Antigo presidente do Conselho Geral da UA condecorado com Grã-Cruz do Mérito Industrial
António Oliveira, presidente da empresa aveirense OLI e presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro (UA) de 2021 a 2025, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial, por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.
Redação
A cerimónia teve lugar esta segunda-feira, 28 de julho, no Palácio de Belém, e visou distinguir o percurso de António Oliveira no setor industrial e empresarial, nomeadamente, no contributo para o desenvolvimento económico nacional, a promoção da inovação e a projeção internacional da indústria portuguesa.
Tal como avançado pela Universidade de Aveiro (UA), desde dezembro de 2021 até 2025, António Oliveira foi também presidente do Conselho Geral da UA, “instituição com a qual mantém uma relação próxima de mais de duas décadas”.
O percurso de António Oliveira já havia sido anteriormente distinguido com o prémio EY Entrepreneur of the Year – Inovação (2021) e com um Prémio Especial nos Prémios Exportação & Internacionalização (2024), pelo seu papel transformador na liderança da OLI.
A Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial visa distinguir quem, como empresário ou trabalhador, se destacou pelo seu contributo relevante para o fomento e valorização das indústrias em Portugal.
Recomendações
UA em destaque no desenvolvimento de bioplásticos sustentáveis com subprodutos vegetais
Na UA, o projeto conta com uma equipa multidisciplinar composta pelas investigadoras Paula Ferreira, Idalina Gonçalves, Célia Miranda e Marta Ferro, do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO), bem como pelo investigador Manuel A. Coimbra, do Departamento de Química e membro do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE). Ao contrário dos bioplásticos convencionais, que geralmente utilizam recursos comestíveis e competem com a cadeia alimentar, o “BIOCOATING” recorre, segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a resíduos como lamas ricas em amido de batata, sementes de abacate, pele de prata do grão de café, borras de café e aparas de papel. Esta abordagem evita a competição com o setor alimentar, ao mesmo tempo que promove o reaproveitamento de resíduos agroindustriais. Entre os principais desafios estão a melhoria das propriedades mecânicas dos bioplásticos, a sua capacidade de barreira a gases e a escalabilidade económica, de modo a garantir uma aplicação em larga escala. Financiado pelo programa Portugal 2030, através do Compete 2030, o projeto conta com um investimento elegível superior a 1,3 milhões de euros, dos quais cerca de 939 mil euros são comparticipados pelo FEDER. A colaboração entre a UA e a Isolago não é nova. A mesma já tinha acontecido através dos projetos “POTATOPLASTIC” e “PLASTICOLIGHT”.
Nexus acelera rumo ao pódio da terceira edição do Formula Student Portugal
Bruno Pereira termina este ano os seus estudos na Universidade de Aveiro (UA). Frequentou Engenharia Aeroespacial e a sua ligação à Nexus é anterior à própria entrada no Ensino Superior. “Mesmo antes de entrar no curso eu já tinha decidido que queria entrar numa equipa de Formula Student, sabia que para ir para uma universidade tinha de ter Formula Student”, partilha à Ria. Candidatou-se “logo no primeiro semestre do primeiro ano” à Engenius (hoje Nexus), mas não foi aceite, lembra. No segundo semestre voltou a tentar, foi aceite e o seu último ano fica marcado por ser o coordenador do desenvolvimento do carro de classe 2 que vai competir na terceira edição do Formula Student Portugal. Pertencer à equipa “foi das experiências mais enriquecedoras a nível académico porque nós aqui somos obrigados a lidar com um mundo diferente, com algo mais aplicado ao mundo real: fazemos contactos com a indústria, percebemos como é que as coisas realmente são feitas fora do ambiente académico”, conta Bruno. A competição que arrancou este domingo, dia 27, contou com a participação de seis equipas portuguesas em classe 2. “Na classe 1 as equipas levam e testam um carro, na classe 2 é avaliado o projeto do carro”, explica Bruno. A equipa da academia aveirense é composta por cerca de 35 estudantes que contribuíram para o desenvolvimento do protótipo do carro e que partilham da ambição do coordenador do desenvolvimento do carro. “Queremos estar no pódio garantidamente”, apontam. O ano passado a equipa aveirense Engenius participou na competição com um carro, tendo alcançado o pódio. Trabalhavam, em simultâneo, no carro de 2023 e no projeto para 2024. Este ano decidiram focar-se apenas “no próximo projeto” – o carro para ser construído em 2026, frisa Bruno. “Entregamos todos os documentos, as coisas foram feitas com muita mais qualidade do que alguma vez se apresentou e acho que estamos bem encaminhados para ter um bom resultado”, afirma Bruno. O grande objetivo é que o protótipo que levam a competir se qualifique e que no próximo ano a equipa possa construir o carro e pô-lo a andar. “Classe 2 é uma competição que está em vias de extinção nas Formula Students, cada vez há menos e cada vez as equipas são mais encorajadas a realmente levar um protótipo, mesmo que não seja o mais avançado, ao menos ter alguma coisa para apresentar”, atenta Bruno. Em 2026, Bruno já não vai participar na construção do carro, mas garante que “a mentalidade com que a equipa está é que tem de ser feito um carro que mesmo que não seja o melhor, seja algo funcional. É nisso que nós nos estamos a focar agora a nível de design e conseguimos fazer algo que tenhamos a certeza que vai funcionar”. Apesar da competição contar com mais equipas do que o ano passado, o coordenador do projeto da equipa da UA considera que estão “bem posicionados”. Ainda assim, Bruno aponta a Nova Formula Student (equipa da Universidade Nova de Lisboa) como uma concorrente direta: “é um projeto novo para eles também, estão a fazer o primeiro carro elétrico (…) então, em termos de estágio embrionário do projeto, eles estão mais ou menos como nós”, considera. A corrida começa muito antes da partida oficial. De olhos postos no pódio, a Nexus não ignora os adversários, mas acredita que Castelo Branco pode dar a Aveiro um lugar de destaque. Para o próximo ano, o carro elétrico há de ser uma realidade.
Faleceu Nuno Portas, arquiteto responsável pela expansão do campus da UA
Figura central da arquitetura portuguesa do século XX, Nuno Portas deixou uma marca profunda na UA, onde liderou, a partir de 1996, a revisão crítica e inovadora do plano urbanístico do campus. Sob a sua coordenação, a expansão do Campus de Santiago tornou-se um modelo de integração entre a universidade e a cidade, apostando numa conceção humanizada do espaço académico. Ao contrário dos modelos isolados e fechados então dominantes, o plano de Nuno Portas promoveu a continuidade urbana, a circulação pedonal e a criação de espaços de encontro. Conforme avança o jornal Público, através de uma estrutura “claustral” em forma de U, centrada numa praça pública, o campus passou a articular os diferentes departamentos com um forte sentido de comunidade e urbanidade. Nuno Portas foi distinguido pela UA com o título de Doutor Honoris Causa em 1998, numa cerimónia que assinalou o 25.º aniversário da instituição. Nuno Rodrigo Martins Portas nasceu em 1934, em Vila Viçosa. Licenciou-se em Arquitetura pela Universidade do Porto, onde viria a tornar-se professor catedrático e onde mais tarde criou e dirigiu o seu Centro de Estudos e lançou o Mestrado em Planeamento e Projeto do Ambiente Urbano. Para além do antigo ministro Paulo Portas e do político, economista e jornalista Miguel Portas — falecido em 2012 —, era também pai da jornalista e empresária Catarina Portas.
Educação sexual fora das escolas: docente da UA alerta para “silenciamento curricular e pedagógico”
A disciplina de Educação para a Cidadania foi lançada no ano letivo de 2017/2018 como projeto-piloto, tendo sido alargada, no ano seguinte, a todas as escolas e níveis de ensino básico. O programa inicial previa 17 domínios temáticos, incluindo direitos humanos, igualdade de género e educação para a saúde — esta última com conteúdos explícitos sobre sexualidade e prevenção de riscos. “A aplicação da disciplina era transversal, envolvendo diversas áreas curriculares e parcerias externas, como centros de saúde”, conforme recorda Patrícia Sá em entrevista à Ria. Até agora, estes conteúdos relacionados com a sexualidade eram de abordagem obrigatória em “pelo menos dois ciclos do ensino básico”. Contudo, como relembra a docente, a disciplina foi desde cedo envolvida em várias polémicas. Um dos episódios mais mediáticos ocorreu quando os pais de dois alunos recusaram que os filhos frequentassem as aulas de Cidadania, alegando que os conteúdos ensinados colidiam com os seus valores cristãos. Este caso acabou por desencadear um debate público mais alargado sobre o papel da disciplina no currículo escolar e sobre os temas que nela devem ser abordados. Em outubro do ano passado, Luís Montenegro, primeiro-ministro, anunciou, durante o congresso do PSD, tal como noticia a Renascença, a intenção do Governo rever o currículo da disciplina, afirmando que pretendia “reforçar o cultivo dos valores constitucionais e libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação”. Quatro dias depois, conforme avança o jornal Público, Fernando Alexandre garantia aos jornalistas que o Governo “não faz alterações em função de ideologia”, sublinhando que qualquer modificação ao guião da disciplina teria por base o parecer de um grupo de investigadores. Questionado sobre se os conteúdos como igualdade de género e sexualidade deveriam continuar [ou não] a serem lecionados na disciplina de Cidadania, o ministro respondeu que “podem ser” incluídos, mas que a questão passava por definir “como é que isso deve ser feito na sala de aula”. Há cerca de duas semanas, durante uma conferência de imprensa, o ministro da Educação, acompanhado pelo secretário de Estado, apresentou as linhas gerais da revisão da disciplina, conforme noticiado pelo Expresso. Na ocasião, afirmou que os temas relacionados com a sexualidade passariam a estar integrados no “domínio da saúde”. No entanto, ao consultar o documento que se encontra atualmente em consulta pública, não é possível encontrar qualquer referência explícita aos termos “sexualidade” ou “saúde sexual e reprodutiva” — ambos incluídos na versão de 2017 da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. Analisando em detalhe a dimensão da saúde no novo guião da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, verifica-se que, no primeiro ciclo do ensino básico, entre os conhecimentos previstos incluem-se metas como “expressar afetos através de uma comunicação positiva, respeitadora e assertiva” e “reconhecer que as pessoas são diferentes, física e mentalmente”. Já no segundo e terceiro ciclos, surgem objetivos como “respeitar questões relacionadas com a intimidade e a privacidade de cada pessoa” e “estabelecer relações interpessoais saudáveis, baseadas no respeito, na comunicação, na confiança e no consentimento”. No ensino secundário, as aprendizagens destacam-se pela ênfase no bem-estar e na convivência inclusiva, como “interagir com base no respeito e na confiança, sem discriminação” e “reconhecer a responsabilidade de cada indivíduo na saúde mental e no equilíbrio emocional, em prol do bem-estar individual e coletivo”. O termo “sexual” surge, por sua vez, na nova proposta apresentada na dimensão dos “direitos humanos”, aplicada ao terceiro ciclo do ensino básico, onde se lê: “Analisar casos históricos e atuais de violação dos direitos humanos (incluindo, entre outros, tráfico de seres humanos, abusos sexuais, violência de género, bem como violência contra pessoas com orientação sexual e identidade e expressão de género não normativas)”. Em conversa com a Ria, Patrícia Sá alerta que o novo documento pretende alterar “alguns pontos essenciais”. Segundo explica, “em primeiro lugar, reduz os 17 domínios temáticos, dos quais a Educação para a Sexualidade fazia parte de forma explícita, para apenas oito dimensões obrigatórias — sendo quatro transversais e quatro flexíveis”. “De facto, a Educação Sexual já não consta nas aprendizagens essenciais e apenas surge, de forma pontual, no contexto dos direitos humanos, e apenas no terceiro ciclo, nomeadamente no sétimo ano”, analisa. A docente sublinha ainda que a proposta “retira explicitamente os temas da sexualidade e da identidade de género e dá maior ênfase a áreas como o empreendedorismo, a literacia financeira e a segurança”. Além disso, destaca que a participação das famílias passa a ter um papel mais ativo na definição dos planos da disciplina, ao mesmo tempo que é criado um currículo nacional “mais padronizado” e com “menor autonomia” para as escolas. Apesar de reconhecer a importância de garantir igualdade de acesso, a docente alerta que esta mudança exige “cautela”. “A educação pública é regida pelo princípio da igualdade de acesso, e, portanto, o currículo comum pretende garantir que todos os alunos tenham a mesma oportunidade, independentemente da sua origem familiar ou da sua ideologia. Esta personalização curricular, quando é motivada por convicções — sejam religiosas, morais ou políticas — pode criar desigualdades educativas e excluir alunos de aprendizagens que são fundamentais”, reflete. No que diz respeito aos argumentos invocados para justificar a retirada explícita dos temas ligados à sexualidade, a docente alerta para aquilo que considera um grave retrocesso em matéria de direitos humanos e de educação sexual em Portugal. “Desde 1984 que existe educação sexual no sistema educativo português. Ao longo do tempo, o conceito evoluiu — inicialmente designava-se ‘Educação Sexual’, mais tarde passou a ser ‘Educação para a Sexualidade’, refletindo uma abordagem mais ampla e contextualizada”, conta. Segundo Patrícia Sá, este percurso tem sido de reforço e consolidação, culminando com a aprovação da Lei de 2009, que consagrou a obrigatoriedade da educação sexual nas escolas públicas. “Em 2010, o Ministério da Educação publicou inclusivamente um documento de orientações para a educação sexual em meio escolar, e em 2017 a Estratégia Nacional para a Cidadania passou a integrar a Educação para a Sexualidade”, recorda. Nesse sentido, a docente considera que o novo guião representa “um recuo de quatro décadas em avanços e de consenso político relativamente à presença da educação para a sexualidade no currículo”. Adverte ainda para o que descreve como um “silenciamento pedagógico e curricular”. “Há uma clara e intencional diluição de conteúdos fundamentais, construídos ao longo de décadas, que dizem respeito à igualdade de género, à sexualidade, à cidadania inclusiva e aos direitos humanos”, atenta. Para Patrícia Sá, esta mudança representa uma rutura com compromissos assumidos a nível nacional e internacional em matéria de igualdade e não discriminação. “Basta olhar para documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, a Convenção sobre os Direitos da Criança ou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no âmbito da Agenda 2030. Todos eles sublinham a importância de uma educação orientada, de forma explícita, para a promoção da igualdade, da diversidade, da tolerância e da não discriminação — princípios que têm sido considerados nos desenvolvimentos curriculares em vários países, incluindo Portugal”, especifica. Caso se confirme a exclusão destes conteúdos do currículo escolar, a docente alerta para as consequências “absolutamente diretas” para os jovens. “Aliás, há dados. Existem estudos, inclusive realizados em Portugal, que comprovam estes impactos”, afirma. “Num contexto em que assistimos à normalização e até à proliferação de discursos de ódio, de mensagens homofóbicas entre jovens, e em que a violência no namoro continua a ser uma realidade alarmante, inclusive entre estudantes universitários, os relatos são chocantes: muitos jovens normalizam o controlo e a violência nas relações”. Patrícia Sá cita ainda os estudos do Observatório Nacional da Violência Escolar e da ILGA Portugal [Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo], que demonstram como os alunos LGBT+ são desproporcionalmente vítimas de bullying, exclusão e, em muitos casos, de abandono escolar. “A escola tem de ser um espaço seguro, onde conteúdos explícitos sobre identidade de género, orientação sexual, empatia e diversidade estejam presentes. Sabemos que esta presença reduz a violência e melhora o ambiente escolar”, reforça. Relembra ainda que a educação para a sexualidade, quando integrada de forma transversal desde os primeiros anos de escolaridade, é um instrumento fundamental de prevenção e de proteção. “Sem qualquer dúvida, é uma ferramenta essencial para proteger os mais vulneráveis — aqueles que são mais frequentemente alvo de discriminação e de violência, nomeadamente a violência de género”. Ao longo da conversa, a docente sublinha também que “educação para a sexualidade não é educação para o sexo”. “Muito pelo contrário”, frisa. “Uma educação para a sexualidade é uma educação que pretende promover exatamente conhecimento e dar ferramentas às crianças, aos jovens, para que ao longo da sua vida de forma adequada vão conseguindo construir conhecimento sobre a dimensão da sexualidade e em que vão aprender a estabelecer barreiras, a criar empatia, a identificar violência, a identificar bullying, a intervir de forma responsável, consciente e adequada”, continua. Insiste ainda que se trata de um “contexto livre de ideologia”. “A escola deve respeitar a diversidade, mas não se deve submeter à censura ou a um veto ideológico de grupos sociais, políticos e de grupos religiosos”, relembra. Esta terça-feira, 23 de julho, tal como noticiado pela RTP, Fernando Alexandre garantiu que a educação sexual na disciplina de Cidadania é para “manter”. Para o ministro da Educação foi feita uma “má interpretação da proposta que foi apresentada”. “Seria um retrocesso enorme se a educação para a sexualidade saísse das escolas e da formação dos alunos”, afirmou, garantindo ainda que “nenhum tema vai ser retirado do programa”. Em declarações aos jornalistas, o ministro sublinhou que as aprendizagens essenciais correspondem a uma “descrição muito sintética daquilo que vai ser trabalhado na disciplina (…) e, por isso, os conteúdos que têm vindo a ser discutidos que foram excluídos como, por exemplo, a educação sexual não é verdade”. Acrescentou ainda: “Primeiro, não é verdade na disciplina. Continua presente e pode ter mais densidade ou menos consoante a forma como for adotada no currículo. Aquilo que foi apresentado são as aprendizagens essenciais e depois a educação para a sexualidade está prevista na Lei n.º60/2009. (…) É uma matéria que é desenvolvida em várias disciplinas de uma forma interdisciplinar. Há projetos específicos nas escolas”. Durante a mesma intervenção, Fernando Alexandre deixou ainda um alerta para um tema que considera essencial e que, segundo o próprio, “ainda não viu discutido”: a formação dos professores. “No fundo, quem vai estar na sala de aula a dar seja a educação para a sexualidade, seja a literacia financeira”, resumiu. O ministro da Educação admitiu ainda que o prazo da consulta pública poderá ser alargado já que “desde terça-feira vários sites do Ministério da Educação registaram constrangimentos, chegando a ficar em baixo, incluindo a página da Direção-Geral da Educação, onde decorre a consulta pública”. Perante estas declarações, Patrícia Sá considera que se trata de uma tentativa de “suavizar a discussão”. “Quando nós olhamos para a nova proposta que é pública (…) de facto as questões da sexualidade são realmente retiradas. Elas estão remetidas a um ponto relacionado com os direitos humanos e com a saúde. (…) Penso que isso é uma tentativa de diluir e de suavizar, digamos assim, este silenciamento, que é um silenciamento curricular e pedagógico. Não está previsto. É uma lacuna. Há uma amputação, digamos assim, do documento orientador”, explica. Relativamente à formação dos professores considerou ser “absolutamente essencial”, ainda assim, recordou que as questões da educação para a sexualidade “estão previstas na formação inicial” de docentes. “A formação inicial dos professores e depois a nível do segundo ciclo, portanto, a nível do mestrado, têm unidades curriculares que abordam diferentes questões da estratégia nacional da educação para a cidadania (…) e, por exemplo, esta questão da educação para a sexualidade (…) é abrangida em diferentes unidades curriculares”, partilha. Uma das principais novidades da nova proposta apresentada é a introdução da dimensão da “literacia financeira e empreendedorismo” já no primeiro ciclo do ensino básico, passando a ser obrigatória em todos os anos de escolaridade. Na versão anterior, de 2017, a literacia financeira surgia integrada no segundo grupo, que era obrigatório apenas em “pelo menos dois ciclos do ensino básico”. Já o empreendedorismo aparecia de forma isolada, no terceiro grupo, com carácter opcional e aplicável a qualquer ano de escolaridade. Questionada sobre esta reformulação, Patrícia Sá é clara: “Eu acho que não é incompatível. Acho que podemos promover literacia financeira e empreendedorismo sem deixar cair a educação para a sexualidade”. “Receio, e isto é uma opinião pessoal, que isto tenha mais a ver com opções e discursos políticos, que depois se traduzem naquilo que se consegue perceber o que é e como funciona a escola, e até a própria educação e a sua finalidade”, remata.
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Incêndios: Fogo que deflagrou em Arouca com uma frente ativa em Cinfães
Em declarações aos jornalistas, no quartel dos Bombeiros de Arouca, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Grande Lisboa, Hugo Santos, disse que este incêndio que lavra desde segunda-feira está praticamente estabilizado. “Neste momento quer o município de Arouca, quer o município de Castelo de Paiva não têm qualquer zona de incêndio ativa”, disse o comandante, adiantando que se mantinha apenas uma pequena linha de incêndio ativa no município de Cinfães, no distrito de Viseu. O comandante Hugo Santos disse esperar que esta frente seja debelada nas próximas horas, adiantando que os bombeiros continuam atentos à possibilidade de surgirem reacendimentos. “Face àquilo que é a orografia associada às condições meteorológicas e numa enorme área, porque estamos a falar de mais de 4.500 hectares, há sempre aqui potencial para reativações que podem ser fortes”, disse o comandante. Hugo Santos referiu ainda que o incêndio, com mais de 48 quilómetros de perímetro, provocou danos numa casa devoluta, alguns anexos agrícolas e pequenos danos em duas habitações. Na quarta-feira, a presidente da Câmara de Arouca disse que as chamas já tinham consumido 4.000 hectares de área florestal e provocado muitos prejuízos. O incêndio destruiu parte dos Passadiços do Paiva, uma das principais fontes de receita para a economia local de Arouca. Pelas 11:00, segundo a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados no combate às chamas 597 operacionais, apoiados por 217 viaturas e seis meios aéreos.
Luís Souto não se opõe à demolição da antiga sede da CERCIAV para expansão do Conservatório
Em comunicado enviado às redações, a candidatura liderada por Luís Souto lamenta o que considera ser uma “judicialização da discussão política” por parte do candidato do PS, após este ter conseguido suspender a demolição através de uma providência cautelar. A coligação acusa Alberto Souto de falta de elevação democrática e de procurar ganhos políticos com “omissões estratégicas”. Luís Souto de Miranda defende o projeto de expansão do Conservatório, sublinhando que a intervenção foi desenvolvida em articulação entre o executivo municipal, liderado por José Ribau Esteves, e a direção do Conservatório. O plano prevê a construção de uma nova ala com três estúdios de dança, salas de percussão, estúdios de estudo e outras valências, com o objetivo de aumentar a capacidade da escola artística “em mais de 300 alunos”. O candidato da Aliança Mais Aveiro nega que o edifício a demolir possua classificação patrimonial relevante, considerando que, apesar de ter interesse arquitetónico, “não reúne condições para ser reabilitado”. Acrescenta ainda que, nos mandatos socialistas liderados por Alberto Souto, não foi tomada qualquer medida para proteger ou classificar o imóvel e acusa o antigo autarca de ter procedido à demolição de outros edifícios históricos durante a sua governação. “Não recebemos lições de defesa do património do candidato do PS”, afirmou a candidatura, recordando o trabalho de Luís Souto na preservação de monumentos como as igrejas de São Francisco e Santo António, enquanto presidente da ADERAV. Apesar da polémica, Luís Souto de Miranda garante que continua empenhado na valorização do património local, mas sublinha a importância de equilibrar essa missão com o desenvolvimento da educação artística e cultural: “Defendemos a cultura, a educação artística, a história do Conservatório de Aveiro e o reforço da sua potencialização na criação de talento e na qualidade de excelência para os seus alunos, que merecem o nosso empenhamento e apoio efetivo”. Num tom crítico, a candidatura termina apelando ao respeito democrático e ao combate político “alicerçado na verdade”, alertando que “na política, não pode, nem deve, valer tudo”. Recorde-se que a disputa em torno da demolição da antiga moradia junto ao Conservatório de Música de Aveiro ganhou um novo desenvolvimento político esta quarta-feira: Alberto Souto de Miranda anunciou que iria chamar como testemunhaLuís Souto de Miranda, num processo judicial que tem como objetivo impedir a demolição do antigo edifício da CERCIAV. Relembre-se ainda que, tal como noticiado pela Ria, o anúncio da intervenção foi feito por José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, durante uma Assembleia Municipal, na qual afirmou que o projeto está “praticamente terminado” e que “todas as opções estão tomadas”. O autarca frisou tratar-se de “uma reabilitação profunda de todo o edificado existente”, justificando a nova construção com a necessidade de dar resposta à falta de espaço para o ensino da dança.
Município de Aveiro homenageia Campeões Nacionais de Futebol de Rua
Na ocasião, o presidente da Câmara destacou “o poder transformador do desporto quando aliado à intervenção social, à educação e aos valores éticos”. “Estes jovens são um exemplo de superação e mérito e merecem o nosso reconhecimento e apoio”, assegurou, citado numa nota enviada às redações esta quinta-feira, 31 de julho. A equipa de Aveiro, composta por oito jovens com idades entre os 16 e os 29 anos, foi selecionada no Torneio Distrital realizado a 5 de julho, após uma jornada de competição e um workshop de capacitação promovido em parceria com o Programa Juventude em Ação e o Plano Nacional de Ética no Desporto. Além do troféu coletivo de Campeões Nacionais, a comitiva de Aveiro viu também o seu atleta David Pinto Rodrigues distinguido como Melhor Jogador (MVP) do Torneio Nacional 2025. A equipa é orientada pelo treinador Bruno Seco e pelo adjunto Daniel Luzia, realizando três treinos semanais no pavilhão Inside ADT. Os atletas de Aveiro vão agora integrar o Estágio Nacional de preparação para o Campeonato do Mundo de Futebol de Rua, que terá lugar em Oslo, Noruega, em setembro de 2025. O Projeto Futebol de Rua é promovido a nível nacional pela Associação CAIS desde 2004 e tem vindo a afirmar-se como um modelo inovador e eficaz de intervenção social junto de jovens em situação de vulnerabilidade, com impacto crescente e reconhecimento internacional.
Incêndios: Detida suspeita de atear fogo na quarta-feira em Arouca
Em comunicado, a PJ esclareceu que a mulher, que foi detida com a colaboração da GNR, está fortemente indiciada pela autoria de um crime de incêndio florestal em Arouca. "A suspeita terá provocado o incêndio com recurso a chama direta, alegadamente num quadro de consumo de bebidas alcoólicas", refere a mesma nota. Fonte da PJ adiantou à agência Lusa que o fogo terá sido ateado na quarta-feira, por volta das 12:00. A Judiciária refere ainda que este incêndio, que foi dominado com recurso a meios aéreos, criou perigo para uma mancha florestal significativa, bem como para vários edificados, designadamente residências e indústrias instaladas na área, existindo um forte alarme social devido ao incêndio que assola há vários dias o concelho de Arouca. A detida, sem antecedentes criminais e residente na área, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas. O incêndio que lavra desde segunda-feira em Arouca e que alastrou aos concelhos vizinhos de Castelo de Paiva e Cinfães, no distrito de Viseu, destruiu parte dos Passadiços do Paiva, uma das principais fontes de receita para a economia local, tendo provocado danos em alguns anexos agrícolas e numa habitação secundária. Pelas 10:00, segundo a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados no combate às chamas 598 operacionais, apoiados por 218 viaturas e três meios aéreos.