RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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AAUAv terminou 2024 com saldo negativo superior a 250 mil euros

Foi aprovado na passada segunda-feira, dia 31, o Relatório de Atividades e Contas (RAC) da Associação Académica da Universidade de Aveiro. O documento obteve o parecer positivo do Conselho Fiscal e de Jurisdição e foi aprovado por unanimidade em Assembleia Geral de Alunos (AGA), com 34 votos a favor.

AAUAv terminou 2024 com saldo negativo superior a 250 mil euros
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
02 abr 2025, 15:04

Foi apresentado e aprovado no dia 31 de março o RAC final relativo ao ano de 2024. O balanço confirma que a AAUAv termina 2024 com saldo negativo, tal como previsto em janeiro, mas o valor encontra-se acima do inicialmente esperado. Em janeiro, o RAC preliminar apontava para um saldo negativo na ordem dos 80 mil euros, mas o documento final ontem apresentado aponta para um valor superior aos 250 mil. De notar que o ano de 2023 terminou com um saldo negativo superior a 40 mil euros.

Wilson Carmo, antigo presidente da direção da AAUAv, deu nota que o “resultado financeiro” não o deixa “orgulhoso”, mas considera que em três anos, deixou “a AAUAv num dos seus auges de desporto, de cultura, de política e de sociedade”. Sublinhou, no entanto, que o valor é relativo a toda a estrutura da AAUAv e que neste valor entra uma parcela de 58 mil euros relativa à desvalorização dos “equipamentos comprados”, ou seja, amortizações. “Os equipamentos comprados (…) todos os anos, e mesmo depois de pagos, desvalorizam; (…) todos os anos, essa desvalorização, por mais que o dinheiro não saia da conta, vai acabando por ter uma amortização no valor negativo”, reparou Wilson Carmo.

Retirando esse valor, o valor passa para a casa dos 190 mil euros. Wilson repara que os serviços constituem a maior fatia deste bolo, representando “cerca de 100 mil euros”. Apesar de realçar a importância dos serviços existentes de forma a colmatar as necessidades identificadas dos estudantes, aponta que o objetivo era também trazer receita para a instituição, “juntando o melhor dos dois mundos, que é dar resposta a uma deficiência que a academia tinha e de certa forma trazer alguma receita”, frisou o antigo dirigente.

O antigo presidente da direção da AAUAv aponta o Café da Universidade de Aveiro (CUA), desde final de 2023 com gestão da AAUAv, como o serviço da associação que mais contribui negativamente para o resultado final, apontando que se verificou, além do aumento dos custos com mercadoria, uma duplicação dos custos com salários. Rui Oliveira, estudante da licenciatura em Marketing, afirmou que “a Associação Académica (…) deve existir para prestar o serviço aos estudantes”, contudo, entende ser necessário “tentar repensar e perceber” as variações sentidas, exemplificando com a venda de merchandising que em 2023 registou vendas na ordem dos 40 mil euros, caindo em 2024 para os 16 mil.

Em relação ao CUA o estudante de Marketing considerou que “a situação é preocupante”. “O CUA é uma mina de dinheiro. O CUA custa muito dinheiro, mas dá muito dinheiro. Contudo, quem tem de estar em cima daquilo não é um tesoureiro adjunto”, entende Rui Oliveira que defendeu ser “preciso ter pessoas responsáveis”. “Se isto continua assim, o CUA vai arrastar a Associação Académica para um sítio muito mau”, finaliza.

Em resposta, Wilson reparou que a abertura do CUA contou com apoio por parte de um profissional da área da hotelaria, que aconselhou a associação na gestão do estabelecimento. “Esta pessoa no início do ano montou um estudo e nós confiamos (…) que sabia aconselhar e gerir; (…) a meio do ano o que nos dizem é que não está a dar lucro, mas também não está a dar prejuízo, (…) no final do ano, quando nós nos apercebemos que as coisas não são bem assim, esta pessoa foi contactada para ir embora”, contou.

Wilson Carmo apontou ainda que, além dos serviços criados “houve uma atividade para nós muito importante que foi a realização das Fases Finais do Desporto Universitário aqui em Aveiro”. “Umas Fases Finais que são um prejuízo claro, muito significativo, mas que nós não encaramos como prejuízo, encaramos como um investimento”, frisou o antigo estudante que vê com felicidade a vontade de trazer os Jogos Europeus Universitários 2032 a Aveiro.

A Assembleia ficou ainda marcada pela crítica, por parte dos estudantes, à falta de comunicação relativamente à AGA realizada e pelo facto do site da associação estar fora de serviço, fazendo com que os estatutos e outros documentos não estejam à disposição dos estudantes. Em resposta, Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv, deu nota de que iria colocar os estatutos disponíveis aos estudantes, enquanto o site está em baixo, numa rede social da associação. Relativamente à falta de comunicação da AGA, a direção garante que os estudantes foram informados por e-mail.

Recomendações

UA e AAUAv reúnem Semana da Empregabilidade e Feira de Emprego U5.0 em iniciativa conjunta
Universidade

UA e AAUAv reúnem Semana da Empregabilidade e Feira de Emprego U5.0 em iniciativa conjunta

Nas palavras dos responsáveis, o evento tem como objetivo “promover a inovação, a empregabilidade e o empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única que reflete a diversidade das áreas científicas da UA”. Ao longo da semana, esta “experiência integrada” deve juntar estudantes, alumin, empresas, empreendedores e entidades parceiras num “ambiente de colaboração e oportunidades de networking”. A 7ª edição da Semana do Empreendedorismo e Empregabilidade é o evento que começa mais cedo, no dia 17, segunda-feira. Aí, a Universidade pretende “estimular a cultura empreendedora dos membros da academia e da região” e junta especialistas de diferentes áreas, tais como inteligência artificial, intraempreendedrismo ou a comunicação. Na Feira de Emprego Universidade 5.0, que começa dia 18, terça-feira, estudantes e alumni vão poder participar em entrevistas de emprego com as empresas presentes, sendo que as inscrições para essas entrevistas devem ser feitas até ao dia de hoje, 29 de outubro. Para os interessados procederem à inscrição devem atualizar o seu CV e preencher a ficha de inscrição disponível no site da feira. As empresas vão ter acesso antecipado aos currículos dos inscritos e, após análise, devem entrar em contacto direto com os perfis de interesse para agendar as entrevistas. Entretanto, cada núcleo académico da UA “está a contribuir com uma lista de empresas relevantes das suas áreas, garantindo um evento mais representativo e abrangente”. Durante a feira, a visita aos stands das empresas vai ser livre e aberta a toda a comunidade académica da UA, sem necessidade de inscrição prévia.

‘Noite das bruxas’ traz ao GrETUA “Coletivo Raso, TRASGO e Marafada” esta sexta-feira
Universidade

‘Noite das bruxas’ traz ao GrETUA “Coletivo Raso, TRASGO e Marafada” esta sexta-feira

Numa nota de imprensa enviada à Ria, o GrETUA descreve esta noite como “gato-sapato” onde adianta que será dedicada à “relação com o oculto, com as sombras, com a superstição e o temor pelo insondável”. O primeiro a abrir caminho será o “Coletivo Raso”, um coletivo artístico que se situa entre as linguagens da poesia, da música eletrónica e da própria teatralidade. Das suas “paisagens”, o GrETUA destaca a “componente narrativa capaz de elevar e conduzir quem os escuta rumo a um trilho das incertezas”. De seguida, seguem-se os “TRASGO”. Diretamente do Porto e “apostados no peso do noise-rock”, segundo a nota, pretendem construir "um novo distorcido mundo onde cimentam que a linha do Douro vai do Porto a Trás-Os-Montes”. Por fim, “Marafada” proporcionará um “percurso musical sem geografia fixa”. Na nota, o GrETUA destaca a sua “participação ativa nos bastidores da Rádio Universidade de Coimbra (RUC)”, destacando, entre os exemplos, o programa “Gondwana” que explora a música étnica. A noite “gato-sapato” tem o custo, com reserva, de seis euros para estudante e de oito euros para não estudante. À porta, o custo aumenta um euro em ambos os casos. As reservas podem ser feitas aqui

Exposição de Ricardo Escarduça e Alexandre Baptista encerra o ciclo “O Desenho como Pensamento”
Universidade

Exposição de Ricardo Escarduça e Alexandre Baptista encerra o ciclo “O Desenho como Pensamento”

“Um Traço e outras linhas. O desenho é sempre outra coisa” trata-se da última exposição coletiva integrada na terceira edição do ciclo “O Desenho como Pensamento”. Uma iniciativa, copromovida pelo Município de Águeda e pela Universidade de Aveiro (UA), que agrega exposições e conversas. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, nesta mostra estarão patentes trabalhos da autoria de “Armanda Duarte, Bárbara Bulhão, Carlos Nogueira, Catarina Mil-Homens, Gonçalo Sena, João Louro, Jorge Abade, Jorge Martins, Nuno Sousa Vieira e Pedro A. H. Paixão”. A exposição estará disponível até ao dia “17 de janeiro de 2026” na Casa da Cultura de Ílhavo. Além desta mostra e, integradas no ciclo “O Desenho como Pensamento”, estão ainda patentes em Águeda até, esta sexta-feira, três exposições individuais: a instalação “Fuga do Tempo”, de Martim Brion, na casa-projeto no Campus da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), que se centra na distribuição espacial da obra e na sua dimensão temporal; a exposição “Como cantar o silêncio dos pássaros”, na Biblioteca Municipal Manuel Alegre, onde o seu autor, Paulo Lisboa, apresenta, através de pequenos e grandes formatos, trabalhos onde o desenho, a fotografia e a projeção se entrecruzam e a mostra “Meio coiso”, no Centro de Artes de Águeda, da autoria de José Loureiro onde o artista plástico apresenta dois tipos de trabalho que o próprio designou de “olhos” e “ácaros”. No dia 31 de outubro termina também a exposição coletiva “O corpo no desenho das identidades: reflexões a partir da coleção Figueiredo Ribeiro”, que está a decorrer em diferentes espaços da UA- edifício central da Reitoria e na sala Hélène de Beauvoir na Biblioteca- e na cidade na Casa Dr. Lourenço Peixinho. A mostra conta com a curadoria de Helena Mendes Pereira e é constituída por trabalhos de 21 artistas, entre eles, Cecília Costa e Pedro Paixão. Na nota enviada à Ria, a UA refere ainda que a terceira edição do ciclo “O Desenho como Pensamento”, da iniciativa e responsabilidade criativa de Alexandre Baptista, contou com o “maior envolvimento de sempre da Universidade e, por essa via, trouxe a Aveiro e a Águeda um grande número de iniciativas”. No total, a atividade envolveu “30 artistas, dois curadores e um colecionador, em quatro mostras na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e três exposições alargadas que levaram a arte contemporânea a dois espaços no campus universitário de Santiago e à casa Lourenço Peixinho”. Em diferentes espaços da Universidade de Aveiro aconteceram ainda “três conversas” que reuniram “dez especialistas” que refletiram sobre diferentes temas associados ao desenho. Como programa paralelo decorreram ainda “duas performances”. A exposição coletiva “O corpo no desenho de identidades: reflexões a partir da Coleção Figueiredo Ribeiro” e a conversa “O corpo como território: feminismos e identidades na Coleção Figueiredo Ribeiro” encontram-se ainda disponíveis online para visualização. A visita guiada à mostra pode ser consultada aqui e a conversa aqui.

“Cerca de 20” estudantes de Aveiro juntaram-se a mobilização nacional contra aumento das propinas
Universidade

“Cerca de 20” estudantes de Aveiro juntaram-se a mobilização nacional contra aumento das propinas

Na mobilização dos estudantes que, em Lisboa, seguem desde o Rossio até à Assembleia da República, o foco está na luta contra o aumento das propinas já anunciado pelo governo. Recorde-se que, no início do passado mês de setembro, Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, anunciou o aumento das propinas do 1º ciclo de estudos em 13 euros e o descongelamento das propinas do 2º ciclo – ideias que vêm agora inscritas na proposta de Orçamento de Estado para 2026. Entre as palavras de ordem, ouvia-se “A propina dói” ou “Propinas e Bolonha, é tudo uma vergonha”. À Ria, Joana Regadas, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), que esteve na manifestação como parte do Conselho das Associações Académicas Portuguesas (CAAP), conta que a chuva não ajudou à mobilização, embora a massa de estudantes presentes ainda fosse considerável. De Aveiro partiram “cerca de 20” estudantes, menos do que aqueles que, segundo diz, fizeram o mesmo trajeto no Dia Nacional do Estudante. Nas palavras da dirigente, que recorda que a taxa não representa a “maior fatia” do bolo orçamental que impede os estudantes de aceder ao ensino superior, "não se pode descurar a importância” que teria uma redução do valor a propina, conforme é defendido pelo CAAP. Como já tinha afirmado quando questionada sobre o valor da dívida dos estudantes à Universidade de Aveiro (UA) em propinas, Joana Regadas salientou que não é só o aumento do valor da taxa que preocupa os estudantes. O objetivo do CAAP, segundo afirma, é combater as várias desigualdades que se sentem no ensino superior português e que não são iguais em todo o país. De acordo com notícia publicada ontem pelo jornal Público, estava assegurada a participação das associações representativas dos estudantes de Trás-os-Montes e Alto Douro, Coimbra, Minho, Açores, Madeira, Aveiro, Algarve e Évora, bem como a Federação Académica de Lisboa. Por seu lado, a Federação Académica do Porto disse não participar na ação. Ao Público, o presidente Francisco Porto Fernandes garantiu que “é contra o aumento da propina”, mas diz não se rever na reivindicação da gratuitidade do ensino superior: “Não faz sentido estar a isentar de propinas quem as pode pagar, devemos sim investir no alojamento estudantil”.

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Senhorio iliba companheira por mortes em quarto alugado em Aveiro
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Senhorio iliba companheira por mortes em quarto alugado em Aveiro

“Sou eu que giro a casa. Ela está aqui, mas não tem qualquer conhecimento dos factos”, disse o arguido, na primeira sessão da repetição do julgamento, que começou hoje no Tribunal de Aveiro. O homem de 64 anos e a mulher de 55 anos estão acusados de dois crimes de homicídio por negligência e um crime de ofensas à integridade física, também por negligência, cada um, por factos ocorridos entre janeiro e fevereiro de 2019. No arranque da repetição do julgamento, decretada pelo Tribunal da Relação, o arguido começou por lamentar o sucedido com as vítimas e afirmou estar convencido que o esquentador, que se encontrava no quarto alugado onde ocorreram os factos, estava bem instalado. “Quando contratei as pessoas para fazer a instalação confiei plenamente no trabalho deles, porque me certificaram que estava em ordem. A partir desse momento, fiquei descansado”, disse, sem conseguir identificar quem é que fez a instalação do equipamento. O arguido alegou ainda que o quarto foi habitado por várias pessoas, incluindo os próprios arguidos, e não aconteceu nada, lamentando que após a primeira morte não tenham sido alertados para o problema com o esquentador. “Se tivéssemos sido informados, nada disso teria acontecido (...). Só soubemos da causa da morte quando a Polícia Judiciária nos chamou e nos constituiu como arguidos”, afirmou. O arguido disse ainda que, na altura, relacionou as duas mortes com o uso de drogas, num caso, e a falta de alimentação e uso de medicação para emagrecer, num outro. Em setembro de 2024, os arguidos foram condenados, no Tribunal de Aveiro, a uma pena única de dois anos de prisão, com pena suspensa, em cúmulo jurídico. A suspensão da pena ficou sujeita à condição de os arguidos comprovarem, no prazo de dois meses, que o imóvel tem certificação quanto à instalação do gás. Além da pena de prisão, os arguidos foram ainda condenados a pagar uma indemnização superior a 185 mil euros às famílias das vítimas, acrescidas das despesas hospitalares. Os casos ocorreram entre janeiro e fevereiro de 2019, numa casa situada em Aveiro, onde já tinha funcionado um lar ilegal. Em menos de um mês, morreram duas pessoas e uma terceira sofreu danos físicos irreversíveis, após a inalação de monóxido de carbono, devido a um esquentador mal instalado. O tribunal teve em conta um exame pericial que demonstrou que o esquentador "não reunia as condições necessárias de segurança e ventilação", estando a abertura para o exterior obstruída por uma grelha, o que era do conhecimento dos arguidos. A instalação do esquentador, no entender do tribunal, foi feita de forma “absolutamente anómala e insensata”, sem qualquer certificação, tanto mais que a pessoa encarregada pela instalação tinha a profissão de coveiro. A juíza assinalou ainda que a falta de condições estava de resto retratada no relatório da Segurança Social que fundamentou o encerramento urgente do lar que funcionou no mesmo espaço antes deste caso.

Mercado de Santiago vive a “festa das flores” com a proximidade do Dia de Todos os Santos
Cidade

Mercado de Santiago vive a “festa das flores” com a proximidade do Dia de Todos os Santos

Susana optou por vir esta manhã para evitar o mau tempo previsto para esta sexta-feira. Fazia-se acompanhar do seu neto e de uma amiga. “Isto tem de ser feito… Não tem de se estar a guardar para o dia”, atirou com um riso. Numa das mãos segurava já um arranjo pronto e, na outra, um “molho” de flores com que pretendia preparar mais alguns. Estava, naquele momento, a escolher as esponjas para colocar os crisântemos que havia comprado. “As velas também já as arranjei”, disse. Apesar de fazer questão de manter “viva” a tradição, Susana não deixou de apontar à Ria a diferença de preços que notou em relação aos anos anteriores. “É muito dinheiro”, reconhece. “Pegam-se ao dia que é (…) e aproveitam-se”, acrescenta a amiga. Também Lídia aproveitou esta quinta-feira para passar pelo Mercado de Santiago para garantir que arranjaria “muita variedade de flores”. Encontrava-se junto a uma banca à procura de uns “crisântemos miudinhos ou de umas rosinhas” para misturar com os “verdes” que tem já em casa. Consigo tinha também já um ramo, praticamente da sua altura, de gladíolos. “Gosto destas flores e fazem um arranjo muito bonito”, comentou com um sorriso. Tal como Susana, também esta aveirense notou que os preços das flores estavam “ligeiramente” mais altos face ao ano anterior. Ainda assim, não deixou de vir. O objetivo, partilha, é conseguir preparar o arranjo “amanhã de manhã para colocá-lo no cemitério na sexta-feira à tarde”. Para os comerciantes do Mercado de Santiago esta azáfama pela procura de flores já não é uma novidade. Lurdes Campos, de 80 anos, já está há “muitos anos nesta vida”. Tantos que já nem nos consegue pormenorizar. Hoje, tinha só na sua ‘mini’ banca improvisada “crisântemos de várias qualidades e cores” e umas “estrelícias”. “Ao sábado, normalmente, tenho todos os produtos que eu produzo, ao nível das hortícolas, como feijão verde, couves, tomates, etc. Hoje é o dia das flores”, assinalou. Sobre os preços, Lurdes optou por os manter inalterados para garantir a fidelização dos seus clientes. Mesmo com a moldura humana que ali se verificava, a expectativa é que sexta-feira ainda venha mais gente. “Houve muitos que vieram hoje porque têm medo que chova amanhã e já vão governados, outros porque preferem levar hoje e amanhã já fazem os seus arranjos”, observa Lurdes. No caso da ‘banca da Dulce’, que já ali está há dois anos, optou por vender também arranjos de flores prontos. “É agarrar e levar”, resumia-nos com um sorriso rasgado. A maioria dos que ali ainda estavam tinham, inclusive, um papel laranja onde se lia: “vendidos”. “É a festa das flores hoje e amanhã. (…) Alguns até já trazem as flores para eu fazer [os arranjos]”, partilha. Sem nos conseguir contabilizar quantas flores ali tinha, Dulce garante que o dia de hoje e o de amanhã vão ser longos. “Nestes dias ficamos até tarde para tentarmos vender mais”, assegurou. Apesar de concordar que para uma quinta-feira já se fazia sentir bastante movimento, Lurdes não deixou de assinalar que a “gente ainda precisava de mais clientes”. Com as obras, em curso, no Mercado de Santiago, reconhece, que há muitas pessoas que optam já por ali não vir por não terem onde estacionar. “As pessoas não querem caminhar, deixam o carro longe, depois o transporte para levar para o carro… Afeta muito”, reconhece. Ainda assim, a expectativa é que até amanhã este movimento aumente “mais”.

Presidente da República marcou as eleições presidenciais para 18 de janeiro
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Presidente da República marcou as eleições presidenciais para 18 de janeiro

"Nos termos previstos na Constituição e na Lei Eleitoral, o Presidente da República assinou o Decreto que fixa as eleições presidenciais para domingo 18 de janeiro de 2026, o qual seguiu para publicação no Diário da República", lê-se numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet. O chefe de Estado tinha confirmado a meio de setembro estar inclinado a marcar as eleições presidenciais para esta data, referindo querer evitar que o prazo limite para entrega de candidaturas coincidisse com o Natal e que uma eventual segunda volta calhasse no domingo de Carnaval. Com as presidenciais marcadas para 18 de janeiro, uma eventual segunda volta, que por lei acontece três semanas depois, calhará em 08 de fevereiro. Se as eleições fossem em 25 de janeiro, data que chegou a ser indicada, no início deste ano, por Marcelo Rebelo de Sousa, a segunda volta calharia em 15 de fevereiro, que em 2026 será domingo de Carnaval. A Lei Eleitoral do Presidente da República estabelece que o chefe de Estado "marcará a data do primeiro sufrágio para a eleição para a Presidência da República com a antecedência mínima de 60 dias". Um eventual segundo sufrágio, se nenhum dos candidatos obtiver "mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco", acontecerá "no vigésimo primeiro dia posterior ao primeiro" entre os dois candidatos mais votados. As candidaturas podem ser apresentadas até "trinta dias antes da data prevista para a eleição" por "cidadãos eleitores portugueses de origem, maiores de 35 anos", propostas por "um mínimo de 7.500 e um máximo de 15.000 cidadãos eleitores". A lei impõe que tanto o primeiro como o eventual segundo sufrágio se realizem "nos 60 dias anteriores ao termo do mandato do Presidente da República cessante", período que começará em 08 de janeiro de 2026, sendo a data de fim do mandato 09 de março. Todas as anteriores eleições presidenciais em democracia se realizaram em janeiro, excetuando as duas primeiras após o 25 de Abril de 1974, para as quais a Constituição de 1976 estabelecia prazos especiais, associadas ao início e termo da primeira legislatura. As primeiras eleições foram em 27 de junho de 1976 e as segundas em 07 de dezembro de 1980. As terceiras realizaram-se em 26 de janeiro de 1986, e foram as únicas até agora com uma segunda volta, que aconteceu em 16 de fevereiro de 1986. As seguintes foram em 13 de janeiro de 1991, 14 de janeiro de 1996, 14 de janeiro de 2001, 22 de janeiro de 2006, 23 de janeiro de 2011, 24 de janeiro de 2016 e 24 de janeiro de 2021.

Agora Aveiro promove projeto educativo “Monos & Companhia” esta sexta-feira
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Agora Aveiro promove projeto educativo “Monos & Companhia” esta sexta-feira

A partir das 16h30, o Largo Dr. Jaime Magalhães Lima estará transformado num “cenário assombroso”, onde cada personagem pretende lembrar a “população dos perigos que o seu descarte incorreto traz para o ambiente, ecossistemas e saúde pública”. Será ainda criada uma instalação interativa que convidará os “mais pequenos a encontrar doces escondidos”. De forma a promover a interação com a comunidade e a evitar o descarte indevido de “monos”, também esta sexta-feira, entre as 15h30 e as 16h30, a população poderá entregar no local “eletrodomésticos, pequenos móveis e outros monos”. “Os objetos recolhidos farão temporariamente parte da instalação artística sendo depois entregues à Veolia Portugal, que se responsabilizará pelo seu correto descarte”, explica a nota de imprensa. Segundo a Agora Aveiro, no ano de 2024, no concelho, foram produzidas “cerca de 240 toneladas” de monos e monstros, sendo que “25% da população ainda não sabe como deve descartá-los”. A associação recorda ainda que, atualmente, o Município de Aveiro, com o apoio da Veolia Portugal, disponibiliza um serviço de recolha e reciclagem destes resíduos através de contacto telefónico: 234 127 942. Estes equipamentos também podem ser entregues gratuitamente no EcoCentro Municipal, de terça a sábado, entre as 09h00 e as 12h30, e entre as 14h00 e as 18h30. O “Monos & Companhia” faz parte do projeto “Aveiro mais Verde” da Agora Aveiro. É coorganizado pela Veolia Portugal e conta com a IPSS Florinhas do Vouga e o Centro de Infância Arte e Qualidade como parceiros. Tem ainda o apoio do Município de Aveiro e do IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude I.P.