconteceu na passada sexta-feira, 11 de julho, aquando da apresentação de Rui Cordeiro como candidato à Junta de Freguesia de Esgueira, será também divulgada a equipa que acompanha Pedro Mónica nesta candidatura. Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 53,61% dos votos na freguesia, elegendo seis mandatos contra três do movimento independente ‘São Bernardo Mais e Melhor’ (SB MM).
Rui Faria volta a candidatar-se à Junta de Freguesia de Cacia
A candidatura nasce, segundo o próprio, de uma “vontade firme de promover uma freguesia mais justa, solidária e participativa, onde ninguém seja deixado para trás”. Rui Faria compromete-se a ouvir e cuidar das necessidades da população, com uma visão “inclusiva” que respeita todas as etnias, crenças e vivências. Segundo uma nota enviada às redações, um dos eixos centrais do programa é o combate ao envelhecimento da população. Rui Faria defende a promoção de habitação a custos controlados para atrair jovens para a freguesia, bem como o reforço de respostas sociais dirigidas aos mais idosos, garantindo-lhes uma vida “ativa e digna”. A mobilidade acessível e a criação de espaços de convívio intergeracional são apontadas como prioridades. Na área cultural, o candidato propõe uma programação mais rica e diversificada, que vá além das festas tradicionais, apostando na cultura como motor de participação cívica e identidade local, com atividades ao longo de todo o ano para todas as idades. A candidatura destaca ainda o papel das coletividades e associações da freguesia. Rui Faria propõe o reforço do apoio a estas estruturas, garantindo que continuarão a ser “pilares na promoção do desporto, cultura, solidariedade e vida comunitária”. Rui Faria tem ainda o objetivo de “colocar as pessoas no centro da ação política”. Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas a ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu esta junta de freguesia com “63,64%” dos votos. O BE alcançou “6.17%” dos votos.
Fnam lança petição para reconhecer a profissão de médico como de desgaste rápido
Segundo a dirigente, a petição será lançada até ao final de julho para que, depois de recolhidas as assinaturas suficientes, seja discutida na Assembleia da República. A Fnam reuniu este sábado, no Porto, o Conselho Nacional e debateu a penosidade da profissão. "O Serviço Nacional de Saúde não é uma fábrica e os médicos não são peças de produtividade", disse Joana Bordalo e Sá, considerando que o acordo coletivo de trabalho, a negociar com a tutela, deverá incluir "novas cláusulas", como as 35 horas semanais de trabalho. A Fnam não abdica da inclusão dos médicos internos na carreira, da recuperação de dias de férias e de "salários justos". Em 01 de julho, a Fnam chegou a um consenso para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, após interrompido o diálogo, tendo agendado uma reunião para o fim do mês. A estrutura sindical pediu a intervenção da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho para retomar a negociação do acordo coletivo de trabalho com o Ministério da Saúde, depois de ambos se terem reunido em 10 de março. Na altura, a tutela negou estar a negociar com a Fnam, alegando que o que estava a decorrer era um processo de conciliação com as unidades locais de saúde sobre a regulamentação coletiva de trabalho. O Governo assinou um acordo de revalorização salarial e das carreiras médicas em 30 de dezembro de 2024, mas apenas com o Sindicato Independente dos Médicos. A Federação Nacional dos Médicos acionou os "mecanismos legais disponíveis" para garantir o cumprimento da negociação coletiva, alegando que a recusa da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em negociar com a estrutura constituía "uma grave violação da lei".