Concerto solidário na UA: Quarteto de Bolso volta a ‘casa’ com ‘hino aveirense’ e outros temas
A Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro (AAAUA) vai promover no dia 12 de dezembro, pelas 21h30, no auditório Renato Araújo, no edifício da Reitoria na UA um concerto solidário de Natal que reverterá a favor do “Moliceiro Solidário”. O ‘Quarteto de Bolso’, uma banda constituída por quatro antigos alunos da UA, será a responsável por abrilhantar a noite. A Ria esteve à conversa com o grupo.
Isabel Cunha Marques
JornalistaApós cerca de três anos de interregno, o ‘Quarteto de Bolso’ vai regressar aos palcos no próximo dia 12 de dezembro. Ironia do destino ou não- já que todos eles foram estudantes na UA- quis o futuro que esse palco passasse, precisamente, por onde se formaram: na Universidade de Aveiro. O ‘Quarteto de Bolso’ é composto por quatro elementos: Pedro Silva de Engenharia de Materiais, João Tavares de Engenharia Física, Hélder Cabrita de Eletrónica e Comunicações (ET) e Pedro Costa de Música.
A cerca de duas semanas para o concerto, em conversa com a Ria, Pedro Silva fala mesmo numa “sensação de aconchego” ao regressar a um local que assegura conhecer “muito bem”. “É literalmente aquele regresso a casa, mas é como se fosse uma casa de um familiar, ao mesmo tempo, um bocadinho mais distante. Porquê? Porque há muito tempo que já não o fazíamos”, partilha. Conta ainda que o último concerto que fizeram decorreu no Luna Bar, na Vagueira. “Se havia um sítio certo para regressar a casa tinha de ser a Universidade de Aveiro”, assegura.
O concerto terá ainda uma vertente solidária que reverterá a favor do “Moliceiro Solidário”, um projeto que sai à rua para distribuir comida às pessoas em situação de sem-abrigo em Aveiro, conforme a Ria acompanhou. Sobre esta faceta, Pedro Silva admite até que esta foi o “gatilho” para o grupo dizer “sim” ao desafio da AAAUA. No fundo, foi “uma desculpa para estarmos todos juntos, mas ao mesmo tempo (…) para tentarmos fazer uma boa ação e algo de bom para os que mais precisam”, justifica.
No entretanto, e enquanto o grande dia não chega, o “Quarteto de Bolso” já iniciou os ensaios. Sem querer adiantar qual será o repertório final, e questionado pela Ria, Pedro Silva deixou a expectativa de que a música “Quarenta Anos AAUAv- Bem-vindo a Aveiro”- popularmente conhecido pelos estudantes como o ‘hino aveirense’- será uma das escolhidas. “Essa é uma pergunta que por mais que eu queira fazer mistério sobre ela posso responder com uma metáfora: Eu sou de uma terra próxima de Aveiro, Sever do Vouga, e há muitos restaurantes que servem vitela. Nós não vamos a um restaurante de vitela para pedir sushi. Se ‘Quarenta’, neste caso, é uma das músicas mais reconhecidas é provável, não querendo confirmar em absoluto, que nós estejamos a estudar e a adaptar até porque ela foi gravada com a versão completa do quarteto”, afirma.
No seguimento, prometeu ainda que o grupo fará nessa noite a “prova matemática com alta distinção”. “O Quarteto do Bolso não é muito bom a matemática porque nós temos muitas vezes concertos em que temos dois trompetes, guitarras extra e uma série de convidados, mas, desta vez, vamos nós os quatro. Vamos voltar à universidade. Vamos fazer a prova matemática com alta distinção”, admite com uma gargalhada.
Sobre a expectativa, Pedro Silva relembra que o grupo sabe a energia que tem e a energia que voltará a sentir ao ligar “os amplificadores, os instrumentos, ao escolher as palhinhas e as cordas”.
Numa nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, considerou estarem “reunidas as condições para uma noite de boa música e muitas recordações dos tempos académicos, aliada a uma ação social, dirigida aos que mais precisam, particularmente neste tempo de Natal”.
Em relação à vertente solidária, a nota recorda que, tal como no ano passado, o concerto voltará a incluir uma recolha de bens, especialmente de Natal, a favor da Moliceiro Solidário. “Assim, apela-se à contribuição, que se sugere que seja de bacalhau, bolo-rei, enlatados, produtos de higiene e roupas, nomeadamente calças e meias. A recolha acontecerá no dia do concerto”, explica.
O concerto do dia 12 de dezembro, no auditório Renato Araújo, pelas 21h30, terá o custo de 9 euros para sócios com situação regularizada e de 12 euros para o público em geral. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
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Ténis de mesa: Equipas feminina e masculina da AAUAv sagram-se vice-campeãs nacionais universitárias
A conquista do título já era uma grande dificuldade que se antevia à partida, explica Bernardo Azevedo, que dá nota do poderio da Universidade do Porto na competição. “Como o Centro de Alto Rendimento de ténis de mesa é no Porto, há muitos atletas que vão para lá viver, querem fazer do ténis de mesa vida e acabam por entrar na Universidade do Porto”, explica. Assim sendo, tendo a Universidade do Porto ficado na primeira posição quer em equipas masculinas, quer em equipas femininas, a AAUAv conseguiu repetir o feito da época transata e terminar em segundo em ambas as categorias, tal como já tinha acontecido em 2024/2025. Para além deste resultado, também a equipa B masculina esteve perto de chegar ao bronze, o que, nas palavras de Bernardo Azevedo, “teria sido perfeito”, mas acabou por cair diante dos estudantes do Instituto Superior Técnico (IST). Bernardo Azevedo reflete que é difícil fazer previsões a pensar no futuro, uma vez que o ténis de mesa “é uma modalidade que nenhuma universidade trabalha”. Conforme aponta, o rendimento de cada equipa universitária depende da “sorte de ter atletas da região ou que venham estudar” para a instituição e do trabalho feito pelos próprios clubes, que é onde os atletas treinam. A equipa masculina vice-campeã é composta por Daniel Berbigão, André Batel, André Mano e Marco Silva. Inês Aires, Inês Dionísio e Mariana Costa compõem a equipa feminina.
Festivais de Outono fecham com concertos no Seminário de Santa Joana Princesa e no Teatro Aveirense
Prestes a entrar na reta final, o programa dos Festivais de Outono propõe para esta quinta-feira, 27 de novembro, a partir das 21h30, no Seminário de Santa Joana Princesa, um concerto pelo violinista Nuno Soares e o pianista Yuri Popov. O momento insere-se “numa série de concertos em que os músicos apresentam as obras completas para violino e piano de Júlio Cardona e de José Augusto Ferreira da Silva”, explica uma nota de imprensa enviada às redações. O projeto conta ainda com o apoio da Fundação GDA, em parceria com o Museu Nacional da Música, e culminará com a primeira gravação discográfica completa das obras. De forma a criar oportunidades para jovens intérpretes, o concerto será ainda antecedido da atuação de Pedro Lima (violino), aluno do 7.º grau do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, acompanhado ao piano por Eugénia Lameiro. Ambos interpretarão “Zigeunerweisen (Árias Ciganas), Op. 20, de Pablo de Sarasate, uma obra virtuosística inspirada nas sonoridades da música cigana da Europa Central, marcada por contrastes expressivos, passagens líricas e grande exuberância técnica”, realça o comunicado. A entrada é livre, mas sujeita à lotação do espaço. Os Festivais de Outono encerrarão no dia seguinte, 28 de novembro, a partir das 21h30, no Teatro Aveirense. Nesse concerto, a Orquestra Filarmonia das Beiras e a Orquestra do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA, serão dirigidas pelo maestro Luís Carvalho, professor da UA. O saxofonista Henrique Portovedo, também professor do DeCA-UA, tal como o maestro Luís Carvalho, será solista neste concerto. Neste caso, o espetáculo terá um custo de 10 euros (plateia) e de 7 euros (balcão) para o público em geral. Para a comunidade universitária, o mesmo tem o custo de 7 euros (plateia) e de 5 euros (balcão) e no caso da pessoa com deficiência há ainda oferta de um bilhete para a pessoa acompanhante. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.
Decisores, académicos e indústria discutem a partir de amanhã na UA futuro dos materiais avançados
Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, o encontro, que decorre até esta quinta-feira, 27 de novembro, assume-se como uma “iniciativa estratégica no contexto da implementação da comunicação sobre materiais avançados para a liderança industrial, atualmente em curso na União Europeia”. A iniciativa é dinamizada pela investigadora Paula Vilarinho (DEMaC/CICECO) e pelo Technology Council for Advanced Materials, e conta com o apoio da Agência Nacional de Inovação (ANI). “Num momento em que avançam os preparativos para o Advanced Materials Act, cuja proposta será apresentada pela Comissão Europeia em 2026 para reforçar a competitividade industrial, acelerar a inovação e garantir a liderança europeia em tecnologias críticas, este encontro reúne decisores, académicos, indústria e entidades públicas para discutir prioridades, barreiras e oportunidades no ecossistema europeu de materiais avançados”, justifica a nota. O encontro pretende assim contribuir para o “desenho de políticas públicas, para orientar investimento e para fortalecer a capacidade industrial europeia”. O programa integrará dois workshops complementares: o primeiro, “FAME – Future of Advanced Materials in Europe”, realiza-se em Aveiro, nos dias 26 e 27, e focará três áreas fundamentais: “superar barreiras à adoção e implantação de materiais avançados; investimento e financiamento de inovação em materiais avançados; e escalonamento e industrialização de novos materiais”. Entre os oradores confirmados estão representantes da “da DG Research & Innovation da Comissão Europeia, VW Group, Acciona, BASF, National Physical Laboratory e EIT”. O segundo, FAME-EcoSys – Future of the European Advanced Materials Ecosystem, realiza-se a 27 e 28 de novembro, em Aveiro e no Porto, e estará centrado na análise do ecossistema ibérico e no reforço da colaboração transnacional, com debates sobre: “políticas europeias e nacionais de I&D em materiais avançados; modelos de financiamento inteligente (smart funding); estruturação de cadeias de valor europeias; integração de infraestruturas, centros de inovação e linhas-piloto; e sinergias para o próximo Quadro Financeiro Plurianual”. Entre as entidades confirmadas estão já: a “Comissão Europeia, a ANI, FCT, CCDR-Norte e Centro, INL, INESC-TEC, Tecnalia, Leitat, APRE e representantes políticos de Portugal e Espanha”. No caso de Aveiro, o encontro decorrerá no Auditório Renato Araújo e no Porto no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). A programação na íntegra pode ser consultada aqui. Está ainda prevista “amanhã” a presença dos ministros da Ciência, Fernando Alexandre, e da Economia, Manuel Castro Almeida. O comunicado relembra ainda que os materiais avançados são reconhecidos pela União Europeia como “uma das dez tecnologias críticas para a segurança económica, desempenhando um papel central na competitividade, sustentabilidade e autonomia industrial”. Estes têm impacto direto em setores como “energia, mobilidade, construção, eletrónica, saúde, indústria avançada ou economia circular”.
AAUAv assume “vitória” com congelamento das propinas, mas antevê “batalha a continuar” com o Governo
“[Estamos] contentes e agradados pelo facto de as nossas posições terem sido ouvidas, o que nem sempre acontece, e valorizadas. Mostra, uma vez mais, que quando o movimento estudantil se junta é possível termos resultados positivos”, disse a dirigente estudantil, para quem o congelamento das propinas se trata de uma “vitória”. Apesar de o passo dado ter sido positivo, Joana Regadas não acredita que o Governo desista do aumento das propinas. Segundo considera, esta deve ser uma “batalha para continuar”, uma vez que tanto Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, como o PSD e CDS, partidos que suportam o governo, têm sido “bastante claros face à sua posição sobre as propinas”. Se, quando anunciou o aumento das propinas, Fernando Alexandre também garantiu o reforço da ação social no ensino superior, Joana Regadas não acredita que este congelamento da taxa possa significar um retrocesso no campo da ação social. A presidente afirma que “há uma grande convicção do atual Governo e por parte do ministro de que a ação social tem de ser reforçada (…) Por isso, se essa narrativa se mantiver (…), espero que a ação social não seja descurada”. De acordo com a agência Lusa, o valor das propinas para o ano letivo de 2026/2027 vai manter-se inalterado em todos os ciclos de estudos, depois de o Governo ter anunciado o seu aumento no passado mês de setembro. Inicialmente, a proposta tinha sido chumbada pelo Chega, mas o partido acabou por voltar atrás e mudar o sentido de voto. Estava previsto um aumento de 13 euros no primeiro ciclo de estudos do ensino superior, com o valor máximo da propina a passar de 697 para 710 euros. Para o segundo ciclo de estudos, estava previsto que as Instituições de Ensino Superior (IES) pudessem fixar o valor das propinas de mestrado de acordo com a sua opção estratégica e sem tetos máximos fixados. Ainda antes de aprovar o congelamento das propinas, o Parlamento chumbou também uma proposta do PSD para indexar o valor das propinas à taxa de inflação. No texto da proposta que mereceu o voto contra de todos os partidos da oposição podia ler-se: "O valor máximo das propinas nas instituições de ensino superior públicas é igual ao valor fixado no ano letivo de 2025-2026, acrescido da taxa de variação média do índice de preços no consumidor".
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Ténis de mesa: Equipas feminina e masculina da AAUAv sagram-se vice-campeãs nacionais universitárias
A conquista do título já era uma grande dificuldade que se antevia à partida, explica Bernardo Azevedo, que dá nota do poderio da Universidade do Porto na competição. “Como o Centro de Alto Rendimento de ténis de mesa é no Porto, há muitos atletas que vão para lá viver, querem fazer do ténis de mesa vida e acabam por entrar na Universidade do Porto”, explica. Assim sendo, tendo a Universidade do Porto ficado na primeira posição quer em equipas masculinas, quer em equipas femininas, a AAUAv conseguiu repetir o feito da época transata e terminar em segundo em ambas as categorias, tal como já tinha acontecido em 2024/2025. Para além deste resultado, também a equipa B masculina esteve perto de chegar ao bronze, o que, nas palavras de Bernardo Azevedo, “teria sido perfeito”, mas acabou por cair diante dos estudantes do Instituto Superior Técnico (IST). Bernardo Azevedo reflete que é difícil fazer previsões a pensar no futuro, uma vez que o ténis de mesa “é uma modalidade que nenhuma universidade trabalha”. Conforme aponta, o rendimento de cada equipa universitária depende da “sorte de ter atletas da região ou que venham estudar” para a instituição e do trabalho feito pelos próprios clubes, que é onde os atletas treinam. A equipa masculina vice-campeã é composta por Daniel Berbigão, André Batel, André Mano e Marco Silva. Inês Aires, Inês Dionísio e Mariana Costa compõem a equipa feminina.
Aradas: Junta celebra decisões, mas Tribunal mantém maioria das condenações e IGF aponta falhas
Foi no passado mês de agosto que, conforme noticiado pela Ria, o Tribunal de Aveiro se pronunciou sobre o processo interposto por Gilberto Ferreira à Junta de Freguesia de Aradas para acesso a documentos administrativos. Recorde-se de que, em abril passado, o principal rosto do movimento independente 'Sentir Aradas' tinha recorrido às vias judiciais, no sentido de ver satisfeito o pedido de várias informações à Junta de Freguesia. Na sentença, o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Aveiro condenou a Junta de Freguesia de Aradas a disponibilizar no prazo de dez dias um conjunto de documentos em falta, entre os quais se incluem: o processo completo de contratação da empresa Globalsoft e de uma jurista; as contas detalhadas do Festival Aradas+ 2022; uma certidão com todos os pagamentos mensais ao executivo - vencimentos, ajudas de custo, despesas de representação, contribuições para a ADSE e outros suplementos; extratos bancários relativos a trabalhadores externos contratados através do IEFP; o protocolo com a ADAC e respetivos comprovativos de pagamento; o comprovativo de transferência do protocolo com o Agrupamento de Escuteiros de Aradas; a ata da Assembleia de Freguesia de 22 de dezembro de 2022; e todas as atas aprovadas da Assembleia no atual mandato. O tribunal sublinhou ainda que a informação pedida é de natureza pública e que o direito de acesso não pode ser limitado por custos administrativos excessivos. Após ser conhecida a sentença do Tribunal, a Junta de Freguesia apresentou recurso da decisão. Esta terça-feira, dia 25, a Junta de Aradas emitiu um comunicado de imprensa em que dá nota de que o Tribunal deu “provimento parcial” ao recurso apresentado pela freguesia. Quer isto dizer, segundo a autarquia, que foi “revogada a condenação para extrair fotocópias porque os documentos já estavam e continuam disponíveis”, que foi “rejeitada a alegação de nulidade, não tendo havido violação do contraditório” e que “não houve condenação por litigância de má-fé”. A Junta escreve ainda que “as decisões agora conhecidas demonstram que essas suspeições não tinham qualquer fundamento e nada mais conseguiram do que atentar contra o bom nome da Junta de Freguesia de Aradas e dos órgãos executivos”. Tendo em conta estas considerações, a Ria solicitou acesso ao acórdão, desta feita emitido pelo Tribunal Central e Administrativo Norte no passado dia 21 de novembro, para poder analisar a decisão. Nesse sentido, a Ria percebeu que a Junta diz a verdade quando alega que a condenação a “extrair fotocópias” relativamente ao procedimento de contratação pública para adjudicação de serviços à sociedade “Globalsoft” e a “Maria de Lurdes da Silva Dias” foi revogada. Conforme explica o documento, como “os documentos em questão aguardam o seu levantamento mediante a liquidação das respetivas taxas”, a recorrente [a Junta de Freguesia] não pode ser condenada. No entanto, a Junta de Aradas não refere que a entrega destas fotocópias representa apenas uma parte da condenação. Ou seja, o acórdão agora emitido não se pronuncia - e, por isso, mantém - a decisão relativa às contas detalhadas do Festival Aradas+ 2022; a uma certidão com todos os pagamentos mensais ao executivo - vencimentos, ajudas de custo, despesas de representação, contribuições para a ADSE e outros suplementos; a extratos bancários relativos a trabalhadores externos contratados através do IEFP; ao protocolo com a ADAC e respetivos comprovativos de pagamento; ao comprovativo de transferência do protocolo com o Agrupamento de Escuteiros de Aradas; à ata da Assembleia de Freguesia de 22 de dezembro de 2022; e todas a as atas aprovadas da Assembleia no atual mandato. Confirma-se também que o Tribunal rejeitou a alegação de nulidade da sentença apresentada pela Junta de Freguesia de Aradas. A autarquia argumentava que o Tribunal tinha decidido demasiado cedo - a 13 de julho - sem esperar pelo fim do prazo para responder a um requerimento entregue por Gilberto Ferreira cinco dias antes, o que, no seu entendimento, violava o princípio do contraditório. No entanto, o Tribunal esclarece agora que esse requerimento não levantava qualquer questão nova e, por isso, não tinha relevância para a decisão. Além disso, Gilberto Ferreira tinha sido expressamente notificado para exercer o contraditório relativamente a um outro requerimento apresentado pela própria Junta. Assim, como os documentos juntos “nenhuma influência tiveram na decisão proferida”, não existiu qualquer “decisão surpresa”, nem foi comprometido o direito de defesa. O acórdão afasta ainda a existência de litigância de má-fé, contrariamente ao que defendia Gilberto Ferreira. Para o Tribunal, não há fundamento para essa condenação - algo que só poderá mudar caso a Junta não cumpra a intimação que lhe foi dirigida. Como resultado, as custas do processo são divididas em partes iguais entre a Junta de Aradas e Gilberto Ferreira, nos termos do Código de Processo Civil. Na mesma nota de imprensa em que se congratula pela decisão do Tribunal, a Junta de Aradas anuncia também o arquivamento, pela IGF, do processo de alegado assédio laboral a duas funcionárias. Recorde-se de que, no passado dia 21 de agosto, decorreu uma inspeção da IGF nas instalações da JFA, decorrente de uma queixa laboral apresentada por uma funcionária do organismo. Depois de afirmar que, de acordo com o ofício nº 4524/2025, “os factos e os indícios apurados não permitem, de uma forma global e integrada, provar o alegado assédio moral praticado junto de duas funcionárias da Autarquia”, a Junta dá nota ainda que “acolhe integralmente as recomendações emitidas pela IGF, reforçando os procedimentos internos, formação e melhoria das condições de trabalho”. Por não serem dadas a conhecer as recomendações mencionadas pela própria Junta, a Ria pediu também acesso ao ofício da IGF. O documento refere que “foram apuradas diversas insuficiências”, pelo que a IGF procedeu à notificação da Junta de Freguesia de Aradas para implementação de uma série de recomendações, “devendo comunicar os respetivos resultados no prazo de 60 dias”. No total, são quatro as recomendações da Inspeção-Geral das Finanças: “promover a elaboração, aprovação e divulgação de um Código de Boa Conduta para Prevenção e Combate ao Assédio em contexto laboral”; “definir procedimentos que garantam o cumprimento das regras previstas no Código de Trabalho sobre a marcação de férias dos trabalhadores”; “encetar diligências no sentido de organizar formação adequada ao(s) trabalhador(es) responsável(is) pela execução do inventário da Freguesia”; e “concluir o processo de implementação de melhorias nas condições de trabalho do armazém, em articulação com a Autoridade para as Condições de Trabalho”. Na mesma nota de imprensa da Junta de Freguesia de Aradas, Catarina Barreto, presidente do órgão, afirma que a autarquia “vai cumprir com tudo”. “Não porque somos obrigados, mas porque é assim que se faz a boa gestão pública. E é isso que distingue quem quer construir, de quem quer apenas destruir. As recomendações constituem uma oportunidade para melhorar ainda mais a nossa Junta e reforçar a confiança de quem cá trabalha e de quem aqui vive”, refere a autarca. Na mesma senda, Catarina Barreto deixa críticas à oposição, que “tentou transformar a nossa Freguesia num campo de batalha política, espalhando suspeitas, colocando em causa trabalhadores, usando pessoas e processos, semeando instabilidade e minando a confiança na Junta de Freguesia”. Com as decisões, a presidente considera que “a verdade prevaleceu e demonstrou quem sempre esteve por bem e quem apenas esteve por ego e para destruir” e diz “não entrar em guerras políticas pequenas”.
Oposição confirma congelamento das propinas em 2026/2027
A proposta do PS, que tinha sido aprovada no terceiro dia de votações na especialidade, foi avocada para a votação em plenário desta manhã e novamente aprovada com os votos favoráveis de todas as bancadas à exceção do PSD, CDS e IL. A iniciativa dos partidos do Governo, apesar dos apelos do ministro dos Assuntos Parlamentares no debate que antecedeu a votação, foi também avocada e chumbada após o voto contra do Chega, PS, Livre, PCP, BE, PAN e JPP e apoios das bancadas do PSD, CDS e Iniciativa Liberal. A proposta dos socialistas prevê que o valor das propinas "não pode ser superior ao valor fixado para o mesmo ciclo de estudos no ano letivo de 2025/2026", mantendo-se assim nos 697 euros. O Governo tencionava descongelar o valor das propinas a partir do próximo ano, com um aumento para 710 euros do valor máximo para as licenciaturas. Recorde-se que, em entrevista à Ria, esta terça-feira, 25 de novembro, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), considerou a decisão do Parlamento uma “vitória”, embora não acredite que o Governo vá desistir do aumento da taxa.
Oliveira de Azeméis com mais de 554 mil euros para iluminação e Parque Natal de entrada livre
Segundo revela hoje à Lusa a autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, o orçamento visa corresponder à “crescente procura” das atividades natalícias locais por parte de residentes no concelho e também visitantes da região mais alargada. O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge Ferreira, disse que o mérito é sobretudo do Parque Natal, que, instalado no Parque de La Salette, entre árvores, uma capela, um lago artificial e caminhos pedonais, apresentará este ano também um escorrega de boias, vários espetáculos, oficinas lúdicas, um comboio infantil, um carrossel e um mercadinho da época. “Recebemos cada vez mais pedidos de entidades e visitantes de fora do concelho, o que demonstra o reconhecimento e o crescimento deste evento, que já atrai à cidade milhares de pessoas todos os anos”, declarou o autarca socialista, sendo que a “expectativa relativamente aos visitantes é elevada, sobretudo devido à crescente procura por atrações como o circo, a pista de gelo e o escorrega de boias, que se têm revelado verdadeiros sucessos junto do público”. Já a funcionar habitualmente como espaço verde de lazer, sem controlo de entradas, o parque estará decorado e equipado de acordo com o imaginário natalício até 04 de janeiro e, com exceção para os dias 24 e 25 de dezembro, em que se suspendem as animações contratadas para a quadra, oferecerá a cada jornada diferentes atividades, no período das 14:00 às 19:00. Só para o circo, por exemplo, estão previstas 48 exibições, cada uma das quais num recinto com capacidade de 450 lugares. O arranque da festa acontece este sábado, às 15:00, com a chegada do Pai Natal, e prossegue com o acionar da iluminação alusiva à época, às 19:00. Essa componente específica das luzes natalícias envolve em 2025 um investimento na ordem dos 265.821 euros, valor que representa a mesma despesa de 2024, já que o serviço em causa foi adquirido mediante um concurso público para execução por dois anos. Já no que se refere à programação do Parque Natal, no que se inclui o comboio turístico com trajetos deste o centro da cidade de Oliveira de Azeméis até ao Parque La Salette, o orçamento ronda os 288.200 euros. “Reforçamos assim o nosso compromisso em dinamizar a economia local e valorizar o comércio tradicional, especialmente neste período festivo tão importante para a comunidade”, afirmou Joaquim Jorge Ferreira. “O Parque Natal volta a apresentar uma oferta cultural diversificada e de grande qualidade, reforçando o papel de Oliveira de Azeméis como um município acolhedor, especialmente nesta época marcada pela família, pela harmonia e pela alegria”, concluiu.