Incêndios: Detida suspeita de atear fogo na quarta-feira em Arouca
Uma mulher, de 56 anos, foi detida por suspeita de ter ateado um incêndio na quarta-feira em Arouca, quando os bombeiros combatiam várias frentes de fogo naquele concelho do distrito de Aveiro, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Redação
Em comunicado, a PJ esclareceu que a mulher, que foi detida com a colaboração da GNR, está fortemente indiciada pela autoria de um crime de incêndio florestal em Arouca. "A suspeita terá provocado o incêndio com recurso a chama direta, alegadamente num quadro de consumo de bebidas alcoólicas", refere a mesma nota.
Fonte da PJ adiantou à agência Lusa que o fogo terá sido ateado na quarta-feira, por volta das 12:00.
A Judiciária refere ainda que este incêndio, que foi dominado com recurso a meios aéreos, criou perigo para uma mancha florestal significativa, bem como para vários edificados, designadamente residências e indústrias instaladas na área, existindo um forte alarme social devido ao incêndio que assola há vários dias o concelho de Arouca.
A detida, sem antecedentes criminais e residente na área, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
O incêndio que lavra desde segunda-feira em Arouca e que alastrou aos concelhos vizinhos de Castelo de Paiva e Cinfães, no distrito de Viseu, destruiu parte dos Passadiços do Paiva, uma das principais fontes de receita para a economia local, tendo provocado danos em alguns anexos agrícolas e numa habitação secundária.
Pelas 10:00, segundo a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados no combate às chamas 598 operacionais, apoiados por 218 viaturas e três meios aéreos.
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Incêndios: Fogo que deflagrou em Arouca com uma frente ativa em Cinfães
Em declarações aos jornalistas, no quartel dos Bombeiros de Arouca, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Grande Lisboa, Hugo Santos, disse que este incêndio que lavra desde segunda-feira está praticamente estabilizado. “Neste momento quer o município de Arouca, quer o município de Castelo de Paiva não têm qualquer zona de incêndio ativa”, disse o comandante, adiantando que se mantinha apenas uma pequena linha de incêndio ativa no município de Cinfães, no distrito de Viseu. O comandante Hugo Santos disse esperar que esta frente seja debelada nas próximas horas, adiantando que os bombeiros continuam atentos à possibilidade de surgirem reacendimentos. “Face àquilo que é a orografia associada às condições meteorológicas e numa enorme área, porque estamos a falar de mais de 4.500 hectares, há sempre aqui potencial para reativações que podem ser fortes”, disse o comandante. Hugo Santos referiu ainda que o incêndio, com mais de 48 quilómetros de perímetro, provocou danos numa casa devoluta, alguns anexos agrícolas e pequenos danos em duas habitações. Na quarta-feira, a presidente da Câmara de Arouca disse que as chamas já tinham consumido 4.000 hectares de área florestal e provocado muitos prejuízos. O incêndio destruiu parte dos Passadiços do Paiva, uma das principais fontes de receita para a economia local de Arouca. Pelas 11:00, segundo a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados no combate às chamas 597 operacionais, apoiados por 217 viaturas e seis meios aéreos.
Vagos torna-se na “capital do metal” entre hoje e domingo com o Metal Fest
A oitava edição do festival vai decorrer ao longo de quatro dias, começando hoje com as presenças em palco, entre outros, dos alemães Destruction, dos irlandeses Gama Bomb e dos suecos Candlemass (a celebrar 40 anos de existência), com destaque para o regresso dos norte-americanos P.O.D.. Na sexta-feira, os cabeças de cartaz são nacionais, com destaque para os Moonspell, num dia que também inclui os norte-americanos Dying Fetus e Warbringer, mais os italianos Rhapsody of Fire, entre muitos outros como os espanhóis Angelus Apatrida e os portugueses Hills Have Eyes. Já no sábado, o cartaz inclui vários representantes do punk e hardcore, desde os nacionais Mata-Ratos aos britânicos The Exploited até aos norte-americanos Black Flag (apenas com o guitarrista Greg Ginn vindo da formação original e atuando com Max Zanelly, voz, David Rodriguez, baixo, e Bryce Weston, bateria). O destaque de sábado vai para os noruegueses Mayhem, que estão a assinalar 40 anos de existência com alinhamentos que incluem “canções que a banda nunca tocou antes ao vivo”, como anunciava o grupo de “De Mysteriis Dom Sathanas” no ano passado. No domingo, os destaques do cartaz vão para bandas como os polacos Decapitated, os noruegueses Gorgoroth e os norte-americanos Hatebreed. Os preços dos bilhetes a partir de hoje são de 69 euros para entradas diárias ou 125 euros para os quatro dias. As crianças até aos 11 anos não pagam e há um desconto de 50% para pessoas com mobilidade reduzida. O festival já tem regresso marcado para 2026, para os dias 07, 08 e 09 de agosto, com Godsmack como primeiros cabeças de cartaz.
Incubadora de empresas de Ílhavo recebe nova empresa
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, a instalação da empresa ficou formalizada no passado dia 28 com a assinatura de um contrato entre o município de Ílhavo e a empresa, representada por Francisco Avelelas. A Incubadora de Empresas do Município de Ílhavo tem como principal objetivo, segundo a autarquia, “apoiar o empreendedorismo e a concretização de ideias de negócio […] com enfoque temático na Economia do Mar”. A Riashells, focada na consultoria estratégica e no fornecimento de materiais para o setor da aquacultura, dá especial atenção à produção de bivalves. Inserida na Rede de Incubadoras de Empresas da Região de Aveiro (IERA), a Incubadora de Empresas do Município de Ílhavo conta já com quatro empresas. Para além da Riashells, estão também instaladas na incubadora a BISTEC Portugal – Consultoria em Tecnologia da Informação, a Dynamikfloat e a Dynmind.
Incêndios: Portugal pediu imagens de satélite mas não ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil
Segundo a Comissão Europeia, "ainda não foi feito um pedido para ativar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil", mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) pediu imagens de satélite para os incêndios que afetam os municípios de Arouca, no distrito de Aveiro, e Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo. Cerca de três mil operacionais das forças de segurança e socorro estavam mobilizados hoje, ao início da tarde, para o combate às chamas em diferentes distritos, sendo o fogo rural de Arouca (que deflagrou na segunda-feira e passou para o concelho de Castelo de Paiva) o que mobiliza mais meios, com mais de 770 operacionais. Em Ponte da Barca, o fogo que lavra desde sábado em área do Parque Nacional da Peneda-Gerês e hoje mobiliza perto de 400 operacionais, passou de manhã para o município de Terras de Bouro, no distrito de Braga. O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, afirmou hoje que o Governo está a fazer o necessário para garantir a disponibilidade de 76 meios aéreos, insistindo que o contributo destes meios para apagar incêndios depende das características dos fogos. Grande parte do interior norte e do centro do país estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A previsão abrange sobretudo os concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra e Santarém. De acordo com o IPMA, a situação de perigo máximo de incêndio rural irá manter-se nos próximos dias nas mesmas regiões, agravando-se em alguns concelhos do Algarve.
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TFAAUAv prepara participação em festival no Peru
Para além do grupo de Aveiro, vão participar outras três tunas internacionais (de Países Baixos, Chile e Colômbia), quatro tunas peruanas e outras quatro tunas convidadas. Em comunicado endereçado à Ria, a Tuna nota que o encontro é ainda “mais especial” porque a TFAAUAv é também tuna madrinha da tuna anfitriã, a Tuna Femenina de Derecho da Universidad de San Martín de Porres. A participação no VII SANMARTINAS - Festival Internacional da Tuna Femenina de Derecho, que decorre em Lima, acontece entre 15 e 16 de agosto e, de acordo com as estudantes, o principal objetivo é "levar a nossa música, tradição e espírito académico portugueses além-fronteiras".
Assembleia Geral do SC Beira-Mar volta a aprovar orçamento com saldo negativo
A não concretização da sociedade desportiva do SC Beira-Mar forçou o clube a voltar a apresentar “uma estrutura de custos semelhante à época transata”. De acordo com o parecer emitido pelo Conselho Fiscal beiramarense, está previsto um aumento de 9% nos proveitos e de 3% nos custos em relação ao documento anterior. Feitas as contas, se em 2024/2025 o orçamento antevia um resultado negativo na ordem dos 224 mil euros, agora fala-se em 170 mil euros. Apesar de representar um valor 24% inferior face ao anterior, a verdade é que o clube continua anos após ano a agravar o seu passivo. Na sua intervenção, Nuno Quintaneiro, presidente do SC Beira-Mar, explica que a direção foi conservadora nas suas previsões de forma a não ter nenhuma surpresa negativa. Nesse sentido, acredita que o saldo da última época vai ser muito mais positivo do que o projetado (algo que só se poderá confirmar aquando da apresentação do Relatório de Atividades e Contas de 2024/2025). Em conversa com a Ria, o presidente não esconde que o clube possa estar a viver acima das suas possibilidades por estar “sobredimensionado em relação à sua capacidade de gerar receita”. O dirigente reforça que “é preciso inverter o paradigma de gestão” do clube, que “não está saudável”, através da constituição de uma sociedade desportiva. Quintaneiro assume que, com o aumento do passivo, uma possível descida de divisão e a consequente desvalorização do clube deixariam o Beira-Mar em maus lençóis. No entanto, prefere não pensar em “cenários hipotéticos e apocalípticos”, porque também é verdade que “no futebol os cifrões não marcam golos”. No entender do dirigente, a vontade e o trabalho de um plantel jovem que se quer valorizar vão provar que, no SC Beira-Mar, “é possível fazer muito com pouco”. Apesar das previsões negativas, no final do orçamento para a presente época aponta-se um saldo orçamental de zero euros, mas apenas por considerar a entrada de receitas com a criação da sociedade desportiva. Questionado pelos sócios, o presidente explica que lhe “disseram que o orçamento nunca devia dar resultado negativo”. A mesma nota já aparecia no orçamento do último ano, uma vez que já na altura a direção esperava ter uma sociedade desportiva para abater o passivo até ao final da temporada. Para além da previsão de saldo negativo no valor de “173.966 euros”, o SC Beira-Mar conta ainda com uma despesa anual que não consta do orçamento de “125.373 euros” em liquidação a credores, fazenda pública e no pagamento do plano de recuperação. Estiveram presentes cerca de meia centena de associados na Assembleia Geral. Na votação do Plano de Atividades e Orçamento para 2025/2026 apenas se contaram duas abstenções e todos os restantes presentes votaram a favor.
Armando Grave lidera lista do Chega à Assembleia e a habitação será também prioridade da candidatura
Armando Grave é atualmente deputado na Assembleia da República (AR), eleito pelo círculo de Aveiro. Natural da cidade, é mestre em Direito e conta com uma trajetória profissional diversificada, tendo desempenhado funções como operário da indústria cerâmica, gestor de empresas e jurista. Em entrevista à Ria, Armando Grave admitiu que nunca pensou ser “candidato a um órgão autárquico”, mas que decidiu aceitar após uma análise profunda da realidade política local. “Sou de Aveiro há muitas décadas e vejo a cidade a decair. Aveiro continua a ser o centro da cidade e, hoje, a principal zona turística, para além dos moliceiros, é o Fórum de Aveiro, que é uma estrutura privada. Tudo o resto da cidade deixou de existir. Isto tem-me incomodado”, afirmou, acrescentando que o convite para ser cabeça de lista à Assembleia Municipal lhe surgiu no “início do ano”. Durante a entrevista, Armando Grave deixou críticas claras aos adversários políticos, com especial ênfase em Luís Souto de Miranda, candidato da coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM), mas também a Alberto Souto de Miranda, candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara de Aveiro. Sobre Luís Souto de Miranda, que atualmente preside à Assembleia Municipal, acusou-o de ter permitido decisões que considera prejudiciais para o município. “Deixou passar imensas coisas que eu considero que não deviam ter passado. (…) Quem sofre com isso são os cidadãos. Em Aveiro, estão em causa muitos milhões de euros que fazem falta noutras áreas”, criticou, apontando como exemplo a área da saúde. Já enquanto cabeça-de-lista à Assembleia Municipal, Armando Grave destacou a importância de reforçar o papel fiscalizador e transparente daquele órgão. “A Assembleia Municipal tem de voltar a ser o exemplo e garantir transparência e escrutínio de toda a atividade municipal e não uma eventual (…) moleta de interesses que não conhecemos e que não são de todo os interesses dos aveirenses. É este o nosso compromisso por Aveiro”, frisou. Além da construção de um novo hospital central, da criação de um “Departamento da Transparência” na estrutura da Câmara Municipal e do reforço da segurança, tal como avançado pela Ria, Diogo Soares Machado garantiu que a candidatura do Chega à autarquia aveirense, sob o lema “Compromisso com Aveiro”, assenta em “12 pilares”, entre os quais a habitação surge como outra das principais prioridades. Também em entrevista à Ria, o candidato do Chega à Câmara de Aveiro reconheceu que não existe uma “solução final” para o problema da habitação, em Aveiro, mas defendeu uma abordagem “dinâmica” que envolva o setor privado. “Em primeiro lugar, passa por sentar com os investidores e promotores imobiliários que têm interesse em operar em Aveiro”, explicou. O objetivo, segundo Diogo Soares Machado, é alcançar “um ponto comum de entendimento em que eles sintam que têm por parte da Câmara Municipal as condições necessárias e suficientes para aumentarem a intensidade de construção”. Na perspetiva do candidato a “primeira solução” tem de passar pelo aumento da oferta habitacional. “Não há mais casas no mercado, os preços continuam altos e só acede às casas quem não tem dificuldade financeira”, alertou. O candidato aproveitou ainda para comentar diretamente a proposta de Alberto Souto de Miranda que, em entrevista ao Jornal de Notícias (JN), defendeu que a Câmara deveria “ir ao mercado de arrendamento arrendar pelo preço que for”. Para Diogo Soares Machado, trata-se de uma ideia “totalmente desesperada”. “Eu prefiro isentar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para quem queira recuperar imóveis abandonados e discutir condições de derrama e taxas mais benéficas para empresas que queiram investir na construção em Aveiro”, apontou, defendendo que é necessário apostar em soluções “estruturais” em vez de medidas “circunstanciais”. “Essa medida do candidato socialista é paracetamol”, ironizou. Recorde-se que também esta quinta-feira, 31 de julho, o Bloco de Esquerda (BE) enviou um comunicado às redações onde considerava a proposta de Alberto Souto de Miranda uma “medida de quem recusa intervir no mercado”. À semelhança de Armando Grave, também o candidato do Chega à Câmara de Aveiro aproveitou para comentar, durante a sessão, os candidatos da ‘Aliança’ e do PS afirmando mesmo que a “democracia em Aveiro está em perigo e a decência está a perder por falta de comparência”. Referindo-se a Alberto Souto de Miranda e ao seu mandato como presidente da Câmara, entre 1997 e 2005, recordou que, segundo dados da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), o socialista deixou a autarquia com uma dívida contabilizada de “250 milhões de euros” hipotecando o futuro do município por “50 anos”. “Agora diz que tem as melhores ideias. Há de ter os melhores projetos, mas de certeza que não tem a menor noção de quanto custa pôr em prática tudo aquilo que papagueia”, criticou. Relativamente a Luís Souto caraterizou-o como a “moleta dos executivos municipais na Assembleia Municipal”. “Não se ouviu uma palavra crítica consciente”, atirou. No final, apelou aos presentes que Aveiro tem de ter um “novo rumo sustentado com um compromisso por Aveiro”. Além do candidato à Câmara e do cabeça de lista, foram ainda divulgados quatro nomes que integrarão a lista à autarquia: Paula Sofia Gomes, Jacinta Marlene Cura, Vasco Sousa e Carlos Balseiro, com Nuno Tavares como mandatário da candidatura. À Ria, Diogo Soares Machado garantiu que o Chega concorrerá a todas as juntas de freguesia do concelho, tendo já todos os candidatos definidos. Recorde-se que nas eleições autárquicas de 2021, a primeira vez que o partido concorreu, em Aveiro, o Chega alcançou “4,04%” dos votos.
Diogo Soares Machado é o candidato do Chega à CMA e promete auditoria às contas da autarquia
“Os executivos liderados pelo Eng. Ribau Esteves durante 12 anos, na minha opinião, reduziram as possibilidades e as probabilidades de Aveiro se afirmar num contexto nacional como uma capital de distrito pujante, forte e uma cidade de futuro. Basicamente isso. Há, obviamente, fatores e elementos que nós iremos analisar uma vez passadas as eleições e em caso de vitória”, afirma o candidato, que expressa ainda preocupações sobre a saúde financeira da autarquia. “Eu tenho muito receio - e receio fundamentado - de que a situação financeira da Câmara Municipal de Aveiro não seja aquela que o Eng. Ribau Esteves apregoa aos sete ventos. Isto é: há de facto uma opacidade, uma nebulosidade e uma total falta de transparência em tudo o que diz respeito a finanças, estado de solvabilidade da Câmara de Aveiro, dívidas, ajustes diretos, concursos públicos, tudo isso.” Diogo Soares Machado garante que, se vencer as eleições, o seu primeiro ato será pedir uma auditoria à Inspeção-Geral de Finanças (IGF): “Um dos nossos compromissos é o compromisso com o rigor e as contas certas. E na lógica desse compromisso, posso-lhe dizer que, em caso de vitória e assim que ganharmos, a primeira ação que devemos tomar é solicitar à IGF uma auditoria completa e o mais profunda possível a toda a atividade municipal e às contas da Câmara Municipal de Aveiro.” O candidato lembra que, em 2023, “Aveiro estava a cerca de 30 milhões de euros de atingir o limite máximo de endividamento permitido por lei, que é de 90 milhões”. E continua: “Imagine que parámos em 2023 e só juntamos o empréstimo que o Sr. Ribau Esteves contraiu agora para a construção do novo pavilhão desportivo municipal – que são 22 milhões de euros. 60 com 22 são 82. Estamos só a 8 milhões de euros de atingir o máximo de endividamento que a lei permite ao Município de Aveiro. Se isto é um Município com as contas certas, vou ali e já venho.” Critica também o passado da governação socialista: “Já vimos um histórico de presidentes de Câmara que deixaram a Câmara de Aveiro hipotecada a 50 anos. Nomeadamente, o atual candidato do PS, quando foi presidente de Câmara, deixou-nos uma dívida de aproximadamente 250 milhões de euros. E vamos pelo mesmo caminho com o Eng. Ribau Esteves, que anda aí a dizer que com ele pagam os seis dias. Não pagam. Aliás, saiu um artigo bastante curioso no Jornal de Notícias, que diz que, neste momento, de todos os municípios analisados, Aveiro é o sexto com a maior dívida.” A candidatura será apresentada sob o lema “Compromisso com Aveiro” e, além da promessa de auditoria, apresenta como uma das principais medidas a construção de um novo hospital. “No caso presente, uma das grandes bandeiras da nossa candidatura vai ser a construção de um novo hospital central e universitário, localizado fora de Aveiro, na confluência das grandes autoestradas, nos terrenos do Parque Desportivo de Aveiro. É um projeto que terá cerca de 15 hectares, para ir para a frente e será um projeto extremamente ambicioso. Posso dizer-lhe que só em construção, se calhar, custará menos do que o dito pavilhão desportivo que o Eng. Ribau Esteves acabou de anunciar a quatro meses do final do mandato.” O hospital será, segundo o candidato, complementar ao atual, que passaria a funcionar como centro de saúde de proximidade. “Será um projeto que levaremos para a frente, em parceria estreita com a Universidade de Aveiro, que durante anos lutou para ter um curso de medicina e finalmente conseguiu. Portanto, também aí estaremos na frente. Queremos recuperar a obrigatória relação de proximidade e parceria estratégica fundamentais entre a Câmara e a Universidade.” Para viabilizar o projeto, Diogo Soares Machado admite recorrer a financiamento europeu e a parcerias público-privadas. “A construção de um hospital é competência de quem o quiser construir. Até poderia ser uma competência dos privados. O Estado só tem que autorizar e licenciar o aparecimento de um novo hospital. Estes projetos não se fazem apenas com dinheiro dos municipais: fazem-se com recursos a fontes de financiamento europeus, fazem-se com as parcerias públicas ou privadas. Nomeadamente na questão dos terrenos. Os terrenos estão lá, existem. Uma empresa que se chama Parque Desportivo de Aveiro SA, em que a Câmara é sócia, detém cerca de 186 hectares nessa zona, dos quais nós decidimos com um sócio privado a utilização de 15. E, portanto, só aí já, como vê, é uma fatia de orçamento que não sai de custos públicos.” O candidato assegura que este será um projeto com execução garantida: “Isto é um projeto que, connosco, daqui a quatro anos está no terreno. Isso não tenho dúvida absolutamente nenhuma. Aliás, tenho o compromisso firme, fechado e fiel da direção do partido e dos quatro deputados eleitos por Aveiro, no sentido de que a partir do momento em que formos eleitos, este é o dossiê fundamental.” Outra das marcas da candidatura será a criação de um “Departamento da Transparência” na estrutura da Câmara Municipal. “A criação, dentro da Câmara Municipal, de um departamento de atendimento ao munícipe, que se irá designar exatamente por Departamento da Transparência, que é, nem mais nem menos, do que pôr ao escrutínio de qualquer dos munícipes de Aveiro, ou de qualquer pessoa que se dirija aos serviços municipais, todos os processos de licenciamento, todos os investimento, o estado das contas municipais, porque, no fundo, uma Câmara Municipal, um Executivo de uma Câmara Municipal, nada mais é do que servidores do público, do povo que os elegeu.” E reforça: “Se o público os elegeu, tem que ter acesso a toda a atividade que a Câmara a qualquer momento vai fazendo. Essa é uma bandeira nossa. Em nome do rigor e das contas certas, os executivos do Eng. Ribau Esteves, vão ter que passar pela auditoria da IGF, porque se houver contas a prestar e responsabilidades a assumir, vão ter que as prestar e assumir.” A segurança será outro dos pilares da candidatura. “Queremos avançar até ao final do primeiro ano de mandato, com o sistema de videovigilância e com a instalação de duas novas esquadras de polícia em meio urbano.” O candidato relata mesmo um episódio recente em que foi vítima de furto e teve dificuldades em apresentar queixa. “Roubaram uma matrícula do carro aqui junto à sede do Chega, fui ao antigo Governo Civil para apresentar queixa, mas não se pode apresentar ali, só na esquadra da Griné.” O plano inclui entre 150 a 200 câmaras de videovigilância espalhadas pelo concelho e duas esquadras localizadas na freguesia da Glória e Vera Cruz: “Uma na parte ‘cagaré’, digamos assim, da freguesia da Glória e Vera Cruz e outra na parte ‘ceboleira’.” Sobre a hipótese de coligações, Diogo Soares Machado rejeita fazer cenários e garante que o objetivo é vencer. “Estamos no início do processo. Seria precipitado da minha parte estar a analisar cenários de alianças pós-eleitorais. Nós concorremos para ganhar. Ponto final. Os aveirenses vão ter uma palavra a dizer e no final disso analisaremos o cenário. Não estou a colocar nem fora nem dentro. Agora, não quero uma coligação, não quero. Queremos ganhar e queremos governar e mostrar que já chega dos mesmos sempre.” Por fim, atira uma crítica direta ao que considera uma “chacota nacional”: “Sobretudo quando ainda por cima chegamos ao ridículo ético e moral, digamos assim, de que os mesmos sempre, ou seja, PS e PSD/CDS, têm a ousadia de colocar Aveiro num registro de chacota a nível nacional em que dois irmãos concorrem cada um pelo seu bloco, quase como que garantindo que o poder fica na família ganhe quem ganhar. E isto é uma noção de democracia – apesar de não ser ilegal, nem ilegítimo – que a mim parece bastante distorcida, está a ver.”