PSP realiza até dia 24 em todo o país operação “Bullying é Para Fracos”
A Polícia de Segurança Pública (PSP) inicia hoje em todo o país a operação “'Bullying' é Para Fracos” dirigida aos alunos do ensino básico e secundário, bem como a professores e encarregados de educação.
Redação
Em comunicado, a PSP adianta que durante duas semanas serão intensificadas “as ações de sensibilização”, realizadas através das suas Equipas do Programa Escola Segura (EPES), "sobre as temáticas do 'bullying' e 'cyberbullying' junto da comunidade escolar”.
Com a campanha a PSP pretende "chamar a atenção para o impacto negativo que estes comportamentos têm na vida das vítimas, bem como para a importância de identificar comportamentos e sinais que permitam detetar, de forma precoce, vítimas que estejam a ser alvo destes fenómenos, promovendo assim a sua proteção e encaminhamento para as entidades competentes”.
Segundo o comunicado, no ano letivo 2024/2025, a PSP realizou 6.336 ações de sensibilização sobre 'bullying' e 'cyberbullying' que contaram com a participação de mais de 131.200 alunos.
Durante esse período, as EPES registaram 2.791 ocorrências criminais, 130 das quais relacionadas com situações de 'bullying' e 21 com situações de 'cyberbullying', “representando um decréscimo residual em comparação com o ano letivo 2023/2024”. “Estas 151 ocorrências correspondem a 5,4% do total das ocorrências criminais verificadas no último ano letivo”.
A PSP apela à denúncia de todas as situações de 'bullying/cyberbullying' de que se tenha conhecimento e, numa tentativa de identificar as vítimas, aconselha os pais a estarem atentos a alterações de comportamentos ao nível alimentar ou do sono, bem como do rendimento escolar, ao desinteresse por atividades que as cativavam, mudança de amigos e tentativas e/ou ameaças de suicídio.
Deverão ainda prestar atenção a sinais como hematomas, cortes, arranhões, dores de cabeça e de barriga, material escolar danificado ou que desaparece, ansiedade/depressão, agressividade/timidez ou isolamento, acrescenta.
Segundo a PSP, não discriminar nem censurar as vítimas, inclui-las nas atividades do grupo e promover a sua autoestima pode ajudá-las. “A operação pretende ainda assinalar o Dia Mundial de Combate ao 'Bullying', que se celebra anualmente a 20 de outubro, relembrando que a luta contra este fenómeno não se cinge a uma data isolada nem a um grupo restrito de pessoas, tratando-se sim de uma luta diária e constante, cuja responsabilidade cabe a toda a comunidade”.
Recomendações
Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro
“Não, nós no PSD não damos orientações aos nossos autarcas. Nós, no PSD, defendemos a autonomia do poder local, que está plasmada e consagrada na Constituição da República e nós levamos isso a sério. Quem tem de gerir os municípios são os autarcas Não somos nós. O que nós damos aos autarcas são orientações estratégicas, são orientações políticas de base”, disse Luís Montenegro. Antes de rumar a Espinho, onde vive e onde vai cumprimentar o social-democrata Jorge Ratola que ganhou a presidência da câmara local com maioria absoluta, após uma campanha acidentada para PSD e PS, Luís Montenegro que esteve a acompanhar a noite autárquica no Porto, parou m Vila Nova de Gaia para dar os parabéns a Luís Filipe Menezes pelo regresso a um concelho que liderou durante 16 anos. Numa passagem curta de menos de 15 minutos, depois de um abraço logo à saída do carro e ao som de gritos de “vitória”, o líder do PSD elogiou o autarca histórico de Vila Nova de Gaia que recupera a autarquia ao fim de 12 anos de liderança socialista, mas sem maioria absoluta. “Nós somos amigos há muitos anos, muitos mesmo. E conversámos e perspetivámos esta possibilidade [de regresso a uma candidatura em Gaia] aqui em Francelos, sem ninguém saber, longe da atenção quer dos dirigentes partidários, quer da imprensa, com um conjunto de pressupostos que depois se vieram a verificar, mas sobretudo com um espírito de reconhecimento pelo trabalho que ele já fez nos 16 anos”, disse Montenegro. Mas, recordando o passado, deixou uma promessa: “Ele não veio para contemplar o que já fez. Ele veio para fazer muita coisa nova”. Referindo-se a esta eleição, na qual PSD concorria coligado com CDS-PP e IL, Luís Montenegro disse que “o PSD é, efetivamente, hoje o maior partido português”, algo “indiscutível” que o torna “o partido mais português de Portugal”, confessando-se “muito satisfeito”. “Eu só posso ficar muito satisfeito por termos conseguido, de uma vez, ganhar duas eleições relativas, ganhar três eleições regionais, ganhar as eleições autárquicas e, pela primeira vez na nossa história, termos presidências de Câmara Municipal em todos os distritos do país”, resumiu. Já questionado sobre o que poderá estar a faltar ao PS para alcançar vitórias semelhantes, Montenegro disse que não é comentador ou analista político e que por “respeito democrático” não responderia à pergunta, mas acabou por sugerir reflexão aos socialistas. “Efetivamente, alguma coisa está mal quando se quer, no fundo, negar uma realidade política que muitas vezes ultrapassa algumas barreiras ideológicas mais fechadas, mais dogmáticas, mas isso é uma questão que o Partido Socialista terá de analisar. Eu já tenho muito com o que me preocupar para gerir o PSD, não vou estar agora a dedicar-me àquilo que é a gestão dos outros partidos. Como português, como cidadão, tenho a minha leitura, mas fica para mim”, disse. Voltando a possíveis acordos de governabilidade, o presidente social-democrata reiterou que são os autarcas quem tem “condições de poder executar nos seus territórios as balizas da orientação política” que o PSD defende para Portugal. “Porque o país será tão mais competitivo e desenvolvido se nas autarquias houver a mesma capacidade de transformação, de reforma, de arrojo, de ambição que nós queremos implementar e estamos a implementar no Governo (…). Naqueles casos em que localmente seja necessário aproximar posições, cultivar o diálogo político, os autarcas estão habituados a isso”, referiu.
Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo os números anunciados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre julho e setembro deste ano foram vendidos 3,622 milhões de livros, mais 3,7% do que no período homólogo do ano passado. As vendas traduziram-se num encaixe financeiro de 52,640 milhões de euros, mais 5% face ao terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. A subida do número de unidades vendidas foi registada apesar do aumento do preço médio do livro em 1,2%, para os 14,53 euros, em relação aos preços médios do terceiro trimestre do ano passado. Quanto aos pontos de venda, 77,4% dos livros, neste terceiro trimestre, foram vendidos por livrarias, enquanto 22,6%, por hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a ficção, com o maior número de unidades vendidas - 35,5% do total -, a um preço médio de 16,94 euros, o que representa a maior 'fatia' do volume de vendas, 41,4%. Em segundo lugar, está a literatura infantojuvenil, com um peso de 33,1% do mercado, em número de livros vendidos, a um preço médio de 11,63 euros por unidade, o que se traduz em 26,5% do valor total das vendas. A venda de livros de não-ficção representou 28,2%, em unidades, a um preço médio de 16,07 euros, para 31,2% do valor do mercado. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,1% em número de unidades vendidas, 0,9% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,09 euros. Os números globais deste terceiro trimestre, traduzem ainda um crescimento em relação ao trimestre anterior (abril-junho de 2025), quando foram vendidos perto de 3,278 milhões de livros, num total de 47,683 milhões de euros.
Autárquicas: PSD e PS são os vencedores, CDU com "erosão lenta" e Chega ficou aquém - politólogo
Em declarações à Lusa, numa leitura dos resultados das eleições autárquicas, o historiador e politólogo António Costa Pinto considerou que o PS, ainda assim, conseguiu sobreviver bem em várias câmaras, apesar de ser substituído na Associação Nacional de Municípios pelo PSD, que conseguiu mais câmaras municipais. “Eu creio que o significado mais importante destas eleições autárquicas é que os dois grandes partidos da democracia portuguesa são de longe os vencedores destas eleições”, disse o especialista, sublinhando a dianteira do PSD, que apesar de perder algumas autarquias para o PS, como Viseu, recuperou outras, como o Porto. Sublinhando o facto de o PSD ter conseguido um maior numero de câmaras municipais, que lhe permitirá substituir o PS na liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), António Costa Pinto considerou que o resultado das autárquicas de domingo espelham “uma maioria de centro-direita e direita na política portuguesa”. Salientou igualmente que, nalgumas autarquias, como no Porto, que recuperou, o PSD “roubou a mensagem política ao Chega”. “Não subestimaria o facto de, em algumas grandes metrópoles, o PSD ter assumido uma mensagem política mais próxima do discurso securitário e do discurso mais conservador em relação à imigração”, afirmou, destacando que esta situação foi “claríssima em Lisboa e no Porto”. Considerou ainda que o PS, com uma rotação de poder a nível autárquico, conquistando algumas câmaras importantes ao PSD, “sobrevive bem” e sublinhou o resultado do CDS, que “no fundamental, também sobrevive” nos locais onde não está coligado com o PSD. Quanto ao facto de a CDU perder quase metade das câmaras de detinha - “algumas importantes” -, mostra uma “erosão eleitoral lenta”. “Nalgumas é facilmente explicável porque é que as perde, como é o caso de Setúbal, que fica nas mãos da sua dissidente” [Maria das Dores Meira], acrescentou. Quanto ao Chega, que conquistou apenas três autarquias, António Costa Pinto disse que as expectativas do partido de André Ventura “ficaram muitíssimo aquém”, sublinhando que, com o número de mandatos alcançados e o facto de, mesmo não elegendo, passar a ser o terceiro partido nalguns concelhos, consolida-se como um partido nacional. “Parece não haver dúvida de que, sobretudo fora dos grandes municípios, a personalização [dos candidatos] é importante”, afirmou o politólogo. Nas eleições autárquicas de domingo, o PSD venceu o maior número de câmaras, recuperando a ANMP, que pertencia ao PS desde 2013, e triunfou nos cinco municípios mais populosos do país. No total nacional, o PSD com listas próprias, ou em coligações, venceu em 136 municípios, contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas. Mesmo perdendo a presidência da ANMP, o PS continua a ter um peso significativo ao nível autárquico, detendo câmaras em todos os distritos do território nacional e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Os socialistas causaram algumas surpresas ao vencerem em Viseu e Bragança, duas capitais de distrito tradicionalmente dominadas pelo PSD, conseguindo ainda retirar Faro e Coimbra aos sociais-democratas. E, entre outros municípios do sul do país, retiraram à CDU a autarquia de Évora. O Chega apenas venceu em São Vicente (Madeira), em Albufeira (no Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém), somando pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas de maio tinha atingido 1,4 milhões de votos. A CDU voltou a recuar em termos de peso autárquico nacional, passando de 19 câmaras em 2021 para 12. Perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal. E das 19 câmaras que a CDU tinha conquistado em 2021 manteve somente oito (Barrancos, Cuba, Arraiolos, Silves, Avis, Palmela, Seixal e Sesimbra). Já o CDS manteve as suas seis câmaras municipais: Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Vale de Cambra (Aveiro, Ponte de Lima (Viana do Castelo), Santana (Madeira) e Velas (Açores).
Operação "Viajar sem pressa" fiscaliza velocidade a partir de terça-feira
Inserida no Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025, esta é a décima das 11 campanhas de sensibilização e de fiscalização planeadas para este ano, a realizar mensalmente, segundo um comunicado conjunto da ANSR, Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR). No âmbito da campanha, que termina em 20 de outubro, a ANSR realizará ações de sensibilização em todo o país, enquanto as operações de fiscalização, “com especial incidência em vias e acessos com elevado fluxo rodoviário”, ficam a cargo da PSP e da GNR. Na nota, as autoridades lembram que o excesso de velocidade é uma das principais causas de acidentes nas estradas e é responsável por mais de 60% das infrações registadas. A ANSR, a GNR e a PSP recordam que a probabilidade de existirem vítimas mortais aumenta em função da velocidade a que circulam os veículos. À semelhança de 2024, no PNF de 2025 os temas das campanhas de sensibilização e de fiscalização são: velocidade, álcool, acessórios de segurança, telemóvel e veículos de duas rodas a motor.
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Autárquicas: Caberá aos executivos municipais criar condições de governabilidade – Montenegro
“Não, nós no PSD não damos orientações aos nossos autarcas. Nós, no PSD, defendemos a autonomia do poder local, que está plasmada e consagrada na Constituição da República e nós levamos isso a sério. Quem tem de gerir os municípios são os autarcas Não somos nós. O que nós damos aos autarcas são orientações estratégicas, são orientações políticas de base”, disse Luís Montenegro. Antes de rumar a Espinho, onde vive e onde vai cumprimentar o social-democrata Jorge Ratola que ganhou a presidência da câmara local com maioria absoluta, após uma campanha acidentada para PSD e PS, Luís Montenegro que esteve a acompanhar a noite autárquica no Porto, parou m Vila Nova de Gaia para dar os parabéns a Luís Filipe Menezes pelo regresso a um concelho que liderou durante 16 anos. Numa passagem curta de menos de 15 minutos, depois de um abraço logo à saída do carro e ao som de gritos de “vitória”, o líder do PSD elogiou o autarca histórico de Vila Nova de Gaia que recupera a autarquia ao fim de 12 anos de liderança socialista, mas sem maioria absoluta. “Nós somos amigos há muitos anos, muitos mesmo. E conversámos e perspetivámos esta possibilidade [de regresso a uma candidatura em Gaia] aqui em Francelos, sem ninguém saber, longe da atenção quer dos dirigentes partidários, quer da imprensa, com um conjunto de pressupostos que depois se vieram a verificar, mas sobretudo com um espírito de reconhecimento pelo trabalho que ele já fez nos 16 anos”, disse Montenegro. Mas, recordando o passado, deixou uma promessa: “Ele não veio para contemplar o que já fez. Ele veio para fazer muita coisa nova”. Referindo-se a esta eleição, na qual PSD concorria coligado com CDS-PP e IL, Luís Montenegro disse que “o PSD é, efetivamente, hoje o maior partido português”, algo “indiscutível” que o torna “o partido mais português de Portugal”, confessando-se “muito satisfeito”. “Eu só posso ficar muito satisfeito por termos conseguido, de uma vez, ganhar duas eleições relativas, ganhar três eleições regionais, ganhar as eleições autárquicas e, pela primeira vez na nossa história, termos presidências de Câmara Municipal em todos os distritos do país”, resumiu. Já questionado sobre o que poderá estar a faltar ao PS para alcançar vitórias semelhantes, Montenegro disse que não é comentador ou analista político e que por “respeito democrático” não responderia à pergunta, mas acabou por sugerir reflexão aos socialistas. “Efetivamente, alguma coisa está mal quando se quer, no fundo, negar uma realidade política que muitas vezes ultrapassa algumas barreiras ideológicas mais fechadas, mais dogmáticas, mas isso é uma questão que o Partido Socialista terá de analisar. Eu já tenho muito com o que me preocupar para gerir o PSD, não vou estar agora a dedicar-me àquilo que é a gestão dos outros partidos. Como português, como cidadão, tenho a minha leitura, mas fica para mim”, disse. Voltando a possíveis acordos de governabilidade, o presidente social-democrata reiterou que são os autarcas quem tem “condições de poder executar nos seus territórios as balizas da orientação política” que o PSD defende para Portugal. “Porque o país será tão mais competitivo e desenvolvido se nas autarquias houver a mesma capacidade de transformação, de reforma, de arrojo, de ambição que nós queremos implementar e estamos a implementar no Governo (…). Naqueles casos em que localmente seja necessário aproximar posições, cultivar o diálogo político, os autarcas estão habituados a isso”, referiu.
Governação em Aveiro: dois caminhos em cima da mesa para Luís Souto
O primeiro, aquele que se figura como mais provável para o arranque do mandato, é uma governação minoritária, assente em diálogo permanente e na construção de maiorias ‘ponto a ponto’ para viabilizar as matérias estruturantes como orçamento, grandes opções do plano, investimentos de maior escala ou a política fiscal (IMI, IRS, Derrama). O segundo, mais estável, mas politicamente mais exigente, é uma maioria através da partilha de pelouros, que implicaria integrar no executivo, pelo menos, um dos cinco vereadores da oposição - Diogo Soares Machado do Chega ou, por exemplo, um dos vereadores independentes eleitos nas listas do PS, em troca de responsabilidades executivas e um acordo escrito para o mandato. No primeiro cenário, onde a governação de Carlos Moedas em Lisboa é um bom exemplo, a Câmara funciona com a aritmética de 4-4-1 e a estabilidade nasce de conversações antes de cada reunião. Na prática, Luís Souto teria de dedicar uma fatia relevante da sua agenda a reuniões preparatórias com PS e Chega, enviando propostas com antecedência, acolhendo propostas de alteração e combinando, por exemplo, ‘abstenções técnicas’ sempre que existam pontos de convergência. Em Portugal é regra que a maioria dos pontos discutidos em reuniões de Câmara Municipal seja aprovada sem sobressaltos, mas o novo quadro político de Aveiro torna mais difícil a aprovação dos documentos estruturantes. Neste cenário, perde-se alguma velocidade na decisão e cresce a imprevisibilidade quando as sensibilidades partidárias divergem. Ainda assim, é um caminho que preserva a identidade programática da coligação vencedora e respeita o sinal do eleitorado, que fragmentou o poder. O segundo cenário de maioria com partilha de pelouros oferece estabilidade: bastaria conquistar um dos cinco vereadores da oposição para transformar a geometria variável em maioria estável. Isso pode acontecer de duas formas. A primeira é através do Chega, atribuindo-lhe pelouros com fronteira clara, mediante um acordo escrito que detalhe objetivos comuns. A segunda passa por independentes eleitos em listas do PS (como Marta Ferreira Dias ou Rui Castilho Dias), cuja condição de independência lhes confere, em tese, maior margem para arquitetar uma solução de governabilidade sem que o PS entre formalmente no executivo. Em ambos os casos, os ganhos são evidentes - menos desgaste negocial, capacidade de planear quatro anos de obras e políticas sem sobressaltos -, mas o custo político também pesa: integração da oposição na máquina executiva, partilha de resultados e eventual resistência interna dentro do partido. No caso do Chega, há ainda o enquadramento nacional e a leitura pública que uma solução destas poderia suscitar. Em qualquer dos caminhos, o eleitorado deixou um recado claro: a partir de agora, a governação de Aveiro joga-se menos na força das máquinas partidárias e mais na capacidade de construir consensos úteis.
Venda de livros aumenta 3,7% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo os números anunciados pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre julho e setembro deste ano foram vendidos 3,622 milhões de livros, mais 3,7% do que no período homólogo do ano passado. As vendas traduziram-se num encaixe financeiro de 52,640 milhões de euros, mais 5% face ao terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. A subida do número de unidades vendidas foi registada apesar do aumento do preço médio do livro em 1,2%, para os 14,53 euros, em relação aos preços médios do terceiro trimestre do ano passado. Quanto aos pontos de venda, 77,4% dos livros, neste terceiro trimestre, foram vendidos por livrarias, enquanto 22,6%, por hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a ficção, com o maior número de unidades vendidas - 35,5% do total -, a um preço médio de 16,94 euros, o que representa a maior 'fatia' do volume de vendas, 41,4%. Em segundo lugar, está a literatura infantojuvenil, com um peso de 33,1% do mercado, em número de livros vendidos, a um preço médio de 11,63 euros por unidade, o que se traduz em 26,5% do valor total das vendas. A venda de livros de não-ficção representou 28,2%, em unidades, a um preço médio de 16,07 euros, para 31,2% do valor do mercado. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,1% em número de unidades vendidas, 0,9% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,09 euros. Os números globais deste terceiro trimestre, traduzem ainda um crescimento em relação ao trimestre anterior (abril-junho de 2025), quando foram vendidos perto de 3,278 milhões de livros, num total de 47,683 milhões de euros.
Autárquicas: PSD e PS são os vencedores, CDU com "erosão lenta" e Chega ficou aquém - politólogo
Em declarações à Lusa, numa leitura dos resultados das eleições autárquicas, o historiador e politólogo António Costa Pinto considerou que o PS, ainda assim, conseguiu sobreviver bem em várias câmaras, apesar de ser substituído na Associação Nacional de Municípios pelo PSD, que conseguiu mais câmaras municipais. “Eu creio que o significado mais importante destas eleições autárquicas é que os dois grandes partidos da democracia portuguesa são de longe os vencedores destas eleições”, disse o especialista, sublinhando a dianteira do PSD, que apesar de perder algumas autarquias para o PS, como Viseu, recuperou outras, como o Porto. Sublinhando o facto de o PSD ter conseguido um maior numero de câmaras municipais, que lhe permitirá substituir o PS na liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), António Costa Pinto considerou que o resultado das autárquicas de domingo espelham “uma maioria de centro-direita e direita na política portuguesa”. Salientou igualmente que, nalgumas autarquias, como no Porto, que recuperou, o PSD “roubou a mensagem política ao Chega”. “Não subestimaria o facto de, em algumas grandes metrópoles, o PSD ter assumido uma mensagem política mais próxima do discurso securitário e do discurso mais conservador em relação à imigração”, afirmou, destacando que esta situação foi “claríssima em Lisboa e no Porto”. Considerou ainda que o PS, com uma rotação de poder a nível autárquico, conquistando algumas câmaras importantes ao PSD, “sobrevive bem” e sublinhou o resultado do CDS, que “no fundamental, também sobrevive” nos locais onde não está coligado com o PSD. Quanto ao facto de a CDU perder quase metade das câmaras de detinha - “algumas importantes” -, mostra uma “erosão eleitoral lenta”. “Nalgumas é facilmente explicável porque é que as perde, como é o caso de Setúbal, que fica nas mãos da sua dissidente” [Maria das Dores Meira], acrescentou. Quanto ao Chega, que conquistou apenas três autarquias, António Costa Pinto disse que as expectativas do partido de André Ventura “ficaram muitíssimo aquém”, sublinhando que, com o número de mandatos alcançados e o facto de, mesmo não elegendo, passar a ser o terceiro partido nalguns concelhos, consolida-se como um partido nacional. “Parece não haver dúvida de que, sobretudo fora dos grandes municípios, a personalização [dos candidatos] é importante”, afirmou o politólogo. Nas eleições autárquicas de domingo, o PSD venceu o maior número de câmaras, recuperando a ANMP, que pertencia ao PS desde 2013, e triunfou nos cinco municípios mais populosos do país. No total nacional, o PSD com listas próprias, ou em coligações, venceu em 136 municípios, contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas. Mesmo perdendo a presidência da ANMP, o PS continua a ter um peso significativo ao nível autárquico, detendo câmaras em todos os distritos do território nacional e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Os socialistas causaram algumas surpresas ao vencerem em Viseu e Bragança, duas capitais de distrito tradicionalmente dominadas pelo PSD, conseguindo ainda retirar Faro e Coimbra aos sociais-democratas. E, entre outros municípios do sul do país, retiraram à CDU a autarquia de Évora. O Chega apenas venceu em São Vicente (Madeira), em Albufeira (no Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém), somando pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas de maio tinha atingido 1,4 milhões de votos. A CDU voltou a recuar em termos de peso autárquico nacional, passando de 19 câmaras em 2021 para 12. Perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal. E das 19 câmaras que a CDU tinha conquistado em 2021 manteve somente oito (Barrancos, Cuba, Arraiolos, Silves, Avis, Palmela, Seixal e Sesimbra). Já o CDS manteve as suas seis câmaras municipais: Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Vale de Cambra (Aveiro, Ponte de Lima (Viana do Castelo), Santana (Madeira) e Velas (Açores).