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Vacinação contra gripe e covid-19 começa hoje com meta de vacinar quatro milhões até ao Natal

A campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19 arranca hoje em unidades do SNS e farmácias, visando imunizar contra a gripe 2,5 milhões de pessoas e 1,5 milhões contra a covid-19 até ao Natal, anunciou a Direção-Geral da Saúde.

Vacinação contra gripe e covid-19 começa hoje com meta de vacinar quatro milhões até ao Natal
Redação

Redação

23 set 2025, 09:59

Sob o lema “Vacine-se e proteja os momentos mais importantes", a campanha sazonal traz como novidade a vacinação gratuita contra a gripe para todas as crianças entre os seis e os 23 meses, e comparticipada para as que têm entre os dois e os cinco anos, disse à agência Lusa o subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos. “Este ano temos uma novidade que está também decorrente de, nos bebés e nas crianças até aos cinco anos, a gripe causar doença que muitas vezes acaba em internamentos, felizmente com a recuperação total”, salientou.

André Peralta Santos lembrou que devem vacinar-se contra a gripe e a covid-19 os maiores de 60 anos, os doentes crónicos de todas as idades e os profissionais de saúde, recordando a importância da imunização contra estes vírus que “continuam a causar doença grave, especialmente nos mais idosos”.

As pessoas entre os 60 e os 84 anos podem vacinar-se no centro de saúde ou nas farmácias. Tal como na campanha anterior, os maiores de 85 anos, que estão em maior risco de desenvolver gripe grave, terão acesso “a uma vacina com uma dose reforçada que confere uma proteção extra”.

André Peralta Santos assegurou que há vacinas para todas as pessoas elegíveis para vacinação, salientando que o objetivo é vacinar cerca de 2,5 milhões contra a gripe e 1,5 milhão contra a Covid-19, antes do Natal. “Isto é importante e prende-se um pouco com o lema deste ano”, disse, explicando que o inverno tem “momentos muito importantes” de festividades e, por isso, a importância de as pessoas se vacinarem até, idealmente, 15 de dezembro, apesar de a campanha se prolongar durante o inverno.

Sobre a hesitação vacinal, o subdiretor-geral da Saúde reforçou que as vacinas da gripe e da Covid-19 são “muito seguras” e representam o “meio mais simples e eficaz” de prevenir a doença grave causada por estes vírus. “Todos os anos sabemos que a gripe, especialmente nos meses de dezembro e janeiro, tem um pico, é muito frequente, E, portanto, nós queremos que os portugueses se vacinem para se protegerem contra a doença grave”, reforçou.

Questionado sobre a atual circulação do vírus da covid-19, André Peralta Santos explicou que, apesar do aumento nos meses de verão, não causou constrangimentos aos serviços de saúde, como aconteceu nos primeiros anos da pandemia. “Continua a causar doença grave, felizmente muito menos do que aquela que já causou”. Daí, o objetivo de “vacinar o maior número de pessoas” para evitar formas graves da doença.

Mas ressalvou: “o volume de doentes com Covid-19 não é algo que nos cause uma preocupação de poder gerar constrangimentos nas urgências ou nos internamentos dos hospitais”.

A campanha de vacinação Sazonal outono-inverno 2025-2026 decorre entre 23 de setembro e 30 de abril de 2026 em unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde e farmácias comunitárias.

Numa nota enviada à agência Lusa, a presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, avançou que a campanha decorrerá em 2.500 farmácias, dirigindo-se à população entre os 60 e os 84 anos.

Ema Paulino alertou para o crescimento da hesitação vacinal e da desinformação, tanto a nível nacional como internacional, apelando à confiança na ciência. “A vacinação é um ato seguro, rápido e eficaz de proteção individual e coletiva”, vincou, apelando às pessoas elegíveis para que agendem já a sua marcação, preparando-se para “os meses de maior circulação de vírus".

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“Portugal não vai perder um euro” das verbas do PRR
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“Portugal não vai perder um euro” das verbas do PRR

“O país pode preocupar-se com muitas coisas, mas não precisa de se preocupar com o PRR. […] Portugal não vai perder um único euro das verbas que estão à nossa disposição”, assegurou Manuel Castro Almeida, que está a ser ouvido no parlamento, em audição regimental, poucos dias depois de ter estado na Comissão de Economia e Coesão Territorial para esclarecimentos sobre o PRR. Na semana passada, o governante tinha já garantido que o PRR tem a sua execução sob controlo, com os prazos a ser cumpridos e, em alguns casos, até antecipados. Manuel Castro Almeida explicou hoje que a revisão do PRR em curso não tem como objetivo eliminar metas, mas sim reduzir alguns marcos “que são desnecessários para o resultado final”, ou seja, “não se diminui a ambição, diminui-se a burocracia associada à comprovação de marcos”, apontou. “Depois de apresentar a revisão do PRR, iremos apresentar o oitavo pedido de pagamento, ele próprio tem os seus marcos e metas definidos, e, neste caso aqui, nós vamos, com alta probabilidade, antecipar no oitavo pedido de pagamento uma dezena de marcos e metas que estavam previstos para o nono e o décimo pedido de pagamento”, adiantou o ministro.

Ministra da Cultura assegura execução de 100% do PRR no setor
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Ministra da Cultura assegura execução de 100% do PRR no setor

“Nós vamos executar a 100%, e é esse o compromisso que temos, o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] alocado à Cultura”, afirmou esta quinta-feira a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, à margem de uma visita às obras no Mosteiro dos Jerónimos e no Museu Nacional de Arqueologia, ambos em Lisboa, quando questionada pelos jornalistas sobre se ficará algo por executar do PRR na Cultura. De acordo com o relatório trimestral de monitorização do PRR mais recente, que data de março, na componente de Cultura 100% estão contratados, mas pagos estão pouco mais de um quarto (28%). Já segundo o relatório semanal mais recente, que data de quarta-feira, mantêm-se os 28% “pagos a beneficiários diretos e finais”, aos quais acrescem 19% “em transito em beneficiários intermédios”. A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR agravou para “Crítico” a apreciação da componente da Cultura do plano, no relatório aprovado no final de maio deste ano, cujos dados analisados se reportam a março. Tendo em conta que “a quantidade de obras em gestão é muito elevada”, a comissão faz uma série de recomendações, entre as quais “a possibilidade de se utilizar o 2.º trimestre de 2026 para conclusão das obras, em virtude de este investimento estar incluído no 10.º pedido de pagamento, em virtude de muitas obras só agora se estarem a iniciar e outras só se iniciarão no 2.º semestre, todas com complexidade elevada”. Na quarta-feira, o ministro da Economia anunciou que o Governo está a preparar uma nova reprogramação do PRR e quer garantir que as verbas não executadas são direcionadas para um fundo de apoio à inovação empresarial e à competitividade. Questionada hoje sobre se a Cultura estará abrangida por essa reprogramação, a ministra da Cultura respondeu: “Temos cerca de 345 milhões de euros alocados à Cultura – na componente do Património Cultural cerca de 240 ME – e que está a correr bem”. "Temos feito alguns ajustamentos, neste caso a entidade pública responsável Património Cultural, IP tem feito um acompanhamento diário de cada um dos projetos”, disse. Margarida Balseiro Lopes disse também que o “objetivo e compromisso” do Governo é “executar tudo aquilo que está alocado para a intervenção no Património Cultural no que diz respeito ao PRR”. O PRR é um mecanismo de financiamento, de âmbito europeu, para ser aplicado em reformas estruturais em resposta à crise pandémica provocada pela covid-19. Na área da Cultura, designada medida C4 - Cultura, está alocado um total de 346 milhões de euros, incluindo financiamento de 102,39 milhões de euros na componente de redes culturais e transição digital, segundo o Ministério da Cultura. Entre as 85 intervenções previstas no PRR contam-se obras no Mosteiro dos Jerónimos, no Museu Nacional de Arqueologia, no Museu Nacional de Arte Antiga, nos teatros nacionais de São Carlos e D. Maria II, em Lisboa, no Convento de Cristo, em Tomar, e no Mosteiro da Batalha, o Castelo de Pinhel, o Mosteiro de Tibães e a Igreja da Senhora das Salvas, em Sines, no Mosteiro de Tibães, em Braga, e a construção do Arquivo Nacional do Som, em Mafra.

Sistema informático do SNS com falhas desde quarta-feira
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Sistema informático do SNS com falhas desde quarta-feira

Em declarações à Lusa, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, explicou que os problemas começaram ainda na tarde de quarta-feira, com o sistema a ficar muito lento. Durante a noite ficou inoperacional e “só agora começa a funcionar, mas aos soluços", disse a sindicalista pouco antes das 10:00. "Neste momento em muitas unidades ainda não é possível aceder à ficha do utente", disse, explicando que os problemas afetam tanto hospitais como centros de saúde. A FNAM disse aos médicos para apresentarem escusas de responsabilidade se necessário: "Nós não podemos ser responsabilizados pela inoperância de algo em que não temos responsabilidade", disse Joana Bordalo e Sá. Em resposta à Lusa, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicaram que os constrangimentos resultaram de uma atualização realizada pela NOS no software da Rede Informática da Saúde (RIS), que provocou instabilidades nos sistemas de informação, "afetando alguns sistemas de apoio dos cuidados de saúde, nomeadamente, na Prescrição Eletrónica Médica (PEM)". "As equipas técnicas dos SPMS estão, juntamente com o operador externo, a tentar resolver a situação, prevendo-se que os serviços retornem à normalidade ainda durante a manhã", disse. A FNAM considera tratar-se de um exemplo de "inoperância governativa" e da falta de investimento na modernização informática da Saúde, lembrando que "o sistema tem falhado diversas vezes". "Isto acaba por acontecer todos os dias, não acontece de uma forma tão generalizada, mas todos os dias os sistemas falham e, no fim, quem sai prejudicado são os doentes, com consultas atrasadas, às vezes até mesmo canceladas. É inaceitável", acrescentou.

Ministro da Educação prevê 90 novas residências no ensino superior até 2026
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Ministro da Educação prevê 90 novas residências no ensino superior até 2026

"Em 2026, vamos ter mais 11 mil camas em todo o país e 90 novas residências face a 2020 ou 2021. Será uma mudança muito significativa, não só em quantidade, mas também em qualidade, com infraestruturas mais modernas e adequadas às necessidades dos estudantes”, afirmou esta quarta-feira à Lusa o ministro da Educação, Ciência e Inovação, à margem da inauguração da nova residência de estudantes do ISLA Santarém.  O governante adiantou que no mês de setembro serão inauguradas "16 novas residências” e que estão em curso intervenções de reabilitação em 49, num total de 139 obras em execução. “São 139 residências com obras em curso. A maioria está a ser concluída com grande empenho das empresas e das entidades envolvidas, que reconhecem a importância destas soluções para os estudantes”, afirmou. O ministro alertou, no entanto, para os limites da capacidade de construção no atual contexto, defendendo que “não vale a pena fazer mais obras neste momento, porque as empresas não têm capacidade e isso só iria inflacionar os preços”. Nesse sentido, apelou às instituições para que “pensem para além do PRR” e preparem planos para o período pós-2026.

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Comunicado da Ria - Rádio Universitária de Aveiro
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Comunicado da Ria - Rádio Universitária de Aveiro

A Ria - Rádio Universitária de Aveiro nasceu com uma missão clara: servir a comunidade académica e a cidade de Aveiro com informação independente, plural e rigorosa. Desde o primeiro dia, este tem sido o nosso compromisso, certos de que uma democracia mais forte constrói-se com mais liberdade, mais transparência e mais cidadania ativa. No dia 22 de setembro, durante uma ação de campanha da coligação ‘Aliança com Aveiro’, o nosso jornalista Gonçalo Pina foi alvo de manifestações de hostilidade ao colocar uma questão legítima a Ribau Esteves [áudio no topo deste comunicado]. No mesmo contexto, foram ainda proferidas declarações falsas sobre o financiamento e a independência da Ria. Mais do que um ataque a um jornalista, este episódio demonstra a importância de promover um jornalismo livre e responsável, imune a pressões externas ou a tentativas de condicionamento. A vitalidade de uma democracia mede-se, em grande parte, pela forma como o trabalho da comunicação social é respeitado. Questionar, esclarecer e escrutinar não são apenas direitos, mas deveres fundamentais de quem serve o interesse público. É nesse espírito que a Ria reafirma o seu compromisso com a independência, a pluralidade e o rigor informativo - princípios que norteiam a nossa atuação e que não serão postos em causa por intimidações ou pressões de qualquer natureza, especialmente quando a pergunta formulada se resumia, de forma legítima e direta, a questionar a mudança de posição do presidente da autarquia. As vaias, apupos e até objetos lançados durante a intervenção do nosso jornalista procuraram condicionar o exercício livre da sua função, criando um ambiente hostil que em nada dignifica o debate democrático. Lamenta-se que, até ao momento, não tenha havido, publicamente ou pessoalmente, qualquer pedido de desculpas nem um gesto claro de distanciamento por parte do líder da coligação ‘Aliança com Aveiro’. Num tempo em que os cidadãos exigem transparência e elevação no discurso político, tais atitudes apenas contribuem para o empobrecimento da vida pública. Aceitamos, naturalmente, que o jornalismo e o trabalho dos jornalistas possam ser alvo de críticas - também erramos e aprendemos com isso. O que não podemos aceitar é que essas críticas se expressem através de intimidações ou tentativas de silenciamento. Ao longo dos últimos meses, a Ria deu espaço a diversos protagonistas políticos que utilizaram, de forma consciente e premeditada, os meios de comunicação social - incluindo este órgão - para expressar críticas em relação ao seu próprio partido ou a processos internos. Fizeram-no com total liberdade e sem qualquer condicionamento editorial, como é natural numa democracia viva. É, por isso, com surpresa que assistimos agora a tentativas de descredibilizar a mesma cobertura jornalística que antes era considerada legítima e útil para o debate público. Importa também esclarecer que não corresponde à verdade a afirmação de que a Ria é financiada “a 100% por dinheiros públicos da Universidade de Aveiro”. No seu primeiro ano de atividade, 35% das receitas já provêm de serviços prestados a entidades externas, numa estratégia clara de autossustentabilidade através do seu Gabinete de Audiovisual. Sublinha-se ainda que, no início do projeto, foi dirigido a Ribau Esteves um convite para uma reunião de apresentação, convite esse que nunca obteve resposta. Não deixa igualmente de ser relevante recordar que, entre 2020 e 2025, a Câmara Municipal de Aveiro celebrou, segundo dados oficiais do portal Base Gov, mais de 1,3 milhões de euros em contratos de publicidade institucional com órgãos de comunicação social locais, regionais e nacionais. Resta, por isso, compreender se a crítica agora dirigida a este projeto é, de facto, uma objeção ao financiamento público da comunicação social ou apenas ao facto de, neste caso, não envolver fundos municipais. A Ria é um projeto jovem, mas nasceu para perdurar. Ao longo do seu caminho, os aveirenses poderão confirmar, pela prática diária, que a nossa postura de escrutínio será sempre a mesma perante todos os protagonistas políticos, independentemente de quem exerça o poder. O tempo será, assim, o melhor aliado da verdade e a prova mais clara do compromisso que assumimos com a independência e o interesse público. Seguiremos firmes no nosso propósito: dar voz aos estudantes e à comunidade aveirense, estimular o debate de ideias e contribuir para uma sociedade mais informada e consciente. Estamos convictos de que é com informação livre e plural que Aveiro se engrandece. É com todos os aveirenses que queremos continuar a escrever esta história. Aveiro, 24 de setembro de 2025

Ribau Esteves reafirma que Luís Souto é o melhor candidato à CMA em ação de campanha da “Aliança”
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Ribau Esteves reafirma que Luís Souto é o melhor candidato à CMA em ação de campanha da “Aliança”

Os termos que davam nome à iniciativa, continuidade e inovação, pautaram o discurso do ainda presidente da Câmara Municipal. Segundo Ribau Esteves, “a continuidade e inovação só pode ter competência na verdade das duas palavras (…) se tiver balanço. Se essa mensagem não estiver bem balanceada, ela até pode vir a ser inovadora, mas vai ter sempre uma perda de um recurso (…) absolutamente essencial, que é o recurso tempo”. “Seria uma burrice” que a continuidade não tivesse uma dimensão inovadora, afirma o autarca. Com a lembrança de que quem governa não tem total controlo dos fatores – nomeadamente, não controla as “dinâmicas do tempo e do mundo” -, Ribau Esteves considerou que apenas cabe aos autarcas “influenciar um pouco”, podendo fazê-lo de forma positiva ou negativa. Nesse sentido, definiu duas formas de fazer o balanço daquilo que é a ação autárquica: uma forma estática e uma dinâmica. O balanço estático, afirma, é aquele “mais clássico”, que configura a ação de olhar para os três mandatos em que chefiou os destinos da autarquia e perguntar o que foi bem feito. Quando definia esta forma de balanço, RIbau Esteves não deixou passar a oportunidade para deixar uma farpa a Alberto Souto, candidato do Partido Socialista, que volta a concorrer à autarquia depois de a ter governado entre 1997 e 2005: “Está para nascer o primeiro ser humano que conseguiu viver sem errar. Ainda não nasceu. Alguns já erraram muito e procuram transformar-se em gente nova que vai deixar de errar. Aí está a mentira mais grave que um ser humano pode partilhar com outro”. Feitas as contas, Ribau Esteves acredita que este “balanço estático” dos seus mandatos foi “muito positivo”, embora só revele resultados definitivos entre o dia das eleições e o dia em que o próximo presidente da Câmara tomar posse. Segundo entende, a sua governação acrescentou valor ao que herdou. Sobre este balanço, o autarca reflete ainda que “as democracias ocidentais vivem um tempo dramático porque a malta gosta imenso de estar no poder e de anunciar coisas, mas o resultado dos anúncios é cada vez mais miserável. Vejam que os políticos estão a fazer carreiras mais na comunicação e não assentam a comunicação nos resultados do seu trabalho. Assentam a comunicação nas intenções e isto está a dar cabo das democracias ocidentais”. Por tudo isso, garante que, em todas as áreas de atuação, acrescentou valor acrescentado, sendo que ainda foram inventadas coisas novas, como é exemplo o Aveiro Tech City. Nesse sentido, afirma que o seu executivo “entendeu as dinâmicas do tempo” e trouxe assim a componente digital para a CMA. Por outro lado, surge o balanço dinâmico. Fazendo uma analogia com um baloiço, Ribau Esteves explica que se trata de “ganhar balanço para seguir mais além, para ter capacidade de aproveitar o dinamismo da física (…)”. A ideia é que, quem vem numa lógica de continuidade, possa “aproveitar o empurrão do passado” e, assim, aliar uma lógica de continuidade a inovação. A dimensão inovadora, segundo o autarca, prende-se não só nas ideias que já existem ao dia de hoje, mas nas ideias que ainda vão aparecer nos anos envolvidos pelo mandato. Porque “nenhum de nós é bruxo” para perceber que instrumentos novos o futuro reserva, é preciso, no entender de Ribau Esteves, que haja essa tal componente de inovação que tome balanço na continuidade do passado. Mais uma vez a dirigir-se a Alberto Souto, que tem acusado de estar a querer governar sem ainda ter sido eleito, o autarca nota que ainda há coisas para fazer neste mandato e que é importante não o abandonar antes do fim: “Há alguma malta que ainda não percebeu que os mandatos são como os jogos de futebol. Acabam no fim. (…) Quem deixa de jogar o jogo antes de acabar, arrisca-se a perder. Arrisca-se a perder dinâmicas de balanço, credibilidade junto do cidadão, junto dos investidores (…)”. Sobre o futuro da CMA, Ribau Esteves garante que o seu sucessor será o mais “privilegiado” dos presidentes da Câmara, pois é quem vai receber a melhor herança. Por não controlar o futuro, salvaguarda que é importante que a política se faça num exercício positivo. A título de exemplo, aponta que não “vamos desinvestir hoje [no futuro de um filho] porque daqui a uma semana ele vai fazer uma agenda gravíssima que nós o vamos querer deserdar”. O autarca pede também “seriedade com a democracia”. A pensar nas eleições – não só nas que se avizinham, mas também naquelas em que ganhou -, Ribau Esteves assume que teve sempre uma postura de “humildade” e aponta que os eleitores “não refletem em conjunto”. “Ninguém manda na cabeça de ninguém. Os eleitores não se juntam em Assembleia Geral para decidir o que fazem. O exercício daquela noite é muito simples, é fazer uma conta de somar”, concluiu. Da sua chegada à autarquia, recorda que apenas herdou cinco obras em curso – e, mesmo essas, estavam paradas, segundo diz. Apesar disso, agradece ao seu antecessor, o presidente Élio Maia, que recebeu uma autarquia ainda em pior estado. Sobre os dois mandatos de Élio Maia, considera que ao passo que o primeiro foi “bonzinho”, mas que o segundo foi uma “tragédia”. Durante esse tempo, Ribau Esteves conta que o ex-autarca conseguiu melhorar dois aspetos, um por mérito próprio e outro devido à mudança na legislação: obrigou à redução da dívida e obrigou à redução da quantidade de funcionários na Câmara, respetivamente. Para terminar, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro pediu que se seguisse o exemplo “de quem trabalha, de quem idealiza para a vida das pessoas e de quem comunica resultados em vez de intenções” com a noção de que a vida é como o baloiço: “se a malta não continuar a baloiçar, ele para”. A mensagem é de apelo a uma política “positiva, de quem não insulta”, embora também sem “levar sem retribuir”. “Façam como o FCP [Futebol Clube do Porto], sempre a jogar ao ataque. Quem defende só tem duas hipóteses, ou perde ou empata”, rematou Ribau Esteves. Depois de Ribau Esteves, quem tomou a palavra foi Luís Souto, o líder da candidatura. Sobre o discurso do autarca, Luís Souto comentou apenas: “São muitos anos a virar frangos”. Nas suas palavras, supondo que Ribau Esteves se quisesse candidatar, o programa que viria defender seria sempre “alicerçado na sua forma de estar (…), mas teria criatividade para apresentar novas ideias, novas propostas e novos caminhos”. Da mesma forma, Luís Souto diz ter definido desde o primeiro momento que a candidatura “não vinha fazer rutura” e que partia de uma apreciação muito positiva daquele que tem vindo a ser o trabalho feito até agora. Não obstante, “naturalmente, um novo ciclo teria que introduzir alguma inovação”. Luís Souto acredita que, o que vai estar em causa no dia 12 de outubro, quando ocorrem as eleições autárquicas, é a diferença entre a concretização de “projetos muito ambiciosos para Aveiro” e “um compasso de espera” para o Município. Entre as coisas a que quer dar continuidade, o candidato da “Aliança” refere o projeto da Lota, a expansão do Hospital de Aveiro, o Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto ou a necessidade de piscinas municipais. Do outro lado da luta autárquica, o cabeça-de-lista diz que já se vislumbra uma “coligação negativa” que junta o Partido Socialista e o Chega, sendo que, aponta, ambos querem parar os trabalhos e voltar a discutir o modelo para o Hospital. No ataque aos opositores, acrescenta mesmo que “os extremos se tocam”. Como já tem vindo a dizer, Luís Souto considera importante que as Juntas de Freguesia, a Câmara Municipal e o Governo sejam da mesma cor política. Mas, para além destas instâncias, o candidato acrescenta agora que Aveiro beneficiaria se a comunicação do próximo presidente com o seu antecessor, Ribau Esteves, for boa. Nesse sentido, apesar do abandono das funções, o candidato disse acreditar que o atual autarca vai “manter Aveiro no seu coração” e ser um canal que “vamos querer ouvir com regularidade”. Para falar da componente inovadora que quer trazer ao projeto, Luís Souto pegou no programa eleitoral e começou a elencar propostas. Entre os destaques, o candidato mencionou a continuação da aposta na habitação a custos controlados, o reforço do apoio às instituições de solidariedade social, a construção de novos parques no Município, a aposta na Frente Ria ou a criação do Centro de Arte Contemporânea. Se, na apresentação do programa eleitoral, o candidato da “Aliança” já tinha clamado que “chegou a hora das freguesias”, a ideia foi retomada durante o encontro com Ribau Esteves. Luís Souto reconhece que nos últimos mandatos houve a tentativa de “pôr novamente São Jacinto no mapa” e estabelece que a afirmar “é um eixo estratégico definir uma política de coesão das freguesias”, recorrendo a “equipamentos âncora”. Entretanto, Luís Souto voltou a dirigir-se aos outros concorrentes à CMA. O candidato disse ter ouvido uma crítica ao abate da antiga frota de autocarros, que “estavam a cair aos bocados”. Nas suas palavras, “é incrível o que se vai ouvindo nestes debates plenos de demagogia, de falsidades e que revelam uma total impreparação da parte dos nossos adversários”. Mais à frente, o cabeça-de-lista frisou que a candidatura quer “captar o investimento, mas parece que há quem não queira”. Em resposta às críticas da oposição de que “está feito com os investidores”, Luís Souto garante que o está, mas “no bom sentido”. Para o candidato, a vontade de trabalhar com quem quer colocar dinheiro em Aveiro foi uma marca dos mandatos de Ribau Esteves e será também nos próximos, caso seja eleito. Conforme afirma, o que os adversários têm feito é “atirar constantemente sobre os investidores atuais e sobre potenciais investidores”. “Imaginem se eles algum dia tomassem conta da Câmara Municipal. Acontecia aquilo que aconteceu nos anos do PREC, a seguir ao 25 de abril, que é a fuga dos capitais de onde eles são bem recebidos”, considerou. Para garantir mais investimento em Aveiro, Luís Souto voltou a referir uma das suas principais propostas: a criação de uma Agência Municipal de Investimento e Inovação. Colocando lado-a-lado a intervenção na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, feita durante a governação de Ribau Esteves, e a construção da Praça Marquês de Pombal, do tempo de Alberto Souto. Ao passo que a primeira, na sua opinião, tornou a Avenida num espaço “dinâmico, renovado, com passeios largos e com elementos verdes”, a Praça é “inerte” e “é a marca do Partido Socialista”. Na luta autárquica, Luís Souto diz “ter de fazer face” a dois tipos de populismo diferente: “o populismo da extrema-direita e o populismo da geringonça”. Depois de alguns segundos de hesitação a medir as palavras, Luís Souto atirou mesmo que as críticas que lhe têm sido feitas são de um “populismo rasca”, declaração pela qual recebeu um aplauso na sala. Entre as propostas também referidas para a educação, o candidato abordou a necessidade de uma nova Escola Secundária Homem Cristo, assim como garantiu uma aposta reforçada no ensino de artes em Aveiro. Esse reforço só será possível, no seu entender, com a expansão do Conservatório. O tema serviu para nova bicada a Alberto Souto, que interpôs uma providência cautelar que suspendeu a demolição da casa que serviu de sede à CERCIAV – providência que, entretanto, já perdeu o efeito devido à aprovação de uma resolução fundamentada em sede de reunião de Câmara. “Eu, pessoalmente, nunca deitei uma casa abaixo. Agora, quem já os deitou abaixo ou os deixou ir abaixo, muitas vezes sim, com valor cultural e patrimonial, não fica nada bem vir agora tentar assustar com este tipo de argumentos”, rematou Luís Souto. Luís Souto deu ainda notas de algumas propostas na área do bem-estar animal, como a criação de um Centro Intermunicipal de Apoio e trabalhar com as associações existentes. A terminar, reforçou o “legado extraordinário” deixado por Ribau Esteves de que espera estar à altura e voltou a deixar o alerta para o “risco de aventuras que fatalmente (…) irão acarretar um bloqueio estrutural no Município”. Ficou reservado para o final da sessão o momento de colocar questões. A Ria – Rádio Universitária de Aveiro, presente no evento, perguntou se tinha existido alguma mudança de posição do autarca em relação às considerações que tinha feito sobre Luís Souto. Recorde-se que, quando foi escolhido o cabeça-de-lista da coligação “Aliança com Aveiro”, Ribau Esteves afirmou que, pela opção tomada pelo partido, a derrota era uma “possibilidade objetiva” e que Luís Souto não tinha "nenhuma experiência de gestão", nem "perfil" para ser presidente da autarquia aveirense. No imediato, Ribau Esteves dirigiu-se ao jornalista e começou por atacar o órgão de comunicação social: “Já o disse a colegas seus (…) e já fiz também essas diligências junto de um dos responsáveis da reitoria. A Rádio Ria é um instrumento anti-Ribau Esteves, anti-‘Aliança com Aveiro’, anti-PSD, ao serviço do Partido Socialista (…) Como muita gente não sabe, a Rádio Ria é paga a 100% por dinheiros públicos da Universidade de Aveiro e, portanto, deve ter também essa caracterização bem feita”. Em reação, a sala aplaudiu o autarca, procurou fazer barulho de forma a importunar o jornalista e inclusive ouviram-se alguns apoiantes gritar “Rua!” na sala. De seguida, e de forma a procurar responder à pergunta, Ribau Esteves explicou que as discordâncias internas nos partidos são normais e que a posição que tomou teve o seu tempo, mas terminou a 18 de agosto, data de término do prazo de entrega de listas de candidatos no Tribunal. Mesmo assim, diz autarca, “na análise comparativa destes nove [candidatos à Câmara Municipal] - que os conheço bem a todos – (…), olhamos para as pessoas, para o que elas têm de caminho, de experiências, de ligação política, ao trabalho, ao balanço… Qual é a dúvida que o melhor candidato dos nove é o Luís Souto?”. Perante a insistência para que respondesse com sim ou não em relação a uma mudança de opinião em relação ao que antes tinha dito, Ribau Esteves disse não fazer futurologia e, portanto, não poder dizer se acredita agora que a “Aliança” vai com certeza ganhar a Câmara. Nesse sentido, o autarca garante que sim, mudou de opinião, embora sem querer adivinhar resultados. A questão foi também oportunidade para que Luís Souto voltasse à carga contra o candidato do Partido Socialista. Segundo recorda, Alberto Souto afirmou que só seria candidato caso “não houvesse mais ninguém para o ser”. Por isso, aponta que “o esgotamento do PS em Aveiro já vem de há muito tempo. O desligamento da realidade social e económica já vem de há muito tempo e, portanto, é normal que no PS não haja mais ninguém com coragem”. De seguida, atirou também a Diogo Soares Machado: “Parece que é muito corajoso porque é vocal e, afinal, nunca apareceu em candidatura nenhuma a não ser neste ano, que é o ano de todas as candidaturas”. Durante o espaço para questões, Ribau Esteves foi também interpelado por um apoiante que se identificou como António Gonçalves. Na sua intervenção, pediu ao presidente da Câmara Municipal que reagisse à proposta do Chega de fazer uma auditoria aos últimos 12 anos de governação da autarquia. O presidente respondeu que não é candidato e que “só sai a terreiro” para questões de dignidade mínima, como fez na passada sexta-feira, num comunicado em que acusou Alberto Souto de mentir. No entanto, explicou não ter problemas com auditorias e considerou mesmo ter “banido a corrupção” da Câmara. “Façam as auditorias que quiserem, mas completamente à vontade. (…) A nossa Câmara é bem gerida e tranquila, auditem o que quiserem”, rematou. Pela negativa, não deixou de dizer que a proposta de uma auditoria por parte de um candidato só mancha o seu nome porque “a declaração é sempre feita no sentido em que “Eu já sei o resultado e vou descobrir uma série de crimes”.

Aveiro Smart Business abre recrutamento a estudantes da UA até este domingo
Universidade

Aveiro Smart Business abre recrutamento a estudantes da UA até este domingo

A associação tem como missão, segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, aproximar o meio académico do tecido empresarial, oferecendo aos estudantes a possibilidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da formação académica. O processo de recrutamento decorre até este domingo, 28 de setembro, e está aberto a todos os estudantes da UA. As candidaturas devem ser submetidas através do formulário online disponível aqui.  No âmbito da sua atividade, a ASB promove também esta quinta-feira, 25 de setembro, pelas 18h00, uma formação online sobre “Entrevistas de Emprego – Postura e Boas Práticas”, ministrada pela EY, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo. A sessão é gratuita, inclui certificação e mantém as inscrições abertas até ao início da formação, aqui

Aveiro entre os distritos que mais furtos registou em residências até 31 de agosto
Região

Aveiro entre os distritos que mais furtos registou em residências até 31 de agosto

Na sua área de responsabilidade territorial, a GNR registou até 31 de agosto 5.454 crimes, a maioria por furto com recurso a arrombamento, escalamento ou chaves falsas. Em 2022, a GNR registou 8.684 crimes de furto ou roubo a residências, em 2023 foram 8.213 e no ano passado 8.394. “No que se refere aos ‘modus operandi’ mais comuns no cometimento de furtos em residências, no período diurno, os suspeitos usualmente batem à porta e, com uma conversa aparentemente bem estruturada e previamente planeada, conseguem entrar nas residências, abordando por vezes os proprietários quando estão a chegar a casa, ou quando os mesmos se encontram nas imediações (quintal/logradouro)”, conta a guarda. De forma idêntica efetuam burlas, em particular com vítimas idosas (ou com outra vulnerabilidade), iniciando com uma conversa afável. “No período noturno, verifica-se, por vezes, a entrada forçada dos suspeitos nas residências, através de arrombamento de porta ou janela, quando as vítimas já se encontram em casa descontraídas ou a dormir, sem qualquer hipótese de reação”, é referido na nota. De acordo com a GNR, alguns dos suspeitos aparentam conhecer as rotinas das vítimas e das pessoas que vivem na residência alvo. No que diz respeito ao crime de roubo em residências, a guarda diz que são executados com recurso a violência sobre as vítimas, em particular cidadãos idosos e pessoas vulneráveis. A GNR refere que, nestes roubos, as vítimas são agredidas ou imobilizadas, sendo que, em alguns casos, são sequestradas no interior da sua própria residência enquanto os suspeitos executam o roubo. “As residências situadas em locais ermos ou afastadas dos aglomerados populacionais, acabam por ser alvos mais vulneráveis, bem como aquelas que não dispõem de medidas de segurança”, segundo a GNR. No que diz respeito ao Programa “Chave Direta 2025”, que decorreu entre 15 de junho e 15 de setembro, a GNR adianta ter realizado diversas ações de sensibilização e patrulhamento junto das zonas residenciais, com o objetivo de alertar para os procedimentos de segurança a adotar na prevenção de situações de furto e roubo em residência, particularmente durante a ausência dos seus proprietários no período das férias de verão. No âmbito do programa estiveram envolvidos 5.797 militares da guarda, foram feitos 510 pedidos de adesão ao “Chave Direta 2025” e foram realizadas 2.913 visitas.