Assembleia Geral de Alunos aprova Relatório de Atividades e Contas (RAC) preliminar da AAUAv
O Relatório Atividade e Contas (RAC) preliminar do ano civil 2024 foi aprovado durante a tarde de segunda-feira, dia 20 de janeiro, em Assembleia Geral de Alunos (AGA). A reunião realizou-se na Sala Palco da Casa do Estudante e determinou ainda a aprovação da criação do Nexus, a nova secção autónoma da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv).
Ana Patrícia Novo
JornalistaO RAC foi aprovado em AGA com 26 votos a favor e uma abstenção. Não foram registados votos contra e o Conselho Fiscal e de Jurisdição (CFJ) deu parecer positivo ao documento, tendo recomendado a sua aprovação. Segundo o documento votado, o ano terminou com um saldo negativo superior a 80 mil euros para a AAUAv.
O documento mostra que em 2024 a estrutura estudantil registou rendimentos no valor de 2.422.654€ e despesas no valor de 2.445.569€. A este valor da despesa somam-se ainda 58 mil euros relativos a gastos/reversões de depreciação e de amortização, cerca de 1500 euros relativos a juros e 111 euros de impostos. A diferença dos rendimentos e dos gastos resulta num saldo negativo de 82.619€.
Em declarações à Ria, Wilson Carmo, presidente da AAUAv refere ser importante “esclarecer que o valor apresentado não é o final”. O RAC, aprovado em AGA na passada segunda-feira, é um documento preliminar sendo que a versão final será apresentada até fim de março, altura em que o presidente garante que “já vamos ter tudo discriminado”.
Ainda assim, Wilson Carmo adianta que o saldo negativo se justifica pelos investimentos feitos durante o ano de 2024. “Eu posso dizer neste momento (…) que o exercício da direção da AAUAv foi positivo, porém, juntando a estrutura toda da Associação Académica - entre núcleos e serviços - acabou por dar um saldo também negativo”, referiu Wilson Carmo. “Este valor justifica-se não só pelos investimentos da direção, mas muito também por aquilo que é o exercício dos próprios núcleos e o exercício dos nossos serviços”, apontou.
A realização das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU) e o investimento na Rádio Universitária de Aveiro (Ria) foram alguns dos exemplos apontados pelo presidente da AAUAv como justificação deste saldo. Wilson Carmo deu ainda nota de que o primeiro ano de gestão do CUA - Café da Universidade de Aveiro terminou com saldo negativo. “Foi o primeiro ano de gestão, a faturação que tivemos e o número de funcionários que tivemos não foi um bom equilíbrio”, justificou o dirigente da AAUAv.
AGA contou com a aprovação da criação de uma nova secção autónoma
A Nexus é a nova secção autónoma da AAUAv. O projeto foi apresentado em AGA por Maria Rodrigues, diretora de operações do Nexus. A estudante referiu que o projeto Nexus “surge como uma união entre dois projetos que já existiam no Departamento de Engenharia Mecânica” e que conta atualmente com 100 pessoas. “Apesar de sermos um projeto do Núcleo de Engenharia Mecânica já somos um grupo com uma dimensão bastante significativa”, referiu Maria Rodrigues.
A dimensão do projeto bem como o seu impacto, a participação dos estudantes e a existência de orçamento próprio - proveniente de patrocínios e donativos – foram as justificações dadas para a “necessidade da criação de uma secção”. A AGA aprovou e votou favoravelmente a criação dos estatutos da secção.
“Sem os alunos a AGA é um órgão morto”
Gonçalo Marques, presidente da Mesa da Assembleia Geral de Alunos (MAG) aproveitou o momento final da AGA para tecer considerações sobre um mandato que realça ter sido “bastante positivo” e alertou para a necessidade da revisão dos regulamentos. Salientou ainda a aproximação do órgão aos estudantes, em especial aos núcleos da AAUAv, e sublinhou que “a mesa voltou a ter um papel de destaque” naquilo que é o movimento associativo da Universidade de Aveiro.
Considerou, no entanto, a impossibilidade de ter trazido a revisão dos regulamentos à última AGA do seu mandato como um ponto “amargo de boca”. “São muitos pontos que têm de ser aprofundados, bem discutidos, não só internamente em Mesa, nem só com a estrutura AAUAv, mas também com os estudantes e certamente será algo que no próximo mandato será feito”, reforçou Gonçalo Marques.
O presidente da MAG salientou ainda a importância da participação por parte dos alunos nas Assembleias. “As AGA’s só são ricas com a vossa presença, sem os alunos a AGA é um órgão morto (…) e, portanto, é um orgulho imenso ver as assembleias com mais participação, mais compostas, e espero que isto continue para mandatos futuros”, notou Gonçalo Marques.
Recomendações
Ciclaveiro sugere uso da bicicleta e dos autocarros com fecho do estacionamento do autocarro bar
Desde o dia 13 de janeiro que o estacionamento do autocarro bar está encerrado ao público para dar lugar à construção da nova residência privada para estudantes. De forma a aliviar a “pressão acrescida” da circulação automóvel no campus, face ao encerramento do estacionamento do autocarro bar, os SCIRP informaram a comunidade académica, por email, que desde o dia 13 de janeiro “todos os parques de estacionamento do Campus de Santiago (Parques 1 a 14) estão em pleno funcionamento, com as respetivas cancelas operacionais”. Para os que não possuem estacionamento atribuído, os SCIRP relembraram ainda a “utilização do parque da Agra do Crasto, junto à Escola Superior de Saúde e à Casa do Estudante como uma alternativa viável e conveniente”. Neste seguimento, a Ciclaveiro [associação aveirense que tem como objetivo promover a utilização da bicicleta como meio de deslocação] remeteu, na passada quinta-feira, 23 de janeiro, uma nota de imprensa aos órgãos de comunicação a informar que enviou para os SCIRP e para a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) um conjunto de outras sugestões para fazer face aos constrangimentos com o encerramento do estacionamento. “É um conjunto de constrangimentos porque as pessoas não têm ou não procuram outras alternativas. Na verdade, nós temos uma cidade organizada em função do carro e quando falha um estacionamento desta dimensão é óbvio que é o caos o que não tinha de ser. Se as pessoas se distribuíssem pelos vários modos de mobilidade e de deslocação, provavelmente, não havia este caos montado. O problema é que as pessoas todas estão dependentes do carro e não procuram outra alternativa e nós quisemos mostrar que há outras alternativas”, justificou à Ria Maria Miguel Galhardo, presidente da Ciclaveiro. Entre essas alternativas ao carro estão os transportes públicos disponíveis na zona do campus da UA “algo excecional”, segundo a Ciclaveiro, no Município. “Particularmente, o operador municipal AveiroBus tem diversas linhas (1, 2, 3, 4, 5, 6, 11, Centro-Verde e Centro-Azul) com paragens no Hospital, Conservatório, Avenida da Universidade e no Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCA). Ademais, o operador intermunicipal Busway opera também várias linhas nessas mesmas paragens”, afirmou. Ainda na nota de imprensa, a associação relembrou que o Município tem “condições particularmente favoráveis” para a adoção da mobilidade ativa, nomeadamente, em bicicleta. “O campus da Universidade [não é] uma exceção a estas condições. Não é de somenos referir a utilização da Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro (BUGA), que tem uma doca dentro do campus, e das bicicletas do projeto UAUBike da própria universidade e que poderiam ser mais ativamente promovidas e dinamizadas”, considerou. A Ciclaveiro recordou ainda a “gratuitidade dos passes sub-23 para estudantes do ensino superior até aos 23 anos e os preços reduzidos dos passes gerais atualmente apenas 15 euros de passe mensal AveiroBus”. “(…) Se temos outros modos de deslocação disponíveis porque não usá-los? É isso que nós queremos apelar e queríamos que a UA e a AAUAv se juntassem a este apelo. Acho que era bom para todos até porque o próprio campus não fica tão sobrecarregado de carros”, realçou Maria Miguel Galhardo. Num outro email enviado à Câmara Municipal de Aveiro, a Ciclaveiro expôs também algumas preocupações relativas à fase de conclusão de duas obras municipais e as condições para os modos ativos de mobilidade nas suas imediações. Uma dessas obras é referente à requalificação do adro da Sé de Aveiro em que, segundo a Ciclaveiro, a empreitada apagou, “das vias adjacentes, a faixa para bicicletas, que anteriormente se estendia desde o início da Avenida dos Congressos da Oposição Democrática (junto da rotunda situada em frente ao Pingo Doce) até ao entroncamento semaforizado junto ao Parque Infante D. Pedro”. “Precisamente no local onde a referida faixa para bicicletas poderia ter sido ligada com a ciclovia segregada que foi implementada na recém-requalificada Avenida 25 de Abril, muito estranhamos a decisão de não repor a faixa destinada à utilização da bicicleta e reforçada a sua sinalização vertical, situação já anteriormente sinalizada pela Ciclaveiro em comunicação datada de março de 2024”, lê-se na nota. “Além disso, esta faixa para bicicletas é utilizada todas as semanas por crianças que se deslocam em bicicleta para a escola, no âmbito do programa de mobilidade escolar ativa que a Ciclaveiro está a promover nas quatro escolas de ensino pré-escolar e 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Aveiro (PéPedal)”, continua. Face aos trabalhos da obra do Centro Escolar das Barrocas, a Ciclaveiro apelou ainda ao Município para que “tome esta oportunidade para também dignificar e requalificar a frente escolar particularmente, tomando medidas dissuasoras da circulação, paragem e estacionamento automóvel em frente ao portão de entrada da escola, induzindo as famílias a caminhar com as crianças até à entrada da escola, conseguindo-se o descongestionamento da frente escolar, tornando-a mais segura para as crianças e, simultaneamente, promovendo a sua autonomia, saúde e bem-estar”.
UA: Espaço Campi Marmita encerrado até esta sexta-feira
Segundo os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) a reabertura do espaço, na nova configuração, deverá acontecer na “próxima segunda-feira, 3 de fevereiro”. Em alternativa, os SASUA sugerem a utilização do espaço Campi Marmita do Instituto de Engenharia Electrónica e Informática de Aveiro (IEETA).
Joana Regadas: “Comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv (…) de todos os estudantes”
Na cerimónia que decorreu no Auditório Renato Araújo da Universidade de Aveiro (UA), Joana Regadas começou por recordar, ao longo do seu discurso, a abstenção de “83%” que marcou as eleições do passado dia 17 de dezembro de 2024 para os órgãos sociais da AAUAv, salientando que “quase 15 mil estudantes deixaram que os restantes três mil escrevessem por eles as primeiras palavras da próxima história”. “A AAUAv é um projeto de 18 mil estudantes e só com a envolvência de cada um é que o projeto pode crescer, por isso comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv mais próxima, sem hipérboles ou metáforas complicadas de descortinar, por uma AAUAv de todos os estudantes”, garantiu. A nova presidente da AAUAv aproveitou ainda para reafirmar perante o “auditório cheio” que o projeto que encabeça [que tem como lema “Unidos pela Voz”] “procura e pede mais” pelos estudantes, pela estrutura, pelo país, pela universidade e pelo ensino superior. “Foi construído através de muitos momentos de introspeção de uma estrutura inteira, que analisaram o passado e o presente com o intuito de marcar diferença no futuro”, recordou. Entre as metas do projeto está, segundo Joana, a AAUAv assumir-se como uma “voz ativa no Ensino Superior”. “Queremos marcar as datas importantes, esclarecer os estudantes, (…) incentivar a pluralidade de ideias e desenvolver o pensamento crítico, (…) falar sobre os direitos humanos, a igualdade de género, a juventude, as alterações climáticas, a pobreza e a saúde (…) Queremos continuar a oferecer a melhor e maior feira de emprego, (...), mas que para fazer jus aos seus próprios valores tem de ser renovada”, atentou. “A Universidade 5.0 não pode estagnar e não se pode reduzir às Feiras de Emprego (…)”, sugeriu. Também a saúde mental é outra das prioridades que a nova direção quer continuar a trabalhar. “Queremos ter uma voz ativa nas soluções para a saúde mental, não queremos mais pensos rápidos para esta grande ferida aberta, portas e janelas trancadas, barreiras físicas que impedem que o problema gritante seja visto como tal”, afirmou. Para evitar que o mesmo aconteça, Joana Regadas apelou aos Serviços de Ação Social da UA (SASUA) e à Reitoria para que haja “mais informação”. “Queremos dados, queremos saber a realidade dos estudantes da UA quando procuram ajuda, quanto tempo esperam, qual o processo de seleção, quantos cheques psicólogos foram pedidos, quantos estudantes desistiram das consultas (…), quantos estudantes procuram solução lá fora”, descodificou. A presidente da AAUAv falou ainda sobre as dificuldades de integração dos estudantes internacionais, referindo que as barreiras que lhe são impostas, atualmente, são “imensas”. Entre elas apontou a barreira linguística, a dificuldade na comunicação, a dificuldade de interação com o meio académico, a obrigação em fazerem trabalhos de grupo sozinhos ou a dificuldade em criarem relações. “(…) Não podemos continuar a fechar os olhos e queremos ser parte ativa da discussão, com os nossos núcleos e com o Conselho Consultivo para a Internacionalização”, frisou. No campo do desporto, Joana Regadas apelou que é necessário “continuar o bom caminho” e “não ter receio de almejar mais”, sugerindo uma pista de atletismo “que possa ser usada pelos estudantes” e a valorização dos estudantes que “levam o nome da UA, da AAUAv e de Aveiro mais longe”. No que toca à “Taça UA”, a nova presidente garantiu que querem continuar a “promover a maior e melhor competição informal do desporto”. “Vamos promover mais formações de arbitragem aos estudantes, assegurando que esta se mantém uma competição de estudantes, mas com a qualidade de profissionais. Queremos iniciar o processo de digitalização e centralização da Taça UA, permitindo que todos os estudantes tenham acesso à informação em tempo real sobre a competição, aumentando a garra e competitividade que existe”, disse. Relativamente à cultura, a líder da AAUAv garantiu que quer continuar juntamente com os agentes culturais da região a criar “uma agenda cultural que se complete e proporcione não só à comunidade estudantil, mas à região momentos de crescimento, havendo para isso a necessidade de renovação do conselho cultural que passará a contar (…) também com núcleos que queiram discutir a cultura nos campi e agentes culturais externos”. Joana Regadas assegurou ainda que quer “reavivar” o mote do CUA [Café da Universidade de Aveiro] trazendo “para o coração do campus de Aveiro mais momentos culturais porque por vezes um café pode ser um verdadeiro método de despertar”. Sobre a comunicação da AAUAv, Joana Regadas garantiu que os novos órgãos sociais querem estar “mais próximos dos estudantes” com uma “comunicação transparente e eficaz, readaptando o conteúdo nas redes sociais e não deixando de parte a comunicação física”. Também na Rádio Universitária de Aveiro (Ria), a nova líder da AAUAv reforçou que quer “incentivar as parcerias” com o novo órgão de comunicação social. Neste seguimento, Joana assegurou ainda que alguns projetos da antiga direção da AAUAv terão continuidade. Entre os exemplos, apontou o projeto “Tutores por Amor” ou a “Feira da Alameda”. Com uma especial incidência sobre as dificuldades do Ensino Superior, a presidente da AAUAv realçou que as mesmas são “semelhantes” às dos últimos anos. Para esta o Ensino Superior continua a promover “desigualdades”. “Não basta aumentar as vagas se depois os estudantes não conseguem arranjar alojamento, não conseguem suportar as despesas associadas à mudança de cidade, não conseguem concluir os seus estudos”, vincou. Sobre o caso da UA, Joana Regadas realçou que é com “alguma preocupação que verificamos que as 516 novas camas possam não acompanhar o ritmo de crescimento da Universidade de Aveiro, que viu o seu número de estudantes aumentar face a 2022 em quase 12%”. A presidente da AAUAv salientou que é necessário pensar também nos estudantes “que têm de encontrar uma solução fora das residências”. “Se em 2022 o preço médio de um quarto em Aveiro era de 247 euros, atualmente ronda os 340 euros, havendo opções a 500 euros. Não podemos continuar de olhos vendados para este grande entrave à construção de um Ensino Superior que paute pela equidade de oportunidades”, insistiu. Sobre esta questão, a líder da AAUAv alertou que a “pressão colocada nas imediações da universidade” se deve “em grande parte” à insuficiente rede de transportes disponível em Aveiro. “São precisos horários mais alargados que vão ao encontro dos horários das aulas e que permitam aos estudantes terem uma vida social ativa e (…) mais linhas que permitam aos estudantes uma deslocação entre os campi da UA. Queremos em conjunto promover uma mobilidade mais sustentável, porque acreditamos que representa um grande passo para a resolução de diversos problemas”, partilhou. Joana Regadas falou ainda sobre a proposta da revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) realçando que este livro “precisa urgentemente de uma conclusão para que as universidades tenham mais autonomia, para que os estudantes tenham um papel mais preponderante e para que o ensino superior possa dar resposta à realidade de 2025 e preparar-se para as próximas gerações”. O possível descongelamento das propinas anunciado por Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, mereceu ainda uma palavra de preocupação, destacando que “após quatro anos damos um passo atrás no processo de redução gradual do valor das propinas ao vermos a possibilidade de haver o descongelamento das mesmas”. “O Ensino Superior tem de ser de todos e para todos, só assim a sociedade pode crescer, evoluir e resistir às mais recentes ameaças”, relembrou a presidente da AAUAv. Sobre o papel da UA na inovação pedagógica, Joana confidenciou que um ensino do futuro “não pode continuar a usar métodos do passado” e que a formação não pode continuar a “priorizar aulas expositivas, avaliações escritas e centradas em memorização”. Também o encerramento de uma das linhas sociais na cantina do Crasto devido à atividade da UA foi alvo de críticas. “Não pode ser a solução a longo prazo, as linhas de refeição social são necessárias para dar a um preço acessível uma refeição completa”, sublinhou. Ainda no campo das melhorias, Joana apontou a degradação de alguns dos espaços da UA. “Os espaços têm de ser readaptados e renovados, porque como estava escrito no programa de ação apresentado em 2022, os espaços exteriores e interiores não devem servir apenas como espaços de estudo ou de trabalho (…)”, recordou. Relativamente à cidade e sem esquecer as próximas eleições autárquicas de 2025, Joana Regadas realçou que a AAUAv avançará com um manifesto “com propostas e visões para o futuro de Aveiro, Águeda e Oliveira de Azeméis”. “Vamos discutir e informar a comunidade académica sobre as diversas opções, porque só em discussão e no desconforto é que poderão ser desenvolvidas as melhores soluções para o futuro da universidade e das cidades que a acolhem”, frisou. Num momento final, a nova presidente agradeceu a “todas as pessoas” que se cruzaram consigo, deixando um conselho final aos novos órgãos sociais da AAUAv: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”. Recorde-se que há 19 anos que a AAUAv não era liderada por uma mulher. Rosa Nogueira foi a última mulher a liderar a AAUAv, nos mandatos de 2004 e 2005. Joana Regadas era vice-presidente adjunta do até agora presidente da direção, Wilson Carmo, sendo natural de Lousada (distrito do Porto). Após três anos consecutivos a liderar a equipa diretiva da AAUAv, Wilson Carmo fez, esta sexta-feira, o seu último discurso enquanto presidente. Começando por fazer uma análise aquele que foi o seu percurso pela AAUAv, Wilson referiu que, após três anos, “há claramente um sentimento de missão cumprida”. “Não quisemos fazer apenas o normal, quisemos destacarmo-nos, e acredito vivamente que este capítulo se encerra com uma AAUAv num dos seus auges de desporto, cultura, sociedade e política”, sublinhou. Não se cingindo só às atividades levadas a cabo pela AAUAv, Wilson destacou ainda a abertura de três novos espaços: “a loja de merchandising, o CUA e a lavandaria”. Segundo este o propósito dos seus diferentes mandatos foi “claro”: “Servir a comunidade, e em simultâneo aumentar as fontes de receita desta casa”. “Sou o primeiro a assumir que infelizmente não consegui ser o melhor gestor destes serviços, porém as pedras foram lançadas, e o potencial sei que está lá. Agora fica o desafio para o futuro (…)”, exprimiu. Para Wilson Carmo, a AAUAv está hoje “muito mais robusta”, realçando que a estrutura profissional “duplicou”, assim como o orçamento. “Tudo isto, não foi naturalmente trabalho meu, foi essencialmente trabalho de várias equipas. Fui diretamente presidente de 57 dirigentes diferentes, e trabalhei com mais de 1000 dirigentes de núcleos e centenas de colaboradores. Se hoje a casa é o que é, não é de todo graças a mim, é essencialmente resultado de tantos e tantos estudantes que decidiram abdicar da sua vida em prol de uma causa maior que nós mesmos”, considerou. Numa nota final, Wilson Carmo deixou ainda alguns agradecimentos, terminando o seu discurso como o fez há três anos: “Um viva à Associação Académica da Universidade de Aveiro. Um viva a todos os estudantes desta academia”, finalizou. Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA começou por destacar o papel da Universidade enquanto instituição de proximidade. “Diz-se que [a UA] é próxima da região, das empresas. Para mim há uma coisa mais importante (…) é próxima dos seus estudantes”, afirmou. Dirigindo-se em especial às famílias presentes na cerimónia, Paulo Jorge Ferreira relembrou que a Universidade é “muito mais do que salas de aula, cadeiras ou cursos” e que a Associação Académica é essencial para a construção da “comunidade”. “Ano após ano, eu vejo passar por aqui muitos jovens, de muitos núcleos e secções animados dessa vontade. Construir essa comunidade, tornar a UA um pouco melhor, criticá-la se for caso disso porque é assim o espírito da academia. Cresce com as críticas, não se encolhe perante elas. Peço-vos que sejam sempre assim. Independentes, irreverentes e completamente autónomos. É assim o espírito associativo”, afirmou. Paulo Jorge Ferreira relembrou ainda que o “tempo perdido na academia não é perdido”, mas sim “tempo ganho em formação”. “E a formação não é só académica é formação para a vida”, vincou. O reitor da UA terminou a sua intervenção com a seguinte questão: “Em que curso, em que cadeira, em que sala, com que mestre a Universidade de Aveiro poderia transformá-los em pessoas assim? É a Associação Académica que o faz (…) Eu vejo todos os anos a academia tornar-se mais forte”, concluiu.
Equipa de desporto motorizado da UA formaliza-se como secção da AAUAv
Nexusé uma equipa de desporto motorizado de estudantes da Universidade de Aveiro que passou na segunda-feira, dia 20, a ser uma secção autónoma da AAUAv. O projeto resulta da união dos projetos Engeniuse Motochanics, projetos com 20 e 10 anos de existência, respetivamente. “Poupamos materiais, poupamos recursos e de repente as pessoas que estavam a fazer uma coisa acabam por fazer a outra e crescemos todos muito”, referiu Maria Rodrigues, aluna do mestrado em Engenharia Mecânica e diretora de operações da Nexus na apresentação do projeto em Assembleia Geral de Alunos. A equipa da Nexus conta neste momento com uma equipa de 100 pessoas. “Apesar de sermos um projeto do Núcleo de Engenharia Mecânica (NEM) já somos um projeto muito grande com uma dimensão bastante significativa”, garantiu a estudante. Em declarações à Ria, Maria Rodrigues garantiu que além de estudantes de Engenharia Mecânica, a equipa conta também com estudantes das engenharias “física, aeroespacial e eletrónica” e com estudantes de áreas como economia, gestão e marketing, bem como de design e multimédia. “Temos muita abrangência”, notou a diretora de operações. A Nexus é composta, neste momento, por quatro departamentos: Research & Development, Comercial, Operações e Comunicação e Imagem. Trabalham numa sala “por debaixo das escadas do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM)”, partilhou Maria com a Ria. Além da sala, a Nexus conta ainda com “uma garagem por trás da Antiga Reitoria”, referiu a estudante. Os espaços – que começam a ser pequenos para uma equipa que soma já uma centena de pessoas – foram cedidos pelo DEM e pela UA. A secção gere, neste momento, “um orçamento conjunto de 150 mil euros”, avançou Maria Rodrigues na apresentação. Este orçamento foi possível, segundo a estudante, através da angariação de patrocínios e da realização de donativos. A formação é uma das áreas em que a Nexus tem vindo a apostar, com a criação de uma academia que conta atualmente com a participação de cerca de 30 alunos. “Elementos mais velhos, elementos às vezes já formados, dão formação, dão aulas semanais”, referiu Maria Rodrigues. “Disponibilizamos materiais, disponibilizamos projetos e criamos aqui todo um ambiente de aprendizagem onde vamos muito além das aulas, muito além daquilo que o curso ensina”, afirmou. Os estudantes que participam na academia, garante a diretora de operações, “acabam por se destacar muito dos outros colegas pelo nível de conhecimento que já levam para as aulas”. “Notamos muito esse reconhecimento dos professores que depois também querem envolver-se nos projetos e que as unidades curriculares se envolvam nos projetos porque veem muito valor acrescido nisto”, apontou Maria Rodrigues. Além da continuação na aposta da academia, Maria revelou que este ano a Nexus tem planeado correr “pela primeira vez na nossa história” com protótipos elétricos. “Vamos competir com o carro da fórmula em Portugal, em classe 2, e vamos competir com a mota em Aragão em outubro”, revelou a estudante. “É um passo que precisa de muito investimento tanto a nível financeiro como técnico e estamos a investir muito na formação mesmo associado a empresas da zona de Aveiro nesse sentido”, acrescentou. De notar que a equipa de motas da Nexus conquistou, em 2023, o 9º lugar na competição MotoStudent International, uma competição bianual realizada em Aragão. “A malta que ficou em 8º, fomos nós que a metemos a funcionar”, notou a diretora de operações da Nexus. Numa competição em que participaram cerca de 100 equipas, algumas que contam com apoios de marcas como a Ducati, Maria considera que a equipa da Universidade de Aveiro tem obtido “resultados muito bons, de qualidade”, realçou. A nível nacional alcançaram, em 2024, o primeiro lugar na última corrida do Campeonato Nacional de Velocidade. Em 2024 a Nexus obteve também um bom resultado com os carros, com a equipa a fechar o pódio na terceira posição de classe 2 no Formula Student Portugal. De notar que 2024 marca também a entrada oficial da competição nacional nas contagens para os rankings mundiais. Eduardo Jardim, estudante de mestrado em Ciências de Dados e coordenador comercial da Nexus sublinhou que a aprovação dos estatutos na AGA se configurou como “um dia importante” para o projeto de desporto motorizado da UA. A formalização é vista pela Nexus como um aumento da responsabilidade envolvida no projeto, “mas que reforça a nossa vontade de trabalhar e representar a universidade cada vez mais longe e que basicamente vai permitir o crescimento do projeto e o continuar a trabalhar para alcançar os melhores resultados”, destacou o estudante. Wilson Carmo, presidente da AAUAv, considerou também na AGA que a Motochanics e a Engenius “têm levado o nome da Universidade de Aveiro (…) muito longe com os projetos que fazem e não são reconhecidos”, algo que o dirigente espera que a formalização como secção autónoma ajude a alterar. Essa formalização, aliada à dimensão financeira que o projeto foi alcançando, é assim, visto pelo dirigente como “um passo importante”. Também o estudante Rui Oliveira interveio na AGA no sentido de parabenizar a iniciativa dos estudantes em “darem esse passo na ‘profissionalização’ do projeto e na criação de secção autónoma”, tendo concordado com a posição do presidente da AAUAv.
Últimas
Trotinetas elétricas partilhadas chegam a Águeda depois das bicicletas
A instalação desta rede de trotinetas elétricas de uso partilhado junta-se às bicicletas elétricas de uso partilhado (beÁgueda), um projeto que tem sido ampliado às freguesias, com mais bicicletas e mais parques. A iniciativa “integra a estratégia municipal na área da mobilidade suave e na promoção de políticas de sustentabilidade”, refere uma nota de imprensa da autarquia do distrito de Aveiro. A Câmara de Águeda vai ter o sistema de trotinetas elétricas de uso partilhado disponível em vários locais espalhados pela cidade, tal como já acontece com as bicicletas elétricas. De acordo com a nota, o protocolo aprovado na última reunião do executivo “vai disponibilizar a rede de trotinetas elétricas na cidade, em locais estrategicamente definidos e cumprindo as regras pela legislação em vigor para este tipo de transporte”. Vão ser disponibilizados, com base no protocolo, um total de 200 trotinetas elétricas, “que vão poder circular no perímetro urbano da cidade e zonas adjacentes, desde Recardães a Catraia de Assequins e Trofa, bem como nas zonas industriais de Barrô, Casarão e Macinhata do Vouga”. “Desenvolvemos, desde os últimos anos, uma aposta forte e estratégica na mobilidade suave e na implementação de medidas de sustentabilidade e esta iniciativa alinha-se nesse posicionamento”, disse Edson Santos, vice-presidente da autarquia. Segundo o autarca, esta é mais uma forma de “proporcionar aos cidadãos alternativas para circular na cidade, mais amigas do ambiente e que, simultaneamente, promovem o bem-estar e incentivam a um estilo de vida ativo e saudável”.
Mais de meio milhão de euros investidos no Carnaval de Estarreja
O Carnaval de Estarreja mantém a aposta na diversificação das expressões artísticas, anunciando o desfile de quatro escolas de samba, oito grupos de folia, um grupo de passerelle, 17 carros alegóricos e mais de 1300 figurantes, informa uma nota de imprensa. Além do corso há um programa complementar com oficinas, projetos, espetáculos e concertos para diferentes idades, numa programação que começa a 22 de fevereiro e termina a 04 de março, repartindo-se entre o Parque do Antuã e a Praça Francisco Barbosa. “O município de Estarreja continua a investir na qualidade deste evento âncora da cidade, que em 2024, teve um impacto económico para o território de um milhão de euros”, disse Isabel Simões Pinto.
Hospital da Feira melhora resposta a “tratamentos involuntários” por razões de saúde mental
O protocolo assinado para o efeito pela referida estrutura – que tem sede no Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, e a partir daí também gere as unidades de saúde de Arouca, Oliveira de Azeméis, Ovar, São João da Madeira e Vale de Cambra – envolve a Direção-Geral de Reinserção Social e Serviços Prisionais, o Instituto para os Comportamentos Aditivos e Dependências, a Procuradoria da República da Comarca de Aveiro e o respetivo Tribunal Judicial. Miguel Paiva, presidente do conselho de administração da ULS EDV, diz que o projeto é “inovador em Portugal ao nível da colaboração entre várias instituições de ministérios diferentes para resposta a situações sinalizadas que exijam tratamento involuntário” e acredita que a nova estrutura vai “ajudar a cumprir melhor” os objetivos da nova legislação relativa à Saúde Mental, em concreto a Lei 35/2023, que regula o tratamento involuntário dos portadores de doença mental. “Na prática, só os tribunais podem determinar que um cidadão precisa de tratamento, mesmo que seja contra a sua vontade, mas a lei permite que isso seja requerido também pelas pessoas mais próximas do doente, por autoridades de saúde e pelo Ministério Público. O problema é que há várias dificuldades em adequar a resposta dos serviços de saúde e é isso que esta nova esquipa quer ajudar a resolver, garantindo intervenções adequadas a cada situação concreta e rapidez na sua implementação”, declara o administrador à Lusa. O novo formato desta colaboração interinstitucional já esteve a ser testado “informalmente” e logo como primeiro mérito tem o de resolver questões básicas como “dificuldades de linguagem” resultantes da terminologia específica de cada entidade. Um dos médicos envolvidos no projeto, Bernardo Gomes, explica: “só pelo facto de a nova equipa agora ter procedimentos próprios e vias de acesso interpessoal mais rápidas, evitam-se mails, telefonemas, mal-entendidos e respostas tortas em contexto de trabalho”. Além dessa “diminuição do ruído na comunicação entre instituições”, a fase experimental do projeto conduziu também a “menos burocracia” e a soluções mais adequadas para casos que não são necessariamente de caráter judicial. Um exemplo: “Pode haver uma pessoa que vive sozinha, que nega ter necessidades de tratamento e, nas reuniões da nova equipa, vai-se tentar arranjar solução personalizada para convencê-la a ter acompanhamento clínico” ou então recomendar ao tribunal “que a convoque para uma avaliação clinico-psicológica e decidir se ela tem condições de viver sozinha”. Outro caso: “Alguém tentou suicidar-se. Fisicamente, a pessoa já está bem, mas a equipa vai verificar ‘a posteriori’ se ela recebeu o devido acompanhamento e evitar que se repita a tentativa de suicídio”. Um terceiro exemplo da intervenção da nova estrutura: “Há uma pessoa com problemas de saúde mental implicada num processo-crime. A pena pode ser substituída por uma obrigação legal de tratamento, se se articular devidamente uma solução terapêutica em vez da judicial”. Bernardo Gomes diz que o objetivo de todas as intervenções da nova equipa interinstitucional é, em suma, “aumentar os níveis de adesão ao tratamento de problemas de saúde mental, prevenir a recorrência de atos violentos motivados pela doença e aumentar a reinserção social das pessoas que tenham problemas dessa ordem”.
Mau tempo: Proteção Civil registou 48 ocorrências até às 07:00
“Entre as 00:00 e as 07:00 tivemos 48 ocorrências, a maioria quedas de árvores, inundações e limpezas de via motivadas pela chuva e vento”, disse à agência Lusa, José Rodrigues da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Segundo José Rodrigues, as regiões mais afetadas foram Aveiro (nove incidentes) e Oeste (seis), e as restantes distribuídas pelo restante território do continente. “Nas ocorrências foram mobilizados 170 operacionais, com o apoio de 69 meios terrestres”, indicou. Portugal tem estado sob o efeito da depressão Herminia com chuva, vento e agitação marítima fortes, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Devido ao mau tempo, o IPMA colocou os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga até às 12:00 de hoje sob aviso vermelho por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de ondas de noroeste com 07 a 08 metros de altura significativa, podendo atingir 14 metros, e vão voltar a estar na quarta e quinta-feira. O IPMA emitiu também aviso vermelho por causa do estado do mar para os distritos de Faro, Setúbal e Beja entre as 03:00 e as 06:00 de quinta-feira. Foram igualmente emitidos avisos de chuva e vento forte para quarta e quinta-feira. O Instituto prevê a partir da madrugada de quarta-feira precipitação forte no norte e centro e rajadas de vento entre os 80 a 100 quilómetros por hora no litoral oeste e terras altas e agitação marítima devido à passagem da depressão Ivo.