Autárquicas: Comissão Política do PSD decide candidatar Jorge Ratola à Câmara de Espinho
A Comissão Política Nacional do PSD decidiu apoiar a candidatura do ex-autarca Jorge Ratola ao cargo de presidente da Câmara de Espinho, refere um comunicado hoje divulgado pela direção dos sociais-democratas.
Redação
Esta decisão da Comissão Política do PSD de apoiar para a autarquia de Espinho Jorge Ratola, ex-vice-presidente da Câmara de Aveiro e atual adjunto do primeiro-ministro, Luís Montenegro, encerra um processo marcado por divergências políticas com uma parte da estrutura local do partido.
Antes desta escolha em definitivo por parte do órgão nacional dos sociais-democratas, a concelhia do PSD/Espinho – cidade de onde é natural o primeiro-ministro, Luís Montenegro – aprovou em novembro, por unanimidade, a candidatura do advogado Ricardo Sousa.
Em fevereiro, porém, o coordenador autárquico nacional do partido revelou que o processo ia ser avocado pelo PSD nacional. E em julho a distrital de Aveiro do PSD, por indicação da estrutura nacional, anunciou que o candidato seria afinal Jorge Ratola.
Ricardo Sousa classificou a rejeição da sua candidatura como “um ajuste de contas pessoal” e remeteu depois um pedido de impugnação ao Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, anexando a esse requerimento “mais de 100 assinaturas”. Além de Jorge Ratola, pelo PSD, para a Câmara Municipal de Espinho, também já foram anunciadas as candidaturas de Pilar Gomes pela CDU, Luís Canelas pelo PS e ainda Maria Manuel Cruz como independente.
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Governo avança com projetos para linha de velocidade alta Aveiro - Salamanca
“Em Portugal tardam muito os projetos. Fazem-se muitos estudos. Os estudos foram feitos nas últimas décadas. Temos estudos, vão ser atualizados. Partamos então para projetos para podermos estar na ‘pole position’, para quando existirem verbas necessárias e suficientes em Orçamento do Estado ou da Europa podermos implementar estes projetos como prioritários”, disse Miguel Pinto Luz. O governante falava numa conferência de imprensa para apresentar as conclusões de uma reunião de trabalho sobre o Transporte Ferroviário no Corredor Atlântico, que decorreu esta manhã, em Aveiro. O ministro disse que estes projetos da ligação ferroviária em velocidade alta, entre Aveiro e Salamanca, serão realizados pelo Governo em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, com as Comunidades Intermunicipais e os municípios da região centro, adiantando que o modelo de co-investimento não está fechado. “Tivemos modelos similares noutros processos de desenho de infraestruturas, noutras CIM, noutras CCDR, e portanto o Governo está disponível para, em conjunto com a CCDR, encontrar a melhor forma de cofinanciar […]. Queremos é que fazer os projetos e têm que andar para a frente”, afirmou. Miguel Pinto Luz disse ainda que testemunhou uma enorme coesão nos vários municípios, de todas as cores políticas, de ambos os lados das fronteiras, afirmando que nestes projetos de dimensão estruturante e nacionais é preciso que haja consenso. “Temos autarcas empenhados, temos Governo empenhado, temos empresários empenhados, temos uma CCDR proativa empenhada e, portanto, estão aqui todos os interlocutores para podermos concretizar estes projetos que são absolutamente essenciais”, disse. O governante referiu ainda que a linha da Beira Alta, uma das peças deste corredor que foi alvo de obras de modernização, está em processo de certificação e revelou que a linha deverá estar a funcionar até ao final do ano. “No próximo mês [agosto], comboios da CP andarão em processo de certificação com os maquinistas a operarem a linha em certificação e, portanto, acreditamos que até ao final do ano, prospetivamente outubro, teremos a linha a funcionar e é isso com o qual nos comprometemos”, afirmou. Durante a reunião, foi entregue ao ministro a declaração regional conjunta para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário do Corredor Atlântico Europeu no Troço Ibérico, que foi assinada em abril, na Guarda, por todos os presidentes da Câmara e presidentes das comunidades intermunicipais da região centro. O encontro serviu ainda para reforçar a defesa da construção da ligação ferroviária entre Aveiro, Viseu, Guarda e Salamanca, com prolongamento até Madrid e França, numa perspetiva de integração no Corredor Atlântico Europeu, em velocidade alta (comboios que circulam a uma velocidade até 250 quilómetros por hora). “Como há na nossa operação, na nossa opção, uma dimensão de primazia para a circulação de mercadorias, não faz sentido termos velocidade superior a 250 quilómetros por hora para servirmos com utilidade para a região centro e com utilidade para o país a nossa ligação ferroviária com uma velocidade superior a essa”, explicou o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves.
Mosteiro de Arouca com 600 pessoas a recriar em três dias 70 cenas do tempo das freiras
Um incêndio, vários benzimentos, transferências de poder judicial, reuniões na sala do capítulo, lutas liberais, um parto na rua e o fuzilamento de um frei são alguns dos episódios interpretados por 260 atores e figurantes nessa iniciativa de entrada gratuita, organizada pela Câmara Municipal de Arouca em colaboração com diversas instituições do concelho. “O Mosteiro de Santa Maria de Arouca é um dos nossos ex-líbris e esta recriação histórica é um evento que nos distingue e muito nos orgulha”, declarou a presidente da autarquia, Margarida Belém. A autarca socialista disse que essa avaliação é justificada “não só porque o evento recria momentos da história de Arouca, que está profundamente ligada ao Mosteiro” e à comunidade local, “mas também porque a viagem no tempo até ao período áureo de tão imponente casa monástica é guiada por arouquenses que dão corpo e voz a personagens que, à época, foram figuras de destaque na vila”. Abordando o período dos séculos XVIII e XIX em que o mosteiro era habitado por monjas da Ordem de Cister, o evento integra 30 cenários diferentes, pelos quais se distribuirão ainda episódios como a eleição da abadessa, as cerimónias de acolhimento de uma noviça, a tonsura em que as jovens religiosas renunciam às vaidades, lutas por água de regadio e o abandono de uma criança na chamada “Roda”. Decorrendo das 20:30 às 24:00 na sexta-feira, das 20:00 às 24:00 no sábado e das 10:00 às 20:00 no domingo, o programa inclui ainda encenações sobre a confeção de curas e remédios na botica das monjas, o fabrico de poções de curandeiras, a visita de familiares aos presos do mosteiro, um casamento ao estilo da época, os preparativos de uma ceia, as manipulações de um vendedor de banha da cobra, um assalto no mercado, rituais fúnebres de um família nobre, um torneio poético e um despique de bandas – sempre em paralelo ao funcionamento de várias tabernas. Margarida Belém apontou igualmente como um dos episódios mais apreciados pelo público a simulação do grande incêndio que lavrou no mosteiro em 1725. “É a cena de maior destaque desta edição e vai ser recriada no sábado, quando se passam 300 anos sobre o incêndio”, realça. Erigido no século XVII sobre edificado já existente, o Mosteiro de Santa Maria de Arouca está classificado como Monumento Nacional desde 1910 e foi habitado por freiras até 1886. Atualmente acolhe diferentes estruturas, como o Museu de Arte Sacra de Arouca, a Biblioteca Memorial D. Domingos de Pinho Brandão e também um hotel, em concreto uma unidade de cinco estrelas ao abrigo do programa Revive, com que entidades privadas recuperam património do Estado para efeitos de valorização turística.
Suspeito de matar mulher com ácido em Águeda condenado a 19 anos e 9 meses de prisão
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que o tribunal de júri deu como provada “a essencialidade dos factos constantes da acusação”, concluindo que o arguido "agiu de forma deliberada no sentido de atentar contra a vida da sua companheira e assim conseguiu". A magistrada realçou o modo de execução do crime, adiantando que, de todos os meios insidiosos possíveis, o usado foi "particularmente pérfido e traiçoeiro", e referiu que a motivação para agir foram sobretudo "questões essencialmente patrimoniais", o que é demonstrativo de uma atuação egoísta e de desprezo pela vida humana. O tribunal de júri, composto por três juízes profissionais e por quatro jurados, deu como provado que o arguido fez uma mistura de vinho com ácido das baterias, que contem ácido sulfúrico, e colocou-a no frigorífico para a vítima beber, tendo logo em seguida dispensado os funcionários. Segundo a juíza, o tribunal chegou a esta conclusão com base em provas indiretas conjugadas entre si. “O tribunal entendeu que tem prova, ainda que indireta, mas suficientemente segura e lógica, para demonstrar que o senhor fez aquela mistura e a colocou posteriormente no frigorífico", disse. Neste ponto, a magistrada explicou que foram consideradas relevantes as declarações de um funcionário que viu o arguido junto ao armário, onde estava guardava o ácido, e que referiu que este surgiu depois com uma garrafa de vinho na mão, tendo referido: “quando ela beber isto até estala”. A juíza referiu ainda que a relação entre o arguido e a vítima era pautada por conflitos permanente e palavras muito duras trocadas entre ambos, afastando a versão do arguido de que tinha uma relação magnífica com a vítima, que era apenas ensombrada por um problema de álcool. “Não foi isso que ficou aqui patente todas as testemunhas disseram o contrario. Esta relação estava muito longe de ser magnífica. Era uma relação profundamente disfuncional em que o senhor assumia uma posição de controlo e controlava, usando a seu favor, uma dependência que é uma doença”, disse. A magistrada disse ainda que o tribunal não teve em conta a versão apresentada pelo arguido de que a morte da companheira teria sido um suicídio, adiantando não haver evidências dessa circunstância. O arguido negou também a existência de um conflito com a vítima, relativamente à instalação de uma nova sociedade, mas a juíza assinalou que isso foi contrariado por todas as testemunhas que foram ouvidas, incluindo os seus funcionários. O arguido foi, assim, condenado a 19 anos e nove meses de prisão, por um crime de homicídio na sua forma qualificada, por ter atentado contra a vida da sua companheira e por ter usado um meio particularmente insidioso, tendo sido absolvido de um crime de omissão de auxílio. Além da pena de prisão, o arguido, que se encontra em prisão domiciliária, foi condenando a pagar uma indemnização de 190 mil euros a distribuir pelos três filhos da vítima. Durante o julgamento, o arguido negou a acusação, alegando que a mulher lhe confessou que "tinha bebido água das baterias a chorar” e referiu que tentou transportá-la para o Hospital mas esta acabou por perder os sentidos e ligou ao Instituto Nacional de Emergência Médica a pedir uma ambulância. O arguido disse ainda que a mulher tinha problemas de consumo excessivo de álcool, negando a existência de violência doméstica. “Ela chamou várias vezes a GNR, mas era por causa do vinho. Ela ficava descontrolada e não sabia o que fazia”, afirmou. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram a 27 de maio de 2022, na residência onde o casal vivia, em Águeda, após uma discussão relacionada com a mudança da sede da empresa para um imóvel que a ofendida tinha herdado, o que não era do seu agrado. A acusação o arguido referia que o arguido pegou em ácido sulfúrico que tinha adquirido para “reanimar” baterias dos camiões e despejou uma parte numa garrafa que já se encontrava aberta e com algum vinho branco já consumido, colocando depois a garrafa no frigorífico. Ao final da tarde, a mulher dirigiu-se ao frigorífico e ingeriu o líquido que se encontrava no interior da garrafa, o que lhe provocou graves queimaduras na língua, faringe, esófago, traqueia, diafragma estômago e intestinos. Quando regressou a casa, o arguido encontrou a mulher “mal disposta” e a vomitar sangue, mas só ao fim de cerca de três horas é que decidiu chamar o 112. A mulher foi transportada para o Hospital de Águeda onde acabou por morrer.
Empresário condenado a sete anos de prisão por importação de 260 quilos de cocaína
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que no essencial resultaram provados todos os factos que vinham imputados ao arguido. O coletivo de juízes deu como provado que o empresário importou milho vindo do Brasil e, no meio do contentor, vinham 260 quilos de cocaína. A juíza realçou ainda a forma como a cocaína estava dissimulada, adiantando que foram necessários três dias para retirar o milho e chegar aos sacos da cocaína. O arguido e a sua sociedade estavam acusados de um crime de tráfico de estupefacientes agravado, mas foram absolvidos deste crime, porque o tribunal não deu como provado qual seria o lucro. “Estamos a falar de milhões de euros em droga, mas não sabemos qual era o lucro que o senhor iria obter com este transporte”, disse a magistrada. Por esse motivo, o tribunal condenou o arguido por um crime de tráfico de estupefacientes, na forma simples, na pena de sete anos de prisão. A sociedade foi condenada pelo mesmo crime a 70 dias de multa, à taxa diária de 300 euros, totalizando 210 mil euros. A juíza referiu ainda que o arguido vai manter-se em prisão domiciliária até esgotar o prazo para recorrer da decisão. O empresário, que se dedica à compra e venda de cereais, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em setembro de 2024, durante a operação “Vira Milho”, que resultou ainda na apreensão de 260 quilos de cocaína num armazém em Oliveira de Azeméis. Na altura da detenção, a Judiciária referiu que a droga apreendida tinha chegado dias antes a Portugal, por via marítima, escondida no interior de um contentor, carregado de milho para moagem, proveniente de um país da América Latina. Segundo a PJ, caso a droga chegasse aos circuitos ilícitos de distribuição, seria suficiente para a composição de, pelo menos, 1,3 milhões de doses individuais.
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‘Aliança Mais Aveiro’ vai apresentar mais três candidatos às Juntas ainda este mês
A ‘Aliança Mais Aveiro’ vai apresentar este domingo, dia 20, a candidata à Junta de Freguesia de Oliveirinha. A apresentação acontece pelas 19h30 nas Piscinas de Oliveirinha. Na mesma semana, nos dias 23 e 24, serão ainda apresentados os candidatos da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz e de Aradas, respetivamente. Os eventos decorrerão pelas 18h e pelas 21h, na Praça Joaquim Melo Freitas (aos Arcos) e na Casa de Música de Aradas, de forma respetiva. Glória Leite e Catarina Barreto são as candidatas a apresentar no caso da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz e de Aradas. Recorde-se que os candidatos às Freguesias pela Aliança Mais Aveiro já são conhecidos desde o início do mês de junho. É expectável que, à semelhança do que aconteceu na apresentação de Rui Cordeiro, sejam apresentadas as restantes pessoas da equipa a integrar as Juntas destas freguesias. Recorde-se ainda que, tal como noticiado anteriormente, esta sexta-feira, dia 18, decorre a apresentação de Pedro Mónica à presidência da Junta de São Bernardo.
Governo avança com projetos para linha de velocidade alta Aveiro - Salamanca
“Em Portugal tardam muito os projetos. Fazem-se muitos estudos. Os estudos foram feitos nas últimas décadas. Temos estudos, vão ser atualizados. Partamos então para projetos para podermos estar na ‘pole position’, para quando existirem verbas necessárias e suficientes em Orçamento do Estado ou da Europa podermos implementar estes projetos como prioritários”, disse Miguel Pinto Luz. O governante falava numa conferência de imprensa para apresentar as conclusões de uma reunião de trabalho sobre o Transporte Ferroviário no Corredor Atlântico, que decorreu esta manhã, em Aveiro. O ministro disse que estes projetos da ligação ferroviária em velocidade alta, entre Aveiro e Salamanca, serão realizados pelo Governo em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, com as Comunidades Intermunicipais e os municípios da região centro, adiantando que o modelo de co-investimento não está fechado. “Tivemos modelos similares noutros processos de desenho de infraestruturas, noutras CIM, noutras CCDR, e portanto o Governo está disponível para, em conjunto com a CCDR, encontrar a melhor forma de cofinanciar […]. Queremos é que fazer os projetos e têm que andar para a frente”, afirmou. Miguel Pinto Luz disse ainda que testemunhou uma enorme coesão nos vários municípios, de todas as cores políticas, de ambos os lados das fronteiras, afirmando que nestes projetos de dimensão estruturante e nacionais é preciso que haja consenso. “Temos autarcas empenhados, temos Governo empenhado, temos empresários empenhados, temos uma CCDR proativa empenhada e, portanto, estão aqui todos os interlocutores para podermos concretizar estes projetos que são absolutamente essenciais”, disse. O governante referiu ainda que a linha da Beira Alta, uma das peças deste corredor que foi alvo de obras de modernização, está em processo de certificação e revelou que a linha deverá estar a funcionar até ao final do ano. “No próximo mês [agosto], comboios da CP andarão em processo de certificação com os maquinistas a operarem a linha em certificação e, portanto, acreditamos que até ao final do ano, prospetivamente outubro, teremos a linha a funcionar e é isso com o qual nos comprometemos”, afirmou. Durante a reunião, foi entregue ao ministro a declaração regional conjunta para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário do Corredor Atlântico Europeu no Troço Ibérico, que foi assinada em abril, na Guarda, por todos os presidentes da Câmara e presidentes das comunidades intermunicipais da região centro. O encontro serviu ainda para reforçar a defesa da construção da ligação ferroviária entre Aveiro, Viseu, Guarda e Salamanca, com prolongamento até Madrid e França, numa perspetiva de integração no Corredor Atlântico Europeu, em velocidade alta (comboios que circulam a uma velocidade até 250 quilómetros por hora). “Como há na nossa operação, na nossa opção, uma dimensão de primazia para a circulação de mercadorias, não faz sentido termos velocidade superior a 250 quilómetros por hora para servirmos com utilidade para a região centro e com utilidade para o país a nossa ligação ferroviária com uma velocidade superior a essa”, explicou o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves.
Aveirenses aplaudem Festival dos Canais, mas pedem mais cultura durante o ano
Pela cidade dão-se os toques finais para a preparação dos 18 espaços que vão acolher até domingo os vários espetáculos que fazem o Festival dos Canais. A iniciativa é vista com bons olhos por alguns aveirenses pela enchente de pessoas, vida e cultura que traz à cidade. Sublinham, no entanto, que a aposta em atividades culturais podia ser desenvolvida de forma mais “dispersa no tempo” e que a atividade tem um foco claro na “atração de turistas”. Apesar dessa perceção, os comerciantes alertam que este ano há menos turistas em comparação com o ano de 2024. Entre os que apelam a um maior equilíbrio entre o turismo e a vida local, e os que reconhecem que o Festival já se firmou como um momento anual de convívio entre amigos e famílias aveirenses, arranca hoje a 10.ª edição do evento. Em declarações à Ria, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, salienta a aposta crescente que tem vindo a ser feita na iniciativa. Com um orçamento que deverá ser “ligeiramente acima dos 850 mil euros”, o autarca destaca que a programação dá vida “aos quatro cantos da cidade”, com “18 palcos em diferentes espaços públicos” e a “apresentação de 157 espetáculos”. Salienta também que pela primeira vez o Festival se estende até à Urbanização do empreendimento “Foz de Prata”, num alargamento que reforça aquela que, para o presidente da Câmara, é a “marca de água” do evento: “Fazemos com que as pessoas, por virem ao festival dos canais, conheçam a cidade”. O autarca atenta ainda na dimensão internacional que o evento tem vindo a ganhar. Este ano, “temos artistas de 14 países (…) que vêm trabalhar connosco”, frisa. Nesta que é a décima edição, o autarca assegura que as expectativas são “muito altas”. Prendem-se com a concretização da “qualidade” desenhada pelo Município para o Festival e com a adesão por parte da população. “Obviamente que tudo o que nós fazemos é para as pessoas e, portanto, o nível elevado de adesão é uma expectativa que temos porque o festival o merece e porque (…) cada vez mais gente ao longo dos anos foi colocando na agenda o Festival dos Canais”, afirma Ribau Esteves. Com a exceção da iniciativa Chefs On Fire, todas as iniciativas que decorrem no Festival dos Canais são de entrada livre. Dino D’Santiago é o responsável pela primeira noite do Festival, com concerto marcado para as 22h00 no Cais da Fonte Nova. A programação completa pode ser consultada no site oficial do Festival.
Mosteiro de Arouca com 600 pessoas a recriar em três dias 70 cenas do tempo das freiras
Um incêndio, vários benzimentos, transferências de poder judicial, reuniões na sala do capítulo, lutas liberais, um parto na rua e o fuzilamento de um frei são alguns dos episódios interpretados por 260 atores e figurantes nessa iniciativa de entrada gratuita, organizada pela Câmara Municipal de Arouca em colaboração com diversas instituições do concelho. “O Mosteiro de Santa Maria de Arouca é um dos nossos ex-líbris e esta recriação histórica é um evento que nos distingue e muito nos orgulha”, declarou a presidente da autarquia, Margarida Belém. A autarca socialista disse que essa avaliação é justificada “não só porque o evento recria momentos da história de Arouca, que está profundamente ligada ao Mosteiro” e à comunidade local, “mas também porque a viagem no tempo até ao período áureo de tão imponente casa monástica é guiada por arouquenses que dão corpo e voz a personagens que, à época, foram figuras de destaque na vila”. Abordando o período dos séculos XVIII e XIX em que o mosteiro era habitado por monjas da Ordem de Cister, o evento integra 30 cenários diferentes, pelos quais se distribuirão ainda episódios como a eleição da abadessa, as cerimónias de acolhimento de uma noviça, a tonsura em que as jovens religiosas renunciam às vaidades, lutas por água de regadio e o abandono de uma criança na chamada “Roda”. Decorrendo das 20:30 às 24:00 na sexta-feira, das 20:00 às 24:00 no sábado e das 10:00 às 20:00 no domingo, o programa inclui ainda encenações sobre a confeção de curas e remédios na botica das monjas, o fabrico de poções de curandeiras, a visita de familiares aos presos do mosteiro, um casamento ao estilo da época, os preparativos de uma ceia, as manipulações de um vendedor de banha da cobra, um assalto no mercado, rituais fúnebres de um família nobre, um torneio poético e um despique de bandas – sempre em paralelo ao funcionamento de várias tabernas. Margarida Belém apontou igualmente como um dos episódios mais apreciados pelo público a simulação do grande incêndio que lavrou no mosteiro em 1725. “É a cena de maior destaque desta edição e vai ser recriada no sábado, quando se passam 300 anos sobre o incêndio”, realça. Erigido no século XVII sobre edificado já existente, o Mosteiro de Santa Maria de Arouca está classificado como Monumento Nacional desde 1910 e foi habitado por freiras até 1886. Atualmente acolhe diferentes estruturas, como o Museu de Arte Sacra de Arouca, a Biblioteca Memorial D. Domingos de Pinho Brandão e também um hotel, em concreto uma unidade de cinco estrelas ao abrigo do programa Revive, com que entidades privadas recuperam património do Estado para efeitos de valorização turística.